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2 Os Recursos Econdmicos e 0 Processo de Producao: Caracterizacao Basica 1m suas atividades de prod balho humano, as reservas naturais e recursos instrumentais — mais simpli- ficacamente, capital. Estes tltimos permitem um volume de producio maior e mais diversificado, comparativamente a umasituacio em que se aplicas- sem apenas o trabalho humano e as reservas naturais. Uma das bases de- Co, os sistemas econdmicos empregam o tra cisivas do progresso conseguido pela humanidade, da pré-hist6ria aos dias atuais, fundamenta-se, precisamente, na maior disponibilidade e na maior perfeicio dos instrumentos com que se realiza a producao. Ha, todavia, limitacoes a continuidade infinita desse proceso, Estas decorrem de que © fluxo de recursos se deve processar em permanente equilibrio. A destrui- as naturais, a explosto demogrifica ou a instrumentacdo dequada poderio comprometer as bases da atividade de producio ¢ conseqiientemente, a propria sobrevivéncia da humanidade CLAUDIO NAPOLEON Elementi di economia politica Todas as categorias bd eas de fluxos econdmicos ~ a geracho da renda, as dife rentes formas de dispéndio © a acumulagao de riquezas ~ resultam da produ- 40, considerada, por isso mesmo, como atividade econémica fundamental O estudo dessa atividade, de suas bases, de seu significado ¢ de seu is fluxos ¢, assim, um bom ponto de p ica para a Compreensio do proceso econdmico. Partindo de uma versio simplificada da atividade de producto, destacamos a Os conccitos, as caracteristicas € a tipologia dos recursos econdmicos dle que todas as economias devem dispor, sejam quais forem seus es Ligios de desenvolvimento, suas bases institucionais € as mattizes po- litico-ideoldgicas em que se fundamentam, © processo de mobilizacdo desses recursos e as categorias econdmi cas dele resultantes, A relagao funcional produgio-recursos 2 A dindmica do proceso produtivo e seus ef itos relevantes: 0 cresci- mento, & acumulagio € o bem-estar social Os recursos de produgio sio também denominados fatores de produ- so. Eles sto constituiclos pelas didivas da natureza, pela populagio economi: camente mobilizivel, pelas diferentes categorias de capital e pelas capacidades tecnol6gicas ¢ empresarial. Respectivamente, sto as seguintes as denaminagdes usuais desses fatores a Terra. a Trabalho, a Capital a a Do emprego desses cinco fatores de producto, de sua disponibilidade, de suas qualificagdes ou capac des, das formas de sua mobilizagio e de sua in- teracao resultam os padres de atendimento das ilimitiveis necessidades indi Viduais © sociais. A dindmica da interacio desses ores © seus principais desdo- bramentos serio agora estudados. Comecaremos pelo conceito, caractetiz: tipologia de cada um deles. (08 RECURSOS ECONOMICOS F © PROCESSO DE PRODUGKO Os Recursos Naturais: O Conceito do Fator Terra 92 A. COMPREENSAO DA ECONOMIA 2.1 O Fator Terra: Um Conceito Abrangente de Reservas Naturais Do elenco de recursos que os sistemas econdmicos mobilizam no desencadea- mento do processo de producio, as reservas naturais, ou o fator terra, consti- tema base sobre a qual se exercem as pressdes e as atividades dos demais As reservas naturais, renovaveis ou nao, encontran nase de todo 0 processo de«producio. As dadivas da natureza, aproveit em seus estados naturais ou entao transformadas, encontram-se presentes em todas as atividades de producto. A propria localizacto espacial dos agrupamentos hu te condicionada pela disponibilidacle de reservas natu- se na as pelo home: manos foi historieam¢ tis, Embora outros fatores tenham influenciado a dispersio © as aglomeragbes disponibilidades do homem nos diferentes espacos continentais, certamente aproveitar as forcas de fatores naturais e seu aprendizado sobre como vencer & ss condicionantes da constituigio © da perpetua- da natureza atuaram como for cho das nagSes, de sua ascensao e de seu declinio. (© Quadro 2.1 sintetiza o conceito € a tipologia de reservas naturais. Em seu significado econdmico, este recurso € constituide pelo conjunto dos elementos da natureza utilizados no processamento da produgio. Nao obstante seja deno- minado como fator terra, ele nao inclui apenas a disponibilidade total de terras potencialmente apropriadas para a agricultura ¢ a producio animal, mas tam- bem 0 conjunto dos elementos naturais que se encontram no solo € no subsolo; os lencéis de “gua subterrineos, os mananciais, rlachos, ribeirdes, rios e quedas ‘0s lagos, oS mares e os oceanos; t Vegetacio € os recursos da flora; a e a pluviosidade; © recursos extraplanetirios, como 0 sol € 0 engloba, assim, de gu fauna; © clin proprio espaco sideral. © fator terra, em_concepcao abrangente, natureza, E do complexo conjunto i os bens econdmicos com os todos os recursos © condigdes existentes n de elementos que © constitui que o homem ext quais procura saciar suas ilimitiveis necessidades individuais © soci niio depende apenas dos A disponibilidade das reservas naturais, todavi niveis ¢ das dimensdes de suas ocorréncias, mas também de sua interagio com os demais fatores de producto, notadamente a capacitagao tecnolégica, Fa par tir da interacdo com os demais fatores que se viabiliza scu efetivo aproveitamen- to. E este depende também dos diferentes estigios da consciéneia social sobre 1adro 2.2 sintetiza os elementos condicionan- sua preservacao e reposiclo. O Qu tes da disponibilidade dese fator Fin direcio expansiva, 0 estigio do conhecim dispontbilidade de instrumentos explorattrios, tem Mgieoes ditelas Com as @ mensées ds reservas naturais economicamente aproveitiveis. Os processos de renovacao e de reposicio de recursos, juntamente com as formas e a extens da ocupagio territorial, também definem © grau em que as reservas natursis ocorrentes sto efetivamente empregadas no processamento da produgio, quer pelos métados com que sio extraidas matérias-primas de origem mineral, ve tal © animal, quer pelas técnicas de aproveitamento de potenciais energéticos otiginirios do Sol, da intensidade dos ventos ¢ dos movimentos das aguas. & disponibilidade efetiva € também definida pelo avango do homem sobre novas Tonteiras ¢, por fim, pelo desenvolvimento de processos de reciclagem de teriais extraidos da natureza nento human, associad QUADRO 2.1 O fator terre conceito, abrangéncia € tipologia. A. Solo Meio natural para 0 desenvolvimento dos vegetais, Parcela dindmica da superficie terrestre. Sua superficie inferior é definida pela aco de agentes biolégicos ¢ cli mitticos. Seu aproveitamento econdmico define-se pela profundidade efetiva, dre- uragio, fertilidade e relevo, B. Subsolo Camada da crosta terrestre em que se encontram lengéis de ‘gua, jazimentos mi nerais, metilicos © ndo-metdlicos; lencdis petroliferos e reservas de gis natural. O aproveitamento econdmico dos depésitos do subsolo define-se pelo conhecimen- to weol6gico, qualidade das reservas medidas e acessibilidade ©. Aguas Inclifém oceanos, mares € lagos. Recursos hidricos que corem pela superficie infltram-se no subsolo € renovam-se pelos mecanismos do ciclo hidrol6gico. O aproveitamento econdmico é delinico por fatores como propriedades fisico-qur micas, potabilidade, navegabilidade e potencialidade para fins hidrelétricos D, Pluviosidade ¢ clima A pluviosidade & uma das fases do ciclo importancia, como re- curso ccondmico, define-se pelos intervaloy dle ocorréncia & pelos indices de pre- nidacle, a continentalidad a altitude, a localizigto geogrifica, 0 relevo e a dinimica das massas de ar. A pluviosidade e © clima, as variacdes de temperatura ¢ a insolacao complementam is potencialidades econdmicas das demais reserv Irologicor sua cipitagdo. O clima define-se por fatores como mari E, Flora ¢ fauna A flora constitui-se por todas as espécies ocorrentes nas diferentes formas de co- bertura vegetal do solo, bem como as que ocorrem no interior des oceanos, ma res © complexos hidricos. A fauna constitui-se pelas espécies que habitam ecos- sistemas definidlos: vertebrados ¢ invertel diretamente definidas pelo conjumto dos demais fatores que condicionam 0 meio idos; sua existéncia © preservaglo slo ambiente. A importincia econdmica desis duas categorias de recursos naturais define-se pelos seus pot sidades humanas. Limitam-se por imposigées derivadas de iciais de aproveitamento efetivo para satisfagio de neces: 1ess05 de extingo, F. Fatores extraplanetarios © Sol, pelas suas inadiagdes e fontes de energia, € dado como recurso vital. So também recursos outras potencialidades extraplanetérias: em sentido amplo, a or ganizaco, os movimentos, 2s emissdes de ondas e de outras formas de energia encontram no espaco sideral que se a afe Em diregao restritiva, a disponibilidade do fator te ida pe los niv ustio de reservas minerais, pelas ameacas de extincao de espé- cies vegetais € animais, pela degradacao de macrodisponibilidades, por imposi 6es legais € pela crescente consciéncia preservacionista das nacdes. Os modelos de aproveitamento sustentvel do fator terra resultam do ba lancea mento dessas forcas expansivas e restritivas, De todas as citadas, tres condigées tém adquirido crescente importincia: 1. 0 desenvolvimento de tée nicas de reciclagem de recursos naturais ji transformados e até enta 2. a capacidade humana de suprir defic vavel de grande parte das reservas conhecidis; € 3. a cap conciliar o desenvolvimento socioccondmico € a preservacao dos ecossistemas 10 rejeitadlos; \cias decorrentes do “ter nao reno- icidade human: que se transformam sobre a presstio dos processos produtivos. De elaboracio (0S RECURSOS ECONOMICOS F 0 PROCESSO DE PRODUCAO 93 QUADRO 2.2 A discutivel fixidez do fator terra expansio € 3 limitages. -— Gondigdes que expandem as bases das reservas naturais economicamente aproveitaveis — Gonaigoes que retringem a agto do homem sobre as reservas naturais 12 Estigio do conhecimesito humano. 1 Disponibilidade de instrumentos exploratorios. 3 Avangos sobre novas fronteiras, 2 Processos de renovagao e de rep tfansformados e rejeitados, 3 Processos de reciclagem de iiateriais basicos jf 2 Niveis de 3 Ameacas de extingao de espécies vegetais © ani osicao. a Degradagao de macrodisponibilidades natura. Restrigdes legals, condicionantes das formas de acesso e de exploracao econdmica. recente, esses modelos justificam-se pela relevancia das reservas naturais enquan- to recursos econdmicos. A disponibilidade do fator terra constitui-se em uma das mais rigorosas condigdes sine qua non para a efetivacito do proceso produ tivo. E dese fator que derivam as condligdes materiais de preservatelo da espé- cie humana ~ sob diferentes padres de bem-estar Assim, embora o fator terra seja constituido de um conjunto determinado € finito de macrodisponibilidades, sua si de um lado, sob a acao de condicoes expansivas e, de outro lado, ficacho econémica tem variado, ob a agao de ‘ondicbes restritivas. Entre as expansivas, o estigio do conhecimento humano e © desenvolvimento de mais avangacas tecnologias de extragio, renovagao, re maior relevancia, Entre as nosigdo € reciclagem tém sido destacadas como as de restritivas, a crescente consciéncia*sobre © equilibrio global homem-natureza Os trés textos seguintes ajudam a compreender os limites € os impactos dessas a Umbreit, Hunt ¢ Kinter: econdmica e se incorpo As reservas naturais acquire n significagao 108 estoques € da que 6 desenvolvimento da ciéneia e da técnica tome possivel sua utilizagao. Con sua dispo- 2 passagem do tempo, o homem modific nibilidade de recursos naturais pela descoberta de novos usos part materiais que, antes, tinham peque nenhuma significagio eco- Alguns dos elementos que agora inclu recursos essenciais eram, outrora, de pequena importincia de 100 anos o petrdleo dificilmente poderia ser encarado como recur nomica para ele os entre os Ha cerca so de extrema significacao — a ponto de sua falta ser capaz, de parali sar quase a totalidade do processo de produgio das modemas econo- s, Da mesma forma, recuando ain mais no tempo, houve €poca em que mesmo o carvao e © minério de ferro no eram tidos come recursos essenciais, pois o homem nao havia ainda descoberto as enor mes possibilidades cle sua incorporagio as atividades de producao’ a Kindleberger? “Quando 0 € Jo tecnol6gico se altera pela inovacao, as caracteristicas econ6n 16m fisicas, de dado icas e, muitas vezes, tam recurso natural qualmente alterar-se. Melhoramentos nos mé [A COMPREENSKO DA ECONOMIA, todos de refino podem tornar possivel o reaproveitamento de escérias das; novas téenicas de perfuragto pc em minas esgot postas de lade dem aumentar os recursos naturais de petréleo e de gis em profundi- dades subterrineas e, extensivamente, mar adentro; novas sementes, vido a maior Coeficiente de germinagio ou a sior resistencia ao calor ou ao frie, podem dilatar a rea econémica de dada cultura. Assim, quando a tecnologia evolui, « buse dos recursos naturais tende @ Schmidheiny:* “Um planeta j4 superlotado teri de suportar o dobro de habitantes no proximo século. Nao se esta da clo tempo para que OS FeCUTSOS naturals renoviiveis se renovem, Estamos vivendo mais da agdes do planeta do que de seus renciimentos. O uso excessivo ou ‘© mau uso dos recursos naturais leva 4 perigosa poluigao do ar, das is ¢ dos solos. Muitas partes de nosso meio ambiente esto se degradando rapidamente. Ecossistemas degradados estio perdendo a biodiversidade, muitas vezes de forma irreversivel, O declinio ambien. tal faz parte de uma espiral descendente. A evidéncia desse declinio deve conduzit a modelos de desenvolvimento sustentivel: satisfazer necessidades presentes, sem comprometer a capacidade de as futuras rages atenderem as suas demandas, ites ordens de A Limital Dotagao do la A dotacio do fator terra expressa-se por magnitu grandeza: Fator Terra 2A disponibilidade de solos potencialmente aproveitiveis para cultura & de 3,2 bilhdes de hectares. a As aguas dos mares © oceanos totalizam 1,4 bilhiio de quilometros @ Esto em movimento nas bacias hidre ficas continentais, constitu das pelos rios © seus affuentes, outros 200 milhoes de quilémetros cibicos de aguas. @ As reservas mundiais conhecidas de carvao totalizam cinco vezes 10 toneladas; as de petréleo, 455 vezes 10? harris; as de ferro, 10" tonela das, 60.000 formas de vida que habitam a Terra, Considerando-se as cadias de sustentacio dos ecossistemas, todas tém, ainda que remota ou indiretamente, algu de exploracao, n tipo de relaglo com interesses econdmicos 2 © Sol, 1.500.000 vezes maior que a Terra, € uma fonte “inesgotivel de energia, disponivel por ainda 5 milhoes de anos. Essas mi (C0 do fator gnitudes nao significam, porém, que a d ilimitada. Como todos os demais fatores de produgo, as reservas naturais So escassas, Elis sto passiveis de exaustlo e seu aproveitamento pressupoe a apli- cagio dos demais recursos de produgao, cuja disponibilidade também é escassa cariter limitado do fator terra tem sido historicamente destacado, No sé. culo XVIII, os economistas fisiocrat atribuiram preponderant importincia a esse fator, evidenciando a alta dependéncia da produgio agregada em relacao ICOS EO PROCESO DE PRODUCAO 95, 96 as atividades diretamente relacionadas ao cultivo da terra, Entre os chissicos, 6 pastor Thomas Malthus ¢ o financista David Ricardo procuraram evidenciar que impor limites ao crescimento econdmico. a escassez de reservas naturais poder E bastante conhecidt a teoria malthusiana da populacao, segundo a qual, pela limitagao de recursos, a producao de meios de subsisténcia cresceria segundo as 1 progressio aritmética, contl que deveria ocorrer Segundo os termos de uma progressio geométrica. taxas de un indo com © crescimento demogritico © advento das revolugdes técnico-cientifica € industrial do século XIX ate: nuou durinte algum tempo a preoc pacio clissica com a fixide do fator terra capacidade limitagéio das reservas naturais. Estavam em voga novas idéias, no sentide de novos paradigmas, sobre a capacidade ampliada de producio, decorrente de pesquisas‘bisicas e de inovacdes. O fator terra, tradicionalmente considerado io dos nlégica suplantaria © desenvolvimento dos fatores capit como de disponibilidade fixa, passou a ser descrito em relagio a0 e ‘ores. Estavam em pleno curso os fatores expansivos deri aida vez mais avangados, do conhecimento humano. Como Trenton! demais fa clos dos estdgios, assinala, “as reservas naturais passaram a significar m is clo que simples disponi- bilidades de volumes fisicos, relativamente fixos € imutiveis. Passaram a ser vis~ tas como dotacdes mutiveis, inclusive part mais. Sua escassez ou abunciincia e. issaram a ser definidas por condicionalidades conseqiientemente, seu valor, p espaciais ¢ temporais. Em diferentes épocas e lugares, 0 avanco da tecnolo; s de apro- 1s de sua escassez e os limites de sua is form as descobertas cientificas ¢ as atitudes sociais em relacdo as sta veitamento € que determi exploracao Esta mudanca de atitude em relagio & fixider do fator terra predominou durante @ segunda metade do século XIX, avangando até a primeira metade do século XX. Ela acabou por conduzir, sobretudo nos paises de colonizagio mais recente, a inadequada utilizagao das disponibilidades naturais ocorrentes. O cau- teloso pensamento dos economistas clissicos seria substituido pela crenca de que os avancos da técnica e da ciéncia facultariam ao homem o dominio pleno da natureza. “O progresso tecnol6gico”, observa Paterson, “iria disseminar-se os vastos espacos vazios dos continentes mais novos, onde os imigrantes da Europa, sem qualquer ligagio sentiment com o solo, passariam a explori-lo & larga, sem serem perturbados por sua consciéncia. Na América do Norte, a terra abundante ¢ de baixo custo passaria a ser a moeda que financiava a ocupacao continental. Pelo seu baixo custo, seria pouco estimada e, conseqtientemente, objeto de exploragao predatéria e pouco seletiva, Derrubavam-se duas ou tre espécies de drvores part uso € queimava-se todo 0 resto das florestas. Ou entio usava-se a energia hidrdulica para desmantelar colinas, em busca de ouro, numa através da erosio do solo © assor acao devastadora que deixaria suas marc mento dos cursos de agua’. A concepeao dominante entre a segunda metade do século XIX e a primei- ra metade do século XX era de que as condicoes expansivas atuariam indefini- damente no alargamento das bases de recursos naturais economicamente apro- veitéveis, Mas acs tiltimos 50 anos €, particularmente a partir dos anos 70, as limitacdes do fator terra voltaram a ser objeto de preocupacdes fundamentadas. de Fia a vez do neomaltusianismo. Os cilculos sobre disponibilidades fut recursos niio renovaveis, a manifesta escassez de fontes convencionais de gia c os indicadores alarmantes de degradacao ambient m a motivar tamentos € projecdes de longo prizo, todos apontando na direcao dos li ner I passa le mites do crescimento. A COMPREENSKO DA ECONOMIA O Futuro: Os Um dos mais consistentes estudos sobre os limites do crescimento, impostos pela exaustio do fator terra, foi desenvolvido pelo MIT; Massachusetts Institute Meadows. Sio da primeira versio desse estudo as projecdes sintetizadas na Tabela 2.1 Limites do of Techmology, no inicio dos anos 70, sob direcao de Dennis Crescimento Segundo Exponencial aquelas projecdes, eram raras as reservas de minerais metilicos e nao metilicos ‘aveis que nao se esgotariam em algum dia dentro dos 100 anos se- a guintes. Nao obstante verses mais recentes dessas projecoes, consoli Meadows' em 1992, apontando para o alongame por forca de novos avancos tecnol6gicos e de atitudles preservacionistas, nto se as por to de alguns desses limites, modlificaram as conclusdes que 0 estude conduziu, Em sintese, slo as seguintes: a. Dos 3,2 bilhdes de hectares de terras apropriados para a atividade agri: - cola, aproximads metade, mais rica € mais acessivel, est do cultivada ha mais de 50 anos, Se, nos proximos 50 ou 100 anos, « totalidade dessas terras vier a ser cultivada, a populacao global maxi- nente ma que poderia ser sustentada é da ordem de 11,3 bilhoes de habitan tes, ou seja, a disponibilidade global dividida pelo atual 0,3 hectare que hoje é necessirio para alimentar um habitante/ano, mantide padrdes tecnolégicos até entio dominados. Isto sem contar qui longo do tempo, estario ocorrendo, porém, dois fatores dificultado: res, O primeiro decorre dos usos alternativos que estario sendo dados aos solos cultiviveis, decorrentes cla expansio urbana, da construcao de estradas, barragens, linhas de transmissio de energia ¢ outras *hen- feitorias” concortentes. O segundo decorre do crescimento dos custos de exploracio, dado que 0s solos ainda disponiveis ji ipropriados. Certamente, 0 progresso da ciéncia ¢ da técnica expand slo 0s mais Mo os padroes dle produtividade. Ainda assim, em algum ponto, que distante, 0 homem esbarrard com a limitagio desse fator. A Figura 2.1 reproduz simulagdes sobre quando se dari o encontro das curvas das terras disponiveis com as necessirias para atender & subsisténcia da populagio global das reserval a Se os atuais padres de exploragao © de destin renovaveis se mantiverem, os limites do crescimento neste planeta se 180 alcangados dentro dos prximos 100 anos. © resultado mais pro- viivel seri o declinio incontrokivel da capacidade efetiva de producao. a Caso a populacio mantenha o crescimento exponencial das tltima décadas ¢ as reservas naturais continue a ser exauridas de modo incontrolivel, os niveis da produgio por habitante atingiro seu apo- para endo comecarem a geu nas primeiras décadas do século XI, declinar, Subsequentemente, a escassez. de matérias-primas basicas es trangulard o crescimento. Os limites terio sido alcancados. As simula- oes esto reproduzidas na Figura 2.2. A ess@ncia das conclusdes de Meadows reproduz 0 pensamento de Mal- thus. Por isso, elas se alinham 3 corrente nec Ithusiana, segundo a qual, por pital, nt poderd impedir a conti- mais que se andam os demais fatores de producio ~ 0 trabalho, 0 tecnologia © a empresariedade -, a fixidez do fator te nuidade do crescimento econémico. (08 RECURSOS ECONOMICOS F © PROCESSO DE PRODUCKO 97 ‘SepepUo! OL ~ seat OT srpejauo1 ,OT on st3uo (OF fon seSu0 01 sue ,oT sescHl OT pnbin soosgno sad got Yt! remeu se, i ‘o1apqHiow sonst} OL + ounouoyy sepruon ov squesueny SepE|aUOH OT oquiny SEPHIAUOD OT > oud Son st3u0 OT ‘ino seperuon 01 aud seaqi Or ouegoa Ssepryeuon 01 ~ orare3, ‘seprpuOT OL wor sepejauon aT * onusumnyy “sepfpayuoo svAsasas sep SOUL Wa OESYINP ‘SPALAOUDS OYU sfeIOUTUT SossINIIyx_ Uz VISaVL i FIGURA 2.1 A provisio mundial de terras cultivaveis € declinante a longo prazo: a agricultura concorre com outros usos. Em diregio oposta, o crescimento demografico exige maiores quantidades de terras cultivaveis. Em algum ponto nos préximos 100 anos, as duas tendéncias se chocarao, a nao ser que as conquistas da ciéncia e da técnica continuem superando essa limitagio. Bihoes hectores 4 Provisbo mundial de terrax cutvoveis 1650 «1700= 175018001850 FIGURA 2.2 Segundo © modelo de Meadoy primeira versao, se as tendéncias até entio observadas continuarem, os niveis da producao por habitante declinarao a partir das primeiras décadas do século XXI. Trés décadas depois, a fixidez do fator terra cstrangularia a capacidade de crescimento mico. Solos egrcutves Produtvidede atual Exponséo projetade de produividade 1900 950 2000-2050 2100 Reservas Produgéa\ | industri per copie Producéo de olimentes capita Populecéo| 7 x ae SN) 1900 2000 2100 (0S RECURSOS FCONOMICOS E 0 PROCESSO DE PRODUGKO. 99 os QUADRO 2.3. Diversidade dos recursos naturais ocorrentes no Brasil. A COMPREENSAO DA ECONOMIA, TRESERVAS MINERAIS Minerals Extracto rot anua em reacdo 3x Miners Extracto ruta anual em rela 39 cereal forremies—reservas medias (%) Scores ‘reserve metas () NAO METALICAS. Metticon io metios| Ain 0 Cain nb an Dolores ‘cua ‘rea aproximada dotretirio PucMosipaDe polo timation cmque predomi ( sobre‘ (nests 0 a0) Seperimido oot tara 3602 ‘semseca ‘Quer Copia s3eet iso (Goes equi Per mene Semidrido” Bando 6 mest so10s lames de potencialiae rico RECURSOS ‘oencialhidico ‘Capac co operagio ou consirgto wbRicos tora (G¥EhVano) "oe Sue poset hidrico wu) Tocmsae isa 2 Treva Noe ¢ Nawdeste 509 re. ECURSOS anaes para DAFuoRs few coat Prod de firms (ers le sigs RECURSO Ondens eapécis acorrenten ee Maier Outras correntes, menos fatalistas, tm procurado evidenciar que a perpe- tuagio do processo de produgio possa decorrer do desenvolvimento de nova fontes de energia, de melhorias introduzidas nos processos de reposiglo de re- servas renoviiveis, ismos que reduzam a expresses minimas os lixos, nao reciclaveis & de politicas ptiblicas de forte contetido preservacionista, sancio~ das pelas sociedades do futuro. Outro fator que poderd atuar na mesma dire- das taxas globais de crescimento da populagao. A medida que ¥¢ reduzam, a disponibilidade de reservas naturais por habitante po- deré evoluir segundo os termos de uma progressto de razao decrescente, até estabilizar-se. Se as condigoes expansivas das bases de reservas economicamen- te aproveitiveis continuarem a exercer impactos positives, a perpetuagao da vida humana no Planeta seré entao garantida. Independentemente de os resultados finais confirmarem ou nao inferéncias como as de Malthus ou de Meadows, elas tém o mérito de conscientizar cada geragio sobre duas responsabilidades fundamentais: a moderagio do erescimento popwlacional e a racional exploragao de reservas naturais, especialmente as nao renovaveis. Essas responsabilidades sio universais, no sentido de que abrangem todas as economias, independentemente de seu estigio de desenvolvimento, As jd desenvolvidas, em vista do consumo destrutivo que contribui para a exaustdo acelerada das reservas nao renoviveis; as emergentes, de desenvolvimento re- tardado ou subdesenvolvidas, pela expansio populacional geométrica € pelo cariter predat6rio com que avangam sobre suas prdprias reservas naturais A © Brasil €, caracteristicamente, um pais bem dotado do fator terra. Ha amplas € Disponibilidade _ iversificadas reservas naturais. © Quadro 2.3 sintetiza a diversidade das reser- . wm vas naturais ocorrentes no pais. Em sintese, o quadro revela as seguintes dispo- : do Fator Terra no Fipitidades. F . _ 1 Brasil 2 A ocorréncia de reservas minerais metilicas € nto metilicas é diversi- ficada. A extragao bruta anual, em relagio As reservas medidas, para a maior parte dos minerais, inferior a 1,0%. Na maior parte dos casos, as reservas inferidas praticamente duplicam as reservas medidas (re sultantes dle afloramentos, trabalhos subterrineos e sondagens). 2 A tipologia climatica é de alta diversidade. Os climas variam do supert mido ao semi-arido. © clima supertimido, quente equatorial, estende- por 36,02% do territ6rio; sob esse clima, é alta a pluviosidade, prati- camente nao hé periodos de seca. Outros tipos de clima supertimido, imido € semi-imido, em que os periodos de seca variam de um a cinco meses, com precominancia de quatro a cinco, abrangem 54,93% do territorio. A pluviosidade s6 € caracteristicamente baixa nas por- Ges territoriais em que o clima & semi-irido; nessas porgdes, as secas vao de seis a dez meses. No semi-irido muito forte, as secas precomi- nam durante 11 meses. Mas este tiltimo tipo de clima predomina em 0,26% do territ6rio (pequenas porgdes dos interiores da Paraiba, Per- nambuco e norte da Bahia). 2 Os solos efetivamente desaconselhaveis para atividades agricolas cor- respondem a 26,7% do territ6rio. Sao solos rasos, de deficiente drena- gem, fertilidade natural muito baixa, topografia montanhosa a escar- pada. Mas em 52,9% do tettitério, correspondendo 4,5 milhdes de quilémetros quadrados, h& potencialidades satisfatrias para a ativida- de agricola: os solos sito de adequada profundidade, fertilidade natu- ral de alta a média ¢ topografia plana a ondulada. (OS RECURSOS ECONOMICOS E © PROCESSO DE PRODUCKO 102 GWh/ano. Em relaclo a este potencial, as unidades geradoras em operacio ou em construgio totalizam 320.551,61 GWh ano, 28,31% do potencial estimado. @ Os recursos da flora apresentam alta diversidade, consideradas suas utilizagées para fins econdmicos. H4 1.144 espécies que podem ser exploradas para extracao de madeira; 1.839, para a produglo de fir- macos; 706, para a alimentacio humana; 489, para alimentacdo ani- mal; € 251 para a produgio de fibras. Celulose, corantes, ceras € litex podem ser extraidos de outras 585 espécies ocorrente: no territ6rio, . 9 A fauna silvestre brasileira € bastante rica em espécies. H4 600 espécies de mamiferos ¢ 1.580 espécies de aves. Quanto a répteis, ha 40 espécies de quelénios, 120 de lagartos, 230 de ofidios ¢ cinco de jacarés € cai- ‘mas. Os anfibios totalizam 331 espécies, o que faz do Brasil um dos paises mais bem dotados quanto 2 fauna desta ordem. Estimam- mais de 1.500 as espécies de peixes de agua doce, sendo 1.000 na amaz6nica. A fauna de invertebrados chega mais de 100.000 espécies. A biodiversidade no pats, a variedade da tipologia climatica, a diversidade de solos de alto potencial, a pluviosidade satisfatoria e a ampla’ ocorréncia de reservas minerais geralmente dificultam a compreensio, no pat terra € escasso. Em conseqiiéncia, disponibilidades € potencial jeitas a processos acelerados de degradacio, exaustio ¢ extincao. No Brasil, so recentes tanto a conscientizacao da sociedade quanto & es- cassez do fator terra, quanto a formulagio de uma politica nacional do meio ambiente. Estudos sistematizados sobre a realidade fisico-ambiental passaram a ser consolidados a partir do inicio dos anos 70 e as primeiras disposicdes legais restritivas datam do inicio dos anos 80. O objetivo central da recente politi Piiblica do pais nessa érea € compatibilizar conservagio e desenvolvimento, Pela variedade de ecossistemas naturais e pelas diferenciadas formas de organiza € de desenvolvimento socicecondmico, a questio ambiental reveste-se, no pais, de grande complexidade, Entre a exploragio predatoria © a consciéncia preserva. cionista, observam-se no pais posigdes antagonicas em relagao ao fator terra Mas tem prevalecido, entre as diferentes correntes de pensamento, a que defen. de o desenvolvimento sustentado — a busca de equilibrio de longo prazo entre a disponibilidades naturais, o ctescimento econémico € o desenvolvimento social de que o fator les esto su- O Quadro Demogrifico: O Conceito do Fator Trabalho 102 A COMPREENSKO DA ECONOMIA 2.2 O Fator Trabalho: As Bases Demograficas da Atividade Econémica O fator trabalho € constituido de uma parcela da populagio total: a economi- camente mobilizavel. Definida por duas faixas etirias, a pré-produtiva © a p6s- produtiva, a parcela nao economicamente mobilizivel nao se inclui, assim, no conceito € na caracterizagio convencional de recursos humanos. Estes delimitados pela faixa etéria apta para o exercicio da atividade de produ Quadro 2.4 sintetiza os conceitos convencionais. a0. ao, O QUADRO 2.4 Populagéo néo | mobilizével Populagéo economicamente mobilizavel economicomente | Porgéo Populagao. Populogéo. Se an ee economicamente ‘economicamente pe produtive tive inativa i Populaciio total Quadro demogrifico que habita o pais. Inclui as imigragdes liquidas de outros paises, Organi Zi-se e Se movimenta no espaco territorial em funcio de fatores histricos cultural, ataido ppelas potencialidades de reservas naturais & pela decortente concentragao das atividades eco Populacdo nto mobilizvel economicamente Parcela da populacio total nto mobilizavel para o exerciio de atividades econdmicas, Divi | de-se em duas porgoes 2 Poreae pré-produtiva Potencialmente mobili acesso 0 trabalho, | a Porede pés-produtiva rel no futuro, mas situada em faixas ctirias inferiores a de Constituida por faixas etirias avancadas, que ji deixaram as atividades formais de produgio, Populagao economicamente mobilizavel | Parcela da populagao total apta para 0 exercicio de atividades econéimicas. A maior parte desse | subconjunto € economicamente sativa; parte geralmente inferior € constitulda por inativos. } 2. Populagto economicamente ativa Const par empregadoes,empregides © auSnomos (que tbalham por eon propria). A apo e a eapacago puro exerico de stvidades proba sto | ‘etnias por parimetos como heranga cuter, rau de inane mnie Tic © mental. Ete subconjuno, em relaio ao contngene econemicamente mobili, 2: Populagdo economicamente inativa Subconjunto da populgdo cconomicimente mobizivel, apt para 0 exerciio de mise considera para a also do proto agnega. A inatida, 4 descr j {oo desempre decor mio apenas de ftres conjnts © tzomi as | | tind de condigtes esrtuas ot, mexmeo, de escolhas invidais. O decerpregs pode et, porano, sublssicado em involuntino ou vluntan, Os limites da faixa etaria considerados economi em fungao de dois fatores relevantes: mente mobilizavel variam 2 O estigio de desenvolvimento da economia 2 © conjunto de definicoes institucionais, geralmente expre legislacao social € previdenciairia 0 através da (0S RECURSOS ECONOMICOS E 0 PROCESSO DE PRODUCKO 103 Nas economias menos desenvolvidas, a idade de acesso as fun vas, sobretudo no meio rural, é acentuadamente mais baixa em comparacao altos padroes de desenvolvimen- liza-se entre 15 © 2 com as economias maduras, que jl aleangarat to econdi Em média mundial, ¢ anos. A extensio dessa faixa decorre da diversidade dos periodos de preparacio "eSs0 re para o trabalho e ainda de diferengas que se observam nas instituigdes legais de pais quante Quanto ao tempo de dedicagao a0 trabalho, a variagho também é ampla dade minima exigida para o ingresso no processo produtivo. situando-se, por Ss ocupacces. O limite superior, além de variar em funcao de institutos legais, como © periodo minimo eXigido para aposentadoria espontinea ou compulséria, é também defi- nido pela expettativa de vida, pelo tipo de ocupagio produtiva € pela posicao a estrutura ocupacional — os empregadores ou até superam ¢ limite superior m, entre 30 © 40 anos para a maior parte d Zo os que geralmente alcangam Em fungto desse conjunto de fatores, observam-se grindes variagbes de pais para pafs nas proporgdes dos subconjuntos economicamente mobilizavel & mobilizivel em relagao & populacio total. Segundo dados da O: izAG210 Internacional do Trabalho, O'T, para uma populagio mundial de 6.035 milhoes em 2000, @ economicamente mobilizivel era de 3.458 milhdes, representando assim 57,3% do total. A OIT convencionou que esse subconjunto € o da faixa etiria de 15 a 60 anos. A proporcao mobilizivel € mais baixa nos paises de baixa rend: te aos de alta renda. Na Afriea fica entre 50% € 544, Na América do Norte e na Europa, entre 62% e 64%, E esta proporcao que se combina com os demais fatores de produgdo (terra, capital, tecnologia e empresariedade) & qual compete suportar os encargos da producio. A Tabela 2.2 mostra a continentais distribuigao da populagio total em grandes areas tres faixas etdrias — a pré-produtiva, a produtiva e a pés-produ- tiva, Embora sejam estas as faixas etarias convencionadas, nas nagoes mais po- bres muitos individuos comecam a trabuall alta renda, de baixo erescimento demogrifico e ma antes dos 15 anos. E nas nacoes de or expectincia de vida, mui- tos permanecem no mercado de trabalho apés os 60 anos A Figura 2.3 resume a configuracao convencional do fator trabalho, Traz, lém da distribuigao por faixas etitias, a subdivisio da porcdo economicamente mobilizavel entre ativos € inativos. A populagio economicamente ativa desdo- bra-se em trés categorias: empregadores, empregados e auténomos (que atuam por conta prdpria). A composicio destas tres de pais :1 pais, observando-se que o contingente empregado tende a ser maior nos fegorias também varia s de alta renda, onde os mercados de trabalho sd0 mais organizados e onde xbalho, sao mais efetivos os instrumentos de protegao do Fitor Em todos os paises, uma parcela da populaclo economicamente mobiliza- vel, embora apta, fica a margem do proceso produtivo. Ea porcao economica- mente inativa, A inatividade pode ser volu involuntério resulta da incapacidade da economia em manter ou ampli ou involuntiria, © desemprego opor- acionais para seus contingentes humanos aptos para o trabalho. Ja 0 desemprego voluntario resulta de opgdes de vida, de caracteristicas da or- sginizacio social ¢ da cultura da sociedade. Pode também permanecer voluntaria- mente desempregada uma parcela, geralmente pequena, que sobrevive com ren- tunidades ocuy dimentos originarios de outros fatores de produgio de sua propriedade, Outras razdes do desemprego sto os processos tecnolégicos de producio empregados, 104 A COMPREENSAO DA ECONOMIA FIGURA 2.3 © fator trabalho é definido pela parcela economicamente mobilizavel da populagio total. Divide-se em dois subconjuntos: 0 ativo e o inativo. A populagao economicamente ativa é, sob condigdes normais, a de maior magnitude. Fatores sazonais, conjunturais, estruturais ou ligados a preferéncias individuais definem as proporcdes em que os dois subconjuntos se apresentam. : Parga pés-produtve . Populagge I co mobilzgvel | feconamicamante “7 I pié-produtive | I ! eh Populacdo ‘moblizevel Populogeo economicamente Desempregades| ‘voluniérios as oscila (altos e baixos niveis de atividade econdmica) e mo- vimentos as taxas de ocupagio podem variar nas diferentes e “des conjuntu zonais (dependendo do tipo de atividade econdmica predominante, ‘oes do ano, como ocorre (05 RECLRSOS ECONOMICOS EO PROCESSO DE PRODUCKO 105, TABELA 2.2 Estrutura etaria do quadro demografico mundial em 2000: a proporcio da populacao economicamente mobilizavel, em relacao ao contingent total, € maior nas regides mais desenvolvidas. As Pirimides Demogri Configuragdes € Onus Populacional ificas: 106 [A COMPREENSAO DA ECONOMIA ASIA nose) 54 6 ‘Asa Central MB fares 188 4 ‘Asia Oriental Bo. alan 3S 7 Sadeste da Asia 6 SL 4 Scdoeste da Asia Hinds eesti? | 4 ‘Arnica 6 31 4 ‘Acca Cental 4 3 4 ‘Afra Ocidental 2 34 i ‘+ Afri Oriental er eat 3 ‘Afi Setentional “ 52 i Alea do Su 6 50 5 AMERICA LATINA 2 32 z AMERICA DO NORTE pei3e 6 1 EOROPA 24 Shia B Europa Ocidental 23 i ad 4 Europa Meridional 25 ae u Europa Oriental a 6 2 eee ee cer yah | 10 OCEANIA net 9 MUNDO 6 6 Fonte: World Development Report 2002. Washington, D.C. : World Bank/Oxford Uni: versity Press, 2002 Segundo os conceitos que sintetizamos no Quadro 2.4 na Figura 2.3, os contingentes demogrificos dos paises so segmentiveis em tés porgdes de referéncia, para configuracdo convencional da forca de tral a A porcio pré-produtiva. a A populacao economicamente mobilizavel (forca de taba tencial) aA por > pos-produtiva. Estas trés porcées sio visualmente identificaveis nas pirimides demogri- ficas — grificos construidos a partir da divisio do contingente por sexos, no eixo horizontal, e por faixas etdrias, no eixo vertical, As pirimides evidenciam as proporgdes em que se apresentam as porgdes economicamente no mo- bilizivel e a mobilizavel. Esta ultima € definida pelo conjunto das faixas etdrias centrais, situadas entre os conjuntos das faixas pré © pés-produtiva. A faixa central configura, assim, 0 que se considera como forea de trabalho potencial; a inferior ¢ a superior totalizam 0 6nus demografico. O fator trabalho encontra-se efetivamente entre © limite superior do Onus pré-produ- tivo € © limite inferior do Onus p6s-produtivo. No primeiro encontra-se a porciio que ainda nao aleangou a idade minima de acesso ao trabalho for- mal, No segundo, a porcao economicamente comprometida pelo envelheci- mento, cuja contribuigio re: izou-se em periodos passados. Na Figura 2.4 encontram-se, para fins comparativos, as pirtimides demo- grificas de dois paises imaginarios, A ¢ B. A pirdmide A reproduz uma das condigdes demogrificas tipicas de paises menos desenvolvidos. Nesses pai- FIGURA 2.4 Piramides demograficas tipic: erentes estagios de desenvolvimento, Foixas eros Foinos etcias Pés-produtve Populagoo ceconomicomente mobilzevel Pré-produtiva Homens Mulberes Homes ‘mulheres Numero de habitontes Nomero de hobitentes ‘As piramides demogréficas das economias menos desenvolvides (4) apresentam a base dilatado, com afilamento do topo; @ dilatagao da base resulta das altos taxos de natalidade e 0 estreitamento do topo da baixa expectativa de vida. Jé as economios desenvolvides (8) opreseniam pirémides de bases menos dilatadas e topo menos afilado, em decorréncia das baixas taxas de natalidade e da alta ex- pectativa de vida. No primeiro caso (4), 0 nus demogréfico & comparativamente mais alto do que no segundo (8), diferenciando « participagéo da foixa produtiva no conjunto. ses, 0 crescimento populicional geralmente processi-se a altas t tativa de vida € baixa: consequentemente, 2 base da pirimide é dilatada e 0 topo 1 pirimide B reproduz a conforma paises que alcangaram altos padroes de desenvolvimento econdmico e social S © a expec: 10 demogra 1 tipica de Nesses paises, as taxas de expansio demogrifica sio reduzidas (em alguns ca- S08 no so significativamente diferentes de zero) e sto altas as expecta vida. A base da pirimicle demografica resulta menos dilatada e é mais alta, com Parativamente com a situacio A, a proporcio da faixa do topo. 0 estigio de desenvolvimento da economia, inversamente correlacionado com as taxas de crescimento da populacio, como mostra a Figura 2.5, 0 prin- Gipal determinante das diferentes conformacoes das pirimides demogrificas. Os efeitos econdmicos dessas diferentes conformagdes no sio unidirecionais. As bases dilatadas, por exemplo, indicam alto potencial de provisto de recursos representamn infos sociais que concor- humanos mobiliziveis no futuro; mas, simultaneament brecarga no presente, exigindo altas ta: im fem com outras categorias de investimentos infra-estruturais, Considerando-se que as economias que apresentam essa configurago geralmente sto pouco de- (5 RECURSOS BCONOMICOS E 0 PROCESSO DE PRODUCAO 107 FIGURA 2.5 * Correlacdo entre as gx - taxas de crescimento s outa do Morin da populagao € os 8 24 Lgonde| padroes de = 92 | rie desenvolvimento Seale nee socioecondmico, i aioe medido pelo Produto $28 Nacional Bruto B 26 | Bionic (PNB) por habitante: ~ as mais altas taxas 2A | Paqistood «Belvo ocorrem nas regides 22 eee menos desenvolvidas. be ee ey Dados de 2000, para 18 i. ‘eBcosil sitenka Saati ~~ ah — elsroel . 14 . Argentina ia China Continental Led ‘elrlanda fe Austrlio 1 Nove Zelaneia 06 Iugoslvio e Jop606 o4 Grbcio 6 FNoruege bs holes Austio lament eo 800 750 1.000 1230 $1000 11.000 17.000 23.000 30.000 96,000 PNB per copito World Development Report 2002, Washington, D.C. : World Bank/Oxford University Press, 2002 senvolvidas, essa conformacio pode dar origem a um circulo vicioso de enfr: ‘des mais debilitadas da Asia Central, Afr quecimento econdmico, tipico das dae América Latina. Ja as pitimides de bases estreitas ¢ topos diatados configu- ram situacdes de relative conforto socioecondmico presente; mas, dependendo da magnitude da taxa de reposicao demogrifica e do Onus pés-produtivo, © futuro poder ser comprometido. Barre” mostra que “as principais consequéncias do aumento da idade média da populagio sao a diminuigio da eficiéncia no trabalho, por dificuldades de adaptacao 4s novas exigéncias profissionais; o com- prometimento das finangas pablicas, pela reducto das receitas € expansio pro- porcionalmente maior dos encargos previdencisrios fixos; € 0 enfraquecimento do espirito de iniciativa, de inovagio € de risco” ‘A comparagio dos dados da Tabela 2.2 esclarecedora, Na América do Norte, na Europa e na Oceania, a faixa etdria economicamente mobilizdvel € 108 A COMPREENSAO DA ECONOMIA, proporcionalmente maior que a média mundial. Nos dois outros conjuntos de faixas etirias, as distincias em relago & média mundial so relativamente ainda mais pronunciadas: a faixa pré-produtiva € bem menor; a pés-produtiva, bem maior. Na Asia Central, no Sudeste e no Sudoeste da Asia, na Africa e na Améri- a Latina, a porcao economicamente mobilizivel € proporcionalmente inferior 3 média mundial, Em muitas das nagdes des: 0 beneficios ‘reas, propagaram-s da medicina preventiva ¢ da melhor administragao da satide, reduzindo em cur- to espaco de tempo as taxas de mortalidade infantil e ampliando a expectativa As por des pré € pés-produtiva, Sao crescentes, assim, nos paises dessas ‘reas, as pres- sdes correntes sobre os den de vida. Dilataram-se simultaneamente, em relagio aos Ultimos 30 anos, tis recursos de produgio. E elas permanecerio altas entqeanto nao se efetivarem condigdes de ruptura dos circulos viciosos estabele cidos. Ocorrendo suprimentos adequados dos demais fatores de producio, a dindmica demogeifica € absorvida pelo processo de crescimento como um toto, gerando-se condicdes para a alteragao espontiinea dos desequilibrios instalados. Mas a transicao de uma situagao p lexa — porque as equilibrio ocorrem exatamente nas direas em ico € mais acelerado ia outa geralmente € come situagdes mais dramaticas cle dk que © crescimento demogr A Historia Os contingentes demogrificos sio, a um s6 tempo, bases de suprimento do fa- s Fatores tor trabalho e nus que pressionam tanto as disponibilidades dos det produtivos quanto os resultados dos esforcos sociais ce producto. Enquanto as populacoes cresciam lentamente ¢ o contingente tc itava 0 Planeta Lento, era de pequena magnitude, a relagao homem-nature mente um :iva substantivamente. C Demografica Crescimento das a 10 observa Vaz. da Costa," cipal da atividade huma te Forte Expansiio mais dramitieas, mo se ‘durante milénios, © objetivo wire ‘i 1 era a simples so- = Fetabiliearl brevivéncia, A fome, as enfermidades, os animais selvagens, as intempéries, as guerras, as pestes ¢ toda sorte de inimigos forcavam o homem a lutar constante- mente pela autopreservacao. A descoberta do fogo ¢ da agricultura, a domesti- cacao de animais, a invencao da-roda € o desenvolvimento de outros conheci mentos foram tornando menos iirduas as condicoes de vida. Mas, mesmo assim, para assegurar a permanéncia da espécie humana, at capacidade reprodutiva, como resposta 2 elevada mortalidade que prevaleceu n 1 dotow-a de ure, desde a pré-hist6ria até os nossos dias © LONGO PERIODO DE CRESCIMENTO LENTO. Em decorréncia digdes hostis prevalecentes, da pré-histOria até o inicio da Era Crista, o cresci- mento populacional foi bastante lento, além do que teriam ocorrido com certa freqlléncia grandes baixas populacionais devido sobretudo tes, Estimativas recentes revelam que durante os 600 mil anos transcorridos an Ss guernis € as pes- tes da Era Crista a taxa anual de crescimento da populacao mundial teria sido de 0,002%. Por esta taxa, a populagio mundial 86 conseguiria duplicar de 300 em 300 sé slos, Mas, nos primérdios da era hist6rica, a tendéncia era de aceleragio: © nui- mero de habitantes do mundo duplicava. possivelmente em cada 30 séculos. A partir da Era Crist eros: em 17 séculos eleragio acentuou-se € 0 resultado pode ser avaliado por estes nt populago mundial dobrou e, em 1650, 0 mundo contava com cerca de 540 milhdes de habitantes, enquanto a taxa de mento anual ja estava préxima de 0,39. Ainda assim, a expansio popula cional poderia ser considerada vagarosa. Muitas criangas nasciam, mas 0 ntime- (OS RECERSOS ECONOMICOS E 0 PROCESSO DE PRODUCKO 109 110 cava niveis elevados, mantendo-se certo equili- ro de mortes prematuras ale lade € mortalidade, com ligeira vantagem da brio entre as taxas de natal primeira. No século XVII, todavia, © quadro alterou-se significativamente. As popu- lacdes de todas as nagdes comecaram a crescer a taxas mais altas, rompendo- se 0 equilibrio entre as taxas de natalidade ¢ mortalidade. Na Europa Oci- mntal, o crescimento anual da populacio aproximava-se de 0.8% anual, superior ‘estimativas dessa taxa para 0 conjunto mundial: 0,5%. Em 1750, a populacao superava a casa dos 700 milhoes de habitantes € 50 anos mais tarde, no can: der mundial alvorecer do século XIX, rompeu a barreira dos 900 milhoes. Em 1840, Gou-se © primeiro bilhdo e nao demorou muito para que o segundo bilhiio fosse mundial somava atingido: 90 anos mais tare, por volta de 1930, a popula ida de 50, 0 mundo ja contava com dois dois bilhoes de habitantes. Na dé bilhoese meio € na década de 60 atingiu € superou os tres bilhoes. © CURTO PERIODO DE RAPIDA EXPANSAO. Do terceito ao quarto bi- Indo, o tempo decorrido foi bem menor do que do segundo para 0 teroeiro. Em 1970, a populacio mundial totalizava 3,6 bilhoes de habitantes. Vinte anos de- a virada do pois, em 1990, 0 contingente total jf havia atingido 5,2 bilhoes. Pa milénio (2000/2001), a estimativa € de 6,15 bilhdes. Nos Ghimos 30 anos do século (1970-2000), 0 aumento absoluto deveri totalizar 2,5 bilhoes. Exatamente © tamanho da populacio mundial em 1950. Isto significa que apenas na dltima metade de século a expansto populacional adicional foi igual ao total até entto resultante de toda a hist6ria clemogrifica A ripida alteragio do quadro ocorreu devido & acentuada queda mortalidade, uma decorréncia do avanco da medicina e do progresso verificado 4 partir do século XVIII na administracao da satide publica. Os beneficios dessa alteracdo registraram-se primeiramente nos paises desenvolvidos, estendendo-se depois as nacdes economicamente atrasadas. Neste final dle século, o crescimen to da populacto mundial processa-se 2 uma taxa proxima de 2%, mil vezes su- perior A da era pré-histérica, Se essa taxa fosse mantida, no primeiro decénio do século XXI os habitantes da Terra somariam oito bilhOes: a 2% anuais, em cada 35 anos a populacio duplicaria. FE antes do final do século XXI seria alcancado bilhées, dificilmente suport la taxa de: © contingente de 2 A ESTABILIZACAO. Projecdes confidveis revelam, porém, demogrifico deveri agora desacelerar-se. A transiclo demogrifica jf se obser- vou em muitos paises onde até entio os contingentes duplicavam a cada ger Gao. Nos paises mais ricos do hemisfério norte, as populagoes jit ha algum tem- po deixaram de crescer aceleradamente: a taxa média de crescimento demogri- fico dos 25 paises de maiores niveis de desenvolvimento econdmico € social € de 0.35% ao ano, Nos paises mais pobres, a média ponderada do crescimento Mas j foi mais alta: 2,37% entre 1960-70; © 1,929 jue o crescimento populacional € de 1,75 entre 1970-80. Esse processo de desaceleracio deve continuar, sob o efeito dos seguintes fatores: a Reducto da taxa de feeundidade, por maior uso da contracepeio, re- tardamento do casamento € novos padrdes de relagdes sociais. 4 Adogio, pelos governos, de diferentes modalidades de politieas publi cas de planejamento demogt A COMPREENSAO DA ECONOMIA FIGURA 2.6 Projegdes do crescimento da populacao mundial: as hipéteses da expansio exponencial continuada e da desaceleracio. Segundo esta segunda hipétese, o contingente global podera estabilizar- se ao alcangar 11,5 bilhdes de habitantes. Bithoos de habitontas a 7 a » (c) A hipétese do crescimento exponencial ss confinuede, (b) A hipétese da desocelero. ° 170 1800 1900) 1970 2000 2070 Anos Fonte: World Development Report 2002. Washington, D.C. : World Bank/Oxford Uni verity Press, 2002 (para as projesdes). Statistical Yearbook 1973, United Nations (para dados hiswricos) A signific @ Alteracdo, para mais, da relaclo custo/beneficio da prole numerosa = um dos efeitos da urbanizagao, 9 Maior presenca da mulher nos contingentes da populagio economica- mente ativa ‘scente conscientiza¢ao sobre a hipotese de ruptura do equilfbrio. homem-natureza — conseqiientemente, mudangas de atitude em rela. 20 a programas de contencao da expansio demogr desaceleracao do crescimento populacional, mostrada na Figura 2.6, no } Porém, que a questo demogrifica e que a relagio entre © 6nus poptt facional e a forga de trabalho se encontrem equacionadas a curto-médio priv Isto porque, ainda que 0 contingente demogrifico mundial possa estabilizar-se, segundo a hip6tese reproduzida na Tabela 2.3, a proporcto das populacées que estarto habitando areas de provavel subdesenvolvimento deverd aumentar nos Proximos anos, como evidenciam os Figura taxas de cr A estabilizacao tardia dos contingentes demogrs lados da Tabela 2.4, transportados para a 2.7. Este € 0 resultado dramatico-das diferengas ainda observadas nas imento das populacdes cas nacdes ricas ¢ pobres. cos das areas mais pobres diferencia o tipo de crescimento demogrifico observado nos tikimos 30 enos ¢ Projetado para os proximos 70, do que se verificou nas areas hoje desenvolvi. das, nos séculos precedentes. Como observa Madison? “nos periodos de cresci. mento mais répido dos paises hoje desenvolvidos, constatou-se um aumento Populacional as vezes suplementado por grandes contingentes humanos emi (0S RECURSOS ECONOMICOS KO PROCESSO DE PRODUCRO 111, Se ‘TABELA 2.3 Populagao mundial por T ’ grandes 4reas, Asia | 1.355 | 1645 | 2056 | 3.061 | 3.627 | 4.248 1950-2015: Africa | 217 | 270 | .344 | 637 | 779 | 1.064 a América Latina | 162) 213 (283 441 | 520 589 contingente total Europa | 392 | 425 | 462 | 479 | 489 | 546 estimado, CEL | 180, 214 243 201 309 359 4 América do Norte | 166) 199 | 228 | 276 | 302 | 352 Ocgania lasstSrleghaciet bie AS elie rtad sla otal 42 0, Mundo. | 2485 | 2.982 3.635 | 5.201 | 6.035 | 7.187 Fonte: Auman Development Report 2002. Bdigio em lingua portuguesa, Lisboa : Trinova Fdito- t3, 2002 (para as projegoes). Statistical Yearbook 1973, United Nations (para chaos histo- rico). TABELA 2.4 Populacao mundial por grandes areas, : | 1950-201) ‘América Latina (ees 1a" 82 Europa | 158 | 143 | x Porcentagem ca ie, a 5,0. sobre o total do Ameria to NOW | 67] 67| 49 contingente Oceania | 05% 0,5 | 04 estimado. Mundo 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 Fonte: Human Development Report 2002. Bdigao em lingua portuguesa. Lisboa : Trinova Balto a, 2002 (para as projecdes), Slaistica Yearbook 1975, United Nations (para dados bist grados de outros paises. Blevadas taxas de crescimento populacional coincidi- ram em alguns paises com as épocas de maior expansto de suas economias, constituindo-se, talvez, numa das causas do crescimento econdmico acelerado. Nos Estados Unidos, por exemplo, por ser um pais dle dimensdes continentais, bem dotado de recursos naturais € de outras condigdes favoriveis ao desenvol- vimento, verificou-se um crescimento demogrifico de 1,7% a0 ano no perioclo 1870-1970, no qual se inclui forte imigracao européia. O crescimento médio da produgio de 15 pafses desenvolvidos naquele periodo foi de 2,7% a0 ano, en- quanto a populacio de todos eles aumentou, em termos ponderados, a um rit mo pouco superior a 1%". Subseqilentemente, progressos notiveis na capacida- de de producao € transformacdes na estrutura produtiva aumentaram ainda mais o diferencial entre producao econémica € reprodugao humana 112A. COMPREENSAO DA ECONOMIA FIGURA 2.7 Contingente demografico mundial por grandes Areas agrupadas em dois subconjunto: 1. Europa, CEL, América do Norte, Oceania, Japao € novas economias in- ~ dustriais da Asia; 5 2. Asia no industrializa- 40 | Asia nao industriclizada da, Africa e Américas Africa Central ¢ do Sul. alar- gamento da expresso demogrifica das areas preponderantemente mais pobres. ‘América Latin: (Be 69,7% para 79,1%) 195019601970 2000 Ja nas economias menos desenvolvidas, nos tltimos 50 anos, a “explosio demogrifica” de 3% a0 ano no foi acompanhada de taxas significativamente superiores de crescimento da producto. Influéncias religiosas, concepcoes poli- ticas, baixa instrugio basica e reduzida capacid: Je de melhoria ou de aumento dos demais f fa estreitar o diferencial entre as taxas de crescimento da populucio € da produgio. Na maior parte dessas cconomias, notadamente na Africa © nas amplas porcbes nao industrializadas na ‘ores de producao contribui Asia, estabeleceram-se desequilibrios entre os suprimentos dos fatores de pro- dugio, conduzindo a circulos viciosos de dificil rompimento, Somente a partir da segunda metade dos anos 70 um subconjunto de nagdes da Asia Oriental destacou-se por estratégias vigorosas de crescimento econémico, apoiadas em fortes aportes de capital e de tecnologias procedentes de paises industriais ma- duros, seguindo caminhos semelhantes aos trilhados pelo Japao nos tiltimos 120 anos (da Era Meiji, no final do século XIX, a atualidade). Nas provincias costei ras da China Continental € na regito norte da india observam-se também movie mentos assemelhados, No restante da Asia, na Africa € na América Latina desequilibrios estruturais entre os fatores de producio, em grande parte re tantes do imoderado crescimento demog ainda superados. Mas jf hi forte evidéncia de reducao das taxas de crescimento da populacao também nessas areas. A tendéncia de longo prazo parece ser a estabilizacao do quadro demogeifico. Mas ha ainda um longo periodo pela fren- te, ndo inferior a 30 anos, em que a queda acentuada das taxas de fecundidade companhada da expansao da expectativa de vida, como mostramos na Figura 28. Conseqiientemente, a relagao entre 0 6nus demogrifico € a forca de fabalho no se alterara signifi ifico dos dltimos 50 anos, ndo foram stivamente a curto prazo, (05 RECURSOS ECONOMICOS F 0 PROCESSO DE PRODUCKO. 118,

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