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a PROF. MARCELO CEDRO [= Wistoviografa da Historia da Ate — PLATAO ‘© Segundo Piatéo, © MUNDO SENSIVEL (dos cinco sentdos) & da imperteicSo, da iusdo, da especulagao. Enquanto que o MUNDO INTELIGIVEL é 0 da verdade, das ideias, do conhecimento, Sax formas inteligiveise perfetas, dos conceitos, das certezas. A arte, considerada para ele uma técnica, um ofcioe uma habiidade integrava o mundo sensivel, sendo, portant a forma imperteta € inferior de materiaizar a ideia, o mundo inteligivel © Criagao mental demitirgica (plasmar a ideia @ partir de um suposto modelo ideal e copié-lo ‘em sua aparéncia) = conhecimento da verdade e da realidade; © Aildeia, ao se materializar, perdia muito a sua plenitude e esséncia. A obra de arte deve ‘apresentar conexo entre 0 belo, 0 bom e 0 verdadeiro. A esséncia do belo seria identificada com valores morais insttuidos; © Mimesis: imitago da natureza; néio no mero sentido de copi-la, mas para atingir aquela nratureza ideal como produto da ago humana; MEDIEVO: Ideal estético (conhecimento biblico aplicado na arte}; fungdo pedagégica; artista = artesto, oficio; RENASCENCA: ideal classico; separagao entre artista e artesdo; pintura como ciéncia (Leonardo da Vine); tratados sobre arte (Albert); JOHANN JOACHIM WINCKELMANN (1717-1768) . Historiador alemdo; (Alta SaxOnia); Século XVII lluminismo; . ‘Aparecimento dos museus, da critica de arte e da estetica; . Disciplina como teoria do conhecimento, desvinculando-se das tradicionais hierarquias entre razo e sensiblidade de origem platonica, . “Historia da arte da Antiguidade" (1764): abandono de crtérios normativos classicos e institu critica do conhecimento, ¢ autonomizando a historia, da arte como cisciplina;(razéo pura de Kant): ‘© Arte= concretizar 0 projeto de modemnidade; arte como meio de produzir um mundo melhor, conhecimento objetivo em detrimento do julgamento estético © Gonio artistico opde-se & nogdo de imitago da natureza (ruptura com critérios normativos das acaderias humanistas) ROMANTISMO (séc. XIX) Nogdo de obra de arte absolut; experimentar a transcendéncia: reduzir a obra de arte a uma ideia: termos metafiscos; tomada de posic8o subjetiva; Museus: espacos da arte; sacralizagdo de objelos, cassicagées, hirarquiase estos, HEGEL: obras como maniestagao da cilizagao, ideas elevados e inatingveis: Ideal romantico: o que deveria ser, arte se preocupa com questGes Imaterais © transcendentais “Os roménticos produziram uma verdadeira revolugdo epistemolégica a0 conceberem que o homem é dotado de faculdades de conhecimento, porsm proporcionais a3 suas necessidades ¢ ambigdes motafisicas. A razSo se constiui como uma das faculdades do espinto' (KERN, 2004, p 3) A evolugao da arte em diregao a um fim que Ihe & proprio e que transcende a personaldade inavidval do artista e o context social Destino da arte: guar a humanidade na evolugdo historica; projeto de integrar natureza ¢ espit, ‘Sacraizagio da arte @ dos artistas = GENIOS VISIBILIDADE PURA: valorizagao da forma Heinrich Wofflin (1864-1945): Escola de Viena; © Crenga na autonomia da arte e a concretizagdo progressiva do absoluto na forma; PROF. MARCELO CEDRO © A forma ¢ independente de fendmenos extemos = historia da arte @ a histéria das ‘formas e da beleza nelas contidas; 0 desenho, a cor e a luz sao elementos que auxiliam naa classificarao de estilos; ‘© ‘Renascimento e barroco” (1889): conceitos formais que delimitam os dois estilos, estuda o estilo de uma escola, de um pals e do artista; ‘© ‘Conceitos fundamentals em historia da arte” (1916): objetivo da historia da arte é descobrir a lei natural que opera as transformagdes em arte, Utiizago de conceltos fundamentais quanto a forma: linear e pictérico; planar e recessional; forma fechada e forma aberta; multipicidade © unidade etc. Ex. arte renascentista apresenta conceltos de linear (nitido delineamento das figuras), planar, forma fechada, ‘multplcidade, simetria e equlibrio. Enquanto que a arte barroca passa por ideias opostas: pictorico {irmpreciséo de cores e contornas), recessional, forma aberta, unidade, assimetria, movimento. Linearidade de estilos: decadéncia precedente e inovagdo dos estilos insurgentes; ‘comparagao e confronto de estilos; avango x decadéncia, Alois Rieg! (1858-1908) / Escola de Viena ‘© Busca formalista de grandes padres de representagdo © expressio tipicas de cada periodo ou realidade soci '* Modelo explicativo totalizante que busca realizar andlise serial de artistas inscritos fem um contexto sécio-historico geral, cuja produgdo atistica é reproduzida mecanicamente a partir dos padrées estéticos e visSes de mundo de uma epoca; '* Buscar grandes chaves explicativas que possam caracterizar a produgio artistica de um estilo ou periodo; (* Historia da arte @ a histéria geral da cultura? ‘© Modo de pensar de uma época; cultura de uma época; visdo de mund ‘comum a todas as expressdes artisticas de uma époce, territrio Wofflin @ Riegl: nogo de progresso; conceito positvista de verdade, considerar como fontes os documentos oficiais; a obra de arte limitava-se a ser considerada um registro da ‘ivilzagao; trabalhada na forma de reliquias; ERVIN PANOFSKY (1892-1968) ‘© Historiador de arte aleméo, ascendéncia judaica; radicou nos EUA; Registros humanos: signos e significados; Historia da arte como disciplina humanistica: Signos expressam ideias (significados); ‘* Humanista ¢ um historiador, “Os signos e estruturas do homem so registros na medida em que expressam ideias (...) estes registros tem, portanto a qualidade de emergir da corrente do tempo, e é precisamente neste sentido ‘que sao estudados pelo humanista. Este 6, fundamentalmente, um historlador” (p.24). ‘© Valor humanista: valor duradouro da dignidade humana; © Historia da arte: decodificar registros (signos) e interpreta-ios (significados), Historiador da arte; “é um humanista, cujo material consiste nos registros que nos chegaram sob @ forma de obras de arte” (p.30), Arte = possibilta sempre experiéncia estética; Inteneao: transmitir um concelto, veiculo de comunicacao (poema, pintura); Utlidade: uma fungo a ser preenchida (objetos, timulos, aquedutos, edificagdes); ‘Arte (pode transmitir ambas as coisas) = inguagem, comunicagéo, inteng&o e utiidade; ICONOGRAFIA: estudo do tema; ICONOLOGIA: estudo do significado; compreender as representarbes simbdlicas; ‘ABY WARBURG (1866-1929) Contemporaneo de Woflin e dos historiadores da arte de Viena; PROF. MARCELO CEDRO ‘Opée-se a0 formalismo e ao positivismo, propondo estudos interdisciplinares: "RelagSes entre experiéncias individuals ¢ sistemas simbGlicos vinculados as tradigbes culturais, dentre as quais a arte é um meio de expresso" (KERN, 2004, p.). ‘Trabalha com continuidades e permanéncias e no considera rupturas de estios; ‘Amplia o método iconolégico de Panofsky; ndo se limita apenas aos simbolos e alegorias; Historia social da arte: ex. a0 estudar 0 renascimento, trabalha o objeto artistico, a rama de relagées entre os mecenas e aftistas e a fungdo social da obra naquela época; redes culturais, ‘construidas nos centros econémicos, mentalidade dos artifices, artistas e lentes, identidade social e colecionadores; Estilo e génio no so gragas divinas, mas resultantes de uma energia consciente © da vvontade social; Relacionar imagens e documentos escrtos, interrogar as obras, no somente do ponto de vista formal, mas também de seus sentidos e fungBes; ‘TRADIGAO MARXISTA Aponta as interseg6es entre realidade material e arte na medida em que o artista ¢ um sujeito historico que se utiliza de sua criaco para descrever as contradigBes do contexto estrutural rho qual se inscreve, inclusive propondo alternativas de mudanga social Nesse sentido, Lukacs (1965, p.13) assinala que Os principios gerais da estética © da Historia manista da Literatura encontram-se, pois, na doutrina do materialismo histérica. S6 a partir do rmaterialismo historico podem ser compreendidas a génese da arte e da Literatura, as leis do seu desenvolvimento, as suas transformagbes, as, linhas de ascensio e queda no interior do processo do conjunto, Percebe-se assim, no pensamento marxista, 0 vinculo da arte com a ideia de totalidade social, isto €, as condicbes materiais de dado contexto histérico-social afetam a produgéo aristica cujos autores exercem papel social ativo ac se inscreveram aquela realidade mediante pensamento reacionétio, critica ou transformador. ‘Arnold Hauser (1892-1978), historiador de arte de origem hungara; Sociologia da arte /“Historia social da arte e da lteratura’(1954) ERNST GOMBRICH (1909-2001) ‘© Historiador austriaco de pai advogado e mée pianista; ‘© Cursou Historia da Arte na Universidade de Viena; ‘© Na universidade, formou-se na tradicéo clentifica da arte e rigor dos estilos; ‘© Viajou para Beriim para assistir aulas de Heinrich Wolfin, mas decepcionou-se diante de sua andlise da forma e da visibilidade pura; mesmo assim, sua obra tem certa influéncia do renomado historiador alemao, Concluiu 0 doutorado em 1933, Em 1936 fol para Londres trabalhar como pesquisador no Instituto Warburg, onde foi professor, ‘tendo em vista sua incorporago a Universidade de Londres; © Tomou-se amigo do fliésofo Karl Popper, cujo pensamento iia influenciar bastante Gombrich, no sentido de combater concepcSes fechadas e dogmaticas no campo da arte, sobretudo, o pensamento derivado do idealismo alemao ‘© Publicou Historia da Arte (1950), 0 livro fo! encomendado por uma editora, despretensiosamente voltado para pablico jovem; tomou:-se referéncia académica; ‘© Arle e ilustio (1960): estudo de psicologia da representacSo pict6rica através das identidades de expresso gestual, do movimento ou da perspectiva ‘© Criticas a historia social da arte (Amold Hauser) ao fazer uso do materialismo dialético na sociologia da arte; '* Lutou contra modismos na teoria da arte; '* _Integrante de uma gerago de estudiosos de arte como Panofsky, N. Pevsner; Objetivo de sua vida académica segundo ele mesmo: ‘Nunca pretendi formar uma escola ou ropagar um ismo em meus estudos. Mas fazer a pergunta sobre 0 porqué de uma obra de arte e, PROF. MARCELO CEDRO muito particularmente, a de por que, ao longo da histéria, durante diferentes épocas, estilos e lugares, representou-se a realidade de manelras t&o completamente distintas" NOVA HISTORIA DA ARTE Georges Didi Huberman (1953-..); histonador francés; professor da Escola de Altos Estudos Sociais de Paris; * Histéria individual do artista inscrto no contexto sécio-histrico espectio: ® Psicanalise, fenomenoiogia: Critica as esquematizacées formalistas e também ao método icondlogo de Panofsky (as criticas @ este Ultimo se orientavam por acuse-lo em reduzir a um dico denominador cultural © Contextual todos os signos, simbolos e temas de um periodo estético a ser examinado. Também crtica 0 método iconolégico ao pontuar que ele pretende esgotar todas as possibiidades de interpretagdo da imagem através dos significados simbdlicos da imagem); Michael Baxandall (1933-2008); historiador de arte gales * Obra de arte transita em varias épocas; nao reconstitulmos absolutamente 0 significado da produgdo artistica proposta pelo seu autor. mas as interpretagbes € narrativas atribuidas a ela através dos tempos, © ‘Othar renascente” (1972); “Padres de intengo" (1985); “Sombra e Luzes" (1997) ‘© Metodologia: estabelecer relacto entre a produgdo do objeto artistico e as suas circunstancias; A crlagao artistica, a narrativa, a ficgdo, a poesia e os relatos memorialistas despertaram atengoes do olhar académico, sobretudo apés a década de 1960, com 0 propésito de analisar as representagbes, os discursos e as vozes de diferentes atores socias. ANNALES / NOVA HISTORIA Estudo das mentaldades;imegindso: DECADA 1960: Interesse maior da Historia pela visualdade: Ampliagzo do conceito de fonte histériea; Didlogo com Cigncias Socias: conceber fonts, métodos @ abordagens mais abrangentes Paul Veyne (nisteria x teora social). Redugto da idea de totalidade: Embora haja uma grande discuss&o sobre a possibilidade ou nao de autonomia da historia da arte, admitingo-se que 0 documento visual é tratado como fonte esctta (ULPIANO MENESES 2003), Desde enlao, mais do que descrever ou contestar © mundo real tido como tinico @ verdadeio, 0 sujeto iteraro consti representagbes sociaistraduzidas em crbnicas, poesias & Tomances, a partir do conhecimento e da trajetéria que acumulouintemamente em seu campo. No Brasil Revises historiogréficas recentes e ainda limitadas; Pequena tradiga0 da disciplina; (Quase inexisténcia de formagao sistematizada universitaria e de estudos publicados nesse ambito, (Rodrigo Vivas): Campo auténomo? A Histéria enquanto disciplina parece rejeltar a autonomia da Histéria da Arte. Congressos especificos de arte separados, salvo excegées, dos tencontros da ANPUH; inclusive, ha a proposta de se institvir curso de graduagéo em historia da arte no Brasil, rejettada pela ANPUH: Historia da Arte oferecida como cisciplina nos cursos de histéria, publcidade, jomalismo, arquitetura, turismo, artes visuais. (Jorge Col: Desde a criagao da primeira universidade brasileira nos anos 1930, ninguém cogitou criar um departamento autdnomo de Histéria da Arte, Historia da Arte 6 classificada nas clmensées tedricas, estéticas, crticas e de praticas artistcas. Referencias, COLI, Jorge. O que é arte. SP: Brasiiense, KERN, Maria Lucia Bastos. Historiografia da arte: revisdo e refiexdes face @ arte contemporénea, XXIV Goloquio CBHA, Belo Horizonte, 2004, VIVAS, Rodrigo, O que queremos dizer quando falamos em Histéria da Arte no Brasil? Revista CientificalFAP, Curitba, v8, p.94-114,jul/dez. 2011,

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