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A educagao 6 uma arte cuja pratica tem de ser aprimorada por vérias gera- goes. Cada geragao, de posse dos conhecimentos das geragdes precedentes, esta sempre mais apta a promover uma educacao que desenvolva todas as disposigdes naturais do ser humano proporcionalmente e de forma apropria- da, e que assim conduza toda a espécie humana ao seu destino. - A Prov. déncia quis que o ser humane, por si mesmo, houvesse de externar o bem, e, por assim dizer, fala-the: “Vai ao mundo" ~ 0 Criador poderia se dirigir ao ser humane mais ou menos nesses termost ~ “Eu te provi de todas as disposigdes para o bem. Cabe a ti desenvolvé-las, e, assim, tuas préprias felicidade e infe- licidade dependem de ti mesmo”. Immanuel Kant EDITORA ISBN 978-65-571-3215-9 ae MLN www.vozes.com.br ose ensey sol ae ‘vendas@vozes.com.br Colegio Textos Fundantes de Educagiio Coordenador: Antnio Joaquim Severino —A reprodugao ~ Elementos para uma teoria do sistema de ensino Pierre Bourdicu ¢ Jean-Claude Passeron = Ohomem com wn mundo estithagado AR. Luria ~Do ato ao pensamento ~ Ensaio de psicologia comparada Henri Wallon oe i f % —Psicogénese e historia das ciéncias ee Pee. Jean Piaget e Rolando Garcia Educagio e Sociologia — SS oe Emile Durkheim nme — Educagio para uma sociedade em transformagdo WL. Kilpatrick — Sobre a pedagogia Immanuel Kane Dados Internacionais de Catalogagio na Publieagso (CIP) (Camara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Kane, Immanuel, 1724-1804 Sobre a pedagogia / Immanuel Kane ; tradugio de Tamas da Costa. — Petropolis, RJ : Vozes, 2021. — (Colegio Textos Fundantes de Educagio). ‘Ticulo original: Uber die Pedagogite ISBN 978-655-5713-215.9 1, Educagio — Filosofia 2. Filosofia alema I. Titulo, UL. Série. 21-72979. eDD-370.1 Tadices para catélogo sistemdtico 1. Edueagto:: Filosofia 370.1 Cibele Maria Dias ~ Biblioteciria — CRB-8/9427 IMMANUEL KANT SOBRE A PEDAGOGIA ‘Tiadugao de Tomas da Costa y EDITORA VOZES Petrépolis Oz ‘eorvd orSvonpo t o1qog 6z ‘voIsY] ORSeonpe ¥ a1qog 82 ‘oper, 6 “ovdnpodsiy ouyasag winbeof oquomy Lopdajoo wp opSojuaszidy oreywns “epr’] S020, woupal wad ossoudusy 9 oxsodurod 103 onatt 2383 joui0 opsoae OAoU O SUIOFUES OPEUPA 6-S1Z-£1L5-$9-8L6 NST soz0, woupy 7d soprmwing vuyforD wuUy ‘24/8 opyary Pla tipurssary ejoruncy cexSounsiorg sowseg sop “Lav opseu0s] ‘oannoox9 OLIy12109g, sporquayog “f Aouro, uueurproH opjeqo2y, snug oo1Aapn-y SpIOW O9s1UTIy ‘Sosyposu0L) HURpORePY HOIOUPT PIAA pHWOIO SuyeIOr] DELLE, juiseg 9nsof ueapsy onsuEd soung sop uy ‘soxOupa wong soapeaues ousqn x0041CT, TWRIOLIGA OHTASNOD “wioupo ep vinoso ousstuiod wos sopep op courg no euroisis ronbyenb wo rpeambie no (oESeatia 9 vdos0i0j opumNaUt ‘oayupaur o OD!UEHO|>) sojour 1onbsrenb no/e vunoy s9nbjenb sod eparusues no prenpordas 398 propod tiqo eisap sured euNyUDNY "SopEAIDSar SODDUIp $0 SOPAL, seq aqros'soz0a:aanas fa ‘sHiodone_o06-689S7 Gor ‘sinry Fog omy “pry s920q wiomIpal "1Z0z ‘opSnpen esp © WB0Soped mp 1390) opeimpuy oewoye wo eurSy0 op snzed © epezztvor opSapexr, 8 Colegdo Textos Fundantes de Educacao muito a apropriagao, por parte deles, desses elementos que dao conta da intima ¢ relevante vinculagao da educagao com a filo~ sofia, Dai a razio de ser desta colegio destinada a reeditar tex- tos do pensamento filoséfico-educacional que, por variadas ra~ z6cs, acabam se esgotando € tornando-se inacessfveis As novas geragbes de estudantes ¢ profissionais da Area. O objetivo desta colegao serd, pois, 0 de colocar ao alcance dos estudiosos os tex- tos fundamentais da reflexao filos6fico-educacional desenvol- vida por pensadores significativos que contribuiram especifica- mente para a compreensio filoséfica do processo educacional 20 longo de nossa hist6ria culeural. Busca-se, assim, tornar perma- nente um precioso acervo de estudos de diversos campos cien- tificos, de alcance abrangente para a discussao da probleméti- ca educacional, dada a intima vinculagao entre a educagao ¢ as ciéncias humanas em geral. Antnio J. Severino Coordenador da colegio INTRODUGAO © ser humano € a tinica criatura que tem de ser educada. Por educago compreendemos, a saber, 0 cuidado (manten- ¢a, sustento), a disciplina (cultivo) e a instrugao, juncamente com a formacio. Por conseguinte, 0 ser humano é infante — pupilo Os animais, tao logo cenham apenas algumas das suas for © aprendiz. ¢as, fazem uso delas regularmente, isto é, de maneira que nao prejudiquem a si préprios. E de fato admiravel quando se ob- serva, por exemplo, como as andorinhas jovens, apesar de ainda cegas, mal saidas dos ovos, sabem se colocar no ninho de modo a fazer com que seus excrementos caiam fora dele. Por isso, 0s animais nao precisam de nenhum cuidado, no maximo de ragilo, aquecimento e condugio, ou de certa protegao. A maioria dos animais precisa de nutrigao, mas nfo de cuidado. Por cuida- do compreende-se, especificamente, a precaugao tomada pelos pais para que as criangas no fagam nenhum uso prejudicial das suas forgas. Se um animal, por exemplo, logo que viesse 20 mundo, gritasse como as criangas o fazem, ele infalivelmente haveria de se tornar presa dos lobos € de outros animais selva- gens que atraisse com seus gritos. Disciplina, ou cultivo, transforma a animalidade em huma- nidade. Um animal € tudo o que € jf por seu instinto; uma razao alheia jf se encarregou de tudo para ele. Mas o ser humano precisa de razio propria. Ele nao tem nenhum instinto, ¢ deve forjar para si mesmo 0 plano da sua conduta. No entanto, por- 0 nenxo ered urv5i0js9 98 so1sa owENbus ‘sudAof snas so ved ‘sw5.0] se Spor WOD PUPS “BOSS EUIN WS OLUOD [Pa ‘EWE E OWTOD opour 0 19 sopeosuzoaus 9 9 ‘sted sojad sopeutsn oxs s9[9 sossiNy “rues nos wapuaide safap onb ‘sozessyd so soy ‘souy -94 steur sop o3]e opuside sojop wiNnyuoN stog “wsiood peu uunyuou ‘oqus os 9puo ie ‘exsoq] “oBSNNSU! 2 OaTa|ND oBuLIqe ovSeuiiog “opSeuioy op 9 opepino op vsioasd ourumy 195 O “oseo 0 9 ott ‘asso ‘o1unsur nos ov opragp ‘epruedesuos wo ‘[eusTUR ou fons opeiso nas op cauaunjod win onryssoaou 9 ‘opeps9qyy ¥ oESeUTTS -ur ens y oprop ‘ouvwmny 19s ON] “Joos v sopeuNsop ogs anbsod ‘ppouggur eu oursou wou ‘S1usureEdord so]-pyBIUED EOUNU 2p © 9 so1uvusoa03 sopuesd sop ogSeonpe vu umNUIOD 0319 WL) ‘opunur op so19Sau so wos weajoaus 2s nb ofo] a1sed epoa 10d sonbeq ovsayos 9 ‘sopy] So Sopor ap SEP “ura ‘seiougisisoz steur epUTe ogFENUOOUD Sojo ‘opsea steur ‘sfod ‘eurqeur vinuses vpviseuiap Jod opnaueant eu sopyorord wos -oj onb sajonbe esd wou o1pxne py BU “EPIA ENS v Epos sod eprefealas v190 valosuoo 9/9 “kood9 BU sELUSOW SE OpAASIsas 9.47 peu 9 ‘opniuaan[ eu sopeiuoa sens se OpeuOpULge JJ 9g “OEZEI ep sagSuosoid sz sox0UIqns 9s & pas opeUINasode Jos Op 102 OU -euiny 198 0 seq] ‘opeprawumny Is urs “Inde Noajoaugsop OLE =P -uye ‘eprpour vais9 wo ‘TeuNTUE o onb ossed ov ‘ezapns eas99 seUE ‘sonno 9 neassnoy WeuTe oM1os ‘apepzoqy] ¥ Osqou OEdEUT|OUL euinyuou 9 ou oss! ‘WgI0d ‘seIap Osvd ON “EPIA 2p OPoUT Tes ov reumnasooe 96 v weayo eouNU ‘oduts2 o3uo] 10d snadosne sow o3taias wreasoid opuenb ousour ‘anb svonyayas sogseu seu w9q -ura 98-9, ‘oyoudeo Janbyenb ‘ogiua ‘anos o[g “sooo IUODF OF ‘osst 98 ousumny 398 0 Jepnut [oyIp 9 ‘siodep ‘anbiod ‘p99 weg ‘.es:Cc tpi 00S ppvorde 198 sAop wioquiva vuy|drosip & ‘omp ows ‘oEZe Esso aod oquateisnf ‘eiG “PI 10d opm voytoES 919 ‘euIsoU E Ope -sooe efoiso onb o8o] ‘oduiaa win sode ‘onb opepzoqy & opues3 og) ogSeurour eu ur9a ‘ezamaeu sod seur ‘ouRtNt 195 “e109 soy] anb v9) aonbjenb vonysd wo pf sod e s1usueas ureyusA gu “uIquiel ‘omany ou onb esed ‘orsosard vfos soy aonb opmbe sauowyena -uod seaz9sqo 8 9 MADIND 9s & MewMasooe as uressod anb ered ordjounid v svus 4]? sestoo wepuosde onb op o1naUy 0 Woo vf oe vjooso & SepepUvUT OLS seSuLTD se ‘o[duIaxe rod ‘unssy ‘op2o s91000 9p wo1 “word ‘Ossf “sEUISIUI sep OFSEOD ¥ EIUIS 919 anb woo 1970) & v5suI09 9 opeprueuny Ep 19] SE OUBUMY 19s 0 axouiqns wurfdiosigy “st9] 9p vlougpusdspur ¥ 9 eUEfeA|og ‘ogSronpo ep vanisod oud v 9 ‘epruedenuos wo ‘orsnuisuy souvumy 195 op vpewior 9 epefeaas & [enb epad eursow oFSr ep ‘OAnesau amour -vious of 9 ‘oaueziod ‘oaning ‘s2uspnidust 9 ooNvAlos opout op soos e EyUOdXS 98 OEU 919 aNb vIed O[-g1tI09 op UIDI v9 “od -woxo Jog “oprprueumy ep ‘ounsep nes op 9s-s1asop ‘sewruE. sosindu snas rod ‘ouruiny 19s 0 onb apadury eurfdrosiq, ‘omg opeass ou opseoos 9 a1UOWLIOL -o1sod opefeajasse os 102 9p PY oURUINY J95 0 oFUD ‘eNTNeUt 9 OHIOIUT OWOD OPFUINSSE JOY OWUTIIN asso 9g “OpLAOAUDS=p ‘01195 sid opeiso wn wo uigqure: no ‘omg opis win we opEssnq 398 opod ojosur © “eso & vonps oFSe93 BUN “opepluLWnY aeynood yesnseu ovsisodsip e epoa ‘o510]s9 o-dosd nas oweIp -oun ‘Is 10d ‘oonod & oonod seusaxxe asp vuvuny opedso y ‘919 sod o}-pf1ey 9p uxgi sonno ‘omg opeasa UT OpUTUT oF WAA aonb pf ‘oj-9zvy ap sagdtpuoo ws OFo] eNUODUE es OBU 919 ob ‘ogbeanpg sp sswepungsomalops0D SSC Colegdo Textos Fundantes de Educagso mesmos sons das suas pequenas goelas. Para se convencer de que os pissaros nao cantam por instinto, mas que realmente aprendem a fazé-lo, vale a pena tirara prova e tomar de candrios cerca da metade dos seus ovos, colocando ovos de pardais entre eles, ou talvez, também, substituindo os jovens canérios por fi- Ihotes de pardais. Coloque-os, entao, em uma alcova onde no consigam ouvir 0s pardais de fora; assim, eles aprendem o can- to dos canarios, ¢ temos pardais cantantes. Também é de fato muito admiravel que cada espécie de passaro preserve certo s geragdes, © que a tradigao do canto seja provavelmente a mais fiel no mundo. canto principal por todas a O ser humano sé logra se tomar ser humano mediante edu- cagiio. Ele nao € outra coisa senao o que a educagio faz de si. Note-se que o ser humano s6 € educado por s eres humanos; por seres humanos que também sao educados. Por isso, falta de disciplina ¢ falta de instrugao em alguns seres humanos fazem destes, em turno, educadores ruins de seus pupilos. Se um ser de espécie superior assumisse nossa educacio, ver-se-ia o que poderia resultar do ser humano. Uma vez que a educagio, po- rém, em parte ensina algumas coisas ao ser humano, em parte também s6 se desenvolve neste, no se pode saber até onde vio, no seu caso, a s disposigdes naturais. Se ao menos pudesse ser realizado um experimento mediante 0 apoio dos grandes governantes ¢ com os esforgos somados de muitos, entéo tal- vez nos fosse revelado o quio longe o ser humano pode chegar. Mas uma observagao tao importante para a mente especulativa quanto triste para o filantropo é ver como os grandes gover- nantes, na maior parte, estio sempre cuidando apenas de si no tomam parte nos importantes experimentos de educago Sobre a pedagogia de uma mancira que fizesse a natureza avangar um passo rumo a perfeigao. Nao ha ninguém que, sem ter ventude, nao haja de reconhecer propriamente, na idade ma- dura, aquilo em que foi negligenciado, se na disciplina ou se na cultura (assim pode ser denominada a instrugao). & selvati- co aquele que nio é cultivado. Descuramento de disciplina € um mal maior de que descuramento de cultura, pois este ainda pode ser compensado posteriormente; selvajaria, contudo, nao consegue ser eliminada, e um descuido na disciplina nunca po- dera ser reparado. Talvez ocorra de a educacio se tornar cada vez melhor ¢ cada geracao seguinte avangar um passo rumo ao aprimoramento da humanidade; pois o grande segredo da per- feigdo da nacureza humana esti na educagao. Isso pode se dar a partir de hoje. Pois s6 agora se comega julgar corretamente ¢ a compreender de modo claro aquilo que pertence propriamen- te a uma boa educagao. & fascinante imaginar que a natureza humana possa se tornar cada vez mais desenvolvida mediante jo descuidado em sua ju- a educagao, e que esta possa ser trazida a uma forma que seja adequada a humanidade. Para nés, isso abre 0 prospecto de uma estirpe humana futura mais feliz. Um projeto de teoria da educagao é um ideal maravilhoso, ¢ também niio hé mal nenhum se nfo estivermos logo em con- digdes de realiza-lo. Basta nao tomar a ideia jf como algo de quimérico ¢ que se evite desacredité-la como um belo sonho, ainda que surjam impedimentos quando da sua execugao. ‘Uma ideia nao é outra coisa sendo 0 conceito de uma per- feigdo que ainda nao se encontra na experiéncia. Por exemplo, a ideia de uma reptiblica perfeita, regida conforme regras da © stg “opeprwow vp ogdunsip ¥ wios 2 ‘sogisodsip seiout ovs foJou seauoid gf nosojoo se OBU BOUgPIAGSY B {WO o ved opna ap vunioe sogSisodsip sens s9ajoauasap ap By oUBUINY 198 O (cowsow Bap wapusdop apep -torayur 9 opepiorjay seradosd sena ‘wnsse ‘9 ‘svj-gajoauasop 1 aged “woq o ered sagdisodsip s¥ sepoa op 1Aosd 93 n9,, — jsous9 sossou souw no stew! oURUINY 195 OF ITEP es vIEOpod JopELo 0 ,opunut ov 1A, :U P10 19ZIP Wisse sod ‘9 “WI9q o TeUIDIxe ap ossoanoy ‘ousour is 10d ‘ourumny sos 0 onb smb vfouspia -olg Y ‘ounsap nos ov euTuNy ef9dso v vpos vznpUoD UNTSSE anb 9 ‘epeydosde vuoy 2p 9 s1usureUOrsodord ouewny 198 op stemaeu sagdisodsip se s¥po2 bAjoAuesop onb oxSeonpo Fun roaowiord v wade sieur ordwios yasa ‘soruapecord sogdes93 sup so1usu122qu0d sop assod ap ‘ogSeIod upuy “seodw0¥ serv sod ppsiowmide 18 op uioa vonyid efng ouse eum 9 opSeonps Vy -pupumny o109dso ¥ ser ‘srenprarpUt soUuvUINY soza8 v OBU OqLO OSs] “OUNISP Nos WoouRo|e SoUNsUT so onb woo 19223 ureioy ogu ‘sopfdnd snas sop ovdeunsoy & vp op sesode ‘sienpraipuy souvuiny soxes onb 0109 9 SbyA “OSs! 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USSOU onb raseq onoultig sjasssodust ‘ovzes wsso 10d “eo BHIDE j -Sasnt agSeaapa 30 sSiuepung TORR] oe v1 16 Colegio Textos Fundantes de Educagda que o ser humano hé de fazer: melhorar a si proprio, cultivar a si mesmo, €, caso ele seja mau, promover a moralidade dentro de si. Porém, quando se reflete suficientemente a esse respeito, descobre-se que isso seria muito dificil. Dai a educagio ser o- maior ¢ mais dificil problema que possa ser dado ao ser huma- no. Pois compreensio depende da educagio, e esta, em turno, da compreensio. Daf também s6 ser aos poucos que a educagao consegue dar algum passo adiante, ¢ um conceito correto da maneira de educar s6 logra surgir 4 medida que uma geragdo transmite suas experiéncias € seus conhecimentos a seguinte, a qual, por sua vez, acrescenta-Ihes algo e, assim, transmite a vindoura. Ora, qual grande culcura e qual experiéncia esse con- ceito nao pressupde? Por conseguinte, ele também sé logrou surgir tardiamente, © nés mesmos ainda nao 0 trouxemos a ple- na clareza. Serd que a educagao, em cada um, haveria de imitar 0 desenvolvimento da humanidade no geral, ao longo das suas distintas geracdes? ‘Talvez duas invengGes dos seres humanos possam ser vis- tas como as mais dificeis; a saber, a arte do governo ca arte da educagao e, apesar disso, ainda ha controvérsias, mesmo em sua ideia. Mas a partir de onde comegamos entio a desenvolver as disposigées humanas? Sera que comecamos a fazé-lo desde 0 estado bruto ou em algum estado ja desenvolvido? & dificil conceber um desenvolvimento a partir da rudimentariedade (dai também ser tao dificil o conceito do primeiro ser humano), © vemos que, em um desenvolvimento a partir de tal estado, sempre ocorreram recafdas na rudeza, ¢ somente mais tarde o ser humano tornaria a se reerguer dela. Em povos bem civili- Sobre a pedagogia 7 zados, nos registros mais antigos que nos legaram, também en- contramos uma forte contiguidade do estado bruto ~ e quanta cultura jf nao pertence a escrita? De modo que, em relagio a seres humanos civilizados, 0 comego da arte da escrita poderia ser chamado de comego do mundo. Porque 0 desenvolvimento das disposigdes nacurais nao ocorre por si proprio no ser humano, toda educacao € uma arte. A natureza nao depositou no ser humano nenhum instinto para esse fim. “Tanto a origem dessa arte como seus progressos sio ou mecéni- ¢0s, sem plano, ordenados de acordo com circunstancias dadas, ou entio judiciasos. A arte da educagio tem origem mecanica apenas nas eventuais oportunidades em que descobrimes que algo € prejudicial ou util ao ser humano. Qualquer arte da edu- a ha de concer varios cago que tenha origem apenas meca ertos € defeitos porque no tem nenhum plano como funda- mento. A arte da educacao, ou a pedagogia, portanto, tem de se tornar judiciosa caso ela desenvolva a natureza humana de modo que esta venha a alcangar o seu destino. Pais jé educados so exemplos a se seguir, pelos quais as criangas se formam. tem de Mas, se estas devem se tornar melhores, a pedagogi se tornar um estudo, sendo nao ha nada a esperar dela, e al- guém que tenha sido corrompido na educagao acaba por edu- car 0 outro. Na arte da educacao, 0 mecanismo tem que ser transformado em ciéncia, sendo ela nunca seré um empenho coerente, € uma geragiio poderia desmantelar 0 que a outra jé tivesse construido. Um princfpio da arte da educagao a ser considerado em es- pecial pelos homens que fazem os planos para ela é: criangas devem ser educadas tendo em vista no o presente estado da ‘sopensnp! steur s910pa99qu09 Sop ozinf op arustOs repuadap BHeAap waquier syfoose sup oLSepuNy v ‘aumBesu0o 10g, “eso anb op ered souow Io} vounu sop-gaowosd v ueyUDA EpUtE onb op oxssosdui! ¥ o ‘afoy 91e wesozy 0 og W9quIN seRUIopeoy “oLNEID O ENEd SOI -nf so ogwioiur op asseiqoo ovu [eIEIsa vIWOTODA & as ‘soUDdE ‘soj-vaSo] weropod sey “ureatyIoRy So ouNXyUT OU “uIeAourOId So ogu os19quIp 9 Jopog “souruNY sorusUEFSyUOD sop oBSEI|T -we ¢ ‘oueumy o1jdso op oruausfafoauasap oF orredsoz eBIp onb opna wis unsse J “oL92119 nes oF opextap Jos eaop ourld ‘op owsusuyop 0 oFaue ‘opepleuy ea ered onSquIp 0 wa9 -aUIOy s9[9 as ‘orUEIUA ON ‘optisy Nes op w9q o svuode spur Jes1oafun w9q 0 onb pis gy “ejodoursos es9UPU oP EN19j 108 onb wos jpuoIovonpe ourjd win op oESNISUOD & SePY ‘ORSISOdsIP, wos woquie yo [enb ¥ ered 9 ypeunsop vaso epeprusuny & Ten y ogdt9y10d ¥ WoU ‘JesI9AyUN tH9g 0 oun oxIs9dord OWI wai og soqury ‘oprasg] op ‘sadrouyid ‘esto ep wrepino sivd “sornauy snas ered sommsumnsur ouios seuade soupns snos wiErepisuos sodiound so (z 9 ‘opunur ou Ww9q Wes}s seSuEHO sens onb ered seuade wep -ino sied soudosd so ‘omsurperoS (7 :somuounpodurt stop wen -uogue 9s Inbe onb 9g ~JoYsoU oINaNy OpEease uN pet vfs uisse onb ered Soujour so[-yonpo ureYaAep sep ‘opEroUddop: vfas 0289 onb epure ‘oiuasoid opunur or soj-ynbepe ¥ opour op svuade soupy snos weonpa sted so ‘s1usurere9 “vlouguod -wy opuraB op 9 ordjound ossq “ounsap ousyd nes op viopr wos 9 apepruvumny ap eIap! e wos apEpRUTOyYOS Wo ‘9 02st soyjou o1uswOAIssod ‘orang opeaso nas seut eueUMY adiaso ‘BeSEDRp 3p EmUEpURG TOMB] OFDETOD aL 20 Colegdo Textos Fundantes de Educapso ‘Toda cultura comeca com o homem privado e, dai, amplia-se. Apenas mediante 0 esforgo das pessoas de inclinagdes esten- didas, interessadas em promover o bem universal € capazes de idealizar um estado futuro melhor, é possivel que a natu- reza humana se aproxime gradualmente do seu propésito. As vezes, porém, algum dos grandes governantes considera seu Povo, por assim dizer, como parte do seu reino natural, e entaio também passa a ter em vista apenas que ele se reproduza. No maximo se exige ainda habilidade, mas somente para poder fazer um uso tanto melhor dos stiditos como ferramenta para seus intuitos. Sem dtivida, homens privados precisam visar, em primeiro lugar, 0 propésito natural, mas também devem, considerar, em especial, o desenvolvimento da humanidade e cuidar nao apenas para que cla se torne mais habil, mas para que seja civilizada, e, o que é mais dificil, eles devem buscar conduzir os pésteros a um avango maior do que eles mesmos alcangaram. Na educagao, portanto, 0 ser humano deve 1) ser discipli- nado. Disciplinar significa buscar impedir que a animalidade traga prejuizo A humanidade, tanto ao individuo quanto a seres, humanos em sociedade. Assim, disciplina é o simples amansa- mento da selvajaria. 2) O ser humano deve ser cu/tivado. Culeura abrange 0 en- sino © a instrugdo. Ela é obtengio de habilidade. Esta é a posse de uma capacidade suficiente a todos ¢ quaisquer propésitos. Assim, ela nao determina nenhum propésito, mas deixa que as circunstancias 0 fagam depois. Algumas habilidades sao boas em todos os casos — por exem- plo, a leitura ¢ a escrita —; outras, apenas para alguns propé- Sobre 2 pedagogia 2 sitos — por exemplo, a misica, para nos tornar benquistos. De- vido & quantidade dos propésitos, a habilidade ser4, em certa medida, infinica. 3) Deve-se atentar para que 0 ser humano também se torne prudente, adéque-se & sociedade humana, para que seja ben- quisto € tenha influéncia. Isso implica certa espécie de cultura que é denominada civilizagao. A ela séo necessérias maneiras, gentileza @certa prudéncia, pela qual seja possivel fazer uso de todos os seres humanos para seus propésitos tiltimos. Ela se orienta pelo gosto variével de cada época. Assim, h4 poucas décadas ainda se prezavam cerimOnias no trato. 4) Deve: nao apenas ser h4bil para todo tipo de propésito, mas cambém. adquirir a disposigao de escolher apenas propésitos puramen- te bons. Estes sao necessariamente aprovados por qualquer se atentar para a moralizagdo. O ser humano deve um € que possam ser, a0 mesmo tempo, propésitos de qual- quer um. O ser humano pode ser treinado, condicionado, mecanica- mente instruido ou, entio, efetivamente ilustrado. ‘Treinam- -se cles, cavalos, ¢ também é possivel treinar seres humanos. (A palavra alema “dressieren”, ou “treinar”, ver do inglés “so dress”, “vestir-se”. Dai deriva também 0 termo “Dresskammer”, referente ao local em que os pregadores trocam de roupa, € no “Trostkammer”, ow “sacristia”.) ‘Mas 0 treinamento ainda nao basta; antes, 0 mais importan- te € que as criangas aprendam a pensar. Isso conduz aos prin- cipios dos quais provém todas as ages. Logo, vé-se que uma verdadeira educagao exige muitas coisas. Na educagao privada, ainda € comum que 0 quarto ponto, mais importante, seja rara- seangno x ‘oprauss assau ‘sous1iad Bo 2 ‘oRSNpUOD v9 OBSTUISUE & ‘omoupagysod (z ‘80119 apadusy seuode onb ‘wuydrosip & ‘aeons -pospviiou (‘9 ~as7 “ovIouLsof 9 sopopyna aBueiqe ORSvONP? 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Dai surge a diferenga entre o instruror, que é simplesmente um mestre, © 0 preceptor, que é um guia. Aquele ensina apenas para a escola; este, para a vida. Para o pupilo, a primeira época é aquela em que ele tem de provar submissao © uma obediéncia passiva; na outre, ja se per mite que cle faga um uso da reflexio ¢ da sua liberdade, ainda que sob Icis. Na primeira, a coagdo é mecfnica; na outra, moral. A educagio € ou privada ou publica. A tiltima envolve ape- 0 Ses € reservado A primeira. Uma educagao nas a instrugio, © esta pode permanecer sempre publi exercicio das prese publica integral aquela que une ambas, instrugao e formagio moral. Seu propésito da, Uma escola na qual isso ocorra é chamada de instituto de Promogiio de uma boa educagao priva- educago. Tais insticutos nao logram ser muitos, ¢ o ntimero de pupilos nos mesmos nao pode ser grande, porque so muito dispendiosos, ¢ sua mera fundagao jé demanda muito dinheiro. Seu caso € similar ao dos asilos para os pobres € ao dos lares de idosos. Os edificios necessdrios para sua instalagao, a re- muneragao de diretores, supervisores ¢ serventes j4 tomam a metade do dinheiro que Ihe é destinado, e assente que, se esse dinheiro fosse enviado aos pobres em suas casas, eles es- tariam em condigdes bem melhores de mantenga. Dai também. ser dificil que outras criangas, além das de gente rica, possam insticucos. frequentar tai O propésito desses institutos piiblicos € o aprimoramento da educagao doméstica. Bastaria que os pais, ou outros que se- jam seus auxiliares na educagao, fossem bem educadbs; assim, a despe: com os institutos priblicos poderia ser eliminada. Sobre pedagogia 0 Neles, experimentos devem ser feitos, ¢ sujeitos devem ser formados, ¢ assim hi de provir dos mesmos uma boa educa~ go doméstica. A educagio privada € proporcionada ou pelos préprios pais, ow entiio por outras pessoas que sejam auxiliares remunerados, caso aqueles nfo tenham tempo nem aptidao ~ ou também tal- vez nenhuma vontade de fazé-lo. Na educagdo por intermédio imos, porém, tem-se a circunstancia, bem dificil, de desses ti que a autoridade € dividida entre os pais © esses preceptores. Accrianga deve se orientar pelas prescrigées do preceptor, ¢ de- pois ha de seguir, em turno, os caprichos dos pais. Em tal edu- cago, € necessdrio que os pais cedam toda a sua autoridade a0 preceptor. ‘Mas até que ponto seria permitid a educagio privada ter prioridade sobre a ptiblica, ou vice-versa? No geral, a educa- cio piiblica parece ser mais vantajosa do que a doméstica, no apenas em relacgio ao aspecto da habilidade, mas também com respeito ao cariter de um cidadao. A educagao doméstica, até com frequéncia, néo apenas fomenta erros familiares, como os reproduz. ‘Mas quanto tempo deve durar a educagao? Até 0 momento em que a natureza mesma tenha determinado o ser humano a guiar a si proprio; em que o instinto sexual tenha se desenvolvi- do nele; em que possa sé tornar pai € deva, ele mesmo, educar; mais ou menos até 0 décimo-sexto ano. Apés esse tempo, de- certo, ainda se pode fazer uso de recursos auxiliares da culeura ¢ praticar uma disciplina velada, mas uma educagao ordenada nao mais possfvel. -ouuoyy ¥ sreut Opeps0gE PIS OSSt sey “opepiiqnu vu ossosSur op owsow! soquE sogia ENUOS JT -oaaid ered ‘{enxas orusWN}9qUOS O sediosrUR wo arstsuEd [END be ‘opepinoyip ewin sre epeiopistics Jas 9Aop inbe anb 9S ‘ogpeplo omany op o|>PoUt FoyyOUI © 9901950 z1q “o1doid o1s9u 10d sreurep sop seovasap 98 OF OpEIOU 198 zuj 98 9s wign3je onbiod ‘oud epor sod ypnuss 9 proUgISISa! 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A educagio prética ou moral & aquela pela qual o ser humano deve ser formado para que possa viver como um ser que age livremente. (De prético 6 chamado tudo © que tenha relagao com a liberdade.) Ela € educacao vol- tada & personalidade, educagio de um ser que age liviemente, que logra suster a si mesmo e compor um elo na sociedade, mas que pode ter um valor intrinseco por si préprio. Por conseguinte, cla consiste 1) na formagio escolistico-me- «inica, concernente a habilidade, ou seja, € didética (insteutor); 2) na formagio pragmdtica, concerente & prudéncia iprecep- tor); 3) na formagiio mora/, concerente a moralidade. A formagio escoldstica, ou a instrugao, € necessaria ao ser hu- mano a fim de que este se torne habil para a consecugao de todos os seus propésitos. Ela lhe dé um valor concernente a si mesmo como individuo. Mediante a formagio voltada A prudén- ia, contudo, ele é formado cidadao, pois obtém um valor piibli- co. Aqui, ele aprende tanto a guiar a sociedade civil de acordo com seus intuitos como também a se conformar a cla. Mediante a formacio moral, por fim, ele obtém um valor concernente a estirpe humana como um todo. — Sobre a pedagogia 29 ‘A formagio escolistica € a primeira e a que ocorre mais cedo. Pois toda prudéncia pressupde habilidade. Prudéncia é a capacidade de fazer bom proveito da sua habilidade. A forma- do moral € a mais tardia, uma vez que se bascia em principios que o ser humano deve compreender por si mesmo; porém, uma vez que se baseia apenas no entendimento humano co- mum, ela tem de ser observada jé de inicio, também ja na edu- cagio fisica, pois senao facilmente se enrafzam erros contra os quais, mais tarde, toda a arte da educagao trabalha em vao. Com referéncia A habilidade e a prudéncia, tudo tem que proceder de acordo com a faixa etéria. Na infancia, ser h4bil, prudente de boa indole a maneira dos homens, nao astuto, tem te pouca serventia quanto uma mentalidade infantil no adulto. Sobre a educacii fisica Embora 0 encarregado de uma educagio como preceptor nao tenha sob sua supervisao criangas tio jovens a ponto de poder cuidar também da educacao fisica das mesmas, € titil que ele saiba de tudo que seja necessério observar nessa educacao, do comego ao fim. Ainda que, como preceptor, ele s6 tenha de lidar com criangas maiores, pode muito bem ocorter de novas criangas nascerem na casa, €, caso tenha uma boa conduta, cle sempre fara jus a ser o confidente dos pais ¢ a ser consultado, também, a respeito da educagio fisica daquelas, uma vez que 0 preceptor nao raro € 0 tinico erudito na casa. Daf também Ihe serem necessarios os conhecimentos a esse respeito. A rigor, a educagio fisica é apenas mantenga, provida pelos pais ou pelas amas, ou entao pelas tratadoras. © alimento que a -agaq senpysse sewsour sejo ‘sagur sens Jod svSueyo se SepI9ey -ajo ogs waquima odn op svstoo ‘orgy ap ‘wISsny BN “s!oaypesBe cogs soyy onb opSeuue ewn 2 opmuspsa win uruoIsodosd sea ‘sopnuas soproquso tpute snas sov ‘onbiod 9 esnea y jo19ug’ op sesioo se sepoa 10d opuvad og2 aapode wn weyusa seSuELo anb osouna 9 seyy ‘919 [es ‘orodusar ‘oyUtA owsod ‘o2uKo1d =p ppeu rSueto & sep oZU op JeIqUID] as-aaap ‘TeIdse WE] “ACU ounui epsop sepruico sya woo vSUPLO v IEUOWNITE Wog 9 CEU sty EYULLY op seded op odrs por uro9 as-viuouredxe odusos uinSye EE] ‘oprznpoid sas ap sex1ap ouseIwU 0219] 0 op siodap vSuey9 seuoWne vied wo1 9s onb o vuonsonb as mby ‘xoypour suas as zug ¥ aonb 0 9 o1UOUUITE JOYIoUI Oo aNb o “eure ep odtA op stuady apusdop s09s010 ‘ommenog “ti9q o1nu weds919 yL op svossed se ‘ossip rsodv “9 Susv9 Wouloo ou osenb — eIpuy eu s9gseu Se owios “epnedenuoo we ‘sooons SQ “TastA exoWpd Y BA9| 198 ES -ored o8u onb sojop opunyo one on[npe wr2Aof zonbpenb ovyo oP requeady 98-opod ‘o510}89 oonod woo ‘9 ‘oxNUT WALA OBU W>q -urei sass owio9 soaod sey] “SIOAEpnes 9 sonia} somo ops 9 ou avo op wi9[e epen asenb wowlos opt ‘ojdwiexe sod ‘soorsp3una soaod sQ “Teuodutt v esioo vorun ¥ 9 OEU UIpquIE wsso ob ‘S905 -vu senno sep ojdtioxa ou ‘9s-ga SeIA] “OUISOU! 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Certamente, as criangas que oaguentam devem ter uma boa constituigio corporal; mas disso também morrem muitas que poderiam ter a vida poupada. Pois tal esti- mulo precoce dos nerves causa varias desordens. E preciso até ter o cuidado de manter as criangas longe de comida ou bebida muito quentes, pois estas também causam fraquezas. Ademais, note-se que as criangas nao devem ser manti- das muito aquecidas, pois seu sangue, em si, é jé muito mais quente que o dos adultos. No caso das criangas, o calor do san- gue corresponde a 110 graus, de acordo com 0 termémetro de Fahrenheit; 0 sangue dos adultos, apenas a 96 graus. No calor em que pessoas mais velhas se sentem muito bem, a crianga sufoca. No geral, a habituagio ao frio torna o ser humano forte. E, mesmo em relagao aos adultos, nao € bom que vistam roupas muito calorentas, nem que se cubram demais ou se acostumem a tomar bebidas demasiado quentes. Dai também dever ser dado a crianga um leito para dormir que seja fresco ¢ rigido. Banhos frios também sao bons. Nao se deve recorrer a nenhum estimulante para suscitar fome na crianga; antes, essa sensagao. deve ser sempre apenas consequéncia da atividade e da ocupa- cdo. Entretanto, a crianga nao deve ser acostumada a nada que possa se tornar necessidade para a mesma. Até quando se trata de algo de bom, também nio se deve, artificialmente, torn4-lo habico seu. Em povos rudimentares, nao se faz uso de fraldas. Nas na- des selvaticas na América, por exemplo, sao abertos buracos na terra sobre os quais é espalhada serradura de madeira deteriora- da para que a urina e as impurezas das criangas mais jovens se Sobre a pedagogia 33 absorvam ali denero, para que as tiltimas nio se sujam, ¢ depois tudo é coberto com folhas; alias, cles deixam que as criangas fa- gam livre uso dos seus membros. Também é mera comodidade nossa que deixemos as criangas ficarem feito mimias, somente para que ndo tenhamos de cuidar para que ndo prejudiquem ‘a postura; e, nao obstante, isso frequentemente ocorre devido 3 fralda. Esta também traz angtistia as criangas, e elas acabam entrando em uma espécie de desespero, pois no conseguem mais fazer uso dos seus membros. Aqui, cré-se, entio, poder aquictar seus gritos simplesmente chamando sua aten¢io. Mas coloque uma fralda em uma pessoa grande para ver se ela tam- bém nao grita ¢ cai na angiistia eno desespero. Acima de tudo, é preciso lembrar que a primeira educagio tem de ser apenas negativa, isto 6, que nao é necessario acres- centar nova precaugdo A precaugio comada pela natureza; an- tes, basta que esta nfo venha a ser perturbada. Caso se permita © artificio na educagio, entdo que seja apenas 0 do enrobuste- cer. Também, por isso, deve-se descartar a fralda. No entanto, se alguém quiser adotar alguma cautela, o mais apropriado seria utilizar uma espécie de caixa com correias por cima. Os italia- nos a usam, ¢ a chamam de arcuccio. A crianga fica sempre nessa caixa, ¢ ela é posta ali dentro também para amamentar. Desse modo, evita-se até que 0 corpo da mie, caso esta adormega du- rante a amamentagao a noite, possa comprimir a crianga e levi- -la 4 morte. Varias criangas perdem a vida dessa maneira. Essa precaucio, portanto, é melhor do que o uso de fraldas, pois as criangas tém mais liberdade e previnem-se contra m4-postura, visto que a fralda, em contrapartida, frequentemente deixa as criangas encurvadas. oplvo ossoar oy] BsEIq WO AID op OSepad um as OUNOD PILE v[9 ‘epepr ap sasaur sles sun seuode ap eSuen vuN op ogw eu wor opuenb :zip nvossnoy ‘eur NS] wrex9zy oy] onb ‘op -ua ‘gu0 o1dusas egy ‘opusiesd ¥j9 onb op oausureBeA sreur onb epure ‘oExoyos WOS ¥IES eSuRLO v ‘opraso assou opuENg “we -oyo op 9 313 ap opeprordes e wupquiea “WoA ‘oEsIA v Woo oun “soy so Woo wronos o ovU svIg “stop aaudyy y SUEYTIG op o8]e opuemgas ossip s20usau0d as Joasssod gy “somo sop sun sor{qo so 1nBupsip Wonosuoo ou seu ‘2n] ¥ stoaisuas oFs sep “ulaq reBioxud uroNFosuoo opU seSuvtio se ‘eprA op sosoul sen sonowid sou s1uourpeurrxorde ‘oposiod onounsd oN “9]op s1usweprdes seSodesap os wo opep|noy!p woa wequies odwoa win3ye sod apod ap assod wis aaaxso onb ap -uer8 onue 928 stog “puTUsa) eroUgSoI Esso opuenb opuss9110q" 08 Wequor sua ‘emavU OINUL OWIOD “LoNOdsep aruoUEIO: ENOU -vur 9p woes svja ‘onuoous nos oF PyUA opm anb vied saseq o1uowreweys nes oueNbuD “unSsy “9peprane wo vL-od vid sv5 -10 weayey SoyT anb 9s ‘zedeo 9 opus o1U98 seuode onb vjonbep ‘wl opuvid uressordxe ‘soi snos woo ‘se5uen0 se ‘sopipust® opios orduies sojasue snos onb op wropr ep se|-pumnasooesop 9p -uoyoad os opuenb ‘opsva srepy “nadurorios 9s onb o reredos ered seip woq sogsrund ror[de onyssooou 9 siodop onb esoueur 183 op eptdurozo9 9 jesnieu oxSisodsip ens svur ‘S>uIM2s09 ¥ 93 919391 0119009 WnYUSU uI93 OZU YpUTE OL1999p LSUELIO V “saummasoo snas so 2 o8sel ~09 nes 0 98-troduroo9 ‘epniuaanf estowitd vu sopipuodsass09 ‘gs soyoiideo snas so sopos ag ‘of-gzvy ap resUED as OFA SEU ~soun sejo “wip10d ‘wioa123 onb sowuext9p 9g “opeauoA ens se1GgOP wied pita ounur e198 srodop ‘soprpuodsa1ios opuas soyotideo se eibobepad © 51005 snos 194 8 epeuuNasoor efas ¥[a onb vasvq seyy “OLA OUTEqEE wn Jezijeor wo oso Wo1 EME eUNYUaH stog “so1133 snes sov ogSuaze ap as ogu oses oputsed weqvoe se[o ‘opel O:M0 Jog “91 -uowoqonbayy sreur wo seSueno sv anb woo svuode zey osst anb og “uiog op o8]e wozyy soy] anb wesuod “sei153 v weyuod ‘as se5ueno sv onb ofo] “019 seopeounq sazyy ered 9 sef-1pnoe vied wox109 opuenb ‘urssy ‘seiunf weSurp ‘svu-weliog ‘seu- -wreSeiqe ‘sejo vied ureqUueD “soovseUr so wrOZEF OUIOD wIIOUTU ep seSueiio sens wios umourIq suNUOD stossad se sIog “soxqou sop svduviio sv onb op sepeurttu sreur oxnut ogs suntu0s svossad sup seSueuo se anb ‘oprpida wos ‘azip 98-epod ‘o1999¢] ‘oquoureureyp nos oF W9A Opn anb ga Bjo opuenb sors snas sjod “eSueiio ep 02 oirawaronboy steur waredar as -uouidur01i09 osountad 0 Jas vUNaso9 oss] “sELUR sep OUITIISOD O 9 ows 4eI8 B EYUOd as oNb oFo] dn op o3]e 402vj No vO esd aequvo ‘eSucyo v sIpnoe [e1orpnfosd oan gz “odz9 nos op sosva so 9 seusoqur soured se Joyjour sajoaussap wSuEHD v ‘u9I0d ‘or <3 op o1oul Jog “sop 9p o¥Sesuas run sesneo soy Jod equon ‘er -oy]e 98 unrsse onb ‘onSues ap oxny © “winyuoU op Wearnysop ovu opuo ‘opus vp odioo o wexiap anb o¥oy ze onowyd o wer -dse seSueio sy “Ieanyes 9 Soy] OI o sepy “oH ov onb vied spSueyo v spisoasour os-opuaiaid ‘earoupur vjonbecy “opuess 9 -uo8 wo pie vINaUOD 9 OAfWIQA op UISUR Ze OduLTLQ o ON 98-94 seuryy “yo vad vy op vpeduryeq sas eSueno B [eu Zvy slog “HUGA aos wuINYUSH woI OBE IeTEqUID O SEA ‘oMMO O vIEd opEL Wn ap oytzos vSuyjeq 0519q 0 anb of-Funduse easeq “wySse !EpI09 eur uroo wS1A vu Wo o510q 0 waepuadsns soyq “sosoucdures sun3]e sod epeanyno & 9 o]-92¥y ap [foyy steur exroUBUT y uayequie 9p 0 9 ogd:onpa esrsud ep oaueurour ou ouIN3s09 ONO ‘Gebeonpy op suuepuny opal OwAISD——CSC~C~<~S~*~<“<~S*‘“‘<=S*« OS 36 Colego Textos Fundantes de Educac3o nos bragos. Ela de fato jé relaciona aqui um conceito de ofen- sa. Geralmente, os pais falam muito em dobrar a vontade das. criangas. Nao se deve dobrar sua vontade se esta ja nao tiver sido corrompida. Mas o primeiro corrompimento € esse, quan- do se cede A vontade despética das criangas de modo que pos- sam impor qualquer coisa pelo grito. Ainda, € extremamente dificil reparé-lo depois, e isso raramente seré logrado". Talvez seja possivel fazer com que a crianga se aquicte, mes ela acaba se aborrecendo e nutrindo ainda mais a ira interior. Assim ela € acostumada ao fingimento € As mogdes internas do animo. £ bem estranho, por exemplo, quando os pais exigem que as criangas beijem-Ihes as mios depois de Ihes darem com a vara. ento € a falsidade. Pois, Assim elas so acostumadas ao fin; de fato, a vara nao € um presente tao belo, pelo qual ainda se deva agradecer, ¢ pode-se, facilmente, imaginar com qual cora- So a crianga beija a mao em seguida. Para ensinar as criangas a caminhar, é comum o uso de faixa-guia e do andador. Mas curioso mesmo é que se preten- da ensinar-Ihe a andar, como se algum ser humano nfo tivesse aprendido a caminhar por falta de ligao. As faixas-guias, em par- ticular, so bem prejudiciais. Certa vez, um escritor se queixou da fai- do seu t6rax estreito, que atribufa tao somente ao us xa-guiia. Pois, ao pegar nas coisas e catar tudo do chao, a crian- a acaba por se apoiar com o t6rax na faixa-guia. Contudo, por ainda ser pouco rigido, © t6rax € achatado € conserva também essa forma depois. Com esses tipos de recursos auxiliares, as criangas também nao aprendem a andar com a mesma seguran- * CE Horstig, Soll man die Kinder schreien lasten? [Devese debcar as eriangas gri- tarem®| Gotha, 1798. Sobre a pedagogia E ga que teriam se tivessem aprendido sozinhas. O melhor é que as deixem engatinhar no chao, até que, aos poucos, comecem a andar por si mesmas. Por cautela, pode-se cobrir 0 chéo com mantas de ld para que no se machuquem com lascas de madei: ras, ¢ também para que no caiam com muita forga. De uma maneira geral, diz-se que criancas sofrem quedas muito fortes. Porém, a parte da impossibilidade disso, também no Ihes faz mal que caiam de vez em quando. Elas apenas aprendem a se equilibrar melhor ¢ a girar 0 corpo de modo que a queda nio Ihes cause dano. Costuma-se colocar nas criangas um chapéu forrado largo o suficiente para impedi-las de cair com 0 tosto no chil. Mas trata-se de educagio negativa se ins- trumentos artificiais forem empregados em ocasiées para as quais a crianea j4 dispde de instrumentos naturais. Aqui, as ferramentas naturais so as maos, que a crianga jé projetara a frente ao cait. Quanto mais ferramentas artificiais forem utiliza- das, tanto mais dependente de instrumentos o ser humano seri. No geral, seria melhor que de inicio fossem usados poucos instrumentos © que deixassem as criangas aprenderem mais por si mesmas; assim, elas teriam vontade de assimilar algumas coisas de maneira muito mais aprofundada. Desse modo, por exemplo, decerto seria possivel que a crianga aprendesse sozi- nha a escrever. Pois outrora alguém inventou a escrita, ¢ essa invengao também niio é to grandiosa assim. Quando a crianga quisesse pio, por exemplo, poderiamos dizer: “Também con- seguirias desenhé-lo?” A crianga desenharia, nto, uma figura oval. Depois poderiamos dizer-Ihe que agora nfo sabemos se aquilo representa um pao ou uma pedra; em seguida, ela ten- taria desenhar a letra P etc., e assim, com 0 tempo, a crianga soroasqsoy sieurue so enb orsta ‘ojduroxa 10d ‘siog “ojapour ow steusrur so meuron inbe joasssod efas ovu zoayea — sepidixo wo4o3 onb esoy sonbjenb wo weuroo seSueno sv onb— epuewop wuino ¥ ORSEIO! 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WOUIO as seSuEHO sv onb sypadurt seuode os-0A9p ‘opSvonpo en “sedi0j Sens Sep Osn 19z¥y ¥ apuasde ap epEps0gtT yes OpezfURTIO JOS tN v OA. be reprensas oy] 9p o1sodoud 0 ‘jeu0 -pepps ezornaeu ep o1sodosd 0 wepenuod 91e stod ‘syetorpnford sreur ou ogs 19d ussop sIEfoyae soalatsodsip so sopay, ‘oquourEy ETE 0 BEY anb eumbeur py opu mbe stod ‘opourgout vfos oy] vf ossi onb ep ~ure ‘oxdisod euin ossenuosus 9 etusout Is rod assrauoUriedxe o eSuero v anb wHOs soyfour Q ZosedesUOD o seUPULIIOp eLINBOS -uoo vossad jenb siog ‘osoStod oumun 9 w9qures Osst SEP “SoUOF sreur wrefos sojnosnu so onb wo ope] ou soFeLH osod wn 1e90]09 epafe op z9s ossopnd zoayen ‘sopeammous ureioosvu onb sjonby copesn equa o vounu onb w9ngye onb op voway stews onnu ‘o[- -ysn op sexiop or “press a19[09 asn anb vossad pum 9 ‘odio nas 0 uptiw vyintexa vSUvIIO ¥ ‘OIAt] VpEXIOP Ag “ods09 Op svUISIT 9 seusorxo soared sep o1uswiesuope o1ysso99U O82 © OULD spiny sop © onZuvs op ogszjnono ¥ o1uei wopoduir anb wo epipeur vu ‘Jeu o weawide seuode seur ‘soseo Sassou Epeu ure wepate ‘ogu sorsjoo onb 9s-nuqoosep ‘ogS1pnio apursd op soso SOLA Op SOdI0JS9 So]dq {JOZIP WIsse sod ‘epeouBUEIE ‘eaOJI0d -uit wuIOY ess9 11811109 op OFUr a1S]X9 OEU OND BIOg “opunw oF wo svSuvio seumnse stenb se wos SopEprUnrogap $P3290 BH ‘sonmo 10d sojoquyys sn9s 50 9sse9 -on vo onb vuwiseg stodop 9 ‘ourypaoaqe orrdord nos ereueAut ca eyboGepad & 31905 ‘opSeanpy op ssiuepuny so¥xe] 0853} Be 40 Colegio Textos Fundantes de Educagao ingerem poucos alimentos nutritivos, comer € uma atividade constante para eles. Mas ao ser humano é muito benéfico que cle coma sempre em determinados horirios. Assim, alguns pais querem que suas criangas consigam suportar frio intenso, mau cheiro, todo e qualquer barulho, ¢ coisas similares. S6 que isso no chega a ser necessirio se elas nao tiverem adcuirido habi- tos. E, para isso, € de grande auxflio que a crianga seja colocada em situagdes diversas. ‘Um Icito rigido para dormir é muito mais salutar do que um macio. No geral, uma educagao rigida serve bem ao forta- lecimento do corpo. Por educagio rigida, contudo, sntendemos apenas coibi¢o da comodidade. Nao faltam exemplos curiosos que confirmam essa afirmagio, s6 que estes nao 340 conside- rados ou, dito mais corretamente, ninguém intenciona fazé-lo. Quanto a formagio do animo, que de certa maneira tam- bém pode ser efetivamente chamada de fisica, deve-se, acima de tudo, atentar para que a disciplina nao seja servil. Antes, a crianga deve sempre sentir sua liberdade, mas de modo que mo obstrua a liberdade dos outros; dai ela precisar encontrar resisténcia. Alguns pais negam tudo as suas criangas, para assim exercitarem a paciéncia delas ¢, em seguida, exigem que s normalmente elas tenham mais paciéncia do que as crian possuem. 86 que isso é cruel. Dé 4 crianga tudo 0 que preste a cla, e depois Ihe diga: “Tens 0 suficiente!” Mas entao é absolu- tamente necessario que isso seja itrevogavel. Basta que nao se atente para os gritos das criangas € que ninguém ceda as suas vontades se clas quiserem forgar algo dessa forma, mas que seja dado as criangas aquilo que pegam com gentileza, caso isso Ihes preste. Assim, a crianga também seré acostumada a ser sincera, Sobre a pedagogia a ¢, em turno, uma vez que ninguém é importunado com seus gritos, todos também serao gentis com ela. A Providén ce de fato ter dado As criancas expressdes amigaveis para que pare- possam tirar proveito das gentes. Para dobrar a vontade propria, nada € mais prejudicial do que uma disciplina vexatéria, servil. E comum censurar as criangas: “Ei! Que vergonha! Isso nao se faz!” etc, Mas algo do tipo nao deve ocorrer na primeira edu- cacao. A crianga ainda nao tem nenhum conceito de vergonha, nem sobre 0 que seja apropriado; nao tem nada do que se en- vergonhar, néio deve fazé-lo, ¢ isso 36 a torna timida. Ela entao ter embarago na presenga de outras pessoas € vai preferir se esconde: Ela nao ousaré pedir mais nada, embora, a rigor, houvesse de poder fazé-lo; ocultaré seus sentimentos € parecera se portar sempre de modo diferente do que ela 6, ao invés de poder dizer - Disso resultarao reserva e uma prejudicial discrigio. tudo de maneira sincera. Ao invés de estar sempre perto dos pais, cla acabard por evita-los ¢ se langara aos bragos das com- placentes servigais domésticas. Porém, mimos e carinhos ininterruptos nfo séo nem um pouco melhores do que essa vexat6ria educagio. Eles corrobo- ram a crianga em sua vontade prépria, tornam a crianga falsa e, na medida em que tais coisas revelam uma fraqueza dos pais, é subtraido dos tiltimos o respeito necessirio aos olhos da crian- ga. Mas sea crianga é educada para que nao tente conseguir as coisas pelo grito, cla se tora livre sem ser insolente, se toma modesta sem ser timida. A rigor, o termo alemio “dreise” (“atre- vido”) deveria ser grafado “drdust”, pois deriva de “dréuen”, “drohen” (“ameagar”). Ninguém consegue tolerar bem uma pessoa atrevida. Algumas pessoas tm um semblante tao atre- ‘ouyiunjoa oauswTAcw op osn oF no or19dsa1 z1p ‘odz09 ov vt ~ugiaja1 wis “fas no “varsy ogSeonpe vu JeAsosqo Os v [INDY +s ved SOIUSUINNSUY FIUSAU! NO RAPUDAU! o1USWIOIUE!OIFNS 9 vSUELO vudosd v ‘ores op foxSnnsu! ronbox osst ‘ore: og “yeunaeu op qeq ¥ epeanqno vfas onb svuade 9 arusuodur G “epeu os ise ‘sopui se Woo sey[eqen ogIUD tasoy “IepeU BIEd eITESso00 a smonoo odisod & wo1 os Wisse @ ‘vont g ‘sp: ved wpLgop 398 ‘eaop vSoqvo v ‘eo0q BU SNIUD oEU ENSY v anb Ed ‘9 ‘one o bred ‘ga sod so ‘wurjour 9s oy ‘oa0 0 reyuedy anbsng ogwy “ene ep woy onby v5aquo v sousw! ov ‘9d op opueaso ‘Jenb ou 093399 un we odo WN amo Ox19q] “OYUIZos Of-epuarde Op j!oHJ wIOU ypesie of) sos opeplane eur PUUN voIpU! 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Para isso, sdo necessarias forca, habilidade, agilidade, seguranga; por exemplo, para que ela consiga passar por caminhos estreitos, por elevagdes ingremes onde se veja um abismo a frente, por solos instéveis. Se um ser humano nao consegue faé-lo, entéo ele também nao € tudo aquilo que poderia ser. Desde que 0 Instituto Philanthropinum em Dessau avangou nisso com seu exemplo, também sio feitas vari s experiéncias dessa espé- cie com criangas em outros institutos. Muito admira ler sobre © modo como 05 sufgos j4 se acostumam desde a juventude a escalar montanhas, € sobre a aptidio que isso os faz adqu de maneira que conseguem passar com plena seguranga pelas mais estreitas veredas, ¢, ao saltarem das fendas, jf sabem, de- pois de medir a distancia com a vista, que chegarao a salvo do n, outro lado. Mas a maioria das pessoas teme uma queda imagi- néria, € esse temor, por assim dizer, paralisa os membros, de modo que, mais tarde, tal caminhada, para eles, fica associada a perigos. Em geral, esse temor aumenta junto com a idade, € considera-se que ele seja comum, principalmente, a homens que trabalham muito com a cabeca. Na realidade, tais experimentos com criangas nao sao muito perigosos. Pois, proporcionalmente as suas forgas, as criangas tém um peso muito menor do que as demais pessoas, € suas quedas, portanto, também nao sao tio graves. Ademais, scus ‘ossos também nao sao to frigeis ¢ quebradigos como os de alguém de idade avangada. As criangas fazem elas mesmas ex- perimentos com as suas forcas. Assim, por exemplo, vemos fre- quentemente como sobem em coisas sem que tenham algum Sobre 2 pedagogia_ 45 intuito ao fazé-lo. Caminhar é um movimento saudével © que fortalece © corpo. Saltar, levantar ¢ cartegar pesos, atividades com funda, lancamentos ao alvo, a luta, participar de corridas todos os exercicios desse tipo s40 muito bons. Para criangas de fato, ainda parece ser cedo para praticar dancas, uma vez que isso € da ordem do artistico. Langamentos, tanto a distancia quanto ao alvo, também tém comointuito exercitar os sentidos, em especial a vista. O jogo de bola é uma das melhores brincadciras de crianga, por- que também junta a corrida saudavel. No geral, as melhores brincadeiras so aquelas que conjugam os exereicios da habi- lidade com exercicios dos sentidos; por exemplo, exercitar a vista para estimar corretamente a largura, a grandeza e a propor- cao, para situar as localidades na respectiva regio do mundo, a0 qual 0 Sol deve ser titil ete. ‘Todos esses so bons exereicios. Assim, também € bem vantajosa a imaginagao local, pela qual se entende a aptidio de representar todas as coisas nos lugares em que foram de fato vistas — por exemplo, 0 divertimento de encontrar um caminho que permita sair da floresta, tomando nota das arvores pelas quais se passou antes. O mesmo vale para a memoria localis, pela qual a pessoa sabe, por exemplo, nao apenas em qual livro ela leu algo, mas também em qual parte dele a passagem se encontra. Assim, 0 miisico sabe de cabega onde esto as teclas, de modo que nao precisa mais procuré-las. © cultivo da escuta das criangas € igualmente necessério, para que saibam, dessa maneira, se algo se encontra distante ou pr6- ximo, ¢ em qual lado. A brincadeira infantil da cabra-cega era conhecida ja entre 08 gregos, que a chamavam de jwivsa. Em geral, brincadeiras vsiaip o]-pus0) BLopod wn sonbyenb g jf tied 9 wus ered a3 -uaroyjns o apuesd 9 opunur o ‘eurue opeareu IwA,, seUNII0d wy oy] v oduisa woq win eressed anb eosour eum sus ossepnd onb vied yjouel e opunqe Zp AqoL “Mpunys weussi4, we swonno ered wquina seu ‘eursow v ered seuode ogu a1ustoyns o apuEsS 198 2Aop opunU idosd 1s © jenb eu ‘opepoisos eu opurnb seuade osst anb os ‘v: sod rajoauiosap as vj9 onb exed ‘oruswOp ossou 0 9 opepyOH -edns vssou v o1nus eqoored onb wes uigqure spur ‘osuoq! srew epure opowr ap sezonbey sens st suas wSuey9 v 10Z0j OP sours ‘osvo OWNIN ON “eSUEHO vp sUSUTZOdWY OpSuNso1d NO aoooe:d vinasoduios anb op [aajs{r stout 9 EpyN| “OpusuoA ens reoaqeaesd s0zvy soronb op eISp & SYI-¥1I090 ‘opE] ONO Jod ‘sienb sojad ogi no ‘epequvor 9 epruija ousor os seuode v9 stenb sojed o1009p op somsoueo sopeursus urefos oy op onb 9]9 OATES & steur oaUE: “wITOUEUT w eI BoBEpSA e BIG0S WW. essop Oprseisnqosus 9 opro9[tazog 303 odio9 nos sivu ovueNE> stog ‘ourn[n o1sodord wio9 9 oaynqur uroo exleproursg 198 9p WO seu ‘enoproung woul op Teen os SAap ou WgquIEI ‘oAnOWT asso od aiuaureasnf inbe seur ‘opsednoo s1usupunied y ‘opowx ossop ‘opruInsode 9 99 ‘OSSIP WIDTY “SfEUE SESIOD sEsINO Op Insts -op e spuside wigquii 9]9 “soonod sor “wsse 2 ‘sopEpIsss99Ux svino © ¥IUNUe! 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Nao devemos nos tornar importunos uns a0s outros; 0 mundo é grande 0 suficiente para todos nés. Agora, chegamos & cultura da alma, a qual, em certa medida, também pode ser chamada de fisica. Mas deve-se distinguir en- tre natureza ¢ liberdade. Dar leis liberdade é algo totalmente diferente de dar formagao a natureza. De fato, a natureza do corpo ¢ a natureza da alma concordam em que, na sua formagio muicua, 0 que se busca é prevenir contra algum corrompimen- to, € em que a arte, entio, ainda acrescenta algo, tanto Aquela quanto a esta. De certo modo, portanto, pode-se chamar de fisi- ca tanto a formagao da alma como a formagio do corpo. ‘Mas essa formagao fisica do es macao moral pelo fato de esta ter a liberdade em vista, ao passo que a outra se volta A natureza. Um ser humano pode ser muito cultivado fisicamente, pode ter um espirito bem formado, mas ito distingue-se da sua for~ ao mesmo tempo ser mal cultivado moralmente, até mesmo. uma criatura ma. A culcura fisica, contudo, tem de ser distinguida da prética, sendo a tiltima pragmdtica ou moral. No Ultimo caso, trata-se de moralizacio, nao de cultivagio. Dividimos a cultura fisica do espirito em cultura fisica /ivre e cultura fisica escoldstica. A ore 6, por assim dizer, apenas brin- cadeira; a esco/dstica, em contrapartida, consiste em uma tarefa. A livre é a que sempre deve ser observada junto ao pupilo; na escoldstica, porém, o pupilo € considerado como sob coagao. E possivel estar ocupado na brincadeira; isso se chama estar ocu- sobre a pedagogia 49 pado no lazer. Mas também € possivel estar ocupado na coagio, ¢ isso sc chama trabalhat. Para a crianga, a formagio escolastica deve ser trabalho; a livre, brincadeira. Para descobrir qual método seria o melhor na educagio, 0 que também € muito louv4vel, foram projetados diferentes pla- nos educacionais. Entre outras coisas, ocorreu também a ideia de deixar que as criancas aprendessem tudo como em uma brincadeira. Em um volume do periédico Gértingisches Magazin, Lichtenberg se debruga sobre a ilustio de pretender que os me- ninos ~ 0s quais deveriam ser acostumados logo cedo a realizar tarefas porque um dia ingressardo em uma vida voltada as me: mas ~ fagam tudo como em uma brincadeira. Isso tem um efeito totalmente contrério. A crianga deve brincar, deve ter horas de descanso, mas também deve aprender a trabalhar. Gertamente, a cultura da sua habilidade também € to boa como a cultura do espfrito, mas ambas as espécies de cultura tém de ser exer citadas em horirios diferentes. I jé uma particular infelicidade para o ser humano 0 fato de ele ser tao inclinado a inatividade. ‘Quanto mais um ser humano tiver mandriado, tanto mais difi- cilmente ele optard por trabalhar. No trabalho, a ocupagao nao é agradavel em si mesma; an- tes, ela € empreendida com outro intuito. Na brincadeira, em contrapartida, a ocupagio é agradavel por si, sem intencionar propésito nenhum além desse. Quando se vai passear, o intuito €0 proprio passear, ¢, assim, quanto mais longa for a caminha- da, tanto mais agradavel ela serd para nés. Mas, se caminhamos para algum lugar, o intuito do nosso caminhar é a companhia de quem se encontre no local, ou entao alguma outra coisa, ¢ preferimos escolher o caminho mais curto. Também € assim engossoid vinaino zat] esq “seNoNTEd 0 @ [EIN 0 ana oNoUsA, 0 s9pusasduros ap opepioedeo v 9 ovzey “iejnonmed or [e108 op oxSvorde & 9 ozinf op opepmnory “TEI op o1ssurS9yI0D © 9 c1usuipusiug ‘euIsouL y eprossl98 JoIA OBU ozINt op epepino “2 ¥ 98 saotoared suind v vaay apepisonaundsg “soxsop anred & wiog 9p oe sznpord wiessod somno onb exed steyorur umd -ouvs ‘opeiswise op epeu siuuredord sezyqear uressod ogu aonb epur Sonpssagat ong “OATA OoFxg| UMN 9 ‘OEIID ‘UNISSE WHpNs[y “orUSUT 1enb so ‘ossvused op vases op soung sojonbe woquiea -13jnf op opepinovy eumnyuou enssod ogu sew ‘euQWOW PInUE yuo onb ouvumy 195 un op oseD ou ‘o[dusoxs 10d ‘1s sod 91 -uowros 10]eA WNYUSU WIE) OEU sorOLeJUT sopeplnozy sy “onusumpusqus op Joxd wo epeanino seuody 9 og5eu;3eurr v opuenb ‘ojdusaxo sod isenno se oxSvjor ur aIuoUOs vas o sejop eum epED onb seur ‘5 10d sauowiepejos! epearjno Jos op eyUSI OMNUE Op apEPIND -4y eunyusU onb 9 Jediourd vsor x My -orsuNpusaUe oF vjougIajo1 Wood ‘ojdusoxe 30d ‘epeprsoniisidse & ‘soropiedns sv viougrojor woo stuode svur ‘oauawEayered sepeanyno osduros ous soronogur sy “sosolodns sopepinovy sy spus99U09 op wo ja s081 y “HperBord & asdwiss yaso eID oNb swasosqo 28-04 -9p ‘ouruy op sapepfnory sep vinayno say] y ORSPIOI Woy [Jaros 19s aap ¥19 osst sod WOU svur ‘oSz0o vp Wopso Ep 198 9p Usd] OESEONpe Vy “seduRLO sep oxduosipur » atusumpelseuop sypeUNUNE Ze 9s oss! “visodso wos weoy oxu ,Zoinbe anb wed g gosst anb wseg,, seainszod sens 58 98 ‘[e103 opour un 9¢] “ossIp o1r9A01d spuess o y19929 szod vj many ou ‘oES¥O9 essap apepytin O80, ypusosduioo ovu vSuvno v anb epury “reqjeqen ered e10y 393 9p woquiea euisoul 8 spun esUEOSOp ered BIOY J03 BAVC] “PHOPEOUIEG OUIOD opna se8soxuo & eSuELO & reuMasooR [rOIpnfosd oUsWEUIONXS 4 “oR5v09 ep Waps0 vp BINAIHO vUIN 9 EJODS> V {E[o9se vu CLUES epeanno s9s op vy ONTEqEN oF OESeUNJOUT v epuS | FeyTEGuN & ppeuinisooe 198 op wo ‘orurarod ‘eSueHo y “oupeqnsao sode woa anb 09 ‘owsour 0 eied ‘osunosop 1oYpeur o 9 ‘o|-;UEs B OnFOYD ovu aja anb opow [ea ap “vista wio w93 anb ousodord ov epuod -souo onb warouvuy eum op opednoo 198 eaep ouRWINY 395 O ~rerunts opsenais eum ura svossod senno 8 psy ouro9 [ea ‘sop-vinai01 Jod opequow vLI03 DIUSUTEND 0131 -ezainieu ep ¥29[9q ¥ OpuL|durozu0D 9 soorpyose SoIUED OpULor -uo “sorunf soprauas zeoyy op WTe ITE EPEU O19J WEIN OU S]e ‘osyered ou opiooupuiiad wossoan bag 9 OEpY 2s ‘onb Op eIOPL E 9 wpeooambe ouawyensiy ov5voo vare9 wanbyduy onb seonbe oursour ‘svjorea epuvwop oUKUINY 19 0 siod ‘s2uoUTEARESOU vptpuodsox 198 oAop o1sd9ap “EY]EGEA op soWessara OB >Nb opour ap ‘o1uosd pf opm sourossynucsus onb woo 0119 P93 oguas ‘opma op opracid 302 sou op eHaAvY oBU ‘vIoUg;oAeUDq joreur ura ‘ngo 0 98 opisanb y “sogSeredaad seuya sod zessud pAdp o]9 ‘oauoasns nds Op BISIA WD OB[e Op sn4y Jopod op saa -uy “eyyeqen ep wor onb yeurue ooTUN Oo 9 oUBUNY 39S G FEY -equn v wepuoide svSuero se onb efoupzsodwy soreur ep gf “soduraressed somno woo Wigi9NUD 9s s2I2 seu ‘ned ap SoTEATO wo seBjeavo v wanZoyp somnpe so anb oBNY gseSuLLsD sep eIOG 9p eifsprourg e onb op soyjour vs oFof asso o1oadse jenb we sfog “o1U0WT!OF OF] eSUELD 10s ep EXIOP OEY OUBLINY 198 0 anb {njouoo 2s ossicy “seusvo Iwyperequio red 9 ‘ory v sexOY Ore: ogu ‘sopesuos sooouruod ered somesui9s suswioY op oZdisodstp v 94 a8 opuenb Jeuorsdsoxe oxy Op gz “SkILD 9p SOHOf so WOS eiBobepad & 5190S tines teecmenonean deSeanpa ap SwepuAG SONG] OFSSIOD os 52 Colegio Textos Fundantes de Educagéo em seu curso desde a infancia, até o momento em que o jovem recebe dispensa da educagao. Se um jovemn, por exemple, fizer referéncia a uma regra geral, poderfamos citar casos da histéria, fabulas em que essa regra esteja disfargada, passagens de poe- mas em que cla j4 seja expressa, ¢ assim dar-lhe ocasido para exercitar sua espirituosidade, sua meméria ete. A méxima “santum scimus, quantum memoria tenemus” (“sa~ bemos tanto quanto retemos na meméria”) decerto tem sua corregio ¢, por isso, a cultura da memaéria € muito necesséria. “Todas as coisas so constituidas de modo que o entendimento suceda as impresses sensiveis, € que a meméria tenha de reté- -las. Assim ocorre &s linguas, por exemplo. Pode-se aprendé-las ‘ou por meio do memorizar convencional, ou entio mediante ‘a convivéncia, € esta tiltima é 0 melhor método em relagao as Kinguas vivas. Aprender vocabulirio é de fato necessario, mas 0 melhor € deixar 0 jovem aprender as palavras usadas pelo au- tor que lemos junto com ele. A juventude precisa ter sua carga de tarefas, certa ¢ determinada. Assim, geografia se aprende da melhor mancira também por meio de certo mecanismo. A meméria, sobretudo, adora esse mecanismo, ¢ ele € bem stil também em uma série de casos. Para a histéria, ainda nao foi inventado até agora nenhum mecanismo bem apropriado; bus- cou-se utilizar tabelas, mas parece que mesmo com estas nJo foram obtidos resultados satisfatérios. Mas a historia é um ex- celente meio de exercitar 0 entendimento no julgamento. O memorizar é muito necessario, mas nao tem serventia como mero exercicio; por exemplo, fazer com que decorem discursos. Na melhor das hipéteses, ele ajuda a promover 0 atrevimento, © 0 declamar, ademais, é coisa apenas para homens. A isso per Sobre a pedagogia 53 tence também tudo que se aprenda somente para um exame futuro, ou em vista de futuram oblivionem (do “esquecimento futuro”). A meméria tem de ser ocupada apenas com aquelas coisas que, para nés, convenham ser recordadas € que tenham relagdo com a vida real. O mais prejudicial é a leitura de roman- ces pelas criangas, pois estas no fazem nenhum uso disso além do entretimento que essa leitura Ihes oferece no momento. Let romances débilita a meméria. Pois seria risivel pretender de- corar romances ¢ reconté-los a outrem. Por isso, todo romance deve ser tomado das mios da criangas. Ao Ié-los, elas criam para si um novo romance dentro do romance, pois lucubram como as circunstancias seriam em um desenvolvimento distinto, e, dispersas, no saem do lugar. Distragdes nao devem ser toleradas, nunca, muito menos na escola, pois clas acabam por trazer certa inclinagio, certo costume. Em uma crianga entregue A distragao, séo arruinados mesmo 05 mais belos talentos. Embora se distraiam durante 0 divertimento, elas tornam a se concentrar logo em seguida; mais comum vé-las distraidas quando tém graves travessuras ‘em mente, pois entao refletem sobre como poderiam encober- té-las ou repara-las. Nesses casos, elas escutam pela metade, respondem mal, nao sabem o que leem etc. A meméria tem de ser cultivada cedo, mas, a0 mesmo tem- po, paralelamente, também € preciso cultivar 0 entendimento. A meméria é cultivada 1) mediante a retengao dos nomes em narrativas; 2) por meio da leitura da escrita; mas esta tem de ser praticada de cabeca € nao por ditados; 3) por meio do estudo de linguas, ensinadas as criangas primeiro pela escuta, antes que ainda tenham de ler algo. Depois, uma obra como

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