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a , COLEGAO “ENSATO & THORIA" Dirigids por Lulz Ftipe Batta Neves © Tempo das Tribe; 9 decinio do tndividulims nas socledades de | 0 Jogo ¢ a Constituicdo do Sufeito na Dialética Social (Circe Navarro AS MASCARAS ‘ial we) DA Comportmento Contosnrl Sol; saa do hava aes! TOTALIDADE TOTALITARIA ‘e Skinner (Gen Pereira 658) Meméetas 60 Social (ens-Piere Jeudy) . ee Meméria ¢ produgio sociais } FORENSE-UNIVEE "Rio de aneico ot 38 PARA UMA TEORIA DA CARTA Notas de Pesputa 1 A carta constitul uma ambiaténcay @ a exterordade de uma interioridade. E alnga: ¢ a exbleto de ua invsbi Materiatza uma gama multo variada @ ampia de sentimentos pensamentos. & a carta, uma forma de tornar pice 0 peivado, fo lanear, na tciedade, @ Individues 2) A carta 6 a presenga de uma austncn, A carta, tadicio- faimente (funclonsimente), ¢ vista apense como uma forma de fomunieacto, Mas, ela pode comuniear uma flta, una distinc ‘Em principio, 0 dstinatario mo esta presente; @ cara assim, a relteraglo do wm afstamnento; 3) 0 que seria uma ‘istécin da carta’ quanto & sua ‘pute clade”? Bin que condbes spade, ou se deve, qubrar 0 ‘ogredo? faractersteo da carta? Quais as tnjungies morals, quale as formas de legltimitade possvels para a quebra do seqedo? 4 A carta algo do pesssal, ou, antes interpessnal, porque, fe fate, ela supse a existineia de um outro 0 destnatiri, ‘Accarta ¢ uma forma de comuneagio que exige dois restos ‘iferentes de enunciagdo/recepede (0 que nfo s0 Ga, por exe 8) No quadro historic: qual estatuto efetivo da cata coma forma social de eomunteagto. Enquanto énformando, como conv teria com comunicader ofits ss, Dulas? 1) No contexto Jesutleo do afeslo XVII elon, no Brass ss cserita ou lettra de carta era algo prevato em um quotiiana {Ho “antecipado’e exquadrinhado pela teorin Jeuttiea em Yoox? HHaveria uma ‘eutonomia’ da earta? Qual 8 mpartinela doe “toe e ecerta” no quotiiano? ke we ‘oe Pare mate Ramee ‘DA carta tem ume ‘geogratia miltipla para ter efieela ‘enquanto eomunicasta, elo menor — dove er “vllda™ (legis) fos pontas de emsaso ¢ nos de losura. Ito, quo. Pareee tina Dnalidade, assume Importineta particular nos momentos Dist ‘leoveulturais em que se expande o Oniente, A cacta pode se, fntdo, extremameste il como fonte de informacio sobre alte ‘dade, Tera que ser io mals detalhada quanto meno se conhe= ‘er do “local” (da geagrafia © dos “costumes” (da anteopologia); 4) Para um tratamento académico das carta, enquanto “tonte’ hstiien; ¢ preceo evitar especialmente cuss fades, ‘A primeira Identifiavia a ‘autorla’ da earta a uma ila de et feito ‘ivre ¢ tnstaurador de at. A segunda identifica carta a Perma, a realismo ou naturalismo, em um exercielo de expat ‘ecessia da arta do tadoimaginito (como to ert fon fonts fe deformanto e/oufatsidade histéiea 8) © campo a anailsar¢, quanto ao altima ponte, 0 ivers: ‘quis as rlagies entre 0 suposto tera-a-torra Go uma carta — ‘especiamento da uma carta que quer ter efiacie social, © nie fer apenas exprento da subjetivdade —e 0 Inaginadd o delle Ho, o teal, 0 fantastico, o sonhado; 10) Quanto & nosio do “poco”; 6 necessisio erftar ams ‘naturatizagio’ aa nogde. Dizer que carta 6 cna. forma de cenmunieagio interpersoal no basta; ¢ forgato investiga 0 que saver dizer “pessoa” em eada epoca extudace, Incisive para que ‘Bio ao peque per anacronisma, a0 contundl, por exemplo as ‘modernas acepi6es ocidntals de “indvidua” eam a de “pestoa” em outros periodes hire 11) A. propria nogio de Antoria dove ser euldadosamente fstudada para que ndo co confunda esta nopio — histareamente Stay ua Ewope cout cules tairaa ee eoearar "aa aura” eptlar, ) A Distorla — oa a teorla — aa carta deve considerar o ‘que Sime apontou como senda ua existénclatntemporal ¢ 0D 4etiva (ver: Simmel, 1676). Uma carta, na realldade, tanseende, por sua propria materialidade, a ‘voniade’ de quem a esrevea (Ga que podert ter diversas apropragdes por parte €o quem as leu) ¢ passa a ezcular em uma “area” que pode esapar — Sn tira ou pareatmente — do universo do remetanta, Alem #2 @¥, ‘As Bigs ne Torts Torseraih 1 segundo sua “vigtncln histrlea", poderd ser laa em tempat) © cultura) nteramente insuspeitados no momento da at brodusto/tetura “originals” Para Simmel, “(...) la lettre (.-) fst, blen plus que ta parle 1 lew der "ntepiétatons™ et dane des malentendus” (at lt, p, 280); 1) A carta vietiana, sera posco imaginé-la como “relate”. Pode ser apenas Iso, mas pode escapar inteiramente de uma ‘mera ‘comiinieto" ae situagbes "objetiva” ou do estadoe de evirto, Para Vieira, ela @ Instrumento de exdto, do eonguista fe lisdos, do dentnca, de ataguo a adveririos. A carta no se ‘encerra, Dols, com a dexpedidas a asipatura do remetente; ela Bretendo ter vida posterior @ tettura do destinatio pelas ecdes {inte aseer pater fou de. alance siglo) que 1) As cartas sto — de que medot — expressivas ae regres e reciprocidade (de correspondencia). Tmplia regres de. equl ‘ro; respostas (de que tip), rapldamente enviadas (ow ia), femtensas (ou no). A esto equbro formal eorrespondeta: Um fqulibrio de ‘contetdo’: a carta “poitias’ se dove. seopmndet fom eattas ‘politicas’? Ou: quais ax fortas de destematieagto 40 poltco (Gor exxmplo) asettvels (on fo) por quem ‘ea inicio 48) © que as cartas‘tuvorecem’ como tema? Ou; 1) uals 8 reoes ematleas preferencats, sepunds as regras da. pode 2) quais as sonas de que se pode — mas neo #0 deve fala 3) ‘uals as zonasInterditadas. Para uma etnografa da carta, parece {dlspensivel estabeleer: com quem $2 fala; de quem at fal; fomo se fala (de quem, do qv); 1) HA que investigar a cara enquants matertattad fenvelope?; hd — quando? — envelops(e)?); sor de tint; qual fade de tints; manera de ‘ocupar’ a folha (werificar a "obit eo" poasvel da fotha: espagos em branca, astdnela das tar= fens; ullaagio do verso; rasuras; transporia — quem as leva, ‘emo fo levades e entreguee)s 1 A duragto material da carta ve articula @ regras de eo ‘esto, preservagto, continuagso da meméria socal. Quais as que im ‘umm Pave nates Nem teern ser guardadss, muttadas ou destruldas; onde ae guardam ‘gua caras?; 18) Quanto 20 estatuto da carta: qual poder tem de falar pels posoa; de Faflcar seu nome, suas poszdes, suns agbes? Ih ieta ee aricula a questso da permantnci, da vigéncia itima ‘carta: la #6 poderia sor desmentida por cou autor (@ — em ‘aoe cireunstancias — por outra cata). A carta ‘dura’ enquanto ‘fo for leitimamente contradita, seja pelo modo acima expos, fel por ama verfensio Instrumentada por um e=perfo — em ano de divida quanto & aulenticidade, autora, eta 18) A carta ¢ uma unidade precarla, Tem espocticitades que tagem com que tena ma ‘resstncl’ A elasluplo e & Indeler- finagtn Mas, concomitantemente, ela se ‘encatza’ a oulras bes (de cartas e/0u outros eerii ou decarapies) materials fu epistmteas; 20) Ha stungbes epltolares espcials que — ainda que nto festudadss em detalne —servem para assinalet « varedade pos frei em tum. "ginero™ hableealmente visto como. monaiien. DDentre estas stuagoes: 1) carta a desconhedldo(s); 2) carta a st mesmo (ef. com 0 “dirlo"); 3) 0 carta a X (ndo importa (gee); 4) a carta “selada’ (que pode ser aberia em determl- ‘nada sitapto); 6) a ‘carta eberi’ (0 *piblco” toma conhect- mento quer antes, quer eoluldentemente, quer depois do desti- ‘atari este pode até mesmo nto tomar conhecimento — ate ‘o sentido fgurado a expressto): 21) Para a andlio antropolgica da carta — em expec para 8 compreensao do sua tnvergao no quotidiano — 6 decaia 4 andite das formas do tratamento, nominasio © interpenglo 22) 8 presto deanatoralizaro estudo epstolar em sua “forma material de andlise. Erm outros trmos: @ preciso levantar @ ana Isao conjunto (ou a uniade) de eartat segundo seus ‘modos do exponieao? ao albar do pastuisador:estio ‘editada’ (e, pols ‘uid’ em uma materlalidade outra quo a erginal)? Sun auto- a esta estabelecida? A que arguvas pertencem e como neles 96 {tegram (ou se recortam)? Histo em que “grau do tntegridade? fou ‘eontinuidade’ (edo em que estado de conservacto; estio Intelras; integram ‘séres integrals’ ou mutladas?); 20) A cronolopia da carta dove considerar seus ritmos (06 mteko @ de reroute); uns eondensagSes © estargamentos; 6s fnucoagoes, rarefapbes aléncos.

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