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en om oe RO LE Adriano Nascimento reek ae en estar Decrees Pa eran iy LUNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS RerTona Sandea Regina Goulart Alida Vier rion Alesyndro Femandes Morera EDITORA UM Dacron Flavio de Lemos Carsalade Vice Dinsrons Conia Fired ‘CONSELHO EDITORIAL vio de Lemos Carta (PRESIDENTE) ‘Ane Garba Une Tet ‘Anta de Piso Margues Joe Antnio Liz Pino Rubee era Jefferson de Oliva Camila Figueiredo Gatla Viana Conerl Csi Ela Via Hissa César Geraldo Guimasdex Fdsordo dx Morea e Albsquergue Elder Antonio Sousa Piva Helens Lopes da Sika Jodo Ande Aires Langa Joo Antnio de Pavia José Lais Borg Hora Tira Cirdows “Maria de Fatima Cardoso Gomes Renato Alves Rico Neto Ricardo Hitoshi Caldera Takahasht Rodrigo Pato 4 Mota Selo Aedes Perera do Amaral Sonia Micon Ses ADRIANO Roperto AFONSO DO NASCIMENTO INGRID FARIA GIANORDOLI-NASCIMENTO, Maria IsaBet ANTUNES Roca Organizadores REPRESENTACOES SOCIAIS Campos, vertentes e fronteiras eprrorauling ©2021, Os organinadoes (© 2021, tora UEMG Ete livros ou parte dle no pode se epredurido por qualquer meio sem atorizago ssctit do Editon SUMARIO Res Represent soaks campos vertentes¢fronters/Adrano Ro bert Afonso do Nascimento, lea Fara Gianordali Nascent, Masi Trae Antunes Rocha organic. ~ Belo Horizonte: Eien UEMG, 2024 249 ps (Homanits) APRESENTAGAO, Inc ibiograi ISBN: 974.85-425.0328.2 IMPACTO DA TEORIA DAS REPRESENTAGOES SOCIAIS NA PSICOLOGIA SOCIAL BRASILEIRA 0 que aprendemos com Serge Moscovici e Dent 1. Psicologia soil 2. Reprseatayies soci 3. Picogi Nascimento, Adriano Roberto Afro do. 1 Gianoedal Nascimento, Ingrid Faria IL, Antunes Roch, Maria abel, 1957-1, Ses c Jodelet Regina Helena de Freitas Campos pp: soLs DU 3166 A TEORIA DAS REPRESENTAGOES SOCIAIS NO BRASIL Hist6ria ¢ evolugao Maria de Fétima de Souza Santos horas por Vilma Carvalho de Soe ~Biblioecria ~ CRB-6(1390 CONDIGOES E MODALIDADES DA ESTABILIDADE EA TRANSFORMACAO DOS FENOMENOS REPRESENTATIVOS ‘COORDENACKO EDITORIAL Jesinimo Coelho DIREITOS AUTORAIS Aane Caroline Siva 7 ASSISTENCIA EDITORIAL Eline Sousa ‘COORDENACAO DETEXTOS Clare Vera PREPARACAO DE TEXTOS Lilian de Olvien REVISAO DE PROVAS Danista Menezes PROJETO GRAFICO Gino HUbsito,a partir de Geta Campos ~ Manga FORMATACAO E MONTAGEM DE CAPA Fernando Fras IMAGEM DA CAPA Retro de mulher, 1890-1899, de Joo Tinsen da Cost PRODUGAO GRAFICA Waren Malic Denise Jodelet PEMPORALIDADE E PENSAMENTO SOCIAL Dias transtormagdes pelas minorias J jovas praticas as oscilagdes situacionais Rafael Wolter Alvaro Peixoto JMPRUSENTAGOES SOCIAIS EM MOVIMENTO jystruindo uma categoria analitica com base [ponquisas sobre formagio e pratica de educadores Maria Isabel Antunes-Rocha Hie Paulo Ribeiro EDITORA URMG A Aniinio Calon, 6627 ~ CAD IL Blo ‘Campus Paratha = 31270.901 = Beko Horizonte ‘Teh + 5531 3409-4650 worweditorang com - dara Karol de Oliveira Amorim Silva PESSOAS EM SITUAGAO DE RUA Representagies sociais lgicas do euidado Susana Seidman CONEXOES ENTRE PASSADO E PRESENTE Cibereultura, meméria e representagoes sociais Plaviane da Costa Oliveira Jaiza Pollyana Dias da Cruz Rocha Ingrid Faria Gianordoli-Nascimento Rafzel Wolter A TEORIA DAS REPRESENTAGOES SOCIAIS COMO POSSIBILIDADE DE LEITURA DO FENOMENO RELIGIOSO E DA ESPIRITUALIDADE NA AREA DA SAUDE Antonio Marcos Tosoli Gomes Virginia Paiva Figueiredo ANALISE DE IMAGENS E(M) PSICOLOGIA SOCIAL, Algumas considerages Izabela Goncalves Terra Lucas Eduardo Guimaries Adriano Roberto Afonso do Nascimento CELSO PEREIRA DE SA Uma vida na Psicologia Social Denis Giovani Monteiro Naiff Luciene Alves Miguez Naiff SOBRE OS AUTORES APRESENTAGAO Desde 0s anos 1980, a producio de trabalhos que utilizam a Teoria das Representacdes Sociais (TRS) vem se avoluman: do no pais. Nascida como proposta que tinha como um dos seus objetivos articular um conjunto disperso de microteorias em Psicologia Social, a TRS, aqui, avangou por outras areas do conhecimento, consolidando-se como referéncia importante também na Satide e na Educagio. Com a intengdo de forne- ermos um conjunto de textos que permitam tanto auxiliar na sistematizagao do campo como também apontar perspectivas para a continuagao de seu desenvolvimento € que apresentamos festa coletanea ¢ a intitulamos Representacdes sociais: campos, Wertentes e fromteinas. Em um primeiro bloco, encontram-se 05 textos que recupe- uum pouco da hist6ria da difusio da Teoria das Represen- ais no Brasil No primeiro desses textos, buscando abordar elementos que Permitam compreender 0 proceso de consolidagao da TRS » Brasil, Regina Helena de Freitas Campos, em “Impacto da das Representages Sociais na Psicologia Social brasilei- jprendemos com Serge Moscovici e Denise Jodelet”, 4 como, em seus contatos ¢ no desenvolvimento de wllios com pesquisadores/as brasileiros/as, Serge Moscovici nise Jodelet, ao longo de vai \das, garantiram o sem- Henovado interesse por esse campo de estudos no pais. Tal MARIA DE FATIMA DE SOUZA SANTOS ———__ATEORIA DAS REPRESENTACOES SOCIAIS NO BRASIL Histéria e evolucéo Para discutir a historia e a evolugio da Teoria das Representa~ .gbes Sociais (TRS) no Brasil, considero necessério discutir primei- Famente a sua relagio com a Psicologia Social ¢ 0 contexto social hist6rico em que cla se desenvolveu. Embora focalize o mew trabalho no Brasil, farei algumas referencias & América Latina de modo geral, visto que nesse continente a TRS se expandiu e se mantém vigorosa nos trabalhos de pesquisa ¢ intervengao. A pre- senga constante de colegas da Argentina, Venezuela, Peru, Méxi: 0, por exemplo, nas Conferéncias Internacionais e nas Jornadas Jnternacionais sobre Representagao Social sio o testemunho da forca da teoria entre nés. Assim, reconhecendo os meus limites, ircunscrevi a minha tarefa na discussio do lugar da Teoria das Representagdes Sociais no contexto onde vivo, isto & no Brasil, pais da América do Sul, em que a teoria tem tido uma grande penetracao. Tomarei o Brasil como sujeito prototi A PSICOLOGIA SOCIAL E A TEORIA DAS. REPRESENTAGOES SOCTAIS NO BRASIL Até 0 final dos anos 1970, a Psicologia Social ocupava um \ugar timido na produgo de conhecimento em Psicologia no Brasil. Como bem afirma Ferreira, 1m foco na analise de ques No caso do Brasil, o golpe de Estado contra 0 governo Joao déeada de 1930 (Bonfima, Goulart, em abril de 1964, instaurou um regime militar que durou até meados dos anos 1980 e sé em 1990 a populagio péde eleger um presidente em cleigdes diretas. Movimentos se- as primeiras publicagoes brasieiras cor Ses psicossociais comecaram a surgir na 2003), No eatanto, a institucionalizagdo da P's 1uando 0 Conselho Federal de Psicologia, por 2 08 cursos de ‘melhantes aconteceram no Chile, na Argentina, no Paraguai, no sicologia Social ira ocor rer apenas em 1962, q 2, eriou © curriculo minimo pa igatoriedade do ensino da Psi- Uruguai, na Guatemala ¢ outros. E nesse contexto de luta pelas liberdades democriticas, de buscar discutir os principais problemas sociais do pafs, que en- tre o final dos anos 1970 e os anos 1980 a Psicologia Social brasileira inicia uma transformagao que implicava uma ruptu- ta com uma Psicologia Social que se restringia & andlise intra ¢ interindividual da relagao sujeito-sociedade, questionando a oncepsao de cigncia e a concepgio de “social” vigentes. Busca- ‘yasse uma psicologia mais “social”, significando com isso uma meio do parecer 40316: Psicologia, estabelecendo, assim, a obri cologia Social. [A década de 1970 foi caracterizada por profundas mudangas na concepeao de ciéncia, que tiveram impacto na Psicologia, segundo essa autora, provocando um declinio das correntes comportamentalistas ¢ uma reorientagio das pesquisas para a investigagao dos processos cognitivos. 'No Brasil, nesse periodo, ocorre uma individuagio dos te- Social brasileira, seguindo-se uma influéncia logia Social americana sobre crengas € s intraindividuais e interindl {Puicologia mais comprometida com as camadas economicamen- lesfavorecidas, isto é, um maior compromisso politico do nhecimento cientifico com as lutas pela redemocratizagao do ls, como bem destacam Torres ¢ Alvaro.* Silvia Lane chegou iyo a afirmar que a crise te6rica da Psicologia Social assu- iia América Latina, um carter politico. laquele momento, parte da Psicologia Social latino- mas na Psicolog das teorizagdes da Psicol atitudes, Predominavam as and dde métodos experimentais. Em 1972 idvais, com a utilizagio ‘Aroldo Rodrigues langa a primeira edicao do livro Psicol Social, que teve grande impacto na formagio de psicologos nna producio de pesquisas no pais, e que em 2015 comp! 23+ edigao.? FE importante destacar que, naquele momento, quase tod ‘América do Sul vivia sob regimes ditatoriais. Esse perioda warcado por sucessivas violagbes dos dit gana c, mais especificamente, a brasileira aproximou-se Wt perspectiva sécio-hist6rica, contrapondo-se & natureza, yal das anilises até entao produidas na Psicologia Social Wiulo resgatar os aspectos hist6ricos e sociais da constru- nossa historia foi m: 10 ressaltam Giarnordoli-Nascimento et dh Wijeito, visando a uma andlise societal da relagio sujei- hhumanos e, com ile, No Brasil, Silvia Lane, professora © pesquisadora gui Social da PUC-SP, lidera esse movimento ¢ arti iferentes caracteristicas 8 : - politicos que levaram a0s golp : iijagiio da Associagio Brasileira de Psicologia Social ist6rico-sociais politicos que levaram aos golpes, & at d : forgas repressivas, 4 durago destes perfodos © 20 process n sua primeira reuniao em 1980.’ Naquele 6 desaparecimento das Ii artigo no qual propde uma redefinigio da sil, que implicaria uma “revisao de todo o sistema = utilzadas em todos ees Estados.’ Visto que a Psicologia Social deveria abandonar a caer ica para “assumir uma dimensio histérica na io observadas quanto aos eof mocratizagio vivenciado, Contudo, democriticas € dos direitos individuais fora 1 (sc) priticas 9 is paicossor Isto significa focalizar os contetidos significativos dos com 'mentos em vez de se ater aos comportamentos em si, on sejay la, “mais voltada para os problemas politicos ¢ ‘) fogitio vinha enfrentando. Estimulados pela ar- dos regimes militares ¢ pela grande desigualdade Ainiente, esses psicdlogos sociais iio defender uma ¢sta aprendizagem no conjunto de relagdes sociais, que definem cal com a psicologia social tradicional”."! Nessa ‘tetamente 0 individuo dentro da sociedade em que vive,” SEMeSiogia:Secial no Brasil assume uit base Hiisea construir uma Psicologia Comunitaria que esses da populagao economicamente desfavore- de descrever, por exemplo, como se di a aprendizagem, procurar © que € aprendido, em que condigées sociais ocorre, ¢ o que sig Além do rompimento teérico, como também salle Torres ¢ Alvaro, houve um afastamento dos pesquisadon Biypenho de uma mudanga social. método experimental ¢ uma forte tendéncia a utilizagl gava que a importincia da pesquisa estaria na re Pesquisa-agdo e da pesquisa-participante.’ F preciso d fatos estudados ¢ na possibilidade da sistematiza- que, naquele contexto, os psicdlogos sociais que adota Wonhiecimenco que levaria necessariamente os outros Perspectiva experimental defendiam o principio da neutral Fe agir de modo a provocar mudangas sociais."* Nesse cientifica, a separagéo entre a tcoria e a pritica, bem Paicologia Social deveria, portanto, exercer o papel davam os processos is frequentemente desconectad Jn critica” da Psicologia. Ela corroborava, assim, © problemas sociais da época. Alguns, como Aroldo R de Martin-Bar6, psicdlogo ¢ padre jesuita espanhol reconheciam a ideia de que cabe a Psicologia Social in Bl Salvador, cuja defesa de uma Psicologia Social relagoes estiveis entre as varidveis psicossociais a fim de dia com a ruptura da alienagao da populagao opri tir aos teenélogos sociais resolver os problemas sociais"y ijinilizada da América Latina provocou uma forte outro lado, Silvia Lane criticava essa posigao afirmand I hos psiedlogos sociais. Influéneia marcante na América Latina é a venezuc- ite Montero, que defende a Psicologia Comunitaria a ideia subjacente a esses pesquisadores consistia emt individuo como objeto de estudo e o social nao passava Senirio. Como deciarou Jones, ifglo de um conhecimento contextualizado, part seoeonstruldo por pesquisadores e atores sociais, como s questionamentos se rigiam principalmente& sua rele ‘ontribuir para a solucio dos problemas sociais que ial, isto 6,0 fato dessa vertente da Psicologia Social ust uit ih} € transformar sua realidade social. ‘gem cientiica cada vez mais neutra e afastada dos problemas Mis perspectivas tiveram um impacto sobre o desenvolvi- reais e, consequentemente, desenvolver modelos ¢teorias que: alas penquisas em Psicologia Social no Brasil e, como ates- capazes de contribuir para a explicagio da nova realidade wo Hi 0 analisar as principais tendéncias e perspectivas Surgia. Adicionalmente, crticava-se a artificialidade dos experi it ilesse campo de estudo na América Latina, Europa e , acess em 1S ago. 2016, A) eauido das representagies soca no Basi S to de vista: sobre o movimento das representacbes socials na "Maria Cristina Ferreira, A Psicologia Soxial contemporinen pring he Anvunes-Rocha, Pesquiss em representagbes sociais no eee aE, Valentin, Que futuro para as eopresentagies seciais? Psicologia Ingrid Faria Gianordoli-Nascimento et al., Le blog comme Ih " ile vinta, p. 24, tines an Gn rs oil I en Otc eink Gin Cet Incerculturels de I'Harmartan). sa ‘ 2 *- 53:9. 365-274, 2012, Ana Raguel Rosas Torres ¢ José Luis Alvaro, Brazilian Social Py Wl, Pascal Moliner Christian Guimeli, Lee représentations : noble Prescs ineratonal sein, Estudos dePolo. tens p69 iv hionqnse developement cents, re = v1 ie Cxenoble, 2015. (Col. “La psychologic en plus”) * Robson Nascimento da Craze Cori Johannes van Stale A os: semi © Sonketimento na Psicologia Social basa: um etudo deci ly As Bre eden po av mar ei RevataPcologa& Sociedad, 1986-1992, acolo © Sola lsd yr profsonas de ua rede asst, 483 Sia tans, Lima redefine da cli Socal, Ec : 1. 3,p. 97, 1980, “a Mallinann, Os ganhos da décadaperdida, Porto Alegre, Edipuc, ‘ 4 da Loucura, disponivel em

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