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ORIENTACAO VOCACIONAL A Estratégia Clinica Rodolfo Bohoslavsky JOSE MaRIA VALEIJE BOJART REVISAO E APRESENTACAO: WILMA MILLAN ALVES PENTEADO Martins Fontes SGo Paulo 1995 PALAVRAS INICIAIS A propésito do titulo do livro Caminante son tus huellas ef camino y nada més. Caminante no hay caminos se hace camino al andar.” A. Machado E quase impossivel, ao autor de um livro, resistir 4 tentagdo de escrever um prélogo, no qual procure explicar suas intengGes, resumir suas idéias e, manifesta ou latentemente, defender-se de possiveis criticas. Lamen- tavel 6 que os prélogos, quando lidos, néo sejam compreendidos até que se termine a leitura do livro e o leitor possua, entao, uma sélida imagem (inalterdvel) do contetido do texto, das intengdes do autor e de suas idéias principais. Resignamo-nos a esse fato. Mas, apesar do que disse, queremos formular alguns esclarecimen- tos que permitam entender o titulo deste livro. Sirvam, estas palavras, assim como um glossdrio basico que, por capricho pessoal, colocamos no principio, e nao no final. “Que é orientacao vocacional?”” E um dos campos de atividade dos cientistas sociais. Como tal, compre- ende uma série de dimensdes ou ramos, que vao desde o aconselhamen- * "Caminhante, tuas pegadas séo 0 caminho, nada mais. Caminhante, nado hd caminhos; faz-se 0 caminho ao andar.” 27 28 Or entecso Vocacional — A Estratéyia Clinica to na elaboragdo de planos nos do etudo até a selagio o etitrio seletva & 2 vocacdo,Portanto, contthur one no ne cional, ea oe Precept Deca ‘sio cepedn a desempenhar um importante papel. ella opel nic ae tee i 'm relacdo a seu futuro, como estu sia skleme condo do sectedade a auepertecan sie 0 Z Iné *xaustiva dos mesmos, como também 0 de eas Pertinentes & sua tematica. epheitia akon Iremos nos referie i i exclusivamente, ao trabalho dk se sional com adolecenes, nfo sb porque 0 smbite sm see eo som a ito lesonvol- ‘a “ane como também porque acreditamos que ee eo as emergem as dificuldades (e solucdes) de natureza Mmnae onal,Especfcamente, entre os qunge e os devenove anoe nes ximado, delineiam-se com mais clareza 08 conflite ore ene adulto, em termos ocupacionais. oe nt $€, por orienta : end vocacional, em nosso meio, di sea dies ae crrspondem squads ae elrenc ere ene iloséficas e cientificas e di ct cas : 6 © diversas técnicas de trabal ora nem sempre as dterencas sejam bastante explicitee, en i. a 2 imos — talvez capciosamente — as diferencas entre dois ti- lade estatistica’” e “'mo- | uma. vez conhecida as aptidées e interesses do cliente, puder en- intrar, entre as oportunidades existentes,, aquelas que mais se ajustem, sssibilidades e gostos do futuro profissional. O teste ¢ o instrumen- (© fundamental para se conhecer essas aptidées e interesses. Parece des- com rigor as qualidades pessoais do interessado e, uma vez feito ‘basta formular um conselho que resuma o que, 20 jovem, “Ihe con- fazer’. Esta modalidade esta ligada a psicotécnica norte-americana 4 psicologia diferencial, de principios do século. Influenciada por pos teriores progressos da psicometria, tem recebido contribuiebes de auto- fatorialistas, aperfeicoando suas técnicas quanto a validade e fide- " dignidade, Suas descri¢&es quantitativas sdo cada vez mais rigorosas (ou, ~ pelo menos, podem chegar a sé-lo). b) Mopacioane cumica Para os psicdlogos situados nesta outra posicéo, a escolha de uma carrel rae um trabalho podem ser auxiliados se o jovem conseguir assumir a si- tuaeo que enfrenta e, ao compreendé-la, chegar a uma deciséo pessoal responsavel. Para estes psicblogos, a entrevista & o principal instrumen to, pois nela se condensam os trés momentos do “acontecer"’ clinico (que descreveremos mais adiante). O psicologo deixa de assumir um pa: pel diretivo, no porque desconheca as possibilidades de um “bom ajus- ‘tamento", mas porque considera que nenhuma adaptacio a situaeao de aprendizagem ou trabalho é boa, se nao supde uma deciso autonoma. Esta modalidade acha-se mais vinculada as técnicas nio-diretivas preco nizadas por Rogers, nos EUA. Na Argentina, foi particularmente influ- enciada pelas contribuicdes psicanaliticas (basicamente, pela Escola In- glesa e’pela “Psicologia do Ego"). Aparentemente, a Argentina foi pioneira, em certo sentido; nos EUA, s6 recentemente, em 1961, 0 “Journal of Counseling Psychology” comegou a publicar trabalhos com ‘enquadre psicanalitico. Entretanto, na Argentina, desde a fundagio do + rvara ne original 30. Orientacio Vocacianal ~ A Estratégia Clinica Departamento de Orientacdo Vocacional da UNBA “tem havido psicélo- {908 interessados em abordar os problemas de orientacdo vocacional 2 partir de uma perspectiva, que Bleger (3) denominou “psicandlise clinica” Na Argentina, ambas as modalidades tém adeptos e criticos e, nes: te trabalho, pretendemos fundamentar porque acreditamos que a mode. lidade clinica ¢ orientaeo vocacional. Ou seja, passar de “quantas refe. réncias tem @ 0 que escolhe" a "quem € e como escolhe"”. Resumida. ‘mente, gostarfamos de explicar algumas caracter‘sticas subjacentes a ca. ‘da modalidade. Para tanto, encaminhamos o leitor a0 seguinte quadro. MODALIDADE ESTATISTICA MODALIDADE cLINica, 1) 0 adolescente pode chegar uma. decisdo se conseguir elaborar os conflitos © ansiedades que experimen- ta-em relacfo 20 seu futuro, 2) As carreras @ profieeées reque- em potencialdades, que no so espe- sifieas. Portanto, estas nfo podem ser efinidas @ priori, nem muito menos, ser medidas, Estas potencialidades no sfo estat- 85, mas modificam-se no. transcurso vid, ineluindo, por certo, 9 tempo de estudante e de profissional 3) 0 prazer no estuda e na profs so depende do tipo de vinculo que se estabelece com eles. O vinculo depen do a, personalidad, que no é um a priori. mas que se define na a¢io {in luindo, certamente, a acdo de extudar ® trabalhar em determinada diseiplina). O interesse no & desconhecido pelo sujeito, mesmo que, possivelmente, 0 s2jam os motivos que determinaram es- se interesse especitico,(1) 1) 0 adolescente, dados » dimen- 80 © 0 tipo de contlito que enfrenta, ‘no esté em condigées de chegar a uma Ldecisfo por si mesmo, 2) Cada carreira ou profissio re ‘quer aptides especiticas Estas sfo: 2) dofiniveis@ prior; bb) mensuraveis: ©) mais ou menos extéveis a0 longo da vide 3} A satistacio no estudo e na pro- {isso depende do interesse que se te ‘nha por eles. O interesse ¢ especifico, Mensurével e descanhecido pelo su. isito, * Universidade Nacional ds Buenos Aires. IN.T.) (11 Detinimos meeresse como: "A dy ‘esldade de mace dizeriminatve em fo aue 80 os meres, ‘Super (18), por exempo, como ;poniblidde para see motivado Bor um Sires do lagdo 8 outa4",Existe uma enorme contusSo a respite ahi. a” 4) A realidade sécio-cultural muds incessantemente. Surge noves caret ras, especalizagbes © campos de traba- tho, continuamente Conhecer a situagdo atual € impor- tante, Mais importante & antecipar a sttuaglo futura.(2) Ninguém pode pre: Baris cat un bv dizer 0 sucesso, a menos que seja en- es suficientes, néo teré que en: opr “0 intrase€0 sna duns nce, Eu to, ma one ‘particular da inclinacio" Sharon: "0 intree€ um apne partic res Rea indistintamente, de interosses ¢ inclinagder, consicerando estas Olt aia fo maa amo voided plow, Orpenem do cojunt d suture pan iiculdade om deiniro emo e fala de“ume complicada extruturs amier fala do “interesses profisionsis", dterenciando-0s dos "'gostor”. Mas, entre “in- oneness é diciondrio de Littré falo de “qualidade de certas coisas, qu 0 aie esnanteinparia um agente "trom Vorobuit cePlrt "0 geinanmooriaa um i " he € vantajoso, quer ele o saibe ou no" € da “c: z Weteminado tpita, um eta de side men! Weil arate! ura atone “Se enddcios mapas de “ dancin certs obietos € 3 Be seat oper n rau aang entam 9u8s imran meses objeto, ue, or ee MOLD, 2 io cepa la: 1 y Eni, "un tt sens, a ede a Later atte neon ecto, ca ou cit bs cra M’Burloud." entco de onde convergen malin tendéncias, desi, « re sar iaio para a avaliagaio dos interesses, fala de "tendéncias: Sips crton oben oor rena par rin avid genie noms wcetr ee sist, rope "tins Oban Fal ne ee ‘manifastados, reveladas por meio de testes ¢ inventariados. ous euros tor ra etcetera ow uh re mene "Mee ns, vox ecotomon ate Ure, pn au snares oo marco 1280, quan ila te oh, nn ena on Bt wd ne Ae Prue me re or dou conc explain opto manor deriva, ao sri ss reac tems ow Sinnonna ve Cee yn ficiéneia. Poucos so 08 estudos destinados a tracar ee erases a cone enor ot nose necessidodes", lim futuro medinto © medio. Por outa pare, diagnostic © prow 1 evil a pore brecaw ue "rand ecupecional ex rum ee, Fo fae i (5 ou 6 antl, que #0 que demorardo aluno para cone 2 Ee ne frentar obstéculos, Faré uma carreira i 2) 0 pecan dw dempear rents de unio te Io ae pose es 510 adoiscente deve, deeape. hac um papel atv A tate oy bstlogo & eilecer « infornern ansindde no dev st amenssda es tebe iso, somone seo ale conte elobora os contltos qu In de ram ore Como se poide inner Pie vera hides bora adamant mpi 2 em posigdes ndo $6 psicoloyicn fh Cs antropolgias,socolgicas, ainda, weolegces Ot efinimos ~ como padréo f 7 ca tinime = como paseo da segunda modaldade — 2 orientagio “Colaborecio ni she silaberato no dlretve com o cle, no sentido de restuir E lade e/ou promover 0 estabelecimento de ur Fo confitiva de sa kentdade proisona Mtge ca), tan, aim defini 0 campo de orenagdovocacona (cl <2), quem 8 deer» ele doves serum psclog protisionl, devise reinado no emprego da estratégia cli ic pene 290 da estratégia clinica, Seré um psicbloge A “estratégia ung ati dz tespeito 20 conlunt de operas, atravs cas uss 0 psiclago ascend & compreensio da conduta do uo 1 seine, overs 5a opi compreanio ado 0 carsterpolémico do termo “clinica” oo termo “clinica”, sio necessiriasexpli Que é a estratégia clinica? Por prion ci or pico linia etrdemse cara oes Poa Ua pice ale crt un ono Pal, ae sinc ut casio or ti, sla evolve, pstecogi aie) Pare outros, 20 conta , 0 contro, a poli ec et Campo de trabalho do piclog,detnindoss em farce, tipo de problemas (como o dos doentes internados em uma clinica 9 i P re s doentes int uma clini 33 jutros casos, 2 psicologia clinica acha-se identificada com um batho — as clinicas — ou com um trabalho que os psicdlogos 1 seja 0 diagnéstico psicol6gico ou a psicoterapia. uns casos, © termo clinica é considerado sindnimo de tera- mente, 0 termo clinica & usado em oposicdo a experimen- indo-se as diferencas — falsas, no meu entender — quanto “> psicologia clinica procura compreender comportamentos, 4 psicologis experimental tenta explicd-fos; ou quanto ao en- otalista ou gestéltico no primeiro caso e atomista ou reducio- equndo. nosso ver, todas estas caracterizacSes podem induzir ao erro. A a clinica nfo é um ramo (por aludir, este termo, melhor a um 9 descritivo quanto & evolugao de uma ciéncia do que a uma siste- Zo racional da mesma); nem um campo de trabalho especitico, © (pois, como veremos, a psicologia clinica relaciona-se com + campo de atividade); nem um Jugar de trabalho (pois a tarefa s psicdlogos clinicos excede os limites das instituicdes assistenciais); ima tarefa (como o diagndstico ou a terapia psicologicos — ainda ue 0s compreenda]; nem um mérodo {pois, tal como a psicologia xperimental, sujeita-se aos requisitos de um método, o cientifico ou potético dedutivo}; nem uma intencdo ou enfoque que a oponha a ex ital, pois a intencJo e 0 enfoque dependem mais do sistema jicologico, que 0 psicblogo use para definir seu quadro de referéncia & ico que atribui 8 sua ipagio. Para nos, a psicologia clinica caracteriza-se por uma estratégia de “abordagem do objeto de estudo, que é 0 comportamento dos sores hu- manos. Possivelmente, este ponto de vista ndo seja compartilhado por muitos autores, Entretanto, estamos quase certos de que assim 0 enten- "de um grupo considerdvel de psic6logos argentinos. Para nds, falar de “Yestratégia’" implica em ressaltar 0 tipo de ““observacdo"" e de “atuacSo"” sobre o comportamento humeno, sem importar tanto 0 qué se observa 0u sobre 0 qué se age. Esta estratégia pode ser empregada para se estu- dar qualquer tipo de comportamento (sadio ou doente), em qualquer Ambito de trabalho (psicossocial, sécio-dindmico, institucional ou ¢o- munitério), em qualquer campo de trabalho (familial, penal, educacio- nal, recreativo, ocupacional, etc.) ¢ de acordo com 0 propésito de quem empreque esta estratégia em relaggo a uma situago humane, quaisauer que sejam sua modificaedo, sua compreensio e sua explicarso ou, and, aprevencio de dificuldades. Orientacdo Vocacional ~ A Estretégia Clinica © termo estratégia se relaciona com um vocébulo de origem mil [af ue se refere 8s acdes planejadas ou previstas, tendentes a atuay Sobre ume situaedo, com a finalidade de modificéla segundo determina dos propésitos. Neste sentido, toda estratégia tem um cardter intencro. ‘al consciente, ou sia, quem a emprega sabe porque e pare que a utiliza, Face a0 exposto, os momentos que configuram uma estratégie cor. Fespondem a critérios racionais que surgem do quadro de referéncia da, Guele que @ use. Este quadro de referéncia se constrdi tanto a partir das {eorigs@ sistemas aceitos pelo psicdlogo, como sobre a sua experiéncta, sistemas de valores, ideologia e estilo pessoal, que deverdo ser vonscien {es @ explicitos. Isto elimina @ opiniao de que a psicologia clinica & intuitiva (mesmo que as “‘intuig&es” possam ser um ponto de partida Para a compreensdo ulterior de uma situagdo) Embora @ manipulacdo de uma estratéoia clinica guarde, em parte, relagio com 0 “estilo” pessoal do psic6logo e tem, por iss0, um carder artesanal, € fundamentalmente uma atividade cientifica, Gm certas hipéteses ou predigdes a serem verificadas, restringindo-se 20 imperativo do “eontrole", que caracteriza 0 método cientifica. Além disso, a estratégia € uma observaciio e uma atuacdo autoconscientes so. bre a condicgo humana. Por exemplo, 0 psicdlogo considera que seu papel de observador modifica, mesmo por sua simples presenga, 0 campo de observacdo, Portanto, é um observador participante e consciente dessa participacso ne fendmeno, sob sua observaeio, Portanto, ao observar uma situaps @std observando-se a si préprio e ao vinculo que estabeleceu com a mes, ima. Quer dizer, molda um novo campo, do qual, uma vez que toma par. 12,22 distancia, efetuando © que se convencionou chamar “‘dissociacgo instrumental”: € objeto que participa dé situagdo e, portanto, a condi. ciona @, ao mesmo tempo, sujeito que se auto-observa, a fim de dist: guir como e quanto sua presenca condiciona a situagao que esta os. tudando,, O ‘caréter racional, cientifico e autoconsciente da estratégia clini <@. due acabamos de descrever, néo nos permite, contudo, diferencid lo G2 estratégia experimental. Entretanto, contradiz, a opinifo dos ave Consideram a psicologia clinica como uma ocupacdo irreflexiva, intuit X2, attistica © irracional, mais beseada em auténticos “pressentimnentos”™ do que em rigorosos critérios metodolégicos. Duss S80, primordialmente, as diferengas com a estratégia experi: ental. A primeira esté ligada & relaedo entre reflexo © aco, ov teorls © pratica, ener, enieconterimento eo, nies nero, id (ote doverahveto) ete 0 eonecmano teri a ie samos assinalar mo- co clu clit, embors poss . seecominontemens sites e evo predominatere pedernn + (6) — srs uma verdad sss = como afirma Bleger (! sleet ‘ae 1 a “verdadeira"’ verdade ¢ aquela que integra Z fart sn ie cr vez Noh rade mais ratio ban tari erst, ai, «Frade ata do oda fea, por a sto ue parece er edo momento. E dinos exominando a ext clinica, poerame amor, pars ie ie “nenhum trabalho pratico é efetivo se nao se ap¢ BI cagerimen jicagdo pratica dos descobrimentos “Na estratégia experimental, a aplicacdo pr ra ela 3 ‘parentemente ~ énfase na el ic rente: poe-se — mas s apart ml Se debs trim, rn ennai po ws feos os medi mento ¢ aco acham-se transitri 2 ate crivos, 6 ‘observar, 0 0 agir ou mu ran sro enomingu ure “unidade de stunedo” i © ave Ulloa (20) denomit mn pan amender nto mais daremente, podearos ver como se Fare i rseie experimental, dvese etabelecer ume comun roda atividade experimental, ura coment rs onto inengnto. Coma Fosse are om at Sum experimento € sb um momento da estratégia exper mental € au a sri de recurs ton pt ia ge ore oo ai ido 6 a subjetividade do 4 nicaco. Nesse aso, 0 ru do experimen. Trlor, A comunicaeSo.é, ntidemente, um vefculo para ence Disc ara modiiéo, Mesmo que as menseges cirulem em “mos or srtidos so a fra de conportenents obsess do Minto pos o experiment e sob a forme de insrubes entintos Rrwcoros dase provisi irre recr pore o set), so estritamente saben easel " J" no plano experimental "tis, “"bitoladas” no pl : i nicacio, no s6 busca um in exaii cliieso eal conics, nfo s busca um bam conhecimento do sijeito, mas 20 mesmo tempo @ promacio de reneffcioe para ele, sob a forma de modificardes overs o de pre ies. O vinculo torna-se imprescin im veneio de dificuldades. O vir Seah es estabelecendo-se um dialogo com civ contratransferéncia.) Holt (12) destaca outra diferen« clinica, quando se refere & elabor: 0u sistemas psicolégicos. Segundo tui excelente contexto. para a sobre o homem, mas é a estrat ma excede a “experiéncia’ das hipoteses. Portanto, a psicol i it » a Psicologia clinica, a partir de u moldgica, proporciona dados a serem observados. hi " enquanto a estratégia experimental , 0 “raciona ‘chama Fraisse (11), &.0 meio ideal para nea entre estratégia experimental © acdo que © estudioso faz das teorias do este autor, a estratégia clinica const ‘descoberta” de idéias ou concepgses *stratégia experimental (repetimos que a mes } que modela 0 contexto da “verificagao" Sua verificacao e validacdo. Assim, se tomamos uma tora consrutda emi sm i ude eminentement sun une eaatiia cine, como & a pacandt, podem vor ener, era a nesonee de ume valsctn emia leone eaig apport b nem mesmo ar Freud, fogeds evens coun a Cin experimental que procure, tanta os chante ene scldentes idosincrésicos na vida dor sohcah oes contribuicdes da ant antropologia e da ar sugeridas no transcurso dos rotamemton, Pe" lla 9s hipoteses Psicologia clinica e psicologia individual A psicologia clinica sur , il num momento de evolugo de Psi Que esta, preocunada om descobri le grisea dae Unicidade, seu cardter imenente, 0 s22l de dat signiicsto 20 mundo, \té surgir a psicologia da personalidade, i assumida pela psicologia diferenci ae ate investigacses psicoestat Séeulo. Tarefa similar cou nici de conhecimentos psicolégicos no diagnéstico de distarbios do rtamento e na sua investigacao. E por esse motivo ~ além da eti. ia do termo “elinica’”!21 — que, para muitos, psicologia clinica ¢ imo de estudo dos individuos como tais, isto é, de psicologia ista pela psicologia da personalidede seja ’ psicologia clinica ¢ “individual” por sua posicgo (particulari- |, Mas nao necessariamente pelo fato de que estuda ou trabalha so- te'com individuos ica pode ser aplicada para se conhecer, investigar, ompreender, modificar o camportamento dos seres humanos, agindo to num ambito psicossocial (individual) como sociodinamica (gru- amplitude em que se considera o fendmeno humano". Isto é, por am- bito, entendemos determinado quadro estabelecido pelo psicélogo e de je s¢ utiliza para situar no contexto determinado comportamento. mesmo comportamento pode ser inserido no contexto de qualauer imbito e, portanto, @ etuacdo do psicblogo clinica pode se referir a qualquer Ambito definido por ele e, ndo somente, a0 estudo de “in: Portanto, podemos admitir que a psicologia clinica seja “indivi- dual”, se a entendemos em uma visio particularizante, que considere teada situaco coma singular, peculiar, Mas ndo podemos admitir, se por “individual” entendemos que 0 psicdlogo clinico somente trabalha com " individuos isolados. Por outro lado, mesmo quando 0 psicdlogo clinico trabalha com uma s6 pessoa, seu trabalho esté centralizado no vinculo ‘entre essa pessoa e ele e é, portanto, necessariamente bipessoal. Ja é um 12) Erimologicament, “clinica” deriva de “cams Utila para caracerizar 0 trabo tho dos méicos, este rma india © tapstho conereto sobre “um” cliente expeitien. Por ex: co: © Nospfal, ou uma expeiidade dae dscptinas tens, chege 2 incuie um Amita geo méicae 14) No ano de 1896, Witmer era Pesylvanis, onde 22 apicam métodos de sordados, especialmente, problemas de ecuca de dss ments ‘Em 1908, Hosly cris uina clinica de comportamento, pera 0 estudo oe delinquents “Tabatha em eolaboragko com 0 izado de Menores do Condado oe Cook. 0 tipo de cater endigesIproblemas sfetivos de reacionamanto sci!) extimulou ertérok mals profundos Si onterormente (1894), heviarvae insalada Laboratérios Pacoleicos no Hospital MeLaan, St. Elizabeth, Peeopstico de orton, Estatl do Worcester, ee. (Dados obridos em David Shokow (1, Puicofoga Clinica.) rmera clinica pcoiaice na Universidade do poratrio para © etude Je casos individuas. So 38 Orientaeio Vocaciona! — A Estratégia Clinics grupo (formado por ele mesmo e essa pessoa) 0 que esté observany es pessoa) 0 que est ido, Psicologia clinica e psicoprotilaxia © conceito de Q neste de pscaprofilnia nem sempre se encontra defini o Inte, Para alguns, €sndnimo de hiiene mental ou sj, um eo “i de recursos postos a servico da prevencto, de diognético precoce da ile dos dente "mena cao” bora a divisa 05 "1 de itor. Sin entre doenes “mentation” sa pase . rata aqui de assinaléla, mas de pr 7: QUe coro carceizase por se une eile dines la sanidade, ou do qu : oro ca sshd do. que se entenda por tal, e no a partir da A psicopr port pioprofiaxia pode sr entenide como toda atvdeds Par de um plano dane pclae e mato 0 enpreo defc et gicas, procure 5 og promover 0 desenvolvi Potenlalidedes do ser human, seu amedurecimen ran aarice, inalmente, sua felicidade, ‘shen ea Considerada a psi i 2 psicoprofilaxia, num sentido ta rancid |, num sentido t8o ar tramcinde 0 limits acetals de here mere eco cits do omportamento «sue prevenio, e leanam tods os stuagder ain sr umanos, seam uno convey em edo momen, ep int, ds quai sm psdogo pode porter com na te, slcoproflie, fram resumidas por lager (3); 1) Mementas ou os do desrwolvimento ou evolueso normal: ravdez, part, es iboe ulberdade, juventude, maturdade, ida critic, veh es de muds ou erie: mire, examen, iar pearl: le tenso normal ou anormal nas relacdes Inetulebes soca: esoes, tibunas, cubes, ete; 5) prob =i iam ania er momanic ou prodoseseciicos Gavi ssse Gg ctaeo de tins, jouos, lazer pera todes 25 idades, ado de Como se pode ver, a fi presents are ee ginal cu todo oscomroribic ea eres na refas que 0 psicol suri , gorosamente em todas a taefos, se asinso guise, NY urs inicio 39 ja entendemos, basicamente, uma finalidade, .¢80 do psicdlogo, podemos concluir que ‘uma tética ade- Se, por psicoprot ienc30 ou atitude na ocupa propésito demando a utilizagio de uma estratési, 'e especsfica para cada caso. ‘A estratégia clinica, tal como a est amos caracterizando, mostra-se ® efetivacdo da sanidade, quaisquer que sejam os casos, mes (ficas requeiram uma tética e téonica propria: lum psiedlogo que emprega uma estratégia cli ‘nia pare abordar os problemas de orientacdo profissiona, delineard um Trauadre (tatica) diferente do que se abordasse um émbito pscossocia} fo jovem que deve escolher seu futuro) ou institucional (a instituicSo Bdcativa que se preocupa com o estudo futuro de seus alunos). De freama forma, cada situacdo requererd instrumentos (técnicas) diferen- Tos Por exemplo, @ entrevista, no primeiro cas0, e grupos de aconselha Tonto, para. professores, io. segundo, Preferimos reservar © tet0 “Datrarégla para o sentido indicado neste trabalho. Por tatica, entende ros o enquadre que o psicélogo faz da situacSo e para cule anélise nesrendamos o trabalho da psicéloga Martha Berlin (2). Por téonica, | Gntendemos os recursos préticos, como 0 questiondrio, o teste, a Obser- \vagdo, os grupos de diagnéstico, ete. © Diciondrio de la Real Academia Espaiiola registra as seguintes definigdes: Estratéyia, arte de dirigir as operaqdes militares, Tata, frte de ensinar a por as coises em ordem, Técnica, conjunto de proce: dimentos de que se serve uma ciéncia ou uma arte. amos de destecar é que a finalidade Um dos aspectos que gosteri primordial da atuacio de um psicblogo clinico ¢ a psicoprotilaxie, 2 vindide em amplo sentido, tal como a esbocamos anteriormente. Isto ‘pao implica em que os psicologos clinicos no possam fazer psicoteraP Pedevam "“conformar-se” com tarefas psicoprofilétices, Pelo contrério, seria conveniante que, além da fungao psicoterapéutica, os psicélogos Compreendessem a enorme diversidade de campos que requerem noss08 servicos profissionais, e que somente nbs podemos atender, lequada ‘que as situagdes espect ‘Assim, por exemplo, i Os psicélogos elinicos fo considerados como classe 1 gerais ou psiquiatricas, insti- ‘em consultorios particulares, ynto em Em muitos paises, 0s psicdlogos clinicos rofissionais que trabalham em clini es de reeducagio ou reabilitagao, ou edicados & tarefa de diagnosticar distérbios de comportamer Orientaesio Vocacions! — A Estratdgia Clinica fort » 9 aconselhamento ou a psicoterapia, eee ‘NOSSO ver, @ is ° ta gAI2¥0 Se oper ean go ae den ab ca "mM restringe © alcance do procedimento clinico, Para me Feo. psclogos, se um psslogo cio andor ipooce corhonn x] Suficientes para poder abordar fare ~ qualquer que seja — em nivel de anal a ni andlise ic ue i r psicolégica, como it Pais eal la, compreendé-la, explica-la e, eventualmente, Be i liante recursos psicolégicos. — Esta defini¢&o coincide com ade F, Ulloa (19). nan, 9, P1100 clico 6 aevém espcticmenteteinodo een are Psicolégica, através do método clinico, que : 3 acita @ envalver-se na condiego de uma drea de relacdes humane Nie Onde poe detect ok pons de gnc del ato ne fermen don» crtca ere.) pomtaondrs stereo mas adeade proven a diculsder rasa § Iruanes bt, Pra tanto, aba spat dogs oe sence I infrmasio do objet, trrace met, en si mura vara gem de padres de comportamento efi ee = on se portamento eines prs enttemar fay Em sintese 2 psiologia ct Sintee, a psicloaia clinica careteritase por u jue inclui trés mor Sune au inl tes moments: VER, PENSAR © ATUAR picooyenn soe {si eos coer una sti dete eo koro eal uedhinated wien Ip 's por técnicas e recursos (como tes- Este arog EUS," momentos fram deste por mutes stores com ou © mesmo sentido como ee mals au menos ceueclecns investigacdo"’; “‘diagnéstico” & “tratamento”, de “observagio" ou “sconselhamento’ ou “conselho',respetivamente que <6 eam (TS Que 05 ts momentos constituem ume unidede e ‘ie $6 podem ser dlferenciztos para fins didéticos. Também é possivel hora. cypiamento de um psicblego clinica (ef, Ulloa), os és mo- ro cates desenvolvidos independentements, um em continuaelo >. Entretanto, 0 que caracteriza a estrat Bear Semos, a sintese entre investigacai mr persis igag0 e acio; entre teoria e pritica; entre Para desenvolver a estratégia — que a ecepeniercr rae ue acabamos de esbocar — virios uma solide Ame"? Uae", supde-se que um psicblogo clinico deve ter le conhecimentos de Psicologia, suas técnicas e funda nics a te6ricos e uma informagdo especifica sobre o campo em que jolyerd seu trabalho, sm segundo lugar, supGe-se que os conhecimentos do psic6logo jpoderdo ser utilizedos no entendimento da situecao que enfren promocio de mudangas favordveis na mesma. Isto é, torna-se fo que se estabeleca uma sintese entre seus conhecimentos teb- Te seu treinemento prético, para que queles sejam realmente fe no permanegam circunscritos a uma simples formulagio ce. " Portanto, slo necessirias no so uma s6lida informagso como tam- luma formacio eficaz, Mas é sobretudo indispensivel uma atitude Jal que, 8 falta de outro nome, chamaremos atitude psicoldgica. © Por atitude psicol6gica, entendemos: |} A daquele profissional para quem a situaeio que enfrenta pode + considerada como uma situago humana especitica, peculiar, e no mo um “caso” deste ou daquele tipo, ou de um “quadro” de "x" teristicas. |b] A atitude do profissional que tem capacidade de decisio, ou ja, que possui eutonomia suficiente para ver, pensar e atuar em uma leterminada situaco, Duas classes de fatores podem cercear a autono: |. Os fatores institucionais: quando, por exemplo, numa escola se ige, de um psicblogo, determinado comportamento independente do je seja © melhor — do ponto de vista psicologico — para as pessoas as jis deve ajudar. 2. Os fatores individuais: quando, por exemplo, 0 icdlogo tem motivos fpessoais que o impedem de compreender ou agir Ficientemente em uma situago determinada ¢) Também faz parte de uma atitude psicolégica 0 respeito pelo ‘avtro, como pessoa. Isto 6, mesmo quando 0 psicélogo elinico, como “individuo, tem sua propria escela de valores, no deve se converter em propagandista de sua propria cosmovisio, mas facilitar, aquele ou aque- les que solicitem seus servicos, 0 exercicio da propria autonomia para decidir por si mesmos. ) Também integra a atitude psicol6gica a capacidade de reconhe- cer 08 préprios limites pessoais, admitindo a necessidade de uma capact tacdo constante © 2 reviséo sistematica dos proprios pontos de vista Ninguém onipotente, ¢ convém que 0 psicblogo clinica nfo procure ignorar esta condieo, em si mesmo e na sua prépria atuagdo. } A anterior, juntase a possibilidade de por constantemente & prova as hipéteses que formula sobre a situacgo. Isto requer uma enor 42 Orientaeo Vocacional ~ A Estratégia Clinica me plasticidade e, 20 mesmo tempo, a faculdade de efetuar uma con- tinua indagacdo e investigacdo das proprias predigées, f), Finalmente, ¢ ainda que pareca dbvio, 0 psicdlogo clinico tem que ser capaz de compreender. E isto, independentemente de qualquer consideracao cient/fica ou filoséfica, requer ou supde colocar-se no lu gar de outro sem deixar de ser a si mesmo, estar preparado, humana e autenticamente, para os “encontros” com 0 préximo, como diria ‘Martin Buber, As fontes deste livro Este livro no surgiu da mente de seu autor, nem tampouco da mente de varios outros, aos quais 0 autor se haja proposto integrar. Surgiu do trabalho concreto de um grupo de colegas, cujas experiéncias enriquece- Fam a nossa, em virtude de discussées e'intercdmbio de opiniées, intui- es € hipoteses, Portanto, & diffcil discriminar o grau de originalidade das idéias aqui expostas. Cada uma delas emergiu de algum grupo de ‘que parti¢ipavamos, ou dos adolescentes que requeriam nossos servicos rofissionais: 0s grupos de aprendizagem de estudantes de Psicologia e, Principalmente, dos nossos colegas do Departamento de Orientacao Vocacional da UNBA, a que tivemos a honra de pertencer. Nossos cole- gas, alunos, clientes e nés mesmos somos, de certo modo, co-autores, ainda que nos tenha cabido a responsabilidade de expressar nosses in- faces © convidar o leitor a participar das mesmas, iniciando uma ‘ova volta na espiral do conhecimento, que nos conduziré, talvez, a ‘uma, participagdo. mais eficaz na promogio da satide de nossos se- ‘melhantes. O capitulo II, sobre diagnéstico, foi redigido em 1968, por solici- tagdo da Cétedra de Orientaggo Vocacional da Faculdade de Filosofia e Letras da UNBA e logo publicado pela Revista Argentina de Psicolo- gia, Ano 1, n.1, 1969. O capitulo V, “A identidade profissional do orientador vocacio: nal’, surgiu a partir de uma conferéncia que, com 0 mesmo titulo, pro: Runciamos na Associacio de Psicélogos de Buenos Aires, em .1969. A coordenagao do Primeiro Semindrio destinado ao treinamento de Psicblogos em Orientago Vocacional (APBA, 1970), ajudou-nos a esclarecer os conceitos que esto resumidos no capitulo I, 43 jas bibliograficas F ‘iquiatria dindmica,Paidbs, Buenos Aires, 1858, e. cap. der, Franz e outros — M Et coneepto de encuadre en Pricologie. Publicacto mimeog YL, UNBA, 1968. “ous — Picohisione v pscologia ins Wager, Jose — Prcologi de 1 conduct. EU Glage, owt — Eves y vide humana. Conterncia prom fod, incitcional. Pakdb, Busnes Aires, 1966. & BA, Buenos Aires, 1962, Paidés, 1973. 2 wunciada no Departamento de ss a ro rine rene Vm one ae u ,? Publicacéo mimeogratads, OPFYL, gon, bio, 386 ene: am renee Ne ree tenn ce mirodo experimental elie toler earee al we serra reves x Re oe coir apace Pit eee. Hipiane mantal FACE, oibrice, 4800.90 a Nee aes crstreion set 2 Ur Deiarene verison cs UNBA. Ser ca Moen ~ Aporecionet paige ids, Buenos Aires, 1964. ica Re eon alice yes, Kapolusz, Buenos Aires, Be ovoid Tos eres ott vocaiont Kop arch in Personality” ‘lees, 1967. teoria y tbenica psicoanalitca, Pax, wo doo ms UNBA, 1984 es iments OPEL UNA Psicologie clinica de adultos. Cur F. — El métoda clinico en Puizologta ee

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