LO
4
a
E
yn
seh
=
z
9
So
4
=
zt
x
fe)
Ls
ce
1s)
se
5
=
a
>
2D)
oOSérie 1.*
LITERATURA INFANTIL
da BIBLIOTECA PEDAGOGICA BRASILEIRA
Sob a directo de Fernando de Azevedo
Sas
Son
VOLUMES PUBLICADOS
por Mowreino Losato
1—Reinagées de Narizinho
3—Viagem ao céu
O Sach
Aventuras de Hans Staden
As Cacadas de Pedrinho
10—Histéria do Mundo para Criancas
11 — Novas Reinagdes de Narizinho
14— Emilia no Pais da Gramética
19 — Robinson Grusoé (Adapt. de M. Lobato)
= 20— Peter Pan
21— Aritmetica da Emilia
* - 22—Geogratia de Dona Benta
z Historia das Invencbes
25—D. Quixote das Criancas
26— Memorlas da Emilia
21 —0 Pogo do Visconde
28 — Serdes de Dona Benta
29— Historias de Tia Nastacia
31— 0 Picapau Amarelo
32—0 Minotauro
33— A have do Tamanho
por Lewis Cannou (Trad. de M. Lobato)
2— Alice no Pais das Maravilhas =
8—Alice no Pais do Espelho
por Hans ANoenseN (Trad. de M. Lobato)
itos de Andersen
‘Contos de Andersen
‘por Inmkos Grimm (Trad. de M. Lobato)
eS 7—Contos de Grimm. =
‘ 16— Novos Contos de Grimm
~~ por G. A. BOacer
12 Aventuras do Bardo Mlinchhausen
5
. por C. Cottopr (Trad. revista por M. Lobato)
13 —Pinocenio. =
_ por Cuanuas Perrauir (Trad ee M, Lobato)
‘1Z—Contos de Fadas
por Vieiato CorReta =
Historia do Brasil i
aeSérie 14 LITERATURA INFANTIL Vol. 34
BIBLIOTECA PEDAGOGICA BRASILEIRA
MONTEIRO LOBATO
“ :
30!
FABULAS
Desenhos de Wisp
“
|
}
7
|
9.2 EDICAO
Dantepopisl Onasiyo
29/10/49
as Editora Nacional
C ne ~ Rio de Janeiro - Recife - Pérto Alegre
1943 36]
are re-e ts Aen ema
raeINDICE
A Cigarra e as duas Formigas .
A Coruja e a Aguia .
A Rai e o Boi .
O Reformador do Mundo.
A Gralha Enfeitada com Penas de Pavao
O Rato da Cidade e o Rato do Gampo
O Velho, 0 Menino e a Mulinha’
O Pastor e o Leao nas
Burrice
0 Julgamento da Ovelha
O Burro Juiz :
Os Carneiros Jurados .
O Touro e as Rais.
A Assembleia dos Ratos .
O Galo que Logrou a Raposa .
Os dois Viajantes da Macacolandia
A Menina do Leite eae
A Ra Sabia. .
O Veado ea Moita
O Sabid e o Urubu
A Morte e o Lenhador
O Utile o Belo . .
As Aves de Rapina e os Pombos
O Burro na Pele do Leao
A Raposa sem rabo
O Pert Medroso $
O Ledo, o Lobo e a Raposa a
O Sabid na Gaiola . .
Qualidade e Quantidade .
O Cao e o Lobo
O Coryo e o Pavao
Os Animais e a Peste
O Carreiro e o PapagaioO Macaco e o Gato
A Mosca e a Formiguinha
Os Dois Burrinhos ‘
O Cavalo e as Mutucas
O Ratinho, o Rato eo Galo .
Os Dois Pombinhos
As Duas Cachorras
A Cabra, o Cabrito e o Lobo
Os Dois Ladrées
A Mutuea ec o Leao
A Fome nao tem ouvidos
Unha-de-Fome . 9... .
QO Lobo Velho. . . .
ORatoeaR&. . . .
O Lobo e o Cordeiro .
O Cavalo e o Burro
O Intrujaéo .
OHomemeaCobra. | |.
O Gatoe a Raposa . . . ,
A malicia da Raposa. . . .
As Razdes do Porco . . . .
Segredo de Mulher . . . .
O Automovel e a Mosca. . .
A Onca Doente Si
O Jabotie a Pitva . . . .
A Raposa e as Uvas
O Gato Vaidoso
Pau de Dois Bicos . . =
A Galinha dos Ovos de Ouro -
A>Garéa- Velha. <= S as
OLefaoeoRatinho . . . .
O Orgulhoso . Se
O Egoismo da Onga . . . .
O Imitador dos Animais. . .-
O Burro Sabio . flee
Mal Maior . =apene
Dolice.O pavao, que nunca tinha reparado nos proprios pés,
abaixou-se e contemplou-os longamente. E, desapontado,
foi andando o seu caminho sem replicar coisa nenhuma.
_ Tinha razio o corvo: ndo ha beleza sem senao.
Que quer dizer “senao”, v6v6?
Aqui nesta frase quer dizer defeito.
or que senao é defeito?
Porque 0 modo de botar um defeito Gale ou nalguma
sempre por -meio do “senao” — e por fim essa palavra
lonima de defeito. “Fulana seria muito bonitinha, senao
nariz de coruja”. “Este doce estaria otimo, senao fosse
— € assim por diante.
ide, v6vé, que nao ha mesmo beleza sem
0 a € as fabulas sabem..
a
que ha nas fabulas
de experiencias.Os Animais e a Peste
Em certo ano terrivel de peste entre os animais, o
leio, muito apreensivo, consultou um mono de barbas
brancas.
— Esta peste é um castigo do ceu, responden o mono,
e o remedio é aplacarmos a colera divina sacrificando aos
deuses um de nds.
— Qual? perguntou o leao.
— O mais carregado de crimes,
O ledo fechou os olhos, concentrou-se e, depois duma
pausa, disse aos suditos reunidos em redor:
— Amigos! H’ fora de duvida que quem deve sa-
¢rificar-se sou eu. Cometi grandes crimes, matei cente-
nas de veados, devorei inumeras ovelhas e até varios
pastores. Ofereco-me, pois, para o sacrificio necessario
ao bem comum.
A raposa adiantou-se e disse:
— Acho conyeniente ouvir a confissio das outras
féras. Porque, para mim, nada do que Vossa Majestade
eg)alegou constitue crime. Matar veados — despreziveis
criaturas; devorar ovelhas — mesquinhos bichos de “ne-
nhuma importaneia; trucidar pasfores — raea vil mere-
cedora de exterminio! Nada disto é crime. Sao coisas
até que muito honram o nosso virtuosissimo rei ledo.
Grandes aplausos abafaram as ultimas palavras da
bajuladora — e 0 le&o foi posto de lado como improprio
para 0 sacrificio,
Apresenta-se em seguida o tigre e repete-se a cena.
Acusa-se ele de mil crimes, mas a raposa prova que tam-
bem o tigre era um anjo de inocencia.
Hi o mesmo aconteceu com todas as outras féras.
Nisto chega a yez do burro. Adianta-se o pobre ani-
mal e diz:
— A coneiencia sé me acusa de haver comido uma
folha de couve da horta do senhor vigario.
Os animais entreolham-se. Era muito sério aquilo.
A raposa toma a palavra.
— Kis, amigos, o grande criminoso! Tao horrivel
o que ele nos conta, que é inutil prosseguirmos na inves-
tigagéo. A vitima a sacrificar-se aos deuses nfo pode
ser outra, porque nao pode haver crime maior do que
furtar a sacratissima couve do senhor vigario.
Toda a bicharia concordou e 0 triste burro foi unani-
memeénte eleito para o sacrificio.
Aos poderosos tudo se desculpa; aos miseraveis nada
se perdoa.
— Viva! Viva!... Esta é a fabula do Burro Falante — e
Pedrinho recordou todos os incidentes daquele dia 14 no Pais das
Fabulas. Essa historia estava se desenvolvendo, e no instante em
eS —B