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A oa! DISCIPLINAS DE ENDODONTIA olaboradores a Silveira, Dr°. Bortoluzzi, Dr. Em 1993, a Disciplina de Endodontia da Universidade Federal de Santa Catarina langou, pela editora da UFSC, o MANUAL PRATICO DE ENDODONTIA de autoria dos professores lison J. Soares, Nelson L. da Silveira, Telmo Tavares, lara M. L. Soares @ Maria José C. Rocha. © manual continha as orientagdes basicas e necessdrias para o desenvolvimento das atividades praticas nas Disciplinas de Endodontia. Durante muitos anos, 0 manual, juntamente com a COLETANEA DE ROTEIROS TEORICOS, norteou 0 ensino tedrico, laboratorial e clinico da Endodontia em nossa escola. Com a evolugao do conhecimento e o surgimento de diferentes técnicas & equipamentos, alguns conceitos e procedimentos sofreram atualizagdes e, como conseqiéncia, algumas condutas clinicas foram modificadas. Os textos que compéem o aprendENDO Teoria e Pratica, apresentados a seguir, referenciam os seus precursores Ainda que destituido do objetivo de esgotar os temas abordados, o presente trabalho da énfase aos conhecimentos e procedimentos basicos necessarios a formagao do académico na area da Endodontia Os autores SUMARIO Introdugo ao estudo da Endodontia Histor da Endodontia a em-nmvmmnnnennn senninnninninnnnnnnnee QQ Esterilizagao e desinfeccdo Preparo inicial do dente Isolamento do campo operatério Anatomia dental interna . Acesso ao canal radicul Instrumentos endodénticos .. Preparo do canal em dentes com polpa viva ‘Técnicas de modelagem do canal radicular Técnica de Preparo Coroa-Apice Irrigagao dos canais radiculares ‘Smear layer sn Produtos quimicos auxiliares - Quelantes Curativo de demora mmm hevnnninninnnnnnnnnnnnnnnnnrnenne 1Q3 Preparo do canal em dentes despolpados U3 Modelagem de canais curvos u7 Obturacao dos canais radiculares 127 Queda do selamento coronétio 136 Restauracdo dos dentes tratados endodonticamente .. srannmninesnannnmnn 137 ‘Tratamentos conservadores da polpa dental . 139 Mensuragdo eletronica 150 Semiologia aplicada a Endodontia . 152 Emergéncias em Endodontia 161 Terapéutica medicamentosa em Endodontia 179 Erros e Acidentes em Endodontia 201 Rizogénese Incompleta nnn smn 217 Seqiiéncias clinicas para o tratamento endodéntico 226 Bibliografia . 230 Introducéo 1 INTRODUGAO AO ESTUDO DA ENDODONTIA Etimologia (Origem da palavra) ENDODONTIA ENDO = Dentro ODONTOS = Dentes 1A= Acao "Endodontia ¢ a especialidade da Odontologia que trata da prevengao, diagnéstico e tratamento das enfermidades da polpa e de suas repercussdes sobre os tecidos da regio periapical’ "E um campo da Odontologia que trata da morfologia, fisiologia e patologia da polpa dental humana @ dos tecidos periapicais". “A Endodontia 6 a érea da Odontologia que se ocupa da prevencdo @ tratamento das doengas que ocorrem na polpa e no periépice dental’. “Endodontia 6 a especialidade da Odontologia que estuda a mortologia, a fisiologia e a patologia da polpa dental e dos tecidos perirradiculares. Envolve a biologia da polpa normal, a etiolagia, 0 diagnéstico, a prevencao @ 0 tratamento das doencas e injirias da polpa e das condicées perirradiculares associadas’ ‘O Ambito da Endodontia inclui, mas nao é limitado ao diagnéstico diferencial e ao tratamento da dor de origem pulpar e/ou periapical; terapia da polpa vital como capeamento @ pulpotomia; tratamento ndo-cirirgico do sistema de canais radiculares com ou sem patologia perirradicular, obturagdo do sistema de canais radiculares; remocdo cirirgica seletiva de tecidos patolégices resultantes de patologia pulpar; reimplante intencional ¢ reimplante de dentes avulsionados; remogao cirdrgica de parte da esirutura dental como apicectomia, hemisseecao dental © resseccao radicular; implantes endodénticos; clareamento dental; retratamento endodéntico; e pracedimentos relacionados as restaurages coronais que envolvem o espaco do canal” (Glossary Contemporary Terminology for Endodontics, AAE 2003) Caracteristicas da especialidade Endodontia E realzada em um campo de reduzidissimas dimensées (a cavidade pulpar). A cavidade pulpar oferece as mais variadas conformagées. A cavidade pulpar no permite visualizagao direta. Histérico HISTORICO DA ENDODONTIA Epoca da Endodontia empirica ‘Até 1880 - Era da dor. Até 1901 - Era germicida. Epoca da teoria da infeccao focal De 19102 1928, Epoca do ressurgimento da Endodontia De 1923 a 1936, Epoca da afirmacao e generalizacao da Endodontia De 1936 a1960. Epoca da simplificacao da Endodontia A partir de 1960. Epoca da modemizagao da Endodontia A partir de 1980. Historico 3 ‘Ano 100 Archigenes, de Apamea - Siria. Para 0 allvio e tratamento da dor, preconizava a fratura do dente. 1050 - 1122 Albucassis Utlizava uma agulha aquecida ao rubro para a cauterizagéo da polpa. A aguiha era introduzida através de um tubo que protegia os tecidos moles. Século XI Nessa época a Endodontia procurava unicamente 0 alivio da dor, que era considerada “castigo divino". Esse estado de supersti¢ao trouxe como conseqiiéncia a crenga no poder dos santos para aliviar a dor. Dentre aqueles a quem se implorava, destacou-se Santa Apolénia, nascida em Alexandria no século Ill. Encarcerada e golpeada, teve seus dentes extraidos antes de ser queimada. E a padroeira da Odontologia. 1514-1564 Vesalius Desoreveu, pela primeira vez, uma cavidade no interior do dente (cavidade pulpar). 1509-1590 Ambroise Paré Exerceu as profissées de barbeiro e "médico’ ‘Sugeria o tratamento da dor pela cauterizagao da polpa. 1678 Leewenhoeck Construiu 0 primeiro microscépio, A partir de suas observagies fez uma descrigao exata dos tubulos dentindrios. 1728 (1 edigao) - 1746 (2# edicao) Pierre Fouchard Considerado 0 pai da Odontologia, escreveu o livro: "Cirurgido Dentista’ Para o tratamento da dor, preconizava a abertura da camara por meio de um trépano, Como curativo, utiizava 0 algodo embebido em esséncia de cravo ou de canela. 1825 Edward Hudson Demonstrou, em dentes extraidos, a possibilidade de se realizar a obturagdo dos canais utiizando 0 ure como material de preenchimento, Historico 4 1836 Spooner Baseado numa pratica comum entre os chineses a milhares de anos, recomendava 0 uso do arsénio para desvitalizar a polpa. Em pouco tempo foi criticado, pois a medicacdo era responsével por extensa necrose éssea. 1638 Edwin Maynard e Robert Arthur (1852) Confeccionaram sondas endodénticas utlizando cordas de relégio desgastadas. 1839 Surgiu a primeira escola de Odontologia do mundo, em Baltimore / USA. 1944 Horace Wells, Baseado em experimentos da época sugeriu a “anestesia geval’ com éxido nitroso (ou protéxido de azoto), também chamado de gas hilariant. Ele mesmo submeteu-se & "anestesia” para exodontia de um 3° molar superior. 1864 Stanford Barnum Propés 0 dique de borracha para restauragdes a ouro. Nao patenteou o invento. 1867 Bowman Propés 0 uso da guta-percha para a obturagao de canais, 1867 a 1880 Pasteur, Koch e Lister Pela primeira vez, foi demonstrada a relagéo entre microrganismos e enfermidades. Surgiu a preocupacdo com a contaminagao e a busca de medicamentos para combater as infeccdes. Introdugao do principio da anti-sepsia cirdrgica, 1890 Miller Descreveu a flora bacteriana oral - Langou a "Teoria cariagénica’ Evidenciou a presenga de bactérias no canal radicular e a sua importancia na etiologia das doencas Pulpares e periapicais. Historico 5 1891 Walkhoft Introduziu 0 uso do paramonoclorofenol (anti-séptico) no tratamiento endodéntico, Em 1906, acrescentou a cantfora. 1895 Roentgen Descoberta do RX. Recebeu o prémio Nobel em 1901 Nas primeiras tomadas, utlizava 0 tempo de 25 min de exposicdo e de 30 a 60 min para a revelacao. © filme consistia de uma placa de vidro com emulsdo fotogréfica. \Walkhoff fez Fx dos seus dentes 2 semanas apés a descoberta. 1899 Kells Primeiro dentista a usar o Rx para verificar se os canais estavam bem obturados. Morreu em 1828, em decorréncia da exposico demasiada a radiagao. 1901 Price Utiizou 0 Rx para complementar 0 diagnéstico de dentes despolpados Relacionou lesdes periapicais a tratamentos endodénticos ruins. 1904 Buckley Introduziu o Tricreso! formalina (anti-séptico) no tratamento endodéntico. 1910 William Hunter Publicou a teoria da infeceao focal chamada sepsis oral, ‘Segundo ele, dentes infectados causavam disturbios a distancia (em outros érglos). 1915 Dakin Introduziu o hipoclorito de sédio na pratica médica. 1919 Coolidge Demonstrou a importancia do controle bacteriolégico no tratamento dos canais radiculares. 1920 Hermann Recomendou o hidrdxido de céicio no recobrimento direto da polpa. 1921 Billings Para ele, todo dente despolpado deveria ser considerado fonte de infecgao sistémica, Isolou Estreptococos e Estafilococos do canal radicular. 1922 Rosenow - Mécico bacteriologista Dedicou-se profundamente ao estudo da Infecc focal Langou a Teoria da localizagao eletiva - locus minoris resistenciae. Relacionou o material séptico de amidalas de ratos com a ocorréncia de reumatismo. ‘Apés tratamento endodéntico, sofreu uma "possivel bacteremia 1929 Fleming Descobriu a penicilina e sua aplicagao 1930 Hermann Utilizou 0 hidréxido de calcio em pulpotomias. 1931 / 1932 Grove Definiu 0 limite apical das obturagdes dos canais radiculares: o limite CDC. 1936 Blass ‘Sugeriu © hipoclorito de sédio para uso endodéntico, Walker Empregou solugdes cloradas nos tratamentos endodénticos. 1942 Grossman Foi publicada a primeira edigéo do livre Endodontia Prétca Marco importantissimo para a generalizagdo da Endodontia. E considerado 0 pai da Endodontia moderna Historico 6 Historico 7 1958 Ingle & Levine Definiram a importancia da uniformidade entre os instrumentos © os materiais de obturagao. 1959 Nygaard-Ostby Mostrou os efeitos do EDTA (Acido etilenodiamino tetracético) 1960 Kuttler Realizou importantes estudos que contribuiram para o conhecimento da anatomia apical. 1963 104° Assembléia geral da ADA - Pensilvania, ‘A Endodontia foi reconhecida internacionalmente como especialidade. 1975 ‘A Endodontia foi regulamentada pelo CFO como especialidade no Brasil 1976 Sundqvist Demonstrou a infecgao do canal por anaerdbios.. 1983, Foi inaugurado 0 Laboratério de Pesquisas Biolégicas de Endodontia - UFSC. 1987 Ramachandram, Tronstad e Haapassalo Realizaram importantes estudos sobre a flora bacteriana dos canais radiculares e das lesdes periapicais. Década de 90 até os dias atuais Desenvolvimento dos localizadores apicais eletrénicos e dos instrumentos rotatérios. Evoluiram as técnicas de preparo mecanizado. Esterilizagao e Desinfeccao 8 ESTERILIZAGAO E DESINFECCAO Esterlizago E um processo em que todos os tipos de microrganismos, incluindo a forma esporuiada, sA0 completamente destruidos. €utlizada para garantr 0 uso seguro de instrumentais em procedimentos invasivos. Anti-sepsia / Desinfeccao E um proceso menos letal que a esteriizacéo. Elimina praticamente todos os rmicrorganismos patogénicos, mas ndo necessariamente todas as formas microbianas. Nao 6 efetivo contra esporos bacterianos. Anti-sepsia: Procedimento aplicado aos tecidos vivos (superficie corporal). Desinfeceao: Procedimento aplicado a materiais inertes (instrumentos, aparelhos, etc...) Assepsia Procedimento que visa impedir a penetragéio de microrganismos num local que nao os contenha, Séptico: Contaminado por microrganismos. Asséptico: Isento de microrganismos. Sufixos empregados ccida: Refere-se a agao irreversivel, letal ou destruicao. stético: Refere-se a ago reversivel, inibicao do crescimento, Fatores que interferem na esterilizacao e na desinfeccao Tipo, némero @ concentragao de microrganismos. ‘Tempo de exposigao ao meio esteriizante ou desinfetante. Temperatura e pH do meio. Presenca de matéria organica. Limpeza do instrumental © procedimento de limpeza consiste na remogao de detrites ¢ matéria organica, por meio de cavitagdo ultra-sonica ou agai fisica aplicada & superticie do material, utiizando escova, detergente e Agua. Essa etapa 6 de extrema importancia para reduzir a quantidade de material biolégico e 6 essencial em qualquer método ulilizado para se realizar a esterilizacao ou a desinfeceao. Um étimo produto para melhorar a qualidade da limpeza e preservar o instrumental cirargico é 0 detergente enzimatico Esterilizagéo e Desinfeccao 9 Detergente enzimético © principio ativo e mais importante desses detergentes, como o préprio nome diz, sao as ‘enzimas. Enzimas so proteinas ativas que tém a propriedade de promover transformagées em outras substancias, como proteinas, gorduras e agucares. Basicamente existem 3 tipos de enzimas que executam esse proceso Proteases: decompoem as proteinas. Amilases: decompoem os polissacarideos (agucares com moléculas muito grandes). Lipases: decompéem as gorduras. Como agem de forma especifica sobre a matéria organica, esses detergentes executam 0 processo de digestao de forma mais rapida e mais eficiente do que os detergentes comuns. “A matéria organica mais critica é a que contém proteinas e células vivas, principalmente sangue, que em porcdes microscépicas pode passar despercebida aos nossos olhos (na articulaggo de um instrumento ou no interior de um artigo tubular). E nessa matéria que os microrganismos patogénicos proliferam”. Esterilizagao e Desinfec¢ao 10 AGENTES E METODOS DE ESTERILIZAGAO EMPREGADOS EM ENDODONTIA AGENTES FISICOS (© agente fisico mais utiizado € 0 calor, que age por desnaturagao protéica (coagulacao), & por {uso dos lipideos da membrana celular. Calor tmido (vapor d'égua sob pressao) Aparelho utlizado: Autoclave. ‘Tempo/Temperatura: Variével de acordo com o aparelho. Propriedades do calor timido Maior poder de penetracdo. A agua catalisa a termo-coagulagao das proteinas bacterianas, Vantagens Consome menor tempo. Utiliza menor temperatura, Inconvenientes Em virtude da presenca de umidade, provoca, com as repetidas esterlizagdes, redugao no poder de corte dos instrumentos e sua oxidaco, principalmente quando nao fabricados com aco inoxidavel. Calor seco (ar quente) Aparelho ullizado: Estufa, ‘Tempo/Temperatura: Ver tabela. © tempo 86 deve ser computado a partir do instante em que a temperatura for alcancada. Temperatura (?C) |, Tempo (minutos) 170 60 160 120 160 150 140 180 120 360 ‘Segundo ADA (American Dental Association), Esterilizacao e Desintec¢ao 11 Vantagens Evita problemas de oxidagdo, corrosdo e perda do poder de corte dos instrumentos. Inconvenientes Nao esteriliza liquidos. Requer temperatura mais elevada do que o método do vapor d’égua sob pressio. Pouco poder de penetragao em materiais mais densos. Necessita de um tempo mais prolongado para alcancar a esterilizagio. Em func do baixo poder de penetracao, 0 calor seco exige maior tempo para desnaturar as proteinas celulares. Cuidados Observar a temperatura maxima permissivel para os diferentes itens. Aguardar o resfriamento para evitar o choque térmico, Evitar repetidas esterilizacdes de cones de papel absorvente, gaze ¢ algodéo. Gas 6xido de etileno Utiiza aparelhos portéteis semelhantes as estufas. Tempo minimo: 4 horas (a + 60° C) Em temperatura ambiente: 12 horas. Vantagens Pode ser utilizado para esterilizar materiais sensiveis ao calor. Evita alteragbes na tempera dos instrumentos, bem como a sua corrosio e oxidagao, Inconvenientes Custo elevado. Intlamavele explosive Irritante & mucosa. E cancerigeno No atravessa vidos eliquidos. Tempo prolongado para esterilizagao. Dificuldades de ordem técnica, exigindo pessoal qualifeado. Esterilizagao e Desinfeccéo 12 AGENTES QUIMICOS Existem materiais que ndo podem ser esterilizados e devem, portanto, passar pelo proceso de desinecgao com o objetivo de manter a cadeia asséptica. Indicades Desinteccao de materials sensiveis & agao do calor. Desinteccao do campo operatério. Anti-sepsia das maos. Requisitos de um agente quimico ideal Aco répida. Estabilidade quimica. Facil manuseio. Atividade na presenga de matéria organica. Inocuidade para o homem ¢ animais (atéxico). ‘Amplo espectro: toxicidade para todos os microrganismos. Compatibilidade com os diversos materiais (nao ser corrosivo) Principais mecanismos de aco Coagulagao de proteinas. Rompimento da membrana ou parede celular Remocao dos grupamentos sulfidrilas livres. Muitas das enzimas essenciais as células microbianas Possuem esse grupamento. Antagonismo quimico, Alteracao do RNA, do DNA ¢ da sintese protéica. Instrugées para uso das solugées quimicas Limpeza prévia dos instruments. Colocar um anticorrosivo na solugao, se ela nao o contiver. Os instrumentos devem estar totalmente submersos na soluco. ‘Sempre tampar os recipientes para evitar a evaporago da solugo ou a sua contaminagao, Observar 0 tempo recomendado pelo tabricante. ‘Sempre remover os instrumentos com o auxilio de uma pinga estéril. Colocar os instrumentos sobre bandejas ou campos esterilizados. Renovar as solugdes frequentemente, ainda que nao contaminadas. Todo instrumento submetido & acao de uma solugo quimica deve ser lavado com soro fisiolégico ou Alcool antes do uso. Esterilizagao e Desinfeccéo 13 Limpeza prévia A limpeza prévia do item a ser desinfelado & fundamental, pois a matéria orgénica pode combinar-se com a solugao quimica, dando origem a um produto nao microbicida e/ou acumular-se sobre a supertcie mirobiana,formando uma bareira que evita 0 contatocreto com a solugéo. Desinfetantes mais empregados Derivados quaternarios do aménio (detergentes catiénicos) Aldeidos (férmico e glutarico) Derivados do fenol (paramonoclorofenol tricreso! formalina). Agentes oxidantes (peréxido de hidrogénio). Composts halogenados (do cloro do iodo) Alcoois. DESINFETANTES EMPREGADOS NA ROTINA CLINICA DE ENDODONTIA Aldeido f6rmico (pastihas de paraformalderdo) O formaldeido 6 um gas incolor de odor caract Aplicagao ‘As pastilhas, envoltas em gaze, so empregadas para a desinfeccao dos itens presentes nas caixas de isolamento, de obturagao e de posicionadores, Espectro de acao Ativo contra varios tipos de bactérias, virus, fungos e bacilo da tuberculose. Inconvenientes Os residuos sao téxicos © podem danificar alguns instrumentos. E irritante & pele e as mucosas. Em altas doses, 6 considerado carcinogénico. Processo de desinfecgao demorado (48 horas). Cuidados Renovacao periédica das pastilhas. Evitar inalagao dos vapores, Evitar contato com a pele e mucosas. Evitar 0 contato direto com os itens a serem desinfetados. Manter os itens por um teripo minimo de 48 horas. Manter as caixas fechadas apés a retirada do material desejado. Esterilizagao e Desinfeccéo 14 ‘As pastihas de paraformaldeido tém acao esterlizante quando utlizadas a 3% (39/100em® do volume do recipiente), aquecidas a 50° C por 4 horas, com um chumago de algoddo mothado dentro do recipionte, que garanta 100% de umidade relativa durante todo 0 processo. As pastas, espalhadas no fundo do recipiente, podem ser reutiizadas até 12 vezes. Quando nao ocorre 0 aquecimento, nem se garante a umidade relativa de 100%, mesmo deixando por um tempo maior que 12 horas, 86 ocorre desintecgao de alto nivel. Aldeido glutérico (Glutaraldeido) Aplicagao Para a desinteccao de materiais sensiveis ao calor. Concentragao minima: 2%. Aga0 Alteracao do RNA, do DNA @ da sintese protéica. Tempo de exposicao Em poucos minutos 6 ative contra a maioria dos virus. Em 10 horas tem sua maior ago contra as formas esporuladas. Esterilizagao a frio: minimo de 10 horas. Compostos halogenados do cloro (Hipociorito de sédio em varias concentracées) Solugao de Dakin (0,5%), Solugao de Milton (19%) Soda clorada (4 a 6%). Aplicacao Para a irrigagao do canal raticular e desinfecgdo dos cones de guta-percha antes da obturagao. Espectro de aco: amplo. Vantagens E bactericda de agéo répida, Tem poder dissolvente de matéria organica. Neutraliza produtos texicos. Baixo custo. Inconvenientes Bastante instavel E inativado por matéria organica. E corrosivo. E irrtante quando na intimidade dos tecidos. Esterilizagao e Desinfeccao 15 ‘Compostos halogenados do iodo (lodstoros) Um iodéforo & uma combinagao de iodine com um agente solubilizante, Tintura alcodlica de iodo ‘Solugdo iodo-iodetada (Lugo!) Jodo orgénico (povidona-iodo) Aplicagao Como anti-séptico e desinfetante de materiais. Espectro de acao Efetivo contra varios tipos de bactérias, virus e micobactérias, Tempo Requer tempo de contato bastante prolongado para agir sobre os microrganismos mais resistentes. Solugéo de alcool etilico Acao Ruptura da membrana celular @ répida desnaturago das proteinas, com subseqtiente interferéncia ‘no metabolismo e divisdo celular. Espectro de acao ‘Amplo contra bactérias vegetativas, virus e fungos, mas nao é esporicida, Concentracao 70% (em peso) ou 77% (em volume) Abaixo de 50% sua alividade diminui bastante e & duvidosa. Indicagées Desinteceao de superficies externas e superficies de vidro (mesa clinica auxiliar, bandeja do equipo, seringa triplice, pontas, ete...) Desinfecgao dos cursores de borracha (no vidro de boca larga) Desinfecgao dos instrumentos durante 0 uso (na esponja). © alcool 70% (Iodado a 2%) é eficiente na anti-sepsia das macs. Inconvenientes © alcool absoluto (100%) 6 um desinfetante precétio. Ressecamento de plasticos e borrachas quando utilizado por longo tempo, Opacitica material acrilico. Esterilizagao e Desinfeccao 16 “Esterilizadores” rapidos Indicagao Reesterlizacao de instrumentos metélicos @ pontas de papel absorvente durante o tratamento, Micro esterilizador ORCA (Bolinhas de vidro). Tompo: 5 a 12 segundos. Atinge a temperatura de 200° C. Micro esterilizador de CANDLE (Sal quente) ‘Tempo: 5 segundos. Atinge a temperatura de 250° C. Inconvenientes Nao garantem a esterlizagao. Dificuldade de manter a temperatura constante. Procedimentos recomendados para a manutencio da cadeia asséptica A esteriizacao do instrumental endodér A desinfeccao dos cones de guta-percha, cones de papel e grampos para isolamento sera feita com pastilhas de paraformaldeldo, (Os cursores de borracha sordio desinfetados om alcool 70%. Gaze, algodao e esponjas, colocados no porta-algodao, serao esteriizados em estuta, A anti-sepsia da mucosa, previamente @ anestesia, serd feita com clorexidina 2%. © campo operatério, apés o isolamento, sera desinfetado com alcool 70% ou clorexidina 2%. Os filmes radiograficos e os posicionadores deverdo ser envoltos em filme de PVC (Rolopack) Concluido © atendimento, todo © instrumental utiizado deve ser imerso por 30 minutos em detergente, previamente a sua lavagem com agua, escova e sabao. :0 sera realizada om estufa ou autoclave. “As clinicas odontolégicas constituem um ambiente de alto risco a infec¢ao cruzada, uma vez que retinem dezenas ou centenas de pessoas em um mesmo local”. Esterilizagéo e Desinfeccao 17 NIVEIS DE DESINFECGAO Desinfeccao de baixo nivel Nesse processo so destruidas as bactérias em forma vegetativa, alguns virus e alguns fungos. Os esporos bacterianos e o virus da Hepatite B sobrevivem, Alcool etilico e isopropilico Hipoclorito de Sédio Fendlicos lodétoros ‘Tempo de exposi¢ao menor ou igual a 10 minutos Desintecedo de médio nivel ‘Além dos microrganismos destruidos na desinfecgo de baixo nivel so atingidas as maiorias dos virus e dos fungos. Ainda sobrevivem os esporos bacterianos. Alcoo! etlico ¢ isopropiico (70 a 90%) Fendiicos lodétoros Pasteurizagao (75°C por 30 minutos) Hipoctorto de sédio Tempo de exposicao de 10 a 20 minutos - Depende da concentracéo Restam apenas alguns tipos de esporos bacterianos mais resistentes. Glutaraldeido Solugao de Perdxido de hidrogénio Hipactorto de sédio Choro Acido peracético Orthophtalaldetdo ‘Agua super oxidada Tempo de exposi¢ao maior ou igual a 20 minutos Nao definido nivel de desinfecedo dependeré de variaveis como temperatura efou concentragéo dos germicidas envolvidos no processo. Fervura em Aqua por 30 minutos Pastilhas de formaldeido Preparo inicial 18 PREPARO INICIAL DO DENTE Preparo do dente Compreende os procedimentos que iréo dar condigées ideals para que o dente seja submetido ao tratamento endodéntico e consiste na: Profilaxia com remogao de calculo e placa Remogéo de todo 0 tecido cariado e arestas cortantes, restauracdo proviséria, Substituigdo de restauragdes com infiltragao. Rogularizagdo das areas que possam interferir no estabelecimento de bordos de referéncia para a mensuragao do dente. Objetivos Propiciar condicdes para que o tratamento seja realizado em um dente limpo. Prevenir fraturas dentarias que podem resultar em perda do bordo de referéncia e em contaminagao bacteriana por infiltragao de saliva. Fornecer uma estrutura dentaria solida para a colocagao do grampo e do dique de borracha, Evitar um pés-operatério desconfortavel, com arestas cortantes que traumatizem os tecides moles. Reconstrugao coronaria ‘A fim de evitar que o tratamento seja realizado em um dente com possibilidade de infiltragao, 6 indicado realizar uma avaliagdo minuciosa do dente em questdo e veriicar a necessidade de restauraco prévia (mesmo que proviséria). Essa preocupacao se justilica porque os canais podem ser (re) contaminados durante o tratamento endodéntico se houver rompimento e/ou queda da restauragao existente ou fratura da estrutura dental. A restauracao deve ser realizada com materiais que sejam resistentes as forcas da mastigagao, que apresentem adesdo A estrutura dental © que ndo permitam a micro-infitragao. Assim, as técnicas que empregam 0 candicionamento Acido, adesivo e resina composta so as mais indicadas. Isolamento 19 ISOLAMENTO DO CAMPO OPERATORIO Para manter a cadeia asséptica durante o tratamento endodéntico, devemos impedir que a saliva e/ou microrganismos cheguem a cavidade pulpar. O isolamento, portanto, consiste em construir 20 redor do dente uma barreira que o isole da cavidade oral Tipos de Isolamento Absoluto e Relative ISOLAMENTO ABSOLUTO Idealizado por Stanford Barnum (1864), pode ser definido com um procedimento através do qual isolamos a coroa ou 0 remanescente dental dos tecidos e dos fluidos da cavidade bucal, mediante 0 uso de um lengol ou dique de borracha. Vantagens Proporciona um campo operatério limpo e seco, Melhora a visibilidade do campo. Facilita as manobras operatérias. Impede que solugées @ medicamentos atinjam a cavidade oral Evita a deglutigao e aspiracao de instrumentos. Promove a retrac&o e proteeao dos tecidos moles. Nao apresenta desvantagens. Indicagbes Endodontia, Dentistica, Odontopediatria, Prétese, etc. Materiais e Instrumentais empregados Lengol de borracha E composto basicamente por létex @ apresenta-se no comércio em varias cores (azul, verde, preta, etc..). As borrachas mais escuras so preferiveis, pois possiblitam melhor contraste com a cor do dente. Normaimente ja ver cortado, com dimensdes de 15 x 15 ou 13 x 13 cm. A espessura também 6 variével, podendo ser fina, média ou grossa. A mécla 6 a ideal, pois néo rompe com facilidade, permite um bom afastamento dos tecidos moles e penetra bem nos espacos interdentais. Existem lengéis especiais para pacientes sensiveis ou alérgicos, que so 100% livres de latex € p6 com resisténcia similar. So conhecidos como non latex dental dam. Arco E utiizado para manter 0 lengol de borracha distendido. Encontramos os arcos de Young (aberto) e de Ostby (fechado), fabricados em plastico ou em metal. O arco de Ostby é 0 mais Isolamento 20 empregado em Endodontia, pois se adapta melhor a face do paciente e, por ser de plastica, nao interfere na imagem radiogratica Perturador de borracha ou Perfurador de Ainsworth E utiizado para perfurar o lengol de borracha. Apresenta uma mesa giratéria com orificios de varias dimensdes, que sao selecionados de acordo com o didmetro do colo do dente a ser isolado. Pinga Porta-Grampo Destina-se a levar 0 grampo ao dente. Temos no mercado as pingas de Palmer e de Brewer. ‘A forma de empunhar a pinga varia em fungao do dente a ser isolado, podendo ser digital palmar ou digito-palmar. Grampos ‘Tam por finalidade manter o lencol de borracha adaptado ao colo do dente. Partes dos grampos Asas, aletas, perfuragdes e mordentes. Os comuns obedecom a Esto disponiveis no mercado grampos comuns e grampos especi seguinte numeragao: 200.205 |, Molares 206 a 209 Pré-molares 210212 | Anteriores Grampos especiais: 26, WBA, 14, 148, etc... ‘Sao de grande utilidade no isolamento de molares. Operacées prévias ‘Sao procedimentos realizados antes da colocacao do dique de borracha, que tém por objetivo tornar 0 isolamento absoluto mais facil, rapido e seguro. Verniicagdo das areas de contato ‘As areas interdentais devem apresentar espago suficlente para a passagem do lengol de borracha e sua adaptacao no colo dental. Assim, com o uso de fio dental, essas areas devem ser checadas no sentido gengivo-incisal/oclusal e vestibulo-lingual/palatal ‘Se 0 fio destiar ou romper, pode haver bordos cortantes ou cavidades de caries que poderao romper o lengol, permitindo a infltragao, Nesses casos, remova os bordos cortantes ou faca a Isolamento 21 restauragdo proviséria, com material adequado, logo apés remocao de todo o tecido cariado. Se nao houver espaco suficiente, quer por excesso de contorno da restauragao pré-existente, quer por apinhamento dental, torna-se necessério crid-lo com 0 uso de tira de lixa de ago, de cunhas ou de borracha de afastamento dental ‘Selecao do grampo Selecionar previamente 0 grampo previne traumatismos aos tecidos gengivais e evita que ele se solte durante 08 procedimentos, o que ocasiona perda de tempo e permite a contaminagao do campo operatério © grampo deve ficar firmemente posicionado e bem adaptado ao colo do dente para manter 0 Tengol em posicao. Os mordentes devem ter tamanhos iguais ou ligeiramente inferiores a regido cervical para nao ferir nem causar isquemia no tecido gengival. A correta adaptacéo e retencao devem ser testadas, realizando-se movimentos de bascula e de tragdo sobre o grampo. Lubrificagdo do lengol AA lubrificagao do lengol permite que a borracha deslize com maior facilidade pela coroa, atingindo a regido cervical. Uma pequena quantidade de creme de barbear (ou vaselina) deve ser colocada ao redor da perfuracdo, no lado da borracha que iré ficar em contato com a gengiva Cuidado: a vasolina pode interferir nos procedimentos restauradores. Técnicas para a colocagao do isolamento absoluto Como existe varias técnicas para a colocacéo do isolamento absoluto, a selecdo vai depender de alguns fatores, como: tipo de trabalho a ser realizado, tipo de grampo selecionado, posi¢do do dente na arcada e preferéncia profissional. Em Endodontia, a fim de tornar o procedimento mais rapido @ diminuir 0 risco de contaminagio, sempre que possivel isolamos apenas o dente a ser tratado. Em situagdes normais, trés técnicas podem ser empregadas: Técnica 1 - Conjunto arco/lencol e grampo Essa técnica permite o isolamento em apenas uma manobra, j4 que todo o conjunto é levado a boca de uma s6 vez. Para a sua utllzagdo, é necessério que os grampos selecionados possuam aletas. Como proceder ‘Separe um lengol de borracha e coloque-o centralizado sob 0 arco. Distenda a borracha, procurando prendé-la as projegdes do arco. Leve © conjunto arcollencol sobre a tace do paciente, mantendo-o em posicao com a mao esquerda. Com 0 dedo indicador, distenda a borracha até que ela alcance 0 centro da coroa do dente a ser isolado. Com uma caneta, marque o ponto central da face incisal ou aclusal Isolamento 22 No ponto marcado, perfure o lengol de borracha com o ofificio que mais se aproxime do diametro do colo do dente a ser isolado. ‘Se necessério, lubrfique a borracha ao redor da perfuragdo. ‘Adapte e prenda 0 grampo, por suas aletas, na perfuragao feita no lengol. Com o auxilio da pinga porta-grampo, apreenda o grampo através de suas perfuragbes, abra- 0.@ lave 0 conjunto arcollengoVgrampo ao dente, Solte 0 grampo de maneira a adapta-lo ao colo do dente Com 0 auxilio de uma espatula romba (n° 6335), remova a borracha que esta sobre as aletas do grampo, permitindo seu destizamento e correta adaptacao no colo dental Para melhor adaptagao e vedacao nas areas proximais, passe o fio dental Dobre as pontas da borracha e forme “bolsas" para receber os rolos de gaze ou algodéo. Na clinica, a ponta sugadora de saliva complementa 0 isolamento. Técnica 2 - Conjunto arco/lengol posicionado e colocagao do grampo Essa técnica 6 empregada, principalmente, com os grampos 26, WBA e 212 que nao apresentam aletas. & mais tranqiila quando realizada a quatro maos. Como proceder Difere da técrica anterior com relagao ao momento da colocacao do grampo. E interessante deixar 0 grampo apreendido pela pinga, aberto e pronto para uso (pinea travada), ‘Ap6s realizar a perturagao e lubriicagao do lencol, leve © conjunto arco/lencol em posigao & distenda a perfurago de modo que a borracha passe pela coroa do dente e atinia a regido cervical. Mantenha a borracha em posi¢ao, expondo a margem gengival Leve 0 grampo e solte-o no colo do dente, sem traumatizar a gengiva. Dobre as pontas da borracha e forme “bolsas” para receber 0s rolos de gaze ou algodéo. Na clinica, a ponta sugadora de saliva complementa 0 isolamento, Técnica 3 - Grampo posicionado e coloca¢ao do conjunto arco/lencol Essa técnica pode ser empregada em dentes posteriores quando da utilizagao de grampos especiais (26 e WBA), que ndo apresentam aletas. ‘Como proceder ‘Apreenda o grampo selecionado com a pinga e leve-o ao colo do dente. Posicione conjunto arcollencol sobre a tace do paciente. Distenda o lengol sobre as asas do grampo, ampliando a perfuracao previamente lubrificada. Procure deslizar 0 lengol sobre o grampo até que a borracha atinja o colo dental Para posicionar melhor a borracha nas areas proximais, passe o fio dental. Dobre as pontas da borracha e forme “bolsas” para receber os rolos de gaze ou algodao. Na clinica, a ponta sugadora de saliva complementa o isolamento. Isolamento 23 Observagées No isolamento de dentes anteriores, cerlfique-se de que a “asa maior’ do grampo fique voltada para 0 palato ou assoalho da boca. © grampo 210 (dentes anteriores) deve ser posicionado de modo que o mordente maior fique adaptado a face vestibular do dente. Para os dentes posteriores, 0s grampos devem ser posicionados de modo que a asa fique voltada para distal, a fim de nao dificutar os procedimentos do operador. A estabilizagdo dos grampos, quando necessérria, pode ser realizada com godiva ou top dam. Selamento complementar Nos casos de falta de adaptacao do grampo, de iregularidade da coroa ou de rompimento do lencol, pode ser necessario 0 uso de cimentos ou adesivos para reforgar a vedagao. Quando aplicados na interface dente/borracha, circundando 0 colo dental, possibiltam um isolamento seguro e estvel, de forma simples e répida. Exemplos: Superbonder (cianoctilato), Top dam (resina fotopolimerizavel), resina acrilica, godiva de baixa fusao @ cimento de fosfato de zinco. Desinfeccio do campo operatério ‘Ap6s a instalago do isolamento, 0 arco, o lengol de borracha, 0 grampo e a coroa dental devem ser desinfetados com solugao de clorexidina 2%. Para tanto, taga a fricgao com algodéo ou gaze estéreis no sentido centrifugo a partir da coroa. Essa manobra deve ser repetida sempre que for observada a presenga de detritos no campo operatorio, Remogio do dique de borracha Independentemente da técnica que foi empregada, removemos primeiramente o grampo e, em seguida, 0 conjunto arco/lencol. Isolamento em situacées especiais © isolamento absoluto ¢ imprescindivel para a realizagao do tratamento endodéntico. Em Endodontia, sempre que possivel, criamos condigdes para a colocacao do dique de borracha. Ainda assim, existem situacées que impossibilitam a colocago do grampo no dente a ser isolado, as quais requerom procedimentos especiais. Situagoes especiais Estéo caracterizadas nos casos de dentes com coroa amplamente destruida, parcialmente irrompida, com coroa expulsiva, incluida em prétese fixa, dente recém traumatizado, submetido & cirurgia recente, com aparelho ortodéntico fixo, ete. Isolamento 24 Procedimentos especiais ‘Aumento de coroa clinica. Colocacéo do grampo em dentes vizinhos. Reconsirugao prévia da coroa dental com sistema adesivo e resina ou outro material restaurador resistente (fosfato de zinco, IRM, fonémero de vidro, etc.) Uso de resinas (Top dam Uso de adesivos a base de cianocrilato (Superbonden) Uso de amarrias com fio ou fta dental Uso de Wedjets - Sao fios de latex, de diferentes diametros, que colocados nos espacos interproximais, constituem uma alternativa ao uso dos grampos tradicional. ISOLAMENTO RELATIVO © isolamento relative € muito pouco empregado em Endodontia. Ele $6 permite que o profissional trabalhe com 0 minimo de conforto e controle da contaminacao. Para tal, 0 uso de rolos do algodao ou gaze, corretamente posicionados junto ao dente e na saida das glandulas salivares, em associagao com a ponta sugadora de saliva, é indispensavel. 'S6 deve ser empregado na impossibilidade da colocagao do dique de borracha. Porém, oxistem situacées clinicas onde o isolamento relative pode ser utilizado, como por exemplo, no exame inicial, durante 0 preparo do dente e reconstrugao coronéria ou no atendimento de emergéncias (Gentes despolpados). isolamento relativo deve impedir 0 contato do dente com a saliva. Esteja sempre atento a osigo do sugador e a renovacdo dos rolos de algodtio ou gaze. Desvantagens Nao impede que solugées e medicamentos atinjam a cavidade oral Nao evita acidentes como degluticao e aspiragao de instrumentos. Nao promove a retragao e protecao dos tecidos moles. Anatomia 25 ANATOMIA DENTAL INTERNA A importancia do conhecimento da anatomia dental interna no pode ser negligenciada. A falta

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