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  • SALOMÃO FILHO. O Novo Direito Societário

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    Calixto Salomao Filho O NOVO DIREITO SOCIETARIO # edigao, revista ¢ ampliada MALHEIROS DITORES Capitulo VI CONFLITO DE INTERESSES: OPORTUNIDADE PERDIDA 4. Introtcao: confto de intresses como problema e como regra 2A selugo organizaiva do problema de confito de ntresses 2 1 Funder Imento eonéiico a teoria da empresa, de Coase: 2? Funlamentardo Jidica: a moderna visto organicatva da sociedade. 3. A soluedo aire, és de ogra de conflito de interesse. 4. A posted secundaria coil A matéria na lei de 1976.5 A reforma da ei das rciedades por aden ‘problema do confit de interesss: 5.1 Auséncta de solucdes organise ‘as; 5.2 Solugdes baseadas ma regra de conflda 6. Conclusds 1, Tatrodusa0: conflito de interesses como problema e como regra O tratamento do tema confito de interesses padece de uma im- Portante ambiguidade de fundo. E importante entender que existe um Problema de conflito de interesses que ndo se confunde com a regra de Conflito. © problema de conflito entre os varios interesses envolvidos pela sociedade (S6cios, credores,trabalhadores, comunidade etc.) algo conatural a ela mesma. Como se veri em breve é, em verdade, para mui. ‘0s teéricos a prépria fungdo da pessoa juridica, corte que © problema de conflito de interesses nem sempre é resolvido através de uma regra de conflito. Aliés, como a experiéncia comparada sugere, esta nao é a mais eficaz das formulas, sé sendo utili- ada quando a forma alterativa é considerada juridica ou polticamente invidvel. A forma alternativa e mais coerente é a solugao orginica ou estrutural Por solugdo organica ou estrutural quer-se significar a tenativa de resolver nos drgis societirios o problema de conflitc, seja através da 'ncorporagaio no Srgio de todos os agentes que tém interesse ou sofrem. ‘CONFLITO DE INTERESSES: OPORTUNIDADE PERDIDA 1s as consequéncias, ou através da criagdo de Srgdos independentes, nao passiveis de ser influenciades pelos interesses conflitantes. Como se Yerd, obviamente isso ndo significa eliminar totalmente a aplicagaio da ‘egra de conflito, mas reduzir bastante sua abrangéncia A solugdo através da regra de conflito tem um objetivo/fungéo completamente diverso, Toma-se verdadeira regra organizadora da so- ciedade naqueles sistemas de realidade econdmica/societiria mais con- centrada em que é juridica e politicamente invidvel introduzir solugées organizativas ou naqueles sistemas fortemente contratuais que reduzem © imteresse da sociedade ao interesse do grupo de sécios. Como se veri, o sistema brasileiro, apesar de declarar a intengiio de utilizar o primeiro método de solugao do problema, nunea passou de tuma forma imperfeita de aplicagdo do segundo. A lei societiria, tal qual alterada pela Lei 10.303, de 31 de outubro de 2001, mais uma vez, foi bastante realista e nada idealista. Trouxe importantes inovagies para a regra de conflito, perdende totalmente a oportunidade de oferecer soli es organizativas para o problema. 2. Asolucdo organizativa do problema de conflito de interesses A solupio organizativa do problema de conflito de interesses pa- rece sem diivida ser aquela que mais tem auxiliado a boa governanga corporativa. Os sistemas onde ¢ adotada sfo certamente os mais aptos a resolver 0 problema de conflito. Para entender seu significado ¢ extensdo preciso, em primeiro lu- ‘ga, indagar suas justificativas, tanto econdmicas quanto juridicas 21 Fundamento econémico: a teoria da empresa, de Coase! No campo econdmico a jusificativa mais basica para a solusdo or- ‘ganizativa encontra-se na prépria conceprdo de empresa ou sociedade |. © recurso ao furdtamento econdmico justiica-se: raciocinio econdmico & sem divida parte importante de qualquer tcotiaorganizativa da empresa, sobretudo or sua capacidade de langar luz sobre os efeitos das mudangas sabre as relagdes {eondmicas (no caso de Coase o principal interesse da teoria & scm divide aiden ‘lieago dos resultados produzidos sobre os custos de transagio). A sua uildade como elemento de analise (e nao como determinante de objetivos) € nesse ponte indiscutivel (para uma analise critica da uilidade e objetivos da chamada arise econdmica do drcto v. @ 18 edigda deste Onova direito societiri, Sto Paulo, Mar Iheiros Editores, 1998, pp, 28-30), “SEES 106 NOVO DiREITO SOCETARIO A coneepgo dominante de empresa no campo cconémico € dada no clissieo estudo de Coase sobre a natureza da empresa (“The nature off the firm”)? Para o autor, a principal fungaio da empresa é eliminar as incertezas e conflitos que provém das relayes de mercado. ‘A empresa aparece entio como forma de dar solugao organizati 405 contlitos entre os agentes econsmicos no mercado. Reduz custos de transagdo na medida em que reduz tais contlitos. Coase para al. Eviden, femente que sua teoria, até por sua forte inspiragio neoclissica, pouco Se preocupa com a convergéncia para a sociedade de todos os intereeses por ela afetados.> Mas ao ver como sentido verdadeiro do insttuto da infernamente, sem diivida findamenta concepgdes juridicas mais sedi ‘mentadas sobre solugdes organizativas para o conflito 2.0 esto de R Coss, “The nue ofthe Fé rca como siscco fois revalucinou a visio predominante a Gps bee 4 ogee © pont equ o sitema concn €conetads pelmmrarene a ‘mela apne una desig pri dos intents da meee “An economist thinks ofthe eumomc stem a being costes ee mechanism an soit bacomes mt an onanzation bt snare ae soso ‘work te This dos mt tea tha heres ao pane ee (But this theory assumes thatthe decton ot enuresis eal onthe pie mechanism, Para Cos, 4 oranzago do sata ee bine po una insite de pimrdal import oe Seid, expliagso que raza dinimica sh ogmnzagto one Imo de pees “nes very inept pica of our samans aes, Manas fm, te dcr dos no ft a: Por oa laa docromee ete atid era de press tb ao & sen pare dma ¢ frometo modem das grandes cmporagies oa mee corn ee ee Peawena pare das lates, das qatar acres eel os a Neate S.G. Winter, The nature ofthe frm - Origins, evluion and deelop- ‘ment, New York/Oxford, Oxford University Press, 1993), 2, Ma Yetta teora de Coase preocupise eo climinar 0 eonflto apenas ETE os agentes produtivos (bsicamente produtores, ornccedecs« distibthons

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