You are on page 1of 13
Tangara 1{3}:101-113, 2001 © 2001 Melopsiacus Publicagdes Cintficos ISSN 1518-1723 Estrutura da comunidade de aves da Fazenda Bonsucesso, municipio de Caldazinha, Goias, Brasil Daniel Blamires', Artur Borba Valgas’ e Pitagoras da Conceigéo Bispo? * mestrado em ecologia, Departamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Goiés, ICB, Campus Ii, C.P 131, 7401-970, Goiénic, Goiés, Brosil. E-mail: bmeridionclis@bol.com.br * Doutorade am Zoologia, Museu de Zoologia da Universidade de Séo Paulo, C.P 4264, 0429-970, Sao Poulo, Séo Paulo, Brasil. E-mail pi e@usp-br Abstract Community structure of the avifauna in Bonsucesso Farm, municipality of Caldazinha, Gotds state, Brazil. The ecology of the avifauna of the Golds state has been scarcely studied. The alm of this paper Is to investigate patterns of diversity, similarity and trophic structure among the avifaunas of four physiognomic formations in Central Brazil. The Bonsucesso Farm is located in the. muncipality of Caldazinha, Goids state, where there are representative portions of four vegetation types: pasture with secondary growth vegetation of Cerrado (PA), altered cerrado sensu strictu (CA), gallery forest (FG), and campo cerrado (CC). The data ‘was fortnightly collected between May and December 1997, totaling 15 sample tums. Identification was done by observation and recognition of birds’ vocaliza- tions. The diversity and evenness indexes indicate that the FG, which showed more structural complexity, keep high richness and abundance of birds. A cluster analysis based on species composition showed that PA had a notable dissimilarity compared ‘with the other formations. CA and CC showed higher similarity between their avifaunas, and this could be related to the structure of these vegetation physiognomies. The division of species in trophic categories based on food habits showed that insectivores species were dominant in all formations. However, considering the number of individuals for any trophic level, there was a prevail of the omnivores in PA and CA, and insectivores in FG and GC, which suggest an Increase in ornnivory in more altered biotic formations. Key words: avifauna, Central Brazil, Cerrado, community ecology, Golés. Palavras-chave: avifauna, Brasil Central, Cerrado, ecologia de comunidades, Goids. Introdugso Com relagdo as aves, caracteristicas re- ferentes a estrutura ou composigao floristica Recebido em 06.17.2000 ‘Aceito om 02.07.2001 de um hébitat sao importantes para se deter- minar a disponibilidade de sitios de vocaliza- Gao, recursos alimentares, protecdo contra predadores, condigées microclimticas ade~ quadas € sitios de nidificagao (Wiens et al 1987). A altura da vegetacdo possui efeito ci elo sobre a diversidade de aves, uma vez que ‘Tangara volume |, nome 3-julha/egostoySetembra 2001 Blomires et al proporciona grande variedade de nichos nos diferentes niveis de estratificagao (MacArthur 1972). No Brasil Central, o Cerrado ocupa uma rea de 1,7 a 1,9 milhdes de km? de extensfo (Ab’Saber 1983), sendo uma das savanas mais biologicamente diversas do mundo (Cavalcanti 1999). Segundo Kiten (1993), 0 Cerrado ocor- re como um mosaico de diferentes fisionomlas vegetais, como cerrado sensu lato, florestas mesofitica e de galeria ¢ campo timido. ‘A paisagem diversificada do Cerrado su- porta uma rica avifauna com 837 espécies, das quais apenas 3,8% sé endémicas (Silva 1995). Bste aspecto referente a elevada rique- za € disteibuigdo das espécies em complexos mosaicos de vegetacdo foram constatados por Negret et al, (1984), que listaram 429 espéci es de aves para a regkio geopolitica do Dis- trito Federal Gom a mecanizagio da agricultura ¢ a construgao de rodovias no Brasil Central, a partir da década de 1950, o impacto antrépico no Cerrado aumentou significativamente (Cavalcanti 1999, 2000). Por sua relativa fa~ cilidade de estudo, fidelidade demonstrada por varias espécies a determinados ambientes & rapides com que tais espécies desaparecem em razo de intensos niveis de antropizacio, as aves tém sido consideradas boas indicado- ras da qualidade ambiental (Argel-de-Olivei ra 1993). Assim, muitas especies de aves de Cerrado sao atwalmente raras devido aos in- tensos processos de antropizagao no presen- te bioma (Rocha et al. 1993). ios estudos evidenciam a distribuicao de espécies de aves em habitats de Cerrado (Fry 1970, Willis 1976, Negret e¢ af. 1984, Motta-Junior 1990, Willis ¢ Oniki 1991, Antas 1995). Entretanto, nos sitimos anos foram desenvolvidos poucos estudes ecolégicos com aves no estado de Golds (iamashita ¢ Valle 1990, Monteiro e Brandao 1995, Bagno Rodrigues 1998). Desta forma, 0 objetivo do presente cstu- do 6 analisar os padres de diversidade, milaridade e estrutura trofica das avifaunas pertencentes a quatro formacées fisionémicas no Brasil Central Material ¢ Métodos presente trabalho fot realizado na Fa- zenda Bonsucesso situada no municipio de Caldazinha (16°42°51°S - 49°00'07"W, altitu- de: 866 m), estado de Goids. Foram estuda- das quatro diferentes fisionomias vegetais, considerando-se, respectivamente, 08 seus graus dle complexidade estrutural e alteraco antrépica, A terminologia utiizada segue Eiten (199: Pastagem com vegetacdo de Cerrado em crescimento secundario (PA): Com aproximadamente 8 ha. € constituida por ve- gelacdo herbacea exética (Brachiaria sp.) © vegelacio arbustiva e arbérea secundaria de cerrado sensu Jato. A presente formagao sk twa-se proxima a sede da fazenda e € utiliza- a para a alimentagao do gado bovino. Cerrado sensu strictu alterado (CA): Possui cerea de 6 ha, sendo constituido por vegetacéo arbustiva € arbérea alterada de cerrado sensu strictu e estrato herbiceo cons- tituido por espécies nativas. Esta formacio situa-se proxima a uma floresta de galeria & € utilizada esporadicamente para alimentagao de gado bovino. Floresta de galeria (FG): Com vogetagio ripdria a dois corpos hfdricos (um rego natu ral ¢ um ribelrdo, respectivamente), com aproximadamente 6 ha. E constituida por ve- getagao que permanece verde durante todo 0 ano. Esta formacao encontra-se circundada por areas de pastagem, as quats so utiliza~ das esporadicamente para a alimentagéo de uma pequena quantidade de eqiiinos. Campo cerrado (CC): Com cerca de 6 ha, fdo por densa vegctaeao herbicea nativa, escrube aberto ¢ arvores esparsas (com caules suberosos e retorcidos) de peque- no e médio portes. A presente formagio et contra-se circundada por diferentes formacées “Tangara -yolure 1, stmero 3 -Juho/Agoso/Setembro 2001 Extrutura do comunidede de aves em Goiés, Brasil fisiondmicas, tais como floresta galeria © cer- rado sensu stricta. Bsta formagao, em relacio as demas, ndo sofre uma influéncia antrépica significativa Métodos Os dadios de campo foram coletados quin- zenalmente entre os meses de maio e dezem- bro de 1997, totalizando 15 turnos de obser vagdo. Cada turno fol iniciado por volta das 06:00 h e concluido aproximadamente as 14:00 i. Durante os turnos, cada uma das ‘quatro formacdes fisiondmicas foi percorrida ‘em cada um dos quatro blocos de horarios em ‘que 0 dia foi dividido: 06:00 — 08:00 h, 08:00 = 10:00 h, 10:00 ~ 12:00 h, 12:00 ~ 14:00 h. Fol estabelecida wna alternancia entre as for- magoes fisiondmicas no decorrer dos turnos de coleta, em relacdo aos horarios de obser- vacdo. Nao foram feltas mudancas na obten- gio dos dados devido a0 horério de verso, sendo mantido o fuso horario ~3hGMT. 0 procedimento de levantamento das es- pécies fol baseado em Monteiro Brandio (1995) e Anjos (1996). Considerando que nor- ‘malmente ha uma mator diversidade de espé- cies nas reas de jungao entre duas ou mais formagoes (MacArthur e MacArthur 1961), fot estabelecida uma transeceao nas formacées fisionémicas de aproximadamente 2.400 m, a fim de analisar 0 centro ¢ a periferia em PA, GA e CC. A anilise em FG foi somente perifé- rica em toro dos mananciais, devido ao re~ duzido didmetro desta formagio. Os registros foram feitos visualmente com 0 uso de bind~ culos 7-15x252 € através da vocalizagao das espécies, tomando 0 euidado para néo regis- war 0 mesmo individuo mais de uma vez em cada bloco de horérlo, Durante 0 periodo de estudo foram realizadas cerca de 30 h de le- vantamentos para cada formagao. A idemtfi- cagéo das espécies fol feita de acordo com Pinto (1978), Ridgely e Tudor (1989, 1994) & Sick (1997). Considerou-se a abundancia to- tal para cada espécie como sendo 0 total de “Tangara - volume |, nimero 3 lho/Agosto/Setenbre 2001 encontros com os individuos registrados a0 Jongo dos turnos de coleta 0 indice de diversidade de Shannon- Wienner (11), de equitabilidade (E = H’/ H'max) ¢ as curvas de rarefacio (Maguran 1988, Krebs 1989, Coreuera ¢ Butterfield 1999) foram calculados para cada formacdo fisiondmica. Os valores dos indices de diver- sidade das quatro reas foram comparados através do teste f, proposto por Hutcheson ¢ escrito em Magurran (1988), utiizando um programa em BASIC produzido por R. B. Francini (A. Tavares com. pess.). Devido as rmiitiplas comparacées do teste ¢, fot utlizada «a cortegdo de Bonferroni para obtencio da sien ficdncia estatistica (Campbell ¢ Machin 1993) s dados de presenca ¢ auséncia foram utiizados para medida de similaridade entre as formagoes fisionémicas através do indice ‘te Kulezynski descrito em Legendre ¢ Legen- dre (1983). Posteriormente, as quatro forma- g0es fisiondmicas foram classificadas com base na similaridade avifaunistica, através de uma andlise de agrapamento (cluster) pela técnica UPGMA (Legendre © Legendre 1988, Krebs 1989). Ambas as andlises foram. caleula- das como uso do programa NFSYS ~ Numerical ‘Taxonomy Analyses System — de Roh (1989) As espécies foram agrupadas em catego- ras tréficas de acordo com informacdes s0- bre habitos alimentares obtidos em Wilis (1979), Motta-Junior (1990), Sick (1997) & ‘Nascimento (2000). Foram consideradas as seguintes eategorias tréficas: insetivoros INS), onivoros (OND), frugivoros (FRU), voros (GRA), nectarivoros (NEG), carnivoros (CAR) e detritivoros (DET). Os nomes cienti- ficos © a ordem taxonOmica empregados nes- te estudo seguem Sick (1997). Resultados Foram registradas 124 espécles perten- contes a 32 familias (Apéndice 1), sendo 31 espécies encontradas em PA, 64 em CA, 96 em FG ¢ 50 em CC. Quarenta e uma espécies Blomires et al ocorreram com exclusividade em FG. Em CA ocorreram 10 espécies exclusivas. PA e CC comportaram 0 menor nimero de espécies exclusivas: 8 ¢ 5, respectivamente. Quinze espécies observadas sio caracteristicas de todas as formagdes fision6micas. Registrou- se uma abundancia total de 2.136 encontros com aves, sendo 387 em PA, 465 em CA, 1.003 em FG ¢ 281 em CG. Foram feitos qua- tro registros de Monasa nigrifrons em CC, apesar da presente espécie ser considerada ‘como pertencente a formagdes florestals (Sick 1997). A Tabela 1 mostra os indices de diversi- dade ¢ equitabilidade, assim como os valores de riqueza obtida e estimada segundo 0 mé- todo de rarefagdo (Figura 1), para as quatro formagoes fisiondmicas. 0s maiores indices de diversidade foram observados em FG e CC, respectivamente. CA ¢ PA apresentaram va- lores de diversidade mais baixos. FG e CG apresentaram valores de equitabilidade mal- ores em relagdo a CA ¢ PA. Em geral, os in~ dices de equitabilidade encontram-se elevados para todas as formagées fisiondmicas. A partir do teste t entre os indices de di- versidade para as quatro formagbes fisioné- micas (comparadas aos pares), verificou-se que, com exceciio daquela comparando GA e CC, as demals formagées diferem significati- vamente entre si (Tabela 2). Os maiores va~ lores de riqueza obtida ¢ estimada segundo 0 meétodo de rarefagao (Tabela 1), foram verifl- cados em FG e CA, Por outro lado, os meno- res valores foram evidenciados em CC e PA. padrao de agrapamento entre as forma- Ges & mostrado na Figura 2, que se refere 20 Conjunto total dos dados coletados, Em and- lise geral, observa-se uma reduzida similar dade avifaunistica entre PA e as demais for- magoes (similaridade 0,44). Em anélise ao segundo grupo da Figura 2, observa-se uma 100 Numero de espécies 0 200 400 Namero de registros, 600 ‘800 +1000 PA------CA FG ——co [Figura 1 ~ Curvas de rarefacdo para as quatro formagées fstonOmicas, padronizadas para 300 encontros com aves. A: pastagem, CA: cerrado sensu strict altorado, MG: loresta de galeria, CC: campo cerrado. ‘Tangara - yolume 1, nomero 3 -Julho/aostSctenbro 2001 Estrutura da comunidade de aves om Golds, Brosil ‘Tabela 1 - Indies de diversidade (11), cqutablidade Tabela 2 ~ Sigifictncis estatisticas de t, entre os in- (),rigueza obtida (R) eriqueza padroniza- ‘ices de Shennon-Wiener abiidos para as da segundo 0 método de reretacéo (R) para ‘quatro formagies fsiondmleas,comparades, fas quatro formagiesfilondmices, PA: pase ‘0 pares. PA: pastagem, CA: cerrado senso tagem, CA: cerrado sens stricty alterado, trict alterado, FG: Horesta de galeria, CC: 6G; floresta de galeria, CC: campo cerrado. campo cesrado. Formacio bidtica HEB RR’ PA cA FE ce PA 2,915 0849 31 30 PA cA 3.378 0812 64 56 CA P<0,001la - FG 3,889 0,852 96 70 FG P<0,001a P<0001a ce 3,550 0,898 50 51 CC P<0.001a__ns__P<0,001a_- rmalor similaridade entre CA e CC (similarida- de de 0,78), que formam um grupo distinto em relagao a FG. ‘Na Tabela 8 so apresentados os totais de espécies reunidas por guildas téfieas para cada formagio fisiondmica. Para o conjunto labal dos dados analisados, predominaram as espécies insetivoras, seguidas de onivoras ¢ granivoras. O mesmo resultado foi obtido ao analisar cada formacdo fisiondmica, Conside- rando 0 nimero de individuos constatados para cada nivel tréfico, houve um predomi {de onivoros em PA © CA, ¢ de insetivoros em PG e 6 (Tabela 4). Discussio © maior indice de diversidade foi encon- ado em FG, tanto no componente riqueza quanto no componente abundéneia, devido & mator complexidade estrutural desta forma- gio (Karr e Roth 1971). Analisando os padroes de distribuigio de aves no Nordeste do Mato Grosso, Fry (1970), constatou que a maior parte das espécies foram encontradas em flo- restas do galeria e florestas secas de cerra- do, Ao estudar avifaunas terrestres no esta- do de Sao Paulo, Motta-Juntor (1990) verifl- cou que uma dea de mata ciliar suportou uma maior abundancia de espécimes em relagio as ‘Tangara volume 1, nimere3- Jlho/Agoso(Setembro 2001 demais formagdes estudadas. Antas (1995) constatou que a maior riqueza de espécies de aves do Parque Nacional de Brasilia encontra- 0 em suas matas ciliares, apesar de sua ‘menor representagao proporcional. As florestas de galeria sao fundamentals para a manutengdo da diversidade de aves no dioma do Cerrado. Segundo Negret et al (1984), estas formagdes provavelmente repn sentam efielentes corredores de interliga das aves entre 0 Brasil Central ¢ a Floresta Amazénica ¢ a Mata Atlantica, Além disso, 51,8% das espécles que se reproduzem no presente bioma so dependentes das flores- tas de galeria, assim como de outras forma- bes florestais (Silva 1995). As florestas de galeria, segundo Cavalcanti (1992), sio con- sideradas habitats chave tanto por manterem ‘uma fauna singular, quanto por oferecerem recursos alimentares utilizados por animais pertencentes a habitats abertos, seja durante a estacdo seca ou apés as quelmadas. Por outro lada, 0 segundo maior indice de iversidade foi obtido em GC, uma formacao ‘com reduzida complexidade estrutural. Um Importante aspecto a ser considerado 6 que, apesar de sua menor complexidade, a presen- te formacdo fisiondmica encontra-se circunda- da por outras diferentes formagdes, inclusive florestas de galeria (ver Grea de estudo). As- Blomires ot al sim, segundo MacArthur ¢ Macarthur (1961), por “efeito de borda” a diversidade tende a ser maior nas zonas de contato entre diferentes tipos de habitats, as quais oferecem recursos para a sobreposico de ambas as comunida- es, Outro aspecto a ser ressaltado para 0 elevado indice de diversidade em CC pode ser devido & reduzida influéncia antrépica nesta formagio. Os indices de equitabilidade mostraram- 80 elevados para todas as formagées fisiond- micas. Segundo Krebs (1989), 0 indice de equitabilidade ¢ maximo quando todas as es- pécies de uma comunidade possuem abun- dancias semelhantes. Assim, as espécies para cada formacao biética em geral apresentaram abundancias anélogas entre si. Resultados semelhantes foram obtidos por Monteiro e Brando (1995), em rea semi-urbanizada na mnicrorregiéo de Goiénia. Futuramente, novos estudos podem evidenciar se elevadas equita- bilidades sao caracteristicas para comunida- des de aves em outras localidades pertencen- tes ao bioma do Cerrado. A elevada dissimilaridade de PA em rela- do as demais formacdes pode se dever a0 fato de que a mesma esta sujeita & maior i fluéncia antrépica decorrente de atividade pastoril, assim como por sua maior proximi- dade A sede da fazenda. Ambientes antr6pi- cos, segundo Argel-de-Oliveira (1995) séo necessariamente simplificados ¢ conformados ‘de modo a atender as necessidades de somen- te uma espécie. Monteiro © Brandao (1995) constataram que, para avifaunas estudadas em oito setores, os que demonstraram maior afastamento para 0 conjunto total dos dados eram cobertos basicamente por gramineas, ‘sendo portanto mais simples do ponto de vista estrutural. Ao analisar padrées de similarida- de de aves em quatro fistonomias florestaks de ambiente semi-urbanizado, D'Angelo Neto et al, (1998) constataram um maior afastamen- to da quarta fisionomia, um eucaliptal, devi- do a sua estrutura mats simplifieada e, por- lanto, menor proporgdo de recursos para a avifauna. A maior proximidade entre GA e GG deve- se provavelmente ao fato que estas duas for- maces apresentam estruturas fisionémicas semelhantes ¢, portanto, podem comportar avifaanas similares. A titulo de exemplifica- cdo, espécies como Coragyps atratus, Columba cayennensis, Pyrocephalus rubinus, Xolmis cinerea ¢ Cyanocorax cristatellus $0 comuns a estas duas formacdes. Ao compa- rar avifaunas pertencentes a diferentes fisio- nomias de cerrado, Fry (1970) constatou uma maior proximidade entre avifaunas de Gerra- do ¢ ccrradio, devido & maior semelhanga entre estas fisionomias. Em andlise as avi- faunas de quatro habitats, Motta-Junior (1990) verificou uma maior similaridade en- tte aquelas pertencentes aos habitats de Cer- rado e eucaliptal, provavelmente devido ao sub-bosque do tiltimo ser uma forma secun- daria de cerrado. Houve um predominio de espécies inseti- voras e onivoras para 0s dados analisados. Ao comparar a estrutura tr6fica de oito espécies de tiranideos, Negret (1978) constatou que as espécies eram preferencialmente insetivoras, ‘complementando sua dieta com fratos. Resul= tado semelhante também foi constatado por ‘Motta-Junior (1990), considerando o nimero de espécies para cada tipo de dieta. Maiores proporgées de espécies insetivoras também foram constatados em comunidades de aves no pertencentes ao bioma do Cerrado (Willis 1979, Nascimento 2000). Por outro lado, levar em consideragao 0 nimero de individuos contactados para cada nivel tr6fico parece fornecer uma representa- ‘cdo mais real do uso dos recursos alimenta- res (Motta-Junlor 1990). Neste contexto, hou- ve um predominio de onivoros em PA € CA, que representam as formagoes fisionOmicas mais sujeitas a influéneia antrépica. Um au- ‘mento na onivoria ¢ esperado em areas mais antropizadas, como fragmentos de mata, as- sim como em dreas cobertas por vegetagdo secundaria ou exética, uma vez que a onivoria ‘Tangara - volume 1, nimaro 3 - Julho/Agosto/Setabro 200) a Extrture da comunidade de oves em Goiss, Bros ‘Tela 8- Toals de espéces agrupadas por cavaorias Wiens « respeetvas proporedesrepstradas na Fazenda Bonsueesso, pata cada formagio fslondmica. PA: pastagem; CA: cerrado sens strict alterna ; FO: Moresta galeria; CC: campo cerrado, Tipo de Dieta PA cA FG co Insetivoro 12,(98,7%) —25,(89.0%) 97 (88.5%) 18 (35,0%) Onivoro 9 (29,0%) 1422.08) 29(30,2%) 17 (84.08%) Granivory 3 (9,6%) 8 (12,5%) 12.(12,6%) 6 (12,0%) Frugivoro 2 (6.5%) 6 0.4%) 7 (7.3%) 3 (6.0%) Nectarfvoro 2 (6.5%) 7 (10.9%) 8 (83%) 2 (4.0%) Camivoro 2 (0.5%) 3 (4.7%) 318.1%) 3 (6.0%) Detritfvoro 18.2%) 1 (1.5%) 0 (0.0%) 12.0%) Total 31 6 96 50 ropresentaria um efelto tampa contra Mutua- ‘gdes no suprimento de alimentos (Willis 1976, D’Angelo-Neto et al. 1998). ‘Segundo Cavalcanti (1992), as florestas de_ galeria s4o formagées que sotrem pouca flotnaco na disponibildade de recursos para as aves, em relago a ambientes mais secos Kste fato poderia explicar por que houve um predominio de individuos insetivoros em FC. Em OC 0 predominio de indviduos insetivoros provavelmente ocorreu devido a reduzida ati- vidade antrépica na presente formagéo. Foram registrados quatro contatos com Monasa nigrifrons em GC, apesar desta es- pécie pertencer a habitats florestais (Sick 4 [© 1997, Pirateli et af. 1998). Entretanto, um. importante aspecto a ser ressaltado é que L___¢¢ a presente formacao biética encontra-se cercada por diferentes fisionomias vegetais, entre elas a floresta de galeria (vefa 0 Item "a Area de estudo). Segundo Cavalcanti (1992), igura 2 - Padedo de agrupamento das quatro forma- ‘hes siondmicas em tung da sinilarida- e avifaunistica, através do indice de Klezysi, para o conjunto totat dos dados Amosteados. PA: pastagem, CA: eerrado sonar stritualvera, PG: Noresta deg ni, 66: campo cerrado, muitas espécies de aves de mata cillar so registradas em bordas de florestas ou mes- mo em campos adjacentes & mesma. Assim, a ocorréncla de M. nigrifrons em CC se deve 4 mator proximidade desta formagao a ou- tras fisionomias de maior complexidade es- tratural, ‘Tangara-volume 1, mero 3 lho/AgoteSetembro 2001 F Te Blom ‘Tabela 4 - Totals de indviduos agrupados por categor Bonsuoesso, para cada formagio fsionbmic esta de galeria, CC: campo cerrado, ines ot ol is ttlcas © espectivas proporedes repstradas na Fazenda a. PA: pastagem, CA: cerrado sensu strict alterado, FG: flo- Tipo de dieta PA ca FG cc Insetivoro 121 @1,3%) 173. (87,2%) 369. (36,8%) 106 (87.7%) Onivoro 189 (48.8%) 185 (89.8%) 302 (80.1%) 81 (28,0%) Granivoro 52 (18.4%) 44(0,5%) ———-285,(28.4%) 61 (21,7%) Frugivoro 6 (1.5%) 19 4.1%) 64 (6.4%) 9.2%) Nectarivoro 3 (0.8%) 16 (3,4%) 28 (2,8%) 6 (2.1%) Garnivoro 18 6.4%) 18 (8.9%) 5 (0.5%) 10 (3.6%) Detritivoro 3 (0.8%) 10 (2.1%) 00.0%) 82.8%) Total 387 465 1.008 281 Referéncias Bibliograficas Agradecimentos Agradecemos ao Sr. Joao Cardoso Rodri- ‘gues, proprietério da Fazenda Bonsucesso, pelo entusiasmo ¢ auxillo durante a realiza- 20 do trabalho. A Henrique Lués Passos, pela ajuda na identificacdo das aves durante a ati- vidade de campo. AD. Brandao, J. A. F Diniz Filho, M. A. Marini, D. P, Tubelis e dois revi- sores andnimos por critieas relevantes a0 ‘manuscrito, A G. B. R. Sant’anna por impor- antes discussdes sobre ornitologia. P.C. Bis ‘po agradece a A. S. Tavares pelas discussées sobre @ método de Hutcheson (teste t) para comparagio do indice de diversidade de Shannon-Wiener. D. Blamires ¢ P. C. Bispo agradecem, respectivamente, ao PRPPG/URG ©. FAPESP pelas bolsas de mestrado ¢ dou- torado concedidas durante a realizacéo de parte deste estudo, ty Ab'Sdber, A. 1989. 0 dominio dos cotrados:introdu- ‘io 20 conneclmento, Ret. Serv. Pub, Brasilia 111 S35, Anjos, U, 1908, Lovantamento quanttativo do comuni- ‘ides de aves. fn: J. MB. Villard, Mb, Siva e W R Silva (eds) Anais V Coneresso Brasileira de Orai- Jologia, Universidade Estadual do Campinas. Cam- pinas. Anas, B12, 1095. Aves do Parque Naclnat de Brasita TBAMA, Brasilia Anye-de-Otlvetra, M. M. 1898, Publtear ou nfo publicar? Listas de especies so nocessias? Bo. CED 8.3641. Angel-de-Oliveia, M. M. 1995, Avos ¢ vogetacio em am ‘alr resdetical da eldade de Sao Paolo ($0 Pal lo, Bras). Rev. Brasil. Zool. 12: 81-02, Bagno, M. A. eB H. G. Rodrigues. 1998. Novos regls- ros de espéctes de aves para o estado de Goi. Brasil. Ararafuba 6; 64-85, CCampbel, M. J. ¢ D. Machin. 1989, Medical Statstios: ‘commonsense approact. Jon. Wiley and Sons, New Yorke ‘Cavalcanti, R. B. 1992. The importance of forest eees ‘n the ecology of open country Cerrado bird. 12: AA Piney. Proctor ed. A. Rater (eds) The natore ‘and dynamics of forest-savanna boundaries. (Chapman and Halt. London. ‘Tangara - volume 1, nimero 3 - Juho/Agost/Setersbro 2001 : Estrutura da comunidade de aves em Goiés, Brasil Cavalcanti, R. B. 1999. Bird species richness and ‘conservation in the Cerrado region of Central Braz ‘Stud, Avian Biology 19:244-240. Cavalcanti, R. B, 2000 Modelagem e monftoramento de festruia da avifaona em arientes fragmentados: texemplas do Gerrado. Ia: M, A. S. Alves, J. M. C. Silva, M. Van Sliys, H. G. Bergallo © CFD. Rocha (eds}\A Omitologia no Bras: pesquisa atual e pers- pectivas. Bdtora da Universidade do Bstado do Rlo Ge Janeiro, Rio de Janel. Gorcuera, Po J, B. L, Butterfield. 1999. Bird ‘communtiies of dry forests and oak woodland of Western Mexico, Mis 141:240-255, DiAngelo-Neto, 8. N. Venturin, A, T: Oliveira-Fiho e ‘A. E Cost 1998, Avilauna de. quatro fisionomias| Mlorostais de pequeno tamanho no Campus da UFLA, ei, Brasil. Biol, 58:408-472 Bite, 0, 1969 Vegetacio do cerrado. In: MN, Pinto (ca) ‘Cerrado: caracterlaacao, ocupacdo ¢ perspectiras. aliora da Universidade de Brasla. Brasilia, Fry... 1970. Beologicaldistetion of birds in North- ‘castor Mato Grosso state, Beall. An. Acad, Bras 1 42275-318, Kare JR. © R. R Roth, 1971, Vegetation structure and ‘avian diversity in several New World areas. Am. Wat. 105-428-495. Krebs, C5, 1988. Reological methodology. Harper Collins Publisiers. New York, Legendre, L. e F Legendre, 1088. Numerical ecology: ‘developments in environmental modeling, vol. 3. Blsovier New York. MocArthur, R. H. 1972. Geographical eclogy: patterns ‘an the dlstribution of species. Harper and Row. New York MacArthur, R. H. @ J. W. MacArthur, 1961. On bird ‘sheces alversiy, cology 42-594-598. Magurran, A. B, 1988. Scological diversity and it's ‘measurement. Chapman & Hall. London, Monteiro, MB e D. Brando. 1996. Bstrutura da coma nldade de aves do "Campus Samambaia™ da Univer sidade Federal de Golés, Goidnia, Brasil. Ararajuba 521-26, Mowa-Junior, J. ¢. 1990 Bstrutura tia ¢ composicéo ‘da3 aifaunas de tnés habitats terrestres na rego central do estado de Sto Paulo. Ararajuba 1:05-71. Nascimento, J. L. X_2000. Estudo comparativo da ‘avfauna em das Bstagbes Kooldleas da caatings: ‘Aluaba € Seri. Metopsitiacus 812-3. Nogret, A. 1978 O comportamento alimentar como fa- ‘or de isolamento ecoligico de ofto espécies de Tyraanidae (Aves) do Planalto Central, Brasil. Tese de mestrado, Universidade de Brasilia, Bras, [egret Ad. Taylor R ©. Soares, RB. Cavalcante 6, ‘ohinson. 1884, Aves da regido geopolitics do Distrito Federal: sta (checklist) 429 espécies. Minstrio do Interon.Brasta Pinto, 0. M. 0. 1978, Novo catélogo das aves do Brasil. ‘Hmpresa Grifica da Revista dos Tibuncis. So Pau- a Piratell, A. JP Melo € M.G. Mello. 1998. Oooméncia ‘regis de nlifleagao de Monasa ngrtrons(Spis) (Aves, Bucconidae) a Leste de Mato Grosso do Sul, Brasil, Rev. Basi. Zool. 15:191-193, Ridgely, R. S. ¢ G, Tudor. 1989, The birds of South ‘America, Yo! 1~ the ascine passerines University of ‘Texas Press. Austin, Ridgely, R. 8. © G. Tudor. 1994. The birds of Soush “America, ol 2~ the suboschne passerines. University fof Texas Press. Austin Rocha, J. R. DR. B. Cavaleantl, J. S. Marinho-Fio © Kitayama, 1998, Fauna fo: Mi. N. Pinto (ed) Cer~ ‘ado: caracterizardo, ocupacdo ¢ perspectvas, Kat tora da Universidade de Brasiia. Bras Rotlf, FJ. 1989. NTSYS+ numerical taxonomy analysis ‘system, Exeter Softwares. Now York Slok, Il 1997. Omitologia Brasileira. eltora Nova Fron Telta. Rio de ane Silva, J. M. 6.1995, Binds of the Cerrado region, South America, Steonstrupia 2169-02. Yamashita, C. ¢ M,P alle. 1990. Qcorréncia de duns ‘aves Faras no Brasil Central: Mergus octosetaceus © ‘Trisoma fasclatum faseotum, Ararojuba 1:107-108, \Woens J A.J. 7: Rotenberry ¢ B.¥. Home. 1987, Habitat ‘occupancy patiemns of Norih America shrubstepe bind: the effects of spatial scale. Oikos 48:192-147, Wills, £. 0. 1976, Bffects of a cold wave on an Ama- ‘zonlan avifauna tn the upper Paraguay drainage, Western Mato Grosso, and suggestions on Oseine- ‘Suboseine elationships. Acta Amazoaica ©:370-394 ‘Wil, £0. 1979. The composition of asian communities, Inremanescent woodlots in Southern Broil. Pap, Av. Zool, 8. Paulo 88:1-25. ‘Wills, £. 0. € ¥. Ont, 1901, Avfaunel transects across the open zones of Northern Minas Gerais, Brea Atarajuba 2:41-58, ‘Tangara- volume 1, bmexo 3 -Jubo/Agesio/Setembro 2001 Blomires et a. [Apéndice I Bspécies de aves regstradas na Fazenda Fonsucesso, com suas respectivas abundancias pare cada formacio fsionémica. PA: pastagom, CA; cervado sensu stricta alterado, RG: Norestagaletta, CC: cam- po cerrado. Familia / Espécie PA CA Fo ce Dieta ‘Tinamidae Crypturellus parvirosteis 0 3 3 2 ont Rhynchotus rufescens 0 1 2 5 ont Nothura maculosa 1 0 0 4 ‘oNt Ardeidae Ardea coco! 0 0 0 1 ont ‘Threskiornithidae Theristicus caudatus 16 0 0 3 ont Mesembrinibis cayennensis 0 1 0 0 ONL Gathartidae Coragyps atratus 3 10 0 8 DET Accipitridae Ictinia plumbea 1 0 0 1 INS. Rupornis magnirostris 0 0 0 6 CAR Falconidae Milvago chimachima 0 4 g 1 GAR Polyborus plancus 1 4 1 0 CAR Falco sparverius 2 10 2 3 CAR Cariamidae Cariama cristata u 8 0 3 INS Charadriidae Vaneltus chilensis 47 0 0 0 ONI Columbidae Columba picazuro 9 3 9 5 GRA Columba cayennensis 2 5 0 5 GRA Columbina talpacott it 20 83 i GRA Scardafella squammata 30 6 46 8 GRA Leptotila rufaxilla 0 0 18 0 GRA Geatrygon montana 0 0 1 0 FRU Psittacidae Diopsittaca nobilis 0 0 0 1 FRU Aratinga leucophthalmus 0 0 10 0 FRU Aratinga aurea 0 0 5 0 FRU Forpus xanthopterygius 0 8 23, 3 FRU Brotogeris chiriri 6 8 23. 5 FRU Cuculidae Goceyaus melacoryphus 4 1 0 0 INS Piaya cayanna 0 0 4 1 INS Crotophaga ani 0 6 5 1 INS BD ‘Tangara volume 1, nomero 3- Julho/Agosie/Selembro 2001 Estrutura do comunidade de eves em Golés, Brasil Familia / Espécie PA ca FG ce Dieta Cuculidae (continuagéo) Dromococeyx phasianellus 0 5 1 5 INS. Strigidae Otus eholiba 0 0 8 0 INS. Bubo virgintanas 0 0 2 0 ON Speotyto cunicularia 39 0 0 0 ON ‘Trochilidae Phaetornis pretrei 0 0 2 0 NEG Eupetomena macroura 0 2 5 0 NEC Colibri serrirostris 0 0 1 0 NEC Anthracothorax nigricollis 1 2 1 1 NEC Lophorais magnifica 0 2 2) 0 Nec Chlorostitbon aureoventris 0 2 0 0 NEC Thaluranfa furcata 0 2 2 0 NEC Amazilia fimbriata 0 1 1 0 NEC Clytolaema rubricauda 2 5 4 5 NEC Alcedinidae Ghloroceryle amazona 0 0 2 0 ON Momotidae Momotus momota 0 2 10 0 ONI Galbulidae Galbula ruficauda 0 6 at 0 INS. Bucconidae Nystalus chacuru a 0 1 0 INS. ‘Monasa nigrifrons 0 0 16 4 ONI Chelidoptera tenebrosa 0 o 2 0 INS Ramphastidae Ramphastos toco 18 0 1 Ey ont Picidae Colaptes campestris, 28 a 9 i INS. Coleus Mlavescens 0 3 0 1 INS. Dryocopus lineatus 0 0 2 0 INS. ‘Melanerpes candidus 6 0 0 0 INS, Veniliornis passerinus 0 0 24 0 INS, ‘Thamnophilidac ‘Thamnophilus dotiatus 3 2 4 0 INS. Formicivora melanogaster 0 0 2 0 INS. Furnariidae Furnarius rulus 10 34 37 16 ONL Synallaxis frontalis, 0 0 1 0 INS. Dendrocolaptidae Lepitiocolaptes angustirostris 0 0 0 1 INS. Lepldocolaptes fuscus 0 0 8 0 INS. ‘Tangara - volume 1, nieero 3 -Julho/AgostySetembro 2001, i Blomires et a. Familia / Espécie PA cA Ge Dieta ‘Tyrannidae Camptostoma obsoletum 0) 0 3 2) ONI Sulrini suiriri 0 0 3 0 INS. Blaenia flavogaster ) 8 4 3 ONI Serpophaga suberistata 0 o 4 0 INS. Capsiempis flaveota 0 0 1B 0 INS. Hemitriceus margaritaceiventer 0 1 0 0 INS. Todirostrum cinereum 0 1 0 0 INS. Lathrotriccus euleri 0 3 0 0 INS. Pyrocephalus rubinus 0 6 ul 9 INS. Xoimis cinerea 20 u 18 "1 INS. Colonia colonus 0 1 0 0 INS. Casiornis ruta 0 4 6 0 INS. Myfarchus ferox 0 2 8 8 INS. Pitangus sulphuratus 0 9 25 8 ONI Megarynchus pitangua 0 0 6 0 ONI Myiozetetes cayanensis 0 0 0 1 INS Legatus leucophatus 0 0 fl 0 INS Griscotyrannus aurantioatrocristatus 0 0 2 0 INS. ‘Tyrannus savana 12 16 3 9 INS, Tyrannus melancholicus 10 40 67 23 INS. Pachyramphus viridis 0 2 0 0 INS. Pipridae Schiffornis virescens 0 1 0 0 ON Mirundinidae Tachycineta albiventer 0 0 3 0 INS. Phaeoprogne tapera 0 a 1 6 INS. Progne chalybea 7 18 at 18 INS. Stelgidopteryx ruficollis 0 0 15 0 INS Corvidae Gyanocorax eristatelius 0 1 0 8 ONI Cyanocorax eyanopogon 2 0 2 0 ONI ‘Troglodytidae Donacobius atricapillus 0 0 1 0 INS, ‘Troglodytes acdon 0 2 6 0 INS. Muscicapidae Polioptila dumicola 0 8 26 2 INS. Turdus rufiventeis, 0 1 4 0 oN Turdus leucomelas 0 0 4 0 ON ‘Turdus amaurochalinus 0 1 4 1 ONI Mimidae ‘Mimus saturninus 2 0 0 1 ONI Vireonidae Vireo chivi 0 0 1 0 ONL oD ‘Tangara volume 1, nimoro 3 -uho/Agoso/Setembxo 2001 Estruture de comunidade de aves em Golds, Brasil PA Fe ce Emberizidae Basileuterus flaveolus 0 0 1 0 INS Basileuterus culicivorous hypoleucus 0 4 0 INS Piranga flava 0 1 0 0 FRU Ramphocelus carbo 0 0 a 0 ONI Thraupis sayaca , 0 9 38 9 ONt ‘Thraupts palmarum 0 0 5 0 ONt Fuphonta chlorotica 0 0 4 2 ONI Tangara cayana 0 0 14 0 ONI Dacnis cayana 0 0 18 0 ONI Gyanerpes cyaneus 0 0 4 0 ONI Conirostrum speciosum 0 8 9 0 INS Tersina viciais 0 0 si 0 ON Zonotriehia capensis 0 0 3 0 GRA Poospiza cinerea 0 0 1 0 FRU Sicalis Naveola 0 0 7 0 GRA Volatinia jacarina 0 1 a 8 GRA Sporophila plumbea 0 1 3 0 GRA Sporophila collaris 0 0 8 0 GRA Sporophila caerulescens 0 3 32 0 GRA Sporophila bourreuit 0 3 2 6 GRA Arremon flavirostris 0 0 1 0 INS Charitospiza eucosma 0 2 1 0 FRU Coryphospingus cucullatus 0 i 4 0 GRA Saltator similis 0 0 2 0 ONI Cacicus cela 0 9 2 0 ONI Gnorimpsar chopi 59 % 4 9 ONI ‘Motothrus bonariensis 0 0 1 0 ONI Fringillidae Carduelis mageltanieus 0 Hf 0 0 GRA ‘Tangara - volume 1, atmo 3 -ulha/Agosto/Seteribro 2001 rn

You might also like