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CAPITULO HII MICROGRAFIA 1 — DEFINIGOES ste capitulo! aborda a formacdo das texturas dos acos esfriados lentamente, fornecendo os elementos indispensaveis & sua interpretacio ©, em seguida, descreve a técnica microgréfica aplicével a todos os produtos siderurgicos comuns. (Os Capitulos IV eV dedicar-se-o respectivamente As texturas micrograficas dos acos térmicamente tratados e as dos ferros fundidos. "A metalografia, microscépica (ou microzrafia dos metais) estuda os produtos metalurgicos, com 0 auxilio do microseépio, visando a de- terminagao de seus constituintes e de sua textura. Este estudo é feito) em superficies préviamente polidas e, em geral, atacadas por um rea- tivo adequado. a Convém iniciaimente esclarecer que os metais'"”, de um modo geval, séo agregados cristalinos cujos cristais (perfeitamente juxtapostos ¢ tunidos) tanto podem ser quimicamente idénticos. como ser de com- posiedo quimica diferente. Si0 idénticos no caso do ferro, cobre, alumi- Bio, ete. puros, ou entdo nas solugoes solidas apresentadas por certas figas como por exemplo, a de cobre e niquel. E sao distintos nos demais casos, entre os quals estdo as ligas ferro-carbono. Yisses eristais chamam-se geralmente grdos em virtude de sus conformac&o, como se vé nas figs. 280 e seguintes; mas, quando apre- Sentam formas ou aspectos particulares, podem chamar-se nédulos. yeios, agulhas, gldbulos, etc.. ‘om auxilio de uma tecnica apropriada, consegue-se tornar visive fa textura microseépiea do material, pondo assim em evidéneia os di __yersos graos de que é formado. ‘A apreciacéo da natureza déstes, suas respectivas percentagens, | ‘suas dimensées, arranjo e formato, e a interpretacao désses dados cons: | tituem 0 escopo do exame micrografico dos metais. P ‘A importincia déste exame decorre do fato de as propriedades ‘mecdnicas) de um metal dependerem nao s6 da sua composicao qui mica como também da sua textura. Com efeito, um mesmo aco pod tornar-se mole, duro, durissimo, quebradico, eldstico, tenaz, etc., con forme a textura que apresentar e que Ihe pode ser dada por meio de ‘abalhos mecanicos ou tratamentos térmicos adequados. GDA pata “metal” ¢ aqui empregada no senigo amolo abrangendo todos os prodeioy mtalruses 13) Galore ae someone J eee gle 29. mat hse, om ey eam mecigces nie Sg camo et ce Steminon mio 2 122 ALOTROPIA DO FERRO Se por um lado, a anélise quimica revela de que se compée o metal, os exames macro € micrografico fornecem preciosas informacées sobre como o metal adquiriu as propriedades que apresenta. Informagies TEMPERATURA EM °c ee o cheicel” Team v€ cansono cm 96 te Drom de elt ges Her soars 2 — ALOTROPIA DO FERRO ‘Para compreensio dos fenémenos que alteram a microestrutura dos produtos sideriirgicos devemos examinar as transformacées alotropi- cas do metal Ferro e a agao do Catbono sdbre essas transformagées, O ferro puro até a temperatura de 910°C, se cristaliza no sistema ciibico de corpo, centrado, isto & no reticulado de um cristal de ferro Os atomos désse elemento se encontram nos vertices das células cuibicas unitarias e no centro dessas células. A 910°C essa estrutura cristalina muda para uma estrutura cibica de face centrada (com dtomos de ferro nos vértices e nos centros das faces), que se mantém estavel até 1400°C. Entre 1400°C e a temperatura de fusio') a estrutura cubica de face centrada é novamente a mais estavel. © ferro ctibico de corpo centrado, estével até 910°C, ¢ denominado “ferro alfa”, 0 etibico de face centrada é denominado “ferro gama” ¢ 0 de corpo centrado que ocorre acima de 1400°C, embora seja identico 20 ferro alfa, chama-se “ferro delta” Imente 153°C evido A tens correpfo. hava not pons de (Opole de feta go ta ¢ DIAGRAMA DE EQUILIBRIO 123 ‘A adigdo de carbono ao metal ferro provoca modificagdes nas tem- peraturas das transformacées alotrépicas, porque 0 carbono age como _estabilizante do ferro gama. Por outro lado, a solubilidade do carbono nessas formas alotrépicas € muito diferente e além disso varia com a temperatura, como veremos @ seguir no diagrama de equilibrio das ligas ferro-carbono (fig. 216) 3 — DIAGRAMA DE EQUILIBRIO. DAS LIGAS FERRO-CARBONO Bste diagrama é obtido experimentalmente por pontos e apresenta ) temperaturas em que ocorrem as diversas transformacdes dessas| ‘em fungao do seu teor de carbono. Por enquanto, seré abordada | sa parte déste diagrama que diz respeito aos acos, isto ¢, a parte ompreendida entre 0 e 2% de carbono. J Os componentes fundamentais dos acos carbono (também chama fagos comuns ou ordinarios) so 0 ferro e 0 carbono. ste tiltimo ina-se como uma parte do ferro, formando o carboneto de ferto, que contém 6,7% de carbono. Quando 0 ago estd no estado de fusio, o referido carboneto se en- a inteiramente dissolvido na massa liquida, constituindo, com o , uma solueao homogénea. Ao esfriar-se, verifica-se que existe para cada ago. de acérdo com ter de carbono, uma certa temperatura quai comeca a solidi- , que depois prossegue, a medida que a temperatura cai, até ir uma outra temperatura, também definida, em que termina. © lugar dos pontos de inicio de solidificacéo chama-se linha do vidus, porque acima dela 0 aco esta completamente liquido. O lugar ponios de fim de solidificacdo intitula-se linha do solidus, porque ixo dela 0 aco esta inteiramente solido, Entre essas duas linhas, 0 est portanto, em parte ainda liquido e em parte ja s6lido. A perfeita solucdo, que existia no estado liquido, ainda subsiste solidificacdo total, porque o ferro, a essas temperaturas, esta @ forma alotropica, designada por ferro gama, que tem a pro- fade de constituir uma soluedo sdlida ‘") mals extensa com o cat . Esta solucdo sélida se denomina austenita A austenita permanece estavel e homogénea até atingir a linha S; abaixo dela, a textura do aco sofre modificacées gradativas que ym com uma transformacdo completa a 723°C, assinalada no a por uma linha horizontal. Os pormenores destas modifica- sero dados mais adiante. A textura cristalina, que os acos esfriados lentamente apresentam fabaixo desta linha, se conserva até a temperatura ambiente, A linha GE'S e a horizontal de 723°C chamam-se linhas de trans- io (porque marcam o inicio e o fim das transformagoes no esta- ) © @ regio delimitada por essas linhas denomina-se zona © ponto E’ chama-se ponto eutetdide’ e corresponde a 0,8% de C. ln < 0 tome, nr cage 8 en homonine den mat wdc su en Troponin ‘se tiram “competamente" meso, sido, dems aie sees ela ge @ tf oon” = cama ‘comgonigho umn” Ae ral Ou ‘chamnarn-e lambem eri Tempereturas em °C g Ss 723 Aabionte 0 Fig. 217 — Diagrama de sqlite das tens ferro caroono 3,80 eeRo relerente aoe sce Mirando" oie ft" in tenia sore o eaea te tee DIAGRAMA DE EQUILIBRIO. £ 82 8 age ¢ eye » g BSR e288 e oo 3 Beas Q4 Teor de carbono em % —— siglo, DIAGRAMA DE FQUILIBRIO 1s do que ocorre na zona critica durante o e: jamento (fig. 217) A solubilidade do carbono no ferro gama é limitada e depende da temperatura. A 1130 a solubilidade ¢ maxima e corresponde a 2,0% de carbono; a temperaturas mais baixas, a solubilidade decresce segundo a curva SE’, sendo apenas de 0,8 a 723°C (ponto E’) A linha SE’ assinala, pois, para os acos com teores de carbono entre 0,8% e 2,0%, o inicio da precipitacdo do carbono na forma de Fe,C., que exceder ao maximo que o ferro gama pode manter em solu- fo solida, A precipitacdo ocorre nos contornos dos graos de austenita para ‘onde o carbono em excesso se dirige por difusao. Forma-se assim uma orla de carboneto em torno de cada gro de ‘austenita. Ocasionalmente pode ocorrer também uma precipitagdo de carboneto no interior dos graos de austenita, ao longo de certos planos cristalogréficos, > A carboneto de ferro, Fe,C, quando isolado, é designado, na termi- _ nologia metalografica, por cementita. Enquanto o esfriamento continua, a precipitaco prossegue gra- dualmente até a temperatura de 723°C, e, em conseqtiéncia, o teor de carbono da austenita remanescente diminui gradativamente até 0,8% ‘Ao atingir a referida temperatura, o ferro gama existente na aus- 1 tenita adquire uma nova forma alotrépica: ferro alfa. Como porém, ‘a solubilidade do carbono no ferro alfa ¢ muito pequena, dé-se nesse | momento a separacdo daquéle componente na forma de carboneto. Os 1 dois constituintes tomam entZo uma disposiedo particular, em lamelas i ou camadas muito finas e alternadas. Cada grio de solucdo sélida aus- tenita, transforma-se assim, ao passar pela horizontal de 728°, em | graos lamelares, que tomam o nome de perlita, e que, vistos ao micros- f | Bee ee cépio, com grande aumento, tem um aspecto hachurado caracteristico (figura 288). "Do que acaba de ser exposto, se depreende que os acos com mais | de 0,8% de carbono, esfriados lentamente, sto constituidos, abaixo da zona critica, por graos de perlita envolvidos por uma camada de ce- | mentita (figs, 289 a 293) ‘. Esta camada 6 evidentemente menos I fespessa para acos com tedr de carbono pouco acima de 0,8% e € inexis- I tente nos agos com 0,8%, 05 quiais sio por isso constituidos s6 de gros de perlita. —-- Fara os acos com teores Inferiores a 0,8% a transformacio do ferro 1 gama em ferro alfa se desdcbra em duas fases: uma gradual ¢ outra brusea e completa. O inicio da primeira ¢ assinalada pela linha GE’e a I segunda, pela horizontal de 723°C. | Como o ferro alfa,forma solugdo s6lida pouco extensa com o carbo- no, chamada ferrita, esta 4 medida que vai aparecendo, se isola ou pre- ! cipita, de preferéncia junto aos contornos dos gros de austenita. ! Ténde, assim, a formar um envoluero continuo ao redor de cada grao mt de austenita, bem como em torno das inclusdes, especialmente as de = sulfuretos. 20 Certas causas, que seréo estudadas mais adiante, fazem a ferrita tomar disposiedes ou formas especiais como em aguihas isoladas, ott Gi) Ena coma opreentse i vee descontious (Ce. 482) _———_—— 126 TECNICA MICROGRAFICA Sezbono da austenita remanescente, vai continuamente sues acs o's Gomo ja fol visto, austenita com 0.8% de C ao passar por F220 se, transforma em perlita. Logo, todo o'ago com mange 085%. ao Ci atbaito de 723°, estriado lentamente, sera constituide ae Cone i perlita>(figs. 281 286). A percentagem de perlita sera tacts menor patee deenot {oF © tebr de carbono, anulando-se quende tee a abaixo de 0,020% (fig. 280) Os, Ag08 com 0.8% de carbono séo chamados acos eutetdides, os hipereuteretnegee * 868 hipoeutetdides e os com mals de OSi cos hipereutetdides: Algumes influéncias do teér de carbono nos acos esfriedos lentamente. Como Jé foi dito, o carbono nos agos comuns forma um carboneto quants (onc. Bete carboneto € extremamente duro, Por esi motivo fuanto maior f6r 0 tedr de carbono, maior seré a quantidade de car- Goneto presente e, portanto, mais duro serio ace? dae aumento de qureza correspande uma resisténcia a tragdo mae cles: © aco tor- rade Ptemmemenos dlietil e, por conseguinte, mais diffell dee ae. do constituinte envolvente, JHSSim. Os ae0s com menos de 0,8% de carbono, o constituinte que setonG,2 Petlita € a territa que é ductil e tenaz. Por isso éetee ‘agos S80 deformévels @ temperatura ambiente, ¢ tanto mals, qeasin rages for : a pereentagem de ferrita. Nos agos com mais de Otc de carbons, 0 fongtituinte envolvente ¢ @ cementita (fig. 291) (durian? _que- bradica), portanto, ésses acos quebrar-se-Ao ao sores deformados, Jo, Gola do tipo de aco a empregar para determinada pega de- pende, pois, do fim a que se destina, ou melhor, da natureza dos cette Gos a que ela deve resistir bem, dee oot mostra, um grafico relacionando algumas dessas pro- prreaades com o tedr de carbono, para os acos laminados ou forjenoy quando esiriados lentamente. Gonvém anteeipar aqul, para prevenir o leitor, que essas proprie- fades podem ser profundamente alteradas prineipalmente pelos ira famentos térmicos, cujo estudo constitue o assunto do Capitule TV dente trabalho. + 4 — TECNICA MICROGRAFICA A técnica de um ensaio microgréfico corrente pode ser dividida nas seguintes fases: @) Escolha e localizagao da seceao a ser estudada. ») Realizacdo de uma superficie plana e polida no lugar escolhido, TECNICA MICROGRAFICA 17 ©) Exame ao microscépio para a observagao das ocorréncias visi- vels sem ataque, 4) Ataque da superficie por um reagente quimico adequado, €) Exame ao microscépio para a observacio da textura 1) Obtencdo de documentos que reproduzam e conservem 0 aspecto observado (fotografia) pr as Fis. 20221 — Soccto transversal © longiudinal da barra scima. ateque: itrco, 10% TECNICA MICROGRAFICA izaedo da seccdo @ ser estudada. es gallzacsio do corpo ou dos corpos para micrografia em pecas Brandes ¢ trequentemente, feita apos 0 exmmc macrografico, porque, geral peacto tor homogéneo, a localizacdo do corpo de micrografia é em geral indiferente; se, porém, nao for neidades, o observador poder loc Pontos, caso julgue de interésse regides, todo. Ti" tie Ge. enereres do Steen." Umut Seo. Ss afm "alngamento’ eno SS, is, Fe TECNICA MICROGRAFICA 129 No caso de pecas forjadas e, especialmente nas pecas laminadas, ¢ comum encontrar-se acentuada diferenca entre o aspecto da seccao transversal e o da longitudinal. Nesta ultima vé-se bem a textura fibro- sa que o material adquiriu com a laminacao, principalmente quando Bee Neti Jo teasa ctl oe seme a men amie 130 TECNICA MICROGRAFICA existem impurezas, 20 passo que na seccao transversal nao se pode apre- ciar ésse arranjo, porque éle € visto de t6po. As figs. 218 a 229 elucidam © agsunto. ‘Nas pecas estampadas, como por exemplo, na cabeca de um tire- fond, embora a seccdo seja longitudinal, seu aspecto difere muito do que se obtem examinando uma seccdo longitudinal do fuste da mesma pega.) Observando-se as macrografias, figs. 140 e 141, por exemplo, po- de-se compreender a razao, ‘Nas pecas fundidas a seccao é indiferente, porém, sua distancia da periferia influe no aspecto.)Em geral, junto a superficie da peca, 2 granulacao é mais miuda, porque o esfriamento foi mais rapido, Pode acontecer que, com o intuito de nao seccionar a peca, o obser- vador queira limitar-se a fazer uma pequena superficie plana na parte externa da peca. £ste procedimento s6 ¢ admitido quando se procura observar trincas na superficie ou o estado da superficie em si Nunca permite tirar conclusdes sObre o material da peca, pois a superficie pode estar descarbonetada, encruada, temperada, cementada, etc. b — Realizacdo de uma supe Tudo que foi dito na técnica do polimento para a macrogratia aplica-se também & da micrografia, acrescido evidentemente de alguns cuidados especiais, pois néste caso a superficie se destina a ser exami- nada ao microseépio, Apés o corte a serra, a plaina, ou no toro, a superficie que inte- ress € limada ou esmerilhada culdadosamente ¢ depois lixada com papeis de lixa comuns de oficina mecdnica. O polimento prossegue entao em lixas mais finas, que no comércio sio vendidas com indica- gées que variam as vézes segundo os fabricantes, mas sao freqiientes as seguintes: 120, 240, 280, IF, 0, 00, 000, 0000, 05, etc. Habitualmente na fase do polimento feito sobre lixas nao se vai além da lixa 0000 ou 05. © polimento pode ser feito & mio, deslizando a peca suavemente sObre a lixa apoiada numa superficie plana, de vidro por exemplo, ou entéo a lixa é aplicada sobre um disco animado de movimento giratério © 0 operador apenas comprime o corpo de prova suavemente contra a lixa em movimento. © polimento € depois continuado sobre um disco giratério de feltro sobre o qual se aplica uma leve camada de abrasivo & base de 6xido de cromo, Para agos duros muitas vézes éste ultimo polimento jé permite uma imagem razodvel ao microsc6pio; para os agos doces Ou metais mais moles é preciso polir ainda sdbre um disco giratorio de feltro, umedecido com agua distilada contendo aluminia n.° 1, 2 ou 3 de grao finissimo em suspenséo\). Estes nuimeros so consagrados no comércio désse abrasivo. A mais empregada ¢ a de n.9 2 para os acos € ferros fundidos comuns. A de n.° 3 & a mais fina e se destina a metais moles; agos extra-doces ¢ ligas metdlicas moles, bronze, latdes, ete, Os discos de feltro podem ser montados com auxilio de uma bucha diretamente sobre o eixo de um motor elétrico, sendo indispensavel uma protecéo metélica fixa em torno do disco para evitar a projecao ie plana ¢ polida no lugar escolhido. distancia éste esca ero, de de feltro, co ‘no feltro e Para se mina-se a § TECNICA MICROGRAFICA 131 a distncia do liquide empregado, bem como do préprio corpo de Preve Se éste escapar das méos. A fig. 280 dé uma jdéla de Wrte politriz, désse enero, de eixo horizontal. Obtém-se também resultados satisfatérios Longe de prove | A, Aadverizador de lumina Mater h z yy & * t | wisco de falére Piso Tru a0 — Polis de disco verti ‘com discos de eixo vertical, como nos bancos de polimento com um ou ‘mais discos (fig 231). s lscos (HIE, 291) goo a diregéo do polimento ao se passer ct “abrasivo a outro e seguir o quanto possivel & ‘série como esté indicada yorudente chanfrar um pouco os vertices do corpo de prova antes fae iniciar 0 polimento, ndo so para estragar menos 68 Hxa. © disco te siitro, comno também para diminuir o perigo do corpo de Prova pegar Ge tetra e ser projetado violentamente & distancis, feltro © srifiear se o polimento 6 esté suticlentemente por coo mingse'a superficie ao microscépio, depois de lavé-la em gua com 132 TECNICA MICROGRAFICA Fit, I — Potts quldrupia de discos orion, auxilio de um pequeno chumago de algodio e secé-la imediatamente, Passando-se na superficie um pouco de algodio com alcool e em seguida outro umedecido com éter‘'). Esta ultima fase do secamento pode ser Substituida por um jacto de ar, de preferéncia quente |, 0 que sem dti- vida é melhor, porque evita manchas as vezes provocadas pelo éter. Quando a superficie tiver um aspecto especular e praticamente sem riseos perceptiveis com aumento de umas 100 ou 200 vézes, estara em condicdes de ser examinada ao microscopio para a observacao das Inclusdes, escdrias, trincas, distribuicéo da grafita, porosidades, ou Outras ocorréncias visivels sem ataque. Mas € somente depois do ataque que se pode ter certeza de que o polimento foi bem conduzido. Os abrasivos grosseiros néo s6 riscam profundamente o material como também encruam' em téda a extensio a camada subjacente a cada riseo. Quando os polimentos mais finos subseqiientes removem as depresses deixadas pelos riscos no material sem remover também a parte encruada subjacente, a superficie pode atingir um brilho espe- cular, com aparéncia de bem polida. Porem, quando se ataca oc de prova, 0 reativo corroc mais as delgadas faixas encruadas do que o resto da superficie ¢ reaparecem linhas escuras no lugar dos antigos riscos, Um polimento dtimo, sob 0 ponto de vista microgratico, s6 pode ser obtido eliminando-se sucessivamente os riscos deixados pelas lixas mais grossas com auxilio das lixas gradativamente mais finas de modo que, no fim de cada polimento a superficie esteja menos eneruada do que no polimento anterior. 1 gr det aetmame Sm, mania ute ae ide gore sere op i Se"Siea‘iaicamente ae on ta uperisc ances SaySsamle spec mcr src 1) Encruar €"eformatplbwicamene em temperatura, teen “a cecrsatzgao, A fig. 232 ituras, des 1, cemen TECNICA MICROGRAFICA mmanecer no material. Os vestigios feiebe: Ges MM nstamento dos constituintes ee eer a era nea pms acai Speeae Tt rug me eee ‘esses defeitos so mais comuns 0% metais plasticamente defor- mmaveis, como certas ligas € 05 9g08 i esnoles. Néstes wltimos, quando Mieor de silicio ou de f6stor® é observa-se fre- as a Spee ninados gras. A solucio ermieaso € repolir com mais Paidado. E se o defelto ainda per Site. convém tentar outro Tea para se examinar @ seccio transversal ou longitudinal, de ios finos, chapas delga- essario prende? © ‘como , se no To fue os proteja durante 0, Pol Bento, Sem esse cuidado, Lorne 0 tse impossivel uma { perfeita nas ‘proximidades da. pe- riferia. Estéo neste ), © eXa- me de pecas apresentando certas fraturas, descarbonet ficial, cementacéo, pequel ee 134 TECNICA MICROGRAFICA suras periférieas, peliculas protetoras, depésitos eletroliticos, meta- lizacdo etc. ‘Quando o material a examinar se apresenta sob a forma de parti- culas miudas de 1 mm, ou mesmo menos, pode-se prendé-las com auxi- lio de uma liga de baixo ponto de fusio’ ou na falta desta com lace, como se vé na fig. 233. No caso do emprégo do lacre, convém evitar, na lavagem ou no sccamento, os liquidos que o dissolvem, como o Aleool e 0 éter, Quanto aos reativos devem preferir-se aqueles em solu- go aquosa ou cm glicerina. O secamento ¢ feito com jacto de ar frio ou morno. Com 0 advento de novos materiais como baquelite e certas matérias plasticas transparentes, como a lucite, é possivel fixar-se 0 objeto como se vé na figura 234. Fig, 24 — Proceso moderne de fkagto de peguenas pecas ou fagmentos em resins ‘his pare eu poten ecume micros Ge supores tramperetes so de fc E’ uma das melhores formas de fixa¢do para o exame microgratico, Requer, porém, uma prensa adequada, porque o material usado para formar o pequeno cilindro precisa ser comprimido a quente. A prensa possui por isso tm dispositivo de aquecimento, cuja temperatura € controtavel por meio de um termémetro ou termostato, sendo a presséio medida por um manometro fixado & prensa (fig. 235) Convém chamar a atencao também para os cuidados a serem tom: dos durante o preparo dos corpos de prova de micrografla, com relagéo ‘a0 seu aquecimento. O inconveniente da elevacao da temperatura se faz sentir nos agos temperados, cuja textura e dureza comecam a se alterar logo acima de 100°C. A 530°C inicia-se a recristalizacao dos produtos siderirgicos encruados e, pouco acima de 700°C, modifica-se até a textura dos acos recozidos. ‘Quando 0 corpo de prova é cortado com serra manual, ou quando 6 pasado com a mao sobre lixa em uma mesa plana, o perigo de aque- 135 TECNICA MICROGRAFICA 136 TECNICA MICROGRAFICA cimento nao é grande. E se houver elevacio de temperatura, o operador logo 0 percebera, pois segura 0 corpo de prova com os dedos. No emprégo, porém, de serras mecdnicas a séco, a temperatura. ultrapassa as vézes 100°C. No “cut-off”, fig. 236, quando a peca € mais espéssa ou quando falta momentaneamente o liquido refrigeran- te, 0 atrito desenvolvido pelo disco abrasivo de alta velocidade eleva rapidamente ao rubro a regio que esté sendo cortada. No caso de se manter manualmente 0 corpo de prova contra 0 esmeril ou a lixadeira mecanica, no momento que o operador sente a peca aquecer entre seus dedos, a superficie em desbaste ja esta a tem- peratura muito mais alta. Para contornar ésse inconveniente, é pre- ciso esfriar com freqiiéneia o corpo de prova em agua. A montagem de:corpos de prova em baquelite, lucite, etc., s6 pode ser usada seo aquecimento de 150°C, necessario & moldagem dessas matérias plasticas, ndo tiver influéncia sobre a textura do material em exame. © calor que se desenvolve durante o lixamento de um corpo de prova montado em matéria plastica, ndo se dissipa faciimente, porque cla é ma condutora, Essa propriedade faz com que o operador nao se aperceba do aquecimento. O emprégo de lixadeiras mecdnicas ou esme- ris € perigoso, porque néste caso o aquecimento € tdo grande que chega a queimar a baquelite ou amolecer a lucite, aluindo 0 corpo de prova inutilizando a montagem. As figs. 237 a 245 mostram o aspecto de uma superficie bem polida e diversos aspectos de defeitos de polimento e de secamento, bem como de alguns acidentes, que podem decorrer da ma protecao da superficie depois de polida. Na fig. 240 esto assinalados por setas, A, B e C, diversas ocorrén- clas que podem se dar em conseqiiéncia de um polimento defeituoso: ‘A — “Cometas” devido a pressao excessiva durante o polimento ou a particulas que se destacam de inclusées friaveis. B — "Manchas marrons” que aparecem quando, no fim do polimento, a pressdo contra o abrasivo é fraca demais, e ocorrem mais fre- qlentemente em acos ricos em fésforo. cc — “Auréolas escuras ¢ heterogéneas” que aparecem geralmente quan- do a lavagem do corpo de prova em agua, apds o polimento, é muito demorada ou nao se seca logo o corpo de prova depois de lavado. Quando a superficie polida no fér logo atacada, sera preciso evitar que se enferruje, 0 que nem sempre é facil; contudo, obtem-se bom resultado conservando o corpo de prova em uma campanula contendo cloreto de calcio. c — Exeme ao microscépio para @ observacéo das ocorréncias visi ‘otaque. A superficie polida @ observada ao microseépio, antes do ataque, para o exame das inclusdes, trincas, porosidades, veios ou particulas de grafita, ou outras ocorréncias j4 visiveis nésse estado. ‘A presenga de escérias esparsas em téda a seccdo, figs. 246 a 248, denota que o material em exame é ferro pudiado. As escorias tem em {TECNICA MICROGRAFICA siveis sem jo ataque, tioulas de 246 a 248, ag tern em TECNICA MICROGRAFICA ential TECNICA MICROGRAFICA geval uma textura heterogenea © 5° apresentam alongodas na divecse gerajue o material sofreu_ deformagies plasticas Um aspecto como, © Ga tig. 248, tanto pode encontrar-se NUT seccao Longitudinal qualquer, ga ne’ seccao transversal de uma Te chata. O Minclustes cor de ardésia, lentioularss Ou, ‘alongadas, so em geral ae ditureto de mangants, figs. 260 © ‘DSi, Nos produtos moldados, fomam as vézes tambem a forma potigonal, fig. 252 ou a de bastoneles fdispostos como na fig. 254. D gulfureto de ferro apresenta wim coloragio amarelada e, sel eontgmo vende, em muitos trechos, Pare, 0 forma coneava (fig. 255) Gro dois sulfuretos podem apresentar se ‘associados com eutéticos complexos (figs. 253, 256) Pres de Oxidos, quando grandes, fomam muitas vézes a forma Kireuiar com falta de um trecho (8 257) vey ido de aluminio é muito duro & jquebradigo e ocorre em gers! sob forma de pequenas partiowas grupadas (figs. 258, 269). forges de substaneias, que, S80 frageis & temperatura de larl- nagao ou de estiramento presentam-se fraturadas de mode caracte- ristico (fig. 260) <0 (iiferentes aspectos da, grafita,, 108 ferros fundidos antes do ataque, serao expostos no Capitule V déste trabalho. ue, Seas podera apresentar formas As Tee variadas, mas, de um modo geral, quando o ago trinca, © Gesenvolvimento da fissura Se Pro: aoe ep longo, do cont6rna dos gros (intergranular) ow através dos graos (transgranulat)- TECNICA MICROGRAFICA TECNICA MICROGRAFICA _Exemplos _tipicos primeiro caso, S80 s trineas de témpera, as tomam. a for- a de uma linha que- ja _de aspecto ca- teristico, porque com 7m 08 cOn- nos de gréos poli- nais, especialmente da austenita. tua também como trineas désse genero & corrosio intergranular cos inoxidaveis (fig. 266) © & oxidagto ‘do contorno dos sraos Sos muito superaquecidos ou queimados (fig. 267). agos meas com outras formas menos geomélricas f° originam de uci Girersas como fadiga, tragio, choque, torsio, etc., ¢ So quasi mmpre transgranulares, figs. 268 @ 270. \ 142 TECNICA MICROGRAFICA ‘mangas em ago tmoldado. Alaque: Ditioo. 225% ‘areas clnzentas arrecordacnsio reas em MDS € ‘tie avoimaas por tim sutstco de suiurtos "Raaue: Seta teeta (sob ig. — hove om incites de sata de mangnie, com dipsito denrien. Ago TECNICA MICROGRAFICA is 8 Imes quetratin, poser Tnchusses quebradicns de sn han ever aac, ek, alent Sma de lm Sem stage 250% ‘TECNICA MICROGRAFICA 145 ra, 201 — Ago contndo sulfurto de foro, defommado, 4 S00, Notwse come 2, TS, Wad, : wo gS is ed eas eH tame cia lemmperatura esta em fusio, = de solda © 4 poce restaurad, é 2 8 g : < é g ¢ Conjunto de flsuras desevoteidar entre encimento "de ogo moldedo.” ‘Sem Sage Id 147 rg, 261 — Aso quimado, Regio lust 8 S07, Loin at ans entangle, ase Seana 0 “Sialtn Gos grtos: Sem stoase 100% TECNICA MICROGRAFICA 148 TECNICA MICROGRAFICA Defeitos superficiais de laminacéo (fig. 271), falhas entre camadas de solda, certas bolhas que permanecem vazias em aco laminado, im. perfeigdes de caldeamento, inclusdes muito delgadas ¢ compridas ou ferrugem filiforme na superficie polida po- dem parecer _trincas antes do ataque, mas apés 0 ataque sua na- tureza quasi sempre se esclarece. AS_porosidades podem mostrar-se com formas as mais diver- sas; as das figs. 272 273° revelam » “micro- -vasios” que se forma- ram durante a solidifi- cacéo, Os exemplos cita- dos se referem as oco1 réncias mais _comuns observaveis antes do ataque. 0 ataque ¢ TECNICA MICROGRAFICA “9 d — Ataque da superficie por um reagente quimico adequado. © ataque é feito agitando 0 corpo de prova com a superficie polida mergulhada no reativo pésto numa pequena cuba”, ‘A durago do ataque depende da concentragao do reativo e da na- tureza e textura do material examinado. Em média nos reativos adian te citados sob ns. 1 e 2, a duragao do ataque para agos e ferros fund dos comuns, é da ordem de 5 a 15 segundos. ‘Terminado o ataque, lava-se imediatamente a superficie com 4l- cool. Em seguida, procede-se a secagem, do mesmo modo que jé foi explicado, isto ¢, passando'se primeiramente um pequeno chuimaco de algodao umedecido com alcool e submetendo depois 0 corpo de prova um jacto de ar quente ou, na falta déste, pode-se ultimar a secagem passando sobre a superficie um pequeno chumago de algodio umede- cido com éter. ‘Um operador experimentado, observando de vez em quando a su- perficie polida enquanto esté atacando, pode acompanhar a aco do Teativo e reconhecer quando deve interromper 0 ataque. Em caso de diivida, ataca-se menos tempo, lavase, enxugase © observa-se ao microscépio; se nfo foi suficiente, ataca-se novamente, TD Se sem cate iver 0 fundo one, diminutse o pergo da supeticle pola risearse contra (2 Dopols do atague com um ratio que tenba como selvente 0 aleol, convém que + Irsgem ‘bem soja fata Som alcool mio om eu 150 TECNICA MICROGRAFICA Os reativos empregados na micrografia das ligas ferro-carbono sio numerosos, porém, serao mencionados apenas os mais usuais. ido nitrico a 1% em dlcool etilico \). Nital. Pode ser empregada para todos os produtos sideruirgicos comuns. ‘Nao ataca a ferrita nem a cementita, mas delinea os seus contornos & colore de escuro a perlita, A perlita escurece, porque o reativo ataca a linha de contacto entre a ferrita e as lamelas de cementita e, como estas linhas estao préximas, a area perlitica se apresenta como que “hachurada”. Quando o ataque € excessivo, ou as lamelas so muito proximas, elas se confundem ¢ a rea perlitica torna-se escura ou preta, mesmo observando-se com am- pliagdo de 500 vézes ou mais. 2 — Solucdo de dcido picrico a 4% em alcool etilico. ‘Mesmas indicagées que a anterior. 3 — Solucdo de picrato de sédi Agua destilada 100 er Soda a 96° Baume Be Acide pierio abe SAE Dissolve-se 0 acido picrico em Agua quente, faz-se ferver e acres- centa-se progressivamente a soda. Depois de preparado o reativo, mer- gulha-se nele 0 corpo de prova a atacar e deixa-se ferver durante uns 15 minutos, findos os quais lava-se o corpo de prova em agua e enxuga- -se pelo processo descrito acima. Este reativo colore a cementita, os earbonetos complexos dos acos -liga e a steadita dos ferros fundidos. 4 — Ataque oxidante por aquecimento. Consiste em se aquecer 0 corpo de prova polido, mais ou menos de 250 a 300° em presenca do ar Sobre a superficie do corpo forma-se uma pelicula finissima de éxido cuja espessura varia com o constituin- te ou com a orientagdo cristalografica dos graos. Essa pelicula, con- forme sua espessura, decompée a luz branca que nela incide e a reflete com eéres, tais como amarelo, castanho claro, carmim, roxo e azul. A fim de tornar mais nitidos os contornos dos griios convém pre- ceder o ataque por oxidaco por um ataque com reativo de deido nftrico (C) faeyreatiyos mo devem se prepara com leo anito, 2 menos que se The adclone um poo ESSER SST tne "ote. ate. TECNICA MICROGRAFICA 151 ig. 21 — Diterenea busca de, co, ag0 xtra doce, post {ate Tesi ae aan mien, saga a ou picrieo) ste modo de atacar é indicado quando se quer mostrar a diferenca de granulacdo entre certas regides'"', fig. 274. (De um modo geral, os reativos agem: ou dissolvendo superficial- mente certos constituintes, ou certas regides, como os contornos dos graos, tirando-lhes &s vézes o brilho dado pelo polimento, ou colorin- do-os diversamente, ou ainda depositando um composto qualquer sobre les. A escolha do reativo depende da natureza do material e do fim que se tem em vista, © — Exame ao microscépio para a observacéo do textura. Na falta de aparelhamento especializado pode-se adaptar, para o exame visual, um microscépio comum como mostra a fig. 275, que per- mite observagées diretas com aumento as vézes até 200 didmetros. A adaptacdo consiste em interealar entre a objetiva e a superficie a exa- minar, um vidro plano, formando um angulo de 45° com o eixo do microseopio e fazer incidir sébre o vidro um felxe luminoso de pouca intensidade de modo que a luz refletida ilumine a superficie do corpo de prova normalmente. UW) Tomblin € si quando we deca ster se une fac mo aco dae, € mere. io 6, se ESEREMLG GW" sara ie collet afer. nok penencem ars: ditnos” no sun. S Slotsho' 2's" meamay Sendo. porte’ provive!" ue faa pare’ do-mesmo. a0 "i 0) 152 TECNICA MICROGRAFICA rie. ms — Rea lemenars ang par © ee = ae 2 tam com Fig. 26 — Merosconio matatrrico, Bauch TMfneaa iron Pera sepa © ce ver 7 ier figure 2) TECNICA MICROGRAFICA 153 Quando a ampliacao é pequena, (por ex. 50 ou 100 x) a distancia @ objetiva e o corpo de prova € geralmente da ordem de 1,5 centi- tros, espaco éste suficiente para a interealacdo de um vidro plano 275-A); para aumentos maiores, o vidro ou um prisma ¢ inter. © ho interior do microscépio (fig. 275-B) A inclinagdo da superficie do corpo de prova, como mostra a fig, % € Tecurso de emergéncia muito fatigante para o obscrvador, gue s6 pode ver em f6co uma estreita faixa de cada vez, ao passo = com a intercalagao de um vidro plano, como ficou explicado acima, Possivel ver-se o campo inteiro em f6co, pois a superficie a examinar normal ao eixo do aparelho. Suando 0 microscépio adaptado permite ver imagens nitidas, po também fotografa-las, porque existem camaras fotograticas S proprias para serem adaptadas aos microscépios comuns e que Existem “microseépios metahirgicos” que ja dispdem de uma ilu Mio apropriada como se vé na fig. 276 e que permitem ampliagdes ordem de 500 x. Nos laboratorios metalograficos de certos recursos o exame ¢ feito h auxilio de microscépios apropriados geralmente chamados “bancos alograficos” (figs. 277 e 278) que permitem examinar o corpo de bya e fotografar comodamente as imagens observadas. Constam es. almente de trés partes: o féco luminoso, 0 microscépio propria. ente dito © a camara fotografica. Pig 277 — Banco motsogrtieo Reichert uliendo pars ax mirogratia cste trabaio, Néstes aparelhos a objetiva esta colocada embaixo da platina e foltada para cima. Esta disposicdo facilita a observacdo porque a su ficie do corpo de prova a examinar fica automaticamente normal Girecao do eixo Stico do mieroscépio independentemente da forma a face oposta & examinada. TECNICA MICROGRAFICA vie. m9 — Pequeno banco metalogrifi Union (Coriesia da Panambra Industrial © Téenica SA.) TECNICA MICROGRAFICA 155 — Obtengéo de documentos que reproduzam e conservem o aspecto observado (fotografia). Em geral a imagem vista diretamente através da ocular ou proje- sObre o vidro despolido da camara fotografica, provém da luz re- na superficie do corpo de prova e que sobre ela é projetada a b © Sistemas de ituminagao a Nee des microscdpias metzlograficos Varo plans jae] concensecor iparabilce SN Corpo ae prove Corpo de pros Carpe de prove Ec {| j\ Hy Condensader Vises foe cuter ~ Marcha dos raivs (uminosos num banco metalograsfico Mi. 28 ‘através da propria objetiva. A projecdio do feixe luminoso pode dar-se de duas maneiras: 1) Inelinada, quando provém de um prisma de reflexio total fig. 279-a), ficando neste caso metade da objetiva reservada para pro- jetar a luz sobre o corpo de prova e a outta metade para receber a ‘parte que volta por reflexéo; 156 CONSTITUINTES BOS AGOS CARBONO 2). Paralela ao eixo do microscépio, no caso de porvir de um vidro plano inclinado de 45° sdbre o referido eixo, fig. 279-b; nesta hipdtese 6 aproveitada toda a abertura da objetiva. "AS imagens resultantes dessas duas maneiras de iluminar 0 corpo de prova apresentam em claro téda a parte da superficie examinada que nao fol atacada pelo reativo e que portanto se conserva polida €, Gn escuro, as partes atacadas (perlita, contornos dos graos), trincas, fnelusbes, estas duas ultimas j4 visiveis antes do ataque, ete. ‘Exeepeionalmente, empregam-se objetivas dotadas de um disposi- tivo especial, que permite trazer a luz por fora, em torno da objetiva, jluminando a superficie do corpo de prova obliquamente com um feixe conico (fig. 279-c). Os raios luminosos que incidem nas partes polidas nao se refletem mais para dentro da objetiva permanecendo escuras para o observador, a0 passo que as partes corroidas, os bordos de sa- Tigneias, arestas de trincas ou reas que néo refletem a luz ficam acla- radas e as vézes brilhantes. Observac6es realizadas ou fotografias obti- das com ésse modo de iluminar dizem-se feitas com “campo escuro” Os aspectos micrograficos so, em geral, fotografados com amplia- Ges que variam entre 50 e 1000 aumentos, sendo as de 50, 100, 200, 500 © 1000 as mais comuns'"), E’ freqiiente também fotografar-se a mesma regiao com 100 ou 200 aumentos para mostrar seu aspecto de conjunto e com 500 ou 1000 aumentos para mostrar certos detalhes da textura. ‘A fonte luminosa, é em geral uma lampada incandescente, de fila- mento 0 quanto possivel concentrado. © arco voltaico, muito em voga nos aparelhos antigos, esta sendo abandonado, ‘Na micrografia dos metais € muito raro o emprégo de luz polarizada. ‘As chapas fotograficas empregadas na obtencao das micrografias que ilustram esta publicacdo foram quasi sempre as ortocromaticas anti-halo comuns eo filtro, amarelo. As dimensoes comumente usadas nos bancos metalograficos so 9x12 cm e 13x18 cm. 5 — CONSTITUINTES DOS ACOS CARBONO ESFRIADOS LENTAMENTE. a) Ferrita é a solucdo s6lida de carbono no ferro alfa e origina-se na zona critica, durante o esfriamento, por transformacdo alotropica do ferro gama. E’ a forma estavel & temperatura ambiente. Pode, neste estado, manter em solugdo sélida pequenas quantidades de impurezas (Si, P, Mn, ete.) e no maximo 0,025 de carbono, a 723°C. Depois'de atacada por um reativo adequado, apresenta-se ao mi- croseépio como grios brancos com finos contornos pretos (fig. 260). Seu peso especifico é 7,876. Relativamente aos ‘outros constituintes, ¢ a ferrita pouco dura (Dureza Brinell = 80) e pouco resistente (3400 kg/cm* A tracao). Além disso, a ferrita € murto ductil ¢ fortemente atraida pelo ima. Esta tiltima propriedade nao se manifesta no ferro gama. b) Cementita é 0 nome dado ao carboneto de ferro Fe\C, con- tendo 6,68% de carbono. E’ de grande dureza e muito quebradico. Dos constituintes que ocorrem nos agos é 0 mais duro, chegando a riscar (0 vidro. Seu péso especifico ¢ 7,8. Por mais enérgico que seja o ataque abo mins mica, so ponent com aunein, err do ae CONSTITUINTES DOS ACOS CARBONO 457 fico, cada area de cementita se apresenta como uma s6 massa ‘mostra subdivisio em grdos, como se nota na ferrita. O ataque ‘Se — Ago cat doce (20 caso, Ferro Armco). Grice de ferrita © paqueras soclsbes, “Mage: agua Te. 2003 to de sodio em ebulico dé uma coloracdo escura & cementita permite distingui-la da ferrita em caso de duvida (figs Perlita & o constituinte microgréfico formado por finas lame- ppostas de ferrita e de cementita e que ocorre abaixo de 723° ferro-carbono, A espessura das lamelas é, em geral, da ordem décimos de micron e habitualmente s6 sao visiveis com ai ode mais de 200 vézes (figs. 284, 285 e 287 a 292). As lamelas sio u menos paralelas podendo ser planas, curvas, ondeadas, etc., € tamento entre elas, tal como visto em corte, depende, entre outros da velocidade do esfriamento e do angulo segundo o qual gro lita € seccionado. pmo a perlita é formada de lamelas moles de ferrita e outras de comentita, sua dureza é intemediaria entre as duas. A pro- 9 de cementita que intervém na perlita ¢ aproximadamente de 1 de ferrita. perlita quando atacada por um reativo micrografico comum, uma colora¢do mais ou menos escura, Sob pequeno aumento nta-se como graos pretos (figs. 281 a 283). facos de baixo tedr de carbono a perlita se localiza em geral itornos dos gros de ferrita (fig. 281) e, um pouco abaixo de ‘de carbono, os graos de perlita sio envolvidos ou quasi envolvidos a réde de ferrita (fig. 283); aspecto andilogo a éste tltimo obser- ARBONO, CONSTITUINTES DOS AGOS C ue 28a — Ao com crea 4 0.94 ce cazpona cade, MGpente. ‘orion ce feria © de pera CONSTITUINTES DOS AGOS CARRONO 159 Pe 25 — Aon com slr de 0.5%, de cutbonn clade tntamente, Cros de pela © fearics de fein Atague! nice Tel 3 ri Arpecta com, manor aumento de dee dtiniiada ne fi 288, Notas texaca os aa" Risque nrc, "O 160 CONSTITUINTES BOS ACOS CARKONO re, m8 — Ago melo duro ein teenie epee, plos Ge pra tam emer etrado lentwnente, Gros de pera © poveas reas ig 26 — Aoo com 07 de exten, “Softee! “Aaque: nitico.| 10 CONSTITUINTES DOS AGOS CARBONO 161 ig, 2m — Ao wate, Gros de pes renee a goes ig. 8 — Regldo de ego eutetside extrindo muito tn ‘hm wists Aague! nico 30. 2.2. gL — 162 CONSTITUINTES DOS AGOS CARBONO Ly Pie. 20 — Aspcto com maloe amen te rego demas ma e208, ate: 163, CONSTITUINTES DOS ACOS CARBONO i 2 é E a 5 g IMPUREZAS NOS AGOS 165 nos acos hipereutetoides em que essa réde é de cementita (igs. a 293). Em determinadas condicoes a perlita pode apresentar-se outras formas, com nomes especiais, que serdo estudadas no capi- teferente a tratamentos térmicos. @) Austenita € a solugao sélida de carbono no ferro gama. Apre- se a0 microscdpio, no caso de certos acos-liga,, sob a forma de aproximadamente poliédricos (fig. 294). Com os'acos earbono nao ‘possivel obté-la a temperatura ambiente. Acos-liga inteiramente austeniticos néo sio atraidos pelo iman, © ferro neles existente est sob a forma gama, 6 — AVALIACAO DO TEOR DE CARBONO PELA MICROGRAFIA Nos acos hipoeutetéides recozidos'"' pode-se avaliar aproximada- ive 0 tedr de carbono em funcdo da Area de perlita que se observa micrografia, pois a quantidade de perlita varia linearmente de 0% © ferro puro, a 100% © aco com 0,8% de C. Por exemplo, 0 cam- oi i ico de um aco re apresentar 50% de fer- © 50% de. petite. © fico da fig. 295 facilita avaliacao. Convém assineiar que * (lf cos comuns a avalia- Oh ce can Ce i fee notice bas ee Be ae ees ap" Th cae ere rete ee ee ee ee ee rerccscagers abarente perlita nem sempre é poreional ao tebr de car. ), mormente si o teér de manganés for um pouco elevado, da ordem de 1% por exemplo‘’. 7 — IMPUREZAS NOS ACOS Os acos comuns contém sempre, além do carbono, pequenos teores de silicio, fosforo, enxéfre, manganés, as vézes cobre, e tracos de outros metais e metaldides. Essas impurezas podem combinar-se entre si (MnS, SiO., MnO, Al,0;) ou entao com o ferro (FeSi, Fe,P, FeS) ou com o carbono (in,c). 1) “Resor” quer dace que fot aguecdo scion 44 na sitca © estado lentamente 2) 0 Mn aitcahs a ditusto do cartono non roe de suse, Mesmo com eaftumealo Teno; 2 SE craton, iechow caraciericamente amelres, EGG) arcs aparece leo wh schon’ ‘e"eeaimene abuso de BA" quando comtem um ery de iets See No 166 IMPUREZAS NOS ACOS De um modo geral elas se apresentam sob trés form: a) Como inclusdes: MnS, FeS, SiO, FeO, AlsOs; b) Como constituintes de um eutético: FesP; ¢) Como solugées solidas no ferro (FeSi, FesP) ou na cementita (Mn,C)- ‘As inclusdes sio vistas ao microsc6plo, jé antes do Salve” eu téticde somente depois do ataque; ¢ as solugbes stides nao so detec- Léticos somey recursos da micrografia, ito é diante de Ter estrutura s com or ogenea Ao se pode dizer se so graos de metal puro ou gran viego solid. Por isso nao se pode avaliar o ter de silicio, f6sforo, rafia. ns ecrusdes s80 facilmente identificévels pela sua oF, forma, aspecto, etc,, outras 96 0 sio apés ataqyes feitos com varios reativos € to ‘Geterminado método, quasi sempre multe ‘trabalhoso. md luencia das impurezas dissolvidas depende de te natureza, quantidade ¢ distribuicdo e, quanto #s nclusoes, além désses fatores, quanee ter ainda em conta o tamanho e a tonne das particulas. AS fewarezas dissolvidas ¢ as inclusdes afetam mee My ‘propriedades do impor quando estéo homogeneamente distribuldas do que quando esto Segregadas ou agrupadas. Esta Ultima disposi¢go € freqtiente, como Sci ficou claramente exposto ¢ ilustrado no ‘Capitulo TI (Macrografia). 'E’ oportuno repetir aqui que a analise quimica (habitualmente feito com amostras médias do material) pode ar resultados que satis- fazem plenamente as exigéncias das ‘especificagdes €, no entanto, 0 fnaterial apresentar pontos fracos em conseqiiéncia de concentracoes matfuadas de impurezas em determinados Tugares‘. Ese essas acen tv situadas em regices sujeitas a tenses mais elevadas, podem estivertmmebes, mesmo sem. ultrapassar 05 Vers ‘admissivels para, 0 Snaterial sao, ser demasiadas para @ resistencia dessas Dai P possibilidade do aparecimento de peduere fissuras locals, que, com a Fepeticao dos esforgos, se propagam Paulatinamente através de toda 2 reeeds, reduzindo-a sucessivamente Ste torné-la insuficiente. Ocorre a seoeio, Typtura brusca da_pega e também nesperada porque, DB enléo ® dag vézes, a fissuragao se desenvolve 6 {nterior do material maloria fm vestigio pereeptivel externamente. ‘Muitas das cl Supturas por fadiga se originam assim. ‘© aparecimento de particulas de escéria niio & comum n0s 2g08, mas ¢ cpracteristico do ferro pudlado e € um dos elementos que serve para a sua identificagao (fig, 248)- Fésjoro — Quando o tebr désse elemento uitrapae certos limites, constitue esse elemento um dos mals noclvos dit ‘aparece 10s aGOs, coe A fragilidade que Ines comunica & tmperanta ambiente (cold oer i ess). A fragilidade é agravada no caso de 290s duros, isto 6, de shortness) zbono mais elevado. Por isso, as limitagoes impostas ao 16s- foro para esses acos sio mais severas. ementita | le: 0s eu fio detec- estrutura puro ou , fosforo, r, forma, eativos ¢ 0. natureza, fatores, ulas. AS Jades do do esto , como gratia). almente ue satis- lanto, 0 ntracoes 18 areas, podem para o jes. Dai ne, com de’ toda Ocorre que, na paterial amadas s acos, e serve mites, $ acos, > (cold Dé, de 10 f6s- IMPUREZAS NOS ACOS 167 As especificagdes da ASTM restringem os teores méximos admis- ‘siveis, aos valores abaixo, conforme o fim a que se destina o material. Tithos icon Estruture de. pontes rer aS “Cotas Nermede 0.08% 005% Ose Nos acos o fosforo localiza-se na ferrita formando com esta uma s6lida geralmente imperceptivel ao microscépio, principalmente do seu te6r esté abaixo de 0,1%. Pode-se detecté-lo indiretamente do se apresenta distribuido enr estiras longitudinais (vér o para- fo intitulado: Textura com “Ghost-lines”, pag. 178) Quando o teér de fésforo ultrapassa 0,1% 0 aco comeca, as vézes, apresentar texturas grosseiras persistentes, rebeldes aos tratamentos micos que visam torné-las mais finas. Chega-se a observar, no inte- dos gros de ferrita, uma espécie de desenho de contornos cone: como se vé nas figs. 296 a 298, Com teores mais clevados ainda, por exemplo, 0,4%'"', pode ocorrer a formagao de um eutético' entra em fusao em torno de 1150°, Bste fendmeno traz como cons Wencia a ruptura ou esboroamento do aco, se éste fr deformado a temperatura, Além da influéncia sdbre a fragilidade, acima referida, 0 fésforo enta um pouco a dureza, a resisténcia e diminui a ductilidade do . Melhora a resisténcia & corrosio e facilita, como o enxdfre, a usi- bilidade'*), Enzdfre— O tedr maximo de enxéfre geralmente tolerado nos acos -€ de 0,05%. A presenca dessa impureza é facilmente notada ao micros- pio, pois forma inclusdes de sulfureto, que so visiveis mesmo antes qualquer ataque, figs. 250 a 256. ‘© enxdfre combina-se com 0 manganés e com o ferro formando ulfureto de manganés e sulfureto de ferro. O de manganés solidifica- gf cetca de 1600°C € 0 de ferro, a cérea de 1000°C no eutético com erro. Bstes dois sulfuretos so, entretanto, parcialmente soliiveis um no de modo que formam um sulfureto de estrutura complexa, cor suas proporgdes, que se solidifica a temperaturas intermidia- entre as citadas. Como 0 enxéfre tem maior afinidade pelo manganés do que pelo ferro, na solucdo s6lida dos dois sulfuretos haveré predominancia do manganés, sempre que a percentagem déste seja suficientemente contrario se dard se 0 teér de manganés for muito baixo ou suficiente. No primeiro caso, as inclusdes jé se solidificaram a temperatura ‘muito alta, préxima a de solidificagdo do proprio ago e, & temperatura que se lamina ou se forja o metal, ésse sulfureto é relativamente , deformando e amolgando-se no sentido em que o material & frabalhado. Sua presenca no aco no 6, por isso, muito nociva, TD © wor de Urforo reves pein antee guimice & sempre um valor médlo. Como 0 {fo ni peste inant San "ake Lets am, Senay Connie eat ‘ot snplemmente cxdico tc meeps Ser ampecto career momento a soi, ca Pattee cats ag cls componente op Fe patal denna a, oo. ay ‘Gotta “om agai “epife. de capacidade de ser torment, plaimade, frado, malo, ete. IMPUREZAS NOS ACOS IMPUREZAS NOS ACOS ct ee ees eee 170 IMPUREZAS NOS ACOS No segundo caso, em gue predamins, o suliureto de, ferro, verifica- vse que acima de 988°C pode ocorrer a fusio do eutétice Feres. Re 0 aco for deformado acima dessa temperatura, isto © for taminado, forjado ou simplesmente vergado, romper-se-a com SUrprcen= Yante facliidade. E’ a fragilidade a quente (red-shortness) ‘acos com tedr propositalmente alto de enxbtre (0,10 a 0.20%) eee com teor também alto de manganés, até 1,65% (para evitar & formacao corn te an empregados nia fabricagdo de pecas cujo trabalho 20 tort, de eS), traxa, ete, deva produzir cavacos curtos € quebradicas, me ‘fe icultam a perfeita usinabilidade das pecas, permitingo © obten- Yeo direta de superficie bem lisas. Bsses acos So eonhecidos por “free Eutting steels” (agos de corte facil). © enxéfre é uma impureza- muito dificil de ser eliminada; atenua- ge suainfiueneia nociva dando ao aco um tedr de Mn tal, que o sulfu- yeto que se forma sela rico em sulfureto de ‘manganés. Nos agos comuns Te dondicdo esta habitualmente assegurada, porate ‘teor de manga See éda ordem de dez. vézes 0 do enxofre. Medticamente bastariam cérea de duas vézes. *.$ inclusdes de sulfureto de manganés podem apresentar-se mi: cerograticamente sob varias formas, como periion s, quando se solidifi- croB antes do aco, fig. 252, globulos, fig. 259, om ‘aisposigdes arbores- centes, quando se formam nos espagos fnterdendriticos, fig. 254, espe: create nos produtos modidados ricos em SF ‘Mn. Sua coloracao é Clalmermescura, como ardésia, f6sca e, em eeral, jhomogenea. As vézes, cerGeserva, nas inclusées de forma globular, um inficleo escuro que pode IMPUREZAS NOS ACOs im ferro, verifies uma particula de 6xido. Na seccdo longitudinal dos agos muito °o Fe-Fes, , as inclusées aparecem com forma lenticular ou como estrias isto é, se 10 e delgadas, fig. 251. com surpreem As inchusées ticas em sulfureto ess) ferro so caracterizadas pela sua a 0,207 amarela e seus contornos ex- = elores quasi sempre céncavos (for- alho ao torna que freqiientemente apresentam sbradicos, q iconstituintes que se soliditican indo a obten iiltimo), emitindo as vézes pro- tos que tendem a envolver gtaos. Com grande aumento, ¢ ‘vézes mesmo com 200 aumen- nota-se a textura bindria ow to eutectiforme dessas inclusdes 253, 255 e 256. Bste sulfureto raramente apa- nos acos comuns. sentar-se mic © sulfureto de manganés con- do se solidifi- ndo quasi sempre certa quantida- goes arbores- de sulfureto de ferro em solucéo, ig. 254, espe- a-se a temperaturas mais | coloracao é do que o sulfureto de man- ea. As vézes, puro. Em conseqiiéncia, o uro que pode to se concentra em regies se solidificam mais tarde e que © por isso também mais ricas em Te, Zao de mutta de mangas sforo. Dai a freqiéncia com que “tau nitiee 10 s duas impurezas so encontra- nas mesmas regives. Ao atravessar a zona critica, a ferrita comeca a formar-se de pre- sréncia nessas regides, porque o fésforo eleva a linha A, e a precipita- 0 é ainda facilitada pela acdo escorvadora das inclusces de sulfureto. Ba razdo pela qual é tao comum observar-se nos acos catbono esfri ‘dos lentamente, éste tipo de inclusdes contornado por ferrita (figs. 301 2 303). Quando as inclusdes se solidificam a temperaturas muito mais ‘aitas, como por exemplo, no caso da estria negra de escéria, visivel na fig. 304, e das inclusdes poliédricas de sulfureto de manganés apresen- tedas na fig. 252, ndo se observa em geral a orla de ferrita acima veferida. Convém lembrar que essas consideracdes se aplicam somente aos ‘acos cuja composicdo quimica e velocidade de esfriamento sao tais, que haja normalmente formacao de ferrita ao atravessar a zona critica, Silicio — Todos os acos carbono contém éste elemento em propor- ges que variam de 0,05 a 0,3%, Esta pequena quantidade de silicio, que constitue uma impureza normal nos acos, forma com o ferro uma soluedo sdlida, de modo que nao ¢ possivel detecté-la por meio do mi- eroseépio. Nessas proporcoes nao exerce influéncia acentuada nas pro- priedades mecanicas dos acos, sendo um elemento de adi¢ao para ate- nuar a formacéo de bolhas nos lingotes. IMPUREZAS NOS ACOS 1m ng, sat ae a aaa temo) « sso em incluso gia A cmon a "pane ig state ar sos — Men ae 6,20 en sla mei slongament teil Se miragno. ne: mse, 15% IMPUREZAS NOS ACOS 173 Quando 0 aco se destina a ser caldeado, uma das condigdes a que ‘satisfazer, € a de seu teér de silicio estar abaixo de 0,2%, caso ntratio 0 caldeamento torna-se dificil. A influéncia do silicio faz-se sentir de modo mais acentuado nos ferros fundidos nos quais intervém em teores bem mais elevados. Faci- Zita a formacdo de grafita por tornar menos estavel a cementina, que ‘entdo se decompoe. Manganés — A quantidade de Mn que 0s agos comuns contém ¢ ‘maior do que a das impurezas anteriormente descritas. Ble € intencio- malmente adicionado na pratica siderirgica (geralmente sob @ forma de ferro-manganés) como desoxidante, no metal liquido, favorecendo fundicdes “sis”, ‘© Mn combina-se em primeiro lugar com o S para formar MnS, como ja fol dito, e 0 excedente liga-se em parte ao carbono dando Mn,C, composto andlogo a cementita (Fe,C) @ qual se associa, e em pparte se difunde na ferrita. A cementita dos acos comtuns é, portanto, faramente composta de carboneto de ferro puro, contendo ao contrario, teores variaveis de Mn,C. ‘© manganés aumenta a forjabilidade do aco pela formacio do Mn em substituicdo do FeS, cujos inconvenientes ja foram apontados, ‘Aumenta também a temperabilidade, a resisténcia ao choque, e o li- tite clastico, diminuindo, porém, a ductilidade. Os acos ricos em man- ganés tém maior tendéncia para trincar durante a tempera. 174 IMPUREZAS NOS ACOS ‘A medida que o tebr de Mn eresce, diminue & quantidade de carbo- no reveseirla para formar o eutetoide pert ‘quando o aco contém no Mie Mn basiam 0,78% de C para se Obter 100% de perlita. ‘Aluminio — Bste elemento é um desoxidante mais eficiente tque manganés ¢ 0 silicio ¢ por tio € empregado como adica para “acalmar” 0 ago, isto, é para minorar ou extinguir o des” prendimento de gases que 0 98° Fam na solidificacao. O aluminio favorece ainda a obtencdo de tex: furas de granulagéo mais fina. Forma com o oxigénio um com. posto Al,O, (alumina), ques presenta, ao microscbplo com aspecto de particulas negras, du: tee indeformavels, esparsas OU tntao agrupadas, como mostram go figs. 258 e 259. Na fig. 305, sé ra-se que a presenca destas in mosses nao altera a disposicéo da ferrita e da perlita. ane — Avomeracto ae westen, ae ide ymatoresrr eee te caso, Ape teas eum Clessificosdo 4 inclusées aS sce Ntetse free. 1s Entre as diver oes existentes sobres: Glasses: A (tipo sulfureto), B (tipo ‘alumina), C (tipo silicate st SrUpOS riper unidade de superficie. © Pe Yidesigna uma quantidade pequena de inclusses € on 5 UNE quantidade elevada, de acordo core efectos micrografieos representades Tr 'Gesenhos, com ampliacao de aspects te servem para comparacao. Cada "numero admite ainda qua jp snildales — inelusses finas ov gross "Pode ser utilizada para Tpontar quais os méximos tolerades: “entdo, quais as maneiras de Gpresentagao que nao sio admissivels em certas pecas. Concentracées locais de certes elementos. Durante a solidificagéo dos agos, além oa segregacéo principal, ocorrem concentragées néo so de impureZas Cocke ‘também de carbono ocorrerios pontos, especialmente em bolas. Bssas concentracdes apre- mann em 981 pla "Amen Soy fr Tati, MAE casmo, IMPUREZAS NOS ACOS os oe rbo- em 0 é nte = cao es jes- 2g inio pox ina. om se. om du ou am 308, ine da, FARRER ER oUAs eR eBF IMPUREZAS NOS ACOS Ale? Hial is iit 16 Pig. 311 — A Area cura que se rele: era). Ateaoe! ae, ee a sno. 00 ed ie Ee g e g 5 9 i : : Oca ‘on 178 JEXTURAS COM DENOMINAGOES PARTICULARES sentam-se na macrografia como pequenas manchas escuras. figs. 308 Soro ¢ quando examinadas ao microscépio, sem ataque, se caracterizam freqlientemente por um agrupamento de inclusoes, fig. 305, TDepois do atagque com um reativo de decide nitrico ou picrico, pode. se ver be se trata de uma area mais rica em fésforo (fig. 309) ow mais riea em carbono (fig. 311) 4 Gutro exemplo bem caracteristico das diferencas de _composicao, de propriedades e de textura ocasionadas pela concentragdo de imnPu- yezas € do carbono, pode ser observado na fig. 312. 8 — TEXTURAS COM DENOMINAGOES PARTICULARES Teztura “Bruta de Fuséo” — E’ uma expresso com que se designa a textura do ago no estado em que se solidificou e se esfriou normal- mente, sem qualquer tratamento térmico ou mecénico posterior. ‘Nésse estado, 0s acos apresentam micrograficamente um aspecto tipico pela dimensao geralmente avantajada de seus graos ¢ Palas formas’ peculiares dos constituintes e sua distribuicdo irregular. Em agos de te6r de carbono mais elevado encontram-se frequentemente Gs erdos de perlita com aspecto rendilhado ou penetrados por agulhas Ge ferrita, Bste segundo aspecto, conhecido por textura acicular (fig. 313), no é privativo dos acos no estado bruto de fusio. ‘Tertura com “Ghost Lines” (Faixas de ferrita ricas em fosforo| © fosforo € uma das impurezas que sao segregadas durante a solidifi- cacéo, acumulando-se nos enchimentos interdendriticos, nas bolhas Gurem certos pontos mais centrais do lingote que por ultimo se solidi- fieam. © trabalho meeanico de forjamento, laminacao ou estiramento que se segue, transforma essas regides em longas faixas. paralelas. Gomo 0 fosforo se difunde com muita dificuldade, essas estrias perma- fhecem mesmo apés diversos tratamentos termicos. ‘Como a presenca do carbono e do fésforo, na mesma area, é um tanto incompativel, este expulsa aquele, de maneira que as estrias ricas tm fésforo fieam constituidas quasi exclusivamente de ferrita; a per- Tita se agrupa nas beiradas dessas faixas (figs. 314 a 316). ‘Alem disso a presenca do fésforo desloca um pouco para cima a linha GE’ de modo que, durante o esfriamento, nas regioes onde éle se encontra, a separacdo da ferrita na austenita comeca mais cedo € ase tera em parte efetuado, quando nas outras regides o fendmeno Finda esta se inicando. Por outro lado, nas regides onde se verifica a Segregacdo do fOsforo, geralmente também se encontram inclusoes yarias cuja presenga escorva a separagao da ferrita, que doutra forma Qeorreria 2 temperaturas um pouco mais baixas. Estes fatos tambem contribuem para que sejam mais ferriticas as regioes fosforosas. Consegue-se assim, a0 examinar, com auxilio do microsc6pio, sec- goes longitudinais de pecas laminadas, detectar indiretamente a pre- Senca do fésforo pela completa auséneia de perlita ao longo de certas faixas. Esta textura em estrias faz com que o material tenha propriedades diferentes, conforme a diregdo em que atuarem os esforcos. SO teré qualidades mais ou. menos aceitavels no sentido das faixas; normal- mente a elas, suas propriedades mecanicas serdo inferiores. tico, pode. ) ou mais mposigao, de impu- ES e designa -normal- jor. } aspecto ¢ pelas lar. Em temente agulhas lar (fig. foro) — solicifi- in USES. aan ment rd ade. a iin ‘Pa SSO" 2h la de ont Rs de 180 ‘TEXTURAS COM DENOMINAGOES PARTICULARES Bence RR, 0 RE ERR oe “eS So eet nee Bey SS ng Ett om mg tn, Tar ter te 0 te defen te om ‘omeada Johns ssgue mftio. 29 ‘ig. 16 — maria larga com ponco carbo conetatada a seco transversal da sm dem BIE Mga ims aioe ede So Spieerline™ eecepolonalmente fargo. Arsaue ntsco, 4% ——— —™ TEXTURAS COM DENOMINAGOES PARTICULARES: vig. S17 — ago dove tamlnado « recondo spresetando wma texture alshada. A feta @ SolRS* aptons cenerratcnsinans. Nenu’ nico. 120%. ig, 318 — Secpho transerel de uma capa do ge melo duro reevaldo, Testureslahada om “cia ‘ea arensaiongadss escontnuns. Ataghe: ition 19 182 TEXTURAS COM DENOMINACOES PARTICULARES Pig, 9 — Secpio longitudinal de uma chaps fa de ago meio duro recrido, Tertara ‘lana ‘com tclioer ae nS cetrarnnteslngllar "Aa eee gg 2 Textura alinhada — Observando-se ao microscépio seccdes longi- tudinais de acos muito laminados ou forjados a quente, é frequente eneontrarem-se os constituintes dispostos segundo linhas paralelas, como mostram as figs. 317 a 320. Estas texturas ndo se enquadram no caso do paragrafo anterior (“ghost-lines”) e sio de preferéncia cha- madas “texturas alinhadas”. As deformacGes plasticas produzidas pela estampagem, forjamento, ete., que modificam o perfil longitudinal dos acos laminados com textura alinhada, ficam bem visiveis no exame micrografico figs. 320, 321 e 323). Textura “encruadas” — Quando o aco é laminado ou forjado a quente, isto é, a temepraturas acima da linha GE'S, os gros de auste- nita se deformam, mas recristalizam imediatamente, originando novos gros de forma normal. ‘No caso, porem, de se trabalhar 0 aco baixo de 700° e especialmente & temperatura ambiente, as deformagoes que os gros softem perma- necem e 0 material se diz encruado. Néste estado anormal tédas as propriedades mecinicas do aco sao alteradas. Em geral, a tenacidade a vesisténcia & tragdo e a dureza aumentam e a ductilidade diminui, De um modo geral, 0 encruamento s6 é obtido por um trabalho mecdnico que obrigue o material a ultrapassar 0 seu limite de escoa- mento, Os gréos ficam entao alongados paralelamente ao esférco de tracao ou perpendicularmente ao sentido de compressio (figs. 325 328 a 335). Esta deformacéo deixa no material vestigios tipicos visiveis ao microsc6pio, numa secedo paralela a direcdo de solicitacdo, tanto na

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