You are on page 1of 23
Printed by: 62242040391 @YDUQS.edu.br. Printing is for personal, private use only. No part of this book may be reproduced or transmitted without publisher's prior permission. Violators will be prosecuted. M54 Métodos ce peas em pxicologia [recurso cletsdnico] / Glynis ‘ML Brealewell. otal; tradugio: Felipe Elizalde evisto LenicarVitor Geral Hasse.— Dados eletrDnicos ~ Porto Alegre Artmed, 2001 Eatado também coma liven impresso em 2010 ISHN 978-85-365-2015.9 1. Palcologla. 2. Métodos de pesquisa. [ Breaiowall, Glynis M. DU 139.8:001.891 CCatalogagio na publicagdo: Ana Paula M, Magnus - CAB-1O/Prev-000/10 Printed by: 62242040391 @YDUQS.edu.br. Printing is for personal, private use only. No part of this book may be reproduced or transmitted without publisher's prior permission. Violators will be prosecuted. 7 Métodos Observacionais 7A Introdugo 7.2 Ocque 6 pesquisa observacional? 7.3. Niveis de observagao: comportamento.e fla, 7.4 Cheervagto e lentes tedricas 7.5. Decisio sobre o que observar ~ esque Ue coificagao 7.5.1 Codifcagao de sequéncias aecomportamentas 7.6 Onentacéo interpretatvs cara a observagao 7.7 Pesquisa ve coservagao participante 7.7.1 Coletanco dados 7.72 Registro 7.8 Validade 7.9 Conclusto) 7.10 Leituras recothencadas Printed by: 62242040391 @YDUQS.edu.br. Printing is for personal, private use only. No part of this book may be reproduced or transmitted without publisher's prior permission. Violators will be prosecuted. OBJETIVOS Este capitulo tenta oferecer uma visdo eral dos métodos obsetyacionais, Comega ‘com um resumo de quatro caractersticas certrais da pesquisa cbservacional e 2s considera dentro co estruturas teGrcas afns. Seque, entaa, dalinaando com exampios extraidos de ume variedade de pesquisa psicoégica algtins detaines a respetto de como so feitos 08 diferentes tipos da observagéo. A iitencgo 4 habiltar os letores a entender @ 2 conhecer a funcio as técricas de obsenyaeao e os modos de codiicar di. } ferentes tioos de dados observacionais. O capitulo pretende mostrar que a observaceo envoive inevitevelmente um process interpretative. Daf o fio condutor que o norieia ssugert que a escoha do foco da observagao, dos métodos ooservacionais @ emoreadr da natureza da andise subsequehte S20 Orientados peles lentes tedrices @ pessbals do pescusador. A pesquisa de cbservacdo perticipante € dscutida mediante a exem- plficagdo de aspeotos de uma abordagom interprotativa da observaca0,,O.capitulo conclu com um exame dos problemas retecentes a valdade © & confablidade. Termos-chave Amosicagam de tempo Jorialisaié investigative Analise de amostragem de tempo _—-Odservador como parteipante Autorrefiexao Observador integral Qaracteristicas paralinguisticas Observador particioante Confiablidade entre avaliadores articipante como observador Esquemas de codificago Participante completo Gravagdo de video Tornar-se nativo Indugao analitica Tilha de auditora Printed by: 62242040391 @YDUQS.edu.br. Printing is for personal, private use only. No part of this book may be reproduced or transmitted without publisher's prior permission. Violators will be prosecuted. 136 _Giynis MV. Brechvel, Sean Hammond, Chis Fe-Schaw & Jonathan A Sith 7.1 INTRODUGAO Por que raza escolherfamos adotar @ pesquisa observacional? Salmon (2008) afirma que deveriamos selecionar métodos de pesquisa com base nas questoes que pretendiemos responder eadaptar, combinar e modificar os métodos demaneira que vigssemos a dispor dos melhores modos de respondélas. Nossa escolha das ques tes da pesquisa 6 por sua vez, modelada por nossos intaresses de pesquisador, pes Soais e profissionais. Meu préprio trabalho como psicdlogo eiinico envolve 0 uso da bservacio 20 vivo e da anilise de videos de interagdes farnfia/terapeuta como uma parte integral do processo de formulacio e de intervencao cliniea (Dallos e Draper, £2005). Provavelmente todos os clfnicos e psicélogos aplicados empregam a observa (glo como parte ce sua prética cotidiane a fim ce orienta-la dia a dia, mas também para contribuir para um corpo maior de evidéncia e de teoria (Ruskin, 2002), Além isso, os profissionais liberais dessa drea podem engajabse em estudos observacio- ‘ais mais formais, a fim de aumentar seu conhecimento ou de testar conceitos espe- cficos. A pesquisa observacional é ema um sentidojibiqua e pode ser it reconhecer sua importncia na geragao de ideias iniciais da pesquisa, ber como sua. contribu oa empreendimentos mais formais de pesquisa Mais amplamente, a observacao Gua alividade humana que ajuda a gacaitit nossa seguranea e sobrevivéncia €a selecionar amigos e parceiros intimos, Ojeonti- ‘nuo interesse popular em textos sobre comportamento verbal (Argyle, 1972*Morris, ‘2002: Beattie, 2003) e programa de televisio do tipo reality show tambémsugere que as observagées exercem grande fascinago sobre multas pessoas eindica que as ha- bilidades observacionais $40 fundarnentais pera a atividede hurmiata, ¢ néo apenas para o campo de agio des psicélogos. [sso também sugere que'éprétiso adotar uma abordagem da pesqisa observacional que reconhega quea observacio psicolégica, iferenteriente da cbservagdo como ela ocorre nas ciéneias fisicas, envolve fazer inferéncias sobre pessoas que esto similarmente engajadas em fazer observagies, las propriasysobre os objetivos, as intengées ¢ o interesse do pesquisador. 7.2, 0 QUE E PESQUISA OBSERVACIONAL? ‘A pesquisa observacional é um métedo de pesquisa por si sé ¢ esta integrada 03 outros tipos de métodos de pesguisa. Uma variedade de métodos de pesqui- sa, como estudos por entrevistas, grupos focais, estudos experimentais e estudos de casos clinicos, podem incluita observago de dados. Por exemplo, a observagao pode indicar os esiados emosionais dos participantes ou revelar o modo como esses agées estdo conectades aaspectos ¢ a mudangas no ambiente social. A obscrvacdo pode revelar o que fuzém as pessoas, como elas 0 fazem ¢ como isso ¢ influenciado pelo -e, por sua ver tem influéncia sobre 0 ~ ambiente social dentro do qual tém lugar suas acbes, Os estudos observacionais pociem ser amplamente conceitualizados de acordo com quatro principais dimensées. Cada uma dessas dimensdes pode ser vista como envolvendo processos interpretativos da parte do observador e daqueles que S30 observados, A extensdo dessa interpretegio pode variar; contudo, invariavelmente atribulmos significado ao que observamos, por exemplo, ao esealhermos qual fe- némeno queremios cbservar ¢ para quais aspectos do fendmeno escolhemos dirigit nossa atengo (Quadro 7.1). Printed by: 62242040391 @YDUQS.edu.br. Printing is for personal, private use only. No part of this book may be reproduced or transmitted without publisher's prior permission. Violators will be prosecuted. Mélodos de Pesauise em Psicologia 137 Quadro 7.1. Dimensées da pesquisa observacional Experimental > Naturalista No pattiipante = > Patcicante Testagem da teoria-exploratéria, Printeirament®lbs estucios observacionais po- dem ser conceitualizados tomando-se por medida a intengao de testar uma teori existente por meio do exame do que as pessoas fazem em diversas siniagdes € cit- ceunstincias, Por exemplo, os estusios psicolégicos sociais de outrora exploravama proposigio tedrica geral conforme a qual as pessoas manifestam conlormidade com as situacdes quando instrufdas a agir de certo modo por aparentes figuras de auto- ridade. A observagio do compottamiento dos participantes nos famosos ethidos de Milgram (1983) mais do que confirmaram essa proposiedo no sentido We que eles ‘também descobriram que as pessoas poderiam ser persuadidas a apliear dosagens aparentemente letais deichoque elétrico em “sujeitos” experimentais quando sol- citados a fazi-lo e quando avalizadas por uma figura ‘cientista’ de autoridade. Sig- nificativamente, estudos desse tipo revelaram néo apenas opie as pessoas fariam em certas aituacdes, mas também indieagdes observacionals de como as pessoas se sentiant er séla¢ao a suas hesitagées, a seu comportaménto no verbel, bem como de quaio earacteristicas da situagdo influirar — poreKemplo,o jaleco branco do ex- petimentador como um “simbolo de autoridade’, Exticontrapartide, @ observagio pode ser émpregada de umn modo mais des- citivo para explorar diferentes situagbes. Isso pode ser como uma forma de “reco- nhecimenta' - observacdo exploratoria para gerar ideies que podem ser pesquise- das mais formalmente quando algueas caracterfsticas potenciais bésicas foram identificadas. Como ocorre com dulras formas de pesquisa exploratéria, como os estuclos por entrevista interpretativa, as intengdes podem ser desenvolver o discer imento em um processo idditivo (Strauss e Corbin, 1958; ver Capitulo 17, neste livro). Um born exemple dessa pesquisa foi conduzido por Marsh, Rosser ¢ Harre (1978), em suas observagdes exploratérias do comportamento de torcedores em partidas de futebol. Experimenta-naturalista, Bssa dieensio est ligada a um contraste entre a ob- servagéo que é conduzida sob condigées experimentais ¢ aquela que é mais natura lista. Condigies experimentais geralmente impSem varios tipos de controle a fim de Printed by: 62242040391 @YDUQS.edu.br. Printing is for personal, private use only. No part of this book may be reproduced or transmitted without publisher's prior permission. Violators will be prosecuted. 138 _Giynis M. Brechvel, Sean Hammond, Chis Fe-Schaw & Jonathan A Sith facilitar o desenvolvimento de explicapbes causais Isso envolveria observar pessoas expostas a experiéncias similares. Um exempio interessante & a Situago Estranha (Ainsworth, Blehar, Waters e Wall. 1978), empregada em estudos sobre a ligagio en tre mie efilho(a). Essa situagZo consiste de um procedimento padronizado envol- vendo varias separagées entre as mies ¢ seus filhos(as),c aspectos especiticos de seu comportamento, tais como sinais de aflicdo e padres de conforto na reunigo, sio as principais medidas. A observagdo também tem sido amplamente usada para descrever compor- tamentos em situagées “naturais” que séo contrastadas com situacdes. tais como estucos de laboratério, que sio vistas como “artificiais" ou com@ndo pertencendo "Vida real”. Estudos naluralistas lém variado a extensio na qual empregam eate- gorias predetcrminadas, ou tentado testar teorias enquanto opostas « comecar com ‘ma abordagem menos espeelfia do tipo “vaios dar uma olhada’. Exemplos des- se tipo de observagio incluem a observagio de atividadies lidicas de criancas nos pparquinhos das escolas (Robson, 2002), instituiedes psiquidtricas (Goffman, 1961) €.0 furcionamento de familias em seu proprigamibiente doméstico (Vetere e Gale, 1987). Esse ultimo estudo resultou em que os pesquisadores foram "morar no ext prego’, isto &, com as familias durante ura periodo de varios meses a fim de obsers ‘var suas ages, por exemplo, em variogStibgrupos - como individuos, duplas, pais ¢ eriangas. A observagio nalucalista cobre uma ampla variedacle de métodos, desde ‘uma perspectiva relativamente “externa’ em que o abservador ndo se envolye com as pessoas que est20 sendo observadas, até uma posigio mais participante, em que a tomarse observacio implica envalver-se - tornar-se nativo para tentar entender a situacio ‘atwe a partirde dentzo. Existe uma amipla¥ariedade de tipos de pesquisa observational ¢ a distingao entre experimental/artificial e naturalista ndo 6 uma-distingdo apropriada, Por exemplo, ten-setfirmado que mesmo os telacionameplos de longo prazo que se desenvolvém em situagdes experimentais, como ém duplas, familias e grupos de trabalho, rao fixar e manifestar seus padides bem-estabelecidos. De fato, 2 “"na- turaliddade" do relacionamento pode estender.se para qualquer situiago em que les se encontzem. Contudo, esta constitui uid importante questo da pesquisa, ppof exemplo, se um grupo como uma farnflia muda sue dindmnica de acordo com ifezentes contextos ~ em casa, no shopping, na unidade de terapia, em uma noite dos pais na escola, ¢ assim por diante. E também possivel obter-se vérias formas Ge controie natural de varidveis ern situagSes naturalistas, por exemplo, observan: do-se tarefas que tenham uma estrutuira repetitiva,tais como encontros, ow em que certos eventos ocorrem.— por exemplo, recepedes e despedidas em aeroportos ou estagdes de trem. Os quedetendem a pesquisa naturalista argumentam que 0 com- portamento 6 eapecifico do contexto que a observagio deve envolver a atengao estrita aos pardmelfos das diferentes situages, incluindo delinigSes eulturais. Por exemplo, hd importantes variagées culturais nas quais modes de comportamento sfo considerados como apropriaclos ~ por oposi¢go a modos de comportamento inapropriados ~ ern situagées como compras, casamentos, festas ¢ reunides de fa- ‘iia, Simplesmente observar 0 comportamento, sem tomar conhecimento desses significados contextuais pode apenas oferecer uma compreenséo muito parcial do fendmeno que desejamos explorar. Printed by: 62242040391 @YDUQS.edu.br. Printing is for personal, private use only. No part of this book may be reproduced or transmitted without publisher's prior permission. Violators will be prosecuted. Mélodos de Pesauise em Psicologia 139 Um desenvolvimento significative da pesquisa observacional tem ocorrido por meio da acessibilidade disseminada dos recursos de gravago de video. ais gravagso de recursos so hoje to amplamente acessfveis que 6 posefvel incorporar & pesquisa W#e> bservacional o autorregistro dos participantes. Por exemplo, podemos usar videos digrios de pessoas em situago doméstica ou deixar cimeras de video na eituacao «que desejamos observar por longos perfodos, permitindo que os participantes se ha- bituem corn sua presenga. Estruturada-Nao estruturada, Estudos observacionals estruturados usam as ve- 7088 eodificagao de tipos espectficos de comportamento. Esses tipos podem eonsti- ‘uir unidades significativas maiores (como um episédio interativo) ou tipos de ages (como mostrar solidariedade ou hostilidade) ou aspectos mais disoretos do com: portamento (como expresses ou alteragdes de estado de espirits), Uma forma de observagio estruturada amplamente utilizada advém dos estudlos da3,processos de ‘tomada de decisdo em grupo que empregam uma taxonomia dos diferentes tipos de comunicagies (Bales, 1950: Ellis, 1993)- Observadores sio trefiaios pare usar es- es sistemas ¢ codificam o modo conforme o qual membros diferentes de um grupo contribuem para o processo de tomada de deciso em eonjunto (por exemplo, em termos de tarefa, por oposigéo # agdes de ordem socioémocional) ou 0 modo pelo qual o padrio dessas comunicagdes altera a maneira como a dindmica do grupo se desenvolve ao longo do tempo. também posstvel abordar a pesquisa Ghservacional sem desenvolver claramen- te estraturas para observer acontecimentos, No caso extremo. isso tem ecwolvid estuclos etnogrificos em que os esquemas de codificagio sio desenvolvidos fa ssquemas ‘medida em que a pesquisa avanca (Hammersley e Atkinson, 1995; Gomimediam- 92 e0aitex- ‘mersley e Foster, 2000). Conectada'a isso est a ideia de que 0 pesquisador embors comegando com uma abordagem nao estruturada, pode, em eclebotagio com os participantes, decidir quais caracteristicas, acontecimentos, agdesi6u aequéncias essenciais devem ser regishradas, Néo participante/participante, A pesquisa observacional yaria de acordo com a fangi0 adotada pelo pesquisador na situago que est serido observacia. Junker (1972) desetovelt as fungées sociais do observador patticipante ao lado de uma observador série continua que tem 0 participante completo e¢ Observador completo em cada Partetpante cextremo,€ 0 participante como observador ¢ 0 observador como participante em posig®s intermedidrias (ver Quadro 7.2). Emu extremo, o pesquisador tom parte ativamente no ambiente da pesquisa ¢, no Outro ele tenta permanecer destacado € objetivo. O participante observador qué-trabalha em ambientes naturalstas pode encontrar a si proprio essumindo ¢ ablandonando esses papéis ao longo do cont atu de ecvolvimento relativo, mesmo que ele possa enfatizar um desses papéis (ver Vetere e Gale, 1987). © participante complete esté totalmente envolvido com 0 grupo de pessoas participants {que esto sendo estudadas e esconde do grupo sua atividade observacional. Isso complete permite ao observador agit como um membro “em grupo’ talrez. compartithando {informago privada que poderia nfo ser revelada a um observador identificdvel. A vantagem é que o observador adquire urt conhecimento direto e fntimo de um papel social e passa a ter mais acesso aos pensamentos, aos sentimentos e ds intengbes Printed by: 62242040391 @YDUQS.edu.br. Printing is for personal, private use only. No part of this book may be reproduced or transmitted without publisher's prior permission. Violators will be prosecuted. 140 _Giynis W. Brechvel, Sean Hammond, Chis Fe-Schaw & Jonathan A Sith Participant Participant ‘como observacor partiipante Hotoxzo intorpatacao estruturaca, Necessidace de ‘eos, reexvised interpietagio pessoal ¢ estruturada por ‘seccpoiica: uma epistercoaia epstemologa “enjetva subve! dos participantes, Contudo, hi desvantagens — por exerplo, do ponto de vista éticor nossos cédigos de conduta desuprovam a observagio feita sem o consentimentodos pacticiparites, sem o qual o pesquisador fica exposto & acusacéo de espionagem. Ao lado disso hd o problema ~ para o observador ~ de ocultar sua prépriaidentidade a fim de juntar-se ao grupo. Mahipulas relagdes no grupo tais eomoeliancas, pode levar o peaquisador a decepcionar-se com o que ele sente ou pensarm contrapar- tida, oportunidades parabservagao fora do em grupo” podem seslimitadas, Esses estuclos tém considenéveis semelhancas com o jornalismo investigativo e poderosas investigages it sido feltas - por exemplo, explorando atitides de racismo da forga policial. Uma pega cléssica de pesquisa ¢ 0 estudo de Rosenhan (1973), que consiste de pesquisatlores que “fingem" ter uma doenga méntal a fim de serem admitidos em Lmainstituigao psiquidtriea e, subsequentemenie, observam 0 comportamento do (quadro de funciondrios da unidade e refletem sobre suas préprias experiéncias. Uma repligacdo mais recente também foi condusida (Slater, 2004). sarticinte 0 participante como observador item ou assume um papel social significa- come ebser- tivo dentro do grupo estudado, O papel & caracterizado por envolvimento relativo *28°" com o grupo: por exemplo, Jane Gilgun observou 0s processos de tomada de deci- sto de seus colegas de equipe clinica multidisciptinar, agindo ela prépria como um ‘memnbco da equipe (Gilgun. Daly ¢ Handel, 1992). 4 atividade observacional iio € completamente dissimulaga, mas os observadores frequentemente descobrem que (os membros do rupee avaliam de acordo com sua participago no grupo, 30 conforme seu stats le observador. Entre as vantaglns, inclui-se a consci€ncla de um papel especifico dentro do gru- po. com a compreensio progressiva dos processos do grupo a partir dessa posigio ‘mais subjetiva e compreensiva, H4 uma telativa liberdade de observaao dentro do grupo. embora a atividade observacional possa ser constrangida peles demandas do papel especifico adotado dentro do mesmo, Entre as desvantagens, inclui-se o aces so limitado @ algume informagio privada, com mais tempo e energia gastos partici- pando do que observando! Outro exemplo pode ser encontrado no trabalho cléssico de Whyte (1943), 0 qual examina a vida nas ruas dos baicros itaianos pobres nos Estados Unidos. Printed by: 62242040391 @YDUQS.edu.br. Printing is for personal, private use only. No part of this book may be reproduced or transmitted without publisher's prior permission. Violators will be prosecuted. Mélodos de Pescuise em Psicoligia_ 141 (© observador como participante se integra 20 grupo com a intencdo expressa observador de observa. Seu papel como observador ¢ caracterizadlo pelo relativo destacamento 2m par «em relagio ao grupo estudado, tendo seu posicionamento objetivo e empético enfa- “** tizado. Entre as vantagens, inclui-seo acesso a uma ampla variedade de material, até ‘mesmo & informagdo privada, caso fique claro que o observador pode preservar 0 ‘anonimato dos membros do grupo. O observador é de muitos modos mais livre para ormular questées desempenhando esse papel, liberaco das exigencias do papel de participante. O observador como participante é menos ative do que o participan- te como observador. 0 iiltimo carrega a responsabilidade de participar no fntimo do grupo e de iniciar « atividade, ao passo que o primeiro tende a ser mais reativo as iniclativas dos membros do grupo. Entre as desvantagens desse papel, podem se incluit constrangimentos sobre a confidencialidade ao relatar ¢ ama impressio de ‘marginalidade, visto que o observador integra apenas parcialmente.o mundo dos membros do grupo. O observacor precisa ter muito ciidado quanto & necessida- de de manter um grau de imparcialidade ou de neutrelidade rutiva ts eliancas ¢ as facgbes internas do grupo. Essa pode ser uma tarefa exigenite do ponto de vista ‘emocional, particularmente se o estudo observacional separa 0 observador de seu préprio grupo social, de suas fontes de apoio sovial e de afirmacdo da identidade pessoal. Um exemplo desse papel pode ser encontrado no trabalho de Vetere, em seus estuclos ecolégicos da vida em familia (Vetere e Gale, 1987). (0 papel do observador integral ¢ caracterizado pelo destacamento em rela btervacor ‘eo 20 grupo estudado, sem nenhum contato direto com os membros do grupo sintearal Gurante o trabalho observacional. Isso 6 similar ao que ocorre em alguns trab- 1hos clinicos, bem como quando a alividade é assistida através de um espelhiode visio unidirecional, em observag6eés de interagées me/illo(a) e em observagées néo declarades, como. trabalho de Michael Argyle (1972) ao obseryaros rituais de recepgdo e de despedida nos prineipais acroportos internacionals. £ possivel uiilizar esquemas de cadificacio previamente preparados ¢ submeté-los 2 esi- dos sobre ¢ confiabilidade intracodificadores e intercodificadores. Outro exernplo pode ser encontrado assistindorse &s fitas de video de trabalho elinico. Nao hé qualquer risco de teatividade observacional, mas o observacior nunca esté na si- ‘tuagdo endo tem nenhuma oportunidade de compantihar o mundo da experién- ia dos participantes. 7.3 NIVEIS DE OBSERVAGAO: COMPORTAMENTO E FALA Os pesquisadores que conteriplim's pesquisa observacional frequentemen- te comegam com questées de Gefapéiftamento, do que fazem as pessoas, de suas ages, de suas alteragées de humor, de suas express6es e gestos. Porém, excetu- ando-se os beb@s e aqueles qué tem uma severa inabilidade de aprendizagern ou um déficit de fala, as se das pessoas do usualmente scompentiday —— _lado, separar de algum modo fala ¢ comportamento ¢, de outro, tentar uma forma "questa apices va oposta também: auto da peaguisaqualilaiva tual ext teresada oa andi do material de entrevista ou om virus formas detexte dela Porém. «fala 6 acompanhad pelo COmPOF sary. (amen apresenta mullascaracterietlens paralioguistien als como padrio, Sawa de fala, tom, hesitagées, modulapdo, tremor de vou, riso ou choro. Dafa pesqui- guisticas Printed by: 62242040391 @YDUQS.edu.br. Printing is for personal, private use only. No part of this book may be reproduced or transmitted without publisher's prior permission. Violators will be prosecuted. 142 _Giynis M. Brechvel, Sean Hammond, Chis Fe-Schaw & Jonathan A Sith se observacional poder ser um importante acompanhamento de entrevistas e de coutras formas de pesquisa baseadas na linguagem. Pode-se também argumentar (Dallos e Vetere, 2005) que na pesquisa e na pritica clinicas essa combinacio de pesquisa observacional e verbal ¢ essencial. 0 Quadro 7.3 resume as tipos poten- ciais de dados envolvidos na pesquisa observacional. Podemos distinguir entre a observagio de comportamentos individuais e de ages, de um lado, e a observa ao de sequéncias de comportamentos encadeados, de outro. Ao progtedirmos (GMhaior. Contudo, a andlise de comportamentos, mesmo de relativamente pequenos incontestéveis comportamentos, permanece una atividade interpretativa comple- xa. Por exemplo, ums olhadela ou gesto fugaz pode ser extremamente significativo em umta interagao. ‘A pesquisa observacional tem sido empregada tm éréas em que precisamos con: far na observago porque @ linguagem esté ausente. Por exemplo, com bebés no ppodertos usar métodos como entrevistas pataaguestioné-los sobre o que eles esto, fazendo e sobre suas intengSes. Hé uma ampla variedade de estudos fascinantes, por exemplo, 0s estudos de Brazelton ¢ Cramer (1991) das interagies mae/ilho(@), 08 quais revelaram essa correspondénelaiéitre as agbes ¢ a contemplagéo partilhdda de objetos, de um lado, ¢ padsdes de desenvolvimento do riso no inicio da infan- cia. Hd também estudos das interagSes entre criangas nos arbientes excolares, por exemplo, jogos on brineadeiasindicando padres de amizade e diferenges de gene- 10 (Robson, 2002). 7.4 OBSERVAGAO E LENTES TEGRICAS ‘Toda obsttvago pode ser vista de um ponto de vistd tebrico, Na psicodingmi- a, todos o8icormportamentos ¢ as agées que podem ser observados so consider Gos como mianifestagSes de provessos din&micds internos, Bles representam, por exemiplo,tentativas de satisfazer necessidades bésicss ¢ revelam conflitos internos fundamentais particularmente relacionados. cof as necessidades de satisfazer im- pillsos sexuais, de expressar hostilidade ¢ de garantir segurance. Significativamen: to Quadro7.3. NWvels de 6béervagio + Jogos, pantis ¢ rotsinss + Episédios/crcyaridades imeratvas + AgDes omiporterentaisinviduats + (Mleroprocossos - sogmontos do actos, por oxompio, gastos, movimen: toe nao verbais NIVEL CRESCENTE DE INFERENCIA ENVOLVIDO NA CODIFICAGAO Printed by: 62242040391 @YDUQS.edu.br. Printing is for personal, private use only. No part of this book may be reproduced or transmitted without publisher's prior permission. Violators will be prosecuted. Mélodos de Pesauise em Psiolagie 143 _ uma pesquisa observacional, cle procura por evidéncias como indicagdes compor- irigimos nossa atenco para comportamen- tos especificos, em oposi¢ao a outros, e alguns comportamentos - por exemplo, igo ou cubor - podem ser considerados como particularmente significantes para a revelagdo de desejos semias. A observaci a partt de ume perspective comports> ‘temos sua localizagdo no tempo e sua associagio com outros eventos. sso inclui ‘a procura por padres ao longo do tempo. 0s psicélogos do desenvolvimento tém procurado e observado diferencas na percepdo dos bebés, indayando em que me- dida eles percebem as diferentes combinagies de materiais visuals. e Sugeriram que 0s bebés tém ume predisposicdo para padres ou para esquemes que se asseme- JIhama restos. Desse modo, a observacao do comparlamentogttilizada para forne- cer evidéncia relativa a estados mentais potenciais, taisicomo interesse e atencdo, Abordagens sisteméticas (Dallos e Drapper, 2005; Watzlawick, Beavin e Jackson, 1967; Watzlawick, 1964) procuram padirées de ac thterconectadas em faraflias em termos de comportamento, mas, também, em termos de padres de comunica- fo. tais como quem fala mais interrupeGies ¢ maneiras de felar. Pesquisas anterio- es também inspiraram a exploragio de cotlexdes entre padroes de comunicaco, ‘ais como incongruonciss e desenvolvimento de diferentes tipos de problemas ps colégicos (Bateson, 1972: Dallose Draper, 2005). _AS perspectivas teéricas qu ensbasam a pesquisa observacional nos grientam _ quanto ao que escolhemos investigar; eles nos orientam quento aquilo'wque deci- -dimos dar atvengdo, a0 invés'de ignorar, e também quanto ao significado que atzi- ‘A observagao, como toda forma de pesquisa psi- colégica, tem deser pelo menos parcialmente reducionista. Nao podemos observar absolutamente tudo, pois a realidade & demasiado complexa.O)6bjetivo da pesquise psicoldgica ¢ tornar a observacéo e « anélise manipulliyeis, mas, ao mesmo tem- po, constitu im problema central o fato de nBo quetermos ignorar © que pode ser potencialmente importante. Na medida em que a psicologia se desenvolveu, houve diferentes posig6es sobre aquilo que & importante cbservar; a recente incluso do constfitivismo social er psicologia enfatiza 4 necessidade de reconhecer que as "ea interpretago das suas agées, oer como na ‘No Quadro 7:1 sugere-se qi todas as variedades de observaco envolvam um componente interpretativo, Ess sugestdo distingue-se de uma visio em geral mais aceita, segundo a qual as abortagens exploratérias, naturalistas,participantes e no estruturadas da observagdo subsumem-se a uma abordagem amplamente quelite- ‘iva e,portanto,interpretativa, eas abordagens com testagem de teoria, experimen- ‘ais, fo participantes e estruturadas subsumem-se a uma abordagem quantitative «,porisso, mals objetiva e menos interpretative. Embors essa posea ser uma mane’- a conveniente de orpanizar uma discussdo dos métodos observacionais, pode-se argumentar que todos os métodos podem ser vistos dentro de um modelo interpre- Printed by: 62242040391 @YDUQS.edu.br. Printing is for personal, private use only. No part of this book may be reproduced or transmitted without publisher's prior permission. Violators will be prosecuted. 144 _Giynis MV. Breehvel, Sean Hammond, Chis Fe-Schaw & Jonathan A Sith tativ, pois aquilo que escothemos observar¢o sentido ou o significado que atribut- os sossasobservagGes envolveminterpretagio, Na obserayao nfo participants, experimentel e que utiliza medidas quantitetivas, ainda 6 0 caso que a interpretagao Sige eke wu ginliuer duals as qual pow asada uu cla paca tim objeto na decsao de quai comportamentos devam er descartados como insig: nificantes ede quusinterpretagbes dar ane dadoe cletados, 7.5 DECISAO SOBRE 0 QUE OBSERVAR - ESQUEMAS DE CODIFICAGAO ‘Um ponto de partida para qualquer estudo observaciofal éaescolha do que serd observado. Como discutimos anteriormente, essa eadolha seré entre persist em rientar-se explicitamente pelas tentativas de testar uma teoria ou instaurar uma abordagem mais exploratéria, do tipo "vamos dar una olhada’, Os esquernas que os esquemes pesquisadores observacionais empregam sio chamedos esquemas de codificagao. ecodites- ‘Taig esquemeas podem variar desde 0 uso de dategorias amplas ¢ flexiveis até 08 de altamente estruturadas e que envolvem quiitificagdo. Mesmo com o uso da tltima, as questies bdsicas da pesquisa podern see mais amplas e exploratdrias. Por exea® plo, a questio da pesquisa paderie ser sobre a existéncia de evidéncia observaciohal Ge diferengas discemniveis entre o carder cooperative, em oposigio a nfo ¢éoperati- vo, de meninos e meninas emum parquinho de escola. Um exemplo de um estudo’desse tipo, referido anteriormente)féi aquele de Ainsworth e colaboradotes (1978), o qual explorava os padroes de-épego exibidos por bebés em relacdo a seus pais. Esse estudo utilizava um paradigena experimental estraturado ~ SituaZo com Estranho -, que é uma situiaga) padronizada em que os bebés so submetidos a periodos de breve separacdo de suas mies ¢ tambérn a breves inieragbes com um estranho. Essas sequéncias $86 gravadas em fita de video e posteriormente analisadas, com diferentes obsérvadores treinados no esquema de Godificagdo (treinados para ser “confiéveis’), analisando, independentemente, 4s interagdes ¢ posteriormente chegando a codificacées entre si concordantes em termos de padres definidos como seco, eyitante, ansioso/ambivalente ou extre- ‘o/desorganizado. [nicialmente, esses estudos ermpregam a observacio ao vivo € tomando notas, mas iss0 tem sido degenvolvido e elaborado com a disponibilidade de sofisticadios recursos de gravaczo em video. A andlise fina possibilitada pelo re- istro em video tem resultado na progressiva diferenciacdo dos comportamentos de afeigdo e na elaboragio dos pedres em uma variedade mais ampla de classificagées (Crittenden, 1998). ‘Mais genericamente/ Robson (2002) sugere um amplo conjunto de ditetrizes para o desenvolvienento de eaquemss de codificacéo. 1 (Coitipdriamenites His VerBals ~ movimentos corporalmente nfo associados SRD ansnars.con guts exprouseeo qantidatede movimattn 2 GEASGURMGMIDIRRLIR por ccerplo,« roatekiade 60 quanto ood vyéduos se mover na le ow para longe um do outro. 8 Comportanontot edingusicosinuintoo you de velocidad da la volume easinterrupeses, 4 Comporsarsentos ination cate coro ocontniode fla cractericas coma detaliee coerce Printed by: 62242040391 @YDUQS.edu.br. Printing is for personal, private use only. No part of this book may be reproduced or transmitted without publisher's prior permission. Violators will be prosecuted. Mélodos de Pesauise em Psiolagie 145 Aqui podemos ver que, por exemplo, a questio do comportamento coopera- tivo pode ser codificada inicialmente em termos de ages que so predominan- temente comportamentos, até referir-se « aspectos mais complexos, tais como forma e contetido da fala. Os diferentes niveis podem ser vistos como comple- ‘mentando uns ao outros, ¢ as diferences ¢ as incongruéncias entre eles como con- tribuigées para consideragdo posterior. Por exemplo, pode ser interessante que meninos e meninas difiram no nivel de discernimento e de consciéneia de si pro prios ¢ do comportamento um do outro nessa situagdo ou sobre quais aspectos les escolhem falar. _Ovsquema de codificarao que ¢ empregado dependera das questoes de Bésqui- (Gaque vierem @ orientélo. Em alguns casos, pode jf existir um esquema de codi- ficagio disponivel. Se a pesquisa 6 especificamente orientada por uma abordagem ‘e6rica particular, tal como a teoria do apogo, entio pode ser que o pesquisador considere necessdrio empreger o sistema observacional existonte a fim de que os resultados sejam compativeis com ¢ comparsveis aos da literatura existente. Con- ‘tudo, haveré muitas ocasides em que, ou nao estard disponvel nenhum sistema existente, ou em que existe um sistema, mas modificagées precisam ser feitas no ‘mesmno de modo a ajusté-lo aos propésitos espectficos da pesquisa. De um modo geral, os sistemas de codificagao contém uma variedade de questies que precisam ser levadas em consideragio. Objetivo/subjetivo, A medida qual ¢ posstvel pensar sobre os da- dos'corno objetivos (por exemplo, frequéncias de instncias especiicas de um comportamento) er pdsicdo aos dados requererem necessariamehte ‘uma interpretagdo do obsecvacior (por exemplo, que uma agéo indica “ritica’ ou “hostilidade”) Focalizado/ndo focilizado. Uma considerag3o da medida na qual a observa- Go terd pardmetros claros sobre 0 que a pesqui- sador procura esobre o queekcluir da observaao, Por exemplo, em alguns estidos observacionais sobre processos de toffiada de decisio em gru- po, as agGes individiais dos participantes cons- titufram 0 foto: porém, outras possibilidades,tais como padrOestle interagdo entre os participantes oo impacto do ambiente, ndo foram incluidos. Explicito/implicito Sistemas de codificago podem variar de acordo com alclareza com a qual definem quais compor- tamentos ¢ agdes devem ser inclufdos em ume categoria. Dependéncia do contestoy A definigao da categoria pode mudar de acordo com diferentes contextos. Por exemplo, na pes- guise Sobte comunicago em duplas,o significado de qualquer comunicagio especifica pode ser de- finido pelo contexto da comunicagéo anterior - @ comunieagdo anterior poderia indiear que uma dada declarago foi um enunciado neutro ox uma borincadeira sarcdstica negativa (ver Quadeo 74) Printed by: 62242040391 @YDUQS.edu.br. Printing is for personal, private use only. No part of this book may be reproduced or transmitted without publisher's prior permission. Violators will be prosecuted. 146 _Giynis V. Brechvel, Sean Hammond, Chis Fe-Schaw & Jonathan A Sith Exaustivo/especttico ‘Essa 6 2 medida referente & abrangéncia das ten- tativas de eodificagao relativa a Lodos os acon- tecimentos, em oposicéo « um cardter mais especifico de suas intengdes, Em alguns casos, tenter ser exaustivo pode envolver uma catego: ria residual extensa (por exemplo, na pesquisa sobre apego, essa categoria torna-se a categoria “desorganizada’) 7.5.1 Codificagéo de sequéncias de comportamentos, Em estudos observacionais, gerelmente o interesse ésté em explorar sequén: cias de comportamentos e o modo como eles se sucedem e variam ao longo do tempo. Observacdes podem envolver diversos ésquémas de contagem empre- gadlos para rogisicar a frequéncia e © momento em que um evento ocorreu. Por exemplo, em uma andlise comportamental, talyéz pretenddamos codificar exem- plos das expressées risonhas de um membro do quadro de assistentes para os re Sidentes de uma unidade. A codificago dp evento registraré cada caso de expres sio risonha e, consoquentemente, também registrard os comportamentos quesé seguem, de modo a ver se hé uma mulanga na frequéncia dos comportamettios que se seguem te expressées risonhas para sugerir que essas esto funefonan- do como recompensas. Outta forma de andlise ao longo do tempo potleria ser interessar-se por mudancas de estados, por exemplo, de emogdes de Blegria para tristeza, raiva,e assim por diante. (O tempo ¢ umm elemento-chave nesse registro e pode ser empregado como um ‘marcador ou tim mapa 4 ser exarninado quando os eventos 6correm, Um exemplo de um sistema de cocificagao teoricamente informado ¢ também de um sistema de codificart aberto ¢o trabalho de Gottman (1982) sobrerelacionamentos de casais. Ble tarnbémtiliza cendrios observacionais padronizados, nesse caso convidando (08 Gasais a se engajar em certos tipos de interagio, como, por exemplo, uma dis cussdp sobre éreas de conflito. Gottman combina suas observagBes com medidas fisioldgicas dirctas para avaliar nfveis de estrbsse e de excitagio. A pesquisa tentou explorar a questo de saber se os casais que estdo insatisfeitos com seu relacio- namento manifestam maior nfimero de padrées de reagSes emocionais negatives reefprocas. Sua andlise envolvea bservacao de sequéncias de comportamentos verbais ¢ néo verbeis ¢ a identificagio de episddios de reagdes negativas reciproces (ver Quadros 7.4¢ 7.5), Nesse breve exemple, 9 sistema de codificacto apresentado no Quadro 7.5 ma- peia a valencia emociontl dos atos conversacionais exibidos no Quadro 7.4, Pode: ‘mos examinar, ento, como o relacionamento se desenvolve ao longo do tempo. & poseivel observar due « primeira saudagio positive (P) do marido parece encontrar ‘uma reagio negativa (N) de sua esposa. Essa ¢ soguida por outta (P) resposta do ‘marido, poF Sua vez respondida com uma resposta neutra (X) de sua espposa ~ "Es- quec” (seria necessério observar o tom ni verbal dessa comunicagdo, no entanto, para estarmos aptos a julgar se ela foi neutra ou se foi dito em um tom sarcéstico, negative}, Desse ponto em diante, eles parecem progredir na diregdo de um padro reciprocamente negaliv. Printed by: 62242040391 @YDUQS.edu.br. Printing is for personal, private use only. No part of this book may be reproduced or transmitted without publisher's prior permission. Violators will be prosecuted. Mélodos de Pesauise em Psicolugia 1 ee ee YYocé nunca val adivinnar quem ou vi hoje. Frank Dugan, E dl, grand cafe, voce viu Frank Dugan. Lembra que eu tive aquola ciccuscao com ole na semana passada? Esqueci. Gao que sim. E det, me descuipa o esquecimento, certo? E df foi muta tom veo, E dal, o que voc quer que eu faga: que eu comece a pular? Bom, cama foio sau da, queria? ‘An, meu caro, aqul varnos nds outra vez, (ausa) Nao precisa me oltar desse jato, Eo que voce quer que eu fara, ponha um saco de papolnacabega? mEMEMEMEmEME Fonte: Gottman (1982, p. 114) Maceo P P N N N Esposa N x N N Tompo(cog) 0 5 10S 20 2S P_Acao enacional positive IN Agdo emocional negativa X Neuro No exemplo delandlise de amostragem de tempo, os evahtos sto codificados andtise de dentro de escalas de tempo de cinco segundos. Uma alternative é registrar o tempo amostonem ‘exalo emique 6s eventos ocorrem. Por perfodos mais Jongos de abservacao, um mé- "°° todo que pode ser utilizado ¢ a producao de amostragem de tempo, de modo que, por exemplo, uma observagao de cinco minutos seja ealizada a cada hora. f im portante verifiar se ease emostragem distorte (ou ndo) a observagao. Por exemplo, alguns eventos importantes podem acorrer muito raramente e ser completamente cesqueciios ou podem ocorrer regularmente nos periods entre as coletas de amos tras de tempo. F claro, os dados obtidos a paftir dessa andlise sequencial podem ser compara- dos, por exemplo, com as impressbes que o observador teve dos eventos a partir de uma observacio mais sarmtiva e com as inluigSes des préprios participants. 7.6 ORIENTAGAO INTERPRETATIVA PARA A OBSERVAGAQ No restante deste capitulo, podemos exarinar mais de perto as abordagens em «que o foco da pesquisa observacional 0 interesse em obter uma imagem das sig- Printed by: 62242040391 @YDUQS.edu.br. Printing is for personal, private use only. No part of this book may be reproduced or transmitted without publisher's prior permission. Violators will be prosecuted. nificagées subjacentes que as agées tm para os participantes, Pode-se considerar que essa orientagao baseia-se em uma abordagem construtivista e social-consteu- cionista da pesquisa (Smith, 2003; Kelly, 1955: Strauss e Corbin, 1998). 0 interesse a pesquisa 6 ento, observar como as pessoas se comportam e, essencialmente, tentar entender por que elas se comportam desse modo. Central nease processo 6 urn reconhecimento de que isso envolve urn processo interpretativo, reflexive, Afirmou-se que a pesquisa observacional em psicologia tem sido orientada pelas nogées cientificas extrafdas das ciéncias fisicas, especialmente as idelas newto- nianas de certeza e de preditividade. Contudo, mesmo no mundo inanimado da fisica, essas ideiae sio questionadas pelas teorias da “relatividade’, a qual afirma que devemos levar em consideracio a posi¢ao do observador e 0 prine’pio da in- certeza de acordo com o qual o préprio processo de observacao transforma o que esté sendo abservado Usando 0 exempio casero do proprio Enstsin, de oghr tenis sobre um trem em mo- virento, a questo “Em que velocidad se desiocou a bola depois que voo® bateu rela?" tem ura mutipcidade de respostas aueingo podem 2er examinadas até que questo “Relativamerte 20 q.6? soja rescondida, Por aralogia, existemevidéncias empiicas abundantes para mosivar que o mesmo é verdadetro para a mensuraga0 Peicalégica. (Davos, 2004, p. 682) Easas questes relativistas tornam-se infinitamente mais complexas quiantto en: tramosno rl = da: x uma \@hiisa sso se ajusta a0 segundo tema contido no Quadro 7.6, seerente & pesquisa observacional como e6nstrucéo, em oposicio & concepedio. como representagso. és eriamos owimpomos significados 20 que observamosem que exister limites referentes ao que*pode ser um elemento de selegin; em primeiro lugar, no que diz cespeito,Aquilo que procuramos; em segundo lugar, a0 modo como, depois, analisarnos fossos dados. Com a pesquisa de observacso também podemos ten: tar explicitamente testar uma teoria ou, altermativamente, colocé-la entre “parén- teses® ~ deixé-la em segundo plano, de modorque ela se desenvolva a partir dos adios, em vez de imp6-los a ela. Associado a isso esté o problema consistente de que o observador invariavelments tray-Consign seus preconceitos para o processo de observagio. Mesmo se tentamostmanter nossa teoria formal em segundo pla no, 6 muito difleil remover todos nossos preconceitos e experiéncias pessoais a fim de eliminar um possivel”viés', Em ves. disso, podemos reconhecer e utilizar nossos pedprios preconceltes, tornando-os vistveis na andlise e revelando nossas reflexes criticas a respeito de nossos processos interpretativos. Finalmente, pre- Quadro7.6 Observage como interpretgso (Observagao como processo atvo versus passivo CConstrugae versus representagao da realidad “Teoria posta entre pargnteses laconnecimante da ro'atwicado da posigao do observador Papel da inquagem na interpretaeao eno foo Printed by: 62242040391 @YDUQS.edu.br. Printing is for personal, private use only. No part of this book may be reproduced or transmitted without publisher's prior permission. Violators will be prosecuted. Mélodos de Pessuise em Psiolagie 149 cisamos reconhecer poderosa influéncia da linguagem, bem como os precon- ceitos culturais que a linguager contém, alm de procurar descobrir quais deles so responséveis por colorir nossas observagies. Nossos dados observacionsis sero geralmente transformados em linguagem e esse processo, bem como nos- sas interpretagbes, serio, por sua ver, influenciados pelos discursos culturelmente compartilhados. Além disso, esses discursos dao forma &s crengas ¢ as ages das pessoas que observamos e, a fim de entender seu comportamento, precisamos le- var isso em consideragio. 7.7 PESQUISA DE OBSERVAGAO PARTICIPANTE Anteriormente fizemos a distingao entre pesquisa participantie eto participan- ‘8, A pesquisa participante pode consistir do pesquisador como um, “participante complet’, que est4 completamente imerso e é parte da situago que est senda observade, ow uma forma menos extremada de imerséio, 0 ‘participante como ob- servador". Esses métodos observacionais da pesquisa pattiipante exemplificam ‘muitas caracterfsticas envolvidas em uma aborcagemn interpretativa da observaglo. les implicamn 0 reconheeimento de que a observacaa envolve um proceso subje- tivo da parte do observador no sentido de que ele utlliza sua propria experiéneia, pensamentos, sentimentos ¢ agdes na situacio como importantes fontes de dados. Agbordlagem também enfatiza que ainterpretagdo éum componente vital dacolet dos dacios ¢ da andlise subsequente, Além disso, a pesquisa geralmente adota ume, abordagem exploratéria na qual, embora existam algumas questées ou proposiges crientadoras, essas so consideradas ia medida em que se desenvolvem, durante 0 processo de pesquisa. Robson (3003) faxa itil stigesto de que o processo de condugio a BBservagio participante pode servisto como contendo uma orientacdo para a eoleta de dados; essa orientagdo envolvetia uma forma de indugdo analitica, Bleargumentaque 0 indugéo pesquisacior pode. adotar proveitosamente uma abordagem ativa na qual, em vez, snails e ficar enredado ém uma grande quantidade de detalhes, pode proceder mais de acordo com uma *formulaeo progressiva de hipéteses” Isso consiste de alguns passos. 1. Propor uma definigao preliminar do feniémeno que interessa ao pesquisador, Jss0 6 favorecido, por sua ver, pelo desenvolvimento de uma explicagio hipo- {tia inicial do fendmeno. 2 Estudar uma situagio uz da hipttese, para determinar se essa hipétese é ou ndo apropriadia. ‘3. Examinar se ahipétese seaista & evidéncia: seela néo se ajusta, entdo deve ser reformulada, ou o fendmeno a ser explicado deve ser redefinido de modo aserexcluido, 4 Examinar do mésino modo uma segunda situagdo. A confianga em nossa hipétese aumenta com ontimero de situagdes que se ajustam 4 evidéncia. Cada resposta negativa a esse respeito requer ume redefinigéo ou uma reformulagao. ‘sso garante urna cadeia ative orecursiva entre a formulae do fondmono obser- vado eo procesto de coletade dados. Printed by: 62242040391 @YDUQS.edu.br. Printing is for personal, private use only. No part of this book may be reproduced or transmitted without publisher's prior permission. Violators will be prosecuted. 150 _Giynis M. Brechvel, Sean Hammond, Chis Fe-Schaw & Jonathan A Sith © reconhecimento preliminar de alguns pontos pode ser itil, como, por exem- plo, ajudar o pesquisador a encontrar maneiras de tomar parte no ambiente social que € 0 foco do estuds. 180 pode ajudé-lo a evitar cometer erros,tais coro parecer Giferir das opini6es ou rotinas das outras pessoas, ou requerer tanta orientagio informagdo a ponto de tomar-se um peso para elas. Geralmente obtemos acesso fazendo contato e estabelecendo uma relagio com um ou mais membros de um grupo, ¢ pode constitair-se em uma questo importante saber quem sto essas pes soas, se elas sio representativas do grupo, suas relagdes corn os outros membros, ¢ assim pordiante. Frequentemente, uma maneira de fazé-lo é tet uma relagdo prévia com um ou mais membros de um grupo ou de um ambiente. O processo de imersdo pode também ser complexo ~ por exemplo, inicialmente podemos nos tornar mais {ntimos de certos membros de um grupo e, por vezes:sem ser consciente de fazé- lo, expressar algun grau de aprovagio o1 de desaprayacio com o que observamos acontecer. Isso é diffcil para o participante completo, pois participar completamen- te significa tornar-se ativa e emocionalmente envolvido, visto que, de outro modo, podentos ser vistos como “ansiosos” ou “arrogantés’, “distantes’ ou “insensveis” em. relagdo ao que acontece. Quanto mais énfase é posia sobre a representagdo do pan pel do observador, mais natural esse acess0 pode tornar-se. mas, talve7, ao custo a perda de alguns dados experiencidis referentes ao modo como 0 sujeito seach te envolvido em seus processos. O observador precisa investi enerpia para manter 0s paptis observacionais, possivelmente com algum custo pessoel, e negociar uma retirada planejad do grupo que esta sob investigacio. Se o observador gastou um tempo considerével comp grupo estudaco, cle pode desenvolver ic Senso de com: promisso em relacZo ao grupo e querer manter-se em contato subgaquentemente. A superviséo da pesquist € itil para identificar as responsabilidades do pesquisador em relagii 20 grupo estudado e as falhas (no téo Utels) relativas & representagao dos papéis e& extrapolacio dos limites das responsabilidades dentro do grupo. 7.7.1 Coletando dados © processo de coleta de informagio na\psduisa de observagio participante ioenaisme pode ser visto como andlogo ao bom jornaliémo investigativo. Uma diferenga im- Investigative ‘portante referente A pesquisa 6 que n6s yamos além da descricko para desenvalver ‘um conjunto de conceitos explicaivos e de conexdes com a teoriapsicolégiea. Para 4 pesquisa de observagdo participante, isso envolve um movimento recursivo en trea coleta de informacio objetivae subjetiva. Tanto quanto coletar detalhes sobre {quem esté fazendo o qué, onde e com quem, precisamos coletar dados sobre o que as pessoas estZo sentinds e pensando, julgando pelo que elas dizem e por seu corn portamento. Precisamos taribém coletar informacio referente a nosses préprias re- feexées, sobre como nos sentimos e o que pensamos acerca do que vemos acontecer ao nosso redor, Podemosidéatificar uma variedade de tipos de dados passiveis de uso em nossa observagao (ver Quadro 77). Inicialmente, pde-se a énfese na descricio, em como as coisas sdo fetas e no por que os eventos ocorrem. Na pritica, é muito diffell separiclos, eo observador deve trabalhar duro para manter um foco amplo ¢ nbo precipitar-se em formulagées causais. Especialmente na observagéo participante, 0 pesquisador tere também a se envelver em conversagées nas quais os participan- Printed by: 62242040391 @YDUQS.edu.br. Printing is for personal, private use only. No part of this book may be reproduced or transmitted without publisher's prior permission. Violators will be prosecuted. Mélodos de Pescuise em Psicoligia_ 151 Elementos bésicos da observaciio descritiva Esparo ‘esquema do ambiente tisico: ealas, os0ag0s a0 ar Ira, ot. ‘Atores ‘06 nomes 0 05 detalnos roievantos das pessoas onvolicas. Atividedos ‘28 varas atividads dos atores ‘bjetos elementos fisicos, mobiia, et. Atos ‘a¢des indvidueis especticas Eventos ‘ocasiGes particulares; encontros, por exempio. Tempo a sequincia dos eventos Metas (© que.os atores esto tentando reazar Sentimantos __emogoas em conlextos paticulares tas podem oferecer suas idoiasrelatvas&s raabes que subjazem &gacées das pessoas e sobre o que eles pensam que esié acontecendo, Percostendo alista a seguir é pos- aivel ver que o nivel de inferéncia requerido do observadoréiirienta especialmente no que liz respeito &s ideias que ele possa formar sobre@uais seriam as metas e os sentimentos dos participantes, também importante reconhecer « variedade 468 processos que podem dar for- ma aos dadios que obtemos. Atenigao Séletiva nvarievelmente dainos maior atengio a certos aspectos da situagdo que estamos observando do que a Outros. Nossa atenglo ¢ orientada por rnossos interesses ¢ por nossas pré-concepoées, mas isso também se deve 40 fato bdsico de que nossa capacidade é limitada e ndo podermos assstire absorver tudo, Entretanto, na observacio partieipante, precisamos estabelecer um equilibrio entre © foco de nossa atengio.e a réeeptividade em relacio a informagdes potcialmen- te importantes. Para dar um exemplo simples, precisamos estar enteima posigo a pactir da qual possamos Wer 05 rostos das pessoas ¢ prestar atenGBo ao que os parti Teron tls eater xc ome CAMERA ADs cvs 2 appa oma vapid: mente e tendem6s 4 lembré-los de acordo com nossos ifteresses ¢ crencas bem ~estabelesidos, 0 que pode contribuir para sua distorgdo. Faz-se ttl, por isso, 0 répi- do e detalbiaco registro eacrito do que 6 observado,.bem como o uso de sugestées € de indicagées para a meméria: por vezes essas indicagées podem consistir de uma abreviatura para episédios particulares ou d8 augestoes visuais, Essas podem servir como indicagées associativas para ajudarsnos a recuperar e a desenvolver detalhes ao redigirmos relat6rios completos subsequentes 2 observagao. \Cadificagao'seletiva> ern relagio;s atengdo ¢ & meméria, podemos nos envolver em eventos que sio seletivamente registrados, Geralmente isso pode também envol- ver uma tendéncia, normalmente implicita, de formular interpretacdes a partir de nossas observacées iniiais, Embora, como foi dito anteriormente, esse seja um pro: ‘e880 psicokbgico inevitével.¢ importante estar aberto a miltiplas interpretagoes, de ‘modo a ndo excluir os dados ou restringir nossa atengdo prematuramente. Para dar uum exemplo simples, somos propensos # anotar eventos extraoedingrios ou diferen- 125, tais como confrontos, e« ignorar perfodos de acordo ou de acio cooperativa ‘muito importante, o modo como isso 6 alcancado. Printed by: 62242040391 @YDUQS.edu.br. Printing is for personal, private use only. No part of this book may be reproduced or transmitted without publisher's prior permission. Violators will be prosecuted. 152 _Giynis M. Breehvel, Sean Hammond, Chis Fe-Schaw & Jonathan A Sith 7.1.2 Registro As vezes os pesquisadores fazem gravagées em éudio ou em video de suas ses- sbes de observasao participante, Em algumas situagGes isso ¢ relativamente simples ~ por exemplo, na prética da terapia de familia as sess6es so rotineiramente gra vadas. Assim, é uma questdo simples de analisar posteriormente nas fitas de video, sem pressa e mesmo para o pesquisador, o qual pode ter sido parte da sesséo. rfletir sobre seus sentimentos e suas agées durante o processo, Tamibém é possivel fazer ‘uma anélise¢ um resgistro colaborativos assistindo-se & gravagao juntamente como ‘membros da familia ~ ver Elliott (1986) sobre o tépico do provesso estruturado de recordagio Contudo, haverd muitas situagées em que a gravagao em dud ou em video nao serk possivel eem que. registro dainformagao poders ser mais complexo. Porexem- plo, quando o pesquisador é um participante completopode ser necessério empre gr algima forma de engano de modo que 0 processo de registro seja ocultado. Uma opeio aqui é convenientemente afastar-se da situacdo para fazer anotagdes - por exemplo, retirando-se para ir ao banheiro ou déixando a sala para tomar Sgua, No entanto, mesmo curtos periodos de afastattionto exigem muito da memnéria do pes~ quisador. Detalhes importantes so rapidamente esquecidos e processos seletiyos podem fazer com que algurmas caracterfsticas importantes sejam negligenciadés, Se possivel, é preferivel que as notas sejam tomacas no mesmo lugar em queecorre a situagdo, mas isso 6 mais factivel se o papel do pesquisador como obsérvador é reconhecido pelo grugo, Surge @ questio, entzetanto,relativa & possibilidade de que (0s processos do grupo tenham sido alterados pela consciéncia da présenca do pes quisedor por parte dos patticipantes. mostragem Outre variagao ta@oleta de dados é@ amostragem de teinpo, em que o registro ‘detompe ¢ conduziio em intervalos espectficos. Isso também pode Ser feito com a gravacio em videoyde modo que a camera é programada paca gravar em certos periodos dur rante o dia. A amostragem pode ser dirigida por consideragdes teéricas, tais como pretender observar eventos em momentos espécificos do dia, como quando as pes soas se encontram pela manhl, em encontros te eomit®, em intervalos e ao término de alividades. Ou talver, se pretenda obtensma imagem de como os eventos & as atividades varia durante o dia para oferecer um peril eral das atividades. (© Quadro 7.8 ilustra a variedade dos diferentes métodos da observago pastici- pante. Os pontos 5 a7, em particular, esto associados as tentativas de obter nfveis autorifexéo de significado na observacao, 4 alitorreflexio pode fornecer importante informa- Sed + Registro om vides 2. Rogleto [ntonitonte- paueas na obeorvagao para o registro eserita do que fol ob- sorvads ‘Arotag6es continues - parciamente ooutlas ou abertas ‘Amostragem de tempo ~ rotas torradas em periodos reguleres: Falar com os partcipantes 3 4 5 Astorretleio em seguida & observagao ou durante | mesma 6 7. Colher observasies dos participantes apés a cbservanso

You might also like