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47 conhecimento cientifico, criativo. 4.2 QUESTRO_LOGICO-DIALETICA. A Légica dialética se baseda em categorias dialéticas (ou Leis a) LEI_DA COWTRADICKO: Contradigio, para a Légica formal, & sinénimo da inverdade. A Légica é entendida como a c4éncia que tem por fim a luta contra a contradigaé¢, 2 ser expulsa dc plano do pensamento. “A Légica inteira organiza-se ent@o como uma grande empresa inte ~ lectual, destinada a fazer 0 seguro do pensamontc, contra o risco’ da contradiggo" (31). Ba contradigio é vencida por meio do principio de Identidade! @ do "tergo excluido”. A Dialética faz 0 oposto: revela a contradigéo que se oculta no Gmago da realidade, que "parece" idéntica, mas,é profundamente contradité ria. A dialética interpreta o processo de Realidade vendo nele uma suces- so de fenémenos, cada um dos quais sé existe enquanto contradigao com as condigdes anteriores, sé surge por negagéo da realidade que o gera, © 0 produziu. Mas sendo 34 a negagio do seu préprio antecedente, 0 novo fend- meno se apresenta como ‘negago da negagéo". Toda e qualquer realidade 6, por conseguinte, ao mesmo tempo pg sitiva e negativa, porque a contradigde estS no amago de tudo o que é re al. A CONTRADIGO DIALETICA ENTRA NO PLANO DO PENSAR NKO COMO INVERDADE MAS COMO PROVA DE VERACIOADE DA IDETA, REFLEXO FIEL DA CONTRADICKO DORE RL. Cada conceito traz em seu interior a contradiglo légica, que reflete! a contradigio dum universo em transformag&o dialética. 0 aparecimento do homem, neste universo, & motivo de que a natureza dialética do mundo en - contre expresso consciente ¢ subjetiva. © nomem & elemento de ligagdo en tre a face objetiva e subjetiva da Dialética Poderiamos resumir assim esta le “NUM FATO MENTAL, O§ TERMOS NNO EXISTEM EM SI, MAS ENQUANTO SiO MOMEWTOS NECESSARIOS E CONTRADITORIOS DUM PROCESSO DE RELACIONAMEN To. Por exemplo: “Oper&ric-Capitalista": Agirmago-Negagio. So con ceitos opostos, entre si contraditérios, mas também necessarios, interpe~ netrados, interdependentes. N3o pode existir operario sem capitalista,nem capitalista sem operario. Como se vS, a realidade para os dialéticos é ternfria e a nega- go @ 0 elemento que permite passar de um momento ao cutro da triade (te- se- antitese-sintese). 0 Universo @ formado por contradigées que consis - tem na aparigdo de um fendmeno e sua negagdo, gerando um conflito, que se resolveré quando o fendmento negador for englobadc, junto com o fendme no negado, na sintese. 48 b) LEI DA TOTALIDADE: “As condigdes de produgdo de toda socieda de formam um todo": escreve Marx. (32), contra a tendéncia dos economistas de considerar as relagdes econémicas como auténomas, sepradas. Para com - preender o problema de valor, devo relacionar-me As suas fontes, que se tornam também seu efeito. cata categoria da totalidsde, que Marx recebeu' de Hegel, & fundamental na Dialética. NAO EXISTE PENOMENO ISOLADO. Qual - quer fenénemo, por mais simples que seja, entra no processo dialético da Natureza, que 6 triédico, que € global. "A categoria da totalidade significa, portanto, de wn lado que a realidade objetiva & um todo coercnte em que cada elemento esta , de uma maneira ou de outra, em relagao com cada elemento e, de ou- tro lado, que essas relagdes formam, na prépria realidade objetiva correlagées concretas, conjuntos, unidades, ligadas entre si de maneiras completamente diversas, mas sempre determinadas" (33). Apesar do dogmatismo pretensioso, que estends a aplicacéo desta categoria a todo o fendmeno, a repercusso desta lei foi enorme, No siste na capitalista, tudo 6 dominado pelo subjetivisma (que & negagad da Tota~ dade), Ao contrario, hd estreita relagéo entre a Totalidade Objetiva' {o Universo) e a Totalidade Humana (comunidade). A “reificagio" acusada ' por Lukes, nfo sera mais que um desenvolvimento ulterior desta luta pela categoria da Totalidade, ameagada pelo subjetivismo, pelo abstracionismo’ pela metafisica, pelo “fetichismo da mercadoria“, como veremos mais adian te. c) LBI DA RELAGKO: No processo dialético, os momentos (Tese-An titese~sintese) e conceitos relatives néo tem significagao nenhuma, se i- solados. Pai sem filho nfo tem sentido. 0 que di sentido aos momentos tri fdicos e aos conceitos € a RELAGAO ertre eles. Quando afirmo 0 conceito ' de pai, o pensamento est continuamente andando de pat ao filho, do filho wo pai. 2 0 gue Hegel chama de "Movimento do Pensamento”. Os termos nao ' tio considerados em si (como faz a Légica Classica), mas como MOMENTOS RE IACIONADOS DE UM MOVIMENTO DINAMICO E DIALETICO, Estacionar nos termos & interromper o movimento. Consideremos a figura de um circulo: circunferncia e certro. 0 nosso pensamento vai-vem, da circunferéncia para o ponto central e deste! para aquela, de tal modo que esses termos permanegam juntos na consciénci a¢ cada qual nfo seja sendo um momento RELACIONADO deste movimento do ' pensamento. 0 QUE & REAL & A RELAGKO. Esta categoria da Relagdo, assim formulada por Hegel, Marx = a plica a Histéria. Ble procura relagdes. Considera os fatos em seu "deve~ air", quer dizer om seu relacionamente no tempo @ no espago, dentro da dade da Totalidade. Nestas relagdes, os termos sic apenas momentos do ocessc relacional e nao existentes em si, auténomos, independentes. d) LEI_DA NEGACKO DA NEGACKO: o processo de relacionamento men- fal chega a uma sintese, no 34 estacionando nos dois momentos (Afirmagao iogagdo) mas num terceirc, que aceite © relaciona: tc do contradigas '! 49 dos dois termos anteriores, considerados como pura relagéo. Esta nio simples ligagao entre dois termos autSnomos, independentes. Os termos sé existem em fungSo da relagio. A Légica classica estaciona nos Termos ou ' Palavras, momentos da operago conceptual: a Légica Dialética, na xolagig que permite a conceituagao. Podemos resumir a lei da negag&o da negagéo da seguinte mane - ra (34)3 “Dois fondmonos A e B sio tais que B é a negacic de’A se @ sonente Se, aparecendc A se produz B depois de um tempo t, gerando-se um sonflito entre Aa B, que tende & eliminagdo de A depois do um ten po tl, ficando scmente B", H@ uma grande riqueza nesta nogio dialética de Negagio, "NEGAR' NAO SIGNIFICA DIZER NAO", A Negag&c dialética tem estas propriedades que a distinguem da negagac na légica classica: 1. Ndo 6 involutiva: isso &, a dupla negag3o de um fendmeno nao © faz regredir ao mesmo fenémeno (a matemAtica diz, ao contréric, que du- as negagdes dio uma afirmagio), mas gora OUTRO MOMENTO do fenémeno que contém o primeiro como parte, Evidentemente, a Légica dialética & légica! interpretative da Realidade: a Realidade € evdlutiva ("Continuo espago- temporal"). © Ponsamento deverd sé-1o também. As variiveis espago-tempo * néo permitem a volta ao mesmo fenémeno, pelo uso da dupla negagio. 2, No @ sim&trica: se A & a negaglo de B, isso no significa! que B seja a negago de A. 3. A Negacio implica num Progresso: aplicando-a reiteradamente’ nfo se retorna, em forma ciclica, ao fenémeno inicial mas se evolut para situacdes (momentos) do fonémeno sempre novas. Evidentemente, estamos na presenga de uma noglo de "Negagzo" que enriqueco a nogSo tradicional ¢ a supera( om nivel de interpretacio ' da realidade). Na légica aristotélica-tomista, fixista, “negar que Pedro! fio fo4 aprovado" equivale a afirmar que “Pedro foi aprovado". Esta 16gica nfo considera que a Realidade @ “circunstancial" ,1i gada ac tempo e espago, dinmica ¢ evolutiva, A dupla negagao de um evento acontece no tempo e no espago, « ago faz retroceder um fendmeno ao que era, Ela marca un "momento" novo | do evento. ¢) LET DA TRANSPORMACKO DA QUANTIDADE EM QUALIDADE; a diferenga entre os varios seres constitui as diversas qualidades. Mas a mesma quali dade admite diferentes quantidades (dois rios se distinguem por diversos' tmanho, @iferente curso, etc...). Toda qualihde conhece certas MEDIDAS, (termo técnico hegeliano para indicar os limites quantitativos) além das ais, ela vai-se transformando em outra qualidade. Por exemplo, a agua , além de certa medth de temperatura (100 Pcentigrados) em condigSes nor - pais, transforma-se em outra qualidade (vapor). Hegel j4 tinha definido ' + Quantidade: Qualificago da qualidade. 50 A lei est & base da an&lise marxista, para explicar a evolugao histérica de uma organizagio social e das instituigées socials em geral, j A passagem de uma a outra instituicdo i(por exemplo, do feudalis no a0 capitalismo... do capitalismo ao socialismo) & devido & substitui - gio de uma qualidade (organizago que acaba)por outra qualidade (organiza gio que nasce) por forga duma mudanga quantitativa dos indices da primei- re (por exemplo, crescimento da populagao,.. contradigdes internas a0 sistema,..), Numa palavra simples: passou a MEDIDA DE SUA QUALIDADE ¢ sc! transformou em OUTRA QUALIDADE (que traz om seu bojo a primeira). A led Halética da Qualidade ¢ Quantidade se apresenta assim como a sclugio de’ quer problema histérico, As situagdes histéricas (as qualidades) nfo so ebgolutas. Passam de ua para outra, devido ao aspocto negativo da propria qualidade anterior, que fol superando a medida de sua qualidade. |, HistSria sempre se explica partindo do passado, das situagdes que prece deram as atuais ¢ constituiram nc tempo @ no espago seu contrario. Por gxamplo, 0 regime burgués & o préprio regime monarca-feudal sob scu aspec » negative. fa negagdo do feudalismo que se manifestou, progrediu no ojo dele (quantidade), até que passou aquela medida em que aquela quali- ‘sale nfo podia mais existir -com aquela quantidade, E houve mudanga quali (ative. Cada momento da histéria traz om seu seio a transformagic que a ' destrutra, O crescimento quantitative de uma situagio a leva inevitavel - imunte & sua substituigaéo. Hogel apresentava o exemplo do ustado: leis Unstituigdes mudam quando as dimensées do Estado © o niimero de concida - (fos aumento, Pare a grandeza dum Estado existe una medida, além da qual yele cai na dnstabilidade ¢ decomposigo. H& um momento decisive, RA una \Wedida-Limite, que determina a passagem de quiidades. f i Esta lei, que tem em Hegel seu inspirador, 6 assim formulada pe ataléticos ideolagicos: "Seja A um fendmeno com a qualidade B. Existe um intervalo de tempo t, durante o quel a qualidade B, per~ manece, enguanto que a quantidade b varia em sentido crescente. Ge gando ao LIMITE superior do intervalc, se consegue uma quantidade™ bl determinada, que produz um SALTO BRUSCO da qualidade B para a ' qualidade Bl. AL bl permanece constante durante um intervalo tl, enquanto Bl ma— da gradualmente até chegar ac LIMITE superior, em que A salta de bl para b2, mantendo-se B2 constante, e assim por diante". (35) Ad QUESTKO METODOLOGICA Uma légica dialética aplica uma metcdologia dialética. Por mé - }odo 1égico entendemos a maneira de considerar os fatos da natureza, Nes~ sentido, Dialética se torna norma de andlise e pesquisa dos fatos da ' tureza, do Homem, da Histéria, numa palavra daquele "continuc-espago- ' que € 4 Matéria e suas manifestagiies. B método de pensamento 5. que J& na opinigo dos hegelianos e ainda mais na dos marxistas dogmaticos supera a légica classica e a correspondente metafisica. B a lei universal do Pensar. & fato mental. A dialética da natureza (que analizaremos naia adiante) @ dalética objetiva, Aqui passa a existir numa segunda forma, a subjetiva, como reflexo na consciéncia do homem. £ a dialética da matéria (da natureza ¢ da histéria) transformada em sistema subjetivo de RACIONA~ LIDADE, cujo contefdo so idéias, categorias, principios de interpreta 20 que compGem a estrutura da consciéneia e marcam o rumo certo para a! pesquisa cientifica. "A @ialética, que primitivamonte est4 na natureza e na histéria sob a forma de trama de relagdes racionais entre os fatos, trans = Porta-se para a consciéncia. Esta, ao aprendé-la dentro de si, ' Feflete realidades exterioros, & apenas REFLEXO DA RA2KO, guo exis te no mundo dos fenSmenns e dos seres matoriais, na evolugao e na histéria destes" (36). A legitimidade da Dialética, para os seus defensores, se baseia na mesma natureza: ela se apresenta & nossa meditagio em dois aspectes ! contraditérios. de um lado, mflt{plice e diverse’, do outro uniforms ¢ per, manente, © conhecimento devera ser roflexo fiel desta contradigio, encon- trando um critério geral da interpretagdo dos fatos, em que se conciliem' 08 aspectos contaditérios da natureza, sem os deformar. Esse método faz * parte da légica dialatica, que nfo & uma légica abstrata e fixista, A uma visio metafisica do mundo, corresponde uma légica, a classica, com seus ' nétodos est&ticos, A uma video dialética do mundo, corresponde uma légica dinami- ca ¢ evolutiva, em sie em sous métodos de investigagic: a légica dialéta ca. Para os dialéticos ideclégico-dogmiticos, a Légica sistematiza’ © exprima conceitualmente 9 préprio desenvolvimento da realidade que se realiza segundo leis irreversiveis, invaridveis e que constituom todas as coisas, inclusive o hc om, om processo de transformacio. Baseia-se no conceito de CORRESPONDENCIA entre Pensamento ¢ Rea Lidade. Sendo esta em si mesma contraditéria, a razio tera do acolher uma imagem raciona} ga realidade, onde a contradigio desempenha a fungao de ! conceito explicative mais geral e profundo, porque reflete a caracterista, ca mais geral e profunda da natureza do real. $6 verdadeiro o gue & con traditério. A verdade consiste no encontro e na unidade dos contrérios . dificil, para quem se acostumou ao uso do métudo cientifico (experimen= tal) entendor a aiferenga entre Légica dialética e Método dialético, Na visio tradicional das ciéncias, o método experimental & bom caracterizada Hla usa dos mtodos légicos (dedutivo, indutivo por analogia, por enumera s80, por eliminagao etc...) sem com eles se identificar. Para os dialéti- cos, nfo & possivel usar um método dialético, sem se comprometer com A DIALETICA BM TODO NIVEL (ONTICO, LOGICO, EPISTEMOLGECO, ETC...). Se 6 Dia Wtioa a Realidade, deve ser dialética a Logica que a interpreta, o mé- fado_usado para investigar, as pautas que traduzem 0 conhecimento. 86 po- femos largar A DIALBTTCA quando formos ‘classificar" o nosso conheciments 52 (QEsTRo LOGICO-FORMAL), bem sabondo que nesta Gltima fase nds estamos! ‘elassificando", petrificando o conhecimento cientifico, conseguido diale tamente. Godelier (37) expliaa a fundo o problema. Existem categorias di aléticas (as leis j4 analisadas). Quando Marx quer analisar as relagées ' contraditérias do sistema econémico-capitalista, sabe que o capital nao 6 um ente abstrato, isolado dos fatores circunstanciais espago-temporal. Mio Selemento "em repcusc" que eu posse investigar em laboratério, mas uma tealidade em continua transformagao. Acontece com o capiial o que aconte- ce com cada elemento da naturoza, em permanente evolugic. De consequéncia QONICO QUE ME SERVE £ UM METODO CORRESPONDA PLENAMENTE S CATEGORIAS PROPRIAS DA EVOLUGKO DA REALIDADE (AS DIALETICAS). 0 Método dialético apa’ rece como o UNICO METODO que nos dA o conhecimento clentifico. QMPTODO DIALETICO SE RESUNE NO USO DAS LEYS DIALETICAS APLICADAS A INVES. s1gngho CTENTIPICA. t Karisch (38), por exemplo, analisa o método dialético aplicado’ fanflise histérica feita por Marx. Os elementos do método sio AS LEIS DI: GASTICAS (Led da contradigao, Lei da negagio da negago, Lei da transfor- agi0 da quantidade em qualidade, Lei da Totalidade, Lei da Relagao) apli jas ao campo especifico da investigagao histérica. Em pratica, pede-se! esumix, na opiniao de Karisch, tudo isso a duas leis: 1, LET pO TRIPLICE ESTADIO: que Marx herdou de Hegel e que pode mos apresentar graficamente assim: B a triade hegeliana: cada fendmono histérico deve ser analisa~ fo por meio de um método triddico que “capte" os momentos (afirmago-nega fio ¢ sintese) da dialética da histéris, Evidentemente issc se torna pos- Fivel somente pelo uso correto das § categorias acima elencadas. f f 2, LET DA EVOLUCKO HISTORICH “POR SALTOS", que nada mais 6 que ba aplicagio da lei da transformacic da quantidade om qualidada. O grafico a exprime corretamonte: x 4 AS ZN s3— aa ZN. s2——a3 ZN gu— a2 ai Na 33 Im cada estado surgem contrastes, primeiro ocultos em perfodo ' fe laténcia, depois claros, no perfodo dos contrastes manifestos., 0 Con - traste faz estourar o velho estado e nascer o novo de ordem superior. 0 momento da sintese nio é o definitivo, porque a evolugdo é lei geral da matéria, A sintese se torna, no tempo e no espago, outra tese que dar& ripm a uma nova trfide. 44 QUESTAO GNOSEOLOGICA £ EPISTEMOLOGICA. Para os dialéticos ideolégicos dogmiticos, GNOSEOLOGIA é a Teoria do Conhecimento (origem, organizagao, validade do mundo das idei-~ as enquanto reflexo fiel da vialética da Natureza). EPISTEMOLOGIA & a teoria da ciéncia. Ooupa-se do resultado cog- aitivo obtido, cristalizado em determinada ciéncia que o pensamento £ilo- s6£1c0, com o emprego do m&todo dialético, procura explicar nos fundamen- tos, sistematizar nas relagdes com as outras ciéncias e estudar nas apli- cagées. HA uma convergéncia verbal com a légica, epistemologia e gno- seologia classica, mas o sentido dos termos, aqui, & totalmente diferen - te. Como nasce o Conhecimento, segundo a Dialética? Qual 4 o papel’ da Sensibilidade? da Meméria? Qual é a Torma do Movimento do Pensamento ' Dialético? 8) Q CONHECIMENTO DIALETICO: & o conjunto de representagdes ' Rentais conceptuais, que traduzem, no plano mental, as interconexdea unidade fundamental da Realidade objetiva. ») PAPEL DA SENSIBILIDADE: ou experiancia sensivel. Bla desper- ta e desencadeia o processo mental, configurendo seus elementos: 0 Sujei- to (o Homem que pensa) e 0 Objeto (fei¢zo particular da realidade conside rada, que se transpds para o pensamento atravéa daquela experiéncia). 0 ' Sujeito do pensamento se opde a seu Objeto. ¢) PAPEL DA MEMORIA: faz reviver ao individuo, na imaginagao, ' experiéncias sensiveis passadas, criando novos pocessos montais, regula - dos pela categoria fundamental dialética da Relagio. 4) MOVIMENTO DO PENSAMENTO: & condigao de sucessividade, As feigdes distintas e separadas da realidade, objeto da experiéncia sensi - vel, so relacionadas sucessivamente © unificadas no interior do pensamen to. ) FORMA DQ MOVIMENTO DO PENSAMENTO: o desfilar de represen- tagdes mentais (movimento do pensanento) obedece a uma conexfo, a um rela cionamentor 1. A £AxagGo da ateng3o numa representagZo mental (proposi¢&o ) constitui a AFIRMACKO. 2. A passagom para outra representagao, com ela relacionada dia 5a 3. Mas a tegacdo nao & passagem arbitréria para qualquer outra’ representago, mas sonente para uma com que esteja em relagdo,em fungio ' da anterior, que substitui. fo primeiro termo que comanda todo 0 proces- s0 dialético do comhecimento: ocorre um vai-vém continuo entre os dois ternos. B a cada vai-vem, a caracterizagao dos termos vai-se enriquecen ~ do. Depois deste fecundo reiecicnamento dialético entre os termos, o pen= samento se firma na primeira representagao, trazendo em seu bojo a segun- da: & a NEGACKO DA NEGAGHO, relagio entre ambas as xepresentagGes, que * nao € nem uma nem outra, mas o CONJUNTO de ambas. Pox muito terpe, a aplicago do método dialético foi Limitado ' 86 ao conhecimento do Honen . {com Fegel) ¢ interprotagéo da Histéria ' {com Marx). Engels oncontraz4 horizontes mais vastos, aplicando-o ao co - nhecimento da seelidade da Naturoza, HOJE, 08 DIALETICOS IDEOLOGICO~DOGMA TICOS PRETENDEM GENERALIZAR SUA APLICAGAO A TODO CONHECINENTO. Tss0, ne opiniso deles, 6 uma exigéncia natural da natureza dia Jética do conhecinento, que (tambGm no momento em que chega a sintese) * sempre se tornara primciro termo dua operagdo mental ulterior. A negagio ga negagdo serd um retorno ao prineiro terno, mas num conceito “carregadd’ pelos contrastes sucessives, pelo vai-veii do ponsamento. 0 conceito final nio sera definitivo, mas sempre ABERTO para novos conhecimentos, para ng vos relecionamentos, em processos triidicos em constante devenir", £) PAPEL DA EXPRESSKO VERFYI: © uso da linguagem, que transmi- te ¢ socializa © conceito, dispenses a reprozucdo de todo o processo men ~ tal de séculos de elaboragao cultural. J dissemos: nesta fase a grande maioria dos dialéticos ideolé6- gico-dogmiticos, depois das primeiras incompreensdes e lutas acirradas, ' hoje reconhecen valor 4 fdgica cl@ssica formal, como LOGIFICAGKO do conhe, gimento dialético, que permanece o tinico verdadeiramente fecundo, dindmi- co, cientifico. A Légica Classica, sozinha, nJo podia ser reflexo mental! aa Dialética oxistente na Naturezs. Era mister que a Realidade Dialética' sb fosse percebida por meio de uma Gnoscologia ¢ ipistemologia Dialética. 4S wy sno Omen Mac a DlalStica @ FATO MENTAL (Dialética do Pensar) PORQUE & FA 30 DA NATUREZA (Dialética do SER). Repare-se bem: de todo © qualquer fend yeno da naturoza, sem exclusio, Esta diclética da Hatureza indica, o conpr tanento geral de Netureza, em sua perenc tyansformagio. 2 a multiplicidag fe e £luxo incessante dos fates universeis, dixigidos pelas leis que sexo (hanadas “dialdticas". Neste centids, Dialética é objeto das disciplinas' Icentiticas. £ fato real da Natuyoza, # lei Universal do SER. Sou grande’ Hfiésofo 6 Engels. A Wells, Selsam, Rosentel, McGill, Gokieli, Parry, De Gorteri, pekadze... todos of gr! piterentes mavizes, atingen sas i2Sias da pale ndes légicos aialéticos, dogm’ticos, apesar de sica da Natnreza Engelsia, 35 Existen leis, gue governan a evolugéo dialética da satureza. ' S80 as mesmas (pela correspondéncia entre Realidade e Mente) que governam nossos procedimentos metodolégicos, epistenolégicos, gnoseolégicos e légi cos. Afinal, os fendémenos fisicos, biolégicos, quimicos sio dirigidos po. las mesmas leis que explicam os conflitos sociais, psiquicos e as contra- digdes légicas. © esquoma & um £6: 1. 0s processos fisicos e biolégicos (como todos os demais) se- rian ‘cortes” artificiais praticades no "Continuo espago-temporal” que & a Realidade, 2. Esses processos seriam constituidos por “entes tedricos” (ao observaveis) de dimonsées e caracteristicas variaveis (que seriam os “ter minais" das triades dialéticas). 3. Os terminais das triades dialéticas seriam animados por uma espécie de energia (algo parecido com as polaridades magnéticas ou elétri cas, positivas e negativas). 4. A Anteragdo entre terminais com dcterminadas polariéades pro du2iria processos de rojeig&o ou atragao, que strian os chamados “eventos contreditérios ou conflitantes”. 5. Estes cventos contraditérios ou conflituantes seriam capta - dos pelos processos muntcis, porque o Homem & Universo, sujeito 4s mes - mas leis comuns da natureza 6, por conseguinte, capaz (usando um método dialético) de entender os processes conflituantes da natureza © prever seu desfecho "natural", ‘dialético". 46 QUESTAO POLTyIca © Leitor ter& percebide que estamos diante de uma verdadeire ' "nova visio do homem, do mundo ¢ de cultura”. « Dialética Idcolégics ar- xista ndo $ uma escola, ama teoria entre tantasBla sc outorga o titulo de ‘Cdéneia’: a finica ciSncia capae de interpretar o universo em evolugio. Precisari dos feitos da fisica, da sociologia » demais ciéncias, como 0 aluno de matomitica rocorre & “regra do nove" para "confirmar" suas opera pe Sendo o materialisno histdrico-dialético uma “vis&o do mundo” ' baseada ¢ finalizada na “prax is" fnico critéric da verdade, dosce a postu Jados qua dum lado pretendem ter a “necessidade histérica" de afirmagées! cientficas (legitimamente deduzidas das leis dialéticas) © doutro ledo ' tornam=se odjetivos a serem alcangados (necessariamente) pela revolugio ' do proletariado. Qualger “manual de filosofia éiddtica" da etapa stalinis ta, enumera estes postulados (39): 1) Progressivo ompobreciments da classe proletaria nos sistemas capitalistas. 2) Revolugio: uma necessidade histérica. 3) sitadura do vrolvtariedo: tipo superior du denocraci>, De 4) Abcligo des clasees. 5) Partido tnico. 6) A arte,a servige do, partido. 7) Bloco higtérico. co proletariadc. 8) Comunismo: .eino da liverdade. 9) Os soviets ¢ a revolugic russa: modelo “necessério” para 0 caminho socidista, 10) Desuparecimento da alienegéo histérice. 11) v tarxisme @ sua inconpatibilidade com o culto da personal: dade. 12) Socialisno: o fim do cclonialismo. 13) Sociedade som classe: deseparecimento da diferengs entre tra balho manual e intwlectual. Os dialéticos afirmam que estes postulados sio “inevitavels" ou (usando uma terminclogia mais apropriada) “de necessidade histérica", de- corrends do car&ter de “coneretude da verdade dialética: “0 materialismo dialftico parte da constatagio de que a verdade op tida no processo do conhecimento se refore sempre a uma cafera concrete da realidadc... Nic existe verdade abstrata, A VE: GoncRETA.” (40) *0 problema de se poder atribuir ao pensamente uma verdade objsti- va hac & um problema teérico, mas um problima prético. £ ha PRATI~ CA QUE SE TEM Ub DENONSTRAR'A VERDADS, ou soja a realidade © 0 pa Ger, @ teluricidads de seu pensamento™. (41) Ser& om nome da Praxis, como critéric éa verdade, que us dissi- dentes vefutardc © DOGMAYISMO dialStico. 5,0 SONCLUSAO Evolucionismo, Materialismo, Quadro Keferencial Completo das cL fncias do Século XIX formam o habitat favorfvel, onde desenvelvey a viald tica vogm&tica, que acabanos de descrever. A refertncia dos Dialéticos &s conquistas cientificas de seu! tempo, scmpre econtece com a curtcza de encontrarnelas a VERIFICAGKO das vatugorias dialaticas. iwidentemente, os dcgmatices no concordam com a “orientagio iv falista (burguesa)" dos cicntistes. Hes nic existem contradigdes profun- Was entre as afirmagdus da hova Cultura bialética ¢ as conquistas cionti- fiicas do séeulo KIX. “Wa medida em que as ciéncias naturais evoluem, vao-se estreitende cada vez mais seu nexo o interdependéncia com © slaterialismo Histd rice-Dialitico, Este nexo & perticularmente vigorose em nossos a: as... 9 imenso progresso das vianeias Naturais o a profunda trans— formagao revolueicniria que cstéo uxperimentando, exigem a mais us tredta uniao: ¢ NATURALIST DEVS SEK MATZRIALISTA DIALBLTCO, Wao = Sc, portante, Gus cacy vez wis usturalistas se tornan oar- mists” (42) rics conscientes dn file unfic 57 © Século 4X sc abre com uma tentativa de “subversio” por parte’ da Fisica. Ele nfo ser& percebida logo, pelos Dialéticos Dogm&ticos, devi, dy ac cardter de HipStaso dc Trebalhc com que se apresenta. Uma vez confir mada, se tronsformar& nun dos meiores problemas enfrentado pelos dogniti~ cos, que continuaric em su saudesism, peles ciGneias do SScule XI@ , du- rente teda a ctapa stalinista © procurarfo montar uma defesa do dogmatis~ mo dialético, quc a descstalinizagao, efetuada por Krutchey, revelaré ' ingtal. CAPITULO TERCETRO “A GRANDE SUBVERSAO vi FISICA MOLEKNA" (DIALZV ICH. CLeNYTPICA) 1.0 INTRODUGKO nas primeiras cécadas do séc. xX, a harmonia entre Materialismo Dialético-Mistérico © Ciéncias Fisicas seria interrompida de maneiza radi. cal. 4 dialética, tornandc-se “arma tuérica do proletariado" enveredava ' pelos caminhos do dogmatismo. "Necessidade histérica","inovitabilidade",* "necessidade cbjctiva", "Dialética da Necessidade” cram os termes comumen te usados para indicar esta progressiva dogmatizagio, que servia perfeita monte como instrumento du consciuntizagao dc proletariade. Um dogna preci Sade £6. Doutre lado, a dogmatizagio era facilitada pela pésigio das ci- Eneias do sec. XIX. Todo Quadro Conceitual, que se julga completo tende a s¢ fechar cm si mesmo recusa questionamento. xvidentemente, nim sistema! integrado, destruindo um pilar, o templo da certeza pode cair. Mas a pos- tura ciontifica de fin do século passadc (Evelucionismo, Positivisno, Mate rialismo iccenicista e Complotude des Ciéncias Naturais) continuava avali zando as teorias Go Matcrialismo Dialético e Histérico. No século xx ha um novo espirito de pesquisa, irriverente para’ com as certezas do século XIX. Antigas teorias fisicas sio destronadas © surgem mas. untre elas, a Teoria da Relatividade. Was ciéncias o Templo das Cextezas se uesmorona. 0 Dogmatismo se torna vicio capital. dialéts ca Adeolégica no inido, nio percebe a transfornagic. Sua "completude” dog n&tica lhe impede um didlogo aberto com as ciancias. E, no campo cientiss, co, nasce uma NOVA DIALETICA. A Dialética mudava de dono e contefido. Dei- xava de ser patriménio da filosofia, para ser cultuada pelas cidncias com ATITUDE DINAMICA de qualquer cientista, que se dedica A investigagio. A gdialética ideolégica tinha incentivado a interferancia das ciéncias nos julgamentos axiolégicos e da verdade, colocando a PRAXIS como prova bisi- ga, A praxis das cigncias fisicas nie confirmava o dogmatismo elalético. Bruscanente, 2s portas cuidadosamente fechadas palo século XIX’ sobre as infinitas possibilidades do homem, da matéria, da energie, do es page e do tempo vio cair cm estilhagos. As ciéncias e as técnicas dao un' salto formidavel « s prépria natureza do conhecimento vai scr novamente ' discutid, . #ds da que um progresso, houve uma vordadeira revolugio csenti- fica. U principio 62 conservago da energia cra um postulado. E cis que o vidio proéuz energia sem survir-se dy qualquer fonte. Todos estavam cer ~ tos aerca da identidade da luz € eletricidade: sé su podiam propagar em linha reta © sem atravessar obst&culos. & ais que as ondas, os raios A travessam 0s sélidos, Wos tubos de descarga, a matéria parece eclipsar-su, 60 transformar-se em corpisculos. A transmitagao dos elemesifos‘opera-se * na natureza: o xdio torna-se h&lio ¢ chumbo. 0 ‘emplo das Certozas se desmorona, uudo é questionado. -ntre a mentalidady dos novos pesquisa- Gores e a posture dos cientistas tradicionais nasce o conflito, que te ra seus efeitos om todos os campos da cultura: literéric, social, file s6fico, moral o estético. & b fisica que cabe abrir os novos caminhos' de maneira irreversivel. Com a TEORIA DA RELATIVIDADE a Fisica Classica encerra seu ' ciclo, para ceder o lugar & Fisica Atémica iioderna: Procurei sintetizer os conceitos mais importantes desta teo~ ria, beseando-me nos textos einstcinianos (1): "Como foi convincentemente demonstrado por Heisemberg, de um ponto de vista empirico, qualquer conclusao sobre uma estrutura estritamente deterministica do mundo natural, fica para sempre! exeluida. A fisica classica tinha introduzido duas substancia -a Matiria e 2 Energia. A primeira tinha peso, que a outra néo tinha, Até nas leis da conservagao, nés encontravanos diferen - ga: havia uma para a matéria © outra para a unergia... Ora, do acordo com a TEORIA DA RELATIVIDADE, NAO HA DIFERENCA ESSENCIAL ENTRE MASSA & EXERGIA: A ENENGI4 TEN MASSA B A MASSA REPRESENTA ENERGIA, Nosso espago fisico, como o concebenos pelos objetos ' © seus movimentos, tem tés dimensdvs e suas posigées sao repre sentadas por trés ndmeros, © instante do um acontécimento 6 9 quarto nimero... 0 mundo dos acontecimentos forma um CONTINUUM? DA QUARTA DIMEWSKO... HA uma nova diferenga, quando considerar- mos dois SC (Sistemas de Coordonadas) se movendo um om relagao* ao outro. ix sala se move e os observadores que esto dentro. fora dela determinam as coordunadas TENPO-ESPACO dos mesmos ' acontecimentos. Qutra vez, o fisico classico cinde a continua ' de quatro dinensécs em cspages de trés dimensdes e no tempo-con tinaum de uma sd dimensio. J fisico antigo sé se preocupa com a transformagdo no espago, uma vez gue para ele o tompo & absolu- to... Mas, 'do ponto dé vista da Teoria da Relatividade, o tempo ¢ também o espago mudam quando passam de um SC para outro... Tu do quanto acontecs no mundo & determinado pelas coordenadas do espago x, y, 2 @ pela coordenada do tompo t.., Através da Sori a da Relatividads, 2 opiniso que o continuum é infinito em sua extensie como tempo, mas finito como espago, ganhou om probabi- lidade... 0 que se descreve séo PROBABILIDADES B NAO LEIS, nao 88 formulam luis que desvendem o futuro de sistemas ¢ sim as ' que governam as mudangas no tempo das probsbilidades e que se Telacionam a grandes congregagées de individuos". 2.0 A TEORIA DA RELATIVIDADE E SUAS CONSEQUENCIAS A WsOKIA DA RELATIVIOADE soou como sentenca de morte para + do ¢ qualaer dogmatisme cientifico. Antes restrita ao campo da Fisic. (e propriamente da fisica nuclear) encontra em seguida aplicago uni versal em toda e qualquer ciénci a) Wa Etiea: & Etica fixista e objetiva, que fundamentava suas justificagées racionais em metafisicas est&ticas ou complexos 5. temas religicsos, naturais ou revelados, sucede uma ética dindmica, « volutiva ¢ situacional. 62 b) Nas cléncias do comportamento (psicologia, sociolegia, ), 08 critérios de andlise objetiva sao integrados por pro- cesses subjetivos, que partem do pressuposto de que hi sempre um ENVOL VIUEWPO PEESOAL, por parte do pesquisador, quando 0 objeto a ser pes ~ guisaéo 6 0 préprio honem. . As inturagdes, a todo e qualger nivel (o social até o césmL co) impedem que exista nustas cigncias do comportamento, uma Verdade , Odjetiva e Absoluta. 1UD0 Z RELATIVO: relativo & formagio e interpreta go do peequisador, ao meio social, aos instrumentos de andlise, 208 Quadros Referenciais Lonceituais, aos meios de informagéo de difcren-' te alcance, aos objetivos que cada pesquisador se propde na investiga- gio cientifica... ¢) Nac Ciénoias Pisicas: a teoria einstainiana torna~so | base comum da micro ¢ macro-fisica atual, dominando tanto as andlises' historia interpretativas do “infinitamente grande", quento as do “infinitamente pequeno". . "De facto", © conhecimento cientifico sempre foi relativo. Lom Einstein, torna-se relativo "de iure'. A Relatividade $ Teoria Ci entificc, Repare-se ben: nfo & relativo somente porque, historicamunte Ansuficicnte, encontra succssivos aperfeigoamentos no tempo © no espa 50. 5 relativo “cm ai". Quer dizer: as leis que se aplicam no mundo da experiéncia fisica empirica, de alcance normal (0 mundo da mec&nica, a eGstica “normal"...) n&o tem o mesmo valor no mundo da macro-fisica nem da micro-fisica, Por excemplo. 2 teoria do espago “vazio" responds harmoniosa- monte aos postulados da geonetria euclidians. as nfo se aplica A esca la galatica {onde as imonsas distincias e os velocidades relevant tssi~ mas, exigen como oxplicagio, a "teoria do espago curvo” de Riemann), 0 meno diga-se da micro-fisica, onde as “relagées de incerteza" de Keisenberg sfo uma constante interpretativa, em lugar do classico prin cipio de causalidade, funcionalnunte operative nas experiéncias fisi- eas ompiricas “ée alcance norm". a) nas Cignoias Légico-iateméticas: evidentomente nestas ci éncias o principio de Kelatividade do conhecimento tem aplicagdes me - nos diretas: so clincias que constroum sistunas conceptuais “prevelen temonte mentais". Sio “abstragdes mentais". Has clas também sfo relati vas, na medida ex que se tornam "instrumentos interpretativos”. As maten&ticas se pasuiam nos axiomas, postulados, defini - ges primitivas, e termos indefinides. Cada sistema axiom&tico ter’ su a légica subjacente. £ destes pontos de partida que elas constroem sou sistema, deduzinao teoremas © tudo nais. Mas estas ciéncies s&o fini - tas. blas tem sua fungo na investigagio cientifica na medida em que ' se tornam SISYEMAS OPERATIVOS, INTERPRETATIVOS de uma série dc fonémenos © dados. Quando um conjunte de fenémenos nZe encontra solu ~ gio catisfatérin num dcterminado sistoma légico-matemitico, rocorrenos 62 simplesmunte a outro sistem. Tudo ¢ rulativo, A ciSncia moderna néo a ceita formas “a priori do pensanento, ~ no accita, porque nao exis - tom. Yodo pensamento, por mais abstuto que sejc, @ sempre condicionado por um “residuo" de experidncia umpirica. Podemos lombrer, 2 titulo de exomplificag&o, 0 que acontcce com aquele ciéneie que trabalhe um ni - vel de maxima abstragdo: « Légica-Matemitica. Ela tom caracteristica Ge “Completude”, Com as constentes, wiveis, parametros, regras de formagao, regras de transformagao, operadores... 4 "escrita", no siste me 1égico, nao faltam clemuntos ("Completude de Logica"). Mas isso nfo significa que a Légica nao seje relativa, como sistema interpretativo! £ por isso que eo lado da Légica Cléssica bivalente, para responder 2 problemas que nela no encontram solugio adequada, nasceram infini- tas outras légicas, As vezes igualmente completas, mas que melhor res~ pondem ao desafio cientifice (Légicas Modais, Légicas Temporais, Légi~ cas Pracas...) e) Nas Cigncias da Comunicagdo: a xelatividade impera, im substituigho dos antigos modelos de comunicago (por ex. o Aristoté1i-~ co), ultimanente outros surgiranm, mais complutos ¢ explicativos de si~ tuagSes mais complexes (Hodelo Shannon, Modelo HeLuhan...). Evidente - mente, se for relativo o Conhecimento, tanto mais seri relativo 0 pro~ cess Ge comunicagéo do mesmo, sujeito As limitagdus ("ruidos”) que a- fetam todo ¢ qualquer ingrcdiente do processo de comunicagao. 3.0 A DIALETICA CIENTIPICA © SUAS CARACTERTSYICAS A compreensao © eccitag&o da RELATIVIDADE como caracteristi- ca do conhecimento cientifico moderno, esta & base da nova acepgao do termo "Dialética”, aplicado is ciSncias. Se o Conhecimento Clentifico’ & Relativo,"dinamicamcnte* relativo, ele & Dialético. 4A tese foi amplamente debatida por autores de renome (2). Foul Foulquié (3) sintctizou com clareza as CARACTERISTICAS' FURDAMENTAIS G2 HODIERNA DIALETICA CZENTIFICA: a2 AD.C. # UM DIALOGO HNTRE O "A PRIORI" EO “A POSTERIORI“. A fistéria sempre fot teatro de uma luta travada entre al guns filésofos (que afirmavem que existem conhecimentosque independen! de experiéncia sensorial: o A PRIORI) o alguns £ilésofos ¢ ciontistas’ (que admitem como conhecimento cientifico somente aquele que tem sua ' origem, dirsta ou indiretamente nq experiéncia empirica: o A POSTERIO- RI). 63 A Dalitica Ciuntifica so epresenta comeuma forma conciliaté- ria: TODO CONHECIMENTO CIENTITICO B FRUTO DB UM DIALOGO ENTRE O “A PRE ORI" EO "A POSTERIORI". O “a priori" @ determinado pelos QUADROS bz ' REFERENCIA CONCEITUAL vigentes. © “A POSTERIORI” representa o deeafio de fendmenos, que estes quadros de referdncias vigentes nZo conseguem' interpretar adequadamente. vai a TENSKO, o superamento dos Quadxos vi- gentes © o surgimento de novos quadros referenciais que melhor expli - cam os fenémenos, mas que sio RELATIVOS ao espago © a0 tempo. Amann’ , novos fenémenos criaréo novos dusafios & investigacéo cientifica ¢ no- vos wuadros de Referéncia Conceituas. 0 Verdadeiro Conhecimento Cientifico se apresenta como CONS- TANTE MOVIMENTO entre A PRIORI ¢ A POSTERIORI. 3.2 £ UN DIALOG ENTRE O CONCRETO EO ABSTRATO. A raiz de todo conhecimento humano, sempre se encontra a. representagio sensivel. 0 puro pensamento abstrato @ vazio, Mas, doutro lado, nés nao teremos ciéncia se ficarmos na simples constatagio do fenémeno. Precisamos criar Quadros Conceituais* Referenciais, complexos e abstratos, que su tornem interpretativos do maior niimero de fenémenos. 0 Verdaduiro Conhecimento Cientifico se a - prosunta como CONSTANT MOVIWENLO entre Concreto © Abstrato, 3.3 A.D.C. £ UM DIALOGO ENTRE OBJETO E sUIEITO Todo conhecimento ~ “fundmeno humano", onde entra em jogo a personalidade do pesquisador, sua formagio, seus quadros conceituats , seus objetivos, sua criatividade, num jogo dindmico de interagdes en - tre Sujeito e ubjeto. © Verdadeiro Conhecimento Cientifico se apresenta como CONS~ TANYE MOVIMENTO entre Sujeito e objeto. 3.4 A.D.C. SE BASEIA Wh NOGKO DE COMPLEMBNTARIDADE % no campo da Fisica que nasce esta nogo (Niels Bohr), ten tendo superar o conflito entre a Yeoria Corpuscular ¢ a Ondulatéria, ' como explicagio de fendmenos Spticos. As duas teorizs sio igualmente “interpretativas", mas n&o podem ser assumidas “simultaneamente". 08 resultados, conforms o uso de uma ou outra teoria, sfo diferentes, por que provim de experigncias efctuadas em diferentes condigdes. Existem! DIFERUWCIiS © FUNDAHENPAIS entre 2 nogSo du COMPLEMENTARIEDADE u a RIA DE KEGELTNE: 64 a) Na Triade Hegeliana ha sintese harmoniosa de tese e anti- tose. Wa Complementariedade isto nfo sempre sc vorifica. devide 8s limitagdes de nossos instrumentais, ou uso como te orig explicativa, a Ondulatéris, ou recorro A Corpuscolar. b) A Triade iegoliena nado & somente um fato mental: a contra digo ¢ a sintuse se cfetuam DE FATO tambim na Natureza c, consequente mente, na vente, A Diclitica do Pesamento & reflexo mental da Dialéti- ca do Real. 4 Complementariedade @ nogio puramente Mental. Nada podemos' afirmer relativanente a estrutura do Real, em si, que atingimos por ' instrumentos imperfeitos, © que cientigicanente podemos afirmar 6 que SiO COMPLEMENTA- RES NOSSAS REPRESENTAGOES MENTATS. Amanh3, quem sabe, consigamos qua - Gros interpretativos mais perfeitos que inutilizem o recurso 3 Comple- nentariedade. © Verdadeiro Conhecimento Cientifico se apresenta como CONS TANTE MOVIMENTO entre QUADROS CONCEITUAIS INTERPRETATIVOS COMPLEMENTA RES. 3.5 AD.C. APRESENTA 0 CONHECINENTO CIENTIFICO COMO FENOMENO ORq GANICO. Nao existem fendmenos isolados. Bles se relacionam a um con texto, so elementos de conjunto, si0 partes de um todo, Por isso, 0 Conhecimento Cientifico, se 20 nivel de experién cia empirica individual pode registrar fendmenos isolados, ao nivel ' interpretativo sempre déve procurar um quadro referencial mais amplo. Todo conhecimento isolado & parcial e inexato. Ele reeebe sua signifi~ cago mais profunda, quando integrado num contexto. Sendo a Realidade! um Conjunto de fendmenos estruturais, as partes tem sou sentido, se rg Jacionadas ao todo. © Verdadetro Conhecimento Cientifico se apresenta como CONS- TANTE MOVIMENTO entre A PARTE E 0 TODO. 3.6 A_D.C. apresenta o SABER como FENOMENO HISTORICO. © Saber é necessariamente histérico: usamos esquemas concei- tuais do passado, que xecebemos. Elaboramos esquemas novos, mais ade ~ quadamento interpretatives e que, no futuro, outros usardo, A Ciéncia’ desvirtua sua finalidade nfo somente quando p&ra de evoluir em sua fungio de pesquisa, mas também quando pira de produzir quadros de rete réncia conceitual mais adequados. 65 As palavras, usadas em dpocas diferentes, tem diferentes sen tidos. A Verdade cientifica, sempre Relativa, esta na mudanga dindmice conceitual. Se alguem hoje usasse a palavra “Atomo" com a pobreza de significagio originaria, violentaria a riqueza concedtual do termo a- tual. No cxists revolugio histérica, se nfo na Histéria. Wo pode- mos negar © superar conceitos cientificos, sem os conhecer e relacio - nar com os do passado. © Verdadeiro Conhccimento Cientifico se apresenta como CONS- TANTE MOVIMENTO entre o PRESENTE E © PASSADO. 3.7 4 D.C. APRESENTA 0 SABER EM SEU CARKTER DE INADEQUACKO B PRO VISORTEDADE 4 Ciéneia se apresenta como um sistema inacabado. © Pensanen to racional @ um pensamento em constante reorganingio. "a marcha real da Ciéncia no 6 um caminho de certedas: 6 uma marcha de cvidéncias provisérias ¢ sumarias para cvidéncias pro visérias © sumarias; de horizonte de realidade para horizonte " de realidade. B esta maneira de agir nao deve ser repudiada, ' Porque isso seria repudiar a prépria pratice do conhecimento" - a). A Sumariedade e Provisoriedade da ciéncia depende: a) dos dados de partide, sempre relativos ¢ insuficientes co mo instrumentos interpratativos de novos fendmenos. b) dos sistemas légicos usados,-que como j4 relevamos- go - zam da caracteristica da "completude" om si, mas de relatividade “ope- xacional". ¢) dos resultados conseguidos, sempre conquistas parciais ¢ superéveis, no espago ¢ no tempo. "oO que importa & ume RAZAO EM DEVIR, sempre militante, submeti- da_(para manter a sua esperanga) a uma obrigagao de incessanta’ reforma de dia para dia © de caso para caso” (5). © Verdadcire Conhecimento Cientifico se apresenta como CONS- TANTE MOVIMENTO entre EVIDENCIAS SEMPRE PROVISORIAS. 3.8 A.D.C. SE DEFINE COMO "FILOSOFIA ABERTA" A Dialética Cientifica se torna, assim, A ALMA DA CIENCIA. ' Do Método, falta-lhe a exatiddo cicntifica. Da Légica, as leis e os Prinefpios, ba Filosofia, a veleddade de uma construgao metafisica aca bada. Ela define a si mesma como "UMA NOVA ATTTUDE MENTAL” que pervade as ciéncias, que rejeita qualquer tentativa de dogmatismo, a qualquer nivel (desde o nivel da simples observagio do fenémeno... até © nivel de m&xima abstragZo, onde se criam os quadros de referéncias conceituais) que @% a coragem dc diststalar qualquer resultado. Anima~ da pela esporange, acredita na RELATIVIDADE DINSMICK de todo conheci- mento, sempre om constante superamento do si préprio. Animada pot la fixmeza, torna-se um tipo de conhecimento positivamente polémico: 4, plalética, Pilosofia aberta, 6 primeiro que tudo uma FILOSOFIA DO who: & preciso dizer "Nao" A ciéncia de ontem, As maneiras mais habity ais do pensar e proceder... todavia o sibio nao deve encarnigar-se na’ negagio: a “Filosofia do Néo" sé & negative para se tornar mais acolhe gore... Um sisteme cientifico nfo s6 dove permanecer aberto, mas os préprios elementos desta construgio, que novas descobertas podem modi ficar, devem prestar-se @ reajustamentos ulteriores (6)". Tudo isso equivale a rejeitar os pontos de partidas imuta -’ veis, os dogmas ¢ prevengées pseudo-cientificas quanto ao valor de teo rias, instruments e resultados cientificos. Um dos maiores representantes da Dialética Cientifica sinte- tize a fungHo desta APTITUDE DIALETICA NA INVESTIGAGHO: “DAS ORIGENS AS FINALIDADBS, TODA A EXTENSKO DO CONHECIMENTO' DEVE PERNANECER TOTALMENTE E PERENEMENTE ABERTA A UMA EVENTUAL! REVISKO" (7). 4.0 lo to lz la Ie Ie Io ire to Neste capitulo fol nossa intengdo focalizar o CONTEXTO HISTO RICO que determinou o nascimento ¢ desenvolvimento auténomo de = uma nova DialStica (a Cientifica), que se declarava independente da Dialé- tica Ideolétea-Dogmatica. A harmonia dialética talvez volte na época contemporfnea: os Dissidentes procuram aguele dialogo com as ciéncias, que a Btapa stali nista recusou. Eles aceitam o conteiido da Dialética Cientifica, como ATITU- DE DINAMICA, CRIATIVA ¢ RELATIVA do Pesquisador. Contestam, porém, a pscudo-neutralidade que cla (de iure et de facto) mantém, frente ao Sistema Social. bm cientista, um técnico, um pesquisndor nio deixa de ser um homem, comprometido com a cultura, com a natureza, com os outros. E ' se, em nome da neutralidade cientifica, realiza pesquisas, som avaliar as consequéncias 2 aplicagdes, & um ALTENADO. quando um cientista fala em “Dialética" , no se refere ao contefide, na acepgfo hegeliana ou marxista. Simplesmente a aceita como INEVITAVEL DECORRENCIA th TEORIA EINSTEINIANA, que afirma a Relativi-~ dade de todo ¢ qualquer conhocimento cientifico e a necessaria atitude “aberta ¢ criativa" na investigagiio. be certa forma, podemos dizer que, devide 20 dogmatism intransigente dos dialdtico stalinistas, a Dialé tica mudou de dono. passou da mo des filésofos & mio dos cientistas. Infelizmente, os dogmiticos n’o aceitaram uma confrontagéo serena com! a Dialética Ciontifica, langando-se unicamente “& procura do uma defe- sa". captruno Quarto "A PROCURA DE UNA DEFESA" 1.0 Ag leitor, acostumado Gs sSbrias e elevadas polémicas das 14 des culturais, que envereda no estudo das filtimas fases da evolugio dialé tica, eria certo mal estar o clima de “guerra santa” em que as primeiras @écadas de século xx (até 1960) nos colocaram. A GRANDE SUBVERSKO DA FISICA MOVERNA (1), iniciaéa pelas frmy las da Relatividads sinsteinianas, aparentemente inocentes em Sua fria fe mulago eientifica, abalou a ortodoxia ideolégita marxista, © mesmo Lukdes, fonte apaixonada dos defensores da vialética I~ dcolégica Marxista, admite com tristeza que a II Internacional viveu anos de desospero: as desergécs nas fieiras da ortodoxia, cram as ordens do dia. Milhares de afilhados renegavam os principios dialéticos, enveredan- do para os caminhos do pluralismo domocritico", das “vias nacionais para © socialisnio" ¢ abandonando 2 dialética ideolégica. Yornava-se necessiria uma ago de “guerra santa", que reafirmasse nfo somente a “possibilindc", Ras a “necessidade* de uma convivéncia pacifica entre os principios 1dco- légicos dialéticos ¢ as ciéneias, entre cléncia © ideologia. EB os dialéticos mais profundos se langaram nesta tarefa. Da tarefa de “armar una defesa" foram incumbidos todos os parti. des comunistas: os ideSlogos ortodoxos se langam nesta missio com forvor apologético ¢ intransigente, 0 centralisto idcolégico, mantido pelo "esta do-guia" (U.R.S.S.) facilita a tarefa, Stalin dita ordens por meio do Exeoutivo da Internacional Comunista: "A hist6ria da Internacional Comunista foi uma histéria de intri - gas ¢ prepoténcia do grupo dirigente russo contra todas as cx - Prosséee de independéncia dos outros partidos afilhados. Um apés ' outros, foram condenados os grupos mais ligados A tradigio parla - mentar (Frossard), os grupos mais abertos para a legalidade ¢ que nao accitavam as aventuras “putehistas" (Paul Lavi), os clementos' que criticavam a falea domocr#"sovigtica (oland-Holst), os sindi galistas revolucionarios contrarios 4 submissio dos sindicatos burocracia do partido comunista (Pierre Monatte, Andrés Nin), 08 grupos que su negavam ao dialogo con 2 socialdemocracia (Brandler, Bringolf, Tasca) ¢ a extrema esquerda que n3o compactuava com opor tunigmos (Bordiga, Ruth Fischer, Boris Souvarine) sem falar dos Trotzkystas." (2) Stlone compara o fenatismo da época acs processos da inguisigia Fanatismo que contagia a todos, também aos futuros @issidentes. silono & uma excessdo: participa da Reuniao alargada da Internacional om 1927 se revolta contra o dogmatismo stalinista. Mas Garaudv continua ataliniae 70 ta e em 1953 escreve “La théorie materialiste de la connaissance", obra * tipicamente dogmatica, que trés anos apés ronegard. Entre todos os idedlg gos, a tarefa do uma apologética da Dielética Ideolégica contra a “subver sio da fisica" $ assumida sobretudo por um dos maiores ponsadores deste! século: Gybirgy Lukdes. Lukes indiscutivelmente foi o reprosontante mais qualificado ' desta tentativa de reconciliagdo da 1deologia com a ciéncia. Sou ponsamen to & vigoroso, honesto mas de uma intransigéncia doutrindria, por de repy diada somente na década de '60 a ‘70. Reafirmando o conceito de "praxis"! como fator fundamental da “verdade dialética’, c a “doutrins da APROXIMA- Gko do conhecimento” como explicagao do superamonto do impas entre cién- cia e ideologia dialétim, indiretemente colocave as bases para a “contes- taglio do dogmatismo dialético"por parte dos dissidentes. “Este homem jamais tove contato com a Re2lidade" (3) confessava, & respeito de " Sartre. Mas a “Realidade" trairia o mesmo Lukacs, A “Roalidade", pela qual tinha-se batido durante décadas, Lukacs' ndo a conhecia. 0 discurso de Krutchev, em 1956, revelava uma "Rea lidade" diamctralmente oposta & oficial no perfodo stalinista.” Es sas noves concopgdes (4) podem engendrar igualmunte consequéncias” filosdficas" (5) admitia honestamente mais tarde. Para o Marxista, a prexis & fator de verdade. A Verdade —ndo corresponde A aristotélica “adoquatio rei intclectus",mas ao produto da atividade histérica. Por isso, os principios do dogmatismo ideolégico dig lético s%o confirmados ou refutados pela praxis, que se tora a "regra do §" aa verdade. Fiel ao marxismo, mas procurando novas solugées criativas na es tética, Lukéce morria som deixar epigonos criativos. Hoje as vozes que defendom a "aialética ideolégica dogmatica" ' que expomos, 86 se encontram nos gabinetes dos partidos oficiais, nas piginas dos jornais de governo e nas fileires da "nova classe” burocrdti- ca, violentamente stigmatizada por Djilas. | Tora-se dificil, repito, seguir unicamente um corte histérico' vertical, Dizer que a etapa da Dialética Ideolégico-Dogmitica conhece seu inicio numa interpretag&o dogmatica (hoje recusada como "deformante” pe — los dissidentes) da Dialética Marista Engelsiana ¢ Leninista; seu apogeu fa fase stalinista e seu desaparecimento com o discurso de Krutchey de ' #56 sexta uma "simpliticagio fetea", una violéncis histérica, Ainda hoje corte horizontal) sobrevive om muitos partidos oficiais esta atitude dog Bitica {a Unddo Soviética & um exemplo}. E obras oficiais ou semioficiais russas (por exemplo a OSNOVI * NLOSOFSKIKH ZNANIY) traduzidas em quase todas as linguas por serem refle da ortodoxia do “pais-guia" (6) rovelam posigdos dogmaticas, apesar morte “oficial” do stalinisno. Lukes, com o mesmo horesto vigor com gue entrou neste luta, sow B sair, apontando novos caminhos sé no fim de sua oxisténcia. B em suas obras (7) que procurei a afirmagio mais profunda dos fiine{pios doutrindrios dos dofensores da Dialética Idcolégica Dogmatica' Gaerna. 7 2.0 ESTRATEGIA "OFICIAL" DA DEFESA A Dialética Ideolégica, basoando-so nas conquistas cientificas’ do se, XIX, oncarava as ciéncias como uma forma de avalo instrumentaliza do para fins politicos. A FORMULA DA TEORIA DA RELATIVIDADE EINSTEINIANA, que inaugura! a revolugio téenico-cicntigica do soc. XX, colocard a Dialética Tdeolégi- ca frenta & pior de suas crises, com efeitos fatais om todos os campos do conhecimento. © Positivismo, 0 Evolucionismo ¢ o Materialismo Mecanicista ti- nham acostumado os Dialéticos a receber 1limiteda cobertura: em termos de "engajamento ¢ cultura viva", ser dialético marxista tinha-se tormedo mo- da no somonte entre as classes oxploradas, que encaravam este "Visio do Mundo" como uma forma de libertagio, mas também entre cientistas © inte ~ lectuais. © Mundo Antropo-Cultural dialético parecia sur o tinico capaz de caminhar com as conguistas ciontificas. 0 Novo Século, o XX, traz novidades. Um matemAtico atenta & se- guranga do sistoma dogmitico~dialético. Suas fSmmlas apresentam-se tanto mais perigosas, porque nascides sem pretensdes politicas ¢ sem veleidades de "engajamento" partid&rio, na mente de um professor (ALBERT EINSTEIN) * que se professava socialista. Pela primeira vez, a ciéncia negava suu aval & Dialética Ideolé gica c, a medir pelos desastrosos efeitos, de uma maneira radical. Binstein, como alias aconteceu com Copernicus e suas tcorias he llocéntricas, nio tomou consciéncia da revolugio que iniciava com a TEORI ADA RELRTIVIDADE, que abalaria os alicerces dognaticos de uma ideologia, quo 34 fermentava o mundo intciro. Esta teoria, por apresentar-se como simples hipétese de traballo © por sua dospretensdo (afinal, n&o se autorgava nemo titulo de Teoria ' nem 0 titulo de Lei) nfo teve accesso ¢ divulgagZo répida no ambiente 140g légico-politico. Infiltrou-se mansamente nos meios cientificos, semeando' sua “subversio". LENINE, no comego, desconhece o perigo desta 1908, om "Matarialism ana Empirio-Criticism" aborda os temas relativos' a0 relacionamonto Ciéncia e Ideologia, com o enfogue tradicional do sécu~ lo XIX. 0 Quadro do Universo dele ainda 0 Newtoniano: os conceitos clés sicos da imutabiltndc do tempo © do ospago, bom como a tridimenstonalida~ de da natureza do espago sfo reafirmados. Matéria w Energia sfo duas rea~ Mdades, totalmente diferentes. Mas a verdad no tom frontciras: os wialéticos Ideolégicos néo tardariam em perceber “as novidades no campo cientifico". Acostumados & Procura sempre atual dos Gltimos feites “tedricos e priticos” das ciénci~ as, que domonstrassom mais uma vez 0 Quadro do Universo om bases dialéti- cas, no tardariam om sc defrontar com o desafio da Teoria da Relativida- ée. ubversio": em 22 § surpresa inicial, LENINE substituiu uma tética inteligenta: 0 CONVETE R LETTURA DAS FORMULELS EINSTEINIANAS EM CHAVE DIALBTICA, & tare~ fa nao ora fAcil. Alguns idedlogos cicntistas se dedicaram a ela. SIMA MARCOVIC,' matem&tico socialista de renome, & convite pessoal de Lenine, consogiu u- ma forma do "POPULARIZAGKO" da teoria da wlatividade: infelizmente aba ~ low os alicorces do dogmatismo dialdtico, incompativeis com a nova visio! dae ciéncias, vais tarde, scré eliminado por Stalin. Vendo a impossibilidade de uma aproximaglo instrumentalizadora, we 8 1922, pouco antes de sua morte, escreveré (ou melhor “acenaré") & Teoria’ da Relatividade com desprezo: trata-se de uma citago em que o grande ide Slogo da DialStica acusa os filésofos curopous du seguir a moda “alinhan~ do-se com Einstein". Fale en “crise na Fisica Moderna", que nfo mantinha’ LENINE optarA por uma nova estratégia: O STLENCIO, Uma Gniea vez aais o rigorose Espirito cicntifico da fisica clissica, porque monopoliza aa por “fisicos que na realidade filosofavam". (8) Engels tinhe alertado 0 Materialismo teré que mudar sua forma a cada descoberta no campo das ciéncias naturais". Lenine tentou, com 0 convite & Leitura Dialdtica da Teoria da Relatividade. Perante o fracasso percobou 0 perigo de um “esvaziamento" dos postulados dialéticos, inter - pretativos da realidade o, 0 que interessava mais, um “afrouxamento" dos’ postulados axiolégicos decorrentes. “A Dialética Ideolégics estava por domais cneravada no seu leito | ae rochas dognaticas, para tor a flexibilidade bastante para so ' harmonizar con a ciéncia® (3). A Cincia n&o conhece fronteiras. A recusa ao reexame do dogma~ tisno da Dialética da Natureza, os cicntistas responderso com um caminho! hove, que toma as duvidas distancias do engajanento politico: A DIALBTICA CIENTIFICA. Dentro das fronteives da mesma Unio Soviética, comega~se a questioner o rélecionamento ontre Idcologia e Cigncias. No Ocidente, como no Oriente, iniciava a “DEBANDADA" de afilnados aos partidos marxistas: o poriodo STALINISTA da Dialética ser& uma trégica histéria de expulsdes, ' erseguigdes © cisécs, germes fecundos do atual panorema “pluralista* do fsectalismo moderno. Com o apoio de um partido, que mantinha o controle absoluto so- bre 0 Estado ¢ protendis estendor sua hogenonia, fiscalizadora ¢ outorgaq fora da ortodoxia doutrinaria, sobre os demais partidos comunistas, STA - iy assume uma atitude abertamente provocatéria contra a TEORIA DA RELA~ IVIDADE, distanciendo-se da titica leninista. A proocupagao oficial é: ' RO VALOR TEORICO-CIEWTIFICO DA TEORTA, REAFIRMAR O DOGMATISMO DIMLE- ICO, PERSEGUIR TODOS OS QUE NAO O ACRITAVAM. Comuga a politica do exter: i io que, como nos tristomente fanosos “processes de Moscou" (revelados ' yr Krutschev, em 1956), se resumira na eliminagio fisica dos "Dissiden - Um dos Renovadorss, com o sofrido sarcasmo du quem sabo quanto" sta o amor & verdadc, escrever& cm propds‘to: 73 "Hoje em dia terfamos que vascuthar todos os recantos da Europa para conseguir encontrar um marxista que exibisse om sua atitu- du uma estupidez tio arbitr&ria, tao crassa, téo apalhagada pa~ Fa com a Teoria da Relatividade eo quaéro do mundo que ele pro Seta" (10). Ao Quadro do Mundo, apresentado pela Teoria Einsteiniana, ' Stalin contrapde 0 Dialético, mas @ivulgado em férmulas de verdadeiro' "catecismo": "9 mundo & a) Material: b) Objetivamente Real, isto é: independente do pensamento humano: ©) Conhecido. Tudo & determinado € interligado. Tudo ost& om mudanga constante. A madanga tem lugar "como um movimento 4 frente e para cima, como uma transi¢fo do um antigo estado qualitativo para um novo também qualitativo, como um desenvolvimento do simples para o complexo, do mais baixo para o mais alto. Tudo se caracterim pela luta dos opostos, que constitut ° conteiide interno da transformagdo de mudangas quantitatives para outres qualitativas" (21). Djilas oferece uma explicagio satisfatéria e histérica, a respeito da mudenga radical que Stalin efetuou, om relagio & Teoria da RElatividade. Lenin viveu numa fasc Spica do comunismo. Encarado como’ movimento "subversive" pelos governos capitalistas, pelas Igrejas, pe- las Instituigées vigentes, o comunismo devia "langar pontes", encon -' trar “apoios cientificos” para & visio do mundo que ‘apresontava. Nao ¢ ra oportuno eriar novos inimigos no ambiente (0 cientifico) onde, até’ h& pouco tempo, sé se cncontrava "2 prova do nove” das teorias dialéti cas. A época de Stalin era outra: a Revoluglo Russa tinha-se con~ solidada intcrnamente, com a eliminagio de Trostky, © so apresentava ! como parceira dos ideais anti-nazistas das nagdcs ocidentais. A forga da ideologia merxista dependia do "estado-forte”, que tinha seu modelo no "Estado-Guia": a Unifio Sovistica. A “ortodoxia doutrinria" tornava -sc a base da Praxis. As vezes as contigéncias histéricas impdem opgdes que a poli tica rejeita, & por isso que, durante 2 II Guerra Mundial, perante os sucessos aleangados por cientistrs ocidentais que levaram a Tooria da Relatividade as suas naturais aplicagées pr&ticas (Fermi e Opheneimer, divisibilidade do Atom, bomba atémica...), Stalin teve que mudar de tAtica: USO DA PRAPTCA E RECUSA DA TEORIA A URSS comuga incluindo em seus corriculos escolares esta @isciplina (fisica nuclear), se habilita & construg%o de um arsenal e- témico (inferior somente ao dos BUA), mas ao mesmo tempo continua sua campanha contra a tcoria da relatividade, contraria aos postulados dia léticos. Com a morte do Stalin, inicia-se um PROCESSO DE GRADUAL DIS- TENSEO E ABERTURA que culminaré com o "discurso de Krutschey" no XX ' Congresso do Partido Comunista Coviético, om 1956, A politica stalinis ta @ rejeitada. Stalinistas ¢ Revisionistas alternam suas influéncias’ ha Unio Soviética, determinando periodos de “guerra-fria" com outros’ de "dotente”. Afinal é 2 Histéria que estamos vivendo nos nossos dias A t&tica leninista voltou a tona: SILENCIO quando o scordo ciéncia-dia lética torna-se dificil: CONVITE 20 DIALOGO, quando vislumbra-se algu- ha perspectiva de solugo, cono no ~aso do eprofundamento da "Relativi dade" do Movimento, d@ Engelsiana meméria, que chegou a ser apresenta- do como "precursor" da teoria do movimento de Einstein, A propésito, um dos Renovadores escreve: "Isso significa uma mudange radical, certamente muito significa tiva do ponto-de-vista da liberacéo do pensamento cientifico, a t& entdo proso na camisa de forga do do mas trata-se, no entanto, de mais un cxpediente de omorgéncia... conversa flada? entre as citagées de Engels e a tcoria do Einstein cxiste ape ~ nes uma coisa ei comum, que & o adjetivo "Relativo" (12). Interessante & reparar como a LITERATURA RUSSA comprova 8. tas atapas em que passou © rclacionamento entre Dialética Ideolégica ¢ Fisica Moderna: Em 1933, a Bolshaye Sovetskaya Enciklopedia escrevia (13): "A posig&o £1loséfica de Einstein nfo se distingue pela sua con sisténcia. As opinides matcrialistas e dialéticas sao mistura — das com os postulados machistus (14) gue prevalecem em quase to dos os seus pronunciamentos £lloséficos". A Enciclopé@ia nfo nega os ideais socialistas de Einstein: ¢ le confessa sua simpatia pela URSS © & Membro da Associagio dos Amigos dos Sovietes. Apesar disso, 0 cicntista 8 encarado como um perigo pela ortodoxia Dialética. J& om 1957, & opinigo sobre Einstein muda (15): "Os trabelhos de Einstein guardam uma profunda significagio progressiva, sem levar em conta este ou aguele pronuncfamento * de natureza filosdfica" 0 ton de denincia € ben mais suave. a atnosfera & de simpa- tia, apesar de que “as opinides filoséficas de Einstein nunca foram a~ presentadas de forma consistente" (16). Quanto 4 Teoria da Relatividade, sofre os mesmos critérios ' de julgamento a que foi submetide sou autor. A Enciclopédia, depois de reconhecer que 2 Teoria é um passo & frente na Fisica, om 1932, esere ves No h& fundamento para & crenca que a andlise de espago-tempo! feita por Einstein seja definitiva c exaustiva. 0 que é necessé ric, é uma andlise materialista critica da Teoria da Relativida dec uma pesquisa sobre tudo quanto se escrevou sobre os postu- ledos desta teoria” (17). © motive desta desconfisngs ¢ aversio & claramente enuncia - dor “a Teoria da Relatividade foi exploreda pula filosofia reaciona rie burguesa s om perticular pelo machismo ¢ outras opiniocs p recidas com tendincias para o iderlismo subjetivo" (18). 5 © mado & um sd: 9 desmoronamento do dogmatismo dialético e gonscquentemente, diminuigio nas motivagdes para um engajamento revolu giondrio, J& om 1955, a mesma Enciclopédia vé a Teoria de maneira to- talmente diferente: "A teoria da Relatividade & uma tooria fisica do espaco © ten Po, intimamente ligada com ela esto os conceitos basicos fis: cos de movimento, messa c energia. As suas inferéncias gorais tém implicagées filoséficas e nao podem sor compreendidas som a Recessaria Andlisc de seus fudnamentos” (19). A Légica exigiria que “as implicagées filoséficas" denuncia~ das pela Enciclopédia fossem "a filosofia reacionfria burguesa... om particular o machismo etc...", Na realidade, mudaram os tempos. Mudou! a titica. "Isso significa que o advento e o progresso da Teoria da Relati vidade serviu PARA CONFIRMAR A DOUTRINA DO MATERIALISMO DIALETI CO sobre espago e tempo, como formas da existéncia da matéria... (20),." £ a Gpoca da distonsio, da releitura da teoria do movimento! "relative" de Engels. A Enciclopedia ropete ‘varias vezes: "Isso CONFIR MA © QUE ENSINA © MATERIALISNO DIALETICO... A TEORIA DA RELATIVIDADE ¢ CONFIRMA O POSTULADO DE ENGELS, QUE A CISNCIA NATURAL £ A PEDRA DE TO- QUE DA DIALETICA" (21). No podemos negar que esta tentativa de aproximago entre Di alética Ideolégica e Teoria da Relatividade tenha produzido frutos. En tre as duas ha pontos EM COMUM: 1 Realidade & objetiva. Existe posei~ bilidade de uma gradual compreensao do mundo e sua transformagio. Apesar disso, as divergincias sfo profundas: 1) © principio bisico da Dialética Idvolégica, de que "Toda’ © qualquer forma do Mundo Natural 3 dialétice” & puro dogmatismo, a Ch Sncia aceita o que & exporimentalmente verificado, ¢ nado temos mesos ' para comprovar a afirmagio-base da Dialética. 2) Dizor que a “Matéria & exprossio da Realidade Objetiva ' percebida pelos sentidos ¢ que existe independontemente deles," & puro dogmatismo. A Fisica moderna confirmou o conccito de "reversibilidade" entre Matéria o Energia. Os Renovadores, como veremos, mantém uma atitude de rejeigio total pelo dogmatismo da Dialética da Natureza que, na viedo deles, na de mais & que uma “forma histérica circunstancial” superada no mundo ' moderne. 3.0 © CONTEODO DA DEFESA: A DIALETICA IDEOLOGICA DOGMATICA 8 CONTRARTA AO TERCEIRO! CAMINHO. h Dielética Cicntifica, como 38 vimos, tinha colocado em che 76 que a Dialética Idcolégico-vogmittica Moderna. Esta so defends, procla- mando © PRIMADO DA EXISTENCIi SOBRE A CONSCIBNCIA. Bvidentenente as conquistas cientificas do sec. XIX (teorias evolucionistas, postivistas...) tinham criado um ambionte altamente fa vorével ao materialismo, que se colocava como “outra opgiic” ou segundo caminho, oposto radicalmente ao primeiro (© do idvalismo clissico). As toorias da Relatividade, 20 contrario, om suas consequéneias diretas ' felativenonte & estratura da realidade fIsica) @ indiretas (relative - mente ao problema gnoseolégico, opistenolégico metodolégico decorren tes) derrubavam a teorin materialista mecanicista. Para os Dialéticos Ideolégicos, 0 terceiro caminho (chamado tambGm de Machismd "pretende! superar a antinomia idealismo-materialisno, mss nada mais & que un te- cido de frases ocas ¢ mitos errados" (22). 0 niicico central desse mi- to & forneddo pela pretensa existéncia auténoma de certas categorias | dz consciéia, dada como existindo fore de toda consciéncia, quando, ° ha realidadc, toda corrclagio objetiva nada mais & qus um refloxo da realidade objetiva na consciéncia. A_DIALETICR IDEOLOGICA DOGMATICA AMBICIONA SER GUIA DAS" CIENCIAS. Bm resposta ao Impasse criado entre ciéncia c ideologia, a Dialética procura caminhar com clas. Uss de seus resultados para apro- fundar o conheeimento da matéria ¢ suz estrutura, assim permitindo uma melhor atualizagio das definigécs da Realidade, sem afetar o alicerce! do materialism dialético." A Gnice qualidade da matéria sobre « qual’ ropousa o materialismo f1losSfico 2 sua REALIDADE OBJETIVA, QUE EXIS TE FORA DA NOSSA CONSCIENCIN" (23). As relagdes "cléncia-f1losofie" ficariam assim ben delimica~ das: "A Filosofia 6 APRENDIZ DAS CIENCIAS, mas guardando sua indezen - @éncia total nas questées fundamenteis da teoria do conhecimento, para poder (gragas a esta independincta) retomar seu lugar de GUIA DAS CIEN CIAS NATURAIS todas 2s vezes que os cientistas ameagam perder-se por causa ao influéncia de scu meio Surgués.,. De fato acontece que os ci- entistas, que so todos materialictas no laboratério, cacm ne ideologs a reacionaria, desde gue esbogam a menor tentativa tedrica ou metodolé gica" (24), 3. AK DIALETICA IDEOLOGICA DOGMATICA ACUSA A “GRANDE SUBVER ~ ShO_DA FISICA HODERRA" Os cientistas nio podum se apoderar de uma metodologia (2 di. alética) mutilando~a da ideologia que a sustenta (o materialismo). " método dialético nfo poderia agora afirmar-se de outro modo a nio ser sobre as bases da ideologia naterialista" (25). Sociologia, fisica, biologia e ciéncias nucleares vem confir mando dis 2 die a estrutura dialética dos fenémenos da matéria, Mas ¢- las extrapolem sua finalidade quando tentem adjetivar de “absolute” o

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