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Page 1 CONSIDERAGOES SOBRE A EXPANSAO DA INDUSTRIA DE PAPEL E CELULOSE NO BRASIL A PARTIR DO CASO DA SUZANO PAPEL E CELULOSE Marta Inez Medeiros Marques: Universidade de Sio Paulo Resumo: Este artigo abords a expansio da indistria de papel e celulose no Brasil observada nas ‘ikimas decade, com especial atengto para: o provesso de concentragio e cenraizagio do capital que afeta as empresas do setor no periodo;o papel desempenhada pelo Estado neste process; €0 seu impacto no campo, Para melhor fundamentar a andlsee sila no nivel local sfo apresentados aspectos de trajetoria recente da Suzano Papel ¢ Celulose e de suas prcipaisesratégias de terrioralizaeio, Constatou-se o significative impacto da mundializagio da economia na indistia de pape! coluloss, o excscimento de produgio nacional ~ com destaqus para a eclulose, que wipligou 0 volume produzido nos flkmos 20 anos, a consolidasio de empresas mundiais ea expansio do plantio de cucalipto e do mercado “loresal” em diferentes regides do pals. O esuda beseou-re emt levantamento de material documenta, cartogrifico e em pesquisa dts, além da anslise de dados «statiticosofieiis ede entdades de representagdo do stor de p le madeira, papel ecelulose. Palavras-chave: Indistria de Pepe e Celuloss; Suzano Papel Celulose; Mercado "Floresta; stratégias de Tervtoialioagdo, CONSIDERATIONS ABOUT THE EXPANSION OF THE PULP AND PAPER INDUSTRY IN BRAZIL FROM THE CASE OF SUZANO PAPEL E Page 2 CELULOSE 2» Este antigo apresenta parte dos resultados da pesquisa inti Analise geogrifea da expansdo recente da indisiia de papel ecelulose no campo brasileiro: 0 aso da Suzano Papel e Cellose, ‘ealzada sob minha coordenasio no periodo de jn/2012 a fevi2014. A pesquisa contou com a partcipayio de slunos de graduagio e de pés-greduagdo da Universidade de Sio Paulo ¢ com o apoio financeio do CNPq, Process: 401680/2011-8, Chamada CNPq /CAPES N* 07/2011 2 Gedgrata e professora doutora do Departamento de Geografia da Universidade de Contato: miimmar@usp br. 20 (ob graphia~ Ano, 17 = N° 35 -Dowsié = 2015 Masques [Abstract This ertcle discusses the expansion of the pulp and paper indusry in Breil observed in recent decades, with particular attention to: the process of concentration and centralization of capital that affects companies of the sector in the period the vole played by the State in this proces; and its impact i the countryside. To beter support the analysis and place it atthe local evel, some aspects fof the recent trajectory of Suzano Pulp and Paper and its m strategies are reported, [twas noted the significant impaet of economic globalization in the pulp and paper indusry, the growth of| domestic production - especially for cellulose, whose output tripled inthe lst 20 years the consolidation of global companies and the expansion of the eucalyptus plantation andthe forestry rarket indifferent regions of the country, The study was based on a survey of documentary and cartographic material, direct research, in addition to the examination of satsical data produced by official instiuons and by representative bodies of the logging, pulp and paper sectors. Keywords: Pulp and Paper Industry; Suzano Pulp and Paper; Foresty Market; Territorial Strategies. Introdusio A industria de celulose apresentou grande crescimento nas iltimas décadas no Brasil com o avango do monocultivo de eucaliptoscm extensas areas do territério nacional, especialmente na regio de MATOPIBAse no Mato Grosso do Sul. Esse movimento foi acompanhado pela instalagdo de imensas plantas industriais em pontos estratégicosse pelo aumento significativo do volume de celulose produzido © exportado, ‘A expansio da produgdo de celulose no pais se deve a uma diversidade de fatores e processos que vém se desenrolando a longo tempo e passam a assumir um, novo significado a partir dos anos 1990 em face do avango da globalizagao, Dentre cles, destacam-se: a grande disponibilidade de terras e mao de obra baratas; as boas condigdes edafoclimaticas que, somadas 2 um elevado nivel teenolégico,sresultam na alta produtividade dos plantios;70 investimento de capitais estrangeiros no setor 3A produgio de eelulose no Brasil feita a parti do cultve do eucalipto edo pinus ¢ pode se presenta deforma inegrada a produgio de papel ou voltada para a comercializaeio,o que, nese ‘imo aso, tem o mercado externa come o seu principal destino, O panto do punus se concentra no sul do pais enquantoo do eucalipto esté presente nas demas regibes ‘A tegito de MATOPIBA & considerada shina fronteira agricola do pals e sus denominagdo & um scrOnimo formado com as incisis dos estados que a compiem (Morano, Tocantins, Paul ¢ Babi. Em 6 de maio de 2015 foi asinado pela Presdenta Dilma Rousseffo Decreto n°8.447, que dispde sobze o Plano de Descnvolvimenta Aptopecuirio do MATOPIBA (PDA-MATOPIBA) (Dispontvs] «em , Acessido em 10 abr. 2015). 123 Page 5 Page 6 Considers Sobre Expand tna de Pap! Close no Bai A pattir do desenvolvimento da pesquisa identificou-se as éreas de atuagao da Suzano nos estados do Maranhio, Sdo Paulo ¢ Bahia ¢ foram selecionados os lugares para a realizagdo do trabalho de campo. Foram visitadas as regides de Imperatriz (MA)ise do Leste Maranhense (MA)isem abril/maio e agosto de 2012, respectivamente; os municipios de Sao Luts do Paraitinga (SP), em junho de 2012; Salesépolis (SP), em maio de 2013; Sdo Miguel Arcanjo (SP), em maio de 2012 € novembro de 2013:s; ¢ 0 municipio de Mucuri (BA), em margo de 2013». Foram realizadas entrevistas semiestruturadas junto a funcionarios da empresa, moradores, autoridades locais, trabalhadores do setor e liderangas de movimentos sociais. De um modo geral foi dificil o acesso a funcionérios da Suzano devido as dificuldades criadas pela empresa, apesar disso foram entrevistados dois funcionarios da geréncia socioambiental da Unidade Florestal do Maranhio ¢ um da érea de produgdo da Unidade Florestal em So Paulo, além de um ex- funciondrio aposentado do segmento da produgdo agricola em Sao Paulo. 0 artigo encontra-se dividido em trés partes, além da introdugdo e das consideragi criminadas: mundializagioda economia ¢ a indistria de papel e celulose; expansio do plantio de eucalipto e do mercado “florestal” we a empresa Suzano Papel e Celulose. ss finais, assim dis Mundializagio da economia e a indistria de papel ¢ celulose 0s anos 1990 marcam a consolidago da mundializagéo ou globalizagio da economiassiniciada com a crise econdmica mundial da década de 1970, Neste periodo o sistema capitalista passa por mudancas significativas em relagdo as relagdes de trabalho e regime salarial; a repartigdo dos rendimentos no interior dos paises e também entre eles, com uma retomada importante de rendimentos. rentistas, e a repartigdo entre investimento e aplicagdes financeiras na economia mundial (CHESNAIS, 1996, p. 10). «sAgradecemos o apoio fundamental que nos foi dado na ocas Lopes, professores da Universidade Estadual do Maranhdo (UEMA). Nesta viagem fomos acompanhados por José Armaldo dos Santos Ribeiro Junior - rientando de por Francisco Lima e Luciléa restrado e integrante da equipe de pesquisa -e por Josoaldo Rego, professor da Universidade Federal «do Marantdo (EMA) e estudioso da regiso 0 campo em Sto Paulo contou com a participa de Taciana Ribeiro e Olga Geremias,alunas de srauagio em Geografia da Universidade de Sto Paulo eintegranes ds equipe de pesquisa > Campo realizado por Andrei Cornet, mesree pesquisadorintegrante da equipe de pesquisa, 10s termos flores e florestal aparecem aspeados para indicar 0 uso idcoldgico desta denominagio feito por empresas, brgHos do Estado outros, Originariamentso termo se refere a ume formas vegetal natural que apresenta biodiversidade, entre outas aracterisicas usentes nas éreas de rmonacukiva de arvores. + Esse proces deve ser compreendid no inter do movimento de expansio ereprodugio do capital ede suas reiteradas crises de sobreacumulegdo, sendo o resultado de uma estatégia das classes dominantes para enfientar erse econmica dos anos 1970 (HARVEY, 2004), los (Gb graphia~ Ano, 17 = N35 - Dossié—2015, Marques Avanga 0 processo de concentragio ¢ centralizagao de capitais com a reestruturagdo de grandes empresas transnacionais ou grandes grupos oligopolistas, com capacidade de adotar uma abordagem © uma conduta globais. A mundializagdo atinge sobremancira a indistria de papel ¢ celulose, que & atravessada por um movimento continuado de fusio e aquisigdo entre as empresas do setor e consequente redugio da participagao das empresas de menor porte. ‘A formagdo dessas organizagdes de alcance global conta com forte apoio das instituigdes de cardter estatal. A produgio de papel e cclulose, caracterizada pelo investimento intensivo em capital, é fortemente dependente de recursos piblicos desde a sua origem e continua sendo. Para isso tem contado com a firme colaboragao dos bancos de desenvolvimento nacionais e multilaterias, a exemplo do BNDES ¢ do Banco Mundial. A reestruturagdo do setor de papel e celulose em nivel global esti uma onda de investimentos de capitais de paises como Finlandia, Canadé, tradicionais produtores, em diregao a América Latina (Brasil ¢ Chile), & Asia (Indonésia e Malésia) e & Riissia, Uma série de fatores vinculados & produgé ¢ circulagdo contribuiu para essa mudanga na geografia do setor de papel e celulose, donde destacam-se, de um lado, 0 aumento dos custos de transporte da madeira nos paises do Norte devido a interiorizago dos cultivos e ao crescimento da distancia das dreas de produgio em relagdo as éreas de processamento & uma stados Unidos maior regulagdo incidente sobre o setor, com o erescimento dos custos de gestdo da produgio; do outro, a emergéncia de fornecedores de fibra a baixo custo em paises do Sul ena Rissia, ancorada, em sua maioria, em vantagens comparativas de base natural - como a abundancia de Tuz solar e de agua - e nos baixos custos da terra e da mio de obra. desenvolvimento geogrifico desigual do setor também esté relacionado a mudangas na esfera do consumo. Nessa década registra-se um declinio continuado do consumo de papel nos paises da América do Norte e Europa Ocidental devido contragao do mercado de midia impressa em favor da mia digital; enquanto nos paises emergentes da regido Asia-Pacifico, com destaque para a China e a India, observa-se 0 crescimento do consumo de papel ¢ da midia impressa, dado 0 aumento da escolarizado da populagdo. Em resposta as alteragdes no mercado de consumo também se observou uma mudanga de foco na indistria de papel, com a ampliagao da produgdo de papéis sanitarios e material para embalagens € empacotamento (WHITEMAN, 2005). 2 Outros stores tém sido as agéncias multlstersis como o Fundo Monetiio Internacional (FMI) COnganizasio das Nagdes Unides para & Alimentaglo ea Agricultura (FAO), Enre 0 bancos de desenvolvimento mutatis além do Banco Mundial e sue Corporagdo Financeira Internacional (CFD, destca-se © Banco Europeu de Invesimento (BEI), o Banco Nordic de Investimento (BN bbancos regionais, omo 9 Banco Aiitica de Desenvolvimento (ADB). Todos financiam consultorise « projetos de empresas plantadoras de drvores (WORD RAINFOREST MOVEMENT. Velhos © novos invesidores por detris dos monoculves de érvores Boletim Mensal WRM, 191, jun 2013, p 5, Disponivel em: Gonforme Parccer 1" 1/2008 da Contrladoris Geral da Unido (CU), publieado em outubro de 2010. {WA Suzano Holding, criada em 2003, também controlanegécios na deca de distibuigdo de produtos trificos,seguros, mercado imobiléio,servigas ambienais eprotende we esabelecer na rea de nergia renovivel, Em 2009 foi criads a MDS consultores de Seguros e Risco a partir de um joint venture entre a Suzano e o grupo portagués Sonae e, em 2010, foi cviada a Alen Desenvolvimento Imebilisrio em joint venture com a Ileloor Empreendimentos Imobilities.O grupo mantém sri comercias na China, nos Estados Unidos ena Suig,laboratérios de pesquisa em Israel e ria China e subsidiris na Inglaterra (Sun Paper) e na Argentina (Stenfer)(SUZANO, 20128, p11) 13 Page 16 (bOgraphia— Ano, 17 N35 -Posié 2015 Marques vender erédito de carbono na C! icago Climate Exchange em 2004, Mais tarde, em 2011, inovou novamente na area ambiental e foi a primeira empresa de papel ¢ celulose do mundo a quantificar sua pegada de carbono, Ela € uma empresa verticalizada, ou seja, desenvolve todas as etapas do processo produtivo de forma integrada, desde a pesquisa ¢ experimentagdo de espécies variedades mais produtivas, a produgdo da muda em viveiros, o plantio © manejo do eucalipto, a colheita e 0 transporte, até a produgdo da celulose e do papel e sua distribuigo. Nas etapas relativas a produgdo de eucalipto ela tem contratado de forma erescente o servigo de empresas tereeirizadas para a realizado de diversas atividades como produgdo de mudas, plantio e colheita de eucaliptos. Do ponto de vista da gestdo, a Suzano esté dividida em trés Unidades de Negécio distintas, a “Florestal”, a de Celulose e a de Papel. Cada uma delas, além de atender aos interesses da produsio integrada, busca realizar negécios com outras empresas ¢ mercados (SUZANO, 2009). ‘A Suzano foi pioneira no plantio de eucalipto para a produgdo de celulose no pais. Nos anos 1950, apés o investimento em pesquisa, cla comeca a produzir celulose de eucalipto em Sao Paulo para o seu abastecimento em substituigdo & celulose de pinus importada, tormando-se em pouco tempo uma empresa de destaque no mercado nacional, Nos anos 1980, a Suzano investe na cria o da Bahia Sul Celutose, em Mucuri (BA), visando expandir tanto a produgdo de papel como a exportagao de celulose. Esta empresa surgiu da associagio ou joint venturementre as seguintes empresas, conforme sua participagdo: Suzano (37,77%), Companhia Vale do Rio Doces (30,91%, através da Florestas Rio Doce), BNDESpars:(27,66%) e Corporagio Financeira Internacionalss (3,66%) (MONTEBELLO, 2006, p. 20; JUVENAL ¢ MATTOS, 2002, p. 15). Chama atengo a importincia da participagdo do setor pAblico nesta joint venture; além do BNDESPar e da CVRD, 0 TRC também & ‘0 Conforme a legislagio em vigor ess situa¢do configura uma irregularidade, pois uma empresa nfo ‘pode contratar prestadores de servigo para fangs ligadas a su pelo Ministério Publico do Trabalho (MPT) por pritica de tercitizapio ilegal em sua unidade de “Mucuri (BA) c foi condenada 2 pagar uma multa de RS 2 mithBes em indenizasSo por dano moral coletiva em 12 de julho de 2013 (0 Estado de Séo Paulo, 12/07/2013). Atualmente tramita no Congress o Projeto de Lein’ 4.330, que visa egulamentaro trabalho terceitizado no pas © propde sividade-fim, A Suzano foi acionada vlan tease ras despre. inte com wero de ss Unilo de duas ou mais empresas exstentes com o objetivo de iniciar ou realizar ume atividade ccondmice espettica ss Atualmente sa rao socal ¢ Vale S.A ¢ desde 2007 utiliza © nome fantasia Vale, A empresa & uma das msioree mincradores do mundo, »BNDESpar & sociedade pestora de parteipagdes soeiais (holding) do BNDES, criada para audminisrar a paticipasSes em empresas detdas pelo banco. 1A Corporagio Financeira Internacional (C1) é uma subsididia do Banco Mundial para Financlamenta do seo privado e apois outros projetos de empresas brasileiras no stor. Em parceria com investdores privados IPC proporciona tanto emprésimos quanto participasio acionéria em rnegécios nos paises em desenvolvimento (INTERNATIONAL FINANCE CORPORATION, 2014), 13s Page 17 ConsidengSs Sobre a Expunso da lndstiade Pape! Close no Brasil constitufdo em grande parte por recursos péblicos, ou seja, recursos oriundos dos paises membros do Banco Mundial, Os trés sécios juntos somam uma participagdo de 62,23% no empreendimento. Em 2001 a Suzano adquiriu a parte da CVRD na Bahia Sul Celulose, que passou a se chamar Suzano Bahia Sul. A gestio das duas empresas, Suzano e Bahia Sul, foi unificada quando criada a Suzano Papel e Celulose, com sede na Bahia. Em 2003 a linha de celulose da Suzano foi ampliada e passou a contar com capacidade de produso de mais 100 mil ton/ano e, no ano seguinte, houve © acréscimo de 43 mil ton/ano de papel. Em 2004 foi coneluida a otimizagio da planta de celulose em Mucuri (BA), que atingiu 645 mil ton/ano de eapacidade total de celulose, Ainda no ano de 2004, a Suzano ¢ a Votorantim Celulose e Papel formaram um conséreio que arrematou a totalidade das ages da Ripasa no municipio de Limeira (SP) e passou a se denominar Conséreio Paulista de Papel e Celulose (Conpacel), seis anos depois a Suzano comprou a parte da Votorantim e tornou-se proprietiria da totalidade da Conpacel. Em 2007 foi conclutda a aquisi¢ao pela Suzano de uma fabrica de produgdo de papel cartdo no Embu (SP) ¢ a Linha 2 da unidade em Mucuri (BA) iniciou sua produgao. Em 2008 a Suzano anuncia um ambicioso plano de crescimento que prevé a ampliagao da unidade de produgdo em Mucuri e @ instalagdo de indastrias de celulose no Maranhao e no Piaui, que surgem como um novo lécus para a territorializago de investimentos em larga escala da empresa. Em dezembro de 2013, a fébrica de Imperatriz (MA) iniciou suas atividades, mas o projeto da fibrica do Piaut nao se concretizou, sobretudo devido ao elevado nivel de endividamento da empresa ¢ a retragdo do mercado decorrente da crise econémica mundial Como apoio do Estado para o empreendimento da fabrica de Imperatriz, destacam-se 0 financiamento do BNDES de R$ 2,7 bilhées, com prazo de 12 anos para pagamento ¢ 3 anos de caréncia; e incentivos fiscais de redugdo de 75% da aliquota de imposto de renda pelo periodo de 10 anos ¢ depreciagao acelerada incentivada (DAI) do imobilizado,ssconforme Leis n° 11.196 e n® 12.712, esta lltima sancionada em agosto de 2012 (SUZANO, 2012a, p. 14) impressionante desempenho da Suzano nos anos 2000 se valeu da continuidade do amplo apoio do Estado brasileiro - agente financeiro fundamental no processo de reestruturagdo das empresas do setor - ¢ de uma evolugdo favordvel do mercado internacional, especialmente até a crise de 2008. Porém, o inicio da segunda década do século XXI tem exigido da Suzano a redugdo do grau de 5A DAI consise na redusdo ou diferimento do pagamento de imposto econtribuipSes, de forma iotada ou conjunta @igonivel em pwr potion betibutroHepeeincanscelrada nl, Acetsdo et 05 nov 2015), 136 Page 18 Ographia~ Ano, 17=N° 35 -Doesit=2015 Magus alavancagemssda empresa e 0 adiamento de novos projetos. Seus mega- investimentos somados aos de seus principais concorrentes nacionais & internacionais j4 delineiam um cenério de possivel excesso de oferta em face de lum mercado consumidor em retrago, Os desdobramentos da crise econdmica mundial ainda sfo sentidos pelo mundo de diversas formas, afetando importantes mercado consumidores para os produtos da Suzano, Unidade Celulose Papel (ailioa) Integrada Cetulose Nao Revestidos Papel de Revestidos Cartio Mercado Maranho - 1.500 - - : Mucuti 200 1.540 250 Suzano 460 40 270 90 200 Limeira 310 340 280 100 - Rio Verde 50 Embu - . - : 50 Total 970 3.420 850 190 250 ‘Tabela 1: Produsdo por unidade industrial da Suzano, Fonte: Suzano, 2013. Dsponivel em: pir suzano com brisats‘tblcspacidade-de- rodusao aspTianguase-pth, Acessado em 22 jan, 2014. Nota: A Unidade Maranhio, em Imperatriz (MA), iniion suas atividades em dezembro de 2013. Em 2014 estimava-se ume produsdo de 1.150 mil tonladas de oelulse, Em 2015 espera-se que @ Unidade Maranho produza sua eapacidade nominal de 1.500 mil toneladas Em 2012, a Suzano comercializou 1.900 mil toneladas de celulose com paises, sendo 32% destinadas & Europa, 36% & Asia, 2% & América Latina (excluindo 0 Brasil), 22% ao Brasil e 8% & América do Norte. Com o inicio das ‘operagdes no Maranhaio em 2013, sua produgdo de celulose de mercado deverd aleangar cerca de 3.400 mil toneladas (ver Tabela 1), 0 que representaré uma expansio significativa das suas exportagiess ‘As vendas de papel alcangaram o volume de 1.290 mil ton em 2012. Desse total, 66,4% foram distribuidos no Brasil, 15% na América do Sul/Central, 9,9% na América do Norte e 5,8% na Europa. Sua produgdo de papel é vendida em mais de 60 paises. As re {tas provenientes dos segmentos de papel e de celulose corresponderam a 58% e 42% respectivamente em 2012, sendo o mercado interno o principal destino da produgio de papel e o mercado externo prevalentemente o da celulose. As ‘Bon finangas slavancagem & 0 trmo utilizado para qualquer enieaaplicade pats multiplicat renibiidade por meio de endividamento, O inerementa proporcionado pela alavancagem auments os risgos da operacio ¢ a possbilidade de insolvéncia, ‘Ne Retaloros de Sustentabildade da Suzano de 2004, 2008 e 2012 no site Suzano Relagbes com Investidores 37 Page 19 Considers Sobre Expand Insta de Pap! Ctlose no Brasil vendas no mercado nacional respondem por 48% da receita liquida, enquanto as vvendas no mercado externo correspondem a $2% desta A expansio da empresa nos iltimos anos se reflete no volume de mao de obra empregada, que alcanga a cifra de 6,8 mil trabalhadores contratados e 9,6 mil terceirizados em 2012, enquanto em 2008 eram 3,7 mil contratados (SUZANO, 2012b, p.11). Chama atengZo 0 clevado namero de trabalhadores terceirizados em grande parte empregados na produgao “florestal”, atividade-fim da empresa, © creseimento da produgdo também esti relacionado A selego de plantas melhor adaptadas ds condigdes edafoclimticas de cada regido onde a Suzano atua, com elevados ganhos de produtividadesre & ampliago de sua base “florestal”. A. isso se deve a sua expansio pelo extremo sul da Bahia © no Espirito Santo, além da ‘ocupagio de areas nos estados do Maranhio, Piaui e Tocantins em seu novo ciclo de crescimento, ‘A produtividade média alcangada nos plentios da Suzano € de 41,6 m3Jhectarefano (SUZANO, 20138), 138 Page 20 Page 21 (obOgraphia— Ano, 17 N° 35 - Dosis 2015 Figura 1: Distribuigdo territorial da Suzano no Brasil Fonte: SUZANO, (2010), Disponivel em swoww.suzano com be Acesso em: 29 de nov. de 2010, A Suzano concentra suas principais atividades em trés regides, nucleadas a partir de suas unidades industriais que estio distribuidas nos estados de Sio Paulo, Bahia e Maranhao. A sua territorializagio em regides distintas do pais, caracterizadas por grandes diferencas quanto & economia, infraestrutura, localizagao, cultura ¢ meio ambiente, confere & Suzano uma maior flexibilidade para lidar com os riscos ¢ desafios caracteristicos de suas atividades :m So Paulo ela disputa com outras empresas a produgio proveniente de uma grande diversidade de municipios, tendo como um de seus prineipais centros a mesorregito de Ttapetininga que, juntamente com a de Bauru, € responsivel por 139 ‘Considers Ss «Expusioda Insta de Papel ¢ Callas no Brasil cerca de metade da produgao de eucalipto do estado. No caso da unidade de Mucuri, na Bahia, a Suzano divide com a Fibria o controle do extremo sul do estado - caracterizado por um elevado grau de especializagdo produtiva, onde est condensada cerca de 87% dos cucaliptais baianos -, além de reas no Espirito Santo © Minas Gerais, No Maranhio, por sua vez, a Suzano ndo tem concorrentes importantes na dea em que atua e sua matéria-prima provém de plantios situados no estado ¢ também no Para, Piaui ¢ Tocantins. Sua base “florestal” em 2012 abrangia aproximadamente 819 mil ha de terras, distribuidos pelos estados acima mencionados. Desse total, cerca de 442 mil ha ram destinados aos plantios de eucalipto e 296 mil ha, a preservago ambiental, como mostra a Tabela 2. lives Florestas Anos (nibs) 2004 2008 2012 Area toa 498° 570 819 Area plantada tla 310 360 482 ‘Area propria plantads' 254 am 354 Parceria Florestal 56 93 88° Area de preservasio propria! 188 214 296 ‘abel 2: Ativos “florestais” da Suzano nos anos 2004, 2008 ¢ 2012. Fonte: SUZANO, Relatrios de Sustentabilidade de 2004, 2008 « 2012, Disponivel em hpi suzano.com briptbie-4-pth hil. ‘Area propria e reas arrendadas. 2 Consdera éreas propras,arendadase fomento, > Valor aproximado, calelado a parti de dados apresentados nos relatérios de sustentablidade e no site da empress Nota: Segundo @ Suzano,dteas prépriaseatrendadas podem sofeer vatiagBes de até $% de wm trimestre para o outro eos somatérias podem divergir devido a aredondamentos A Suzano produz a maior parte da matéria-prima de que precisa a partir de terras sob sua administragao direta, que define como “terras proprias”. Essas terras podem ser de propriedade da empresa ou arrendadasss num processo de tcrritorializagio do capital aliado & monopolizagdo do territério, caracterizado pela formagio de extensas dreas sob o seu controle, distribuidas nas trés regiées indicadas. As terras de sua propriedade tém sido adquiridas por meios diversos, o que inclui o uso de empresas subsidiérias, como ¢ 0 caso da Comercial Agricola Painciras Ltda., que atua no Leste Maranhense com a compra de terras © ‘1 As duas mesorregies somavam uma produsdo de mais de 10 milhSes dem? de madcira em 2012 dace, 2012) ‘90 arrendamento feito pela Suzano para o plantio de cucalipto em geral se estende por um periodo de 14 anos au dois cclos produtivos. Nao foi encontrada em neahum documento da empresa 8 informagio sobre o total de teras de propriedade da Suzano em separa da quantidade de terras arrendades, o que dificulta uma avaliago mais proviso de suas esratgiasfundii a0 Page 22 (Gb graphia~ Ano, 17 = N35 -Dosié 2015 Magus MBplanyasapet BAERS tetas Spins rea de seuseesmnente da Cidade de Limeira no estado de Sao Paulo. [sso se deve a dois motivos: a0 fato de que durante o perfodo em que a fébrica de Limeira pertencia & Suzano em sociedade com a Votorantim se optou por nio realizar investimentos na compra de terras; © também 4 necessidade de redugo do impacto nas contas da empresa do alto prego da terra praticado na regio. ‘Como estratégia complementar de aprovisionamento, a Suzano compra madeira produida por outras duas maneiras, seja valendo-se de negécios com empresas gestoras de fundos “florestais” - que investem capital de terceiros no campo, numa territorializago do capital em que a mediago do financeiro desempenha um papel central e dé sentido a0 processo -;seja por meio de programas de fomento, que integram propriedades proximas as suas fibricas, configurando uma situagdo de monopolizagdo do territério pelo capitals. O fomento tem sido uma estratégia mais utilizada do que o recurso és TIMO’s. Essas estratégias tm ganhado maior importncia prineipalmente devido ao aumento do prego das terras em decorréncia da expansio do setor “florestal” - além de outros segmentos do agronegécio - ¢ & necessidade de investimentos cada vez maiores para a implantago ¢ modernizagdo de unidades industriais no setor de papel e celulose, Em 2009 a Suzano fechou um acordo com a Vale Florestar para a compra de madeira de uma dea de 50 mil ha no Paré, voltada ao abastecimento de sua Fabrica em Imperatriz no periodo de 2014 a 2028. Além disso, foi efetuada a compra de 84,7 mil ha de terras da Vale, dos quais 34,5 mil ha com plantios de eucaliptos no Maranhios. ‘A compra e venda de eucaliptais é uma pritica que existe ha algum tempo no setor de produgdo de madeira, A propria Suzano tem se valido dela em diferentes ocasides, como no caso da venda de terras ¢ eucaliptais da empresa em Minas Gerais em 2009, com o intuito de reduzir 0 grau de alavancagem da empresa (SUZANO-RELAGOES COM INVESTIDORES, 2014). A novidade agora & que ‘0s negécios com ativos “florestais” tém envolvido de forma direta mecanismos € atores do mercado financeiro, como é caso da Vale Florestar. ‘A Suzano denomina o seu programa de fomento de Programa de Parceria Florestal. Ele engloba produtores de pequeno, médio e grande porte; ¢ sua érea de abrangéncia inclui os estados da Bahia, Maranho, Piaui e Sao Paulo. A empresa iniciou a atividade de fomento em Sao Paulo com o fornecimento de mmudas & Em virias comunidades de possciro visitadas na regio ouvimos dendncias de grilagem envolvendo a Paineres, {Nos termos exposios por Oliveira (1999), em sua toria sobre as ransformagbesteritorias Aecorrentes do desenvolvimento do capitalise no campo. 1203 negécios da Suzano com a Vale esi relacionados com a exiséncia de um polo de reflorestamento na regio que englobs o Pai eo Maranbio, criado com amplo pois do Exado com © objetivo de abastecer de carvdo vegetal a gussitas af insaladase em decorténeia do Projeto Grande Caras (VALOR ECONOMAICO, 14/07/2009), 141 Page 23 Considers Sobre a Expansio da Ins Pape ¢Caliose no Bi assisténcia técnica em 1973. Mas a pritica do fomento contratual sé teve inicio em 1992, na Bahia, estendendo-se para So Paulo em 2002 e para o Maranhio ¢ 0 Piauf a partir de 2010, Os fomentados da Suzano em Sao Paulo esto situados numa distincia média de até 200 km em relagdo & unidade industrial, enquanto a distancia ideal considerada deve ser inferior a 100 km, como ocorre com os fomentados na Bahia (MENDES, 2005). © Programa de Parceria Florestal se encontra dividido em duas modalidades, a Renda Verde - para proprietérios com até 15 médulos rurais ¢ a Invest Verde, para propriedades maiores, O Invest Verde foi criado em 2005 e inclui fornecimento de mudas de eucalipto, assisténcia téenica e croqui da rea plantada pela Suzano. E produtor se compromete a implantar a cultura com recursos préprios, atendendo as supe um contrato de compra ¢ venda de madeira em que © orientagdes técnicas da empresa, e a vender no minimo 50% da madeira produzida ao prego de mercado na ocasido da colheita (SUZANO, 2013a) No Renda Verde, além do fornecimento de mudas de cucalipto e da assisténcia técnica, alguns recursos sio financiados pela Suzano - como adubos, herbicidas, formicida e também custos com servigos de plantio e tratos culturais. E estabelecido um contrato de compra e venda de madeira no qual 0 produtor compromete-se a vender 95% de sua produgdo a Suzano, podendo utilizar os 5% restantes para outros fins. Os valores adiantados a titulo de financiamento (pré compras de madeira) sdo convertidos em volumes de madeira que sero pagos com parte da produgo obtida na primeira colheita, tomando-se como base 0 prego praticado pelo mercado na ocasido da entrega do produto (SUZANO, 20132). A Suzano tem proporcionado 0 acesso a linhas de crédito para esse dltimo segmento de produtor integrado por meio de convénios com o Banco do Brasil e 0 Banco do Nordeste do Brasil, em que atua como avalistas e faz a intermediagio na transagdo. © produtor firma o contrato de financiamento e também 0 contrato de fomento com a Suzano e, por meio da venda da madeira, paga ao Banco pelo financiamento (SECRETARIA DE ASSUNTOS ESTRATEGICOS DA PRESIDENCIA DA REPUBLICA, 2011, p. 37). Desta forma, a empresa aumenta © seu controle sobre os produtores fomentados e, como destaca Mendes, minimiza a resisténcia apresentada pelos agentes financeiros a conceder financiamentos para este setor, uma vez que os produtores geralmente ndo dispdem de patriménio suficiente para garantir mais de um empréstimo de longo prazo (2005, p. 28 e 42) (0 fomento constitui um tipo de parceria e pode ser entendido como um arrendamento disfargado, pelo fato de os varios momentos da produgdo serem controlados pela Suzano nao restando ao produtor autonomia para gerir a cultura que realiza em sua propriedade. © fomento pode representar uma vantagem para a + 0 papel de avalista do produtor forest junto as insituigSesfinanecias, para a tomada por este de finaaciamentos para investimento Mlorestal, também & desempentado por outras empresa dos segmentos de celulosee papel, paintis de madeira e madeira serrada (SECRETARIA DE. ASSUNTOS FSTRATEGICOS DA PRESIDENCIA DA REPUBLICA, 2011, p. 37) a2 Page 24 (GbOgraphia— Ano, 17 N35 -Bosié 2015, Marques empresa, no sentido de reduzir 0 valor por ela pago ao proprietério como renda da terra ¢ os riscos que um acerto prévio de prego pelo aluguel da terra, como ocorre com o arrendamento, pode gerar. HA diferengas regionais importantes entre os mercados de terra e de madeira nos estados onde a Suzano se territorializa, Chama a atengao o fato de em Sao Paulo, onde hé maior demanda por terra, o arrendamento ser a estratégia complementar mais importante adotada por empresas de base “florestal”ss, correspondendo a 3489 da fea PAMAGE GOBHERE. 38 HSIp 49 FOmente ae ateansa exten de {Quanto mais a prodaéo de cellos da Suzano gana espago no mercado internacional, mais a empresa amplia a sua territorializag3o no pats, controlando imenss reas de monocultura de vors,impactand ~ em extensio€ profundidade - a sonomia politics, o mio ambien, a cultura, efi, a vids em tum grande nimero de munisipios ns reides em questa, Ora sua base “Moral” € criada por meio do recurso ao desmatamento em larga escala, muitas vezes com 0 uso ilegal do correntéo em areas de mata atléntica ¢ de cerrado que eram comment uizadas por comunidades losis que vivim do agroxtaivsmo, Ora sus pani ae nsalam em eas 8 desmatadasedegradadas gue enfant uma siagio de rise, dosenadzando um proceso de converio produ Os eucaliptais so grandes consumidores de Agua, afetando geralmente os recursos hidricos disponiveis nas areas em que so plantados. Comunidades \irnhas se quixam da redusdo do volume de gua de céreegs eros, inlisive com pjuizo para quem vive da pesca devido &diminuigo da quantidade de eines encontrada ness cursos dg, Outaqueinarecorrente¢ quai 40 Uso excessivo de agrotéxicos como formicidas ¢ herbicidas e contaminaydo das Aguas. Também foram ouvidas deniincias quanto a prética de descarga de efluentes das unidades de processamento nos cursos d’dgua, como é frequente no Rio Mucuri, na Bahia, Consideragdes Finais Este artigo analisou aspectos da expansio recente verificada no setor de papel € celulose no Brasil, evidenciando que a estruturagao ¢ territorializagdo de grandes empresas mundiais, como a Suzano, tém contado histori atuagiio do Estado por meio de politicas de apoio A silvicultura e & inddstria, além de agbes no sentido de assegurar as condigtes institucionais e de infraestrutura necessirias. jente com a efetiva «Bat realidade também ¢influenciads pelo fato de a Interstional Paper possur extensas reas arrendadas em Sio Paulo por se tratar de empresa esrangeita¢, por iso, estar impediéa de possuir terras mum extensio superior a um quarto da superfivie dos menicipios onde se situa, las Page 25, ‘ConsideagiesSse «Expand Inside Papel e Cellos no Brasil De um lado, observa-se um grande dinamismo na indistria de papel e celulose no sentido da concentragdo e centralizagdo de capitais, com intimeros casos de fusdo e aquisigdo. De outro, a produgdo de espayos marcados pela presenga de extensos eucaliptais, em detrimento de outras formas de ocupagio. So constituidas paisagens rurais homogeneizadas, expresso do denominado “‘deserto verde” - um campo esvaziado da presenga humana e de animais, ‘A andlise da trajet6ria da Suzano nos revela que © autoabastecimento continua a ser a pring ia para a obtengdo da madeira, assim como ocorre nas domais empresas do setor, caracterizado pela produgdo integrada. Entretanto, observou-se uma variedade de outras estratégias empregadas para a aquisigo da matéria-prima que tém assumido importincia erescente, como o fomento e os al estra contratos realizados com grandes produtores independentes e gestores de investimentos “florestais” - as TIMO’s. ‘Todas essas mudangas se dio juntamente com a formagdo de mercados regionais, de madeira, terras ¢ trabalho, relacionados ao processo produtivo ¢ conectados a outros mercados em nivel nacional e mundial, como o de papel, celulose e de capitais, Destaca-se aqui a novidade da inseredo do pais no mercado global de ativos “florestais”, que conta com a participaso de investidores como fundos de pensio, companhias de seguro, fundagdes e fundos patrimoniais, representando 0 avango da financeirizagdo sobre o negécio “florestal” Bibliografia ABRAE, (2013) Anudrio estatistico ABRAF 2013. Brasilia: ABRAF. Disponivel em: « ww c S/ABRAF13_ BR pdl>. Acessado em: 20 dez. 2014. BIAZUS, A. et al. 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