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alteridade e pluralidade Pam compreender as: elagies fentcc-tahil devemos, antes de tudo, aprofundar’a discussao a esse respeito, clarificando os ~ conceitos relacionados, Melhor dizendo, é preciso compreen- der a origem das diferencas e das desigualdades, o sentido da diversidade, suas implicacées e a funcdo.da alteridade como moeda de troca fundamental e antidoto contra posturas e pra- ticas etnocéntricas, Eis ai um grande emaranhado de conceitos, aos quais ainda se somam os termos pluralidade.e identidade, Ao nos utilizarmos do termo diversidade, referimo-nos a quali- dade daquilo que é diverso, diferente ou variado. Nas cié sociais, essetermoencontra correspondéncia cortt 0s conceltos, "de aheridade' dliferéngn e dessemelhanga. £, poréin, mais gené: i em sdpargdlou com os trés ao mesmo tempo. | i | dbsefve qu aepeciaiide em que vivemos, 40 prevalecet ri ht He he | ajfere CAS) admitea slieridade, acentuando a deliver | eevidencig ido aldiversidade. ‘ i ‘ A alwriddde ailota comp princ ‘pioa necessifade ede gonbiecerinos, Set ge PM age CARAT TEM HIgh pun cdxmeltins carapace cate | | caseemseus tla fiesseunlira beri, fj : adotamos 6 que aalitropologia vel veld) chamarde relativismo | q cultural”. Quando | esse principio | ‘nao @ incorporado nas rela ' qdes sociais, podemos:ampliar situacbes de conflito, | Para que possamos compreender os efeitos! mentos quando o principio da al vejamos 0 texto a sept, i dade nao ¢considerado, Anossa cendéncing clei oo pelo professor Paks Freire, é fundadal tessa condepcao. Gers fessor ensina eo aluno aprende. £ evidente que nibs sabéimos algumias coisas ¢, aqueles que nao foram Aescola, ‘albiems outs (he Tantas, fe ragas a essa a camplementacig rivemos a a if t sia com RD. pobel nab: L. Passa fsa e ace wife Ca ior, no eimos équiti- | ‘ i’ sane distintos, por meio das Ea odiferenteouo variado, margi- desviante, incomum e/ou estranho. E ma. dimensao dialética que Hou Sujeito-,e sim passive] Hit A et vee EP Pye aT te et ae iach bes, to necerstirias’t boa convivéncia social. £ go desenvolvimento ¢a evolucio da linguagem oral |p considerados como os principais responsiveis pelo das atividades cooperativistas ¢ pelo desenvolvime! niicleos familiares ede comunidades (Guerreiro, 2007), Quando pensamos em uma comunidade, referimo-nos a estado comum, que indica paridade, comunhdo e identidade, ou, ainda,aumagrupamento social caracterizado pela coesioe baseado no consenso espontaneo dos individuos. Comunidades podem ser observadas em unidades sociais varidveis, tais como aldeias, conjuntos habitacionais, vizinhangas e até mesmo comunidades internacionais. Em outras palavras, define-se comunidade como um grupo de pessoas, dentro de uma 4rea geografica limitada, que interagem em instituigdes comuns € possuem um senso de interdependéncia e integragao. Contudo, uma comunidade nao se estabelece apenas por meio de nao se identificarem como participes da; nao existe. f importante observarmos que 0 que nos une € condic4o de pertencentes a um grupo, ‘sim o sentimento que une, integra e identifica os ele: grupo. Os lacos que integram cada um das sujeitos lanto socipecondmic: Nesse quadro, og intenesse; ‘sho emipre superiorgs aos interesses a ’ : 1996) |) i ii cando-se uns aos outros; quando isso acontece, os objetivos do | grupo prevalecem, inibindoa acio individualistadeseusmem- bros. £ implicito aos seus participes o senso de compartilha- — mento de vantagens entre'os membros, independentemente do talento ou da importincia de cada um deles (Bauman, 2005). Comunidade é uma entidade simbélica, sem pardimetros fixos, pois existe em relacdoe oposicao a outras comunidades observa- das; um sistema de valores eum cédigo de moral que proporcio- nam aos seus membros um senso de identidade. [..] A dicotomia comunidade-associagao pode ser ligada a contrastantes con- cepcées politicas de sociedades -como uma livre associacao de individuos em competigio (visio liberal/hobbesiana) ou como spende dos meiosde linguagem ede comunicagio estabele: “hogs observa eC somos, capes demos comuni- Desse: odo, a interagao humana dentro de uma ¢omunidade mmacoes que mene ou naoser “a soto \ I coniunicar éo oorttiit, tal como, ai (097.p.66), ao el asennon an um mundo: cultura: tendo sido ela construfdo, contribuimos para a sua construgio.e refitimulicio.'A cultua esté diretamente relacionada com # nos#a eapac dé nos adaptarmos 20 melo em que vivemos, bem comé nos diferencia de outros vm animais. i wf yi" Acondicdo humana é mareada pela eapatidade quepossuimosde construir regras e normas rials aitonvivéncia em gru- pos e de transformar anatureza, ¢ la retirando o que neces- sitamos para sobreviver: Na qualidade de,séres culturais por exceléncia, adaptamo-nos auma diversidade de nichos ecoldgicos. De acordo coma biologia, éntende-se por nichos ecolégicos.as condigies fisicas, biologicas eambientais que um ser vivo necessita para crescer, sobreviver ¢ veproduzir. Devido a nossa plasticidade, para a sobrevivéncia,formamos comunidades desde equador até os polos gedgraficos, desde as Tegides torridas nih icas de 50°C atéas pélidas atmos- feras siberianas, ise Articals) desde o nivel do tndir até altimdes «dey depo poy fii fie fe mmo para biolo; te cultural: se quiser- ; shi es iy ! aioe Wy ) Hi f Wf, Mh Hi iy if iM Hi, ‘ AN , mente ee pedo they te detrubnbian pag wregeas, Il , Convivendo em grupos! defini ESvteaghins de regras que delimitam nossos pensaméntos e fiogsas acées, determinando assim nossos modosde vida! Ou, como cothenta Peter Berger’, nosso comportamento é resultante da inaneira como organi- zamos as relacées sociais/e das regras de conduta e valores por nés determinados, considerados como elementos funda- mentais para a tere da vida social, sConpoagiene politica (Berger, 1986). f Nossa ide ntidade social ¢ éa propria realidade 330 velicigtes por meio das rel; des sociais que estabelecemds com Os outros, é econ: ‘anatureza. Como ae prance cide ‘doing gieidhtos ou otukshdoe snftrbe: ‘ \ stambém ati pve ‘mamos ao grupo o quenos diferencia de delimitar o verritério (por nés mo assim como infor- identidade pessoal) 0 que nos torha contiins em relactio aos outros (identidade de grupo) — no sentidd dado pelo sociélogo Emile Durkheim (citado por Quintaneito, 2002, p.69), podemos distinguiressas categorias como consciéncia individual ¢consciéncia coletiva, respectivamente. Esses conceitos sio tao relevantes paraa compreensao da construcao das regras s sociais, e das causas da aceitacao ou da discriminacao do outro, do diferente, que, embora ja os tenhamos visto em outras situagdes € contextos de nossa formacao, vale a pena aqui i it ‘Entendemos HBr’ sppnecitingla individual o modo que: contramos para hos os nterpretar a vida. Ace ja indi- rs aceito, coletiva confunde-se com o todo da 86 com a sua formacio, Assim, as ideias, |pensamento ¢ o com- portamento social sao construidos pelaconcnl coletiva. A sociedade constitui-se por um todo, que nada mais ¢ do que a somatéria de cada uma das partes, ainda que distinto de cada uma delas. A consciéncia coletiva, conjunto de crengas e sentimentos comuns a todos os sujeitos integrantes de um grupo e de uma sociedade, forma um sistema com vida propria, capaz deexercer uma forca coercitiva que :normatiza aconduta social. £ importante observar que aconsciéncia letiva existe além de nés mesmos e nos controla, determinando jnossas acdes e, em altima instancia, o comportamento da coletividade. Com a finalidade de afirmarmos nossa ideptidade: pessoa), des- tecandiic aul nos diferencia dos demais, i inici: um t “ocupade e bela i /fortemente defin id a Ibantege os ts ‘80 tlic Sao Tes: : enléncia que se foie lo H 3 i eens |prépriomome. Todas entes categorias ‘ou incapazes, normais ow nei E todas elas possuem formas individuo de uma. categotia pari para pessoa mee de con! contra a sua vontade, i nas cal boradas de movimentar o tra « mo de pessoa doente ssoas ~ algumas vezes em que ea enqua- . 0 filtro, tro : cic t eure pela yarraaiciatciet) roma peeesanat te dliferenciadas de score cot ts necepsidades dé cada jets ‘ Tomaz Tadeu da Silva comenta, cn eharips besiege social da Identidade eda dferenet qe ns concep sos termos identidade e diferenga eto deta com 0 modo como as: sociedades humianas produzem ese utl- lizam das classificacées. Segundo esse atitor, asclassificagées sho construidas sob o ponto de wista da ideritidade. Para ele, “dividir e classificar significa, neste taso, também hierarqui- zar. Deter o privilégio de classificar significa também deter © privilégio de atribuir diferentes valores ads grupos assim classificados” (Silva, 2013). Na concepcao do antropélogo e educador Carlos Rodrigues Brandao, o reconhecimento das diferencas se da por:meio da consciéncia da alteridade. Para o autor, o diferente, ao- mesmo tempo em que atrai, também atemoriza +.em'razao, disto, carece de traducao (Brando, 1986, p. 7). ; O respeito 4 alteridade traz como compromisso a’ necessi¢ ja de nos colocarmos no lugar do outro, do diferente, ‘com, ele estabelecendo uma relacio baseada no didlogoe, no respeito, Resumidamente, nossos comportamentos, nossas crengas-e.n0ssos. | jufzos em sociedadé também sao determinados por divérsos fatores, ¢ dentre os quais se. destacam, como aponta Helman (2003): hy ; Nivel individual ~Jidade, enero, taimianho, aparéncia, perso: |. malidade, inteligéncia, experié cia, estado fisicoe emocional, hee aera, da ec : i 1 ‘também ‘bein como ¢ ts éretiadepopunclanl pounds habe mB ater e sua identidade Pensando nos conceitos de diversidade, alterid “vamos analisar brevemente a construgao. de, Ne { ferniinidadeem peripeciva— a sociedade brasile tnignoed rable ee ; o'conhecimento sobré tet n F { {Povos Indigends no brasil ‘20k iy a Os primeiros contatos a : outras etnias he i portanto, absetvar vo brasileiro Sa HE c 45 Ramarrama ‘As linguas maeadas com atterisco ") nao s20 maze faladas. Entre paren segaida, a gio onde ah fe 47h i We. A despeito di diversidade cultural e sociolinguistica pretente \ grantes do grupo Topi, os indigenas contatados: { Silvan portugueses, e durante o broadside catequi 0 gagie, iacornacradn odeus tupi, crendo em Tupa, divindade a My ‘poves indigenas.\ que aqui habitayam em comunidades tradi- | iis SNE clonais, ganha uma’ nova) identidade Paks aser chamada a I , ; \\ ws a WN a ay teri atin et iy pela necessidade sentida pelos colonizadoites de identificaros | \ comercianites de pau-brasil, Como sabemo#, 0 descobrimento do Brasil ¢ decorrente da expansiio maritima europeia,na | transi¢do do feudalismo para o capitalismo, Coma chegada do “estranho",'do colonizador, oterrit6rio ocupado por aproximadamente 150 povos distintos ganha um tnico nome, € as comunidades ditas primitivus modificam-se com Durante muito tempo, aprendemos na escola que os indios eram exchusivamente do tronco Se nue eae em Tupi, derar que, com identidades eculturas di: no Brasil 1.43 povos. Alguns deles ainda ditas primitivas. Julio Cesar Melatti (1987, p. 16), na obra In reve 0 movie como op porn indi na ficou gravida, Tada ver tomay banbo roxiind da aldeia,'seu filh da nad havia | em apimais, lira vez ae ventre | nuit dia omenino | oe em!) otiveram aucesdo, Una ven, placid, Heérou io alto ie um motiro¢lempurrou-c tes mo abismno! | O mmenitio, virou folli seca ¢ foi caindo devagarinho| | voltando ‘sto salvo para a aldela.Até que 0 av6ir fazer. "uma grande fgtueira enela atirélo. Dias depols, quando fol 20 | Jocal do,assassitiato para recolheras cinzas dormenino,achotilé ‘uma casa grande de fazenda, com bois e outros animals domés- tices: Auké nighavia morrido, ins sim transformara-senoppri- meiro homem eivilizado, Auikf ordenou, entio, aoav6, que fosse Duscar os outros habitantes dalsdeia. E eles vieram. Quando ‘Aulké 0s fez escolher entre a ¢spingarda eo arto, os indios fica ram com medo|de usar a primeira, preferindo 0 segundo. Por terem preferidoo arco, 08 {dios petmaneceriin como indios, Se tivessem escothido a espingarda, teriam se transformado em civilizados, Auké chorou ‘com pena dos indios nap terem escolhido a civilizacao, ! ee a Essa passagem do mito dos Timbira é um exete que nos mos- tra que o estranhamento em relacao ao outro esta presente em cada cultura, em cada contexto social. ecessidade de ¢ 4o do outro e das diferencas cull ais nos leva a explicacdes que, mesmo parecendo sem sao para alguns, iss iu troem em seu fieaee ji d i Ay ia id vif} Pete eas processo de estranbamentos emire Sicid sbclado a sp meme sanpu daduide Ori dahil Comm nen deo cee tneiee nite Etnocentrismo Somos individuos timicos.¢ ti igke ‘mesmo tempo. Por esse motivo, e a despeito de nossa individualidade, buscamos nos identificar com outros, reconhecendo valores, regras e padrées comuns. Esse movimento antag@nico acaba por gerar visdes preconceituosas em relacao ao outro, o diferente. Essa visao equivocada e etnocéntrica’ encontra-se atrelada aos valores de um dnico padrao socialmente adotado como modelo,como unidade de medida. rh O pensamento etnocéntrico é responsavel pela adocdo de um padrao de comportamento que leva o sujeito a desconsiderar a logica) do fuingionamento de outras culturas, diferentes da » sua propria, Os padrées culturais de nossa sociedade, de nosso ‘grupo, ephditionaln; nos de tal modo que acabamos por: fons: tui) juizo’, de valor sobre tudo o que for diferente. etndgetigiine | € inet pe le intolerancia € =o ene e culruras,¢ r com 0 avanco dai't Também podemos afitmar queo pensamento ¢tnocéntrico 60 antidoto que neutisiliza 0 comportamento qué busca a alteri- dade, visto que nd respeita a diferencga oad faz uso apenas para diseriminar diferente, 0 estrangelro, Hh u Precisamos ter claro que o etnocentrismo é uri fenémeno obser- vavel em qualquer sociedade, nao sendo caracteristica deste ou daquele grupo em particular. Por meio dele, os valores culturais de um povo passam a seciitilizados como parametros para a produgao de juizos devalor acerca dos mados de vida dos deiiiais povos. Tornados absolutos, dem a ser naturalizados e, como cansequéng uma avaliacao das diferengas centradas no obsérvador, tomade.como ponto de vista un! “dondocas", \ mbes ete feonhectmensef am I | “sbet" based ttn iat ne forma adiferenga pure simplesinum juizo de valor perigost. mente emocéntrico, aha ba Wi \ ih ‘Tomemos como relent ahistoria ro Qs primeiros om. tatos entre o colonizador’ eas sociédadey indigenas que aqui viviam foram descritos por Pero Vaz de Caminha’ em sua célebre Carta, ae one dias Gimonenamuturtinus urate | sobrepente, de'tioa grandura.e rapados até por cima das orelhas, " E.um deles trazia por baixo da solapa, de fonte a fonte para detras, uma espécie de cabeleira de penas déave amarelas, que seria do comprimento de um coto, mui basta e mui cerrada, que The cobria o toutico e as orelhas, E andava pegada aos cabelos, penae pena, com uma confei¢iio brandacomo cera (mas noo era), de maneira que a cabeleira ficava muiredonda e mui basta, e mui igual, e nao fazia mingua mais lavagem para a levantar. [..] Acenderam-se tochas, Entraram. Mas no fizeram sinal de corte- sia, nem de falar a0 Capitio nem aninguém, Porém um deles pos olho no colar do Capitao, e comecou de acenar com a mao para aterrae depois para o colar, como que nos dizendo que alihavia ‘ouro. Também olhou para um castical de prata e assim mesmo acenava para a terra e novamente para 0 castical como se 1a também houvesse prata, Mostraram-hes um papagaio pardo que o Capitio'traz consigo; tomaram-no logo na niaoe acenaram para a terra, como quem diz que os havia ali. Mostraram-lhes um carneito; nao fizeram caso. Mostraram-Ihes uma galinha, : quase tivetam medo dela: nao lhe queriam pér a mio; e depois a tlomaram camo que espantados, Deram-thes ali de comer: pao mel e figos passados. Néo quise- ram comer quase nada daquilo; ¢, se alguma coisa provaram, logo a tancaram fora, Trouxeram-Ihes vinho numa taca; mal the puserama boca; no gostaram nada, nem quiseram Trouxeram-lhes a tH fomaram nahoca esgem, folgow mult spose | acai do ‘como dizendo que dariam out “+ Iste tormdvames nds assim por assim © deceformen: i sacle ria diver que levaria as contas ¢ mais'o colar, isto néo 0 queriamos ‘nds anntender, porque nio tho haviemos de dar. E depois tornou as) contas a quem thas dera, Entio estiraram-se de costas na alea-, tifa, a dormix, kom buscarem manera de cobrirem suas vergo- nhas, as quais: nao eram fanadas; ¢ as cabeleiras delas estavam bem rapadas ¢ feitas.O Capirao lhes mandou pér por baixo das cabegas seus doxins; e o da cabeleira esforcava-se por ndo a) quebrar. E langatam-lhes um manto por cima; ¢ eles consenti- ram, quedaram-se e dormiram. |..] No sabado pelamanhé, [..] fomos assim deifrecha direitos a praia. Ali acudiram| Jogo obra de duzentos homens, todos nus, e com areos ¢ Setag nas maos, Aqueles que nés levavamos acenara: m-Thes que se il pousassem os alicos; ¢ eles os pousaram, mas nad ke i sadavasiis entre bles 1rés. gu é ntis, com cabelos muita ror i Observa-se a curidsidade ¢ olestra \ dos desbravadores europeus em relacéo 4 Cultura deste! indigenasi Como €comum no contato entre poves diferentes, a curiosidade é substituida pelo preconceity. Nao vendo dominio da lingua por parte de indigenas'¢ etiropeus, a comunicacao se dé pela troca de olhares e gestos que, em root de sua subjetividade, podem confundir tanto aqueles que emitem a informacao quanto aqueles quea recebem.. A valorizagio dos costumes de um ero ‘0 desconhecimento acerca de habitos alimentares do povo regéti-contatado pode ser identificado no trecho que inicia com: " -Ihes ali de comer: pao € peix¢ cozido, confeitos, ae mel e\figos pas- sados [...]”. ‘lt Como se vé, os portugueses, na ansiade conju “politica de boa vizinhianca” com os povos indigenas, nao tivefam apreo- cupacdo de obserya-log, de conhece-los.e de identificar seus costumes. Tomiaraim por principio o que ocotre ‘mga aint, if f _emiituagoes, de contiito —oli seja, seus proprios, sifiores Egos 0s, 0 eontkado da cari taplibem cath perio jdlensificay ineehesse, || © ydnicial ‘dos, coli” que dij espito iF rig al ‘Merrait op urd a prati je | )/Obs iia los, ai lt ame, itp dgirech rad of. relatoy) ie it * alehal speebotrd ny A ol mgntaitlos, tad eat espe i se cjonoa hedliercwnedliceueah nia ; ‘proprios padrées de comportamento, : ceulturais do grupo contatado | =n Da mesma forma, se tivéssemos acesso genas, também em relagfo ao colontzador mos identificara presenga do pensaimento étnoeéntrico, Lilia Moritz comenta que og indios Urubt-Kaapor, que vive no Vale do Pindaré, no estado do Maranihio, explicam a existén- cia do grupo num de seus mitos de drigem. A palavra Kaapor, quando traduzida para ° portugues, corresponde a “seres da floresta”, ou “seres da mata’. Segundo 0s indios, “todos os homens vieram das madeiras. Todos. So. que, enquanto os Kaapor originaram-se das madeiras boas, ants homens (a humanidade, para eles) nascer: (Moritz; Pergira, 7996, p;18). Perspectiva s ae pode ser idea Kulina, que 5 mina Madi he uf tradi

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