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MECANICA DOS FLUIDOS UNIDADE 2 - ESTATICA Autora: Nivea de Lima da Silva Revisor: Paulo Fernando Figueiredo Maciel Introdugao Caro(a) estudante, A definigéo de presséo é de fundamental importancia para as determinagées da mecdnica dos fluidos. Nessa unidade, vamos aprender alguns principios basicos utilizados na engenharia, que esto diretamente relacionados com a determinacdo da pressao do escoamento ou em tanques de armazenamento, tais como o principio de Pascal e 0 principio de Stevin. Vamos falar sobre os conceitos de pressdo, podendo ser pressdo atmosférica, pressao efetiva e pressdo diferencial ou absoluta. Também falaremos das caracteristicas dos equipamentos utilizados na medida das pressdes. Para finalizar, falaremos sobre o numero de Reynolds e sobre as classificagdes dos escoamentos seguindo o numero de Reynolds. Bons estudos! 2.1 Pressdo em solidos e fluidos O conceito de pressdo que interessa a mecanica dos fluidos define essa grandeza como a resultante da agéo de uma forga de compressdo normal que atua em uma 4rea especifica (KWONG, 2015; LIVI, 2012). Existe pressdo em cada ponto do fluido, dessa forma podemos definir a pressdo como a razao entre a forga normal por unidade de area em que atua, quando a area tende a zero no entorno do ponto. Ai PaO Ka ” #PraCegoVer: A pressdo é definida como a razio entre a forca normal por unidade de area em que atua, quando a area tende a zero no entorno do ponto. A pressao em um fluido estatico 6 definida como a forga de compressao normal por unidade de area (tenso normal) que atua sobre um ponto do fluido em um dado plano (KWONG, 2015). 2.1.1 Principio de Pascal Apressio estatica é uma grandeza escalar, considerando que a pressdo em um ponto do fluido é a mesma em todas as diregdes. A pressdo estatica possui o mesmo valor e atua uniformemente em todas as diregdes (LIVI, 2012). Segundo o principio de Pascal, sobre um elemento finito de volume atuam dois tipos forgas, as forgas por consequéncia das pressées estaticas que o fluido exerce ao redor e o peso devido ao campo gravitacional. Se considerarmos que o fluido esté em repouso em um tanque, a resultante das forgas seré nula (LIVI, 2012) =F=0 (2) #PraCegoVer: A resultante das forcas ¢ igual a zero. Por outro lado, a pressdo aplicada em um fluido em repouso é disseminada integralmente para todos os pontos do fluido (BRUNETTI, 2008). Ou seja, a lei de Pascal diz que a pressao aplicada em qualquer ponto do fluido em repouso é transmitida integralmente a todos os pontos do fluido (BISTAFA, 2018). Observe a Figura 1. Nela percebemos a aplicagao direta do principio de Pascal, pois a pressdo nos dois émbolos da prensa hidraulica sera a mesma. E como o produto entre a pressdo e a drea corresponde a forga, no ponto com menor drea (émbolo) sera aplicada maior forca para manter a igualdade entre as presses. Esse € 0 principio que, na pratica, baseia-se a prensa hidrdulica (BRUNETTI, 2008). (2) (1) Py P, Figura 1 - Vasos comunicantes. Fonte: BRUNETTI, 2008, p. 22. (Adaptado). #PraCegoVer: A figura apresenta o esbogo de uma prensa hidraulica, em duas dimensées. Trata-se de uma forma em U, em que cada extremidade representa um émbolo, porém com 4reas diferentes. O émbolo da esquerda é mais largo que o da direita. No @mbolo a esquerda, chamado ponto 2, ha uma seta amarela apontando em diregéo ao émbolo, com a inscrigéo F 20? representando uma forga 2. No interior do émbolo ha quatro setas finas, amarelas, apontando para o topo do émbolo em sentido contrario a seta preta. Abaixo das setas, ha a inscri¢éo p 2° No embolo & direita, chamado ponto 1, hé uma seta amarela apontando em diregdo ao émbolo, com a inscrigéo F , , representando uma forga 1. No interior do émbolo ha trés setas finas, amarelas, apontando para 0 topo do émbolo em sentido contrario a seta preta. Abaixo das setas, ha a inscricao p , . Assim, pela Lei de Pascal, define-se que p1 é igual a p2: F,=F, PA,=PA, @) #PraCegoVer: A Forga no ponto 1 é igual a forga no ponto 2, como forca é igual a pressdo vezes a area, o produto entre a pressdo 1e a 4rea 1 seré igual ao produto entre a pressdo 2 e a 4rea 2. Podemos comprovar a lei de Pascal imaginando a variagdo da pressdo atmosférica que reina na superficie de um liquido em repouso. Essa variagdo de pressdo na superficie livre do liquido sera transmitida para qualquer ponto do fluido (BISTAFA, 2018). O principio de Pascal é aplicado em varios equipamentos que utilizamos no cotidiano, como os freios hidrdulicos, prensas hidraulicas e servomecanismos dispositivos de controle (BRUNETTI, 2008). 2.2.2 Lei de Stevin O principio de Stevin diz que a variagao da presso entre dois pontos de um fluido em repouso é igual ao produto do peso especifico pela variagao da cota desses pontos. Essa lei é a base da estatica dos fluidos, e descreve que a pressdo em um fluido em repouso aumenta proporcionalmente @ profundidade, sendo a constante de proporcionalidade igual ao peso especifico do fluido. Outra informagao importante dessa lei é que a presséo 6 sempre a mesma em qualquer ponto, em uma mesma diregao horizontal de um mesmo liquido (BISTAFA, 2018). VOCE SABIA? Alei de Stevin sé é aplicada para fluidos incompressiveis, especificamente para liquidos em repouso, porém pode ser aplicada para o ar. Sabemos que 0 ar atmosférico é um fluido que nao pode ser considerado como incompreensivel, mas em uma fragao inferior da atmosfera, denominada troposfera, a lei de Stevin € utilizada para determinar a pressdo atmosférica em diferentes altitudes (BISTAFA, 2018). Imagine um tanque com uma altura de liquide correspondente a H. Vamos determinar a variagdo da pressdo entre dois pontos no interior desse tanque. Figura 2 ~ Tanque de armazenamento de liquido. Fonte: BRUNETTI, 2008, p. 19. (Adaptado). #PraCegoVer: A figura mostra o esboco de um tanque de armazenamento de liquidos rosa, de forma cilindrica em duas dimensées. Do lado direito do cilindro, hé uma seta verde de duas. pontas com a letra H, indicando a altura do cilindro. No interior do cilindro, ha uma forma trapezoidal com quatro pontas. Acima a esquerda, o ponto N. Ha uma seta azul, com a letra grega alfa apontando para o ponto N, indicando seu Angulo. Acima 4 direita, esta o ponto M; abaixo a esquerda o ponto Zn e abaixo a direita o ponto Zm, que formam a base do trapézio. O topo do trapézio é composto por uma linha mais grossa do que a base e sobre a qual ha a letra p minuscula, que indica a pressao do liquido. Ha uma seta com a inscrigéo d minusculo e A maitisculo apontando para a linha grossa. Paralela a linha grossa, ha uma linha tracejada sobre a qual ha a letra | mindscula, em vermelho. Entre a linha tracejada e a linha grossa, ha cinco setas azuis apontando para a linha grossa. Ha uma linha tracejada laranja separando o trapézio em um triangulo reto e um retangulo. Ao lado direito do Angulo reto, ha a letra h mindscula. Considerando o fluido em repouso, teremos a agao de algumas forgas sob o fluido: + No ponto N: dF = pga @) #PraCegoVer: A derivada da forga corresponde a presséo em N vezes derivada da area. + No ponto M: dF = p,aA 6) #PraCegoVer: A derivada da forga corresponde a presséo em M vezes derivada da area. Assim, h é a diferenga entre as cotas M e N: h=Zy-2y ) #PraCegoVer: h sera igual aZ menos Zz Nn’ A forga que age na superficie lateral do cilindro MN, entao, sera: F = [pdA, a) #PraCegoVer: A forca é igual a integral da pressdo vezes a derivada da area da superficie lateral do cilindro. O peso do fluido contido no cilindro 6 definido como o produto entre o volume do fluido e 0 peso especifico do fluido: Fp = IdAy (8) #PraCegoVer: O peso do cilindro é igual ao produto entre o comprimento do cilindro | e a derivada da area dA é o peso especifico do fluido gama. Considerando que as forgas que agem na superficie lateral do cilindro possuem componentes nulas sobre o eixo, as forgas projetadas na diregao MN serao: p,dA - p,dA - dFpsena = 0 (9) #PraCegoVer: a pressdo em N vezes a derivada da area A menos a pressdo em M vezes a derivada da area A menos a derivada do peso vezes seno de alfa é igual a zero. Assim, substituindo na equagao (9), a equagao (8), teremos: p,dA - p,dA - lydAsena = 0 (10) #PraCegoVer: A pressdo em N vezes a derivada da area A menos a pressdo em M vezes a derivada da area A menos o comprimento do cilindro | vezes o peso especifico vezes a derivada da area vezes 0 seno de alfa é igual a zero. Da mesma forma, a equacao (9) é correspondente a equagao (11) apds integragao: Py ~ Py ~ lysena = 0 (11) #PraCegoVer: A pressio em N menos a pressdo em M menos o comprimento do cilindro | vezes o peso especifico vezes o seno de alfa 6 igual a zero. Logo: Isena =h =Z,,-Z, (12) #PraCegoVer: O produto entre o comprimento | e o seno de alfa é igual a h, que corresponde a diferenca entre as cotas Z 4 -~Zy Podemos reescrever a equagao (12) como: Py, ~ Puy = VA (13) #PraCegoVer: A diferenca entre a presso em N e a presso em M6 igual ao peso especifico vezes ah. A Equag&o (13) corresponde a equagao basica da estatica, que mostra que a diferenga de pressdo entre dois pontos quaisquer no fluido correspondera ao produto entre 0 peso especifico desse fluido e a diferenga de cota entre os dois pontos (BRUNETTI, 2008). Infografico 1 - Caracteristicas do teorema de Stevin Se a pressdo na superficie livre do || Nos gases, se a diferenga de cota for fluido for nula, a pressao.auma _| |muito pequena, Ap=0, por consequéncial distancia h sera do baixo peso especifico Teorema de STEVIN: diferencas de pressao entre dois pontos © formato do recipiente & importante para o calculo da pressio no ponto Nao interessa a distancia entre || A Pressao nos pontos na mesma leles, somente a diferenca de cotas|| _posigao horizontal é a mesma Fonte: BRUNETTI, 2008, p. 20. (Adaptado). #PraCegoVer : Ao centro ha um retangulo amarelo com a inscrigdo: “Teorema de STEVIN: diferencas de pressao entre dois pontos”. Do retangulo saem setas para outros cinco retangulos, dois acima e trés abaixo. Acima a esquerda, um retangulo amarelo com a inscrigéo: Se a pressdo na superficie livre do fluido for nula, a pressao a uma distancia h sera p=vh. Acima a direita, um retangulo salm&o com a inscrigdo: Nos gases, se a diferenga de cota for muito pequena, Ap=0, por consequéncia do baixo peso especifico. Abaixo Nao interessa a a esquerda, um retangulo amarelo com a inscriga distancia entre eles, somente a diferenca de cotas. Abaixo ao centro, um retangulo amarelo com a inscrigao: A Pressdo nos pontos na mesma posicao horizontal é a mesma. Abaixo a direita, um retangulo amarelo com a inscrigdo: O formato do recipiente & importante para o calculo da pressao no ponto. A seguir, falaremos sobre a aplicagado dos conceitos da estatica, tanto do principio de Pascal como o de Stevin. Veremos como esses conceitos sao fundamentais para a Engenharia. Também conheceremos os equipamentos utilizados na medida da pressao dos equipamentos e das tubulagées, os manémetros. Para finalizar, falaremos sobre a diferenga entre a pressdo absoluta e pressdo manométrica. 2.2 Estatica dos fluidos Na estatica dos fluidos, ndo hd movimento relative das particulas dos fluidos, consequentemente nao ha presenga de tensdo de cisalhamento, decorrente do gradiente de velocidade (POTTER; WIGGERT, 2018). Como aplicagao direta do principio de Stevin, vimos que a diferenga de pressdo entre dois pontos do fluido proporcional a altura e a constante de proporcionalidade é o peso especifico. Se a pressdo na superficie do fluido for nula, a pressao em um ponto a uma profundidade h sera: p=hy (14) #PraCegoVer: A pressao é igual ao produto entre a altura e o peso especifico. Se considerarmos uma tubulagao fechada contendo agua, a pressdo em todos os pontos da segdo transversal desse tubo sera a mesma. Porém, se abrirmos um pequeno furo no tubo, e se a presso interna da tubulagdo for superior a externa, havera a saida de um jato de fluido. Se acoplarmos um tubo de vidro nesse orificio, veremos que esse fiuido sobe até uma altura h e, para esse fluido permanecer em repouso, devera equilibrar-se com a mesma pressao do tubo horizontal, como apresentado na Figura 3. Figura 3 - Coluna de vidro conectada a tubulacao, Fonte: BRUNETTI, 2008, p, 23. (Adaptado). #PraCegoVer : A figura representa um esbogo de uma tubulacgao, em desenho 2D azul. Tem a forma de T invertido. A base é formada por duas linhas paralelas, representando a tubulagdo. Entre as duas, ha uma linha tracejada sobre a qual se encontra a letra minuscula p. No centro do tubo, perpendicularmente, ha outro tubo, representado por duas linhas paralelas, com o topo fechado. Ao seu lado direito, ha uma seta de duas pontas com a letra h minuscula, representando a altura. Acoluna de liquido canalizado provocara uma pressao em p correspondente a: Pawo = YPeuna (15) #PraCegoVer: A pressdo no tubo é igual a altura vezes o peso especifico. O barémetro de mercurio foi inventado por Evaristo Torricelli em 1643. E um equipamento constituido por um tubo de vidro com quase 1 metro de comprimento, fechado em uma das extremidades e aberto em outra, e preenchido por merctirio (Hg). Um segundo recipiente também é preenchido por mercurio, conforme mostrado na Figura 4 (BISTAFA, 2018). Emborcar Vapor de mercurio Figura 4 — Determinagao da pressdo atmosférica local em um barémetro de merctirio. Fonte: BISTAFA, p. 42, 2018. (Adaptado). #PraCegoVer : A figura representa um esboco de um tubo de ensaio @ esquerda e um recipiente a direita, ambos de vidro e contendo mercurio, O tubo de ensaio a esquerda esta preenchido até a borda pela cor azul claro. Do seu lado esquerdo, ha uma linha vertical, exatamente do tamanho do tubo, com um ponto em cada extremidade e indicando o valor 1m. dentro do tubo, ha um ponto preto com uma linha indicando a legenda Hg. Do alto do tubo sai uma seta curva com a palavra emborcar, indicando que o tubo sera emborcado no recipiente. A direita esta a imagem de um recipiente com o tubo emborcado perpendicularmente dentro dele. % do recipiente esta preenchido de azul claro e dentro dele também ha um ponto indicando a legenda Hg. A boca do tubo de ensaio nao encosta o fundo do recipiente e 1/3 de sua extensao esta para fora do recipiente. Uma parte de sua base esta branca com pontos azul escuro. Dela sai uma seta escrito vapor de mercurio. Dentro do tubo, exatamente na linha que divide a parte que esta dentro do liquido do recipiente da parte que esta fora, hé uma linha pontilhada, com um ponto marcado como A. Entre 0 ponto Ae a parte em branco do tubo, ha uma linha vertical com a indicagao h Hg A atmosfera local é determinada virando o tubo de vidro no recipiente de forma que a extremidade aberta do tubo entre no recipiente de mercurio. Assim, a coluna de mercurio descera até o valor correspondente a pressao atmosférica local. 2.2.1 Manémetros Os manémetros sdo instrumentos de precisdo utilizados para medir a pressdo de equipamentos. Esses instrumentos utilizam uma coluna de liquido para medir a pressdo de ar comprimido, gua, vapor e fluidos em geral (POTTER; WIGGERT, 2018; SILVA et al.; 2016) JA sabemos que a pressdo corresponde a forga aplicada por unidade de Area. Analise 0 Quadro para conhecer outras unidades de pressao. Quadro 1 - Unidade de pressao UNIDADES mmHg mH , © (mCA) -psi (libras por polegada quadrada) PRESSAO kgflom 2 - Pa=Nim? bar (10 °Nim 2) mbar (10 N/m?) = hPa Fonte: BRUNETTI, 2008, p. 24. (Adaptado) Existem outros equipamentos utilizados para a medigdo da pressdo. O manémetro é um instrumento para medir a pressAo em um ponto, ou seja, medir a pressao efetiva. O vacuémetro 6 um manémetro que indica as pressdes efetivas negativas, bem como as positivas e nulas. Por sua vez, o piezémetro 6 0 mais simples dos manémetros, chamado também de tubo piezométrico. O barémetro mede o valor absoluto da pressao atmosférica. E 0 altimetro é o barémetro construido para a obtengao de altitudes. Exemplo: de uma aeronave em relagao ao nivel do mar (BRUNETTI, 2008; FOX; 2014). Clique nas Abas para conhecer as caracteristicas de diversos tipos de manémetros. Tipos de manémetros » Clique nas abas para saber mais sobre o assunto Utilizado em diversos processos, sua principal caracteristica é a utilizagao de fluidos manométricos, como, por exemplo o merctrio. Fonte: SILVA et al.; 2016, p. 1. (Adaptado). 2.2.2 Pressao diferencial e absoluta A pressdo é uma grandeza escalar que pode ser medida em relagao a qualquer grandeza arbitraria, mas duas referéncias sao adotadas na medida da pressao: o vacuo absoluto e a pressao atmosférica local (BISTAFA, 2018). O vacuo absoluto é a regiao do espaco onde nao ha matéria, nem o ar atmosférico. Pode ser criado mecanicamente ao acoplarmos um recipiente a uma bomba de vacuo, porém atinge-se apenas um vacuo parcial, pois nao é possivel extrair todo o ar do recipiente. © VOCE SABIA? Algumas técnicas, chamadas de alto-vacuo, sao utilizadas para a criagao do vacuo absoluto (BISTAFA, 2018), como ocorre no destilador molecular, que 6 um equipamento utilizados para varios fins, por exemplo, para purificagao de produtos que se degradam com o aumento da temperatura, pois a redugao da pressao permite a purificagdo a temperaturas mais baixas A pressao pode ser classificada como pressdo manométrica, pressdo absoluta e pressdo efetiva. Analise 0 Infografico para saber um pouco mais sobre as caracteristicas de cada um desses tipos de pressao. Infografico 2 - Pressao efetiva e pressao absoluta PC Oa : erate) ieee ones TCE) COLOR onc Precuretct) Dee enc eur) eT Oe ed PEC) Pressao medida em Telagao ao vacuo —>| oua zero #PraCegoVer: Ha dois diagramas: o de cima representa a pressao efetiva e o de baixo representa a pressao absoluta. No de cima, ha um retangulo verde onde se vé escrito Pressao efetiva. Dele sai uma seta amarela apontando para o proximo retangulo, também verde, onde se vé escrito: Presséo medida tomando a pressao atmosférica como referéncia. Deste retangulo saem duas setas amarelas curvas, uma de sua base, outra de seu topo, e que apontam cada uma para um retangulo, dispostos um sobre o outro, a direita do anterior. No retangulo de cima esta escrito vacuo. No de baixo esta escrito Zero. Ambos sao verdes. De cada um dos retangulos verdes sai uma seta amarela fina que aponta para outros dois retangulos, verde, dispostos um sobre o outro com pequena distancia. No de cima esta escrito: pressdo maior que a atmosférica. No de baixo esta escrito: equipamento aberto para atmosfera. No diagrama de baixo ha trés retangulos, um ao lado do outro, com pouca distancia, ligados por setas que apontam da esquerda para a direita. No primeiro, cor-de-rosa, esta escrito: Pressdo absoluta. Dele sai uma seta amarela apontando para o préximo retangulo, lilds, onde estd escrito: Presséo medida em relagao ao vacuo zero absoluto. Deste sai uma seta amarela apontando para um retangulo cor-de-rosa em tom mais escuro, onde esta escrito: Todos os valores de pressao na escala absoluta sao positivos. A pressdo medida em relagdo a atmosférica é a presséo manométrica. A pressdo absoluta sera igual a zero quando medida em um volume que nao ha moléculas, ou seja, no vacuo ideal. De forma resumida, podemos dizer que a presso absoluta corresponde a soma da pressao atmosférica com a presséo efetiva (POTTER; WIGGERT, 2018; BRUNETTI, 2008): (16) Pansouta = Paimostévca * Perewa #PraCegoVer: A pressdo absoluta é igual a soma da pressdo atmosférica e da pressao efetiva. A Figura 5 mostra uma situagdo na qual a pressdo atmosférica 6 igual a 90.000 kPa, essa pressdo pode ser atingida em uma altitude de 1000 m, ou em uma situagdo de tempestade. Nessa cidade existem dois medidores de pressdo instalados em industrias, no qual o medidor 1, indica a pressdo p1 = 120.000 Pa (absoluta). E 0 ponto 2, p2 = 50.000 Pa (absoluta). Como a pressdo atmosférica corresponde a 90.000 kPa, as pressGes manométricas nos pontos p1 € p2 serdo iguais a 30.000 kPa e 40.000 kPa, respectivamente. p (Pascoal) 120.000 90.000 50.000 Alta pressao: P= 120.000 Pa abs = 30.0000 Pa manométrica Atmosfera loca: P = 90.000 Pa abs = 0 Pa manométrica = 0 Pa vacuometrica Alta pressao: P = 50,000 Pa abs = 40.0000 Pa vacuometrica Referéncia de zero absoluto: P = 0 Pa abs = 90.0000 Pa vacuométrica Figura 5 - Leitura de pressao manométrica, absoluta e vacuométrica. Fonte: WHITE, 2018, p. 60. (Adaptado). #PraCegoVer : A figura mostra um grdfico, que apresenta a variagao de temperatura em um local que esté a 1000 m de altitude, sendo a pressdo atmosférica igual a 90.000 kPa. Dois outros pontos existentes nesse local indicam dois valores de pressdes absolutas, sendo p1 = 120.000 kPa e p2 = 50.000 kPa. Como a pressdo atmosférica corresponde a 90.000 kPa, as presses manométricas nos pontos p1 e p2 serdo iguais a 30.000 kPa e 40.000 kPa, respectivamente. A pressao atmosférica ou pressao barométrica varia com altitude e, em alguns locais, também varia com as condigdes meteorolégicas (BRUNETTI, 2008). O Quadro 3 mostra a variagdo da pressao atmosférica com a pressao. Quadro 3 - Propriedades da atmosfera padrao ALTITUDE (M) TEMPERATURA (K) PRESSAO (KPA) 0 288,2 101,3 500 284,9 95,4 1000 281,7 89,85 2000 275,2 79,48 4000 262,2 61,64 Fonte: POTTER; WIGGERT, 2018, p. 237. (Adaptado) Teste seus conhecimentos Atividade nao pontuada 2.2.3 Equag6es manométricas A aplicagao da lei de Stevin e de Pascal de uma forma mais rapida e pratica é chamada de equagao manométrica. Ou seja, representa a equacdo que permite o calculo da pressao em um equipamento ou reservatério ou a diferenga de pressao nesse equipamento (BRUNETTI, 2008). 2.3 Reynolds © escoamento dos fluidos ao longo de uma tubulagdo pode ser classificado em regime permanente ou transiente. No regime permanente, as propriedades dos fluidos se mantém constantes em cada ponto, e ao longo do escoamento nao variam com o tempo. Por outro lado, no regime transiente, as condigdes do fluido em alguns pontos ou regido de pontos varia ao longo do tempo. E importante adotarmos uma terminologia que é utilizada na mecanica dos fluidos: a definigao de reservatorio de grandes dimensdes. Se considerarmos um reservatério de grandes dimensdes, no qual o nivel do fluido se mantém constante ao longo do tempo, podemos considerar o regime permanente ao longo do tempo (FOX; MCDONALD; PRITCHARD, 2014; BRUNETTI, 2008). 2.3.1 Definigao A mecanica dos fluidos pode ser dividida a partir da presenga ou auséncia de efeitos viscosos e de compressibilidade. Dessa forma, pode-se estimar se as forgas de pressdo sdo despreziveis em comparacéo com as forgas de viscosidade através da andlise do numero de Reynolds. Este corresponde a um numero adimensional obtido de forma experimental, que relaciona algumas propriedades do fluido, como a viscosidade e o peso especifico com a velocidade do escoamento e o comprimento tipico do escoamento (FOX; MCDONALD; PRITCHARD, 2014; BRUNETTI, 2008). E possivel observar isso pela Equagao 17: Re =p— 17) Ca (17) #PraCegoVer: O ntimero de Reynolds é igual ao produto entre a massa especifica, pela velocidade do escoamento e o comprimento tipico ou caracteristico da tubulagdo, dividido pela viscosidade dinamica em que Re é 0 numero de Reynolds; L comprimento tipico ou caracteristico do escoamento; V velocidade do escoamento; p & a viscosidade dinamica; p ¢ a massa especifica. Analise 0 Infografico que mostra a classificagéo dos escoamentos de acordo com as caracteristicas descritas no nimero de Reynolds (FOX; MCDONALD; PRITCHARD, 2014; WHITE, 2018). Infografico 3 - Classificagao da mecanica dos fluidos Week fluidos dos meios Cerne Denn ad) eur Beas) eee] Ee Cy Fonte: FOX; MCDONALD; PRITCHARD, 2014, p, 62. (Adaptado). #PraCegoVer: a figura representa um diagrama com blocos azuis hierarquizados. O primeiro bloco apresenta a inscrigéo Mecanica dos fluidos dos meios continuos e se liga a dois outros blocos dispostos abaixo: nao viscoso (=0), a esquerda, e viscoso, a direita. O bloco nao viscoso (y=0) se liga a dois outros blocos abaixo dele: Compressivel e incompressivel. O bloco viscoso se liga ha dois outros blocos: laminar, 4 esquerda, e turbulento a direita. Desses dois blocos saem linhas que se juntam ao centro e novamente se bifurcam para dois blocos abaix: interno a esquerda e externo a direita. Entende-se que o numero de Reynolds mostra a razao entre uma quantidade e a quantidade de referéncia, fornecendo informagées sobre a proporcao entre o efeito da inércia e o viscoso (KWONG; 2015). Assim: + Se esse niimero for grande, os efeitos viscosos serao despreziveis o que indica escoamento turbulento com fortes flutuagées no escoamento; + Por outro lado, se o numero de Reynolds for pequeno, os efeitos viscosos serao dominantes o que indica movimento viscoso muito lento, no qual os efeitos da inércia s4o despreziveis; + Se esse numero nao for nem pequeno nem grande (moderado), as caracteristicas ficam inconclusivas, ou seja, nenhuma conclusdo geral poder ser obtida com o numero de Reynolds, podendo haver escoamento laminar com variagdes suaves. O termo "mecAnica dos fluidos dos meios continuos" refere-se ao fato de que os fluidos s&o infinitamente divisiveis, mantendo suas propriedades intactas. Se analisarmos os tipos de escoamento com fluido compressive! e incompressivel, veremos que a diferenga entre eles esté na variagéo do peso especifico ao longo do escoamento (fluidos compressiveis). Como exemplo temos os gases. Ja para os liquidos, a variagao da massa especifica ao longo do escoamento é desprezivel (incompressivel). O escoamento é classificado como intemo se 0 fluido escoa envolvido por uma superficie sélida, como uma tubulagdo. Porém se esse duto ou tubulagao nao estiver completamente preenchido, havendo uma superficie livre onde age uma pressdo externa, esse sera um escoamento em canal aberto. JA 0 escoamento externo ocorre na superficie de um corpo que esté submerso em um fluido (FOX; MCDONALD; PRITCHARD, 2014). 2.3.1 Equagao do numero de Reynolds com coeficiente de viscosidade cinematica Vimos que a equagdo de Reynolds relaciona a viscosidade do fluido com a velocidade média do fluido no escoamento e o comprimento da tubulagdo. Essa equagdo também pode ser escrita em termos de viscosidade cinematica Equacao (19). Sera obtida substituindo na equagao (18) a viscosidade cinematica, pois esta corresponde a razao entre a viscosidade absoluta (dinamica) e a massa especifica. Re ue (18) e=p Ht ea VL Re=t (19) v #PraCegoVer: O ntimero de Reynolds é igual ao produto entre a velocidade do escoamento pelo comprimento tipico da tubulagao, dividido pela viscosidade cinematica. Nessas equacées, entende-se que Re 6 equivalente ao numero de Reynolds (adimensional); v é a velocidade média (m/s ou ft/s); D é o diametro interno do conduto (m ou ft); p € a viscosidade absoluta (g/ cm.s ou Ib/ft. s); v € a viscosidade cinematica (m 2 Is ou ft/s); e p é a massa especifica da temperatura do escoamento (kg/m ° ou Ib/ft >). 2.4 Escoamento e Reynolds Reynolds, por meio de experiments, conseguiu caracterizar os regimes de escoamento dos fiuidos em laminar e turbulento, como mostrado na Figura 6. Laminar Wr / OYA AOA?“ Turbulento Figura 6 — Regime de escoamento laminar e turbulento, Fonte: FOX; MCDONALD; PRITCHARD, 2014, p. 66. (Adaptado). #PraCegoVer: Ha na figura duas finas setas azuis apontando da esquerda para direita, disposta uma sobre a outra. A seta de cima 6 reta e sobre ela ha o titulo Laiminar. A seta de baixo faz diversas curvas desorganizadas e assimétricas e sobre ela ha o titulo Turbulento. Nao é possivel definir precisamente as faixas de nimeros de Reynolds que indicam se o escoamento é laminar, de transigao ou turbulento. No entanto, Reynolds verificou que para os tubos comerciais valem os seguintes limites (BRUNETTI, 2008). + Escoamento laminar: Re < 2000; + Escoamento de transi¢ao: 2000 < Re < 2400; e, + Escoamento turbulento: Re > 2400. 2.4.1 Escoamento laminar No escoamento laminar, como o nome sugere, as particulas se deslocam em laminas sem haver mistura entre elas. Esse tipo de escoamento 6 menos comum, mas pode ser visualizado quando um filete de 4gua sai de uma torneira pouco aberta, ou no inicio da trajetoria da fumaca de um cigarro. A equacao da velocidade no regime laminar 6 unidimensional (Equagao 20) (BRUNETTI, 2008; FOX; MCDONALD; PRITCHARD, 2014), V=wi (20) #PraCegoVer: A velocidade do escoamento laminar é igual a velocidade média u.. No escoamento laminar, a velocidade nao varia com o tempo em um ponto em regime estacionario e as particulas fluidas se movem suavemente paralelas umas as outras Esse regime de escoamento pode se originar quando existem baixas velocidades em condutos lisos (KWONG, 2015). 2.4.2 Escoamento turbulento No escoamento turbulento, as particulas possuem um movimento aleatério do ponto de vista macroscépico. As particulas fluidas rapidamente se misturam enquanto se movimentam ao longo do escoamento. Isso acontece devido as fiutuagdes aleatérias ocorridas no campo tridimensional da velocidade, haja vista que a equagao da velocidade do regime turbulento 6 composta pela velocidade média u e mais trés componentes das flutuagées aleatorias. Observe a Equagao (21). V=(tuyitvitwk (21) #PraCegoVer: A velocidade no escoamento turbulento é composta pela velocidade média ue mais trés componentes das flutuagées aleatorias da velocidade, u’, v'e w’. A velocidade em um ponto oscila ao redor de um valor médio. Ou seja, nas altas velocidades ocorre 0 escoamento turbulento, caracterizado pelo movimento desordenado: das particulas (BRUNETTI, 2008; FOX; MCDONALD; PRITCHARD, 2014; KWONG, 2015). Teste seus conhecimentos Atividade nao pontuada Sintese Nessa unidade falamos sobre as definigdes de pressdo, os principios basicos que sao utilizados na estatica e sobre os tipos de escoamento. Inicialmente falamos sobre a definig&io de pressdo. Em seguida, apresentamos os principios de Pascal e de Stevin, que descrevem as equagdes manométricas. Vale ressaltar que essas equagdes sdo fundamentais para a determinagéo da presséo em equipamentos e tubulagées. Em seguida, falamos sobre os tipos de pressao, a pressao efetiva, atmosférica e absoluta. Para finalizar, falamos sobre os tipos de escoamento, como estes podem ser classificados seguindo o numero de Reynolds, sobre as caracteristicas dos escoamentos laminar e turbulentos. Também descrevemos a equagdo que caracteriza o numero de Reynolds, utilizando tanto a viscosidade cinematica como absoluta. Aprendemos, ainda, sobre os tipos de escoamento, que podem ser: viscoso ou nao viscoso, interno ou externo, laminar ou turbulento, compressivel ou incompressivel. Titulo: Experimento didatico de Reynolds e conceitos basicos em mecAnica dos fluidos Autor: Filipe Magalhaes de Carvalho Silva, Mayara da Fonseca Apolinario, Antonio Marcos de Oliveira Siqueira, André Luiz Moreira Candian, Livia Andrade Fontes Moreira e Mateus Rodrigues Sarti Editora: The Journal of Engineering and Exact Sciences Ano: 2017 Comentai Esse artigo fala sobre 0 experimento de Reynolds, utiliza um experimento didatico para descrever parametros usados na caracterizagao do escoamento. Sendo imprescindivel conhecermos essa descrigdo, pois esse numero é importante para o projeto das tubulagées. industriais, pois caracteriza os escoamentos Onde encontrar? Biblioteca Locus UFV < BISTAFA, S. R. — Nogées e aplicagdes. Sdo Paulo: Edgard Bliicher, 2018. BRUNETTI, F. Sao Paulo: Pearson Pretice Hall, 2008. COIMBRA, A. L. . Rio de Janeiro: E-papers, 2015. FOX, R. W.; MCDONALD, A. T.; PRITCHARD, P.J. Rio de Janeiro: LTC, 2014. KWONG, W. H. mecanica dos fluidos. Sao Carlos: EdUFSCar, 2015. LIVI, C. P. - Um Texto para Cursos Basicos. Editora: LTC2012 SILVA, V. C. et al. Avaliagéo e selecéo de manémetros na industria. —UNIVERSO, Sao Gongalo, v. 1, n. 1, 2016. POTTER, M.; WIGGERT, D Porto Alegre: Bookman, 2018 WHITE, F.M . Porto Alegre - AMGH; 2018.

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