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Ética Profissional e Bioética

Prof. MSc Denival Dias de Souza

Disciplina: Ética Profissional e Bioética Turma: FIL 0014-Turma DIR-311-BL A


Professor: Me. Denival Dias de Souza denivalsouza@prof.fanese.edu.br
Semestre: 10º (2023.2) Carga Horária: 70 horas

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1. Legislação da Ordem dos Advogados do Brasil

Inicialmente é importante ressaltar que é necessário estudar ética através de três


normas, sendo
elas:

O Estatuto da Advocacia e a OAB -


Lei Federal (ordinária) no 8.906/1994
– com mais de 80 artigos.
Legislação

Regulamento Geral do Estatuto da


Advocacia e da OAB (com cerca de
150 artigos).

Código de Ética e Disciplina (com


80 artigos).

1.1. Natureza jurídica da OAB


Os advogados que compõem os órgãos de gestão da OAB não são remunerados.
Contudo, as pessoas contratadas para trabalharem na OAB, de acordo com a CLT, são
remuneradas.
Não há dúvida de que a OAB presta serviço público, com personalidade jurídica e forma
federativa. A OAB tem natureza jurídica especial e única, sui generis, sendo pessoa jurídica de
direito público interno,que executa serviço público federal, porém não equiparável à autarquia
nem à entidade paraestatal, conforme definição do STF exarada na ADI no 3.026/DF (rel. Min.
Eros Grau – Tribunal Pleno – j. 8-6-2006 – publicado em 29-9-2006).
Dentro dessa natureza jurídica diferenciada da OAB, ela tem imunidade quanto a
tributos, isso não quer dizer isenção. Dessa forma, a OAB tem uma
qualidade/direito/prerrogativa das pessoas jurídicas de direito público, qual seja, a
imunidade.
Ainda, o contrato particular de honorários não exige duas testemunhas, nos termos do
artigo 784,

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inciso III do CPC, para ser considerado título executivo extrajudicial, e isso quer dizer que o contrato de
honorários é uma exceção, pois é sim possível ser executado como título executivo extrajudicial, ainda que não
cumpra os requisitos de CPC.

Por fim, o advogado, em uma condição de gestor da OAB, tem recebido legitimidade de interferir em
processos que não são “seus”, mas que neles está ocorrendo violação de prerrogativas do advogado
atuante.

Sem vínculo com a


Administração Pública

Imunidade Tributária
(bens, rendas e serviços)

OAB
Membro da Diretoria ou Conselheiro
- atividade gratuita (não são
remunerados)

Pode criar seu próprio título


executivo (conforme o art. 46, §1º,
do Estatuto daAdvocacia e da OAB)
OAB

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2. Órgão de Gestão da OAB

A partir da identificação dos órgãos de gestão da OAB, é possível perceber como a OAB se organiza,
como a OAB é gerida e, após, entender as eleições, pois todos os órgãos de gestão são alcançados através
de eleições.

Órgãos de Gestão da OAB

Conselho Federal Conselhos Subseção


Seccionais

2.1. Conselho Federal (arts. 51 a 55 do Estatuto)


O Conselho Federal é integrado por três Conselheiros Federais (a chamada delegação) oriundos
dos Conselhos Seccionais (equivocadamente chamados de OAB Estadual), que são eleitos (compõem a
chapa do Conselho Seccional) e têm mandato de três anos.
Também são considerados membros do Conselho Federal, na forma do art. 51, inciso II do Estatuto, seus
ex-presidentes (na qualidade de membros honorários vitalícios). Nas deliberações, os ex-presidentes
têm apenas direito de manifestação (voz), não de voto (decisão).
O voto no Conselho Federal é por delegação, entretanto, na escolha da Diretoria, cada membro
da delegação tem um voto, na forma do art. 53, §3º do Estatuto. Para os votos, vale a maioria da delegação
(se houver empate, o voto vai ser invalidado – art. 77 do Regulamento Geral).

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Conselho Federal

O voto é tomado por Na eleição para a


O Presidente, nas escolha da Diretoria do
deliberações do delegação, e não pode
ser exercido nas matérias Conselho Federal, cada
Conselho, tem apenas membro da delegação
o voto de qualidade. de interesse da unidade
que represente. terá direito a 1 voto,
vedado aos membros
honorários vitalícios.

O voto da delegação é o
de sua maioria, havendo
divergência entre seus
membros, considerando-
se invalidado em caso de
empate.

Importante!
A competência do Conselho Federal está instituída nos incisos do art. 54 do Estatuto da OAB:

Art. 54. Compete ao Conselho Federal:


I – dar cumprimento efetivo às finalidades da OAB;
II – representar, em juízo ou fora dele, os interesses coletivos ou individuais dos
advogados;
III – velar pela dignidade, independência, prerrogativas e valorização da advocacia;
IV – representar, com exclusividade, os advogados brasileiros nos órgãos e eventos
internacionais da advocacia;
V – editar e alterar o Regulamento Geral, o Código de Ética e Disciplina, e os Provimentos
que julgar necessários;
VI – adotar medidas para assegurar o regular funcionamento dos Conselhos Seccionais;
VII – intervir nos Conselhos Seccionais, onde e quando constatar grave violação desta lei
ou do regulamento geral;
VIII – cassar ou modificar, de ofício ou mediante representação, qualquer ato, de órgão ou
autoridade da OAB, contrário a esta lei, ao regulamento geral, ao Código de Ética e
Disciplina, e aos Provimentos, ouvida a autoridade ou o órgão em causa;
IX – julgar, em grau de recurso, as questões decididas pelos Conselhos Seccionais, nos
casos previstos neste estatuto e no regulamento geral;
X – dispor sobre a identificação dos inscritos na OAB e sobre os respectivos símbolos
privativos;
XI – apreciar o relatório anual e deliberar sobre o balanço e as contas de sua diretoria; XII
– homologar ou mandar suprir relatório anual, o balanço e as contas dos Conselhos
Seccionais;
XIII – elaborar as listas constitucionalmente previstas, para o preenchimento dos cargos
nos tribunais judiciários de âmbito nacional ou interestadual, com advogados que estejam
em pleno exercício da profissão, vedada a inclusão de nome de membro do próprio
Conselho ou de outro órgão da OAB;
XIV – ajuizar ação direta de inconstitucionalidade de normas legais e atos normativos,

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ação civil pública, mandado de segurança coletivo, mandado de injunção e demais ações
cuja legitimação lhe seja outorgada por lei;
XV – colaborar com o aperfeiçoamento dos cursos jurídicos, e opinar, previamente, nos
pedidos apresentados aos órgãos competentes para criação, reconhecimento ou
credenciamento desses cursos;
XVI – autorizar, pela maioria absoluta das delegações, a oneração ou alienação de seus
bens imóveis;
XVII – participar de concursos públicos, nos casos previstos na Constituição e na lei, em
todas as suas fases, quando tiverem abrangência nacional ou interestadual;
XVIII – resolver os casos omissos neste estatuto.
XIX – fiscalizar, acompanhar e definir parâmetros e diretrizes da relação jurídica mantida
entre advogados e sociedades de advogados ou entre escritório de advogados sócios e
advogado associado, inclusive no que se refere ao cumprimento dos requisitos
norteadores da associação sem vínculo empregatício; (Incluído pela Lei no 14.365, de
2022).
XX – promover, por intermédio da Câmara de Mediação e Arbitragem, a solução sobre
questões atinentes à relação entre advogados sócios ou associados e homologar, caso
necessário, quitações de honorários entre advogados e sociedades de advogados,
observado o disposto no inciso XXXV do caput do art. 5o da Constituição Federal. (Incluído
pelaLei no 14.365, de 2022).
Parágrafo único. A intervenção referida no inciso VII deste artigo depende de prévia
aprovação por dois terços das delegações, garantido o amplo direito de defesa do
Conselho Seccional respectivo, nomeando-se diretoria provisória para o prazo que se
fixar.

A eleição dos membros de todos os órgãos da OAB, conforme o art. 63 do Estatuto, acontecerá na
segunda quinzena do mês de novembro, do último ano do mandato, mediante cédula única e votação
direta, de comparecimento obrigatório, para todos os advogados regularmente inscritos na OAB.

Órgãos do Conselho Federal da


OAB

Órgão Especial do Câmaras


Conselho Pleno Diretoria
Conselho Pleno Julgadoras

Presidente

Importante!
Com exceção do candidato a Presidente, os demais integrantes da chapa deverão ser conselheiros
federais eleitos, conforme o art. 67, parágrafo único do Estatuto.

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2.2. Conselhos Seccionais (arts. 56 a 59 do Estatuto)

Um Conselho Seccional por Estado (por isso conhecido como OAB Estadual – ou seção Estadual
da OAB, embora não mais exista esta última denominação).
O Conselho Seccional é composto pelo Presidente, sua Diretoria e pelos Conselheiros Estaduais
(estes têm direito de votar, de decidir e deliberar – e o voto é unipessoal, diferente do Conselho Federal, que é
por delegação).
Também podem participar das reuniões do Conselho Seccional o presidente da Caixa de Assistência
dos Advogados (CAA), os conselheiros federais, o presidente do Conselho Federal, presidentes das
subseções, presidente do Instituto dos Advogados e ex-presidentes do próprio Conselho. Estes últimos
podem participar das reuniões e têm o direito de manifestação (voz – de emitir opinião), mas não poderão
participar das deliberações, ou seja, não terão o direito de votar (este será exercido apenas pelos
conselheiros e diretoria).

2.2.1. Caixa de Assistência dos Advogados (art. 62 do Estatuto)


A Caixa de Assistência dos Advogados (CAA) é vinculada ao Conselho Seccional e tem como
objetivo prestar assistência aos advogados inscritos no Conselho Seccional a que se vincule (órgão assistencial),
conforme o art. 62 do Estatuto. Adquire personalidade jurídica quando seu Estatuto for aprovado e registrado
junto ao Conselho Seccional e pode possuir patrimônio próprio, que será incorporado ao Conselho Seccional
respectivo no caso de extinção da CAA.
Na forma do §7º do art. 52 do Estatuto, o Conselho Seccional, mediante voto de dois terços de
seus membros, pode intervir na Caixa de Assistência dos Advogados, no caso de descumprimento de suas
finalidades, designando diretoria provisória, enquanto durar a intervenção.

2.2.2. Tribunal de Ética e Disciplina (TED)


A atribuição do Tribunal de Ética e Disciplina está definida no art. 71 do Código de Ética e Disciplina:

Veja o esquema na página a seguir...

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Compete aos Tribunais de Ética e Disciplina - art. 71 do CED

Atuar como órgão


mediador ou
conciliador nas
questões que
envolvam: a)
Suspender, Organizar,
dúvidas e
Exercer as preventivamente, promover e
pendências entre
competências o acusado, em ministrar cursos,
advogados; b)
que lhe sejam caso de conduta palestras,
partilha de
conferidas pelo suscetível de seminários e
Responder a honorários
Regimento acarretar outros eventos da
Julgar, em consultas contratados em
Interno da repercussão mesma natureza
primeiro grau, os formuladas, em conjunto ou
Seccional ou por prejudicial à acerca da ética
processos ético- tese, sobre decorrentes de
este Código para advocacia, nos profissional do
disciplinares; matéria ético- substabeleciment
a instauração, termos do advogado ou
disciplinar; o, bem como os
instrução e Estatuto da estabelecer
que resultem de
julgamento de Advocacia e da parcerias com as
sucumbência,
processos ético- Ordem dos Escolas de
nas mesmas
disciplinares; Advogados do Advocacia, com o
hipóteses; c)
Brasil; mesmo objetivo;
controvérsias
surgidas quando
da dissolução de
sociedade de
advogados.

Atenção: A principal atribuição será de julgar, em primeiro grau, o processo disciplinar – seria a
primeira instância (a segunda instância seria uma das Câmaras vinculadas ao Conselho Seccional, ou seja,
o recurso contra decisão do TED).

2.3. Subseção (arts. 60 e 61 do Estatuto)


A Subseção é parte autônoma do Conselho Seccional, abrange um ou mais municípios, desde
que possua, pelo menos, 15 advogados a ela vinculados, de acordo com o art. 60 do Estatuto. Quando
tiver mais de cem advogados inscritos e vinculados, a subseção pode criar seu Conselho, conforme o §3o
do art. 60 do Estatuto.

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Compete à Subseção

Velar pela dignidade, Desempenhar as


independência e atribuições previstas
Dar cumprimento Representar a OAB
valorização da no regulamento geral
efetivo às perante os poderes
advocacia, e fazer ou por delegação de
finalidades da OAB; constituídos;
valer as prerrogativas competência do
do advogado; Conselho Seccional.

Conforme o parágrafo único do art. 61 do Estatuto, ao Conselho da Subseção, quando houver,


compete exercer as funções e atribuições do Conselho Seccional, na forma do regimento interno deste,
e ainda: a) editar seu regimento interno, a ser referendado pelo Conselho Seccional; b) editar resol uções, no
âmbito de sua competência; c) instaurar e instruir processos disciplinares, para julgamento pelo Tribunal de
Ética e Disciplina; d) receber pedido de inscrição nos quadros de advogado e estagiário, instruindo e
emitindo parecer prévio, para decisão do Conselho Seccional.

2.3.1. Conferência Nacional dos Advogados (arts. 145 a 149 do Regulamento Geral)
A Conferência Nacional da Advocacia Brasileira é órgão consultivo máximo do Conselho Federal,
reunindo-se trienalmente, no segundo ano do mandato, tendo por objetivo o estudo e o debate das questões
e problemas que digam respeito às finalidades da OAB e ao congraçamento da advocacia, conforme art.
145 do Regulamento Geral.
Ainda, na forma do §1º do art. 145 do Regulamento Geral, as Conferências da Advocacia dos
Estados e do Distrito Federal são órgãos consultivos dos Conselhos Seccionais, reunindo-se também trienal
mente, no segundo ano do mandato.

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Veja o esquema:

São membros das Conferências

Efetivos: os Conselheiros e
Presidentes dos órgãos da OAB Convidados: as pessoas a quem a
presentes, os advogados e Comissão Organizadora conceder
estagiáriosinscritos na talqualidade, sem direito a voto,
Conferência, todos com direito a salvo se for advogado.
voto;

Atenção: Os convidados, expositores e membros dos órgãos da OAB têm identificação especial
durante a Conferência. Os estudantes de direito, mesmo inscritos como estagiários na OAB, são membros
ouvintes, escolhendo um porta-voz entre os presentes em cada sessão da Conferência.

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