You are on page 1of 31
DELIBERAGAO NORMATIVA CONJUNTA COPAM-CERH/MG N° 8, DE 21 DE NOVEMBRO DE 2022. Dispie sobre a classificagio dos corpos de agua e diretrizes ambientais para 0 seu enquadramento, bem como estabelece as condigdes e padres de langamento de efluentes, e dé outras providéncias. (Rublicagio — Dirio do Executive ~ “Minas Gerais” — 02/12/2022 O CONSELHO ESTADUAL DE POLITICA AMBIENTAL E O CONSELHO ESTADUAL DE RECURSOS HiDRICOS DE MINAS GERAIS, no uso das atribuigdes que lhes confere, respectivamente, 0 art. 14 da Lei n° 21.972, de 21 de janeiro de 2016, o inciso XV do art. 3° do Decreto n° 46.953, de 23 de fevereiro de 2016, o inciso I do art, 41 da Lei n° 13.199, de 29 de janeiro de 1999, os incisos I e III do art. 4° do Decreto n° 48.209, de 18 de junho de 2021, e tendo em DELIBERAM: Art. 1° — Esta deliberagdo normativa dispde sobre a classificagio e diretrizes ambientais para 0 enquadramento dos corpos de agua superficiais, bem como estabelece as condigdes, padrdes e pardmetros de langamento de efluentes em corpos de gua receptores. CAPITULO T DAS DEFINIGOES Art. 2° — Para efeito desta deliberagao normativa sio adotadas as seguintes definigdes: I~ aguas doces: guas com salinidade igual ou inferior a 0,5%; 11 - ambiente aquitico: corpo hidrico e respectivos componentes bioldgicos € ecossistémicos a serem considerados na proposigdo de enquadramento; III - ambiente léntico: ambiente que se refere a égua parada, com movimento lento ou estagnado; IV — ambiente lético: ambiente relativo a aguas continentais moventes; V ~ aquicultura: 0 cultivo ou a criagdo de organismos cujo ciclo de vida, em condigées naturai VI ati , ocorre total ou parcialmente em meio aquatico; dade de pesca: exploragio de recursos pesqueiros com fins comerciais, de subsisténcia e outros; VII — bioacumulagio: actimulo de substancias quimicas em tecido de organismos vivos; VIII — capacidade de suporte de carga do corpo receptor: valor maximo de determinado poluente que o corpo hidrico pode receber, sem comprometer a qualidade da gua ¢ seus usos determinados pela classe de enquadramento; IX — carga poluidora: quantidade de determinado poluente transportado ou langado em um corpo de agua receptor, expressa em unidade de massa por tempo; X — cianobactérias: micro-organismos procaridticos autotréficos, também denominados como cianoficeas (algas azuis), capazes de ocorrer em qualquer corpo hidrico superficial, especialmente naqueles com clevados niveis de nutrientes (nitrogénio e fésforo), podendo produzir toxinas com efeitos adversos a satide; XI - classe de qualidade: conjunto de condigdes e padrdes de qualidade de gua e de condiges de ambientes aquiticos necessérios, respectivamente, a0 atendimento dos usos preponderantes ¢ a integridade ecoligica, atuais ou futuros; XII — classificagdo: qualificago das éguas doces em fungo dos usos preponderantes © qualificago dos corpos de agua continentais em fungio da integridade ecoldgica (sistema de classes de qualidade), atuais e futuros; XILL — coliformes termotolerantes: bactérias Gram-negativas, em forma de bacilos, oxidase-negativas, caracterizadas pela atividade da enzima 8-galactosidase, que podem crescer em meios contendo agentes tenso-ativos e fermentar a lactose nas, temperaturas de 44°C a 45°C, com produgio de acido, gas e aldeido, presentes em fezes humanas ¢ de animais homeotérmicos, ocorrem em solos, plantas ou outras matrizes ambientais que ndo tenham sido contaminados por material fecal; XIV ~ condigdo de qualidade: qualidade apresentada por um segmento ou iveis trecho de corpo de agua, num determinado momento, em termos dos usos po: com seguranga adequada, frente as classes de qualidade; XV —condigdes de langamento: condigdes e padrdes de emissdo adotados para © controle de langamentos de efluentes no corpo receptor; XVI - corpo receptor: corpo de dgua superficial que recebe o langamento de efluentes; XVII - declaragio de carga poluidora — DCP: declaragio enviada periodicamente ao érgio ambiental competente, por meio da qual o responsdvel por atividade ou empreendimento, informa a quantidade de determinado poluente transportado ou langado, direta ou indiretamente, em um corpo receptor, expressa em unidade de massa por tempo; XVIII — desinfecgao: remogio ou inativagdo de organismos potencialmente patogénicos; XIX — desteguladores endécrinos: substancia quimica exégena ou mistura, que promove alterages em uma ou mais fungdes do sistema endécrino ¢ na sua estrutura, causando, consequentemente, efeitos adversos na satide de um organismo, ou sua descedéncia; XX — ecohidromorfologia: atributos do habitat relacionados a processos hidrolégicos, geomorfoldgicos ¢ sedimentolégicos que atuam como condicionantes basicos da estrutura e funcionamento dos ecossistemas aquiticos, em conexio com a paisagem; XXI— ecorregides aquiticas: éreas constituidas por uma ou mais bacias hidrogréficas que compartilham ecossistemas semelhantes, caracterizadas por tipos de vegetagao, solo, vida selvagem, Aguas ¢ uso ¢ ocupagao humana do espago fisico; XXII — efeito téxico agudo: efeito deletétio aos organismos vivos causados por agentes fisicos ou quimicos, usualmente letalidade ou alguma outra manifestagzo que a antecede, em um curto periodo de exposigo; XXIII — efeito toxico erdnico: efeito deletério aos organismos vivos causados por agentes fisicos ou quimicos que afetam uma ou varias fungdes biolégicas dos organismos, tais como a reprodusio, 0 crescimento € © comportamento, em um periodo de exposigao que pode abranger a totalidade de seu ciclo de vida ou parte dele; XXIV — efetivagdo do enquadramento: alcance da meta final do enquadramento; XXV — efluente: termo usado para caracterizar os despejos liquidos provenientes de diversas atividades, empreendimentos ou processos; XXVI — enquadramento: instrumento de gestio dos recursos hidricos instituido pela Lei Estadual n° 13.199, de 29 de janeiro de 1999, que estabelece meta ou objetivo de qualidade da agua e de ambiente aquatico (classe) a ser, obrigatoriamente, alcangado ou mantido em um segmento ou trecho de corpo de Agua, de acordo com os usos preponderantes pretendidos ao longo do tempo, conforme deliberagdo dos respectivos comités de bacia hidrografica; visando assegurar a qualidade da égua compativel com os usos mais exigentes, e diminuir os custos de combate de poluigao da 4gua, mediante ages preventivas permanentes; XXVII — ensaios ecotoxicolégicos: ensaios realizados para determinar o efeito deletério de agentes fisicos ou quimicos a organismos bioindicadores, visando avaliar © potencial de risco aos ambientes aquiticos; XXVIII — ensaios toxicolégicos: ensaios realizados para determinar o efeito deletério de agentes fisicos ou quimicos em organismos, visando avaliar o bipotencial de risco a saiide humana; XXIX - Escherichia coli — (E.coli): bactéria pertencente a familia Enterobacteriaceae caracterizada pela atividade da enzima B-glicuronidase, produz indol a partir do aminodcido triptofano, Unica espécie do grupo dos coliformes termotolerantes cujo habitat exclusive € © intestino humano e de animais homeotérmicos, onde ocorre em densidades elevadas; XXX - fitoplancton: comunidade vegetal microscépica que flutua livremente na coluna de 4gua; XXXI - indicadores biolégicos: bactérias, vegetais e animais cuja presenga ou comportamento estio relacionados de forma tio estreita a determinadas condigdes do meio ambiente que podem ser utilizados para avalié-las; XXXII - invertebrados benténicos: organismos que vivem aderidos e/ou associados a substratos de fundo de ambientes aquaticos, ao menos, em parte do scu ciclo de vida, e em fungao do tamanho so classificados em macrobentos, mesobentos e microbentos; XXXII — langamento direto: condugao direta do efluente, submetido ou no a tratamento, ao corpo receptor; XXXIV — langamento indireto: condugdo do efluente, submetido ou no a tratamento, por meio de rede coletora que recebe contribuigdes de diferentes atividades, empreendimentos ou processos, antes de atingir 0 corpo r ptor; XXXV - macréfitas aquéticas: plantas visiveis a olho nu, que habitam diversos ambientes aquiticos, abrangendo espécies anfibias, emergentes, flutuantes, emersas ¢ epifitas; XXXVI — medigdo ambiental: conjunto de operagdes que visam mensurar ou determinar o valor de uma grandeza correlata a érea de meio ambiente, de natureza fisica, quimica ou biolégica, e que inclua isolada ou conjuntamente as etapas de amostragem ¢ ensaio; XXXVII — metas: desdobramento do objetivo de qualidade das aguas e de ambientes aquaticos a ser alcangado, de acordo com unidades de medida ¢ cronograma preestabelecidos, de atendimento obrigatério, conforme programa para efetivagdo do enquadramento, aprovado pelo comité de bacia hidrogratica; XXXVIII — monitoramento: medigao ou verificago de parimetros de qualidade e quantidade de Agua, ambientes aqudticos e efluentes, que pode ser continua ou periédica, utilizada para acompanhamento da condigio e controle da qualidade do corpo de égua; XXXIX — érgio ambiental competente: unidade de gestio legalmente inves ida do exercicio de um conjunto de atribuigdes voltadas para o cumprimento dos objetivos da politica ambiental e dos recursos hidricos; XL padrio: valor limite adotado como requisito normativo de um pardmetro de qualidade de agua ou efluente; XLI — parmetro de qualidade da agua: substincias ou outros indicadores representativos da qualidade da gua; XLII — fitoperifiton: algas que estio aderidas ou associadas a diferentes substratos aquiticos abiéticos ou biéticos, vivos ou mortos, naturais ou attificiais, integrando a comunidade perifitica; XLII — zooperiftion: microinvertebrados que esto aderidos ou associados a diferentes substratos aquaticos abiéticos ou bisticos, vivos ou mortos, naturais ou artificiais, integrando a comunidade perifitica; XLIV — pesca amadora: exploragdo de recursos pesqueiros com fins de lazer ou desporto; XLV — programa para efetivagdo do enquadramento: conjunto de medidas ou agdes progressivas e obrigatérias, necessirias ao atendimento das _ metas intermediarias e final de qualidade de dgua e de ambientes aquiticos estabelecidas para o enquadramento do corpo hidrico; XLVI - reereat gua na qual a possibilidade do banhista ingerir égua ¢ elevada, nas atividades de de contato primério: contato direto e prolongado com a natagdo, mergulho e esqui-aquitico; XLVII — recreagio de contato secundério: refere-se aquela associada a atividades em que o contato com a agua ¢ esporddico ou acidental e a possibilidade de ingerir 4gua é pequena, como na pesca, na navegagao e no iatismo; XLVI - tratamento de agua avangado: técnicas de remogao e/ou inativagio de constituintes refratdrios aos processos convencionais de tratamento, os quais podem conferir & Agua caracteristicas como, cor, odor, sabor, atividade toxica ou patogénica; XLIX — tratamento de agua convencional: clarificagdo com utilizagdo de coagulagio e floculagio, seguida de desinfecgio e corregio de potencial Hidrogeniénico - pH; L ~ tratamento de Agua simplificado: clarificagdo por meio de filtrago e desinfecgao ¢ corregaio de pH, quando necessario; LI - tributério ou curso de Agua afluente: corpo de gua que flui para um rio maior, para um lago ou um reservatério; LII - uso preponderante: um uso é considerado preponderante sobre outro, quando exigir melhor qualidade de gua para ser ou continuar sendo exercido; LI - vazio de referéncia: vazao do corpo hidrico utilizada como referéncia para a outorga de uso dos recursos hidricos, base para 0 processo de gestio, tendo em vista 0 uso miltiplo das aguas ¢ a necesséria articulagdo das instancias do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hidricos - SISEMA, a ser definida pelo (CERH-MG), em funciio Conselho Estadual de Recursos Hidricos de Minas Gerai das peculiaridades regionais; LIV — virtualmente ausente: que no é perceptivel pela visio, olfato ou paladar; LV — zona de mistura: regiio do corpo receptor, estimada com base em modelos teéricos aceitos pelo érgio ambiental competente, que se estende do ponto de langamento do efluente, ¢ delimitada pela superficie em que é atingido o equilibrio de mistura entre os pardmetros fisicos e quimicos, bem como 0 equilibrio biolégico do efluente e os do corpo receptor, sendo especifica para cada parmetro; LVI — zooplancton: comunidade de animais, em geral microseépicos, que flutuam livremente na coluna de Agua e, embora tenham movimentos proprios, néo sto capazes de vencet as correntezas; LVI — tipificagdo do ambiente aquético: constitui na integragio de informagdes do substrato rochoso e da altimetria dos terrenos de determinada regio, por meio do agrupamento de rochas com respostas semelhantes ao intemperismo e a erosio (sintese litolégica), assim como pela divisio em classes altimétricas, em associagdo a forma do vale, padrio e declividade do canal, que representam unidades estruturais do ambiente fisico de um corpo de agua. CAPITULO IL DA CLASSIFICACGAO DOS CORPOS DE AGUA Art, 3° — As aguas doces estaduais so classificadas, segundo a qualidade requerida para os seus usos preponderantes ¢ as condigdes ambientais dos corpos de gua, em cinco classes de qualidade. Paragrafo tinico — As aguas de melhor qualidade podem ser aproveitadas em uso menos exigente, desde que este nfo prejudique a qualidade da agua e as condigdes ambientais no trecho do corpo de égua ou a jusante deste, atendidos outros requisitos pertinentes. Art. 4° — As aguas doces estaduais sao classificadas em: 1 classe especial: dguas destinadas: a) ao abastecimento para consumo humano, com filtragdo e desinfecsio; b) & preservagdo do equilibrio natural das comunidades aqudticas; ©) & preservagdo dos ambientes aquiticos em unidades de conservagio de protegdo integral. I1— classe 1: aguas que podem ser destinadas: a) ao abastecimento para consumo humano, apés tratamento simplificado; b) & protegiio das comunidades aquiticas, inclusive em Terras Indigenas; ©) & recreagdo de contato primario, conforme Resolugdo Conama n° 274, de 29 de novembro de 2000, ou norma que a substitua; 4) itrigagdo de hortaligas que sio consumidas cruas e de frutas que se desenvolvam rentes ao solo e que sejam ingeridas cruas sem remogo de pelicula, IIT classe 2: aguas que podem ser destinadas: a) ao abastecimento para consumo humano, apés tratamento convencional; b) a protegio das comunidades aquiticas conforme Resolugio CONAMA n° 274, de ©) a recreagdo de contato primario, 2000, ou norma que a substitua; 4) A irrigagdo de hortaligas, plantas frutiferas e de parques, jardins, campos de esporte ¢ lazer, com os quais 0 piblico possa vir a ter contato direto; ©) a aquicultura e & atividade de pesca IV — classe 3: aguas que podem ser destinadas: ) ao abastecimento para consumo humano, aps tratamento convencional ou avangado; b) A imrigagdo de culturas arbéreas, cerealiferas e forrageiras; ©) a pesca amadora; 4d) A reereagao de contato secundario; ¢) a dessedentagdo de animais. V-—classe 4: aguas que podem ser destinadas: a) Anavegagio; b) a harmonia paisagistica; c) aos usos menos exigentes. CAPITULO II DAS CONDIGOES E PADROES DE QUALIDADE DAS AGUAS E DAS CONDICOES DE QUALIDADE DOS AMBIENTES AQUATICOS. Art, 5° — Os padres de qualidade das aguas determinados nesta deliberagdo normativa estabelecem limites individuais para cada substncia em cada classe. Pardigrafo tmico — Eventuais interagGes entre substincias, especificadas ou no nesta deliberagio normativa, ndo poderdo conferir as aguas caracteristicas capazes de causar efeitos letais ou alteragdo de comportamento, reprodugdo ou fisiologia da vida, bem como de restringir os usos preponderantes previstos, ressalvado 0 disposto no §3° do art, 32 desta deliberagio normativa. Art. 6° — A qualidade dos ambientes aquaticos deveré ser avaliada por indicadores biolégicos, utilizando-se comunidades aquiticas, com critérios e metodologias reconhecidas, por érgios e instituigdes ambientais nacionais e/ou internacionais competentes. § 1° — Sera(Go) estabelecido(s) sitio(s) de referéncia em locais preservados com baixo ou nenhum impacto antropogénico, caracterizados pela composigio estrutura das comunidades e diferenciados por ecorregiées aquiticas, pela tipificagao dos ambientes aquaticos, as caracteristicas ecohidromorfolégicas dos habitats ¢ o gradiente de distirbio. § 2° — Os desvios da composigio ¢ estrutura das comunidades biolégicas associadas aos desvios da ecohidromorfologia dos habitats e da qualidade das Aguas, em relagdo ao(s) sitio(s) de referéncia, serio utilizados para avaliar a integridade ecologicae § 3° — As comunidades aquiticas a serem consideradas para avaliar a qualidade dos ambientes aquaticos sio: a) cianobactérias; ») fitoplancton; ©) fitoperifiton; © estado da qualidade ecolégica dos ambientes aquaticos. 4) macréfitas aquiticas; ©) zooplincton; 1) zooperifiton; g) invertebrados benténicos; h) ictiofauna; i) potenciais vetores de doengas e patdgenos, Art. 7° - © conjunto de pardmetros de qualidade de agua selecionado para subsidiar © enquadramento, conforme disposto no art. 19 desta deliberagdo normativa deveré ser monitorado periodicamente pelo érgio ambiental competente, podendo a execugdo do monitoramento ser compartilhada a critério deste érgio. § 1° — Também deverdo ser monitorados outros parmetros para os quais haja suspeita da sua presenga ou no conformidade. § 2° - Os resultados do monitoramento deverdo ser analisados estatisticamente e as incertezas de medigdo consideradas. § 3° — A qualidade dos ambientes aquatics deveri ser monitorada periodicamente pelo drgio ambiental competente, observado o disposto no art. 45 desta deliberagdo normativa, § 4° — As possiveis interagdes entre as substincias e a presenga de contaminantes listados ou ndo nesta deliberagdo normativa, passiveis de causar danos aos seres vivos, poderdo ser investigadas, utilizando-se ensaios ecotoxicolégicos, toxicolégicos, andlises de bioacumulagio ¢ efeitos endécrinos ou outros métodos cientificamente reconhecidos. § 5° — A necessidade e a periodicidade de utilizagdo dos ensaios ¢ anilises, referidos no parigrafo anterior, deverdo ser estabelecidas pelo érgio ambiental competente. § 6° — Na hipétese dos ensaios e anilises referidos no §4° deste artigo tornarem-se necessarios em decorréncia da atuagdo de empreendedores identificad mediante fundamentagao técnica, as despesas da investigag3o correrio as suas expensas Art. 8° — A coleta das amostras, os ensaios ¢ andlises dos parmetros de qualidade de gua de que trata esta deliberagio normativa deverdo ser realizados por laboratérios que adotem os procedimentos de controle de qualidade analitica necessérios ao atendimento das condigdes exigiveis, conforme Deliberagdo Notmativa Copam n° 216, de 27 de outubro de 2017. Art, 9° —A andlise e avaliagio dos resultados dos pardmetros de qualidade de gua de que trata esta deliberagdo normativa serdo realizadas pelo 6rgdo ambiental competente. Art, 10 —Nos casos em que, aplicada a devida metodologia analitica, nao for possivel avaliar a qualidade da 4gua, os sedimentos ¢ a biota aqué ica poderdo ser inves igados, respectivamente, por meio de ensaio ecotoxicolégico ¢ andlise de bioacumulagio, bem como por outros ensaios © ses cientificamente reconhecidos. Art. 11 - A anilise ¢ avaliagdo da composigdo e estrutura das comunidades aquiticas e das caracteristicas ecohidromorfologicas dos habitats serio realizadas pelo érgio ambiental competente, podendo ser utilizado laboratério proprio, conveniado ou contratado, capacitado para atender a demanda, observado o disposto nos arts. 8° ¢ 45 desta deliberagdo normativa. Art. 12 — As concentragdes e os valores maximos estabelecidos para os pardmetros relacionados em cada uma das classes de enquadramento deverio ser obedecidos nas condigdes de vazio de referéncia. § 1° — Os limites de Demanda Bioguimica de Oxigénio — DBO -, estabelecidos para as Aguas doces de classes 2 e 3 poderdo ser elevados, caso o estudo da capacidade de autodepuragio do corpo receptor demonstre que as concentragdes minimas de Oxigénio Dissolvido — OD — previstas no serio desobedecidas, nas condigdes de vazio de referéncia, com excego da zona de mistura, conforme modelos de referéncia nacional ou internacionalmente reconhecidos. § 2° — As concentragdes maximas admissiveis dos parimetros relativos as formas quimicas de nitrogénio e fésforo, nas condigdes de vazio de referéncia, poderdo ser alteradas em decorréncia de condigdes naturais, ou quando estudos ambientais especificos, que considerem também a poluigdo difusa, comprovem que esses novos limites no acarretario prejuizos para os usos previstos no enquadramento do corpo de agua. § 3° — Todas as alteragdes citadas nos §§ 1° € 2° deste artigo, baseadas nos estudos apresentados, devem ser analisadas pelo érgdo ambiental competente para subsidiar a tomada de decisdo. § 4° — Para aguas doces de classes 1 e 2, quando o nitrogénio for fator limitante para eutrofizagio, nas condigdes estabelecidas pelo érgio ambiental competente, a concentragdo de nitrogénio total, apés oxidagio, nao deverd ultrapassar 1,27 mg/L (miligrama por litro) para ambientes lénticos ¢ 2,18 mg/L(miligrama por litro) para ambientes léticos, na vazdo de referéneia. Art, 13 — © 6rgio ambiental competente poderd, mediante fundamentagao técnica, propor ao comité de bacia hidrogréfica para posterior deliberago pelo Conselho Estadual de Politica Ambiental — Copam — e Conselho Estadual de Recursos Hidricos de Minas Gerais - CERH-MG -, o acré e padrdes de qualidade, para um determinado corpo de imo de outras condigdes gua, tornando-os inclusive mais ou menos restritivos ou estabelecendo medid; adicionais, tendo em vista as condigdes locais § 1° — As fimdamentagGes téenicas levardo em consideragio a andlise da agua em corpos de agua de localidades no antropizadas na mesma formagio hidrogeolégica e pedolégica na mesma bacia hidrogrifica no ambito estadual, considerando a existéncia de sitios com anomalias naturais advindas de suas caracteristicas geolégicas e hidrogeolégica da regio. § 2° — Quando a vazio do corpo hidrico estiver abaixo da vazio de referéncia, © estabelecimento de restrigdes e de medidas adicionais deverdo ocorrer em carater excepcional e temporario, para o atendimento as especificidades sazonais e locais. Art. 14 — Nas aguas de classe especial deverdo ser mantidas as condigdes naturais do corpo de Agua. Art. 15 — As aguas doces de classe 1 observardio as seguintes condigées ¢ padrées: 1 — condigdes de qualidade dos ambientes aquaticos: serio consideradas as modificagdes em relagio ao(s) sitio(s) de referéneia, a serem detalhadas em regulamento especifico; I1—condigdes de qualidade de agua: a) biolégicas: 1 - coliformes termotolerantes: para 0 uso de recreagdo de contato primrio deverdo ser obedecidos os padres de qualidade de balneabilidade, previstos na Resolugio Conama n° 274, de 2000, sendo para os demais usos, nfo devera ser excedido o limite de 200 NMP (1imero mais provavel) por 100 mililitros em 80% (por cento) ou mais, de pelo menos 6 (seis) amostras, coletadas durante 0 periodo de 1 (um) ano, com frequéncia bimestral, a andlise de coliformes termotolerantes poderd ser determinada em substituigdo ao parametro E. coli observando o limite de 250 coliformes termotolerantes por 100 mililitros; 2—clorofila a: valor maximo 10 yg/L( micrograma por litro); 3 — densidade de cianobactérias: densidade maxima de 20.000 cel/mL( eélulas, por miligrama). No caso de uso para recreagdo de contato primério densidade maxima de 10,000 cel/fmL(células por miligrama), para densidades superiores a 20,000 ceVmL(células por miligrama), recomenda-se realizar a andlise das cianotoxinas saxitoxinas, microcistinas ¢ cilindrospermopsina no corpo de gua, observando-se os critérios estabelecidos pelo érgdo estadual ou federal competente ou, na auséncia deles, por instituigdes nacionais ou intemacionais de referéneia; 4 — niio verificagdo de efeito téxico agudo ¢ erdnico a organismos em amostras de agua e/ou sedimento, de acordo com os critérios a serem estabelecidos pelo Copam e CERH-MG; 3 — nio verific 10 de bioacumulago de elementos trago ¢ compostos orginicos na biota aquatica, de acordo com os critérios a serem estabelecidos pelo Copam e CERH-MG; 6 — nao verificagao de alteragdes no sistema endécrino de espécies da biota aquatica, de acordo com os critérios a serem estabelecidos pelo Copam e CERH-MG; ) materiais flutuantes, inclusive espumas nao naturais: virtualmente ausentes; ©) dleos e graxas: virtualmente ausentes; 4) substincias que comuniquem gosto ou odor: virtualmente ausentes; ¢) corantes provenientes de fontes antrépicas: virtualmente ausentes; irtualmente ausente ) residuos sdlidos objetaveis: 2) DBO 5 dias a 20°C (grau Celsius): até 3 mg/L (miligrama por Litro) 02; h) OD, em qualquer amostra: nao inferior a 6 mg/L (miligrama por Litro) 02; i) turbidez: até 40 UNT (Unidades Nefelométrica de Turbide7) 4) cor verdadeira: nivel de cor natural do corpo de agua em mg.P/L(miligrama de platina por Litro); k) pH: 6,0 a 9.0; 1) sélidos em suspensao totais: 50 mg/L(miligrama por Litro). III — padrdes fisico-quimicos de qualidade de Agua, conforme parimetros valores descritos no anexo I; IV ~ nas aguas doces onde ocorrer pesca ou cultivo de organismos, para fins de consumo intensivo, além dos padrdes estabelecidos no inciso III deste artigo, aplicam-se os seguintes padres em substituigio ou adicionalmente, conforme pardmetros e valores descritos no anexo II. Art. 16 — Aplicam-se as aguas doces de classe 2 as condigdes ¢ padrées da classe I previstos no artigo anterior, a excecaio do seguinte: I — nao sera permitida a presenca de corantes provenientes de fontes antropicas que ndo sejam removiveis por processo de coagulaga edimentagio e filtragiio convencionais; I1—condigdes de qualidade de égua a) biolégicas: 1 — coliformes termotolerantes: para uso de recreagio de contato primério deverd ser obedecida a Resolugio Conama n° 274, de 2000, sendo para os demais usos, néio deverd ser excedido o limite de 1.000 NMP (néimero mais provavel) por 100 mililitros em 80% ou mais de pelo menos 6 (seis) amostras coletadas durante o perfodo de 1 (um) ano, com frequéncia bimestral, a andlise de coliformes termotolerantes poderd ser determinada em substituigdo ao parimetro E. coli observando-se os mesmos limites; 2—clorofila a: até 30 g/L(micrograma por litro); 3 — densidad de cianobac jas: até 50.000 cel/mL( células por mililitro), no caso de uso para recreagdo de contato primario valor maximo 10,000 cel/mL( célula por mililitro), para valores superiores a 20.000 cel/mL (células por mililitro), recomenda-se realizar a andlise das cianotoxinas saxitoxinas, microcistinas e cilindrospermopsina no corpo de gua, observando-se os critérios estabelecidos pelo érgio estadual ou federal competente ou, na auséncia deles, por instituigdes nacionais ou internacionais de referéncia; ) cor verdadeira: até 75 mg PUL (miligrama de platina por Litro); c) turbidez: até 100 UNT (Unidades Nefelométrica de Turbidez); d) DBO 5 dias a 20°C: até 5 mg/L (miligrama por Litro) 02; e) OD, em qualquer amostra: nao inferior a S mg/L(miligrama por Litro) 02; f) s6lidos em suspensio totais: 100 mg/L(miligrama por Litro); 2) fésforo total: 1 —até 0,030 mg/L(miligrama por Litro), em ambientes lénticos; 2 — até 0,050 mg/L (miligrama por Litro), em ambientes intermediarios, com tempo de residéncia entre 2 e 40 dias, e tributirios diretos de ambientes [énticos. Art. 17 — As aguas doces de classe 3 observardo as seguintes condigdes e padrées: 1 ~ condigdes de qualidade dos ambientes aquaticos: serio consideradas as modificages em relagio ao(s) sitio(s) de referéncia, a serem detalhadas em regulamento especifico; Il—condigdes de qualidade de dgua: a) biolégicas: 1 — coliformes termotolerantes: para o uso de recreagdo de contato secundario no devera ser excedido o limite de 2.500 NMP (nimero mais provavel) por 100 mililitros em 80% ou mais de pelo menos 6 (seis) amostras, coletadas durante 0 periodo de 1 (um) ano, com frequéncia bimestral, a anélise de coliformes termotolerantes poderd ser determinada em substitui jo ao parametro E. coli de acordo com o limite de 2500 NMP por 100 ml, para dessedentagdo de animais criados confinados nao devera ser excedido o limite de 1.000 NMP por 100 mililitros em 80% ou mais de pelo menos 6 (seis) amostras, coletadas durante o periodo de 1 (um) ano, com frequéncia bimestral, para os demais usos, no deverd ser excedido o limite de 4,000 NMP por 100 mililitros em 80% ou mais de pelo menos 6 (seis) amostras coletadas durante © periodo de 1 (um) ano, com frequéneia bimestral, a andlise de coliformes termotolerantes poderd ser determinada em substituigio a0 pardmetro E. coli de acordo com os mesmos limites; 2~clorofila a: valor méximo 60 yg/L(micrograma por Litro); 3 —densidade de cianobactérias 100.000 cel/mL (eélula por mililitro); 4— densidade de cianobactérias para dessedentagdo de animais: os valores no deverdo exceder 50,000 cel/mL (eélula por mililitro); 5 - nao verifies io de efeito téxico agudo e crénico a organismos, em amostras de agua e/ou sedimento, de acordo com os critérios a serem estabelecidos pelo Copam e CERH-MG; 6 — possibilidade de detectar bioacumulagdo de elementos — trago e compostos orginicos na biota aquatica, de acordo com os critérios a serem estabelecidos pelo Copam e CERH-MG; 7 — possibilidade de verificagdo de alteragdes no sistema endécrino de espécies da biota aquatica, de acordo com os critérios a serem estabelecidos pelo Copam e CERH-MG. bb) materiais flutuantes, inclusive espumas no naturais: virtualmente ausentes; c) dleos ¢ graxas: virtualmente ausentes; 4) substincias que comuniquem gosto ou odor: virtualmente ausentes; e) nio serd permitida a presenga de corantes provenientes de fontes antrépicas que no sejam removiveis por proceso de coagulagio, sedimentagdo ¢ filtragio convencionais; £) residuos sélidos objetaveis: virtualmente ausentes; 2) DBO 5 dias a 20°C: até 10 mg/L(miligrama por mililitro) 02; h) OD, em qualquer amostra: nao inferior a 4 mg/L 02; i) turbidez: até 100 UNT; |) cor verdadeira: até 75 mg.PU/L; k) pH: 6,0 2 9,0; 1) sélidos em suspensao totais: 100 mg/L. III — padrées fisico-quimicos de qualidade de agua, conforme parametros ¢ valores descritos no anexo III. Art. 18 — As dguas doces de classe 4 observarao as seguintes condigdes e padres: 1 condigdes de qualidade dos ambientes aquaticos: sero consideradas as modificagdes em relagio ao(s) sitio(s) de referéncia, a serem detalhadas em regulamento especitico; II condigdes de qualidade de gua a) materiais flutuantes, inclusive espumas no naturais: virtualmente ausentes; b) odor e aspecto: nao objetiveis; ©) dleos e graxas: toleram-se iridescéncias; 4) substincias facilmente sedimentéveis que contribuam para o assoreamento de canais de navegagdo: virtualmente ausentes; €) fendis totais (substancias que reagem com 4-aminoantipirina): até 0,5 mg/L de COHSOH; g) OD, em qualquer amostra: nao inferior a 2 mg/L 02; h) pH: 6,0.a 9.0. CAPITULO IV DIRETRIZES AMBIENTAIS PARA O ENQUADRAMENTO Art. 19 — Os mecanismos ¢ critérios do enquadramento sero estabelecidos por deliberagao, especifica pelo CERH-MG, em conjunto com o Copam, sob a coordenagéio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentavel — Semad —, conforme determina o inciso X do art. 41 da Lei Estadual no 13.199/1999, § 1° — © enquadramento do corpo de agua ser definido pelos usos preponderantes mais restritivos da agua, atuais ou pretendidos. § 2° — Nas bacias hidrogrificas em que a condigdo de qualidade dos corpos de gua esteja em desacordo com os usos preponderantes atuais ou pretendidos, deverdo ser estabelecidas metas obrigatérias, intermediérias e finais, de melhoria da qualidade da agua c de condigdes de ambientes aquaticos para efetivagdo dos respectivos enquadramentos, excetuados nos pardmetros que excedam aos limites devido as condigdes naturai § 3° — As metas progressivas obrigatérias, intermediérias ¢ finais, deverdo ser atingidas observando-se a vazio de referéncia para outorga de direito de uso dos recursos hidricos. g4a— diferenga sazonal significativa, as metas progressivas obrigatorias poderao variar ao corpos de gua intermitentes ou com regime de vazio que apresente longo do ano. § 5° — No enquadramento dos corpos de agua, as metas obrigatérias progressivas, intermedidrias e final deverdo ser estabelecidas mediante definigio de pardmetros de qualidade, § 6° — Em corpos de gua utilizados por populagdes para o seu abastecimento, © enquadramento ¢ 0 licenciamento ambiental de atividades a montante preservario, obrigatoriamente, as condigées de consumo. Art, 20 —As ages de gestio referentes ao uso dos recursos hidricos, tais como a outorga de direito de uso dos recursos hidricos e cobranga pelo uso da 4 ua, ou referentes & gestio ambiental, como 0 licenciamento, o Termo de Ajustamento de Conduta— TAC — e 0 controle da poluigdo, deverdo basear-se nas metas progressivas, intermediarias ¢ final aprovadas pelo comité da bacia hidrogréfica, para a bacia, corpo hidrico, segmento ou trecho especificos e pelo CERH-MG por meio de deliberagio. CAPITULO V DAS CONDIGOES E PADROES DE LANGAMENTO DE EFLUENTES Seco I Das Disposigdes Gerais Art. 21 — Os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderio ser langados diretamente nos corpos de agua, apés o devido tratamento e desde que obedecam as condigdes, padrdes e exigéncias dispostos nesta deliberagdo normativa e em outras normas aplicaveis. Pardgrafo tnico — O érgio ambiental competente poderd, mediante fundamentagio técnica, a qualquer momento: 1 em vista as condigdes locais; \crescentar outras condigdes e padrées, ou tomé-los mais restritivos, tendo I — exigir do empreendedor a adocdo de tecnologias ambientalmente adequadas de tratamento dos efluentes, compativeis com as condigdes do respect 0 corpo de agua receptor, mediante fundamentagao técnica e econémica. Art, 22 — Para o langamento indireto de efluentes, a operadora responsdvel pelos sistemas de coleta e tratamento poderd estabelecer diretrizes para o efluente a ser recebido, devendo a operadora atender aos limites para o langamento direto de efluentes desta deliberago normativa. Parigrafo tinico — © empreendimento deverd atender aos limites e condigdes para o lancamento de efluentes dispostos nesta deliberag’o normativa, nos casos onde inexistir 0 servigo de tratamento de efluentes, Att. 23 — A disposig&o de efluentes no solo, mesmo tratados, nao esta sujeita aos parimetros ¢ padrdes de langamento dispostos nesta deliberag’o normativa, no podendo, todavia, causar poluig’o ou contaminagdo das Aguas. Art. 24 — E vedado o langamento ¢ a autorizagio de langamento de efluentes em desacordo com as condigdes e padrées estabelecidos nesta deliberagdo normativa. § 1° — Excepcionalmente © em cardter temporirio, © Sérgio ambiental competente podera, apés consulta ao respectivo comité de bacia hidrogrifica, autorizar o langamento de efluentes acima das condigdes ¢ padrdes estabelecidos no art, 32 desta deliberagdo normativa, desde que observados os seguintes requisitos: 1 comprovagio de relevante interesse piblico, devidamente motivado; I — atendimento ao enquadramento do corpo receptor e as_metas intermedisrias e finais, progressivas e obrigatérias; m- empreendedor responsivel pelo langamento; alizago de estudo ambiental tecnicamente adequado, as expensas do IV -estabelecimento de tratamento ¢ exigéneias para este langamento; V - fixagdo de prazo maximo para o langamento, prorrogivel a critério do érgio ambiental competente, enquanto durar a situago que justificou a excepcionalidade aos limites estabelecidos nesta deliberagio normativa; VI- estabelecimento de medidas que visem neutralizar os eventuais efeitos do langamento excepeional, § 2° Em casos emergenciais, a autorizagio de que trata o § 1° podera ser concedida sem a realizagao de prévia consulta ao comité de bacia hidrografica, que deve ser comunicado pelo érgio ambiental apés tomar as providéncias cabiveis. Art. 25 - © 6rgio ambiental competente deverd, subsidiado por diagnéstico sobre a capacidade de suporte de carga poluidora de determinado corpo de agua, por meio de norma especifica ou no licenciamento da atividade ou empreendimento, estabelecer a carga poluidora maxima para o langamento de substéncias passiveis de estarem presentes ou serem formadas nos processos produtivos, listadas ou no no art. 32 desta deliberagdo normativa, de modo a no comprometer as metas progressivas obrigatérias, intermedidrias e final, estabelecidas pelo enquadramento para o corpo de Agua. § 1° — No caso de empreendimento de significativo impacto, 0 érgio ambiental competente exigira, nos processos de licenciamento ou de sua renovaco, a apresentago de estudo de capacidade de suporte de carga do corpo receptor § 2° — estudo de capacidade de suporte deve considerar, no minimo, a diferenga entre os padres estabelecidos pela classe e as concentragées existentes no trecho desde a montante, estimando ou mensurando a concentragdo apés a zona de mistura § 3° — Sob pena de nulidade da licenga expedida, o empreendedor, no processo de licenciamento, informara ao érgio ambiental competente as substincias que poderdo estar contidas no seu efluente, entre aquelas previstas nesta deliberagio normativa para padrdes de qualidade de égua, § 4° -0 disposto nos §§1° e 3° deste artigo aplicam-se também As substincias no contempladas nesta deliberagdo normativa, exceto se o empreendedor comprovar que no dispunha de condigdes de saber da sua existéncia nos seus efluentes, Art. 26 — E vedado, o langamento dos Poluentes Orginicos Persistentes ~ POP —, observada a legislagdo em vigor. Art, 27 — Os efluentes no poderdo conferir ao corpo de Agua caracteristicas em desacordo com as metas obrigatérias progressivas, intermedirias e final, do seu enquadramento, § 1°— As metas obrigatérias serdo estabelecidas mediante pardimetros. § 2° — Para os pardimetros nao incluidos nas metas obrigatérias, os padrdes de qualidade a serem obedecidos so os que constam na classe na qual 0 corpo receptor estiver enquadrado, g3°- ser obedecidos os padrdes de qualidade da classe em que o corpo receptor estiver Na auséncia de metas intermediérias progressivas obrigatérias, devem enquadrado, observado o disposto no art. 47 desta deliberagdo normativa Art. 28 — No controle das condigdes de langamento ¢ vedada, para fins de diluigdo antes do seu langamento, a mistura de efluentes com aguas de melhor qualidade, tais como as aguas de abastecimento e de sistemas abertos de reftigeragio sem recirculagao, Art. 29 — Na hipétese de fonte de poluicao geradora de diferentes efluentes ou langamentos individualizados, os limites constantes nesta deliberago normativa aplicar-se-Zo a cada um deles ou ao conjunto apés a mistura, a critério do érgio ambiental competente. Art. 30 — Na: disposigdo de residuos domésticos, agropecudrios, de aquicultura, industriais e de iguas de classe especial é vedado o langamento de efluentes ou quaisquer outras fontes de poluigdo, mesmo que tratados. § 1° - Nas demais classes de agua, o langamento de efluentes deverd, simultaneamente: I II - nfo ocasionar a ultrapassagem das condigdes e padrdes de qualidade de atender as condiges e padrdes de langamento de efluentes; gua, estabelecidos para as respectivas classes, nas condigdes da vazdo de referéncia ou volume disponivel; I — atender a outras exigéncias aplicaveis, especialmente aquelas estabelecidas nos planos de recursos hidricos. § 2° — No corpo de agua em processo de recuperagdo, o langamento de efluentes observard as metas progressivas obrigatérias, intermediérias ¢ final Art. 31 - Na zona de mistura de efluentes, 0 drgio ambiental competente poderd autorizar, Ievando em conta o tipo de substéncia, valores em desacordo com os estabelecidos para a respectiva classe de enquadramento, desde que nio comprometam os usos previstos pata 0 corpo de agua. Parigrafo imico — A extensio e as concentragdes de substincias na zona de mistura deverdo ser objeto de estudo, nos termos determinados pelo drgio ambiental competente, as expensas do empreendedor responsivel pelo langamento dos efluentes. Art, 32 — Os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderdo ser langados, direta ou indiretamente, nos corpos de gua desde que obedegam as condigdes e padrdes previstos neste artigo, resguardadas outras exigéncias cabiveis, § 1°- 0 efluente no poder causar efeitos téxicos aos organismos aquiiticos no corpo receptor, de acordo com os critérios de toxicidade estabelecidos pelo drgdo ambiental competente, § 2° — Os critérios de toxicidade previstos no §1° deste artigo devem se basear em resultados de ensaios ecotoxicolégicos padronizados, utilizando organismos aquaticos, e realizados no efluente. § 3° — Nos corpos de agua em que as condigées e padres de qualidade previstos nesta deliberagdo normativa ndo incluam restrigdes de toxicidade a organismos aquiticos, no se aplicam os parégrafos anteriores deste artigo. § 4° — So condigées de langamento de efluentes: 1- pH: 5,0 9,0; II — temperatura: inferior a 40°C (graus Celsius), sendo que a variagio de temperatura do corpo receptor ndo deverd exceder a 3°C (graus Celsius) no limite da zona de mistura, desde que no comprometa os usos previstos para 0 corpo de agua; III - materiais sedimentaveis: até 1 mL/L (mililitro por Litro) em teste de uma hora em cone Imboff., para 0 langamento em lagos ¢ lagoas, cuja velocidade de circulagdo sejapraticamente nula, os materiais sedimentaveis deverdo. estar virtualmente ausentes; IV — regime de lancamento com vazdo maxima de até 1,5 vezes a vaziio média do periodo de atividade diria do agente poluidor, exceto nos casos permitidos pela autoridade competente; V —6leos e graxas: a) 6leos minerais: até 20 mg/L (miligrama por Litro); b) dleos vegetais ¢ gorduras animais: até 50 mg/L (miligrama por Litro). VI auséncia de materiais flutuantes VII— DBO 5 dias a 20°C (graus Celsius): até 60 mg/L ou: a) tratamento com eficiéncia de redugdo de DBO $ dias a 20°C (graus Celsius) em no minimo 75% (por cento)e média anual igual ou superior a 85%(por cento)para os sistemas de tratamento de lixiviados de aterros sanitérios; b) tratamento com eficiéneia de redugo de DBO $ dias a 20°C (graus Celsius) em no minimo 85% ¢ média anual igual ou superior a 90% (por cento) para os demais sistemas. VIII - demanda Quimica de Oxigénio — DQO: até 180 mg/L(miligrama por Litro) ou: a) se tratar de efluentes de industria téxtil, 0 padrdo sera de 250 mg/L (miligrama por Litro); b) se tratar de efluentes de fabricago de celulose Kraft branqueada, 0 padrdo sera de 15 kg (quilograma) de DQO/tonelada de celulose seca ao ar ({SA) para novas unidades ou ampliagio, Para as unidades existentes 0 padrdo seri de 20 kg de DQOitonelada de celulose seca ao ar ((SA), média didria, e 15 kg (quilograma) de DQO/tonelada de celulose seca ao ar (1SA), média anual; c) tratamento com eficiéncia de redugdo de DQO em no minimo 70%(por cento) ¢ média anual igual ou superior a 75% (por cento) para sistemas de lixiviados de aterros sanitérios municipais; 4) tratamento com eficiéncia de redugdo de DQO em no minimo 80% (por cento) e média anual igual ou superior a 85% (por cento) para os demais sistemas IX — substancias tensoativas que reagem com azul de metileno: até 2,0 mg/L (miligrama por Litro) de LAS, exceto para sistemas piiblicos de tratamento de esgotos sanit ios; X — sélidos em suspensio totais: até 100 mg/L (miligrama por Litto), sendo 150 mg/L (miligrama por Litro) nos casos de lagoas de estabiliza § 5° — Padrdes de langamento de efluentes, conforme parimetros e valores descritos no anexo IV. § 6° — Os efluentes oriundos de sistemas de disposigao final de residuos sélidos de qualquer origem devem atender as condigdes e padrdes definidos neste artigo. § 7° — Os efluentes oriundos de sistemas de tratamento de esgotos sanitirios devem atender as condigdes e padrées especificos definidos nesta deliberagio normativa Art. 33 — Além dos requisitos previstos nesta deliberagio normativa e em outras normas aplicdveis, os efluentes provenientes de servigos de satde e estabelecimentos nos quais haja despejos infectados com micro-organismos patogénicos s6 poderio ser langados apés tratamento especial. Art. 34 — Sem prejuizo do disposto no inciso I do pardgrafo tnico do art. 21 desta Deliberago Normativa, quando a vazio do corpo de Agua estiver abaixo da vazio de referéncia, 0 érgio ambiental competente poderd, mediante fundamentagio técnica, estabelecer restriges ¢ medidas adicionais, de cariter excepcional ¢ temporirio aos langamentos de efluentes que possam: I — acarretar efeitos téxicos agudos em organismos aquaticos no corpo receptor; IL inviabilizar o abastecimento das populagdes; ou II - comprometer os requisitos de qualidade dos usos & jusante. Art, 35 — Para o langamento de efluentes tratados no leito seco de corpos de gua intermitentes, o érgio ambiental competente podera definir condigdes especiais, ouvidos 0 érgio gestor de recursos hidricos © 0 respective comité de bacia hidrografica. Segao I Das Condigdes e Padres para Efluentes de Sistemas de Tratamento de Esgotos Sanitirios Art. 36 — Para o langamento direto de efluentes oriundos de sistemas de tratamento de esgotos sanitérios deverdo ser obedecidas as seguintes condigées © padrdes especificos, desde que no comprometa os usos previstos para 0 corpo de agua: I—condigdes de langamento de efluentes: a) pH: 5,0.a9,0; b) temperatura: inferior a 40°C (grau Cels , sendo que a variagdo de temperatura do corpo receptor nao deverd exceder a 3°C (grau Celsius) no limite da zona de mistura; ©) materiais sedimentaveis: até 1 mL/L(militro por Litro) em teste de uma hora em cone Imhoff, para o langamento em lagos e lagoas, cuja velocidade de circulagdo seja praticamente nula, os materiais sedimentiveis deverdo estar virtualmente ausentes; 4) DBO 5 dias a 20°C (grau Celsius): até 60 mg/L(miligrama por Litro) ou tratamento com eficiéncia de redugo de DBO 5 dias a 20°C (grau Celsius) em no minimo 60% (por cento) e média anual igual ou superior a 70% (por cento) para sistemas de esgotos sanitério: €) DQO: até 180 mg/L (miligrama por Litro) ou tratamento com eficiéncia de redugao de DQO em no minimo 55% (por cento) e média anual igual ou superior a 65% (por cento) para sistemas de esgotos sani rios; f) substincias soliveis em hexano (éleos ¢ graxas): até 100 mg/L (miligrama por Litro); g) materiais flutuantes e s6lidos grosseiros: virtualmente ausentes; h) nitrogénio amoniacal total: inferior a 20 mg/L (miligrama por Litro); {) s6lidos em suspensio totais: até 100 mg/L (miligrama por Litto), sendo 150 mg/L (miligrama por Litto) nos casos de lagoas de estabilizagio. § 1° — As condigdes e padrées de langamento relacionados no art, 32 desta deliberagdo normativa poderdo ser apliciveis aos sistemas de tratamento de esgotos sanitérios, a critério do érgio ambiental competente, em fungio das caracteristicas locais. § 2° — No caso de sistemas de tratamento de esgotos sanitirios que recebam lixiviados de aterros sanitirios, o érgdo ambiental competente deverd indicar quais os pardmetros do Anexo IV do §5° do art. 32 desta deliberagio normativa que deverdo ser atendidos e monitorados. § 3° — Para a determinago da eficiéncia de remogio de carga poluidora em termos de DBO 5 dias a 20°C (grau Celsius) para sistemas de tratamento com lagoas de estabilizagao, a amostra do efluente deverd ser filtrada § 4° Os sistemas de tratamento de esgotos sanitérios, j4 implantados e/ou licenciados antes da publicagdo desta DN, deverdo se adequar, para atendimento a0 limite de nitrogénio amoniacal total, nos prazos estabelecidos no Anexo V, 0s quais, sero contados a partir da data da publicagdo desta Deliberagdo Normativa, § 5° As solugées individuais de tratamento de esgoto sanitario, em areas ndo atendidas por rede publica de coleta ou em pequenos nicleos populacionais com vazio inferior a 0,5Vs ficam dispensadas do atendimento ao limite de langamento de nitrogénio amoniacal. Art, 37 - Os efluentes de sistemas de tratamento de esgotos sanitérios poderdo ser objeto de teste de ecotoxicidade no caso de interferéncia de efluentes com caracteristicas potencialmente téxicas ao corpo receptor, a critério do érgao ambiental competente § 1° — Os testes de ecotoxicidade em efluentes de sistemas de tratamento de esgotos sanitarios tém como objetivo subsidiar ages de gestdo da bacia hidrografica contribuinte aos referidos sistemas, indicando a necessidade de controle nas fontes geradoras de efluentes com caractei icas potencialmente t6xicas a0 corpo receptor. § 2° — As agdes de gestio serdo compartilhadas entre as empresas de saneamento, as fontes geradoras de efluentes ¢ o érgio ambiental competente, a partir da avaliagao criteriosa dos resultados obtidos no monitoramento, CAPITULO VI DIRETRIZES PARA GESTAO DE EFLUENTES Art. 38 — Os responsiveis pelas fontes poluidoras dos recursos hidricos, as suas expensas, deverdio realizar 0 automonitoramento para controle ¢ acompanhamento periédico dos efluentes langados nos corpos receptores, com base em amostragem representativa destes efluentes. § 1° — © Srgio ambiental competente poderd estabelecer critérios e procedimentos para a execugdo ¢ averiguagdo do automonitoramento de efluentes ¢ avaliago da qualidade do corpo receptor. § 2° — Para fontes de pequeno potencial poluidor, assim definidas pelo érgio ambiental competente, poder ser dispensado automonitoramento, mediante fundamentagio téenica, observado os padrdes de qualidade dos recursos hidricos, nos termos da legislagdo vigente. Art. 39 — As coletas de amostras e as anilises de efluentes liquidos ¢ em corpos hidricos devem ser realizadas de acordo com as normas especificas, sob responsabilidade de profissional legalmente habilitado, Art. 40 — Os ensaios deverio ser realizados por laboratérios obedecendo a Deliberagdo Normativa Copam n° 216, de 2017 § 1° = Os laboraté: implementado. s deverio ter sistema de controle de qualidade analitica § 2° — Os laudos analiticos referentes a ensaios laboratoriais de efluentes e de corpos receptores devem ser assinados por profissional legalmente habilitado. § 3° — Os limites de quantificagdo dos ensaios analiticos devem ser compativeis com os limites desta deliberago normativa. § 4° — Deverdo ser observadas as incertezas associadas aos métodos empregados nos ensaios analiticos, devendo estas estarem explicitas no laudo analitico. Art. 41 — As fontes potencial ou efetivamente poluidoras dos recursos hidricos deverdo buscar praticas de gestio de efluentes com vistas ao uso eficiente da égua, a aplicagdo de técnicas para redugdo da geragdo e melhoria da qualidade de efluentes gerados e, sempre que possivel e adequado, proceder & reutilizagao, Parigrafo tinico — No caso de efluentes cuja vazao original for reduzida pela pratica de reuso, ocasionando aumento de concentragdo de substincias presentes no efluente para valores em desacordo com as condigdes e padrées de langamento estabelecidos no Anexo IV desta deliberagio normativa, 0 6rgaéo ambiental competente podera estabelecer condigdes e padrées especificos de langamento, conforme previsto nos incisos II, III e TV do §1° do art. 24 desta deliberagao normativa. Art. 42 — O responsdvel por atividade ou empreendimento que langa diretamente ¢ indiretamente efluentes liquidos em corpos de gua e que esteja enquadrado nas classes 3, 4, $ ou 6 estabelecidas no art. 5° € no Anexo Unico da Deliberago Normativa Copam n° 217, de 06 de dezembro de 2017, deve apresentar a0 rgio ambiental, até o dia 31 de margo de cada ano, a Declaragio de Carga Poluidora — DCP referente ao ano civil anterior. §1° - ADCP a que se refere 0 caput & feita anualmente, ficando a cargo do Srgio ambiental competente, por meio de alos normativos especificos, definir a forma, 0 processo ¢ os demais pardmetros de cariter téenico ¢ administrative para entrega da declaragiio, § 2° — A ati natureza da disposigdo final, nao tenha langado efluentes direta ou indiretamente em lade ou empreendimento que, por qualquer motivo ou pela corpos de Agua, ficaré dispensada do envio da DCP, salvo em casos de acidentes ou langamentos excepcionais. § 3° — A desobrigago do envio da DCP estabelecida neste artigo ocorrerd, uma vez comprovada junto ao érgio ambiental competente, a cessagio permanente de langamento direto ou indireto de carga poluidora em corpos de gua. § 4° — O érgio ambiental competente disponibilizaré anualmente, em sitio eletrénico, informagaes sistematizadas das declaragées de carga poluidora, por, no minimo, circunscrigdo hidrografica. § 5° — Aplica-se o disposto no caput as atividades ou empreendimentos em operacdo, licenciados conforme classes 3, 4, 5 ou 6 da Deliberagio Normativa COPAM n? 74, de 9 de setembro de 2004, § 6° — O érgio ambiental competente, mediante justificativa tecnicamente fundamentada, poder solicitar a apresentagio da DCP aos empreendimentos enquadrados na isengio prevista no pargrafo 2° e 3° deste artigo. CAPITULO VII DISPOSIGOES FINAIS E TRANSITORIAS Art. 43 — Cabe aos érgdos ambientais competentes, quando necessério, definir os valores dos poluentes considerados virtualmente ausentes, através de norma regulamentadora complementar Art. 44 — No caso de abastecimento para consumo humano, sem prejuizo do disposto nesta deliberagdo normativa, deverdo ser observadas, as normas specifi as sobre qualidade da agua e padrdes de potabilidade. Art. 45 —A avaliacdo da qualidade dos ambientes aquiticos deverd ser adotada no prazo de trinta ¢ seis meses, a contar da data de publicagdo desta deliberagio normativa. Pardgrafo tinico ~ Durante este prazo o rgio ambiental competente deverd aplicar, em uma Area piloto, a metodologia ¢ critérios de caracterizagio e avaliagio ecologica de corpos de égua no monitoramento da qualidade dos ambientes aquiticos, conforme disposto no art, 6° desta deliberagio normativa, em interagio com 0 monitoramento qualitativo ¢ quantitativo das dguas. Art, 46 — Os métodos de coleta e de andlises de éguas sio os especificados em normas técnicas cientificamente reconhecidas, inclusive editadas por instituigdes publicas. Art. 47 - Enquanto na doces serio consideradas classe 2, exceto se as condigdes de qualidade atuais forem aprovados os respectivos enquadramentos, a: iguas melhores, 0 que determinard a aplicago da classe mais rigorosa correspondente. Art. 48 — O descarte continuo de agua de processo ou de produgio em areas cérsticas, e de langamento em solo seri objeto de deliberagio especifica, a ser publicada no prazo maximo de dois anos, a contar da data de publicagdo desta deliberagdo normativa. Art. 49 — Equipara-se a perito, o responsavel técnico que elabore estudos e pareceres apresentados aos érgios ambientais competentes. Art. 50 — © no cumprimento ao disposto nesta deliberagio normativa sujeitara os infratores, entre outras, as sangdes previstas na Lei Estadual no 7.772/1980, na Lei Estadual no 13.199/1999 e no Decreto Estadual no 47.383/2018. Parigrafo ‘ico — O érgio ambiental competente fiscalizara 0 cumprimento desta deliberago normativa, bem como, quando pertinente, a aplicagio das penalidades administrativas previstas nas legislagdes especificas, sem prejuizo do sancionamento penal ¢ da responsabilidade civil objetiva do poluidor. Art. $1 — Esta deliberagdo normativa devera ser revista no prazo maximo de cinco anos, a partir da publicagao. Art. 52 — Fica revogada a Deliberagdo Normativa Conjunta Copam/CERH- MG n? 01, de 5 de maio de 2008 Art, 53 — Esta deliberago normativa entra em vigor na data de sua publicagao. Belo Horizonte, 21 de novembro de 2022 Marilia Carvalho de Melo Presidente do Conselho Estadual de Politica Ambiental e de Minas Gerais do Conselho Estadual de Recursos Hidricos Anexo I (a que se refere ao inciso III do art. 15) TABELA- Classe 1 - AGUAS DOCES PADROES, lparametros Valor maximo ISélidos dissolvides totais 500 mg/L lPardmetros inorganicos Valor maximo [Aluminio dissolvido OAme/LAl [Antiménio 0,005me/t Sb [Arsénio total (0,01 mg/LAS lBario total 0,7 mg/L Ba lBerfio total 0,04 me/LBe Boro total 0.5 mg/L 8 Icdmio total 0,001 mg/L Cd [chumbo total 0,01meg/L Pb [cianeto livre (0,005 mg/L CN [Cloreto total 250,0 mg/l Cl ee residual total (combinado + anngha [Cobalto total 0,05 mg/L Co [Cobre dissolvide 0,009 mg/L Cu [cromo total (005 me/t Cr Ferro dissolvido: 0,3 ma/l Fe Fluoreto total 1,4 me/LF, [Fésforo total (ambiente léntico) (0,020 mg/L P |Fésforo total (ambiente intermedidrio,| 0,025 mg/LP. Icom tempo de residéncia entre 2 € 40, dias, e tributarios diretos de lambientes lénticos) IFésforo total (ambiente lético e tributarios de ambientes O.1 mg/L? lintermediarios) Litio total 2,5 mg/L ti [Manganés total O.1 mg/L Mn IMerctrio total 0,0002 mg/L He INiquel total (0,025 mg/L Ni INitrato 30,0 mg/LN INitrito 1,0 mg/L INitrogénio amoniacal total 3,7 ma/LN, para pHE 7,52,0 mg/LN, para 7,5 < pH E80 1,0 mg/LN, para 8,0 8.5 rata total (0,01 mg/L Ag. Sclénio total (0,01 mg/l Se sulfato total 250 mg/L SO4 Sulfeto (H2S nao dissociado) (0,002 mg/L S| lUranio total 0,02 mg/L U [vanddio total OA mg/L. izinco total 0,18 mg/L Zn lPardmetros Organico Valor Maximo [Acritamida 015 wall [Alacloro 20ue/t [Aldrin + Dieldrin 0,005 we/t [atrazina 2 pelt laenzeno (0,005 mg/t [Benzidina 0,001 we/t [Benzofa)antraceno 0,05 pel [Benzofa)pireno 0,05 we/L [Benzo(b}fluoranteno 0,05 wet [Benzo(kjfluoranteno 0,05 pg/L [carbaril 0,02 pg/L [Clordano (cis + trans) 0,04 g/L [2-Clorafenal 0.1 ue/L [criseno 0,05 wel aD 4,0 pe/t [Demeton (Demeton-0 + Demeton-5) Ont pelt lDibenzola,hjantraceno 0,05 wel l1,2-Dicloroetano 0,01 mg/L ly,1-Dicloroeteno (0,003 mg/L L2,4-Diclorofenol 0.3 ug/L [Diciorometano 0,02 mg/L [DDT (p,p"-DDT + p,p'-DDE + p,p-000) 0,002 ne/t [Dodecacloro pentaciclodecano 0,001 we/t [Endossulfan (a +8 + sulfato) 0,056 ue/t lEndrin 0,004 ng/L lEstireno (0,02 mg/L [Etilbenzeno 90,0 ng/L IFendis totais (substancias que reagem 0,003 mg/L C6HSOH Jcom 4-aminoantiairina) 1008 ma |Glifosato 65 ue/L [Gution 0,005 waht lHeptacloroepérido + Heptacloro 0,01 us/t |Hexaclorobenzeno 0,0065 we /L indeno(t.2,38,5 Prata total 0,05 me/ Ag Selénio total 0,05 mg/l Se Sulato total 250 mg/L S08 Sulfeto (como H2S nfo dissociado) 0.3 mg/L |Uranio total 0,02 mg/LU [vandalo total On me/LV zinco total Simg/tzn arametros orginicos Valor maximo JAldrin + Dieldrin 0,03 pa/t [Atrazina 2e/t |Benzeno 0,005 mg/L |Benzo(a)pireno 0,7 pe/t carbaril 70.0 weit Clordano (s+ trans) O3 vall |2,4-D 30,0 ne/L JDDT (p,p'-DDT + p,p’-DDE + p,p’-DDD) 1,0 pg/L [Derneton (Dematon-O + Demeton S) 140 ug/L h.2:Dieloroetano 0,01 me/t 1,1-Dicloroeteno 30 pe/L |Dodecacloro Pentaciclodecano 0,001 pe/L |Endossulfan (a + b + sulfato) 0,22 pe/L JEndrin 0,2 pe/L Fendis totais (substincias que reagem Jcom 4-aminoantipirina) 0,01 mg/L C6HSOH |Glifosato 280 ug/L |Gution 0,005 pe/L lHeptacloro epdrido + Heptacloro 0,03 ug/ indano (@-HcH) 2.0 alt |Malation 100,0 ye /L |Metoxicloro 20,0 we/L aration 35,0 ug/L |PCBs - Bifenilaspolicloradas 0,001 pe/L Rentaclorofeno! 0,008 ma/t Bubstncs tenses ae 827-9] Deng Us 12,4,5-T 2,0 pe/L fetracioreto de carbono 0,003 me/t Hetracloroeteno (0,01 me/t ffoxafeno 021 g/t ase 10,0 ng/L [Tributilestanho 2,0 pg/t TBT Hricloroeteno 0,03 mg/t L2,4.6-Triclorofenol (0,01 mg/t Anexo IV (a que se refere ao § 5° do art. TTABELA IV - LANCAMENTO DE EFLUENTES PADROES PARAMETROS INORGANICOS VALOR MAXIMO [arsénio total 0,2 mg/l As Bario total 5,0 mg/l Ba Boro total 5,0 mg/L B [cédmio total oa mg/L cd [chumbo total 0. mg/L Pb [ianeto total 1,0 mg/L CN [Cianeto livre (destilavel por dcidos fracos) 0.2 mg/L CN Cobre dissoivido 1,0 mg/L Cu [cromo hexavalente OA me/Lcr+6 [cromo trivalente 1,0 mg/L cr+3 [Estanho total 4,0 mg/L Sn Ferro dissolvido 15,0 mg/l Fe [Fluoreto total 10,0 mg/L F [Manganés dissolvido 1,0 mg/L Ma IMercario total 0,01 mg/L Hg [Niguel total 1,0 mg/L Ni INitrogénio amoniacal total 20,0 mg/L rata total O.1 me/L Ag. Sel@nio total (0,30 mg/L Se_ sulfeto 1,0 mg/L izinco total 5,0 mg/L zn) A A VALOR lPARAMETROS ORGANICOS wan lbenzeno 12 mg/L [Cloroférmio LOmg/t Peeroeteno (somatério de 11+ 1,2 cis +1,2 Loma IFendis totais (substancias que reagem com 4- 0,5 mg/ laminoantipirina) C6HSOH [Tetracloreto de carbono 10 mg/t Hricloroeteno 1,0 mg/t folueno: 1,2 mg/t hileno 1,6 mg/L Estireno 0,07 mg/t lEtibenzeno 0.84 mg/L Anexo V (a que se refere a0 § 4° do art. 36) Prazos para adequacio de sistemas de tratamento de esgotamento sanitarios Capacidade Instalada (Ci) Prazo €1> 1001/5 Banos 50 < CIs 1001/5, 6 anos c1s50Us Tanos 19] .e1 ne 21.972, Dé 21 DE JANEIRO DE 2016 (21 pecaero we 46.959. D£23 nF Feveneino DE 2016 Bl Loin? 13.109, de 29 de janeiro de 1999 14] pecaeto No 48.209, DE 18 DE JUNHO DE 2021 15] pecreto n® 41,578,.de 08 de marco de 2001,

You might also like