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Dados Internacionais de Catalogagio na Publicagio (CIP) (Cimara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Tater, bavid ®, Paicologia do desenvolvinento + infancia e adolescéneta / avid 1A. Shafter e Katherine Kipp + (traduedo Marta Reyes Gil Passos} ; evislo técnica Claudia Broetto Rossetti, Otévio Auguste de Melo. 2. ed. ~- S80 Paulo : Cengage Learning, 2012. ‘iculo original: Developmental psychology : childhood & adoles- 8. ed. norte-enericana Bibliografa. 15Bi 978-85-221-0786-9 4, Palcologia do adolescente 2. Psicologia do desenvolvinento 3, Polcologia infantil I. Kipp, Katherine. IZ. Titulo. 13-06795 paisa indice para catélogo sistemético: 41, tntincia e adolesctncia : Peicologia do desenvolvinento 185 2. Psicologia do desenvolvimento 155 B Parte |. Introdugio 8 Psicologia do Desemvolimento O periodo entre os 5 anos de idade o inicio da puberdade é (0 periodo do inicio da puberdade até aproximadamente 20 anos denominado meninice. de idade € denominado adolescéncia. apresentam, O desenvolvimento também é influenciado pelas mudangas sociais; eventos histéricos, como guerras; avangos tecnolégicos, como 0 desenvolvimento da internet; e causas sociais, como 0 movimento pelos direitos dos homossexuais, Cada gerago desenvolve-se & sua maneira e cada geragio muda o mundo para as geragies seguintes. Um exemplo de como as mudangas histéricas podem afetar 0 desenvolvi- ‘mento estd relacionado com a infiuéncia das familias na criagao dos filhos. Os amplos contextos sociais que as familias experimentam podem afetar os modos como suas fungdes so realizadas. Esses contextos sociais mudam e progridem constantemente. Durante a tltima metade do século XX, mudangas sociais dra. maticas afetaram a composigio familiar e o status da vida em familia nos Estados Unidos. Tomando como base os dados do censo norte-americano € de outros levantamentos amostrais, a Tabela 1.2 descreve algumas destas mudangas. ‘Assim, no podemos afirmar automaticamente que sequéncias desen. volvimentais observadas em amostras de criangas da América do Norte ou da Europa (as populagdes mais estudadas) sejam pardmetros ou mesmo caracterizem ‘0 desenvolvimento de individuos de outras épocas ou culturas (Laboratory of ‘Comparative Human Cognition, 1983). Somente se adotarmos uma perspectiva cultural e histérica poderemos apreciar o desenvolvimento humano em toda a sua riqueza e diversidade, Na préxima segdo abordaremos os métodos de pesquisa que os desenvolvimen- talistas uilizam para entender melhor o desenvolvimento da crianga e do adolescente, I Estratégias de Pesquisa: Métodos e Modelos Basicos Quando detetives so chamados para resolver um caso, eles, inicialmente, reine 0 fat, formulam palpites e, entio, buscam pistas ou coletam informagdes al | ca | tho Pos etme ena eis Mudangas nos pais Mudangas nas familias pre aastes {inter mais adits soterosstuslmente do quero pastas, We on wd, rm wan momo, Sa, © cameo ado Noam de matees te o into enone kumar fre 24 aon No cas etme po 26” Meno namer de fio Aine wo ne io serine papa Aga te a Gils apap ‘Somente 85% das mulheres casadas tem algum fia whys ; qe inishamion Dest com i com menos es, 6 aba owe once Vem SOL sos Ose dito eto surenard Ee eve ae srk cs Groen ais fais com aissolevos Novos csamentos | al fais com vis gerages Auaimente, um mito decriangas so aetaas plo dvr de seus pls ais riangas maram em ares com ps otros tanto em tue do aumento dos indices de co quant ‘do aumento ra quantiade de pas que rdo se carom, Em 1960, somente a5 crang3s mravam com um ‘os pas sates grate vdvo ou vita. Em 1958, 27 das ranges moravam com um ds pals otra, rormalente dorado ov que ounca se as. AS familias frmadassoment el pa sho mais coms do que antes consttvndo 17% de todas 25 Famlis monoparentis, ais adultos esto se asa novamente; so sua em Tamas mists ou com pasts madiastse eneados: Bin das mes cvorcadse 7% dos pais vorcados se casa navamente 5 as rans note amescas ‘io gessar as lempo em uma familia com um peas ou madast. _nualmente, mal anges cnhecem seus ase bisa passam mais tego com ees, ‘Dados complados de Bengton 2001; Cabrera et a, 200; Hetherington etal, 1994; Mec; 2002; US. Bureau of the Census, 2000, 2002 Método cientifco: ‘roceimentos objets que podem ‘se epetidos pra eure datos com © propésito de testr ua teria ou hipotese.Estabelece que acima de tudo, (0s pesqusadores precisa sr obetivs «precisam permit qu seus dads determine os merits de sus fess. cionais até que uma de suas hip6teses seja confirmada. Desvendar os mistérios do desenvolvimento é muitas vezes, uma empretada semelhante. Os pesquisadores tém de observar cuidadosamente os sujetos, analisar a informagio coletada formular conclusées sobre como os individuos se desenvolvem. Verifiquemos essa abordagem de forma mais detathada. Métodos de Pesquisa no Desenvolvimento da Crianga e do Adolescente 0 foco desta segdo esté nos métodos utilizados por pesquisadores para a aquisi de informagSes sobre o desenvolvimento de criangas e adolescentes. Primero, ¢ preciso entender por que os desenvolvimentalistas consideram essencial a coleta de dados, Posteriormente, discutiremos as vantagens ¢ desvantagens de cinco cestratégias da aquisigdo de dados: metodologias de autorrelato, observagio sis- tematica, estudos de caso, etnografia e métodos psicofisiolégicos. Por fim, consi- deraremos como os desenvolvimentalistas delinciam as pesquisas para detectar e explicar mudangas relativas idade no que diz respeito a sentimentos, pensamen- tos, habilidades e comportamentos infantis. 0 Método Cientifico ‘A moderna psicologia do desenvolvimento ¢ apropriadamente considerada um empreendimento cientifio porque aqueles que estudam o desenvolvimento ado- taram o método cientifico, que guia suas tentativas de entendimento, Nao hi 10 Parte | Intotigo & Priagado Devenahinent Teoria: cajun de cones proposts lens par organiza descrever€ ‘apcar um conunt de observa. Hipbtese: revs tesiea sobre slum aspcto da erp, | nada misterioso sobre o método cientifico. Ele se refere a utilizagao de métodg, cobjetivos e que podem ser repetidos para reunir dados com o propésito de testar ‘uma teoria ou hiptese. Nesse caso, objetivo significa que todos 0S que examinany 1 dados vio chegar is mesmas conclusbes, isto é, nfo se trata de uma oping subjetiva; que pode ser repetido significa que todas as vezes que 0 método for uusado, resultard nos mesmos dados e nas mesmas conclusdes. Portanto, 0 método cientifico determina que 0 pesquisador deve ser objetivo e permitir que 0s dados sejam 0 determinante de seu raciocinio. Em épocas antigas, as pessoas assumiam que grandes mentes chegavam a grandes dedugGes. Especialistas ou crengas orientavam as priticas para educar as criangas (por exemplo, “crianga mimada, crianca estragada”, “erianga nao chia", “nunca pegue nos bragos um bebé manhoso”). Poucos individuos questionavam a palavra de especialistas famosos e o senso comum porque o método cientifico nao era amplamente aceito como critério para a avaliagao do conhecimento. Nosso objetivo no é criticar os primeiros desenvolvimentalistas pais, No entanto, grandes mentes podem produzir ideias equivocadas, capazes de prejudi- car muitos, caso sejam aceitas sem contestagdo ¢ influenciarem o modo como as pessoas so tratadas. O método cientifico é, entio, uma salvaguarda valiosa que auxilia a proteger a comunidade cientifica ¢ a sociedade contra raciocinios falhos (Machado ¢ Silva, 2007). A pritica de avaliar os méritos de varios pronunciamen- tos tedricos pela anilise objetiva permite a protecao contra simplesmente se basear na credibilidade académica, politica ou social do tedrico. Isso também significa que 0 te6rico cujasideias esto sendo avaliadas deve ser objetivo e estar disposto no ‘que se refere a descartar algumas nogdes contra as quais ha evidéncias suficientes, Atualmente, os desenvolvimentalistas usam o método cientifico para tirar conclusdes sobre 0 desenvolvimento, Entretanto, isso nao resolve as diferencas de opinides. Por exemplo, para cada “especialsta” que acredita que as diferengas psico. lbgicas entre homens e mulheres sejam, em grande parte, de origem biol6gica, prova- velmente existe outro “especialsta” que insste com a mesma firmeza que meninos e ‘meninas diferem porque sio criados de maneiras diferentes. (Para um exemplo ata} dessa polémica, ver Burchinal e Clarke-Stewart, 2007.) Em quem devemos acred. tar? Esté na esséncia do método cientifico basear-se nos dados — por exemplo: as conclusdes das pesquisas com relagdo aos efeitos das experiéncias de aprendizagem, sexistase ndo sexistas nas preferéncas,atividades e nos tragos de personalidade de ‘meninas e meninos, ‘Ométodo cientifico envolve um processo para gerarideias etesti-las fazendy observagbes de pesquisas, Frequentemente, observagdes casuais fornecem o ponto inicial para um cientista, Sigmund Freud, por exemplo, observou os adultos psico- logicamente perturbados dos quais tratava e comepou a acreditar que muitos dos problemas deles tinham raizes nas experiéneias do inicio da infancia, Por fim, ele usou essas observagdes para formular sua feoria psicanalitica do desenvolvimento ‘Uma teoria é um conjunto de conceitos e proposigdes cujo intuito & descre. ver ¢ explicar algum aspecto da experiéncia, No campo da psicologia, as teorias nos ajudam a descrever virios padrdes de comportamento e a explicar por que esses ‘comportamentos ocorrem, As teorias geram previsbes especificas, ou hipteses, sobre © que serd mantido verdadeito se observarmos um fenémeno que nos interessa. Con. sidere uma teoria que determina que as diferengas psicologicas entre 0s Sexos sio, em srande parte, decorrentes do fato de que os pais e outros adultos tratam os meninos ¢ as meninas de modo diferente, Com base nessa teoria, um pesquisador podera langar ‘thipdtese de que se os pais concederem a mesma liberdade aos meninos ¢ as meni- 'as, 0s dois sexos serdo independentes de modo semelhante, ao passo que se os pais Permitirem que os meninos fagam muitas coisas proibidas &s meninas, os menitios Serio mais independentes do que as meninas, Suponha que o estudo destinado a tsar 88 hip6tese indique que os meninos io mais independentes do que as meninas, rio Capitulo | Introducto 8 Peclagia do Decenabientoe suas Estratgias de Pesquisa = 11 {importa a maneira como os pais os fratam. Nesse caso, a hipétese no seria confirmada pelos dados da pesquisa, 0 pesquisador teria de repensar sobre a teoria das diferen- ‘25 ligadas ao sexo, Se outras hips teses baseadas nessa teoria também fossem inconsistentes em relagdo 0s fatos, a teora teria de ser revi sada ou abandonada em favor de ‘outa teoria mais adequada. ssa éaesséncia do método ientifco — um esforgo persistente para submeter as ideias a testes, brags (aos epesqi) Figura 1.10 pape! da toria na investigago ciemifica ‘manter as ideias que fundamentam Confiabilidade: ‘extensdona qua um instrumento de medio €consstente com os resultados, tanto 2 longo do tempo quanto ente observadores. Validade: cextenséo ra qual um instrumenta de ‘medigiorefeteacuradamente o que 0 pesquisador pretendia medi. 05 fatos ¢ abandonar aquelas que 0s contradizem. As teorias geram hipdteses que sio testadas por meio de observagdes do comportamento, ¢ novas ‘observagées indicam quais terias valem a pena manter (ver Figura 1.1). Agora, ‘vejamos as maneiras especificas pelas quais os pesquisadores estudam o desen- volvimento ~ 0s tipos de dados que coletam, as técnicas que usam para descrever ‘como a mudanga ocorre conforme a idade e os métodos que utilizam para explicar ‘o desenvolvimento, Coletando Dados: Estratégias Basicas para Adquirir Informacao ‘Nio importa que aspectos do desenvolvimento esperamos estudar— seja a capaci- dade de pereepgio dos recém-nascidos, o erescimento da amizade entre criangas 1nos primeiros quatro anos do ensino fundamental, seja a razio pela qual alguns adolescentes comegam a consumir drogas - é necessério encontrar maneiras para ‘medir 0 que nos inteessa. Hoje, os pesquisadores tém sorte de terem procedimen- tos testados ¢ confirmados que podem ser utilizados para medir 0 comportamento ¢ testar suas hip6teses sobre o desenvolvimento humano. Contudo, independente- ‘mente da téenica empregada, medigdes itis do ponto de vista cientifico devem ter duas qualidades: confiabilidade e validade. ‘Uma medigdo & confidvel se produz informagio consistente ao longo do tempo e entre os observadores. Suponha que vocé esteja em uma sala de aula ¢ registre 0 mimero de vezes que cada crianga se comporta de maneira agressiva com as outras, mas o seu assistente de pesquisa, usando o mesmo procedimento para observar as mesmas crianeas, nio concorde com suas medigées; ou que voc ‘mega a avaliago da agressividade de cada crianga em uma semana e, na semana seguinte, perceba resultados completamente diferentes ao avaliar a agressividade ddas mesmas criangas, Esté claro que sua estratégia de aquisigdo de dados ndo é con- _fiével, porque fornece informagdes inconsistentes. Para ser confidvel e, portanto, ‘itil para fins cientificos, suas mensuragdes devem produzir resultados concordantes entre observadores independentes sobre a agressividade infantil (confiabilidade entre observadores) e resultados similares para aplicagées na mesma crianga de um teste com pequenos intervalos (estabilidade temporal). ‘Uma medigao é valida se mostra.0 que se propde medir. Um instrumento precisa ser confidvel antes que seja possivel validé-lo. Mesmo assim, confiabi- lidade, por si s6, ndo garante validade (Creasey, 2006). Por exemplo, um plano observacional extremamente confidvel destinado a medir a agressividade infantil pode superestimar de forma grosseira as estimativas do comportamento agressivo se 0 investigador classificaratos de forga fisica como exemplos de agressio, Nesse 12 Ported | Introdugho 3 Psicologia do Desemvobimento Entrevista estruturada ou ‘questionsrio estruturado: teerice na qual todos os partipates responder 4 mesma prgunts, na mesma ordem, para que a respostas ossam ser comparads. caso, 0 pesquisadorfalhou em reconhecer que comportamento de alta intensidagg pode representar formas de brincadeiras bruscas sem nenhuma intengio de agres, sividade ¢ dano ao outro. Pesquisadores devem demonstrar que estdo medindo « atributo por eles escolhido antes que acreditemos nos resultados coletados ou nas conclusdes elaboradas. ‘Tendo em mente a importincia do estabelecimento da confiablidade ¢ validade das medigoes, consideremos alguns dos diferentes modos pelos quais aspectos do desenvolvimento humano podem ser mensurados. Metodologias de Autorrelato. Trés procedimentos basicos utilizados pelos desen- volvimentalistas para obter informagGes e para testar hipéteses sio entrevistas, questionérios (incluindo testes psicolégicos) e método clinico. Apesar de serem semelhantes por solicitar aos participantes que respondam a questdes propostas pelo pesquisador, diferenciam-se no quanto o estudioso trata os participantes de forma semelhante. Entrevistas ¢ Questiondrios. Pesquisadores que optam por entrevistas ou ques- tionérios fazem a crianga, ou aos pais dela, uma série de questdes pertinentes a aspectos do desenvolvimento, por exemplo: conduta, sentimentos, crengas ou carac- teristicas do pensamento dela. A coleta de dados por meio de questiondrio (e da ‘maioria dos testes psicolégicos) envolve colocar perguntas em um papel e soli os participantes que respondam por escrito. No caso de entrevistas, solicita-se aos participantes que respondam oralmente as perguntas do pesquisador. Se o procedi- ‘mento é uma entrevista estruturada ou um questiondrio estruturado, todos os patticipantes do estudo recebem as mesmas questées, na mesma ordem. O propésito ‘desse formato estruturado ou padronizado é tratar 0s individuos da mesma mancira, ‘de modo que as respostas dos participantes possam ser compardveis entre si ‘Uma aplicagao interessante de entrevistas ocorreu em um projeto em que criangas de pré-escola e de segundo ¢ quarto anos responderam a 24 questdes que permitiam 0 acesso aos seus conhecimentos sobre estere6tipos sociais relacionados a homens e mulheres (Williams, Bennett e Best, 1975). Cada pergunta veio em res. posta a uma histéria especifica na qual o personagem principal era descrito segundo adjetivos masculinos estereotipados (por exemplo, agressivo, forte fire) ou fei. ninos estereotipados (por exemplo, emotiva, excitdvel). A crianga deveria indicar se o personagem em cada histéria era homem ou mulher. Williams e colaboradores descobriram que mesmo criangas na pré-escola eram capazes de afirmar se o perso. hagem era homem ou mulher. Em outras palavras, essas eriangas de S anos tinham conhecimento suficiente sobre os esteredtipos de género, embora 0 pensamento infantil fosse muito mais estereotipado entre a pré-escola e a segunda série do ensino fundamental. Uma implicagdo desses resultados ¢ que a estereotipagem dos sexos deve comegar mais cedo se o pensamento na pré-escola for guiado por linhas estereotipadas. No Capitulo 13, aprenderemos mais sobre o desenvolvimento do nero das eriangas e sobre as ideias delas acerca dos géneros. ‘Andrew Fuligni e Sara Pedersen (2002) usaram métodos de autorrelato para avaliar as obrigagdes familiares percebidas por adultos jovens culturalmente diversos, nos Estados Unidos. Os pesquisadores desenvolveram questionarios para medir: 1) 0 senso de dever dos adultos jovens para com a familia, incluindo o dever de sustenté-la e auxilié-a, acrescido do grau de respeito que tinham por suas familias; 2) como o senso de dever para com a familia influenciou as escolhas edu cacionais e profissionais, bem como o bem-estar emocional; € 3) em que medida providenciavam ajuda ds suas familias e seus planos para sustentagio futura dela (O questionério esté na Tabela 1.3.) Apesar de a transigdo para a fase de adulto jovem, nos Estados Unidas, set cconsiderada um periodo em que os adolescentes se tornam cada vez mais indepen: Capitlo 1 | Introducio a Psicologia do Desemvlvimentoe suas Estratécas de Pesquisa 13 ‘Asllio 8 familia atuaimente Ponto para a espostas: de 1 (quase nunca at 5 (quase sempre) 1. Passa o tempo com avs, rimos tis tos 2. Passo tempo em casa com a fama 2. Encarrega-se de tarefes que a fais precisa que ej reaiadas 4. Rusa irs rma naligio de asa 5, Passa os Feriados com a familia 6, luda nos servos ds ca58 7. Passao tempo com a familia nos fins de semana 8. Ajuda a cuidar de ras eis ‘9, std com a familia durante as refegbes| 10, Auda a cuidar dos avés 1, Reliatarefasjuntamente com mos emis Respito pela fala Pontuago pare 35 respostas: de 1 do € importante at 5(¢ muito important) 4, rata 0s pas com respeito 2, Segue os conselhs dos pais sobre aescolha de amigos 4. Procura ter sucesso por cause da familia 4, Seque os consehos dos pals em eapo a escolha de emprego ou curso Universiti. 5. Tata os avbs com respeto 6, Respeta mos eras mais velhos 7, Far sacitficios pel familia. Sustentagio no futuro Ponta pata as espsts: de 1 do importante) at 5 muito important), 1, Ve ajudarfranceiramente os familiares 2. Vei marr em casa com pals atése casar 3. Valaludar 2 cuidar de irmaoseinmés no futuro, 4. Vai pasar o tempo com os pais mesmo depois que no morar mais com ees 5, Vai morar perto dos pais ou frequentar uma fauldade perto de onde eles moram 6, Vai querer, quando tver mais idade ter os pais morando com voce Fonte: Adaptado de Fug A. .e Pedersen, S. 2005). Family Obigation and the ianston to Young ‘Adulthood, Developmental Paycheloy, 38, 856-868. Copyright © 2005 da American Psychological ‘Association, Adagtado com permis. dentes e buscam objetivos pessoais, os resultados do estudo de Fuligni e Pedersen indicaram que 0 senso de dever para com a familia permeia a vida de muitos adultos jovens. Os pesquisadores constataram que esse comportamento se tornou frequente em todos os participantes & medida que terminavam o ensino médio e se envolviam com os primeiros anos da fase adulta. Por meio do método do questionério, Fuligni e Pedersen obtiveram infor- ages de uma grande amostra de adolescentes (745 participantes) e utilizaram 0 questionério estruturado para avaliar as atitudes dos participantes no decorrer do 14 Parle | Introducto & Psicologia do Desenvolimenio Estudo do digo: ‘méto com questions em que os artipantes escrevem as respstas a {guests especitcasem um dio ou «aetna em hariis determinados ou ‘quando lembrads por um ip etic, Método cliico: tipo de entrevista na qualarespesta opartcipantea cada pergunts (ou problema) determina o que opesquisador vai perguntara seg, tempo pedindo que preenchessem o mesmo questionério assim que ingressaram ‘no ensino médio e, novamente, de um a trés anos mais tarde. No caso de uma pes. quisa como essa, o método do questionério foi uma ferramenta adequada, ‘Uma utilizagdo criativa das metodologias de entrevista ¢ questionario é g chamado estudo do dirio, no qual os participantes (normalmente adolescentes (adultos ovens) respondem, em um diério ou caderno, a uma ou mais perguntas padronizadas, em um horirio especifico (por exemplo, no final do dia) ou sempre ue sejam instruidos a fazé-lo por meio de um lembrete transmitido por um bipe. Os estudos de didrios provaram ser inestimaveis para pesquisar muitas questOes que podem ser difices de estudar de outras formas, por exemplo, o aumento do mau hhumor eda negatividade na transigdo de crianga para adolescente (Larson, Moneta, Richards e Wilson, 2002) ou a relagdo entre os estressores didrios e a depressaio em garotas e rapazes adolescentes (Hankin, Mermelstein ¢ Roesch, 2007). ‘Nao obstante, entrevistas ¢ questiondrios tém desvantagens bem reais. Em- bora algumas adaptagdes possam ser feitas no caso de criangas pequenas (como a Uutilizagdo de rostos sorrindo como escala de pontuagio, em vez. de nimeros ou palavras (Egan, Santos e Bloom, 2007), nenhum dos dois pode ser aplicado em criangas muito pequenas, que no leem nem compreendem muito bem o discurso. Os pesquisadores esperam que as respostas sejam honestas € acuradas, e no ape- nas tentativas dos participantes de se mostrarem de modo mais favordvel ou social- mente mais aceitivel. Por exemplo, muitos adolescentes podem resistir em admitir que colam nos trabalhos escolares, que fumam maconha ou que apreciam os riscos de roubar em lojas. £ claro que respostas nao verdadeiras ou imprecisas levam a conclusdes erréneas. Os pesquisadores devem assegurar que 0s participantes de todas as idades compreendam as perguntas da mesma maneira; caso contrério, as diferengas de idade observadas no estudo poderdo refletir mais as diferencas nas habilidades das criancas em compreender e em comunicar do que alteragdes reais em seus sentimentos, pensamentos ou comportamentos. Por fim, os pesquisadores que entrevistam tanto criangas como pais (ou professores) podem ter dificuldades em determinar qual grupo de resposta é mais acurado se as descrigdes das criangas sobre seus préprios comportamentos forem diferentes daquelas dos demais infor- antes (Hussong et a., 2005). : ‘Apesar desses empecilhos em potencial, entrevistas e questionarios estru- turados podem ser métodos excelentes para obtengao de grande quantidade de informagGes em um periodo limitado, Ambas as técnicas so particularmente iiteis quando o pesquisador enfatiza aos participantes que as respostas serao con- fidenciais e/ou desafia-os a informar exatamente o que sabem sobre 0 assunto, ‘maximizando, assim, a ocorréncia de respostas verdadeiras ¢ acuradas. Por cexemplo, no estudo sobre o esteretipo do género, os participantes provavelmente consideraram cada questio um desafio ou quebra-cabeca e, entio, foram motiva. dos a responder com preciso o que sabiam sobre masculino e feminino. Nessas circunstancias, a entrevista estruturada foi um excelente método para ter acesso as ppercepgdes infantis sobre os sexos, ‘Método Clinico. O método clinico é semelhante & técnica da entrevista. Em geral 0 pesquisador esta interessado em testar uma hipétese ao apresentar 20 partci- pante uma tarefa ou um estimulo e, entio, convida-co a dar uma resposta, Depois {ue o participante responde, o pesquisador faz uma segunda pergunta ou introduz uma nova tarefa para esclarecer a resposta original do participante, Apesar de, nor- malmente, a primeira questao ser a mesma para todos os participantes, a resposta de cada um determina o que Ihe serd perguntado a seguir. O método clinico é una abordagem flexivel que considera cada participante um individuo inico. Jean Piaget, que conheceremos melhorno Capitulo 7, confiava no método cl nico para estudar o raciocinio moral ¢ o desenvolvimento intelectual da hipdtese ao observa as pessoas engajadas as atvidades do dia ada no seu ambiente natural (pr exerplo, em cas, na escola ou no playground et), Influéncia do observador: tendéncia dos participates dereair presenga do observador comportando-se de manera diferent do usual. Cfo | Invoduc Psicologia do Desenvoimenioe suas Etats dePesaisa 15 Os protocolos de registros de Piaget so, em grande parte, descrigdes de sua inte- ago com criangas individualmente, A seguir, um exemplo do trabalho de Piaget (1932/1965, p. 140) sobre o desenvolvimento do raciocinio moral, que demonstra ue a crianga pequena tem uma percepgio de mentia diferente da dos adultos: ‘Vocé sabe 0 que é mentira? - £ quando vocé diz algo que ndo é verdade.-2 +25 uma mentira? ~ Sim, é wma mentira.— Por qué? ~ Porque nao esté certo =O menino que disse que 2 +2 = 5 sabia que nifo estava certo ou ele errou? — Ele errou, ~ Entdo, se ele errou, ele mentiu ou nao? ~ Sim, ele mentiu. Da mesma forma como entrevistas estruturadas, 0 método clinico ¢ itil para a obtengio de grande quantidade de informagio em relativamente pouco tempo. Essa flexibilidade da estratégia constitui uma vantagem: ao fazer pergun- tas consequentes & resposta original do participante (assim como fez Piaget no exemplo anterior), é comum obter um entendimento amplo ¢ rico do significado dessas respostas. Entretanto, a flexibilidade do método clinico traz: também uma possivel desvantagem. Pode ser dificil, se ndo impossivel, comparar diretamente as respostas dos participantes que respondem a diferentes questées. E mais, a pritica de formular questdes com base na resposta dos participantes permite que a hipd- tese tedrica do pesquisador possa afetar as questdes seguintes e a interpretagdo realizada. Peo fato de as conclusées do método clinico dependerem, em parte, da interpretagdo subjetiva do pesquisador, é desejivel verificar essas descobertas por meio de outras técnicas de pesquisa. Metodologias Observacionais. Em geral, os pesquisadores preferem observar diretamente 0 comportamento a perguntar sobre ele. Um método que muitos desenvolvimentalistas favorecem & a observagio naturalista ~ observar as pes- soas no seu ambiente comum, diério, isto &, natural (Pellegrini, 1996). Observar criangas significa ir a casas, escolas ou parques piblicos ¢ playgrounds e anotar ‘0 que fazem. Os pesquisadores raramente anotam tudo 0 que acontece; em geral, estio testando uma hipotese especifica sobre determinado comportamento, por exemplo, cooperagao ou agressio, ¢ focam a atengao e a coleta de dados relaciona- dos a comportamentos desse tipo. Um ponto forte dessa metodologia ¢ a facilidade com que pode ser usada no caso de bebés e criangas pequenas, que normalmente no podem ser estudados por métodos que demandem habilidades verbais. Um segundo ponto forte da observago naturalsta é ailustragdo do comportamento das pessoas em seu dia a dia (Willems e Alexander, 1982). Entretanto, a observacdo naturalista possui suas limitagSes. Primeira, alguns comportamentos ocorrem com tio pouca frequéncia (por exemplo, resgates heréicos) 01 sio socialmente tio indesejéveis (por exemplo, ages criminosas ou comporta- 1mentos moralmente censuraveis) que hé pouca possibilidade de o observador presen- ci-los no ambiente natural. Segunda, muitos eventos ocorrem simultaneamente no ambiente natural e qualquer um deles -ou uma combinagao deles - pode influenciar © comportamento da pessoa. Isso dificulta apontar as causas do comportamento dos participantes ou qualquer tendéncia no desenvolvimento do comportamento, Por fim, a mera presenga de um observador pode afetar o modo como a pessoa geral- ‘mente se comporta, Criangas podem “se mostrar” quando tém audiéncia, ao passo {que os pais tentam exibirscus melhores comportamentos, por exemplo,relutam em bater em uma crianga desobediente como normalmente o fariam. Por essas razdes, 0s pesquisadores tentam minimizar a influéncia do observador de duas maneiras: (1) filmando os participantes de uma localizag3o previamente combinada ou (2) per- manecendo por um tempo no ambiente antes da coleta de dados “reais” para que os participates se acostumem aos poucos com sua presencae, assim, se comportem de maneira mais natural possivel ‘Anos atrés, Mary Haskett e Janet Kistner (1991) conduziram uma pesquisa com observacio naturalista ao compararem os comportamentos sociais de criangas 16 Parte |, Introdugbo & Psiclonia do Desenvolvimento Figura 1.2 Tentativas de socializagdo ¢ comportamentos nogativos de eriangas em idade pré-escolar que sofreram e aque no sofreram abuso, Comparadas as que no sofreram iangas que foram abusadasiniciavam bem menos com seus pares ese comportavam de modo pré-escolares que nio sofreram abuso com colegas de cag, ~ identficados por érgios de protegio a menores de idage ‘As pesquisadoras definiram, em primeiro lugar, exemplo, de comportamentos que gostariam de registrar ~ tanto og desejivels, por exemplo, brincadeiras positivas e iniciativag socialmente apropriadas, como os indesejéveis, por exemplo, agressdes ¢ verbalizagdes negativas. Foram monitoradas 14 pré-escolares que haviam sofrido abuso € 14 que néo haviam passado por essa situagdo, as criangas misturaram-se na drea de recreagdo de uma creche. As observagGes foram feitas de acordo com um procedimento denominado amostragem por tempo: cada crianga era observada durante trés periodos de dez minutos de brincadeiras em trés dias diferentes. Para ‘minimizarem qualquer influéncia, as pesquisadoras permane- ais agressivo com eles, ‘Amostragem por tempo: Drocedimento plo qual o pesquisador registra 2 fequénca com que 0s inividuosapresentam determinados comportementas durante o breve intervlo de tempo. Observacéo estruturada: métodoobservacona no qual rvestigadorsinaliza ocomportarento ‘einteressee observa a respasta dos atiipants em um labora. ‘ceram afastadas dessa area durante a observagio. Os resultados foram perturbadores. Como mostra 2 Figura 1.2, as criangas que haviam sofrido abuso iniciavam menos interagées sociais que seus colegas que nfo tinham sofrido abuso; além disso, eram um tanto retraidas socialmente. Quando interagiam com os colegas, as criangas que foram abusadas manifestavam mais agdes agressivas e outros comportamentos negativos {que as demais. De fato, as criangas que nfo sofreram abuso ignoravam de forma explicita as tentativas de socializacio das criangas que sofreram abuso, como se nio quisessem se envolver com elas. 0 estudo observacional de Haskett e Kistner mostra que as criangas que sofreram abuso ndo sio parceiras atraentes de brincadeiras e que, provavelmente, seus pares nfo gostem delas e até as rejeitem. No entanto, como quase sempre acontece na observacao naturalista, ¢ dificil apontar a causa exata do que foi cons. tatado. O comportamento negativo das criangas que foram abusadas levou seus pares a rojeité-las? Ou a rejeigio dos pares levou essas criangas a apresentar com. portamentos negativos? Ambas as possibilidades, ou outra, poderiam dar conta dos resultados de Haskett e Kistner. ie ‘Como estudar comportamentos indesejaveis, ou nao usuais, cuja proba. bilidade de serem observados no ambiente natural é minima? Uma maneira ¢ conduzir observagées estruturadas em laboratério. Em um estudo de observa. do estruturada, cada participante ¢ exposto a um ambiente que pode induzir g comportamento em questio, entdo o sujeito é observado discretamente (por meig ‘de uma cimera oculta ou de um espelho monoféssico) para que se verifique se ele realiza tal comportamento. Por exemplo, Leon Kuczynski (1983) induziu criangas ‘a prometer ajudé-lo em uma tarefa macante e as deixou em uma sala cheia de brin. ‘quedos. Esse procedimento permitiu a Kuczynski determinar se elas quebrariam 4 promessa quando achassem que nao havia ninguém presente para ver a trans. ‘gressio. Kuczynski concluiu que algumas das criangas quebraram a promessa (para poderem brincat), ao passo que outras continuaram a tarefa, mesmo quando acharam que ndo havia ninguém as vigiando. ‘Além de ser uma maneira vidvel para estudar comportamentos que dificil ‘mente ocorrem de forma explicita no ambiente natural, as observagées estrutu- radas garantem que todos os participantes da amostra sejam expostos ao mesmo estimulo e tenham a mesma oportunidade de realizar 0 comportamento-alvo —cit- ‘cunsténcias nem sempre verdadeiras em um ambiente natural, Sem ditvida, a prin- cipal desvantagem da observacao estruturada & que, no ambiente de laboratério, nem sempre 0s participantes se comportam como o fariam na vida real. Em um exemplo interessante de observacZo estruturada, Tronick et al. (2005) cestudaram a interagao entre bebés de 4 meses de idade e suas mies, com foco espe- cifico em como eram as interagGes entre as maes e os bebés expostos & cocaina no Estudo de caso: tod de pesquisa por meio do qualo lnvestigador rene grande quantéade de informogto sobre vi de um ndividuo ‘sent, esta algura hipeese do desenvolvimento, analsando os evertos dha hist de vida dese sujet. Coptuio1 | introduc & Psicologia do Desenvolvimento e suas Estratéias de Pesquisa © 1.7 Periodo pré-natal comparadas com interagBes entre macs e bebés nio expostosa essa,

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