You are on page 1of 26
+ CAPITULO 21 TRATAMENTO DE EFLUENTES GASOSOS WICLEF DYMURGO MARRA JUNIOR! 03 Terra um lugar menos agradével dese viver Redluza beleza da natureza 1} t122rscos ambientas bem maiores, Cada profundainspragdo preenche n0ss0s pul- énio.e origénio. Tamim so inatados gases e paricues considerads poluentes, de combustvel queimado dos carosincéndios orestasfbricaseoutra fontes re 5 ds atvidades humanas" [Louis | Battan (1923-1986), Yamas apresentar neste capitulo, 2algumas informagdes introdutérias sobre os métodes mals usuals de contiole da poluicao de 088s Vetemos os cispostivos empregados na erage de material particulado em \uipamentos pata a femogdo de poluentes gasosos,¢ falaremos brevemente sobre poluigso do are fontes de emisséo $30 textos concisos, que tém objetivo de despertar ‘teresse na procura de outs informacbes mais completase profundas sobre os temas aqul esentados. Hoje, com 2s possibilidades da intemet, mutasinformacoes est20"rolando pot ai" Temos que tomar culdado para buscar fontes de informagbes conféveis! Um bom comeco sentada no final deste capitulo, Boa letural suspensio e os esté na bibliografia a 21.1 INTRODUGAO ‘A industrializaco proporcionou muitos beneficios para a humanidade, mas, ao mesmo tempo, causou ‘muitos problemas econdmicos e sociais e um deles fi a poluicio do meio ambiente. Muitos reconhecem a polui¢do como uma séria ameaga a qualidade de nossa vida e, possivelmente, & nossa propria existencia. Embora o interesse em quest6es ambientais tenha aumentado nos iltimos anos, com crescente mobi- lizagio da sociedade para a alteragio das politica e priticas que, no passado, resultaram em degradagio do meio ambiente, ainda temos um longo caminho a percorrer para compreender e remediar todas as consequéncias das nossasatividades poluidoras do passado e do presente. "A Organizagio das Nacbes Unidas (ONU) definiu o dia 31 de outubro de 2011 como a data simbé- lica do marco populacional, quando a populagio da ‘Terra atingiu 7 bilhées de pessoas. Sete bilhoes de ama pcungo enter me coor epi, oso mse gut ff reassess 0 des texto Sera een ct adn gee ghee com es ean ne. Ad tb hs ops, ‘Ana Bex paves cakadona do tes. EIKO 4 \GOES MITIGADORAS DE IMPACTOS AMBIENTAIS E11 terriqueos que necessitam de agua ¢ alimento de boa qualidade, bens de consumo e condigbes de decentes. Segundo projegdes das Nagées Unidas, a populagio mundial deve chegar a 8 bilhdes em 2025 41 bilhdes em 2083, Inflizmente,o aumento populacional trouxe consigo uma diminuicio da qualidade ambiental, com uma sgnificativa pressio sobre os recursos naturals e ecossistemas do planeta. Temos ue ‘grande desafio pela frente! Hi trinta anos (no faz tanto tempo assim!) quem poderia imaginar que teriamos hoje tantos tele fones celulares “grucdados” em nossos ouvidos? Televisores com telas de LCD (liguid erystl display) oa LED (light-emitting diode), ou notebooks e tablets fazendo parte do nosso cotidiano? Ou tantos automeney “entupindo” as ruas das nossas cidades? Como escreveu Rachel Carson, em seu livro de 1962, Primaven, silencisa: A rapides da mudana ea velocidade com que novasstuagées so criadas seguem 0 ritmo inpe ‘oso e insensato da humanidade, e ndo o passo cauteloso da natureza Se considerarmos que a poluigdo é uma das consequéncias da maioria das atividades industria (e por que nio dizer de quase toda atividade humana), métodos de controle devem ser empregados. O melhor método de controle é, sem diivida, evitar a poluigdo, substituindo 0 processo poluidor por outro que nao Polua, Mais facil dizer do que fazer! Normalmente, isso nao é vidvel e, assim, algum método de controle deve ser utilizado. Em relagao a poluicao do ar, uma das principais quest6es a que devemos responder é: qual a melhor ‘maneira para reduzir a poluicio do ar? A resposta, obviamente, envolve substancial investimento econd. ‘ico, uso de processos produtivos mais eficientes e modernos, mudanca de comportamentos, uso racional de energia, empenho da sociedade e de governantes, pesquisa cientfica e muito bom senso. Quando o custo social da poluigio é considerado ~ danos satide das pessoas na comunidade, danos saiide dos trabalhadores na industria, danos a propriedade 0 controle da poluigio & sempre indicado. Os cobeneficios para a satide, em curto prazo, resultantes da redusio da poluigio do ar, podem ser substanciais € compensar uma fragao significativa dos custos relacionados & mitigacao da poluicao, 21.2 POLUICAO DO AR Estamos todos imersos na atmosfera gasosa do planeta. Essa mistura de gases nos protege e sustenta vida como nds conhecemos. Em uma fina camada gasosa de poucos quilometros de espessura (cerca de 50 km), acontecem os principais fendmenos que afetam a superficie da Terra, como os deslocamentos de massas de are0s ventos, as precipitagdes meteorolégicas, as mudangas do clima ea absorgao da radiagio ultravioleta E dessa mistura gasosa que dependemos essenclalmente, Conseguimos permanecer alguns dias sem ‘comer, poucos dias sem beber 4gua, mas apenas alguns minutos sem respirat. A respiracao é uma neces- sidade premente, uma das primeiras ages que fazemos ao nascer. Quando adultos, inspiramos cerca de 10,000 L dear por dia, cuja composicio (qualidade) deve ser adequada para a manutengao da nossa saide. O ar que respiramos em como componentes majoritarioso nitrogénio (N,), cerca de 78%, eo oxigenio (0,), cerca de 21%, restando 1% para outros componentes. Oxigenioe nitrogénio nao sao gases inertes, reagem entre sie com outros componentes da atmosfera formando uma série de outros compostos. Ele participam do ciclo do nitrogénio, conforme visto no Capitulo 7, com a formagio de uma série de moléculas nitrogenadas (proteinas, acidos nucleicos, clorofila) que sio essenciais, dreta ou indiretamente, para todos os seres vivos. O oxigénio ¢ vital paraa maioria das formas de vida, participando de seus metabolismos, efi precursor Para a formagio da camada de ozdnio (O,) na estratosfera, a qual protege as moléculas organicas e formas de vida do poder destruidor das emiss6es ultravioleta incidentes na atmosfera terrestre. As concentrages de ozdnio na superficie terrestre sio relativamente baixas (da ordem de 0,02 ppm), mas isto muda muito coma altitude, com uma concentragio maxima de cerca de 15 ppm em torno de 40 km de altitude. 540 = Capitulo 21 —Tratamento de efluentes gasos0s (Os componentes secundarios da atmosfera incluem o vapor de agua (H,0) ¢ 0 diéxido de carbono (CO,). Estes compostos tém concentragio bastante varidvel na atmosfera. A quantidade de CO, na atmosfera ¢ relativamente baixa, cerca de 350 ppm, mas este gis é uma das principais matérias-primas que as plantas verdes utilizam no processo de fotossintese. A vida é baseada no carbono 0 CO, éa fonte do carbono, Além disso, ele ¢o principal gis estufa, participando na manutengio de um favorivel balanco energético global. A concentrasao de vapor de dgua na atmosfera varia de 0,01 ppm até 70.000 ppm. Como 0 CO.,0 vapor de agua também é um importante * ‘gas” estufa, absorvendo emissdes infravermelhas. Na sua: condensagao, formam-se as nuvens, as principais responsiveis pelo albedo’ terrestre. O albedo tem um grande efeito na quantidade de luz solar (energia) que alcanga a superficie da Terra. Argénio (Ar), nednio (Ne), hélio (He), cript6nio (Kr), xendnio (Xe), hidrogénio (H,) e 6xido ni- troso (NO) sto encontrados em quantidades muito pequenas na atmosfera. H, ¢ He séo os mais leves dos gases, “escapando” facilmente da forga gravitacional terrestre. A atmosfera contém tragos de outros gases, incluindo aménia (NH,), metano (CH), sulfeto de hidrogénio (H,S), monéxido de carbono (CO), diéxido de nitrogénio (NO,) e diéxido de enxofre (SO.). Metano pode atuar como gis estufa e participar de vias reagdes com O, ¢ CO. Vrias outras substancias gasosas mais com- plexas podem ser encontradas na atmosfera, provenientes, principalmente, dasatividades humanas no planeta. ‘Nao podemos esquecer, ainda, do material particulado (sélidos ou liquidos finamente divididos) em suspensio na atmosfera, que inclui: bactérias, fungos, virus, cloreto de s6dio (NaCl), particulas de areia/ tale, plea. pocira famics ene outs, cojes concentra podem oer exremamente varie (Prodemos considerar que a atmosfera se torna poluida quando ¢ alterada pela adico de particulas sélidas ou liquidas, de compostos gasosos e de formas de energia (calor, radiacao ou ruido) que no esto presentes normalmente na atmosfera. Dessa forma, a atmosfera alterada é menos adequada a0 frome on causa algun impacto negative no clima, ne saide humans, ns animal, na vegearGo ou noe materiais, O conceito de poluicdo esté diretamente relacionado ao senso de degradacao, de perda de qua- lidade e aos efeitos adversos no ar, na agua e no solo. | Th, [© problema da poluigio do ar pode ser descrito‘Pela presenga de tts componentes bisicos: as fontes de emissao, a atmosfera ¢ 0s receptores. Uma vez lancados pelas: fontes de emissao, os poluentes encontram ‘ha atmocfeza urna ambiente propicio para sua locomocio ¢ interagao. Ele esto livres para se misturar e reagir quimicamente com qualquer substancia presente na atmosfera, com a ajuda adicional da energia adiante do Sol e da presenca de vapor de égua, podendo se dispersar por grandes extensdcs.) ! sempre bom lembrar que qualquer dano ambiental que ocorra num ponto qualquer da Terra acaba por afetar todo o planeta, ssa airmagio torna-se ainda maisadequada quando falamos de poluiéo do ar, Pisa atmosfera€, grosso modo, a mesma para todo o planta. © uso de impadores de gases, busca de I eT so agus ages de controle da polio dor al ciesacae Tonogio praticamente completa de qualquer substincia paluente de misturas o total de um poluente torna-se, muitas vezes, cara de- sosas lancadas na atmosfera. Contudo, a remogio total , : mane pao desnecessaria, Na maioria dos casos, uma diminuta quantidade de impurezas pode ser langada na atmosfera sem causar danos graves, pois 0s processos naturais de depuragio podem, em principio, remover essas impurezas ¢ limpar a atmos sft ee rcp remove ess pL € Sa ead recess ato anrpegnis sas pl omen). Embora os programas de controle da poluigao estejam’ direcionados para a poluigdo antropogénica, nao : ander art peo toca gundd t que de moet farses a lobe logis sedate 2 Zp camumbai ae Un den bans compen erence reese emu abedoOD Gs) sa EIKO 4: ACOES MITIGADORAS DE IMPACTOS AMBIENTAIS, Ley SARE ACOES MITIGADORAS DE IMPAC —ELSEViE + devemos desconsiderat a significincia da poluigdo natural (erupgbes vuleanicas, incéndios Nore, tempestades de aria, ciclonesefuragdes,decomposigio de plantas eanimais, e0s80 do solo, olen, eye ros de fungos, névoas oceanicas, hidrocarbonetosvoliteis (HV) emitidos pela vegetaci0, 02nio forma, em tempestades, poeira césmica,reagdes fotoquimicas, entre outros) Poluentes naturais podem cause sérios problemas de alteragio da qualidade do ar, principalmente quando sio gerados, em quantidage, significativas, préximos a aglomerados hummanos. Hi uma crescente evidéncia que os HVs emitidos pen vegetagio tém grande importancia na oxidagdo fotoquimica em éreas urbanas ¢ rurais. A poluigio do ar é pouco seletiva, ot seja, atinge todos a ela exposta, néo fazendo disting3o nenhung s possibilidades de escolha, diferentemente da poluicio da égua ny inadas situagOes, tem-se a chance de escolher entre beber ung entre as pessoas. Ela nao nos dé mi do solo, quando, por exemplo, em detern ‘gua poluida ou uma gua de boa qualidade, Para sabermos se 0 ar que respiramos tem qualidade, foram definidos os Padrdes de Qualidade do Ar ~ um padrio de qualidade do ar define legalmente um limite méximo para a concentragio de um poluente atmosférico, de tal forma que seja garantida a protecio da satide e do bem-estar das pessoas. Qs padries de qualidades do ar sio baseados em estudos cientificos dos efeitos produzidos pelos poluentese sio fixados em niveis que possam propiciar uma margem de seguranca adequada, Sio estabelecidos dois tipos de padrdes de qualidade do ar: os padrées primérios e os secundirios. ‘io padres primérios de qualidade do ar as concentragbes de poluentes que, se ultrapassadas, poderio afetar a sate da populagio. Eles devem ser entendidas como nivels maximos tolerdveis de concentragio de Poluentes atmosféricos, constituindo, para locais poluidos, metas de curto e médio prazos. Os padres secun- irios de qualidade do ar sio a5 concentragbes de poluentes atmosféricos abaixo das quais se prevé 0 minimo feito adverso sobre o bem-estar da populagao, assim como, o minima de dano & HOPE, 30S MATCHAIS€ a0 meio ‘anibicnte em géral, podendo ser entendidos como nivels desejados de concentragoes de pohuentes,constituindo rrdeTongo prazo. O Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), por melo da Resolucso nt 05, de28 “Gejuntio de 1990, estabeleceu os padrées nacionais de qualidade do ar, que so apresentados na Tabela 21.1 Tabela 21.1 Padides nacionais de qualidade do ar Trapo pe PADRAO PRIMARIO PADRAO SECUNDARIO POLUENTE awosTRaGEM (ug/m’) (ug/m") Paniclswoaisem—— 24hons! 240 150 suspensio MGA 80 @ met ‘24horas! 150 150 Panalasinalincs hn a op hon 150 100 ae MAA 6 40 24 horas! 365, 100, Diéxido de enxofre MAA? 80 40 Thora! 320 190 Dibxido de nicrogtnio ae a i 1 hon! 40.00 (35 ppm) 40,000 (35 ppm) Ne ec tle 10.000 (9 ppm) 10000 ( ppm) Orxdnio Thora! 160 160 1: ndo deve ser excedido mais que uma vez ao ano; 2: média geomeétrica anual; 3: média aritmética anual. Fonte: Conama w* 03 (1990) 542 = = Capitulo 21 — Tratamento de efluentes gasosos Em 2005, a Organizagio Mundial da Satide (OMS) estabeleceu novos padroes de qualidade do ar. A Tabela 21.2 exibe os parimetros de qualidade sugeridos pela OMS. Tabela 21.2 Padices de qualidade doar ese arise REACT oC PoLuENTE ‘TEMPO DE PADRAO PRIMARIO = Avosreacem __(ug/n")__ Particulas inaliveis (MP,,)* Vano 10 (P,) 24horas 25 Parola rpirveis (MP, Lino 20 pirivels (MP,.) aie 3 Diéxido de enxofre 24hons 20 10 minus 500 Didxido de nitrogénio pan 40 ate Thora, 200 Ordnio hts (HAs ies) 100 1: frago do material particulado total em suspensto com ditmetro aerodindmico _médio menor que 10 ums; 2: fragao do material particulado total em suspensao com dimetro aerodindmico médio menor que 2,5 um. Fonte: OMS (2005). 21.3 FONTES DE EMISSAO Podemos classificar as fontes de emissio em naturais ¢ artficiais (antropogénicas). Fontes de poluigao do ar naturais incluem pélen de plantas, poeira levada pelo vento, processos biol6gicos, erupgdes vulcinicas ¢ incéndios florestais. Fontes artificiais incluem vefculos de transporte, processos industrias, usinas de energia, incineradores municipais e outros. Temos, ainda, as fontes méveis (automéveis, tens, avides, em- arcagées, entre outras) e as fontes fixas ou estacionérias (indistrias, hotéis, usinas geradoras de energia, entre outras). Cada vez mais, as fontes méveis representam um grande problema para os centros urbanos. Séo as prin cipaisfontes de poluigao em cidades como Sio Paulo Rio de Janeiro. S6 para termos uma nogio inical da ‘magnitude do problema, frota veicular brasileira, em 1998, ea de aproximadamente 24.300.000 unidades, entre automodveis, caminh6es, motocicletas e outros. Em 2011, até o més de novembro, esse niimero subiu para cerca de 70,000,000 unidades (disponivel em: , acesso em: tnaio de 2012) ~ um aumento de quase 3 vezes em apenas 13 anos. Nesse mesmo periodo, a populagio do Brasil cresceu em torno de 16%, passando dos 166,000,000 habitantes, em 1998, para mais de 192.000.000, em 2011 (disponivel em: , acesso em: maio de 2012) ‘As fontes de poluicio do ar podem emitir poluents gasosos ou partculas (material particulado ou pulverulento), Exemplos de emisss de pouentesgas0s0sinclaem mon6xido de carbono,hidrocarbo- hetos, dignide de enxofre éxidos de nitrogénio, Exemplos de emissdes de particulas incluem fumaca e te emisxdes de pocira de uma variedade de fontes Muitas vezes, uma fonte de polugio doar emite tanto iculas no ambiente. Pantene ge pesmi imarios. Exemplos de poluentes atmosféricos primarios incluem monéxido siio chamados de poluentes P battfo aaa eeee kde de enxafree particulas totals em suspensio. So poluentes secundérios aqueles for. 543 EIKO 4: ACOES MITIGADORAS DE IMPACTOS AMBIENTAIS Esevieg mados na atmosfera como resultado de reagdes,tais como hides, oxidagio, eoxidagio fotoquimica (poy exemplo, névoas écidas e oxidantes fotoquimicos). Em termos de gestio da qualidade do ar, as principais estratégias estao voltadas para o controle dy origem dos poluentes primarios, pois o meio mais eficaz de controlar os poluentes secundarios & conseguy © controle da origem dos poluentes primérios. Ao avaliar os niveis de qualidade do ar em uma determinada regido geogréfica, um engenheiro am, biental deve terinformagdes precisas sobre a quantidade e as caracteristicas das emiss6es das varias fonts de emissio que contribuem para poluigao do ar. Uma abordagem para identificar os tipos e estimar a, quantidades das emissGes &a utilizagio dos fatores de emissio,_} Um fator de emissio ¢ a razio entre a quantidade de um poluente liberado na atmostera, como re sultado de uma atividade, tais como combustio ou produgio industrial, e 0 nivel dessa atividade. Fatores de emissio relacionam os tipos ¢ as quantidades de poluentes emitidos para um indicador, tal como ce. pacidade de producio, quantidade de combustivel queimado, ou milhas percorridas por um automével, Outra ferramenta importante para o controle da polui¢ao do ar 6 0 chamado inventario de emissées, que é uma compilacio de todas as quantidades de poluentes lancados na atmosfera por todas as fontes de emissio em uma drea geogrifica, em um intervalo de tempo. O inventario de emissoes é um instrumento de planejamento importante na gestio da qualidade do ar, fornecendo informagdes da origem, local. zacio, magnitude, frequéncia, duracio e contribuigdo reativa destas emiss6es, também ajudando para a definigio de redes de amostragem do at. A amostragem do ar € fundamental para a determinagio da qualidade do are para a caracterizacio das fontes de emissao. 21.4 METODOS DE CONTROLE? Podemos dividir os métodos de controle da poluigio do ar em duas grandes categorias: aqueles destinados a remogdo de material particulado em suspensio nas correntes gasosas e aqueles que realizam a remogio de poluentes gasosos das correntes gasosas. Qsequipamentos de controle para material particulado que veremos neste capitulo sao: camara gravi- tacional cclone filtro de mangas, precpitadoreletrostticoe lvador Venturi, Para o controle dz paluens g250s0s, veremos: condensador, absorvedor, adsorvedor, incinerador, separador de membrana cbioflin 21.4.1 Dispositivos para Remosao do Material Particulado em Suspensio Camara gravitacional. Um dos mais simples (e mais antigos) dispositivos de controle da poluigao doaré imara gravitacional ou cAmara de sedimentagio. O equipamento consiste, basicamente, cma una cra’t de expansio, na qual ocore a educio da velocidade do gis até um ponto em que as particulas nele em Suspensio sdo capturadas pela agio da gravidade (sedimentacéo). Com a diminuigao da velocidade do 4s, a influencia da forga viscosa do gis sobre a particula ¢ reduzida e as articulas comegam a cait pela aco da forga gravitacional. Em geral, quanto maior a particula, Particulas maiores sedimentam mais rip Jas, também chamada de velocidade de maior a taxa de sedimentagao. Em uma dada corrente gasos 28 ido do que as menores. A velocidade de sedimentacio de particu queda livre ou velocidade terminal, foi explorada por um cientista —_ Capitulo 21 —Tratamento de efluentes gasosos Fe,S, +3H,0 Adsorvedor. Atualmente, sio indimeros os processos de separacio e purificagio que empregam o prin- cipio da adsorgio, sendo amplamente utilizados nas indiistrias farmacéutica, alimenticia e petroquimicas, para a purificagio de correntes gasosas até a recuperagdo de hidrocarbonetos aromiticos. Tals processos se desenvolveram mais fortemente a partir de 1970, com o aparecimento de novos adsorventes, principal- mente as zeolitas sintéticas. ‘Simplificadamente, a adsorgdo € um fendmeno espontineo em que as moléculas de um fluido (adsor- vato) tendem a interagir e a se concentrar na superficie de um sélido (adsorvente) - pode ocorrer também, sobre superficies liquidas, geralmente em um processo exotérmico. (Os sélidos tém a habilidade de adsorver em sua superficie, preferencialmente, componentes especificos de uma mistura (gasosa ou liquida). Consequentemente, esses componentes podem ser separados um do outro ou da mistura. A essa propriedade, dé-se o nome de seletividade. ‘A quantidade de moléculas (ou massa) que um adsorvente é capaz de reter (adsorver) ¢ chamada de capacidade de adsorcio e é, normalmente, expressa pela razao entre a massa de adsorvato ea massa de adsorvente (por exemplo, g de adsorvato/g de adsorvente; g-mol de adsorvato/g de adsorvente). Costumamos distinguir dois tipos de adsor¢ao, dependendo da intensidade de interagao entre o sélido as moléculas adsorvidas. Essa interacao é expressa pela entalpia de adsorgao e, entao, teremos a adsorgao fisica (fisissorgao), com entalpia entre -8 kJ/g-mol ¢ -20 kJ/g-mol, € a adsorgio quimica (quimissor¢io), ‘com valores entre -40 kJ/g-mol e -800 kJ/g-mol. As moléculas adsorvidas podem se acomodar sobre a superficie do adsorvente em uma dinica camada (monocamada) ou em varias camadas (multicamada), conforme exibido na Figura 21.16, Moléculas <—— Monocamada do gas ‘Adsorvente ——>| <— Multicamada Figura 21.16 Moléculas de um gis adsorvidas sobre um adsorvenie, 'A primeira etapa para 0 desenvolvimento de um processo de separacio por adsorgdo €aescolha de sum adsorvente adequado, que possua seletividade, capacidade de adsorgao e estabilidade quimica clevadas, ‘om uma area superficial especifica elevada (geralmente expressa em mg ou m/m’). O adsorvente deve ser altamente poroso, com poros de didmetros reduridos. 557 EIXO.4: AGOES MITIGADORAS DE IMPACTOS AMBIENTAIS Bs izados forama silica gel (didmetro de poro em torn 4, 204 0A) ¢ 0 carvao ativado (didmetro de poro eng 154 ¢ 254) e, mais recentemente, as zeolitas (aluminossilicatos Eraledreneds ‘inate dep entre 4A e 134)’, A estrutura porosa do adsorvente é composta de i ai Porn Figura 21.17). Chamamos de macroporosidade a porydo da porosidade com OT0s ti, ;abaixo desse valor temos a microporosidade. Os primeiros adsorventes microporosos uti 20A), a alumina ativada (dimetro de poro entre Motéeulas Motéculs Figura 21.17 Dale da estutua porosa de um adsowvente Como a adsorgio ¢ um fendmeno superficial, € fundamental que 0 adsorvente possua grande irea superficial disponivel, assim, por exemplo, temos 0 carvao ativado com 1.000 a 2.400 m'/m?,a alumina ativada com 650 a 3.200 m'/m’, a silica gel com 750 a 2.400 m’/m* e as zeolitas com 1.200 a 32.00 mlm. s adsorventes podem apresentar diferentes formas e tamanhos. Em forma de pequenas esfeas ou cilindros, escamas ou grinulos, com densidade entre 400 kg/m! e 900 kg/m’, e com tamanho entre 2mm 6mm. Existem diferentes configuragdes de equipamentos e as mais usuais sio as colunas de recheio ot «empacotadas (packed beds), ou ainda chamadas de leito fixo, semelhantes as colunas de absorgio. 0s processos de adsoreio operam, geralmente, por meio de um sistema cicico no qual o adsorvente € submetido a uma etapa de adsoreio, durante a qual as substancias de interesse sio adsorvidas,seguit dde uma etapa de regeneragao ou dessorgdo, na qual os componentes adsorvidos so removidos e o adsot: vente € regenerado, ficando apto para uma nova etapa de adsorcio. A esse tipo de operagio di-se 0 nome de batelada ciclica. Os processos em batelada ciclica utilizam dois ou mais leitos operando simultaneamente. A Figh?? 21.18 exibe um diagrama simples dos ciclos de adsorgdo/dessorcio para um conjunto de dots leitos ad vedores, Durante um ciclo, oleto (1) opera na adsorsio, enquanto o leit (2), saturado apds o ciclo ateros € regenerado (dessorgio). A etapa de regeneragio ¢ fundamental para propiciar ciclos répidos e permit 4 utilizacio da capacidade maxima de adsorgio efetiva do leito (ou coluna), Os métodos de regeneracao do adsorvente sio basicamente; regeneracio Por aquecimento do leito (TSA ~ Termal Swing Adsorption); regeneragio pela redugdo da pressdo interna da coluna, com temp Tatura constante (PSA - Pressure Swing Adsorption); regeneragio pela passagem de um gis inerte, com emperatura e pressio constantes (PGS ~ Purge Gas Stripping) e regeneragio por deslocamento quimtco Teak UF 10m 04 m= 0.001 558 ifn Capitulo 21 —Tratamenta de efluentes gasosos (Displacement Desorption), que ¢ a exposigao a uma espécie quimica competitiva a espécie adsorvida, que se desloca, dando lugar a esta tiltima, com temperatura e pressio constantes.. Nien] ee Rafinado| Dessorvente Figura 21.18 Leitos adsorvedores (I) adsorgbo, 2) dessorgao. O dimensionamento de um adsorvedor para a puriicagdo de uma corrente gasosa ou de uma corrente liquida envolvea escolha do adsorvente edo metodo de regeneraglo, edo volume de adsorvente (volume do leito) necessirio para aremogio desejada do poluente. Dados experimentais so frequentementeutilizados cexperimentos em escala de bancadasio realizdos para obtensio dos chamados parémetros dinimicos do processo, por meio de testes “breakthrough” ou testes de efluéncia, Esses experimentos consistem, basica- mente, em mediro tempo de saturagio de um leitoadsorvedor quando submetido a uma corrente, gasosa ‘ou liquida, com uma concentragio conhecida do poluente de interesse. Em fungio da vazio da corrente € do volume do leito adsorvente, obtemos o chamado tempo de residéncia, que nada mals & do que a razio entre o volume do leto e vazdo da corrente de alimentagio. Em escala real, o tempo de rsidéncia deve sero mesmo da escala de bancada. Incinerador. Combustio é um processo quimico que ocorre pela répida combinagdo do oxigénio com varios compostos quimicos,resultando nalberacio de calor. © processo de combust (oxidagio térmica Su ineinerayio) é mas frequentemente utlizado para o controle de emissbes de compostos organicos. Em principio. se vermos uma temperatura levada¢ um tempo de residénciaadequados, qualquer hidrocar- oneto pode ser axidado para dgua edidxido de carbono, plo processo da combust. Pode serempregado, também, quando os poluentes devem ser destruldos de maneira mas efciente, como no caso de gases txicos ou perigos0s, Os sistemas de combusto si relativamente caos,uilizam carn nbustivel edicional para a queima dos poluentes e geralmente possuem algum dispositive para recuperagao do calor gerado. Tim process ideal éagucleem que acombusto& completa ou Sj, 0 produos da eago so apenas 1,0 ¢00, Se outros prodtos io gerados, como por exempo, monéxido de carbono ou dxidos de nitro- fénio, a combust é denominada incomplela. A combustio incomplea ce muitos compostos rginicos sulla na formagao de aldeidos ou dcidos omginicos,gerando problemas adicionais. Ih nkdacao de composts contendo enor ou halogénios produz composts indesjaves, como dion oeeore, deido correo, écidofuordrico, ou fosginio (COC1). Sendo assim, um processo de Shsorgto deve ser utlizado para tratamento das emlssbs. Tae caneara combust completa, temos de colocar em contat ntimo os poluents, ocombustivel oar (ongbnio),proporlonando a eguntescondigde: temperatura clevada prajgnici da misturapo- Hoon care mistra turbulent dos agentes tempo de resdéncia sufcent aaa reagio ocorter, 559 amen eaare

You might also like