You are on page 1of 9
Cigncia Animal, v.32, n.3, p.01-08, jul/set., 2022. LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA: AVALIACAO, DE HEMOGRAMA E MIELOGRAMA (Canine Visceral Leishmaniasis: Evaluation of the complete blood count and myelogram)) Samuel Monteiro JORGE"; Sheyla Xavier de SOUSA; Marcio Eduardo de Melo BENVENUTTI; Gilzane Dantas NOBREGA; Antonio Fernando de Melo VAZ; Adriano Fernandes FERREIRA Laboratorio de Patologia Clinica Veterinaria do Hospital Veterindrio da Universidade Federal cde Campina Grande (UECG). Av Universitiria, sn, Santa Cecilia, Patos/PB. CEP: $8.708-110, *E-mail: samuelm,jorge@gmail.com RESUMO A leishmaniose visceral (LV) é uma enfermidade erénica, multissistémica e comum, que afeta 0s cdes © pode apresentar alteragdes em diversos exames laboratoriais, inclusive no hemograma e mielograma, Desse modo, 0 objetivo deste trabalho foi deserever e avaliar as alteragSes no hemograma e mielograma de seis c¥es positives para leishmaniose atendidos no Hospital Universitério Ivan Macedo Tabosa da Universidade Federal de Campina Grande. Os diagnésticos foram confirmados através da observacdo das formas amastigotas de Leishmania sp em aspirados de medula 63sea. No hemograma, a maior parte dos animais apresentou anemia, ‘trombocitopenia e leucocitose com neutrofilia. Além disso, dois animais apresentaram leucopenia. No ‘miclograma, a maioria dos animais apresentou hiperplasia granulocitica e megacariocitica, além de hipoplasia eritroide. Conclui-se que a realizacao de exames laboratoriais, como hemograma e mielograma, em animais suspeitos de LV ¢ importante para o acompanhamento do quadro clinico do paciente e para a selegao de medidas terapénticas a serem adotadas, 0 que pode refletr positivamente no prognéstico. Palavras-ehave: Hematopatologia, doengas infecciosas, clinica médica veterindria ABSTRACT Visceral leishmaniasis (VL) is a chrontc, multisystemic, and common disease that affects dogs and dat can resent changes in several laboratory tests, including Blood count and myelogram. Thus, this work aimed 10 describe and evaluate changes in the blood coun and myelogram of six dogs positive for leishmaniasis reated ‘at the Veterinary Hospital Ivan Macedo Tabosa of the Federal University af Campina Grande. The diagnoses were confirmed by observing the amastigate forms af Leishmania sp in bone marrow aspirates. In the blood count, most animals presented anemia, thrombocytopenia, and leukocytosis with neutrophilia, Besides, two animals had leukopenia. In the myelogram, most animals presented granulocytic and megakaryocytic Inperplasia, in addition to erythroid hypoplasia. It is concluded that the performence af laboratory tests, such as ood count and myelogram, in animals suspected of VL is important for monitoring the pattem's clinical condition amd for selecting the therapeutic measures to be used, which can reflect positively on the prognosis. Keyswords: Hematopathology, infectious diseases, veterinary medical clini INTRODUCAO As leishmanioses sio enfermidades parasitarias de cariter erdnico, causadas por protozoarios do género Leishmania e transmitidas por artropodes do género Phleoboromus em varias partes do mundo, No Brasil, porém, o principal vetor da enfermidade ¢ do género Lutzomya (JERICO et al., 2015). A leishmaniose visceral tem distribuicao mundial, sendo vasta nas zonas urbana e rural das regides brasileiras, exceto na Regiao Sul, tendo o Nordeste registrado 70% dos casos dessa enfermidade no pais (PASANISI, 2020). A transmissio da Recebido: mar./2021. Cigncia Animal, v.32, n.3, p.01-08, jul/set., 2022. doenga ocorre através do repasto sanguineo de fémeas de flebotomineos contaminadas com as formas promastigotas do protozoario (RIBEIRO ef al., 2019). Os sinais clinicos observados dependem da resposta imunolégica dos animais infectados (GREENE, 2016). Os animais infectados podem apresentar perda de peso, anorexia, onicogrifose e linfadenomegalia, ou ser assintomaticos (SILVA er al., 2017). © diagnéstico dessa enfermidade pode ser feito através de métodos como ELISA, PCR, e pesquisa direta do parasita através das pungdes de linfonodo e medula ossea (MEGID et al., 2020). Os achados hematoligicos so variéveis, como leucopenia ou leucocitose, anemia arregenerativa e rouleaux eritrocitirio (GREENE, 2016). No que tange as alteragdes medulares, pode ocorrer variabilidade, a depender da fase da infeccao e resposta do animal, podendo ser observadas hipoplasia ou aplasia eritroide, hiperplasia granulocitica e hipoplasia megacariocitica (MOMO et al., 2014; JORGE et al., 2020). Desse modo, objetivou-se, com este trabalho, relatar seis casos de cies positivos para leishmaniose visceral e avaliar as caracteristicas, observadas no hemograma e mielograma esses pacientes, com relevancia clinica. MATERIAL E METODOS Animais selecionados para o estudo Os seis animais selecionados para o estudo (identificados como Al, A2, A3, Ad, AS € A6) foram atendidos na Clinica de Pequenos Animais do Hospital Veterindrio Ivon Macédo Tabosa da Universidade Federal de Campina Grande (HVUIMT —~ UFCG) e, para tanto, considerou-se apenas aqueles nos quais foram observadas formas amastigotas de Leishmania sp. Coleta e processamento da medula éssea A coleta de medula foi realizada através de uma agulha 18G acoplada a uma seringa de 10mL com Acido Etilenodiamino Tetra-Acético (EDTA — 10% p/v) como anticoagulante. Os animais foram posicionados em decibito dorsal e a agulha foi inserida no manibrio esternal, com posterior realizag&io de pressio negativa. A amostra de cada animal foi encaminhada para o Laboratorio de Patologia Clinica Veterinaria da Universidade Federal de Campina Grande (LPCV - UFCG), onde foram confeccionados quatro esfregacos realizando squash, 08 quais foram corados com corante do tipo pandtico rapido. As laminas foram analisadas utilizando microscopia éptica. Coleta e processamento do hemograma Para a realizagio do hemograma, o sangue de cada animal foi coletado por venopuncio jugular, com uma agulha 22G acoplada a uma seringa de 3,0mL, e 0 volume foi distribuido em um tubo contendo EDTA. Para a anilise do sangue com anticoagulante, a amostra foi submetida ao analisador hematol6gico veterinario (PocH — 100iV Diff). Em seguida, uma lamina de esfregaco sanguinea foi corada com panético ripido e analisada em microscopia dptica. Além disso, foi realizada a contagem de reticulécitos utilizando o sangue contendo EDTA. Uma aliquota da amostra foi misturada com trés partes de azul cresil Recebido: mar./2021. Cigncia Animal, v.32, n.3, p.01-08, jul/set., 2022. brilhante e encubada em banho-maria a 37 °C por 15 minutos. Por fim, os reticulécitos foram contados utilizando a objetiva de maior aumento na microscopia éptica (STOCKHAM e SCOTT, 2011). Anilise Estatistica Os resultados, obtidos no estudo, foram tabelados, através do programa Microsoft Excel®, para posterior realizagao de anslise descritiva dos dados. RESULTADOS E DISCUSSAO Os animais analisados apresentaram sinais clinicos de pacientes com leishmaniose visceral (ETTINGER et ail, 2017). Os ciies exam oriundos da cidade de Patos, onde hé uma prevaléncia de 11,3%, sendo mais alta se comparada a prevaléncia de 5,9% em Joao Pessoa, 3,9% em Campina Grande e 0,7% em Salvador (RIBEIRO et al, 2016: ALVES et al,, 2018). ‘Ao analisar os hemogramas ¢ miclogramas dos animais, conforme 0 que se apresenta nas Tabs. 01, 02 e 03, verifica-se que o animal | apresentou, em seu hemograma, uma anemia arregenerativa normocitica normocrémica com discreta anisocitose, trombocitopenia ¢ 33% de monécitos ativados. Quanto ao mielograma, neste 0 paciente apresentouhiperplasia granulocitica, ¢ hipoplasia eritroide € megacariocitica. Sabe-se que a hiperplasia eritroide ineficiente, que pode ocorrer em algumas doengas como a leishmaniose, leva a formacdo de processos autoimmunes contra as células mais maduras da linhagem eritroide, como os metarrubricitos e os reticulécitos (HARVEY, 2011). Ao analisar o hemograma do animal 2, verifica-se que este apresentou uma anemia arregenerativa normocitica normocrémica com rouleaux eritrocitirio e trombocitopenia com plaquetas gigantes. No mielograma, observou-se hiperplasia granulocitica e megacariocitica, e hipoplasia eritroide. No caso do animal 3, observou-se no hemograma, uma anemia arregenerativa microcitica normocrémica com discreta anisocitose ¢ rouleaux eritrocitério, leucocitose com neutrofilia e linfopenia, e trombocitopenia; ja 0 miclograma apresentou uma hiperplasia granulocitica e hipoplasia eritroide. © animal 4 apresentou, no hemograma, anemia arregenerativa normocitica normocrémica com 2% de metarrubricitos, discreta anisocitose e policromasia, trombocitopenia com plaquetas gigantes; jd em seu mielograma apresentou uma hipoplasia critroide c hiperplasia megacariocitica e granulocitica. Uma anemia arregenerativa normocitica normocrémica com 1% de metarrubricitos e rouleaux eritrocitario, e leucopenia com 30% de neutréfilos téxicos foram observadas no hemograma do animal 5. Em seu miclograma, constatou-se uma hipoplasia eritroide hiperplasia granulocitica Por fim, 0 animal 6 apresentou um quadro de pancitopenia com 40% de neutréfilos toxicos e 14% de linfécitos reativos no hemograma e, no seu mielograma, foi observada uma hipoplasia medular. Todos os animais do estudo apresentaram anemia arregenerativa. Essa é uma caracteristica comum em pelo menos 50% dos casos de leishmaniose canina (NASCIMENTO et al., 2021). Segundo Thral e¢ af. (2012) € Weiss et al, (2019), cerea de 40% de todas as Recebido: mar./2021. Cigncia Animal, v.32, n.3, p.01-08, jul/set., 2022. anemias so causadas por doencas inflamatérias crdnicas e esse tipo de anemia geralmente presenta hemécias normociticas ou microciticas e normocrdmicas ou hipoerdmicas, fato este observado nos seis animais avaliados. Tabela 01: Resultado do hemograma dos seis ces positivos para leishmaniose visceral atendidos no Hospital Veterinario da UFCG. Caso VR* 1 2 3 4 6 Mie o4-i1 | 03 | 06 04 1 08 Pro 1 13 2 18 2 1 Miel 31-61 | 56 | 58 62 46 4 Met 53-88 | 6 68 82 14 35 Bast w7-72| 3 | 32 | 14 | 16 | 128 | 128 Neut 138-242 | 133 | 1s | 236 | 242 | 468 | 14s Fos 18-36 | 13 | 92 14 28 34) 4S Bas 0-08 ° ° ° ° o ° Rub 02-11 | 03 o os 06 0 045 Pror 0.9 1 06 14 1 12 1 RubB 37-100 | 13 | 26 28 48 5 4 Rube 1ss-251 | 186 | 96 4 5 46 2 MetR 92-164 | 213 | 78 78 | 106 | 64 | 85 RME 09-176 | 07 | 25 33 aa | 16 Lint 17-49 | 23 | 56 2 58 Plas 06-24 | 43 | 13 22 2 158 Mon 04-20 | 4 5 12 2 % 2 Mae 0-04 1 2 1 22 | 25 10 VCR Ar o-1s | 03 | 04 06 os | 04 | 06 Meg 50-100! | 2-a’e | 15-20 | 14- 16/e | 16-19% | 8-10/e | O-We Valor de referéncia (Harvey, 2012). e: células por campo; Mie: mieloblasto; Pro-promielbecito; Miel: mielécito: Met: metamielécito; Bast: bastdo; Neut: neutrdfilo; Eos: eosinéfilo; Bas: bas6filo; Rub: rubriblastos; Pror. prostubricito; RubB: rubricito basofilico: RubP: rubricito policromatofilico: MetR: metarrubricito; RME: relagio mieloide:eritroide; Linf: linfonodo; Plas: plasmécito; Mon: monécito; Mac: macréfago; VRC: Valores de reticuldcitos comrigidos; Ar: anemia artegenerativa; Meg: megacariocito. Essa anemia pode ocorrer por trés mecanismos diferentes, como: a supressiio de ferro; a diminuigio da produgio e resisténcia a eritropoetina; ¢ a diminuigaio do tempo de vida das hemicias. Esses mecanismos so mediados por citocinas pré-inflamatorias (interleucina- 1) ¢ pelo fator de necrose tumoral alfa (WEISS ef al., 2019). Nos animais 2, 3, ¢ 5, foi observado rouleaux eritrocitario que pode ter sido formado devido ao proceso inflamatério erénico que ocorreu nesses cies (VALENCIANO et al., 2014). Esse processo inflamatério também pode explicar a rubricitose inapropriada observada nos pacientes 4, 5 e 6 (STOCKHAM e SCOTT, 2011). Recebido: mar./2021. Cigncia Animal, v.32, 1.3, p.01-08, jul/set., 2022. Tabela 02: Resultado do eritrograma e plaquetograma dos seis cdes positives para leishmaniose visceral atendidos no Hospital Veterinirio da UFCG He 9 ~ 2) | CHEM Pla cco | Hb GAL) | HE(%) | VEM Gum) | CHEM (%) | tos) 55.85 | 12-18 | 37-58 60-77 32-36 | 200-500 1) 472 1d 30,8 65.3 36 58 2) 199 5 14s 29 345 192 3) 449 88 259 S17 a4 176 4 | 235 54 16 68,1 33,8 130 s | 2,22 49 143 oa 34,3 260 6 | 269 58 179 678 32,4 2» Hie = hemacias; Hb = hemoglobina; Hit = hematocrito; Pla = plaquetas. Valor de referéncia (WEIS: © WARDROP, 2010), Tabela 03: Resultado do leucograma dos seis ces positivos para leishmaniose visceral atendidos no Hospital Veterinario da UFCG. Teue See Lin Eos Mon Go'evut) | aonb ceo | cre uy x10" ut) 60-170 core dio soe | rovaose, | ES-35 (03-10%) 4 1037(91%) | $70(5%) 114.0%) 342 (3%) 127 9,14 (72%) | 1524(12%) | 1397 (11%) 635 (5%) 20,1 708 (85%) | 1407(7%) | 402 1206 (6%) 94 684 (69%) | 1128(12%) | 376(4%) 1410 (15%) 49 450(02%) | 491%) 49(1%%) 294 (6%) 14 1414 62%) | 196 (14%) 56 (4%) ° Leue = leucécitos totais; Seg = neutrofilos segmentados; Lin = linfocitos; Eos = eosinéfilos; Mon = monécitos. Valor de referéncia (Weiss € Wardrop, 2010) A discreta leucocitose com neutrofilia observada no animal 3 pode ter ocorrido devido a um processo inflamatério crénico, bem como nos animais 1, 2, 4 e 5, que podem ter apresentado uma hiperplasia granulocitica que atendeu as demandas teciduais por células inflamatérias, conforme afirmam WEISS e WARDROP (2010). Contudo, 0 animal 6 apresentou uma leucopenia que pode ter ocorrido devido 4 diminuigdo do aporte medular frente ais necessidades exigidas pelo quadro clinico do animal (THRAL er al., 2012). O paciente 1 apresentou 33% de monécitos ativados que podem ser observados em infecgdes Recebido: mar./2021. Cigncia Animal, v.32, n.3, p.01-08, jul/set., 2022. sistémicas de pacientes com histoplasmose, erliquiose e leishmaniose (STOCKHAM e SCOTT, 2011), Por fim, 0 paciente 5 e 6 apresentaram neutrofilos t6xicos, 0 que pode representar uma aceleragio da neutropoiese para atender as demandas teciduais por essas células inflamatérias, enquanto a presenca da reatividade dos linfécitos, segundo WEISS e WARDROP (2010), pode significar um estimulo de uma resposta humoral, devido ao processo inflamatério presente, o que foi observado no animal 6 A trombocitopenia observada em quase todos os animais, com excegao do animal 4, pode ser devido ao fato de que as plaquetas podem ser consumidas durante o proceso inflamatério, ter o seu tempo de vida diminuido ou softer sequestro esplénico (STOCKHAM e SCOTT, 2011; MARGRAF e ZABROCK, 2019). Os pacientes 2 e 4 apresentaram plaquetas gigantes, o que pode significar, segundo Valenciano ef al. (2014), um processo de aceleragio na produgio de plaquetas na medula éssea, Ha outros trabalhos relatando tanto a trombocitopenia quanto a anemia como caracteristicas comuns em pacientes com leishmaniose visceral (MEDEIROS et a/., 2008; NASCIMENTO et al., 2021). As alteragdes observadas nos hemogramas dos seis animais sio os reflexos das ages do processo inflamatorio na medula éssea desses pacientes. A hipoplasia eritroide associada hiperplasia granulocitica geralmente ocorre em pacientes com processos_inflamatérios crdnicos (HARVEY, 2012). Esse padrao medular é comum tanto em caes quanto em humanos com leishmaniose, contudo, dependendo do tipo de citocinas inflamatérias envolvidas, ele pode variar (VARMA e NASEEM, 2010; ABDIN ef al, 2018; PALTRINERI ef al, 2018). Outras doengas, além da leishmaniose visceral, de carter cronico, podem levar a esse tipo de padrio medular, como micobacterioses sistémicas e doencas imunomediadas, como lipus e sindromes paraneoplisicas (BARGER e MeNILL, 2017). Os animais 2, 3 e 4 apresentaram hiperplasia megacariocitica; enquanto os animais 1 € 6 apresentaram hipoplasia megacariocitica. Essas alteragoes na série megacariocitica podem ocorrer devido aos estimulos da trombopoetina, que podem ser varidveis em casos de processos inflamatérios (LUPIA ef al, 2012). Com excegio dos animais 3 ¢ 5, os demais apresentaram uma plasmocitose medular. © aumento no mimero de macrfagos foi observado em quase todos os animais, com excegio do animal 3. A plasmocitose medular pode ocorrer devido a processos inflamatérios crénicos causados por agentes infecciosos, como Erlichia sp e Leishmania sp, e processos neoplisicos, dentre eles 0 mieloma multiple (WEISS e WARDROP, 2010). A presenga das formas amastigotas do protozodrio pode explicar 0 aumento no niimero de macréfagos na medula 6ssea de todos 0s animais e a monocitose, com excecio do animal 3, e essa caracteristica ajuda a descartar outras possibilidades de aumento desse tipo celular associadas com sarcoma hemofagocitico histiocitico, doengas autoimunes e outros agentes infecciosos, como Babesia sp ¢ Brlichia sp (HARVEY, 2011). CONCLUSOES A leishmaniose visceral é uma doenga comum nos caes em todo o mundo. Uma avaliagao do hemograma e mielograma do paciente, associada a outros exames laboratoriais, Recebido: mar./2021. Cigncia Animal, v.32, 1.3, p.01-08, jul/set., 2022. sorologicos e de imagem possibilita um melhor entendimento do quadro clinico e a instituigdio a terapéutica adequada, o que repercutira positivamente no seu prognéstico. REFERENCIAS ABEDIN, B.M; HAMMAMI, A.) STAGER, S.; HEINONE, K.M. Infection-adapted emergency hematopoiesis promotes visceral leishmaniasis. PlosOne, v.13, n.8, p.1-26, 2017. ALVES, T.W.B.; PONTES, E.D.S;, BARBOSA, V.A. Soroprevaléncia da leishmaniose visceral ¢ canina em Cuité-PB. American Jounal of Medicine and Health, v.1, 0.7, p.1-6, 2018. BARGER, A.M.; MACNEILL, A.L. Small animals cytologic diagnosis. 1° ed., Nova York: Taylor & Francis Group, 2018. 920p. ETTINGER, 8.J.; FELDMAN, C.E.; COTE, E. Textbook of Veterinary Intemal Medicine. 8° ed., Missouri: Elsevier, 2017. 5875p. GREENE, C.G. Infectious disease of the dog and cat. 4* ed., Missouri: Saunders, 2016, 1383p. HARVEY, JW. Veterinary Hematology: A Diagnostic Guide. 2* ed., Elsevier Saunders: Missouri, 2012, 367p. JERICO, M.M.; ANDRADE NETO, J.P; KOGIKA, M.M. Tratado de Medi Ches e Gatos. 1° ed., Rio de Janeiro: Guanabara Kogan, 2015. 7047p. JORGE, S.M.; ROMANO, T.P.F.; BENVENUTTI, M.E.M.; NOBREGA, G.D.; TOLEDO, GN. VAZ, AFM. Abordagem clinica e laboratorial de um c&o com hipoplasia eritroide & hiperplasia granulocitica associado 4 leishmaniose visceral. Ciéncia Animal, v.30, n.2, p.130- 137, 2020. ia Interna de LUPIA, E.; GOFFI, A.; BOSCO, 0.; MONTRUCCHIO, G. Thrombopoietin as biomarker and mediator of cardiovascular damage in critical disease. Mediators of inflammation, v.12, nl, p.l-12, 2012. MARGRAF, A.; ZARBOCK, A. Platelets in inflammation and resolution. The Journal of Immunology, v.203, n.9, p.2357-2367, 2019. MEDEIROS, C.M.O.; MELO, A.G.C.; LIMA, A.K.F.; SILVA, LN.G.; OLIVEIRA, LC; COSTA e SILVA, M. Perfil hematoldgico de ces com leishmaniose visceral no municipio de Fortaleza, Ceard. Ciéncia Animal, v.18, n.1, p.43-50, 2008. MEGID, J.; RIBEIRO, M.G.; PAES, A.C.; Doengas infecciosas em animais de produgao e de compainha. ’ed., Roca: Rio de Janeiro, 2020, 1272p. MOMO, C.; JACINTHO, A.P.P.; MOREIRA, P.R.R; MUNARI, D.P.; MACHADO, G.F.; VASCONCELOS, R.O. Morphological changes in the bone marrow of the dogs with visceral leishmaniasis. Veterinary Medicine International, v.14, n.1, p.L-5, 2014. Recebido: mar./2021. Cigncia Animal, v.32, 1.3, p.01-08, jul/set., 2022. NASCIMENTO, J. Pubvet, v.15, p.l-5, 2021 ; SILVA, B.G.; SANTOS, C.M.; HALVERSON, M.M. Sanguineo. PALTRINIERI, S.; GRANDONI, L.; ROURA, X.; ZATELLI, A.; ZINI, E. Laboratory tests for diagnosing and monitoring canine leishmaniasis. Veterinary Clinical Pathology, v.45, n.4, p.552-578, 2016 PASANISI, C.C. Inquérito epidemiolégico sobre a leishmaniose visceral canina no Municipio de apevi: relato do primeiro inquérito sorol6gico, Pubvet, v.14, n.3, p.1-7, 2020. RIBEIRO, C.R.R; GONCALVES, C.A.; CRUZ, LM. GALERA, P.D. Prevaléncia da leishmaniose visceral canina e coinfecg3o em regio periurbana do Distrito Federal, Brasil. Ciéneia Animal Brasileira Goidnia, v.10, 2, p.1-8, 2019. SILVA, RBS. MENDES, RS; SANTANA, V.L.; SOUZA, H.C; RAMOS, CP.S.; SOUZA, A.P.; ANDRADE, P.P.; MELO, M.A Aspectos epidemiolégicos da leishmaniose visceral canina na zona rural do semiarido paraibano anilise de técnicas de diagnéstico. Pesquisa Veterinaria Brasileira, v.36, n.7, p.625-629, 2016. STOCKHAM, S.L.; SCOTT, M.A. Fundamentals of veterinary clinical pathology. 2* ed., Jowa:Blackwell Publishing, 2011, 728p. THRALL, M.A; WEISER, G.; ALLISON, R.W.; CAMPBELL, T.W. Hematologia & Bioquimica Clinica Veterinaria. 2° ed., Sdo Paulo: Roca, 2015. 1590p. VALENCIANO, A.C.; COWELL, R.C.; RIZZI, T-E.; TYLER, R.D.; DENICOLA, DB. Alas of canine and feline peripheral blood smears. 1* ed., St Louis: Elsevier, 2014, p.516 VARMA, N.; NAASEN, S.; Hematological changes in visceral leishmaniasis/Kal Azar. Indian Journal of Hematology and Blood Transfusion, v. 26, n.3, p.78-82, 2010. WEISS, D.J WARDROP, K.J. Schalm’s Veterinary Hematology. 6° ed., Towa: Blackwell, 2010. 1232p. WEISS, G.; GANZ, T.; GOODNOUGH, L.T. Anemia of inflamation. Blood, v.133, n.1, p.40- 52, 2019, Recebido: mar./2021. Publicado: set./2022.

You might also like