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OROGENESES PRECEDENDO E TAFROGENESES SUCEDENDO RODINIA NA AMERICA DO SUL B.B.Brito Neves'; M.Winge’, M.A Cameis PALAVRAS-CHAVE: Uruacuano, Espinhago, Rodinia, orogenias, craton. BRITO NEVES, BB. et al. (1996) Orogéneses precedendo e tafrogéneses sucedendo Rodinia na “América do Sal. BoLIG-USP, Sér.Clenr.,27:1-40 RESUMO. Evidéncias de uma colagem orogénica de amplitude mundial, como a de Grenville, tém sido apontadas na América do Sul, ao longo do embasamento andino, da Colémbia ao noroeste argentino, e ainda na fronteira Brasil-Bolivia (sudoeste do Craton Amazénico). ‘Alguns novos dados geolégicns ¢ geocronoldgices, inclusive de teses ainda inélitas, ‘ea revisto do acervo de dados preexistentes sugerem para o interior de noss9 continente a acorréncia de ‘um processo colisional importante, e de outros eventos subordinados (no Macigo Central Goids-To- cantins, na parte central do Craton do Sao Francisco) no mesnno intervalo de tempo - periodo Ectasiano em tomo de 1300 Ma). Os sitios preferenciais (mas nio exclusives) para estes processos de convergén- ‘ia, colisto e transpressdo foram aqueles dos riftes e bacias gerados na tafrogénese do Estateriano (1800- 11600 Ma), no final do Paleoproterozéico. “Tais processos de orogénese, que haviam sido preliminarmente designados de “Uruaguano” (Brasil Central) e “Espinhago” (Bahia e Minas Gerais), sob muitas imprecistes da époce, cestdo agora sendo ratificados e reconhecides como parte de um amplo contexto de interacio convergente {de placas e subplacas litosféricas, responsivel por importante retrabalhamento de rochas do embasamen- to (rochas do Paleoproterozsico sobretudo) ¢ a edificagdo de orégenos, com uma fase sigificativa pés- ddeformacional de erosdo no Mesoproterazéico (com extensao no tempo ao Neoproteroz6ico), a qual pre- cede francamenteo ciclo orogénico subsequente (Brasiliano) ‘Neste trabalho estes processos orogenéticos da segunda metade do mesoprotero- ‘zhico esto sendo reconhecidos como equivalentes aqueles do Ciclo Grenville, guardando certo paraelis- ‘mo com este no interior do nosso confinente. Eventos concomitantes e subordinados de ativagio dos ‘locos craténicos adjacentes a estas orogenias, tas como cisalhamento, basculamentos,rejuvenescimento termal e isot6pico, etc., ja haviam também sido identificadas de ha muito, neste intervalo do tempo, ‘como reflexos naturais dos gradientes tectOnicos das reas mai instiveis para o interior das estiveis. osteriormente aos eventos tectfnicas (¢ 0S reflexos) sfo reconhecidas fases importantes de tafrogénese, de forma diacrénica, do Mesoproterozbico mais superior para o inicio do ‘Neoproterozéico (Periodo Toniano), a qual afetou tanto as areas cratonicas como as faixas moveis do ciclo precedente. Estes dominios extensionais possuem registros geologicos (estruturas ¢ gcrago de rochas) por todo o supercontinente previamente formado (Rodinia), compondo assimn um quadro tecténico com caracteristicas de fendmenos de fissao. "Departamento de Geologia Geral, Iastuia de Geocitncias USP, So Peulo, Brasil 2jnstitta de Geoeiencas, Universidade de Brasilia, Brasil, Bras °Psoole de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto, Oro Pret, Brasil Bit Neves, 8.8. ta ‘Crogéneses precedardo etatrogéneces Para as provincias estruturais do Neoproteroasico (ditas do Brasiliano), estes rocessos extensionais tiveram papel decisive, como fase inaugural de nove ciclo wilsoniano. Com cles foram estabelecidos os primeiros tragos estruturais, em termos de principais dominios sedimentares (acias) c areas fontes (altos tecnicos). ABSTRACT Evidence for the worldwide Grenville orogenic collage in South America has usually been pointed out throughout the basement of the Andean Chain, from Colombia to northwest Argentina, and in the Brasil-Bolivia border region (southwest of the Amazonian Craton), ‘New geological and geochronological data as well as a review on preexisting data some of them from unpublished theses, demonstrate for the interior of our continent the occurrence of collisional and subordinate events (in Goiis-Tocantins massif, in the central part of Bahia-Minas Gerais states) during the same span of time (Ectasian Period, ca. 1300 Ma) of the Mesoproterozoic Era, ‘The preferential, but not exclusive sites for these events of plate and subplate interactions were those rifts and basin developed during a previous processes of taphrogencsis, very ‘typical of the Statherian Period of the Paleoproterozaic Era (1800-1600 Ma) ‘The Mesoproterozoic (Ectasian) orogenic processes, which had prefiminarly been designated - with many doubis- as “Uruaguano” (Central Brazil) and “Espinhago” (Central Bahia-Minas Gerais) are now being recognized as part of a broad compressional regime, due to the convergent interaction of plates and subplates, responsible for both building fold belts and reworking basement rocks. A striking post-orogenie phase of erosion is also recognized, with the development of widespread ‘denudation events from the end of the Mesoproterazoic to Neoproterozoic times. ‘These orogenic processes are from now on being postulated as equivalent to those of the Grenville collage (North American continent), and accordingly, they are being recognized as part (Gn the interior of South America) of the worldwide phenomena of agglutination of continental masses that have formed Rodinia supercontinent. At the same time, subordinate activation processes may also be identified affecting marginal and interior zones of cratonic blocks, such as shearing, tilting, thermal ‘and isotopic rejuvenation, and so on (at the same range of ages of the oragenic processes), which were reflex reaction to the vigorous tectonic of interaction of continental plates. Succeeding the orogenic events, with their general processes of fusion of Continental masses, widespread phase of taphrogenesis then took place, which have been identified (1100-950 Ma) throughout both previous cratonic areas and Ectasian fold belts themselves. ‘These extensional domains display a series of coeval geological records (generation of rocks and strucutural features) all over the justagllutinated supercontinent of Rodinia, and so presenting general characteristics of fission phenomena. Specially for the Neoproterozoic structural provinces (so-called Brasiliano), these ‘extensional processes played an important and decisive role as inaugural phases of a new global tectonic cycle, for they defined most of the main depositional sites (basin-forming tectonics) and structural highs (source-areas). INTRODUCAO © recente conceito ¢ a ampla _—_geoldgicos e geocronolégicos para que aceitago do supercontinente Rodinia, a assungo deste esquema global (e, de na passagem Mesoproterozbico-Neo- _certa forma avassalador) ndo seja feito proterozdico (vide Hoffman, 1991, entre de forma compulséria, a reboque de mo- Outros) e como fecho da Colagem Gren- _—_dismos e de ilagdes de pesquisadores & ville trazem implicagées importantes _ distancia, sem conhecimento dos nossos para 0 contexto do Pré-Cambriano da _fatos. América do Sul. Toma-se necessaria A primeira dificuldade que enfren- imediata reavaliagdo dos nossos dados tamos € a “marca” das orogéneses me- soproterozbicas no nosso continente, quase sempre de registro nto conspicuo ¢ de certas sutilezas, por caracteristicas proprias € pelos muitos tipos de sobre- ges impostas. E, ainda, por conta Dominios Te pcomexpteruticos BolIG-USP, SérGient, 271-40, 1996 de outras deficiéncias nossas de metodo- logias de anilise. Os registros estruturais e isot6pi- cos destas orogenias e terrenos (Fig. 1) da parte superior do Mesoproterozoico Figura 1 - Esbogo geolégico-geotectinico simplificado da América do Sul apenas para situar as ocorrén- cas - afloramentos conjuntos oa dispersos, em subsuperficic, contextos retrabalhados - de orogenias ¢ ‘processos tectogénicos neo-mesoproterozdicos @ eo-neoproterozdices ("grenvillianos"). Estas ocorrén- bias esto exageradas em area por razbes expesitivas, Diversas fontes (mencionadas nas Referencias), ‘modificadas livremente pelos autores. rio Neves, 8. etal foram realmente bastante obnubilados por processos do Neoproterozéico, ou do Ciclo Brasiliano, mais abrangentes em area (e tempo) ¢, em geral, mais in- tensos por todo o continente. Na borda ocidental do continente, os eventos me- soproteroz6icos foram’ sobrepujados e ‘muito prejudicados em registro pelas orogéneses fanerozéicas (ciclos famati- niano, hercinico e andino). No interior do continente, 0 res- gate de registros das orogenias meso- proterozéicas tem sido mais efetivo (mas no exclusive) nos segmentos crustais de comportamento eraténico no Neoproterozbico (os crétons sinbrasilia- nos). No interior de faixas méveis bra- silianas, as dificuldades so sempre maiores, sem a discriminagdo e clareza desejada. Em primeiro plano, porque os sitios/linhas estruturais mesoproterozéi- cos foram lugares geométricos prefe- renciais de sobreposigao das faixas mé- veis brasilianas, e em segundo lugar, por caréncias grandes de andlises estruturais tefinadas e dados isotépicos por metodologias adequadas. O mesmo se pode dizer das porcGes andinas e adja- centes do continente, onde trés orogéne- ses fanerozéicas se sobrepuseram. Ain- da assim, estas éreas do embasamento andino tém sido objetos/locais preferen- ciais para as correlagdes geol6gicas in- temacionais que suportam a hipotese de Rodinia, onde se presume estar a maior representatividade da colagem Grenvil- le, em nosso continente, Outro ponto a ser destacado é 0 das caracteristicas especiais de maior parte das faixas méveis do Mesoprote- rozéico, tendo em vista que esta era (e parte do final da anterior) sempre foi discriminada pela preponderincia de geocracias © processos intracraténicos. Em geral, excluindo-se Grenville e suas continuidades reais e provaveis, as de- mais faixas méveis _mesoproterozdicas carecem tratamento em separado, Ngo slo conhecidos muitos vestigios de Orogneses precedendoe atogéneses oveanos @ bragos de oceano consumi- dos, o vigor das convergéncias parece ter sido reduzido, de forma que os ord- genos classicos da literatura “plaquista” (modelos classicos norte-americanos dos anos 70) nio tém sido descritos com frequéncia, Pelo menos, este é 0 cenirio ‘mais comum descrito para os conti- nentes gondwénicos e com similares nos blocos setentrionais (vide Windley, 1995), Este trabalho procura revisar o problema em termos de América do Sul, € do Brasil em particular, procurando dar um tratamento atualizado ¢ fazer uma discusséo franca e um balango dos dados e da situagio das chamadas “fai- xas moveis” mesoproterozbicas, ¢ do ciclo global mais provavel das mesmas, Parece haver alguns tragos comuns nas caracteristicas de todas elas, um dos quais seria 0 retrabalhamento (quase undnime) por faixas méveis neoprote- rozdicas. Em seguida, serio discutidos os dados relativos aos processos de tafto- génese que assolaram de forma diac nica © contexto dos blocos litosféricas entio amalgamados, desde o final do Mesoproterozéico até o Neoproterozoi- 0, procurando realizar o primeiro en- saio de sintese neste tema. © PANORAMA PALEO-MESO- PROTEROZOICO As evidéncias geolégicas, geofisi- cas © geocronolégicas computadas de varios autores (Condie, 1989; Goo- dwin, 1991; Van Schmus et al., 1993, entre outros) so coerentes no sentido de que os periodos Riaciano ¢ Orosi- tiano do Paleoproterozbico se caracte- Tizaram por processos de aglutinacao de massas crustais continentais, tendo sido entio fechados muitos oceanos e outros ambientes deposicionais cone- xos. Estas orogenias e colagens orogé- nicas (Wopmay, Penokeana, Makkovic, Kellidiana, Sueco-Fennides, Stanovoia na, Eburneane-Transamazénica, Barra- mundi, etc.) tém excelente ¢ extensiva representago mundial, inclusive no nosso continente, mesmo que aqui tenha sido sempre assinalada e designada de forma simplista ("Ciclo Transama- zénico”, “Orogénese Transamazonica”, etc.). Esta conjungdo de eventos oroge- néticos, esta colagem ou dinastia, con- substanciou grande predominio de mas- sas continentais que teriam se tornado estaveis j4 na parte mais superior do Pa- Ieoproterozéico, desde 0 inicio do perio- do Estateriano (1,8-1,6 Ga) Esta (ou estas) massa continental foi submetida posteriormente, por vérias causas (Brito Neves et al, 1995), @ processos extensionais, tafrogenéticos por exceléncia no periodo Estateriano (1800-1600 Ma), que deixou registros magmiticos, sedimentares, estruturais, etc. da Amaz6nia mais setentrional 20 nordeste da Argentina. Em termos de América do Sul, a ‘inica excego com dados concretos a este cenério predominantemente cra~ togenético é 0 da Faixa Mével Rio Ne~ ‘gro-Juruena (Parguaza), que se estende da Venezuela 20 Paraguai (sul do Rio Apa), onde ha evidéncias de processos de convergéncia e subducgao (Tassinari et al, 1995; Dall’Agnol et al, 1987), ao longo do Estateriano. Uma conti- muidade desta faixa no atual continen- te norte-americano (faixas "Inner Accretionary" e "Outer Tectonic’, Van Schmus et al., 1993) & possivel e tem sido defendida por diversos autores como Sadowski & Bettencourt (1996), sucedendo a primeira comparagio en- tre estes dois continentes, feita jé por Kroonenberg (1982) Ainda incipientemente conhecida, devido a sua posigo em regiio de flo- resta tropical e muitas coberturas meso- proteroz6icas, ha dados isotépicos indi- cativos de que esta faixa movel se de- senvolveu a partir de um substrato de BOUG-USP, SérCiont, 271-40, 1996 idade orosiriana (Tassinari et al, 1995), ‘A presenga desta faixa, dentro de um contexto de bloco estavel para 0 Ciclo Brasiliano (Craton Amazdnico) ratifica as observarbes ja feitas na introdugio, com um dado a mais a ser considerado: suas linhas estruturais (NNW-SSE) so ortogonais as diregdes brasilianas (da Faixa Paraguai-Araguaia). Esta _posi- ‘go, no nosso entender, foi que possi litou a preservacdo (ndo regeneragao) da faixa mével, muito pouco ou ndo afe- tada pelos processos brasilianos sobre- postos. As relagdes geologicas entre esta faixa (1,75-1,5 Ga) e a tafrogénese estateriana que Ihe é praticamente con temporinea no sio conhecidas ainda, mas devem ser bastante estreitas © de provavel cogeneticidade. Outra rea que necessita discrimi- nagio € aquela longitudinal a oeste dos grandes complexos méfico-ultraméficos de Goids e Tocantins, que inclui as as- sembléias vulcano-sedimentares de afi- nidade ocednica (Marini et al, 1984; Winge, 1995) de Juscelindia, “Indaia- nopolis e Palmeirépolis, entre outras. Estas unidades podem ter sido geradas pela evolusao da Tafrogénese Estateri- ‘ana (mas podem ser mais antigas, oro- sirianas, faltam dados cronolégicos de- cisivos), constituindo, assim, um ambi- tente tectOnico especial, antes da conver- géncia e ampla consolidagio mesopro- terozéica a ser discutida (ou seja, antes de 1,3 Ga). Nestes termos, ainda assim, 0 pa- norama do final do Paleoproterozéico, do inicio do Mesoproterozdico (este principalmente, com a consolidagao de Rio Negro-Juruena), em 1600 Ma sio reconhecidamente estigios com predo- minio de massas continentais (geocré~ tico), onde as atividades intracratGnicas foram preponderantes, em cenarios de bacias (sinéclises, grabens, aulacogenos, ‘rapas vulcano-sedimentares, etc.) cria- dos pela tafrogénese estateriana ¢ sub- sequentes. Bo Neves, 8. etat. OROGENIAS E OUTRAS AREAS MESOPROTEROZOICAS Como jé evidenciado, a identifi- cago de processos de interagao de pla- cas no Mesoproterozoico ¢ problems- tica, pela natureza © posi¢ao dos regis- tros e/ou qualidade dos dados disponi- veis. Neste contexto, reconhecendo es- tas dificuldades, vo ser destacadas: a) Na poredo sul-ocidental do Créton Amaz6nico, em tertitério bol ano ¢ na zona lindeira com o Brasil, si- tua-se a mais completa e bem documen- tada excegio ao quadro acima exposto. A faixa San Ignacio (1500-1280 Ma), que constitui 0 "Craton" /Bloco Paragua, de substrato orosiriano (Lomas Mane- che = Transamazénico) e a faixa Sunsés- Aguapei (1280-950 Ma) que lhe € circunscrita, esto bem estabelecidas e mapeadas na escala 1/100.000, desde 0 trabalho de Litherland et al. (1986), Estas faixas, circunscritas por dominios brasilianos (faixas/ramos Ara- guaia-Tucavaca-Paraguai), no _serdo discutidas nesta oportunidade em face & sua caracterizagao prévia ser conhecida ede muito boa qualificagio, pelo traba- Tho de Litherland et al, ‘acima mencio- nado, ¢ outros subseqiientes. b) Por toda a zona de embasa- ‘mento da faixa andina, em seus trés segmentos longitudinais, tém sido apon- tadas ocorréncias de contextos litoestru- turais mesoproterozbicos ("zonas", "fi xas", “reas”, etc., que serdo discutidas adiante). Ora estas ocorréncias sio a- pontadas como correlacioniveis aos contextos de San Ignicio e Sunsas- Aguapei, como no caso dos Andes Se- tentrionais. Ora estas ocorréncias slo apontadas como um todo como repre- sentativas da continuidade do cinturio Grenville (vide Sadowski & Betten- court, 1996, entre outros), quando da Justaposigo do bloco Laurentia a oeste do bloco de Gondwana (final do Neo- Proterozdico e inicio do Fanerozéico). rogineses precadendoottrogeneses. Neste caso, a faixa Grenville seria a responsivel-mér pelo amalgamento de blocos e aglutinagdo de Rodinia. Uma breve discussio neste tema deve ser desenvolvida, reiterando a qualidade precéria dos dados, na maior parte das vezes, em termos de registros geologicos e de dados isotépicos, estes ecassos e incompletos, se considerar- mos a ordem de grandeza da hipotese sobre eles calcadas. ©) Em varias areas ¢ zonas afeta- dase em muitas bacias geradas com a tafrogenese do estateriano, em todo 0 continente, ha evidéncias de interagio de blocos itosféricos (microplacas, "sub- placas") bem posterior, na parte média do Mesoproterozoico (periodo Ectasia- ‘no, 1400-1200 Ma), praticamente con- tempordneos aos eventos principais da orogenia San Ignacio (#1300 Ma). E digno de nota que os eventos precurso- res do Ciclo San Igndcio (extensionais) séo também do periodo Estateriano (no caso, entre 1800 € 1600 Ma). Este fato complementa e consigna assim esta dua- lidade que vai se caracterizando por to- do 0 continente: extensio/divergéncia preponderantes no Estateriano, intera- ‘a0 de blocos/convergéncia no Ectasia- no. Cabe acrescentar que nem todos os produtos/associagSes geradas no Es- tateriano foram deformados ¢ envolvi- dos neste processo de interagio do Ec- tasiano. Alguns s6 vieram a ser defor- ‘mados em orogéneses neoproterozéicas, outros permanecem "no" deformados até o presente, So considerados partes desta consolidagao mesoproterozbica os ter renos situados na parte central e centro- ocidental do "macigo" Goids-Tocantins, longitudinais a oeste aos grandes com. plexos méfico-ultraméficos. Para retor- nar a este tema, deve-se redefinir a "Orogénese Unuaguana", que foi a pri- meira designagao (a ser discutida) evo- cada para processos afins, em fase muito preliminar do conhecimento, Também Slo relacionadas neste processo evolu- tivo as estruturas do centro da Bahia e sul-sudeste de Minas Gerais, de ha mui- to referidas como expresso da "Oro- ‘genia Espinhaco" ou “Sistema de Do- bramentos Espinhago-Chapada Diaman- tina Ocidental” (Cordani & Brito Neves, 1978), E possivel que outras faixas/areas ‘com expressio territorial semelhante ve~ ‘ham a ser identificadas em futuro (co- mo o caso da Faixa Rio Grande, parte do Grupo Andrelandia, como defendido por alguns autores), mas decisivamente faltam dados. 4) Os processos interativos do ti po continente-continente, com ou sem subduséo envolvida, tiveram ampla re- percussio além destes sitios orogenéti- os entio gerados, em margens de Seg- ‘mentos litosféricos, consignando varios eventos geoldgicos dispersos, sempre colocados sob a égide de processos de “reativagZo" ou rejuvenescimento, pa- raplataformais, etc. de forma passageira, @ cujos dados somente agora comegam cencaixar numa interpretagao coerente. No Créton Amaz6nico (eventos ‘mudku-Nickeriano-Orinoquense”, ou “Jari-Falsino" e/ou "Rondoniense", de diversos autores) e no Créton do Sto Francisco (designagdes pouco usuais, informais) varios processos de tecténica cratogénica tém sido descritos © profu- samente nomeados, todos eles dentro do intervalo de tempo Ectasiano. A cone- xio de tais eventos de nivel crustal raso 2 intermedidrio no interior de placas li- tosféricas continentais com os processos orogentticos sincrénicos ocorrentes nas margens destas placas (Hs, 1982; Xin- gyuan, 1988) € hoje fato de rotina da geotectOnica, com muitos exemplos a nivel mundial, e postulado complemen- tar da rigidez da litosfera e) A presenga de outras edifica- ges orogenéticasmesoproterozbicas semelhantes a estas acima mencionadas BolIG-USP, S6rClont 27-140, 1996 € uma possibilidade em aberto na inffa- estrutura de algumas faixas brasilianas, ¢ com algumas indicagdes provaveis (na Borborema, no Ribeira, etc.). Mesmo porque, as faixas ditas uruacuanas (esta de forma integral) ¢ a do Espinhago (parcialmente) s40 na verdade exposi- bes privilegiadas da infra-estrutura de faixas méveis brasilianas, reestruturadas a diversos niveis, e 6 preservadas por caprichos da posi¢ao tecténica no Neo- proterozdico (fragdes mais estaveis do antepais, externides em geral, jogo de escamas tect6nicas, etc.) Na provincia Borborema, a0 lon- go das faixas Piancd-Alto Brigida ¢ Pa- Jjet-Paraiba, tém sido identificadas lito- logias e estruturas que evidenciam um processo tectogenético importante (or- tognaisses principalmente, metamorfi- tos, etc.) de idade semelhante aquela de Sunsis-Aguapel, Estes processos meso- neoproterozdicos (de forma inquestio- navel) foram provisoriamente designa- dos como "Cariris Velhos", por Campos Neto et al. (1994) € Brito Neves et al. (1995). © estudo do significado real (subdugo e coliséo tém sido indicados com dados concretos) e da extenséo em area do "Cariris Velhos" constitui uma etapa importante de pesquisas, ora em desenvolvimento na Borborema, © SUBSTRATO PRE-~CAMBRIANO DOS ANDES De uma analise criteriosa na vasta bibliografia e nos dados geolégicos © geocronolégicos dos diversos tipos de ‘exposigdes (e circunsténcias tectOnicas de ocorréncias) de terrenos pré-Cambri- anos da faixa andina chega-se a pontos de conclusio tacita e poucas excerdes, que devem ser adiantados: ) Hi um grau pouco satisfatorio ¢ irregular no conhecimento geol6gico ge- ral, sendo dificil vistumbrar uma am- bigncia geotecténica comum para todos eles e a sua correlacdo (em primeiro lu- Beto Neves, 8.8. et gar) com aquelas exposi¢des mais oci- dentais das areas de escudo da América do Sul. ) Constata-se uma série de valo- res de idade de 1300 a 900 Ma, por di- versas metodologias, extraidas de traba- Ihos de nivel objetivos os mais diver- sos (predominam trabalhos ao nivel de estudos de reconhecimento). Destacam- se alguns dados mais antigos locais (poucos valores paleoproterozéicos) ¢ ‘outros mais jovens sobrepostos, neopro- terozdicos e fanerozéicos, c) Ha uma tendéncia geral, entre os autores, de aludir estes contextos fito-estruturais como expressiio da Co- Tagem ou Orogenia Grenville, falando em correlagdo © extensdo desse desen- volvimento para a América do Sul, Se estas proposigées so corretas e sem contra-indicagées, no pode ser confir- mado ainda. Mas, em todas elas ha for- te cunho especulativo (este muitas vezes mais expressivo que os dados geolégi- 60s e geofisicos em geral) e esto longe de serem preenchidos os requisitos clis- sicos de correlagao em geologia. Andes Setentrionais ‘Nos Andes Setentrionais, onde ha varias © boas exposigdes, do Pacifico & fronteira brasileira, ocorrem rochas de alto grav, migmatitos, granulitos (e gra- nito rapakivi), para os quais Kroonen- berg (1982), em excelente sintese, pro- és a definigéo integrada de cinturéo granulitico Garzon-Santa Marta (Fig. 2), circundando a borda norte-ocidental do bloco brasileiro. O mesmo autor, coli- gindo 0s dados geocronolégicos’ pree- xxistentes, propds para este desenvolvi- mento um evento orogenético de 1300- 1200 Ga, ¢ equivalente a0 Grenville, no continente norte-americano, Varias uni- dades litolégicas de alto grau (granulitos de diversas composigdes e estruturas) & granitdides sintecténicos (ortognaisses) foram descritos por este autor, inclusive fora do cinturao por ele proposto, COrogtnesesprecedendo ettogéneses. Alem disso, Kronenberg, (1982) também apontou uma relagio destes eventos orogenéticos com aqueles pa- raplataformais, comuns em todo o Es- cudo da Guianas, como 0 chamado e- vento Nickerie de Priem et al, (1971) Suarez (1990) enfatizou o papel de duas importantes suturas nesta por- go andina, separando trés diferentes terrenos. A primeira, o "sistema de su- tura Romeiral’, balizando a Cordilheira Ocidental e parte da Cordilheira Central, separando 0 terreno de evolugdo fanerozoica (WP= Western Province). A leste desta sutura fica 0 cinturéo gra- nulitico Garzon-Santa Marta, constitu indo um terreno da colagem grenvilliana, que é separado mais a leste da Pla- taforma Sul-Americana (com rochas de idade Parguazense-Rio Negro Juruena) pela zona de sutura e eventos magmati- cos "Borde Llanero’, da Venezuela e Coldmbia (vide Fig. 2) Apesar de serem estas verses ar- rojadas, de sintese, elas so, a0 nosso ver, aquelas melhor subsidiadas em da- dos concretos. Andes Centrais e Meridionais No Peru, o bloco de Arequipa, ou "Craton Arequipa-Antofalla", que inclui parte do noroeste argentino (Ramos, 1988), tem muitas abordagens anteriores (Dalmayrac et al., 1977; Cobbing et al, 1977, etc.), devido a sua invulgar posi: ‘s&0 geolégica, sua extensfo, ¢ 0 seu pa- pel nos ciclos do Proterozbico e Fanero- z0ico. ‘Sto conhecidas rochas de alto grau, de idade paleoproterozbica (Even- to "Mollendo", 1950 Ma), que parecem predominantes mos tragos estruturais, principais, no Peru, com outros dados isotopicos de eventos sobrepostos no final do Proterozéico ("Atico") e no Fa- nerozéico ("Marcona") As ocorréncias de Belen, Choja, Limén Verde, Antofalla € Mejillones (Fig. 3), abordadas por diversos autores, BolIG-USP, Sér Glen, 271-40, 1996 PALEOIOICOEMESOZOICON | Peru lessees Z| qa! CCOBERTURASPRE-CAMBRIANAS EMBASAMENTOPRE-CAMBRIANO. Figura 2 - Esquema dos terrenos nos Andes Setentrionais, especificando as ocorréncias de substratos Pre-Cambrianos, consoante Kroonenberg (1982) ¢ Suarez. (1990). 2) Provincias Estruturais (terrenos) ESAP = Escudo das Guianas, Plataforma Sul Americana, Faixa paleoproterozéica Rio Negro-Juruena; CAP ~ Provincia Andina Central, terreno aldctone, provivel procedente do loco norte-americano Cgrenvilliano"), WAP = Tesreno do pacifico ocidental, de acreseo pés-Iurassico, by Esposigves do embasamento: 1e2 = Complexo Mii e granitos Parguazenses (ESAP); 3 ~ Macigo Garzon; 4 - Alisales/Guamués, 5 - Serrania de las Minas, 6 - La Plata; 7 - Macarena; 8 - Payande; 9 - Lérida Venadillo; 10 - Puerto Berrio; 11 - San Lucas; 12 - Bucamaranga, 13 - Caldas La Mel, 14 - Pugui; 15 - Sierra Nevada de ‘Santa Marta; 16 - Guajira; 17 - Mendaco/Ambeima, Brito Neves, 8B. et Crogneses precedence ¢ttogéneses. LesENDA DIVERSOS [EE] cx6geno Cotton Ferattione 7 Steno sutra -~_Umte cesertal aa coo Figura 3 - Ocorréncias de unidades neo-mesoproterozéicas (afloramentos, exposigées retrabalhadas por orogenias neoproterozdicas ¢ fanerozdicas, dados de subsuperfcie, etc.) na zona andina central ¢ ‘meridional (incluindo Sierras Pampeanas), compondo 0 "Terreno Occidentalia" de Dalla Salda et a, (1993), 0 qual se inciuiria (mais para o norte) 0 chamado "Criton Arequipa-Antofalla" de Ramo. (1988), (Obs. No bloco Arequipa ha ocorréncias de rochas paleoproterozbicas ¢ mais antigas também, Com: soante Ramos etal. (1995), as rochas "grenvillianas” se estendem para leste, na Argentina, pelo menos até as imediagées de Cérdoba, esto aqui consideradas e figuradas no mesoproterozdica no contexto deste em- contexto Criton Arequipa-Antofalla, basamento, variando de 1300 Ma (ai se sinbrasiliano, de Ramos (1988) incluindo “algumas poucas determina- Dalla Salda et al. (1993) confir- ges U-Pb em zircio) até cerca de 900 mam a presenga de diversas rochas de Ma (a maioria pelo método K-Ar em mi- médio a alto grau metamérfico de idade nerais). Como pode se observar na Figu- 10 ra 3, estes autores colocam estas expo- sig6es, em seu maior mimero dentro de tum bloco crustal, 0 "Terreno Occiden- talia", que seria uma porgdo do Bloco Laurentia, a oeste da faixa Famatiniana- Apalachiana, eofanerozdica (decorrente do fechamento do ramo sul do Oceano Tapetus), balizada a leste pela plataforma Sul-Americana (na sua versio para o Paleozbico Inferior). Ou seja, bloco em questo seria uma fragao litosférica de Laurentia deixada na América do Sul, desde a separagio, pos-Gondwana, dos continentes (em torno de 440 Ma atrés). Fundados nas hipdteses iniciais de Moores (1991, "SWEAT connection") & Dalziel (1991), varios autores conside- ram este segmento crustal a oeste do nosso atual continente como a continui- dade natural do Sistema Grenville, que teria sido a faixa mével que balizou esta pretérita e episédica ligagio Laurentia (América do Norte + Groenléndia)- Gondwana Ocidental. A leste do terre- no mencionado ter-se-ia desenvolvido a orogénese colisional Famantiniana (Ta- nica) no Paleozéico Inferior (Siluria- no-Eo-Ordoviciano, 480-440 Ma), na zona peri-Pacifico da América do Sul, com registros desde o Peru até a Pata- génia. (© Prof. Victor Ramos e co-auto- res, em diversos trabalhios nesta década, estendem a importéncia das rochas for- madas na orogénese Grenville as por- ges de embasamento mais orientais, fundado inclusive em alguns dados de sondagens: das Sierras Pampeanas (co- mo jé feito por Dalla Salda et al., 1993) até as imediagdes de Cérdoba, e para sul até as imediagdes do Rio Colorado, ou sejaconsubstanciando grande parte do 0 embasamento do chamado "Craton Pampia". Baseado em alguns dados re- centes, e em outras caracteristicas geo- quimicas e petrologicas, Vujovich & Ramos (1993) propdem que o amalga- mento de uma série de arcos de ilhas mesoproterozbicos deve ter sido respon " BOLIG-USP, Sér.Clont, 271-40, 1996 sivel pela consolidagao do embasamen- to do Craton Pampia, em torno de 1150 2 1066 Ma. E, assim, este craton deve set visto como fragio, uma fragéo a mais derivada da fragmentacao do Rodi- nia A FAIXA URUACUANA Breve Histérico ‘A introdugo do conceito de " clo Uruaguano" (ciclo tect6nico, tecté- nico-magmético, regio de dobramen- tos, etc.) foi feita por Almeida, em 1968, no centro-oeste brasileiro, enfocando naquela oportunidade o dominio do “qmacigo” central de Goids como estru- tura pré-Unuaguana parcialmente remo- bilizada, e 0 dominio imediatamente a leste deste como “complexos dobrados uruaguanos” (“zona eugeossinclinal”) Neste caso, referindo-se aos complexos valcano-sedimentares que Ebert (1957) destacara sob a égide de “estruturas ara- aides”. Segundo Almeida, sucederam- se episédios tecto-orogenéticos, acom- panhados de metamorfismo regional e regeneragdo de estruturas antigas no centro-oeste brasileiro, por toda a zona de separacdo dos crétons "Guaporé" (A~ mazbnico) e Sao Francisco. Em 1969 (apresentasio oral), © em 1971, Almeida propés uma divistio triplice para o Pré-Cambriano da Amé- rica do Sul, utilizando-se de seus traba- thos anteriores e dos dados radiométri- 0s até entAo catalogados. Definiu den- tro do Pré-Cambriano Superior os ciclos Espinhago - 1800-1300 Ma - Uruaguano = 1300-900 Ma - ¢ Brasiliano - 900-570 Ma Em 1970, Hasui & Almeida, ba- seando-se no contingente disponivel de determinages radiométricas (K-Ar mais que Rb-Sr) e em novos mapas geolo- gicos surgidos (Projeto Brasilia, Projeto ‘Araguaia), ratificeram 0 conceito de Al- meida (1968). Além disso, tendo alguns dados do Grupo Araxé (que tinha outra Brito Neves, 8.8, ot conotagdo a esta época) como base, postularam os valores de 1400 Ma a 980 Ma para o Ciclo Uruaguano. Neste tra- balho do Boletim da SBG (vol. 19, n° 1:7.-26), que por muito tempo foi uma espécie de documento oficial do Urua- guano neste continente, foi apresentada uma "isécrona” de referéncia de 1400 ‘Ma, que em realidade reunia dados de contextos litologicos bastante diversos (Grupo Araxé, Craton Amaz6nico, Ma- igo Central, etc.), e que por muito tem- po foi o "referencial" (absolutamente inadequado) a ser mencionado para 0 “Uruaguano” Herz, em 1970, condensou exce- lente sintese dos dados radiométricos do Quadrilétero Ferrifero, mostrando em histograma cinco eventos termais importantes (entre 2700 e S00 Ma) Propés uma cronologia de evolucao pa- ra 0 Quadrilétero (que considerou uma “noisy area, em termos radiométricos) de notével procedéncia, onde destacou 108 valores de idades (Rb-Sr e K-Ar) de 1350 e 1000 Ma pela primeira vez, dan- do origem assim a algumas inadequadas designages informais (como a de Ciclo Minas"), de forma involuntéria. Em 1972, na Noticia Explicativa da Carta Tecténica do Brasil, Ferreira utilizou (¢ oficializou) as designagoes “regibes (@ ciclo) de dobramentos "Mi- nas-Uruaguanos", 1300-900 Ma para 0 leste, sul e este do Craton do Sao Fran- cisco, numa tentativa (no muito feliz, nem apropriada) de adaptar os dados anteriores de Herz aqueles de Hasui & Almeida (1970). Ainda neste trabalho, apontou para o Criton Amazénico ex- tensa manifestagdes_magmiticas de plataforma durante este ciclo recém re- definido (0s eventos de “reativacio" ja comentados, Nickerianos, etc.) Em 1973, em livro de circulagdo internacional, Almeida e colaboradores reiteraram 0 conceito de Ciclo Geotec- t6nico Uruaguano, entre 1400 e 900 Ma, na parte média do "Pré-Cambriano Su- 2 (Orogtnases precedence e tatrogénases, perior", cujas principais entidades geo- tect6nicas seriam 0s "Minas Folded belt" © 0 "Araxé Folded Belt". Estas consta- tagdes (hoje nao mais aceitdveis) tém de set evocadas e compreendidas somente para 0 estagio de conhecimento da épo- ca, Ainda, em 1976, Hasui & Almei- da definiram a Faixa Uruagu circun- dando a borda ocidental do Craton do Sdo Francisco, enfeixando os grupos Araxi ¢ Andrelandia, por suas caracte- risticas lito-estruturais e de_metamor- fismo, tendo ela sido retrabalhada pos- teriormente no Ciclo Brasiliano. Desfi- zeram entéo a pretensa "correlagdo" Uruaguano-Minas de Ferreira (1972), © de alguns outros seguidores, passando a considerar (corretamente) 0 Supergru- po Minas de idade bem mais antiga, ao mesmo tempo que reiteraram a po: lidade da correlagao dos ciclos Uruagua- xno e Espinhaco. Em todas estas mengdes anterio- res, a geologia caminhou mais a reboque das determinagdes —geocronolégicas, sempre com grande preocupagao em evidéncia para com o significado destes dados da parte superior do Mesoprote- roz6ico, E a partir deste tipo de con- solidagio do conceito, este "ciclo" em epigrafe foi levado a diferentes pastes do continente, ou foi evocado de dife- rentes situagdes geolbgicas. Excelente retrato e sintese destas preocupaco e pendéncia indissociavel, foi 0 esbogo apresentado por Tassinari ¢ outros em 1986, calcados numa reseaha de todos os dados radiométricos dispo- niveis no centro-ceste, onde se verifica a presenga de "dados uruaguanos" por toda regio central do Brasil, do Rio ‘Araguaia para leste até o paralelo 46°;W (rochas do embasamento, complexos in- ‘rusivos, supracrustais, ete.) ‘Qual o significado real desses da- dos e desse Ciclo? No nosso entendimento, esses da- dos sio validos e cles representam os amplos processos de convergéncia do periodo Ectasiano, modificando radi- calmente 0s sitios deposicionais, estru- turando as supracrustais ¢ complexos igneos gerados na tafrogénese estateri- ‘ana, com repercussio nas rochas do em- basamento, de consolidagio no Arque- ano no Paleoproterozéico (Transama- zénico, Faixa Ticunzal e correlatas). E, desta forma, este ciclo estaria desvin- culado da deformagio dos Grupos A- taxi (muito provavelmente s6 veio @ ocorrer no Neoproterozoico, com 0 Ciclo Brasiliano) e do Grupo Andre- landia (cuja deformacao pré-Brasiliano, defendida por alguns autores, € a0 nosso ver altamente duvidosa ainda). Este processo de interagao de pla- cas e subplacas (& altura dos meridianos 49° ¢ 50°) teve repercussao lateral am- pla, com extensao € processos correlatos bem mais a leste no dominio do Espi- nhago e da Chapada Diamantina Oci- dental, cujos primérdios de segmentagao litosférica foram igualmente promovidos na taffogénese estateriana. A expectativa de um proceso orogénico simples e bem definido no tempo, dentro dos modelos habituais da bibliografia (exigida por alguns autores), nfo se coaduna com os dados geoldgicos ¢ geocronologicos disponiveis nestas re- gibes em consideracdo. E isto nao é ne- cossirio (vide Hs, 1982), devendo re- lembrar que houve retomada (e modi- ficagGes impostas) destas zonas de inte- raragao no Ciclo Brasiliano, no Neopro- terozbico Caracteristicas gerais Os tragos da zona principal da orogenia Uruacuana jé foram de certa forma apontado por Almeida (1981), dentro de outra conotagao, com 0s cin- turdes "Ceres" e "Alfenas" (este como a continuidade para sudeste, para a Faixa do Alto Rio Grande, que é problema- tica), que seriam a expresso dos limites do seu "Créton do Paramirim’, um Seg- 13 BOLIG-USP, Sér-Clont, 27-140, 1996 mento arqueano, pés-Ciclo Jequié, dife- renciado da litosfera, Como discutido acima, a repre- sentagdio lito-estratigrafica principal des- te ciclo se faz com os contextos igneos (complexos méfico-ultramafico acama- dados, granitos anorogénicos, vulcanis- ‘mo de riftes), sedimentares (Arai-Serra da Mesa, Natividade e correlatos) gera- dos no periodo Estateriano. Ha possibi- lidade de incluir neste conjunto as se- qigncias vulcano-sedimentares ociden- tais (Juscelandia, Palmeiropolis ¢ Indaia- nopolis (vide Marini et al., 1984) aos grandes macigos, mas elas podem ser de geragdo pouco mais antiga (pré-Estate- iano). A Figura 4, extraida de Winge (1995), expressa esta possibilidade, com 0 inicio dos eventos de extensio no Pa- eoproterozbico ¢ 0 fechamento coli sional e a obduc¢ao somente no Meso- proterozéico (1300 Ma). De um modo ou de outro, estas unidades ¢ outras de embasamento, a leste € a oeste, foram fortemente envolvidas na deformagio mesoproterozbica ‘A tergiversago usual em torno da idade destes processos orogentticos ~ deformagao, metamorfismo, encurta- mento e espessamento crustal - se deve primeiro 4 falta de um estudo geocrono- lbgico objetivo, na escala de detalhe © com metodologias adequadas, Em se- gundo lugar (e de certa forma, em de- corréncia dessas demandas de dados) devido 20 envolvimento subseqiiente desta faixa ¢ do seu embasamento nos eventos (distensionais, _ magmaticos, compressionais) do Ciclo Brasiliano, que foi bem mais abrangente em rea, com desenvolvimentos complexos a veste (arco magmatic de Gois, faixa Ara- guaia-Tucavaca-Paraguaia) ea leste (Faixa Brasilia). Em outras palavras, a utilizagdo e super-exploragao de meto- dologias isotépicas de reconhecimento (Rb-Sr e K-Ar) em rochas nao adequa- das, a0 lado da dispersio de valores de idades realmente promovida pelos even- Bit Neves, 8.8, ett, 1, Fases RIFTE CONTINENTAL E SUBSEQUENTE (> 1.8 Ga) a b © 2. Bacia Arai - Serra da Mesa. b. Complexos gabro-nortices (‘Santa Barbara’). &. Complexos froctolto garo-anortosticos ('Sa. Malacacheta’). 2, Fase PROTO-OCEANICA A OCEANICA, Crogéneses precedendoetattogéneses. . Seqiléncia vulcano-secimentar (Jusceléndia’), b, Complexos gabro-anortositices. 3. Fase de CONVERGENCIA, coliséo corn obducg&o dos complexos mé- ficos-utramafices. Dupicagdo crustal e granultizagdo (1.3 Ga) Figura 4 - As fases evolutivas para os terrenos paleoproteroaGioos (Tafrogénese Estateriana) do Brasil Central ea sua deformagao na orogenia “uruaguana", modificado de Winge (1995). tos do Brasiliano, tém conjuntamente tornado complexo o entendimento desta faixa uruaguana, So. considerados _subsidios es. senciais para a proposigdo desta intera sao de placas no final do Mesoprotero- Zico: a posigdo tectonica na periferia de um segmento litosférico distinto ("placa” ou Crdton Paramirim), a ex- reso gravimétrica denotando espessa- mento crustal significativo (Lesquer et al, 1981: Haralyi & Hasui, 1981; Ha- sui & Haralyi, 1986), a imbricagio tec- tdnica de diferentes contextos de médio a alto grau de metamorfismo, a coe- réncia de dados geocronolégicos re- centes (alguns inéditos) consignados, a serem discutidos, Além disto, Faria (1998), entre varios outros, demonstrou significativa discordincia angular no topo o Grupo Arai, antecedendo a sedi- mentaglo do Grupo Paranoa (de idade centre 1300 e 1100 Ma), assumido como registro lito-estratigréfico precursor do ciclo subseqiente. Os dados geocronoligicos, obti- dos no Complexo Barro Alto (granulitos felsicos predominantes, Figs. 5a e Sb) € 1a Seqiiéncia Jusceléndia (biotita e horn- blenda-gnaisses, Figs. Sc, Sd e Se), constituem um conjunto coerente, e in- dicativo de forte re-homogeneizagio isotépica de Sr’, em niveis crustais pro- fundos, em facies anfibolito alto € gra- nulito, consoante Fuck et al. (1989). Os valores de idades obtidos (1266+17 e 1330467), em diferentes afloramentos amostrados sio mutuamente comple- mentares © bastante significativos, en- volvendo circunstancias especiais nas quais as relagoes lineares gerais do sis- tema Rb-Sr foram preservadas de forma muito boa (pequeno nimero de pontos ‘analticos foge aos alinhamentos). ‘Tra- ta-se de uma redistribuigdo muito regu- lar dos is6topos de Sr durante o meta- morfismo regional, apés delongada resi- déncia crustal das rochas.envolvidas, com uma sensivel elevagdo nos valores das razSes iniciais. Estas isdcronas caem no modelo 1 de Matheney et al (1990), satisfazem varias premissas da interpretagio do método de anilise e 0 significado do valor da idade nfo deve ser fortuito, Na borda oeste do Macigo Cana Brava (Seqdéncia Palmeirépolis), Gi- rardi et al. (1978) obtiveram uma iso- crona de idade semelhante, em diferen- o\IG-USP, Sér Cent, 27:1-40, 1986 tes litologias (gnaisses, xistos, célcio-si- licéticas), T = 1157+150 Ma para uma raziio inicial de apenas 0,704. Recente- mente, Correia (1994) obteve para ro- chas gabroicas fiescas, cuidadosamente pré-selecionadas, do Macigo de Cana Brava a idade de 1350+35 Ma (Ri = 0,7168), interpretada como de metamor- fismo regional, 0 que vem ratificar to- dos os valores acima discutidos, dentro da escala de abordagem. ara as rochas metavulcénicas aci- as do Grupo Arai, Reis Neto & Corda- ni (1984) obtiveram uma isécrona de referéncia de qualidade apenas razoavel (n= 8, Ri= 0,712) no valor de idade de 1140 Ma, em diagrama onde a sobrepo- sigo da influéncia de ciclos sobrepostos € notéria, com varios pontos abaixo da reta principal computada, idade esta que pode ser considerada como afim dos dados acima expostos, Para os granitos de Serra da Mesa e Serra Dourada, a dispersio dos dados Rb-Sr é grande (al- guns pontos acima da reta), eo valor de ‘dade obtido (em torno de 1460 Ma) no contribui com nossa linha de argumen- taco, mas no a contradiz. Somente na presente década, as determinages Sm-Nd comegaram a contribuir 20 problema. Primeiramente, Suita et al. (1994) com determinagées U-Pb reiteraram a idade do complexo de Barro Alto (1,73-1,72 Ga) e de seu me- tamorfismo no Ciclo Brasiliano (ha cer- ca de 0,78 Ga), Uma outra determina- do, em gabros pegmatiticos da Sequén- Gia ‘Serra da Malacacheta, considerado de um estigio tardio, apontou idade de 1,29-1,35 Ga nos interceptos superiores da concordia ¢ valores de 0,77-0,82 Ga para os interceptos inferiores. Estes va- lores de idade no Mesoproterozbico fo- ram interpretados por Suita et al. como marcadores de uma fase extensional (e ndo de convergéncia e metamorfismo, como defendemos). Estes dados foram ublicados em forma de resumo (a tese de doutoramento do autor senior nio Bio Neves, 8. eta Crogéneses precedende etftogéneses, wes SERRA DA GAMELERA, ] = amrOUs he Prey toy a a i rong - oe = coy aun wane 1 o 73} ons| ay bs on _ ois oir Figura 5 - Os diagramas isoerénicos obtidos por Fuck et al. (1989) no Macigo de Barro Alto © na sequéncia de Juscelindia ‘Sa, Serra da Gameleira, sudeste de Natinépolis, macico de Barro Alto, granulites félsicos (uma excesio apenas, isécrona "verdadeira”), ‘5b. Amostras de diversas localidades, inclusive da Serra da Gameleira a este e sudeste de Natin6polis, grannlitos félsicos predominantes. A isScrona da Serra da Gameleira é colocada como referéacia, ajustando-se bem 4 maioria dos pontos analiticos. Se, Gnaisses a biotita e homblenda da Sequéncia Jusceléndia, em Jardim Paulista (2 km a0 norte), "seroma verdadeira” 5d, Gnaisses e anfibolitos da Sequéncia Juscelindia, 3 km a0 norte de Jardim Paulista, A iséerona do sitio anterior ¢ colocada como referéncia c ajusta-se bem a maicria dos pontas analiticos, Se. Gnaisses e anfibolitos da Seqiéncia Juscelndia, coletados nas imediagSes da cidade topénima. A. isdcrona de Jardim Paulista ¢ colocada como referéncia, circulou devidamente), aguardando-se do um contexto de detalhamento do muito da posterior apresentagao por ex- macigo de Cana Brava, reiteraram a ‘tenso dos resultados e conclusdes. validade da isécrona Rb-Sr (obtida por Correia et al. (1996), prosseguin- Correia, 1995) de idade 1350 (30 Ma para uma razio isotopica St'/Sr"* de 0,7168 (0,001, considerada como de metamorfismo regional, comparando es- tes valores com aqueles obtidos por Fuck et al. (1989). Ainda no mesmo trabalho, utilizando 0 método Sm-Nd, concluiram que @ intrusdo e cristalizagio do corpo mafico-ultraméfico se proces- sou no Paleoproterozéico (ca. 2,0 Ga) & que ele foi submetido a um processo ‘metamérfico principal e deformactio compressional em torno de 1,3 Ga, ha- vendo posterior reequilibrio metamérfi- co durante 0 Neoproterozéico (Ciclo Brasiliano), em tomno de 0,77 Ga. Consideramos, no cOmputo geral dos dados, os dados acima discutidos - geol6gicos e geocronolégicos - que um processo orogenttico, provavelmente de natureza colisional, teve lugar no Brasil Central na ordem de 1300 Ma, e que pode ser considerado contemporineo (¢ de certa forma paralelos ¢ conexos) dos demais processos de San Ignacio e Es- pinhago-Chapada Diamantina, © com- plementar no que tange 2 consolida- sdo/fustio de uma grande massa de areas Continentais. Para 0 norte (area de Na- tividade) os processos ¢ reflexos desta interagao teotOnica parecem se amenizar bastante, de maneira semelhante 20 que ‘ocorreu para leste, para o lado do atual Créton do Sao Francisco, a leste da Chapada Diamantina ‘A designago de Orogenia Urua~ guana é evocada, ficando clara a cono- taco diferente (da designagao original), em termos de origem, de area (em par- te), materiais e agentes envolvidos no proceso. A manutengao desta designa- a0 € para evitar a criagio de novos ‘termos, e em respeito ao que vislumbr: ram esta orogenia, ¢ mais ainda para no fomentar complicagdes dispensiveis na terminologia. Os presentes autores ad- mitem que o reconhecimento desta or genia, nos termos aqui propostos, no € de reconhecimento pleno, mas admitem também que isto € apenas questo de BOLIG-USP, S6rClent, 271-40, 1986 tempo e do surgimento de novos dados. SISTEMA DE DOBRAMENTOS ES- PINHACO - CHAPADA DIAMAN- TINA Consideragses introdutérias Modernamente, faixas méveis so definidas como resultado dos processos interativos de placas ou segmentos litos- {éricos distintos. Nestes processos, todo © contexto de coberturas presentes no lugar geométrico da interagdo e adja- céncias ser4 deformado, em diferentes niveis estruturais, sejam eles de afinida- de continental (bacias IF, 1S, MS, LL, Kingston et al., 1983) ou ocednica (ba~ cias TA T, OSLL, OS), assim como fra- Ses expressivas dos respectivos subs- tratos, Esta deformacéo, para dar vazio ‘ao encurtamento crustal e litosférico, se propaga lateralmente, dos sitios princi- pais da interago ao interior das placas litosféricas, na razo direta da magnitu- de e do tipo de interagao (coliso € qua- se sempre o de maior intensidade) e da idade termal das unidades envolvidas, inclusive do embasamento das areas vi- zinhas. Nas bacias sedimentares, a defor- mago pode ocorrer por varios fatores adjacéncias de zonas de interagio, fa- Ihas transcorrentes, magmatismo intra- placa, processos extensionais sobrepos- tos, impactos extraterrestres, etc., numa ordem aproximada de freqliéncia ¢ in- tensidades. Mas, em todos esses casos, 6 espessamento € encurtamento litosfé- rico € de pouca monta e 0 embasamento & poupado, ou raramente ductilizado Estas deformagdes caem sempre na égi- de de “idiomérfica" ou "descontinua", podendo ser classificadas (Kingston et al, 1983) desde muito fracas (loceis, sem grandes efeitos) até muito fortes (reversio de bacias, estruturas em flor, rejuvenescimento do embasamento, etc,), consoante diferentes classes. De forma que entre a faixa movel reo Neves, BB. ea (entre segmentos litosféricos) © a bacia sedimentar deformada (intraplaca) sem- pre havera feigdes assemelhadas, e, em alguns casos, a davida quanto & classifi- cago adequada, na falta de componen- tes tridimensionais da visto do pro- cesso. Mas, na realidade, mesmo quan- do se dispde de um perfil mais completo de uma faixa_mével como um todo Hatcher & Williams, 1983), verifica-se que nem sempre ¢ facil, ou existe certo artificialismo em. classificar adequada- mente os diferentes dominios desenvol- vidos e precisar seus limites. © fato é que a deformacao decresce de forma ir- regular das zonas mais internas (adja- céncias da sutura) até as zonas mais externas (interior do Craton). Como diseutido no inicio do tra- balho, a identificago das faixas méveis mesoproterozbicas foi dificil por varias, raz6es, a que devem ser acrescentadas outras, relativas aos paragrafos iniciais deste item no tocante ao sistema Espi- nhago-Chapada Diamantina Ocidental (aa Bahia), onde ele € parte do niicleo craténico sinbrasiliano do Sao Fran- cisco. Hé muitas feigdes de dobramento descontinuo envolvidas e faltam dados geofisicos que subsidiem, com sufici- cia, a proposta de uma interagao de placas (ou de subplacas, como € 0 caso). Este conceito de unidade orog nica foi introduzido informalmente em 1978, durante a elaboragio do Mapa Geoldgico do Estado da Bahia, por Cor- dani & Brito Neves (1978), compondo a faixa mais jovem do embasamento do Craton, consolidando varias opinides prévias ("geossinclinal do Espinhaco”, “oroaulacégeno", etc.) de mesmas ten déncias. No recente simpésio do Espi- hago, em Diamantina, 1995, as varias correntes de andlise (Danderfer et al., 1993; Rocha & Dominguez, 1993; A: breu, 1995, etc.) - em discussio de ple- nario - parecem convergir na admissio linhas gerais da evolugao de uma faixa mével, com problemas maiores em Mi- 8 Crogineses precedendoe ttrogineses nas Gerais, onde a sobreposigo do Bra- siliano foi penetrativa e importante. A discordancia angular e erosiva que sepa- ra este sistema dos processos evolutivos subseqiientes do Ciclo Brasiliano, defen- dida desde a década de 60, pelas expo- sigdes da Bahia (vide Brito Neves et al., 1979), parece agora _extensivamente confirmada, em Minas Gerais inclusive (Braun et al, 1993; Souza Filho & Alkmim, 1993; Abreu, 1995, etc.), face a novos dados de subsuperficie e outros de andlise estrutural nos extemides da Faixa Aracual. Ha naturalmente dissengdes _as- pectos peculiares nos diversos exercicios de analise de conjunto, mas o principal enfoque da discussdo esta centrado na cronologia dos eventos. Para alguns autores a primeira fase de deformagio (dobramento NS a NNW-SSE) jé seria do Neoproterozdico (Rocha & Domin- guez, 1993; Danderfer et al., 1993, en- tte outros), com o que discordamos. O ponto de vista aqui reiterado é de uma deformagio no Mesoproterozéico. Para as fases subseqiientes, a idade neoprote- rozéica e 0 relacionamento estreito com © anel centripeto de dobramentos brasi- lianos (so auténticos “thrust-and-fold belts") que envolve o Créton do Séo Francisco so temas consensuais. Elementos da andlise estrutural regio- nal A primeira fase deformacional do sistema de dobramentos é resultado de um campo de esforgos compressionais E-W, no qual o acamadamento mostrou- se mecanicamente ativo (deslizamento flexural, Danderfer Filho et al., 1993), Em varios setores da Chapada ocidental € possivel reconhecer foliagao e/ou cli- vagem plano-axial franca’ nos varios braquidobramentos assimétricos desen- volvidos, associados com falhas de em- urrdo, do tipo reversas. Os indicadores cineméticos séo no sentido de transporte geral de WNE para ESE. De modo ge- ral, na Chapada ¢ possivel verificar uma deformagio crescente de ENE (imedia- ges do paralelo 10°S) para SSW (ime- diagdes do paralelo 14°S), passando-se gradativamente de estratos subhorizon- tais para dobramento expressivo, assi- métrico, na parte mais ocidental da Cha- pada, e dai para estruturagdes mais com- plexas (incluindo retrabalhamento inten- so no embasamento do bloco de Para- mirim) para o dominio do Espinhago (vi- de Fig. 6) ‘No Espinhaco Setentrional 0 do- bramento ¢ fechado, isoclinal, por vezes revirado e com flancos rompidos, com vergéncia forte para oeste, dando ao sistema em conjunto uma viséo genérica de vergéncias centrifugas, © proposito aqui é coligir uma fe de evidéncias e argumentos (nem todos originais), de que esta deformacao € do Mesoproterozéico, em tomo de 1300 Ma, e mais enfaticamente reiterar uma tectdnica claramente pré-Brasiliana, Destacamos a) A discordincia angular © ero- siva, localmente mais conspicua, entre 0 dobramento do Supergrupo Espinhago © do Supergrupo Sao Francisco, é uma quebra estratigrifica que requereu e3- pago de tempo de alguns milbées de anos. Enquanto na Bahia esta é uma observagio sem grandes problemas (dominio de créton sinbrasiliano), em Minas Gerais, onde a Faixa Araguai € longitudinal 20 Espinhago (e a defoma- 20 brasiliana ¢ muito forte), esta dis- cordancia s6 pode ser percebida nos externides, com dificuldades algumas vvezes, ou entéo mediante circunstincias especiais (dados de subsuperficie, ané- lise das intrusivas méficas marcadoras no tempo, etc.). Ainda assim, estas di- ficuldades de percepgao em Minas Ge- rais so relativas, pois segundo Frede- tich Renger (informagao verbal), 0 Su- pergrupo S Francisco (representado pelo Grupo. macaiibas) apresenta contatos claramente discordantes com pratica- 10 BO\IG-USP, Ser. Clon, 277-40, 1606 mente todas as unidades do Supergrupo Espinhaso, como observado recente- mente no desenvolvimento do mapea- mento de semi-detalhe. Na regio central da Babia, essa discordincia angular ¢ erosiva fora jé discriminada, fotografada © publicada por Brito Neves, hé trinta anos atras, simplesmente revendo observagdes ja cexpostas por Branner, no inicio do séeu- lo ) A presenca de importantes ¢ es- pessos contingentes de clasticos conti- nentais imaturos nas unidades basais 20 Supergrupo So Francisco (Bebedouro, Macaibas, Jequitai) sao atestados de in- terrupgdo expressiva, no desenvolvimen- to estratigrafico regional, em termos de ‘tempo e ambiente (situadas entre unida- des marinhas). ©) 0 fato conereto do Supergrapo Sto Francisco se alojar preferencial- mente em baixos estruturais (sinclinais de Campinas, Iguitu, Amani, ¢ sinfor- mes de Ireeé, Alto Paraguacu) ¢ erosio- nais (depresses importantes previa~ mente esculpidas, com recuo de encos- tas) como aquelas da borda sul do bloco de Mimoso (0 bloco mais setentrional da Chapada Diamantina, que chega proxi- mo ao Rio S Francisco) e da area de Xi- que-Xique (vide Fig. 6) d) A marcante diferenga de dire- ges € estilos estruturais do Espinhago ("primeira fase", NS-NNW) ¢ do Super- ‘grupo Sao Francisco, na Bahia. Este em grande parte com importante descola- mento basal para o sul (“thin skin, di- regio geral E-W), flagrantemente dis- cordante da deformagao da Chapada Di- amantina e Espinhago, como tentativa- ‘mente represemtados na Figura 6. Esta quase ortogonalidade de diregbes ¢ de esforgos seria incompativel com um tini- co processo de intera¢ao de places ou subplacas, pois exigiria uma mudanga muito brusca no padréo de conveccao do manto, ajustando-se mais aos proces- sos de colagens (somatéria de interagdes Bit Neves, 8.8 etal Crogénesos precedendo etategénesss.. svensno mitorscrncttico =) et onoa, tbat om a Se tmacemene +] TE] stat one a etal Specnno toners ZB conimtince crane Figura 6~ As prncipas estruturas tectogénicas da Bahia Central, Sistema de Debramentos Espinhapo (a ceste) - Chapada Ocidental (centro). E marcante a suavizagéo da deformagéo para a Chapada Diaman- tina mais oriental, de sudoeste para nordeste. Observar a defermagao brasiliana (firegBes E-W presente no interior das snformes de Tree (até o paalelo de 11°30’ ede Tguit (oeste de leat), e completamen- te ausente tanto em todo o trecho a oeste de Tbtirama para 0 sul quanto na sinforme de Utinga Bascado em Inda ¢ Barbosa (1978), Pederera (1994), com adendos, modificagdes © supressbes dos autores. em diferentes tempo ou somatéria de orogéneses). €) Além disto, a deformagao NS- NNW ocorre de forma bastante clara em alguns setores do Espinhago - como por exemplo de Ibotirama para Paratinga -, ¢ em outros setores da Chapada - como do sul de Canarana para Iraquara (sul do paralelo 11°30’) -, sem que a cobertura do Supergrupo Sio Francisco que Ihe so sobrepostas e/ou adjacentes apre~ sente quaisquer evidéncias dessa defor- magdo (vide Fig. 6). Se a compressio da primeira fase fosse neoproterozdica (@ adviesse do mesmo empuxo que do- brou a Faixa Brasilia, como alegam os autores que se contrapdem a deforma- a0 mesoproterozéica) no havia como persistirem estes setores de franca sub- horizontalidade do Bambui embutidos na estruturagao Espinhaco. £) O magmatismo fissural bisico que é caracteristico da Chapada Dia- mantina e do Espinhago, foi revente- mente mapeado em semi-detalhe (Pro- jeto Espinhago, Geosol + Instituto de Geocigncias da UFMG, inédito), em Minas Gerais, mostra de forma ineg vyoca 0 tipo de relagio crono-estratigré- fico aqui defendido. Estas rochas, para as quais falta um estudo geocronol6gico adequado & sua importéncia (valores de idade aparente entre 1150 até 900 Ma), cocorrem recortando contextos tectogé- nicos prévios e ja soerguidos e erodidos de alguma forma, do sistema Espinha- go-Chapada, e so unidades que prece- dem toda sedimenta¢o neoproterozéica (Supergrupo Sao Francisco). Sto por- Tentosos corpos magmiticos méficos (oleiras e diques), alguns de centenas de metros de espessura, de ocorréncia franca e clara, discordantes das unidades previamente deformadas do Espinhago ¢ da Chapada, e que desaparecem no con- tato com 0 Supergrupo $.Francisco. In- clusive ha de algumas evidéncias de fragmentos deste magmatismo as por- ges basais das supracrustais neoprote- rozbicas (no Rio Pardo, e nas proximi- dades de Caatinga do Moura-BA, por exemplo). Este magmatismo basico repre- senta claramente os registros de uma ampla e importante fase distensional pos-orogénica, do final do Mesoprote- rozéico (provavelmente até 0 inicio do Neoproterozdico). Seu estudo geologi- co © geocronolégico ¢ prioritério, por sua expresso ¢ significado, e porque traré os fatos e argumentos suficientes para encerrar uma polémica que é (para ‘n6s) de hé muito dispensével. ‘A idade desta primeira etapa de- formacional é colocada no Mesoprote- rozdico com base na andlise geolbgica a nivel regional e no modesto suporte ge- oeronologico auferido até 0 momento, oriundo de diferentes objetivos ¢ escalas de pesquisa, Destacamos os dados con- signados nas rochas do embasamento a oLIG-USP, SéeCient, 27:1-40, 1998 retrabalhado do vale do Paramirim (Jar- dim de S et al, 1976; Turpin et al., 1988; Cordani et al, 1992) e no Domo de Bonfim, em Minas Gerais (Cameiro, 1992), nos valores de idades do magma- tismo mAfico (Brito Neves et al., 1979; Machado et al., 1989), e ainda nas ida~ des Rb-Sr em pelitos anquimetamér ficos (Brito Neves et al., 1989, valor de idade de 1290+52 Ma) e Pb-Pb em car- bonatos (Babinski et al., 1993, idade isocrénica de 1140£140 Ma) da Forma- ‘gio Caboclo, em Morro do Chapéu, re- sultados estes que esto destacados na Figura 7. Estes dados sao relativamente coerentes entre si, e apontam para esta fase deformacional inter-regional uma idade na ordem de 1300 Ma, com esti- mativa de erro préximo a 5%. Este va~ Jor deve ser compreendido como de re- conkecimento, carente de posterior a- perfeicoamento, mas, insofismavel na presente instancia de analise. ‘Nestes termos, na abordagem co- mo ciclo quelogénico, o Espinhago teve seu inicio com a tafrogénese do Esta~ teriano - auténtico “linked faul system" extensional e continental - e seu fecha- mento com esta fase orogénica do Ecta~ siano, em analogia e certa sincronia com ‘© desenvolvimento Uruaguano que lhe é paralelo no Brasil Central, e com ele completando um sistema ramificado (branching system") de edificios orogé- nicos. Por ter sido a mais jovem faixa mével da porgao litosférica paleopro- terozdica, onde se situa (ou seja, idade ‘termal mais jovem). parece natural e es- peravel a consténcia como este sistema seu embasamento (particularmente o "corredor do Paramirim”) veio a ser re- estruturado no ciclos sobrepostos. ‘A segunda etapa de deformagao que atingiu o sistema ¢ bastante conspi- cua e decantada em Minas Gerais (Faixa Araguai subparalela ao Espinhago), mas suficientemente bem registrada por toda a Bahia. Esta deformagao subsidi- 4ria da compressdo das coberturas neo- Bil Neves, 8.8, et Fe 0 ep te Figura 7 ~ As isécronas éa Formagdo Cabeclo, ‘lade do Grupo Chapada Diamantina, parts superior do Supergupo Espinhago Ta, Iscrona Rb-Sr om folhelhs esittos (an- quimetamérfcos), nas imediagdes a ceste de Momo do Chapéu-BA. Brito Neves et al (1979), valor considerado minimo para a sedi meniacioe préximo do evento de diastrofismo 7). Isierona Pb-Pb para os caledrios estroma- toliicos da Formagio Caboclo, na Fazenda Tangue, 12 km oeste de Morro do Chapéu-BA, de Babinski et al. (1993), Estas rochas estdo encaixadas nos folhelhos ¢ siitos acima da Formagio Caboclo, cuja determinaséo geocro- nol6gica Rb-Sr est na Figura Ta, proterozéicas funcionou como um tor- hiquete, circunscrevendo toda a entéo peninsula do Séo Francisco. A. conjun- so da compressao vinculada ao trans- Porte tectSnico em busca do nticleo es- tavel, do norte para o sul (originéria nos Sistemas Sergipano, Riacho do Pontal- Rio Preto) e do sul e para o norte (ori- sinaria no ramo oriental do Araguai e no sistema Rio Pardo) estruturou vigorosa- ‘mente essas faixas méveis perifrancis- canas, e avangou criton a dentro, con- figurando diversas manifestagdes tectd- roganeses pracasend aogtneses.. nicas de antepais, como descolamentos “thin skin" centripetais, retrabalhamento do embasamento, retomada de antigas linhas de falha, enxames de diques, in- trusivas alcalinas, privilegiando corre- dores de descontimiidades estruturais preexistentes e zonas de idade termal mais jovens. De sorte, que distinguir tratos realmente "full cratonic" no inte- rior do contexto paleoproterozdico dito estavel, ou seja, que tenham permane- ido indenes a tecténica neoproteroz6i- ca é uma tarefa delicada, e sempre ca- rente de reviséo. Para o final das coli- s6es brasilianas, ha idades que variam de 350 Ma a 510 Ma, mas € possivel que outras fases deformacionais mais antigas tenbam atuado ¢ venham a ser identificadas, REPERCUSSAO NO _EMBASA- MENTO (REGISTRO NOS CRé TONS DO CICLO BRASILIANO) A deformagao das faixas moveis é propagada aos blocos adjacentes a dife- rentes disténcias, em consonincia com a tigidez esperada para a litosfera. A de- formagio se propaga de varias formas ¢ intensidades em niveis crustais rasos (erack propagation”) e mesmo profin- dos, conforme varios trabalhos preexis- tentes e outras andlises mais recentes de revisdo (vide Hancock, 1994). A defor- magéio costuma se concentrar em pré- vias zonas de fraqueza, zonas de cisa- thamentos ou lineamentos, sitios de ati- vidade magmética mais jovens, mas também pode ocorrer através de meca- nismos de dissolugao por pressio. E estes processos, invariavelmente estdo ligados com manifestagdes hidrotermais (com repercussdio em muitos sistemas isot6picos). tema ¢ vasto e tem sido tratado muitas vezes de forma vaga ou furtiva em geologia regional, e carece de apro- fundamento, nos casos conhecidos do Brasil e alhures. Amazénia ‘No bloco paleoproterozéico da A~ maz6nia, varios autores, em diferentes épocas abordaram 0 problema, no to- cante a um evento marcante do Meso- proterozéico, a saber: Barron (1966, e- vento K'mudku, 1200 Ma, na Guiana), Priem et al, (1971, evento Nickeriano, no Suriname), Klosterman (1973, e vento Orinoquense, 1300-1200 Ma, na Venezuela), Lima et al. (1974, evento Jari-Falsino, 1200-1100 Ma, no Amapa ¢ Para), Amaral (1974, evento Rondoni- ense, 1050-900 Ma, posterior ao evento Madeirense, 1400-1250 Ma, no sudo- este da Amazénia), consoante a sintese de Amaral (1974, 1984), e praticamente em todas as folhas ao milionésimo do Projeto RadamBrasil. Invariavelmente, estes autores (que desginaram os even- tos craténicos) se referiram a catacla- sitos, milonitos, basculamento de blocos, cisalhamento, dobramento idiomérfico, rejuvenescimento isotopico de rochas ‘mais antigas, etc., em escala regional de observagio. Quase sempre, os dados geocronolégicos - Rb-Sr e K-Ar em maioria - foram suporte importante de tais designagdes, ‘No caso da Amazénia, sem obser- vvagées novas a aduzir, somos da opi- nio de que estes processos condizem com a propagacio diversificada ("a vagdo reflexa") da deformacdo originada na colagem Grenville (orogenia anterior & Elzeviriana e eventos subseqiientes), conforme ja haviam presumidos Kro- onenberg (1982) ¢ Priem et al, (1971) Isto se considerarmos a discussao acima © as configuragdes de Litherland et al. (1985) e Hoffman (1991), mostrando 0 cinturo orogénico (Grenville-Sueco/ Noruegués-Garzon-etc.) citcunscreven- doo bloco amazénico, ¢ reunindo-o for- temente a outros congéneres, na aghi- tinagdo do supercontinente Rodinia. Nas reas adjacentes ao Grenville, no Canada, hé varios exemplos compa~ raveis de "resetting" de varios sistemas [BOLIG-USP, SérClent, 27:40, 1996 isotopicos, a nivel de mineral ¢ rocha total, descritos por varios autores, con- soante a sintese de Easton (1986). ‘Adiantamos aqui que varios pro- ccessos de deformago extensional s¢ so- brepdem no tempo (idades mais jovens que 1150 Ma), com magmatismo asso- ciado (vide Quadro 1), deixando bem ‘marcado que os eventos de "reativagio" (com cisalhamento e compressio en- volvides) pertenciam a outra fase © campos de esforgos anteriores, de outra origem. Ou, em outras palavras, hé vé- rias fases a discriminar para estes pro- cessos cratOnicos, entre reflexos (ativa- Go tangencial na litosfera, antecedentes no tempo) e auténomos (atividade man- telica,instalada posteriormente) Sao Francisco ‘No dominio do Criton do. Séo Francisco, processos semelhantes foram identificados primeiramente por Herz (1970), discriminando dois eventos tér- micos, um de 1350 e outro de 1000 Ma (dados Rb-Sr e K-As), afetando embasa- ‘mento e supracrustais mais antigos do Quadrilétero Ferrifero. Estes dados e estes eventos so por nos interpretados como reflexos distais do fecho dos or6- ‘genos das faixas do Espinhago (a leste) ¢ do Uruaguano (a oeste, e possivelmente a sul), na metade do periodo Ectasiano, subsequlentes. No Complexo Metamérfico de Bonfim, @ oeste do Quadrilétero, foram idemtificadas recentemente varies uni- dades ortoderivadas de alto grau (con- texto polidiapirico) arqueanas, e pene- trando. substrato arqueano (gnaisses trondhjemiticos "Alberto Flores") de na- tureza granitica ("Gnaisses Souza No- chese") ¢ tonalitica ("Samambaia"), e ainda corpos filonares locais ("Bruma- dinho"), 05 quais sfo caracterizados por diagramas isocrénicos do final do Me- soproterozbico, consoante _Cameiro (1992). No caso das intrusivas filo- nares, hé indicagdes pelo método U-Pb ‘Crogéneses pracedendoetatragneses, Bit Neves, 88. eta! xe) Tv pu ASMA GET FEG a SPSUNS BINATOIO ep sieuy SONA - SoIyOUN ‘sonsopouess-somesd ‘asst jap uooury oxojdu PIAILOg] - o1OwU] WHS eIUAOIG ep sIeUy soqLoN; (os61) 1839 puepomry] gyal Goel] - auf, 1a ap ompeory oxajdw05 a soorupro}-sod sows svsung-sod v uis jeuojoensuan (S66 PUY JO SaNUBIE JaBuno 4 , Jouay JI 7B unoswoneg gap] 066-0801! 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(ve a rondrup, ou sean yyy somtexteoud woo amtourantepI034 owid (2661) wade qyra|__0sF006, sopeigop ‘Soaqi9uaut opu sooqupToI0-91d soyeseg] UT ap ORI (6861) TDUUTTISeIq OBSEUUIOFOp-ud aqunyty 7 APUSHOV sopep (ize aarssod,, 9 ,suseq- yb, ‘euendenscy-sod op sanbi AVP c»F900I4 9p cuexug] “sorsapuEe p ovSto9U0, (z661) osu) vay} 006-0011] soouvE CaN oBS=HIP) senbyp ap souTExUD 2 oorsyamIp odin Ing aul AV PH (“+ 96F ILD} sex ONUO(] OP BqUL}DE,D aP 0OSAN] O19RD) “Sod Sv} 001-0021} sos eee cms op soos Sou a sanbig| eH 00017) yeynbos-omopagag ovseael again] 62900) [Bss9"] oupag 9p #91S9q,,) Sod AVP O00I-OLOt| soszonsp ‘steIaH seENyA Wo odeyUIdse Op Sanbtp ap SoUENU: equa onal Jo) soyeseg “"PoRUUIED “oLO|oD $(G661) bed 7B PTIABV.G) 2V/AV] OOOI-OLOI] ‘SMeUIT “JOPEATES op oop}9]0% [eHISSNy DISA oulspeurdey) —e1U94Q PproK oastouesy @A) soppugqjoy —_foporpyv| PPL soptoayuogat somone, m “(owSenutu09) | oxpenty ragtnases precedence s taooneses Brio Neves, 8.8 tal Pager (S661) Te ¥ opeuay, 064-0001] 988 ConauaHi0 o1uaAe 0 opuapazasd ‘oqaueayLs op O13yIsq] ‘Go61) reluea 29 50g] AV />H 06F 006 exHOUE ren8rup ‘Sooypourrour oyu SoomeAoI0-9id somes] jouorpuapy Ros] PNAUS| “qa adeqy omioumayry -voost (661) OPN sy} IS/q¥ O8OI-oSzI{,,sovordurE, ) seoIssBioden|N Seon enueg Fos} (761 096-0v01| (.sonoyo,, PW Soros esospaq} pa] —@FE6L| syed op wary2I01 o¥SeH ap oonfyseG owsHEWIFE; (8861) adory 2p i | PN/Uus| 00015] (661) Te joruou O1Fe8L, (£661) seuey} gayi 00EL: [e979 ouney! oueios 23820pns op seyp! ap sooze ap aquarquUE op ouawHArontas (1661) 12 ¥ jewsung gain} eW 006: ov (soupyidun) sorosinoosd sossaoord a ojuouay! rewopioo owe) frunue20., prounosg| (@OWT =pepIUTE ap CaTYAT OuSTID|nA “OMVOQUETAy “gouyyg) awaUeIO] “eprBug,oMTy-ouEtg 2 eqqeIve-nafe (ins owe: ‘euvdiSiog ‘Jenrog oysery sextey seu oquaueays v sopeioosse a yesionsuen ae (£661) 110 sanay omg} ayn} 0001-0011 eseq @ (aIueURUOposd) OONYOL Yepow-Iq oWISINEOINA, eURDLOGIOg “Addd| icy serougueyoy loporial__apepr sopraaquosas sonuoagy (oxsnjouod) | ospend = ‘em zircdo (intercepto inferior) de perda de Pb no mesmo periodo. Interessante registrar que 0 substrato dominante ("Alberto Flores") no apresentou in- dicios quaisquer do "resetting", que se ‘mostra exclusivo das intrusées arquea~ nas (idades U-Pb irrepreensiveis) Todas as linhas isocrénicas traga~ das por Carneiro (1992), constantes co- mo Figuras 8a, 8b, 8c, neste trabalho, mostram valores elevados da raz4o Rb- Sr e, mais ainda, das razdes Sr'’/Sr™, podendo ser enquadradas no modelo 1 de Maheteney (1990), j comentado. Os dados petrogrificos, isotépicos e tect6- nicos so indicativos de vigorosa difuséio do Sr*” radiogénico, o que esta sendo atribuido a retomada das zonas de isalhamento antigas (muitas delas ar- queanas) pela deformago mesoprotero- zoica, consoante evidéncias de mega a microescala. A re-homogenizagéo dos sistemas Rb-Sr se verifica diante da transformagao de minerais de potassio, por aco de fluidos siicéticos, na facies ‘xistos verdes (Cameiro, 1992), No magmatismo bésico fissural (basaltos ¢ lati-andesitos, baixo grau de ‘metamorfismo) que recorta sistemati- camente esta area, determinagdes K-Ar em homblendas (magmatismo *Concei- sao de Itagua’, diques de diregao NW & stocks) indicam valores de 100643 Ma, como registrado no Quadro I. Estas idades aparentes podem estar refletindo ‘© mesmo evento mesoproterozsico (in- terpretagio original de Cameiro, 1992), mas, € bem mais provavel que ja este- jam relacionadas com o tectonismo ex- tensional posterior, como jé verificado na Amazénia. ‘Nas imediagBes do Espinhago ¢ da Chapada Diamantina, na Bahia, ha va~ rios fenémenos semelhantes, sem 0 mesmo acervo qualitativo de dados geo- cronolégicos, evidenciando retrabalha- mento a diversos niveis de rochas do embasamento, seja este “granite-greens- tone”, gndissico-migmatitico ou mesmo a BolsG-USP, SérCient, 271-40, 1086 arses jet - t ya peaeni me q foconaense2 a 7% 38 cyt Figura 8 - As is6cronas do Complexo Metamér- fico de Bongim, 2 oeste do Quadrilétero Ferri- foro (rochas com idades arqueanas segundo da- dos U-Pb em ziredo de Cameiro (1993), indi- cando a forte re-homogeneizagdo (retrabalha- ‘mento) mesoproterozéico. ‘8a, Ortognaisses de composigéo granitica folia- dos on bandados. 8b, Ortognaisses Ieucocriticos, médios a gros- seiros, composi¢a0 tonalitica (intrusivos nos anteriores?). As texturas {gneas esto preserva~ das 8. Ortognaisses leucocriticns, formas de di- ques ou de pequenas bossas (intrusive no ton- lito Samambaia). faixas moveis paleoproterozoicas (caso da Serra de Jacobina), Estes dados, que ‘mostram a irradiagdo lateral de esforgos Brito Neves, 85. ats do Espinhago estdo dispersos em varias referéncias bibliogrificas e no chega- ram a consignar uma designago infor- ‘mal especifica, como na Amaz6nia e em Minas Gerais, OUTRAS OROGENIAS MESOPRO- TEROZOICAS a) Na Provincia Borborema, no substrato das faixas méveis mais meri- dionais ¢ no embasamento do Macigo Pemambuco-Alagoas hi. varias evidén- cias de processos acrescionérios (terre- nos “Alto Moxoté" e "Lagoa das Pe- dras") € colisionais ("Complexo Belém do Sio Francisco") no limite Meso-neo- proterozéico, consoante dados Rb-Sr, U-Pb © Sm-Nd e bom suporte petro: dgico, de acordo com Santos et al (1995) Além desta area (Floresta-PE), por toda faixa Pajeti-Paraiba hi uma sé- rie de ortognaisses (sienograniticos, gra- niticos, granodioriticos) com caracteris- ticas de unidades sintecténicas em rela- Go as encaixantes (metagrauvacas, mi- caxistos, metavulcdnicas diversificadas) que sistematicamente indicam idades isocrénicas (Rb-Sr) em tomo de 970 Ma, Valores de idades semelhantes sto encontradas na por¢o mais ocidental do embasamento do Macigo Pemambuco- Alagoas, em ortognaisses do Sistema Riacho do Pontal e em supracrustais (metavulcanicas félsicas) do Sistema Pianed-Alto Brigida (geradas na tafro- ‘génese de 1200-1100 Ma), A historia e a extensiio desta oro- genia, chamada provisoriamente de "Ca- iris Velhos" (Campos Neto et al., 1994; Brito Neves et al,, 1995) é problema em aberto, de conhecimento recente © de muito futuro na pesquisa geologica da- quela provincia. Ha indicagdes de que em parte ela é a consumagio de um ciclo iniciado com 2 taffogénese de 1150-1100 Ma, e que em parte (em ou- tras faixas), ela é quase contempordinea. 2 Crogtreses pracedendoetatrogéneses. A relagio deste processo de interagéo com o de Sunsés-Aguapei (de mesma idade), € com outros sincronos a nivel mundial (Ottawan, do Grenville) é tema bastante atraente e inadidvel de pes- quisa. b) No Unuguai, a sudeste dos ter~ renos Nico Perez e Piedras Altas, Cam- pal et al. (1995) e Gaucher & Sprech- mann (1995) apresentam uma série de evidéncias preliminares da presenca do Ciclo Uruzguano naquele pais, subse- guente aos processos tafrogentticos do Estateriano, e sotoposto por discordan- cia a metassedimentos vendianos. A formacao Cerro Villalba é des- crita como composta por metacarbona- tos e argilas, com varios tipos de estro- matolitos do mesoproterozéico. Ela apresenta uma primeira fase de defor- ‘magio (orientagdo N-S), que Ihe é ex- clusiva, ¢ uma fase subsegiiente (E-W) conjunta com os metassedimentos ven- dianos. Além da discordancia estratural, esta unidade € recortada por diques graniticos, indicando pois a relevancia do hiato temporal entre ela e @ unidade neoproterozéica sobrejacente (Arroyo del Soldado), Algumas determinagdes K-Ar em minerais dos planos de deformagio e outras determinagdes Rb-Sr e Ar-Ar em diques méficos (de idade original no Estateriano) apontam idades entre 1400 @ 1200 Ma, interpretadas por aqueles autores como relativas a um ciclo de sedimentagio (> 1400) e deformagao, semelhante ao Uruaguano do Brasil As informagdes so @ nivel pre- liminar, de resumos expandidos, mas ‘muito interessantes, principalmente pela nitida evolugao pos-tafrogénese estate- riana dos sedimentos (sobrepostos @ di- ques maficos ¢ batélitos graniticos de 1700-1880 Ma, isto combinado com utos dados de cunho paleontolégico), as evidéncias de deformagao mesoprote- rozbica PROCESSOS DE TAFROGENESE Os eventos de tectdnica extensio- nal, com magmatism © sedimentagao associados, posteriores as orogenias da parte superior do mesoproterozdico sio conhecidos em todas as provincias es- truturais brasileiras, com a diversidade esperada, embora com nivel softivel no conhecimento geol6gico geral (petrolo- gia, geoquimica) e geocronologico. Es- te tipo de andlise conjunta € pioneiro ¢ se defronta com estes problemas, ¢ mais ainda, com a catalogagao de todas as o- corréncias provaveis de unidades lito- estruturais desenvolvidas na seqiéncia imediata destes eventos colisionais no continente. ‘A forma mais adequada que en- contramos - € muito simplista - de ana- lise € 0 confronto de uma sintese da vasta bibliografia nestas unidades, como tentativamente executado no Quadro I, anexo., E possivel, de forma preliminar, distinguir dois conjuntos de eventos ta- frogenéticos do Estateriano ao Toniano, cujos limites cronologicos nao podem ainda ser fixados com rigor, pela escas- sez dos dados, ¢, talvez, porque real- mente tenha havido certa concorréncia ‘em tempo destes eventos, de uma pro- vincia a outra a) O primeiro conjunto se refere aos processos mupturais generalizados, com magmatismo bésico toleitico (s0- brepujante) e basico-alcalino, com ocor- réncia subordinada de plutonismo grani- tico (Rondénia) e alcalino (Bolivia), que privilegiou 0 bloco amazénico (e espe- cialmente sua porgdo mais ocidental) Do mesmo conjunto e idades des- tacamos 0s processos de rifteamento, sedimentagio clistica e vulcanismo bi- modal que precedeu 0 desenvolvimento das faixas méveis da Borborema (tio- litos >> basaltos) ¢ das faixas moveis do segmento central da Faixa Ribeira (I- taiacoca), na borda oriental do Craton BOLIG-USP, SérClent, 271-40, 1996 Parané. 0 rifte do Paranoa (ainda que sem magmatismo reconhecido ainda) faz parte do mesmo contexto, ‘Ainda que os dados de geocrono- logia sejam muito precarios, 0 vulca- nismo basico do Espinhago baiano e ‘mineiro, pelo menos em parte, pode ser referido a este intervalo de tempo (final do Mesoproterozbico € inicio do Neo- proterozbico) e a categoria de eventos p6s-orogénicos. Estes eventos so imediatamente posteriores, Em tempo, 20s processos da colagem orogénica San Igndcio-Uru- aguano-Espinhago, ficando no tempo do final do Ectasiano para o Esteniano (va- lores de idade entre 1300 ¢ 1100 Ma). Em alguns casos, estes valores de idade (€ dados de campo) mostram que o pro- cessos extensionais sucederam os even- tos de "reativaco" dos cratons jé discu- tidos. Parte destas rochas vulednicas, pluténicas e sedimentares entéo forma~ das foram envolvidas - em circunstin- cias especiais - em processos orogené- ticos, como na Bolivia ¢ Amazonas Ocidental (Sunsés-Aguapef), na Borbo- rema ("Orogénese Cariris Velhos") ¢ na Ribeira Central ("Orogénese Cunhapo- ranga"), na parte inicial do Neoprotero- z6ico ) O segundo conjunto de proces- sos extensionais é mais variével em idade (de 1100 a 950 Ma, com alguns valores chegando a 700 Ma), com varias evidéncias de rifteamento acompanhado de rochas basilticas toleiticas como as mais tipicas das litologias formadas. O limite superior de idade deste conjunto é dificil de separar do limite inferior do ‘outro conjunto acima proposto, e ¢ pos- sivel que esta separacio seja algo artifi- cial. Ou seja, na pritica, ha certa sobre- posigao do segundo conjunto com rela- 40 20 primeiro (como na Affica, vide Porada, 1989) Destacamos 0 magmatismo basico toleitico da borda oriental, sul oriental e sul do Créton do Sao Francisco, da Bio Neves, 8.8. eta, borda leste do Craton do Rio de La Pla- ta e do bloco Sdo Gabriel. Da mesma forma como temos algumas evidéncias de rifteamento nas bordas ocidental (Ba- cia Puncoviscana) e oriental (Faixa Cor- dobana) do Craton Pampia, no ramo ocidental € oriental (Rifte Paranoa) da Provincia Tocantins, etc. Evidentemen- te, estes processos rupturais e de mag- matismo guardam alguma sincronia em termos de tempo, de uma provincia a outra, mas ndo necessariamente, e o des- fecho de todos eles & 0 desenvolvimento dos ambiemtes tectonicos ¢ bacinais da parte inicial do Ciclo Brasiliano Em Africa, estes processos sto de ha muito conhecidos, principalmente os do segundo conjunto de dados, conso- ante excelente trabalho de Porada (1989), que identificou o intervalo de 1100-1000 Ma como a etapa de predo- minio destes processos (e colocou uma interrogagdo no prolongamento deles para 0 nosso lado ocidental de Gon- dwana), Mas, 0 mais interessante foi que ele conseguiu tragar uma curva mostrando a variagio nas idades, de uma faixa mével (panafticana) para ‘outra, desde os valores de 1110 Ma até valores de 630 Ma. No Brasil, nfo te- ‘mos dados suficientes para tal exercicio, ENSAIOS DE CORRELACAO A comparagao da evolugdo obser- vada no Brasil (Gondwana Ocidental) com a dos blocos proterozdicos do he- misfério setentrional (Laurisia) & um exercicio interessante, malgrado a con- sideravel diferenga nas massas criticas de dados nos dois hemisférios, ¢ traz 4 tona uma série de observagdes compa- rativas valiosas. ‘A comparagao fica dificil quando feita com os diferentes setores da cola- gem Grenville, tais como apresentadas na sintese de Easton (1986) para 0 bloco norte-americano. O exercicio flui me- Ihor quando se toma a sintese do con- rogéneses precede etarogénesse.. junto (Laurentia + Groenlandia + Balti- ca + Laurasia), em escalas menores, co- mo aguela processada por Gower (1992). Verifica-se uma série de identifi cages a serem destacadas: a) Natureza e constituigo do em- basamento dos blocos paleoproteroz6i cos, com alguns nicleos arqueanos amalgamados por faixas méveis orosiri- anas, predominantes em érea. ') Rochas igneas pés-orogénicas e seqiiéncias sedimentares de riftes do Estateriano, ©) Processos acrescionarios pre- cursores, com suas associagdes igneas tipicas, © com aglutinaggo de blocos, na ofogénese Gothian-Kongsbergian- “Transcontinental” (= Rio Negro-Ju- ruena), entre 1,75-1,5 Ga. Processos cratogénicos sedimentares e magmiaticos subsequentes, em varias fases, d) Acreseao significativa na oro- génese de 1,27-1,20 Ga (Elzeviriana), presente em varios setores da colagem greavilliana, @ com notiveis eventos subsididrios de “resetting” de rochas do embasamento, E possivel que em nosso continente, pelos dados acima apresen- tados, que estas orogénese/interagées mesoproterozéicas (San Ignécio + Uru- aguano + Espinhago) sejam um pouco mais antigas, na ordem de algumas de- zenas de milhdes de anos (valores até pouco acima de 1,3 Ga sio encontra- dos). e) Tecténica extensional com vul- canismo basico sedimentos clisticos associados (suites AMCG muito tipicas nos blocos do norte), entre 1,2 ¢ 1,09 Ga. Associagdes idénticas nos blocos do sul so conhecidas na mesma faixa de dade, mas sem um controle de idades ideal, no se podendo discriminar esta fase extensional (imediatamente pos- corogénese) de outras mais jovens sobre- Postas, que adentram 0 Neoproteroz6i- £) Magmatismo e orogénese (entre 1,09 € 0,95 Ga, “Ottawana”, Sueco-No- rueguesa) muito bem marcada cronolo- gicamente nos blocos laurasianos, cor- respondendo 4 maxima de aglutinagao de massas crustais (¢ evocada sempre como de consumagio de Rodinia). Nos blocos do sul, ocorrem registros simila- res na zona andina, na zona lindeira Brasil-Bolivia - Sunsés-Aguapei -, ha algumas indicagdes na Provincia To- cantins e na Provincia Borborema - "Orogénese Cariris Velhos" -, e, subsi- Giariamente, alguns valores de retraba- Ihamento do embasamento, Mas, em todos estes casos, tanto 0 conhecimento dos processos crustais como assinatura isotépica requerem aprimoramentos. 2) Taffogénese precursora dos processos evolutivos do Neoproterozoi- 0 (do Ciclo Brasiliano), diacrénica por todo o continente (de 1,1 a 0,7 Ga) de Gondwana Ocidental, sem equivalente nos blocos setentrionais, ou s6 local- mente desenvolvida (a abertura do ‘oceano Tapetus ¢ colocada em torno de 0.6 Ga), Estes dados do hemisfério sul se ‘coadunam com a hipétese do Supercon- tinente Rodinia e abrem novas perspec- tivas de exame do problema, Pelos da- dos discutidos para o Brasil, ha evidén- cias de que 0 grande evento de fuséo continental foi algo mais antigo, na parte mais inferior do Ectasiano (E1,3 Ga), tendo os processos do Toniano (inicio do Neoproterozsico, = 0,96 Ga) por complemento, e isto é uma diferenca significativa para blocos setentrionais. Os papéis das orogenias Sunsés- ‘Aguapei e Cariris Velhos no contexto da agiutinago final de Rodinia ainda no sio claros, por varias razbes, de ordem palinspatica, devido sobreposigao dos iclos neoproterozoicos € faneroz6icos, deficiéncia de dados paleomagnéticos, etc, Mas, estas constatagdes abrem muitos campos novos de estudos, alguns insuspeitaveis ha poucos anos atrés, € ‘mesmo alguns imprescindiveis e urgen- ey BoLIG-USP, SérCient, 271-40, 1986 tes, obrigando colocarem a geologia do nosso continente no alvo das metas de pesquisas a advir ¢ de muitas reflexdes sempre que Rodinia for o tema. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ABREU, P.A.A. (1995) © Supergrupo Espinhago na Serra do Espinhago Meridional (Minas Gerais): 0 rifte, a bacia e 0 ordgeno. Geonomos, v.3, nil, p.1-18 ALMEIDA, FFM. (1978) A evolugio dos Crétons Amazénico ¢ do S30 Francisco comparada com a de seus homélogos do Hemisfério Norte. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 30., Recife, 1978. Anais. 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