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“7 Concepgao ou escolha do desenho de pesquisa Passo 6 Escofha oudesenvolvimentodo desenho apropriado para a pesquisa: experimental, nao experimental ou miittipla ; + Precisar o desenho especfic. Processo de pesquisa ‘quantitativa OQ _ Objetivos da aprendizagem ‘Ao concluir este capitulo, o aluno seré capaz de: 1. defiir 0 significado do termo “desenho de pesquisa", assim como as implicacdes por escolher lum ou outro tipo de desenho: -compreendr que em um estudo podem ser includos um ou varios desonhos de pesquisa; conhacer os tines de desenhos da pesquisa quanttativa relaciond-los com os alcances do estudo; ‘ompreander as diferencas entre a pesquisa experimental e a ndo experimental; analisar os diferentes desenhos experimentais e seus graus de veldade; .analisar 08 diferentes desenhos no experimentais e as possbilidades de pesquisa que cada um oferece; realizar experimentos @ estudos néo experimentais; /compreender como 0 fator tempo altera a natureza de um estudo. Sintese Pra que o pesquisador consiga responder as perguntas de pesquisa apresentadas e atingir os objtivos do es: tudo, ele deve selecionar ou desenvolver um determinado desenho de pesquisa. Quando estabelecemos e for. _mulamos hipéteses, os desenhos também servem pare submeté-las a teste. Os desenhos quantitativos podem. ‘er experimentais ou no experimentais.. Propomos uma classificagao de desenhos néo experimentais na qual consideramos: a) 0 fator tempo ou 0 ntimero de vezes em que os dedos s20 coletados, 1b) 0 aleance do estudo. Também deixamos claro que nenhum tipo de desenho 6 intrinsecamente melhor do que outro, mas que & formulagio do problema, os alcances da pesquisa ¢ a formulago ou néo de hipéteses e seu tipo determi ‘nam qual desenho & mais adequado para um determinado estudo, sendo também possivel utiizar mais de tum desenho. fe cichioinor © Quase © Implicam grupos ae experimentos. intactos edna ive ales ry © Manipulagéo intencional ihe a ee sfeeetetene: de variaveis sie Paes {independentes) © Medico de varidveis {(dependentes) © Controle e validade © Dois ou mais grupos de ccomparacio « Participantes sorteados — Coleta de dados j—e[ Caracteristica —e | em um tnico aa momento © Exploratérios © Descritivos @ Cortelacionais, pos —_—__» se [Anatisar r—>| Propésito. —» | mudangas 20 ae longo do tempo |_| Tipos. ——» | © Desenhos de — tendéncia (trend © Desenhos de andlise evolutiva de grupos (coorte} © Desenho tipo paine! Emlma mesa p NoCD anexo (Material complementario > Capitulo) oleitorencontrario Capitulo 5, “Discos experimentales:segunda parte’, que etal os eantetidos desenvolvidos neste Capitulo 7, principalmente no que se refere técnica de sortcio © éemparclhamento, também a series eronol6gieas,ftorais equaseexperimentos. Parte do material queestava em edigoes anteriores, nest capitulo, fi atualzada etransferda para o CD (ou sea, no foi eliminada). 140 Hernéndez Sampir, Femsndez Colado & Baptista Lucio oO [J 0 QUE E UM DESENHO DE PESQUISA? Quando a formulagdo do problema se tornou mais precisa, o alcance inicial da pesquisa foi deinie do € as hipéteses foram formuladas (ou nao, devido & natureza do estudo), entio 0 pesquisador deve pensar em uma maneira pritica e concreta de responder as perguntas de pesquisa, além de atingir os objetivas fixados. Isso implica selecionar um ou mais desenhos de pesquisa e aplici-los ao contexto especifico de seu estudo. O termo desenho se refere ao plano de ago ou estrategia ctiad para obter a informagao que se deseja No enfoque quantitativo, o pesquisador utiliza seu desenho ou desenhos para analisar se as hip6teses formuladas em um contexto determinado estao corretas ou para fornecer evidéncia a res peito das diretrizes da pesquisa (desde que ela nao tenha hipoteses). Para quem est iniciando na pesquisa, sugerimos que comece com estudos baseados em tm s6 de> senho, para depois desenvolver indagagdes que impliquem mais de wm desenho, desde que astuaao de Pesquisa assim exigi. Utilizar mais de um desenho aumenta consideravelmente os custos da pesquisa, Para conseguir visualizar mais claramente essa questio do desenho, vamos lembrar uma per. sgunta cologuial do capitulo anterior: Sera que Paola gosta de mim? Por que sim ou por que no? E ahipétese: “Paola me acha atraente porque fica sempre me olhando”, O desenho seria o plano de agao ou a estratégia para confirmar se & ou no correto que sou atraente para Paola (0 plano de agao incluiria procedimentos e atividades propensas a encontrar a resposta para a pergunta de pesquisa). Nesse caso, poderia ser: amanha vou bus- Peers c car Paola depois da aula de estatstca, vou me aproximat dela, drei que ela est Series ais aeons :muito bonita ea convidarei para tomar um café, Quando estivermos na cafeteria Heer eel vou segurar sua mao, , se ela nao retiré-la, eu a convidarei para jantar no prdxi- igisianie ani Gra posi imo fim de semanay caso cla aceite, no local onde estivermos jantando comentarei ‘quea acho atraente e perguntarei se ela me acha atraente. Entdo, posso selecionar ou criar outraestratéyia, tal como convidé-la para dangar ou ir ao cinema em vez de jantar; ou, ainda, caso conhesavirias amigas de Paola e também seja amigo dels, posso pergun. {ar se elas acham que sou atraente para Paola. Na pesquisa, dispomos de diferentes tipos de dese. nihos preconcebidos e devemos escolher um ou varios entre as alternativas existentes, ou desenvol- ver nossa propria estratégia(p. ex. convidi-la para ir ao cinema e dar um presente para observar ual € sua reagio ao reeebé-10) Seo desenho foi cuidadosamente elaborado, o produto final de um estudo (seus resultados) terd mais possibilidades de éxito para gerar conhecimento. Pois selecionar um tipo de desenho ou outro fax toda diferenga: cada um possui suas caracterstcas pr6prias, conforme poderemos Ver a seit Nao é0 mesmo perguntar diretamente a Paola se ela me acha atraente do que perguntar a suas ami 2s; ou em vez de interrogi-laverbalmente pode-se analisar sua conduta nao verbal (como me olha, {quai s20 suas reagSes quando a abrago ou quando me aproximo dela, ec.). Como também nao ser © mesmo sea questiono diante de outras pessoas do que se pergunto estando somente os dois. A pre ¥” ou X ¥"s isto 6 estratégia de experimentagio, covariagdo, s6 que 20 efetuar (Van Dalen e Meyer, 1994), ‘Uma terceira forma de dizer isso é mir a influéncia de outras varidveis esr relagao causal. Quando nao conseguimos 0 con- do (no sabemos 0 que est atrés do retingulo,talver fosse ‘que hé correlacao ou que nao existe nenhuma relagao). Na © pesquisador ndo manipula uma varidvel apenas para comprovar a lum experimento € necessério realizar uma observagio controlada ‘que conseguir controle em um experimento significa repri- ans sobre as varidveis dependentes, para assim saber real- sfente seas variveis independentes que nos interessam tém ou nao efeito nas dependents. Isso po. deria ser esquematizado da seguinte maneira (ver Figura 7.5) (estranhas e fontes ee oe de aloo) __ Conte | S Foo. Ee es X ide intoesse,variével indopendente manipu- Tada) x \Vemos seu ofeito Y (varidvel \dependente mensurada) ou sua auséncia FIGURA 7.5 Experimentos com controle das vatiiveis estranhas, Ou seja, “purificamos” a rela fontes que possam afetar Ye “cont. Seo que queremos é analisar 0 efeito «0 de X (independente) com ¥ (dependente) de outras possiveis nar” o experimento, solamosas rlacdes que nos interessam. que um comercial pode ter sobre a predisposigao de comprar eee aaa Metodloga de pesmiss 149) 6 produto anunciado, sabemos que talvez existam outras razdes ou causas pelas quai as pessoas pensam em comprar o produto (qualidade, prego, caractristicas, prestigio da marca, etc.) Endo, po experimento € preciso controlar a possivel influéncia dessas outras causas, para que assim pos- samos saber se 0 comercial tem ou nao algum efeito. E, no caso contrario, se observamos que a pre- disposigdo de compra é elevada e nao existe controle, nao temos como saber se o comercial € cau sou se io 0s demais fatores. ‘© mesmo acontece com um método de ensino, quando por meio de um experimento quere- mos avaliar sua influéncia na aprendizagem. Se nao houver controle, ndo poderemos saber se uma boa aprendizagem se deveu ao método, ao fato de os participantes serem extremamente inteligen- tes,ao de terem conhecimentos aceitiveis sobre os contexidos ou por qualquer outro motivo. Se nao houver aprendizagem, nao saberemos s¢ isso foi porque os sujeitos estavam muito desmotivados ‘em relagdo aos contetidos a serem ensinados, porque eram pouco inteligentes ou por qualquer 0 ‘ra causa, Ou seja, tentamos descartar outras possiveis explicagdes para avaliar se a nossa é ou nao ‘a correta (varidveis independentes de interesse, estimulos ou tratamentos experimentais que tém 0 tefeito que nos interessa comprovar). Essas explicagies rivais sio as fontes d 0 interna (que podem invalidar 0 experimento). Fontes de invalidagao interna Existem diversos fatores que talvez nos confundam e sejam 0 motivo de nao sabermos mais sea pre senga de uma varidvel independente ou um tratamento experimental provoca ou nao um efeito ver- dadeiro. Sao explicagdes rivais em relagdo aquela que diz que as varveis independentesafetam as de- pendentes. Campbell e Stanley (1966) definiram essas explicagbes rivais, que foram ampl ‘Campbell (1975), Christensen (2006) ¢ Babbie (2009). Elas sio conhecidas como fontes de invalida- «ao interna porque ameagam (sao contra) precisamente a validade interna de um experi se refere ao grau de confianca que temos na possibilidade de interpretaros resultados do experimento ce que estes sejam validos. A validade interna esté relacionada com a qualidade do experimento e ela é conquistada quando existe controle, quando os grupos diferem entre si somente na exposigao a varié- vel independente (auséncia-presenga ou em niveis ou modalidades), quando as medigbes da varidvel dependente sio confidveis e vilidas e quando a analise éa adequada para o tipo de dados com os quais «estamos trabalhando. O controle em um experimento €alcangado eliminando essasexplicagdes rivais ‘ou fontes de invalidagao interna. Na Tabela 7.1 mencionamos rapidamente algumas dessas fontes de invalidagio; uma explicago mais detalhada, assim como exemplos e outras fontes potenciais, leitor poderd encontrar no CD anexo -> Capitulo 5, “Disefios experimentales: segunda parte”. » (V{ como CoNsEGUIR 0 CONTROLE E A VALIDADE INTERNA? Em um experimento € controle que consegue a validade interna ¢ ele € alcangado mediante: ia dos grupos em tudo, exceto na manipulagio da ou das v 1. varios grupos de comparagao (no minimo d 2. equival eis independentes. Varios grupos de comparagao Em um experimento é necessério ter, pelo menos, dois grupos para comparar.Primeiro, porque se ti- vermos apenas um grupo nao é possivel saber com certeza se as fontes de invalidagao interna tiveram influéncia ou nao. Por exemplo: se com um experimento queremos testar a hipotese: “quanto mais in- formagao psicologica se tiver sobre uma classe social, menor sera o preconceito em relacio a ela” Se nossa decisio foi ter somente um grupo no experimento, poderiamos expor os sujeitos a um progra- ma de sensibilizagao no qual fosse proporcionada informagio sobre a maneira como essa classe vive, suas anggistias e problemas, necessidades, sentimentos, contribuigdes para a sociedade, ets para em seguida observar o nivel de preconceito (o programa incluiia palestras de especialistas, filmes e de- oimentos gravados, leituras, etc.) Esse experimento podria ser esquematizado assim: et USO __ Hemindes Sampie, Feméndez Collado & Baptista Lucio Momento 1 Momento 2 Exposigéo ao programa Observagao do nivel, de sensibilizagio de preconceito TABELA 7.1 Principais fontes de invalidagao interna® Generate PRE iea Fistoia Maturaeao Instabiidade do insrumento de medio Instabildade do ambiente experimental Aplicagéo de testes Instrmentagdo Regressio Selecdo Mortaidade Difusdo de ttotamentas Compensacéo Conduta do ‘experimentador Bonen Evenios ou acontecimentos que ocovem diranie 0 experimento eifluenciam somente slguns das Paticipantes, 0s partcipantes podem mudar ov ematirecer durante 0 ‘experimentoe iss0 pode afetar os resultados, Pouca ou nul confiabilidade do instrumento, ‘As condi¢des do ambiente do experimenta no so iquais ata todos os grupos paticipants, ‘ue a aplicardo de um teste ou instrumento de medigSo antes do experimentoinfluoncie a respostas dos indiiduos quando o teste for aplicado apés 0 experimento \lembrem suas respostas), (ue 05 testes ou instumentos aplicados nos dferontes ‘rupos partcipantes no seam equivalentes Selecionar paticinantes que tenham pontuagées extemas na variével med (casos extremos) e que sua avalacdo ‘el nao soja metida, ‘Que 0s grupos do experimanta no sejem equivalentes. ‘Que os participates abandonem o experimento ‘Quo os participants de diferentes grupos se comuniquem isso afote os resultados, ‘Que 0s peticioantes do grupo controle percebam que no recebem nal € isso os desanime e afete os resultados. ‘Que 6 comportamento do experimentador afete os resultados. Tudo em um tinico grupo, O que acontece se observamos um nivel baixo de preconceito no srupot Podemos deduzir com absoluta certeza que foi por causa do estimul? F claro que nao. Pode ser que o nivel baixo de preconceito se deva ao programa de sensbilizagao, que &a forma de mani- Pular a varidvel independente “informagao psicol6gica sobre uma classe social”, mas tam! ivel baixo de preconceito antes do expetimento aber, porque nao hé uma mensuragio do nivel fato de que os participantes tinham tim dade, 0 programa nao afetou. B isso nao podemos s de preconceito no inicio do experimento (antes da apresentagao do estimulo experimental); ou! ao existe ponto de comparacio. Mas, ainda que apenas um grupo niio poderiamos ter a certeza sobre qual foi a causa do nivel de preconceito. Va- (Gir abe) GME coset ‘Assegurarse de que os partcpantes dos grupos ‘2xperimentas @ controle tenham contato com os ‘mesmos eventos, Selecionar partcipantes para os grupos que ‘muiem ou amaduregam de maneira simiat durante o experimento, Euborer um instrument estévele contidvl Consequir que as condigdes ambientais sejam as ‘esmas para todos 0s grupos, Ter testes equivalentes © confidves, mas que néo ‘ejam as mesmos e que os grupos comparados sojam equiardveis, -Aplcar 0 mesmo teste ou Instrumanto par todos (08 indviduos ou grupos participanes, Esoolherparticipantes que no tenham pontuacbas fextremas ou que estjam passando por ui ‘momenta fora do nota Conseguir que os grupos sem equivaentes, Recritar 0 nimero sufcionte de participates para todos 08 grupos. Durante © experimento manter 0s grupos téo separads quanto for possivl Oferecer beneticios para todos os grupos oe : ‘gd maf cade x gpa sr “co esse ponto de contraste inicial existisse, com ‘mos supor que o nfvel de preconceito antes do estimulo ou tratamento era alto ¢, depois do estimu Jo, baixo. Talvero tratamento seja a causa da mudanga, mas talvee tenha acontecido o seguinte: ‘Que o primeiro teste de preconceito tenha sensibilizado os suites participantes einfluenciado suas respostas para o segundo teste, Assim, as pessoas passaram a ter consciéncia sobre como € negativo ser preconceituoso ao responder o primeito teste (aplicagao de teste). 2. Queos individuos selecionados ficaram cansados durante o experimento e suas respostas para o segundo teste foram “is pressas” (maturaga0), 3. Que durante o experimento os sujeitos preconceituosossafram ou entdo uma parte importante deles (mortalidade experimental). Ou, ainda, outras razdes. B, caso nao se tivesse observado uma mudanga no nivel de precon- ceito entre o primeiro teste (antes do programa) e 0 segundo (depois do programa), isso poderia significar que a exposigdo ao programa no tem efeitos, embora também pudesse acontecer de o grupo selecionado ser muito preconceituoso e talvez.o programa tena, sim, efeitos em pessoas com niveis normais de preconceito, Se a mudanga for negativa (maior nivel de preconceito na segunda mensurac2o do que na primeira), também poderiamos supor que o programa aumenta o precon- poderiam ocorrer novos eventos capazes de provocar mudangas,além do tratamento experimental, e quanto mais longo for © Tapso entre ambas as medigoes, maior sera também a possibilidade de que essa fontes interiram, Por outro lado, corremos o risco de escolher um grupo atipico ou que nao esteja em seu esta, do normal na hora do experimento, As vezes, esse desenho ¢ utilizado com um s6 individuo (estudo de caso experimental), No Ca: € pitulo 4 do CD: “Estudios de caso” o leitor poders encontrar muita informagio sobre esse desenho. Os dois desenhos pré-experimentais nao sio adequados para o estabelecimento de relagdes causais porque se mostram vulneriveis quanto 4 possibilidade de controle e validade interna Al guns autores consideram que devem ser tilizados apenas como treino de outros experimentos com controle maior. Algumas vezes os desenhos pré-experimentais servem como estudos ex- Bee pe Ore pEAL ploratérios, mas seus resultados devem ser vistos com precaucao, Desento de um s6 grupo cujo grau de controle & minimo. Gereimente ati como uma wy Primeira aproximacéo ao problema ‘de pesquisa na realidade. EXPERIMENTOS “PUROS” Os experimentos “puros” sio aqueles que retinem os dois requisitos para conse- guir o controle ea validade interna: 1. Grupos de comparacio (manipulagao da variivel independente); 2. Equivaléncia dos grupos. Esses desenhos conseguem incluir uma ou mais varidveis independentes ¢ uma ou mais de- Pendentes. Também podem utilizar pré-tstes pds-testes para analisar a evolugao dos grupos an tes e depois do tratamento experimental Entao, nem todos os desenhos experimentais “puros” uti lizam pré-teste, embora o pés-teste seja realmente necessério para determinar os efeitos das condi- $08 experimentais (Wiersma ¢ Jurs, 2008). A seguir so mostrados vérios desenhos experimentais 1, Desenho s6 com pré-teste grupo controle see desenho inclui dois grupos: um recebe o tratamento experimental eo outro nao (grupo con- {role). Ou seja,a manipulacio da varidvel independentealcanga somente dois niveis presenga ea séncia. Os sueitos sio selecionados para os grupos de maneira aleat6ria. Quando conclui s man ulagao, os dois grupos passam por uma medicao sobre a varidvel dependente em estuco, ‘O desenho pode ser diagramado da seguinte maneira: RG, x 0 RG, 7 0; Nesse desenho,a tinica diferensa entre os grupos deve sera presenga-auséncia da variével in dlependente,Inicialmente eles sio equivalentes, para ter certeza de que durante 6 experimento ‘continue sendo (salvo pela presenga ou auséncia dessa manipulagdo) o experimentador deve toma Metodlogia de pesmuss 157 mento é realizado deve ser a mesma para ambos os grupos (ou ir misturando um sujeito de um gru- ;po.com um sujeito do outro grupo quando a participagao for individual), assim como as condi ‘Wiersma ¢ Jurs (2008) comentam que, de preferéncia, 0 pés-teste deve ser administrado ime- diatamente apés a conclusio do experimento, principalmente se a varidvel dependente tende a mu- dar com 0 passar do tempo, O pés-teste é aplicado de maneira simultinea para ambos os grupos. ‘feito da manipulacao. Se as duas diferirem significativamente!' (0, + 0,), isso nos indica que o tra- jamento teve um efeito que deve ser considerado. Portanto, a hipétese de diferenga entre geupos & ‘aceita, Se nto houver diferengas (0; = 0,), isso indica que nao houve um efeito significativo do tra- tamento experimental (X). Nesse caso, a hipétese nula é aceita, um método educativo que facilita a autonomia do aluno, e se o pesquisador formula a hipétese de {que aumenta a aprendizagem, cabe esperar que o nivel de aprendizagem do grupo experimental, ‘Outras vezes se espera que 0; seja menor do que 03. Por exemplo, se o tratamento experimen- ‘perimental deverd ser menor que o do grupo controle: 0,< 0). Mas se 0, e 0, forem iguais, significa {que esse programa nao reduz o preconceito. As vezes também pode acontecer de os resultados irem contra a hipstese, Por exemplo, no caso do preconceito, se 0, for menor que 0, (0 nivel do precon- programa de televisio). (Os testes estatisticos, que costumam ser utilizados nesse desenho e em outros que serio revi- sados a seguir, esto incluides no Capitulo 10 “Anélise dos dados quantitativos”e no Capitulo 8 do CD: “Anilisis estadistico: segunda parte”. do utilizados dois ou mais tratamentos experimentais. Os participantes dos grupos sao seleciona- ‘Seu formato geral seria:!? RG, x 0, RG, X% op RG; x 6, RG, x ‘ RG = Os Observe que o tiltimo grupo nao se expde a varidvel independente: é 0 grupo controle. Se no {emos o grupo controle, desenho pode ser chamado de “desenho com grupos de selegao aleat6ria € tinico pos-teste” (Wiersma ¢ Jurs, 2008). No desenho com um pés-testee grtipo controle, assim como em stas possiveis variagdes € ex- tensdes, conseguimos controlar todas as fontes de invalidagao interna, A administragao de testes nao aparece porque nao ha pré-teste. A instabilidade nao afeta porque os componentes do expe ‘mento sio 0s mesmos para todos os grupos (exceto a manipulagio ou os tratamentos experimen- tais), nem a instrumentagéo porque ¢ 0 mesmo pés-teste para todos, nem a maturagao porque a se- legao é por sorteio (p. ex. se houver cinco sujeitos em um grupo que se cansam facilmente, haverd {antos outros em um grupo ou outros grupos), nem a regressio estatistica, porque se um grupo est regressando a seu estado normal, o outro ou outros também. A selegao também nao é um proble- ‘ma, pois, se ha sujeitos atipicos em um grupo, no outro ou outros também haverd sujeitos atipicos, ‘Tudo é compensado. As diferencas podem ser atribuidas a manipulagao da varidvel independente ¢ a 158, Hemindez Sampie, Fernindez Collada & Baptista Lucio nao ao fato de os sujeitos serem atipicos, pois a selegao aleatéria torna os grupos equivalentes nesse fator. Desse modo, se nos dois grupos houvesse somente pessoas muito inteligentes ea varidvel in- dependente fosse o método de ensino, a diferengas nas aprendizagens seriam atribuidas a0 méto, do e nao a inteligencia. A mortaidade nao afeta, pois, como os grupos sio equipariveis, 0 mimero de pessoas que abandonam cada grupo tender a ser o mesmo, salvo que as condigdes experimen. {ais tenham algo especial que faga com que os sujeitos abandonem o experimento; por exemplo, que as condigdes sejam ameacacloras para os participantes e, nesse caso, situagio é detectada, ana lisada a fando e corrigida. De qualquer modo, o experimentador tem controle sobre asituagio, por. ‘que sabe que tudo ¢ igual para os grupos, com excego do tratamento experimental, Outras interagoes também nao podem afetar os resultados, porque se a selecao & controlada, suas interagdes fncionam de modo similar em todos os geupos. Além disso, a historia pode sey controlada se tomarmos o cuidado de que nenhum acontecimento afete somente um grupo. E se0 evento ocorrer em todos os grupos, mesmo que afete faré da mesma maneira em todos eles, Em sintese, que influencia em um grupo também ird influenciar de maneira equivalente nos demais, Esse raciocinio se aplica a todos os desenhos experimentais “puros’, Exemplo Do desenho com um pés-teste, varios grupos e um controle: (Um pesquisadorrealiza um experimento para analisar como o tipo de lideranga do supervisor influencia a produtiviade dos trabalhadores, Pergunta de pesquisa: “O tipo de ideranga exercida pelos supervisores de produgSo em uma montadora influenca a produtivdade dos trabalhadores dessa rea?” Hipstese de pesquisa: “Diterentes tipos de ideranca exercida pelos supervisors terdo efeitos diferen- tes na produtivdade”, Noventa trablhadores da linha de producéo da montadara so selecionadios por sorteio para ts con {igdes experimentais: 1} 30 trabathadoresreaizam uma tarefa sob o comand de um supervisor autor, 2} 90 executam @ tarefa sob 0 comando de um supervisor democrético, 3} 30 efetuam a tarefa sob o amanda de um Supervisor laissez-faire (que ndo supervsiona diretamente,néo exerce press8o e& permis sivo). Por éltimo, mais 30 so selecionados de forma aleatria para 0 grupo controle em que nfo hé super visor. No total, 80 120 trabalhadores, ‘So formados grypos de 10 trabalhsdores para o desempenho da tarefa (montar um sistema de algas (4 cabes para automévels).Portanto, haverd 12 grupos de trabalho divdidos em tds tratamentos exper ‘ments & um grupo controle. tara & a mesma para todos eos instrumentos de trabalho também, assim como 0 ambient fisico (iluminagéo, temperatura, et.) As instrusdes so idéntcas. Fram prenarados ts supervisores (desconhacidos de todos os trabalhadores patcipantes) para que exercam os trés papsis (democttico,autoritro ¢ lassez-far). Os supervises foram dlstrbuldos entre 08 horérios por sors, Autotéo Democrética Lasser fare AO sujetos 10 suits 10 sujeitos 1000- 14:00h —18:00419; 10:00+ Segunda Segundo fie Tercatirs | Supervisor 2 tabaiha com. 10 sujetos 10 sujetos 10 sujeitos BESS 1500-1900 10:00-14:00h 10:00-14:00 h © x ‘Sequndateira Torgatora Sogundsteira ‘Supervisor 3 tabalha com... 10 sujeitos 10 sujotos 10 sujios 10:00-14:00h ——_10%00-14:00 15:00-19:00 Terca:tera Segunda fora Sequnde-oira Metodologie de pesquisa 159) : 1O-sujetos, = T suetos. “Weijetos SS ———- 1000-14:00h —15:001900h 10100-1800» ! Sequnde-fera —_Segunde eva Tergetere Se observarmeos bem, os tés supervisoresinteragem om todas as condipseslexercem os ts padi isso para evtar que aparéncia sic ou a porsonalidade do supervisor aete os reautedos. st &, se um supervisor for mais “carismatico" do que os demas @influenciar na podutividade, su influbncia se daré nos ts grupos, O harério esté contolado, pois os tts papéis so aplicados em todas as hores em que o experiment 4 realizado Isto 6, as tis condigdes sempre s30 realizadas deforma simultane. Esse exemplo poderia ser ‘esquematizado da seguinte maneira: AG, ——_X; {supervisio com papel autrittio) Os, FG; Xp (supervsio com papel democrético) 0, ComparapSes. AG; Xs (supervisso com papal issez fie) 0, em produtividade AG, (sem superviséo) 2. Desenho com um pés-teste e grupo controle isse desenho incorpora a administragao de pré-testes para os grupos que compéem o experimento, (0s participantes dos grupos sio selecionados por sorteio, depois o pré-teste é aplicado simultanea- mente; um grupo recebe o tratamento experimental e outro nao (€0 grupo controle); por iltimo, ad- ‘ministramos a eles também simultaneamente, um pos-teste, O desenho seria diagramado assim: RG, 0, x 0» : RG, 05 04 A adigao do teste prévio oferece duas vantagens: a primeira & que suas pontuagdes servem para ‘controle no experimento, pois ao compararmos os pré-testes dos grupos estamos avaliando quo i adequada foi a selesao aleatoria, que é conveniente com grupos pequenos, Em grupos grandes, a té- ica de distribuigao aleatsria funciona, mas quando temos grupos de 15 pessoas no temos muito Para avaliar 0 quanto a selegdo por sorteio funcionou. A segunda vantagem é que ele permite analisar © ganho de pontos de cada grupo (a diferenga entre as pontuagies do pré-testee do ps-test). © desenho elimina 0 impacto de todas as fontes de invalicagao interna pelas mesmas razGes apresentadas no desenho anterior (desenho com um pré-teste e grupo controle). Fa aplicagio de testes esti controlada, porque se o pré-teste afetar as pontuagdes do ps-testeo far da mesma ma- Aeita em ambos os grupos. O que influencia um grupo deverd afetar da mesma maneira o outro, Para manter a equivaléncia entre ambos. Em alguns casos, para nao repetir exatamente 0 mesmo teste, sio desenvolvidas duas versbes dele que sejam equivalentes (que produzam 0s mesmos resultados)."” A histéria écontrolada quan- do se toma cuidado para que nenhum acontecimento afete apenas um grupo. E possivel ampliar esse desenho para incluir mais de dois grupos, que seria diagramado de ‘uma maneira geral do seguinte modo: RG, 0, Maseee 0) RG 0% % % GR & % % RG Or Xe Oe RG Oxy Oras) AGO __Heiminder Samper, Ferdnder Colado & Baptista Lucio ‘Temos diversos tratamentos experimentais ¢ um grupo controle, Se este for excluido, 0 dese. inho ira se chamar “desenho de pré-teste/pés-teste com grupos distribuidos aleatoriamente” (Si ‘mon, 1985), Exemplo Do desenho de pré-teste/pés-teste com grupo controle (Um pesauisador quer analisar efeito de utiizar um DVD didético com cangies para ensinar hébitos de higiene para criancas de 4 § anos, Pergunta de pesquisa: “Ser que 0s DVDs diditicos com canges s80 mais efetivos para ensina hdbitos ‘de higione pars as crangas de 4 a 5 anos se comparados com autros métodos taccionas de ensino?" Hipétese de pesquisa: “Os DVDs aldsticos séo um método mais efetivo de ensino de habits dehigiene sta as ctangas de 4a 5 anos do que a explcagso verbal eos liviosimpressos". Com crancas de 4 a § anos foram selecionadas por sortelo para quatto grupos: 1. um grupo recebers instrugso sobre habitos de higiene com um DVD com caricaturas ¢ anges com 30 minutos de duraeao; 2. outro grupo receberd explicades sobre habitos de higione de uma professora instuida para isso, 0 tempo seré de 30 minutos e perguntas no serdo permitidas; 5. 6 tereio grupo leré um livra infantiistrado com expicacdes sobre hibits de higine (a publespo foi pensada para que uma crianga comum de 4 8 5 anos a leia em 30 minutos 4. © grupo controle assstré © DVD sobre outro teme durante 30 minutos. Os grupos permanecerdo simutneamente em quatro sas de aula, Todas as explicacées (DVD, instru ‘so orale vol conterdo a mesma informagdo eas instrucdes so padronizades, ‘Aotes de inciar 0 tratamento experimental, serd apicado um teste para todos os grupos sobre conhe- , 4, Fesuitado: 0; = 0s = 05 = 07 60; = 0, = Og = Og: mas Oy, 05,05 €0> < Oz, Os, Op @ Os Intorpretacdo: ndo existem efeitos dos tratamentos experiments, mas um possive feito de sensibil- ago do pré-teste ou de maturagdo em todos os grupos (ole é igual eesté sob contol) 3. Desenho de quatro grupos, de Solomon Solomon (1949) descreveu um desenho que era a mescla dos dois anteriores (desenho com um pés- este ¢ grupo controle mais desenho de pré-teste/pds-teste com grupo controle). A soma desses dois desenhos cria quatro grupos: dois experimentais e dois controle, os primciros recebem o mes- ‘mo tratamento experimental ¢ 0s segundos nao recebem tratamento. O pré-teste é aplicado apenas ‘para um dos grupos experimentais e um dos grupos controle; para os outros grupos se aplica 0 pés- =leste. Os participantes sio selecionados de forma aleatoria, O desenho é diagramado assim: RG, x RG: % — “& . Rage ae eter ge RG — = . 0 0 desenho original inclui somente quatro grupos ¢ um tratamento experimental. Os efeitos sio determinados comparando os quatro pés-testes. Os grupos um e trés sio experimentais, ¢ 08 grupos dois e quatro sio controle. ‘A vantagem desse desenho & que o experimentador tem a possibilidade de verficar os possi- ‘eis efeitos do pré-teste sobre o pés-teste, porque para alguns grupos se aplica um teste prévio e Para outros nao, E provivel que o pré-teste afete 0 pos-teste ou que aquele interaja com o tratamen- {to experimental, Por exemplo, com médias de uma variavel determinada poderiamos encontrar ‘que mostra a Tabela 7.3: TABELA 7.3 __Exemplo de efeito de pré-teste no desenho de Solomon ‘Teoricamente, 0; deveria ser igual a 05, porque ambos os grupos receberam o mesmo trata- ‘mento; do mesmo modo, 0, ¢ 0g deveriam ter 0 mesmo valor, porque nenhum recebeu estimulo ex- perimental, Mas se 0; # 0; € 0, # 0g entao qual éa nica diferenga entre 0; ¢0;,€ entre 0; € 05? A Tesposta ¢ 0 pré-teste. As diferencas podem ser atribuidas a um efeito do pré-teste (0 pré-teste ai 8¢, aproximadamente,trés pontos e 0 tratamento experimental trés pontos também, um pouco 'mais ou um pouco menos). Vamos ver isso esquematicamente: Metodologia de pesquisa 1G2_Heréndex Sampior, Fendnder Coad & Baptista Lucio SERIE CRONOLOGICA Desenho que a0 longo do tempo realiza varias observagdes ou medicées sobre uma ou mais variéveis, sendo ou ‘no experimental (ver Capitulo 5 do CD anexo}. € Ganho com pré-teste ¢ tratamento = 6 Ganho com pré-teste ¢ sem tratamento = 2,9 (quase 3) mo a técnica de distribuigdo aleatéria torna os grupos eq) pre-test tlverfosse proxima de oito para todos se tivesse sido aplicada para os quatto grupos. _Suposto ganho” (suposto porque ndo houve pre-test) do terceiro grupo, com tratamento'c sem Dré-testes,¢ de tres. Eo “suposto ganho”(suposto porque também nao houve pré-tste) do query ‘grupo € nulo ou inexistente (zero) {sso indica que quando ha pré-teste eestimulo podemos obter a pontuagao méxima de M4 se ha somente pré-teste ou estimulo a pontuagao é de 11, quando nao ha nem pré-teste nem exh 0 € 8 (qualifcagdo que todos devem ter inicialmente por causa da selegio por sorteio), Poderiamos ter um resultado como o da Tabela 7.1. Ness caso 0 pré-teste no afeta (veja a compa, Faso entre 0, €0,), mas o estimulo sim (compare 0; com 0,); mas quando o estimulo o4 tratemmen, {0 8¢ une ao pré-teste podemos observar um efeito importante (compare 0, com 03), um efeite de interagao entre o tratamento e o pré-teste, 0 desenho de Solomon controla todas a «que foram explicadas em desenhos: lentes no inicio, a média do s fontes de invalidagao interna pelas mesmas racdes “puros” anteriores. aplicagdo de testes é suubmetida a uma ani lise rigorosa, TABELA 7.4 Exemplo do efeito de interacao entre o pré-teste e o estimulo no desenho de Solomon FG, = 79 oe O= 14 AG: 0-8 = = 81 AG, iS x = 11 AG, - - : = 79 4. Desenhos experimentais de séries cronolégicas miiltiplas Os tes desenhos experimentais comentados serve essencialmente para analisa efeitos imediatos outa curto prazo. As vezes,o interesse do experimentador éanalisar efeitos a médio ou longo prazo, Porque tem bases para supor que a influéncia da variavel independente na dependente demote ase manifestar, Por exemplo, programas de difusio de inovagdes, métodos educati- vos, modelos de treinamento ou estratégias dls psicoterapias, E,outras vezes,o que estamos buscando €avaliar a evolugao do efeito no cur- to, médio ¢ longo prazo (e nao s60 resultado). E também, as vezes, uma tinica api por, : uisador esté centrado na validade, no rigor e no controle da situagdo de pesquisa. Além disso, a 3 ene Bag dos dados é fundamental para seating os objetvos de conhecimente Soman Feuer, Towe e Shavelson (2002), sua finalidade ¢ estima cfeitos causal, [J SIMBOLOGIA DOs DESENHOS com EMPARELHAMENTO EM VEZ DE SELECAO POR SORTEIO exemplo: BG, XX, Oy EG X, Oy BG = oy

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