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A curiosidade do entender ) Delimitagao inicial do ‘campo de pes Posto para as criancas Colher a investigacao autnoma das eriancas relativa i representagio tri- dimensional, por meio de uma produc bidimensional, como o desenho. Com base nesse tema, procuramos um percurso projetual capaz de apoiar as investigagdes das criancas, divulgé-las, fazer nascer novas perguntas. Identificamos, como oportunidade inicial, uma série de pro- Postas grificas capazes de fazer surgir com maior clareza os problemas Tepresentativos relativos a contextos diferentes, como a brincadeira da ciranda, um jogo de bola, a brincadeira de roubar bandeira etc. squisa e identificacao do tema a ser pro- Identificacao de um contexto signficativo onde colocar o projeto Decidimos propor as criangas a realizaciio de um manual de brincadeiras ‘comas respectivas regras, em parte desenhado, para deixar como pre- sente (¢ meméria) para as criangas de 3 anos que vio entrar na escola. ‘Quesitos iniciais relativos ao tema identificado quanto as eriancas. as quais a proposta é direcionada, conseguem ter uma ideia préyia das dificuldades grdficas conceituais que encontrardo? Pedir previsdes sobre 0 desenho delas pode servir para as criangas foca- lizarem os problemas, permitindo enfrenté-los com maior consciéncia? 193 10 relativas as hipdteses verbais das cri Primeiras pistas de observacai « proposta? | ‘Quais sao as dificuldades que as criangas © Odesenho das figuras humanas? © Os diferentes pontos de vista com base nos 4 desenhadas para tornar a representacio clara * A distonia entre contexto tridimension ial € represe! Quantas criangas participam desse je Que tipo de articulagdo yerbal constroem? Com quais/escutas por parte dos colegas? Com quais interve ete? encontram na ais as ntagdo bidimens 10 de hipdtese pré No encontro da assembleia secio,a propostade expl mas brincadeiras € a8 SUAS os menores a r wat «que propdem modalidades comunicativasi ‘> com minimo esforgo: explicar as BrinGa nguanto brineam @, Bd parece interessars crianca diretas ¢ colocadas em acii Verbalmente ou ser filmado com a filmadora e ‘mente, mostrat as filmagens para as criangas de 3 anos ‘As solug6es propostas so todas inteligentes, mas, no final, por mig neBociacZo com as professoras, sio escolhidas luas: uma comun Videos de filmagens ¢ um manual escrito e desenhiado. (A primeira brincadeira proposta pelas criancas para scr contada € a Gy jporgue elas acham que é especialmente adequada para as eriancas des Giranda: identidade da brincadeira “Brincadeira de criancas que giram numa roda, s {antando uma cantiga de roda que comeca com as palavras ciranda cira (de O grande diciondrio Garzanti da lingua italiana). como se a ciranda das eriancas nio fosse um girar em volta de nad {eireundar com o seu giro um espaco que, se ndo contém nada, €, porém Me “ iitado feito, torna-se algo, gragas aquele girar em volta...” assim eser 05 fil6sofos Alessandro Dal Lago ¢ Pier Aldo Rovatti no manual Per | Raffactlo Cortina, 1993). ; "Esse girar em volta é uma brincadeira antiga, brincada, acreditamos, " maneira diferente, por quase todas as criangas do mundo; do ponto de ¥i “da representacao grafica ¢ muito complexo, ja que prevé a rotagao da’ Thumana (na frente, atrds, de perfil) em um espago circunscrito, delit pelas criancas que se seguram pela mao, EES TDOTT’)Q,)Q),)®S A curisidade do entender Metodologia da proposta Material rdfieo Variado,fothas de diferentes dimensdes; a proposta¢ feta Dita todas as criangas da segio, dando autonomia completa na formaciio dos Brupos, Pistas de observacao * Quais aproximacdies entre as riangas so escolhidas e por qué’ * Quanto-os problemas expressos no momento das hipsteses verbais voltam Para o da tepresentacao geréfica? E de que maneira? Sao resolvidos silen- elosamente, com perguntas? Para quem? * Quais didlogos? Quais influéncias? Autoavaliagdo e avaiacio Pata grupos de 4a 5 criangas, pedir comentarios sobre os desenhos realizados © 4 comparacao entre as previsdes verbais ¢ o desenho. (Os grupos sto formados levando-se em consideracdo sintonias comunicativas € diferentes solugdes griticas. Aiinienco € enfatizar e esclarecer o valor dos processos construtivos. Pistas de observagio: *® Quais sfio 0s aspectos que as criangas enfatizam mais? + Com quais modalidades de linguagem verbal? * Ha solugdes ersificas que as criangas preferem? Quais e por qué? * As solugses menos apreciadas so abandonadas ou defendidas pelo autor? ‘Com quais argumentacdes? Sao conservadas e voltaro a surgir em outras situagses? Essas so as anotagdes iniciais do projeto, escritas pelas professoras: desse Momento em diante, os capftulos posteriores focalizario o trabalho com as criangas. 195 Aciranda Aproposta envolve todas as criangas da seg0,masorelato Gque fazemos aqui € parcial relativo somente & representa. (Go grafica da ciranda de tréseriangas: Giulia, 4 anos e 19 meses; Leonardo, 5 anos e 6 meses; ¢ Giovanni, 5 anose 7 meses. Trata-se de um contexto em que as aprendizagens individuais das criangas so construfdas no interior e com a contribuigao do grupo. RS Ascriangas brincam de ciranda, falam de cirandas, preveem como pode ser representada graficamente uma ¢i desenham-na. ’ ‘Comegamos comparando as previsdes verbais e os desent individuais das trés criangas protagonistas do relato. Giovanni: E facil desenhar uma ciranda! Por desenhamos criancas com os rostos de frente ed pois... Nao todas como rosto, mas também de cost Giovanni parece ter as ideias claras: identifica lo a necessidade de desenhar criangas de frente, costas e de perfil. Esta é a ciranda desenhada Giovanni depois de ter previ verbalmente a sua represents que ele mesmo apresenta desta maneira: Desenhei uma ciranda diferente, com criangas com a.ca- beca para a frente. Giovanni é consciente da di renga entre as palavras ditas © representagio feita. Diferenca q parece querer tornar mais leve com adefinig&o de “ciranda diferente”, em que a diversidade pode incluir tantas coisas, até uma ciranda-fila. suriosidade do entender he Leonardo: Para mim é facil desenhar uma ciranda de criangas, porque se faz um redondo assim (traca-o no ar) depois as criancas... Depois... Feito! redondo parece, para Leo, a forma da repre- sentag Uma vez terminado o desenho, muito satisfeito, comenta-o assim: Que linda ciranda! Aqui tem um brago um pouco ‘mais comprido, sendo ndo chegava! Leonardo, desenhando, seguiu o esquema hipote- | tizado anteriormente com as palavras, desenhando primeiro 0 cfrculo e, depois, tragou em cima quatro criangas. wey inados os desenhos, as criangas, em grupos, sfio convidadas nntar as préprias cirandas e as dos colegas. ‘grupos se formaram, em parte espontaneamente, em parte ‘orientados, levando em consideragao as diferentes estraté- sias adotadas pelas criancas, tanto ao se colocarem os problemas quanto ao procurarem os caminhos para resolvé-los. m os primeiros comentarios, depois as criangas se diri- Eo seu desenho, Giulia? Vocé mostra para n6s? (apoiando os cotovelos ¢ os bragos no proprio desenho): o, vai, eu sei que errei; fiz uma fila, ndo fiz uma ciranda de ‘A avaliagdo da professora € menos severa que a da autora, jé que, no seu desenho, Giulia colocou as criancas em diagonal na folha: nessa disposi¢&o podemos nos fazer perguntas ¢ tragar caminhos inteligentes para desenharmos a situagao espacial da ciranda. ‘A professora pede para comentarem todos os de- senhos. Giulia: Bom, ndo sdo exatamente cirandas, mas nés ‘fizemos como sabiamos. 197 Giovanni (rindo): Vamos ficar todos como as criancas dos nossos desenhos? A ideia de Giovanni, que inverte a situacao frequente de imterpretar arealidade por meio do desenho, parece-nos Gtima; deste modo. até os obstéculos da representagao podem se tornar elementos diverti i pensamentos avancarem. E uma ideia intelig repleta de perguntas, tentativas e diversi0; professoras a recolhem e relangam mais tarde, em grupos, para todas as criangas da seg0. idos para fazer 0S igente, as ‘Aqui nos limitamos a acompanhar duas das eriangas jd apresentadas, Giulia: Quero seis criangas, porque eu desenhei seis! colegas em diagonal. Posiciona com atengao amigos para torné-los mi pondentes & ciranda desenliad Bracos abertos, as mdos ndo es abertas, so s6 tocadas. Observa 0 seu desenho por um longo tempo, parece pensar em como fazer para assumir aos ccolegas posigdo em diagonal que ela desenhou 198 também chama tantos colegas quantos fo as criancas desenhadas (quatro), as iangas do alto; ele esta em cima e nos aqui embaixo, deitados no chai ‘yer como o ponto de vista com o qual Giovanni lé a situacdo é conservado por Leonar- Leonardo: Para fazer virar uma ciranda de ver- dade, precisa que todos estejam em pé! ‘Umdos momentos mais divertidos é a passagem da posig&o deitada para a posigao em pé, pedida por Leonardo, ‘As criangas ficam em pé, mas se encontram de Costas, em uma improvavel ciranda ao contriio. Leonardo: Nao, assim néo estd bom. E uma ci- randa um pouco pequena, um pouco louquinha. As costas devem ser viradas de costas € 0 corpo deve ser virado em direcdo aos outros corpos. Giulia: Mas 0 desenho esta sempre parado. Como se faz para ver a ciranda? Giovanni: Vai, garotos, vamos tentar fazer a ciranda para Giulia, e depois nds nos olhamos ‘como somos, como se fosse uma foto! Giovanni, com as suas palavras, parece posicio- nar-se em um ponto de vista externo para ver a situago no geral. E importante saber se deslocar no espago com o pensamento. Giovanni: Tem criangas que da para ver s6 as costas. Eu vejo as costas de Giulia, que olha o rosto de Giorgio. O do lado (perfil) de Leonardo, que olha o rosto de Matteo. Hi frases geradoras de pensamentos que ilumi nam amente. A de Giovanni é uma dessas: atris ena frente, perfil e frente de figuras humanas que se olham, colocadas em um espago em relagdo. Esse seré um trago importante que sera retomado por outros, tornando-se um guia para as representagdes graficas de diferentes criangas. Aciranda 2 soras, esse ponto. Propdem um segunda uma ciranda, pondo os autores em , ei mist feminino e masculino de quatro sis criangag, so propostos de acordo com as interpretagSes ques anda grifica. 1 dda primeira cits 4 oa mos acompanhando Giulia, Leonardo ¢ Gigy As profe vidual de Giulia parece a mais perplexa: Eu, de costas porque precisa. Giulia se levanta da mesa e se disp bragos abertos, como a sua figurinha, zer criancas em pé, assin rinha que ele desenhou: os seus br esticados para a frente, prontos para: em uma outra figurinha vista de fren vista de costas. A figura de perfil é de estrutura para a ciranda de Giova E este o perfil, Giulia, é melhor, perfil porque, sendio vocé continua, depois ndo emtendemos mais nada. Como talvez aconteceu com ele no desenho (ciranda-fila). "Leonardo: Eu sei como fazer uma ciranda de evi {$4s.Primeiro,faco uma roda, como uma cirandar Jepois precisa da crianca que estéde fora ona, eolha. “Oesquema inicial anterior ainda esta muito eee que ndo foi colocado em crise por causnags fenttivas e dos comentétios dos colegas: one ‘caso contrario, é necessério tempo para modes jovanni: Olha, Leonardo, que dé para ver as suas as s6 de frente! Porque sempre, sempre tem las que a gente vé de tras. Estd bem, entéo vou fazer 2 " er o cabelo dese , dese daqui e desse daqui. se da possibilidade de modificar o desenho. 0 € a modificago so partes integrantes da jgagdo ¢ da aprendizagem, e € necessério, uilac inteligentemente, certificé-los como tais. do: Assim estd bem porque, vejam: esse 0 olha esse, depois esse olha esse, esse olha onto! . como comentario final do seu desenho, as sdo vistas de cima, assim... Levanta- ita também uma mio, quase definindo um ponto de vista da maior altura possivel: ... E de arece que esto no chao! ; ‘20 comentaro proprio desenho, utiliza duas leituras interpretativas feitas anteriormente por tum menino que, no espago de relagio da ciranda, olha 0 rosto de outra erianga e 0 ponto sta do outro. ‘ver claramente aqui como, durante 0 processo de conhecimento, ha continuos empréstimos de co- de hipéteses e pontos de vista entre as criangas. 201 202 Es tres vistas de costas. Mea Giulia ainda esté prisioneira do sey tendeu quea parte de tras é sailema que ganhou valor com 0 didlogg ¢ ix, isso, se envolvia com Leonardo ects portanto, acrescentou & sua primey 2°°=mi Misa outras duuas meninas que So Vistas de. nio esté satisfeita. : Giulia se volta a Giovanni: Como vce fx fazer aqueles do outro lado? (a5 crianese frente) ANE en Giovanni (indicando uma por uma as yg gurinhas de tr de Giulia) lui, tent gn ideia!Essas criancas estéo olhando para queng Essa estd olhando para quem? Tem quo fag, aquelas do outro lado dessas... Porque. senia vo olhar o nada. Giovanni: Estd vendo que estamos fazendo tm verdadeira ciranda! Criangas, venham paraja zer wma ciranda! Entdo: eu olho tm pouco para 0 Giorgio e um pouco para Leo, Giorgio olka para Leonardo, Leonardo olha para Giorgio, Depois nos giramos... E para vocé que esis olhando, muda tudo.. i sane Leonardo: Agora, Giulia, vou explicar o perfil para vocé, olha para mim! Estd vendo? E como una linhazinha que vai toda para baixo, assim... ‘A curiosidade do entender Giulia, Finalmente, mais serena, desenha duas figuras de perfil. mas © problema continua existindo: Sim, mas agora onde coloco essas outrag cabecas? Giovanni: O de frente dé para ver tum pouco... Ndo tudo, mas dé para ver... Tem um pouco de lugar aqui no meio para colocar as criancas que olham essast anni: Olha o meu desenho! de Giovanni, na mesa, ter ciiranda,em que arotagio pparece inclusae, ainda que 203 Autoavaliacao e avaliagao Propomos as criangas, em grupos, para reper- correrem o trabalho feito; nao se trata de um simples conto das agdes produzidas. mas de Tepensar o processo realizado, as dificuldades encontradas, as diividas, as solugées, 0 que foi deixado em suspenso. E um proceso dificil, mas nos parece importante (¢ 0 colocamos fre- quentemente em ago), para desenvolver uma atitude de autorreflexio sobre 0 que se faz € sobre as proprias estratégias, apoiar e alimentar, ‘a0 mesmo tempo, 0s processos de compreensao. © grupo foi formado, levando-se em conside- ragio, sobretudo, a diversidade de solugdes identificadas pelas criancas na segunda repre- sentago da ciranda. ‘As quatro criangas tém 2 disposi¢ao ambos os desenhos feitos. Professora: Vamos tentar comparar as solugdes que vocés encontraram? E, se conseguirem, tentem explicar quais mudangas vocés fizeram do primeiro para o segundo desenho. Essas verificagdes, as vezes, podem parecer impiedosas, mas a avaliacdo ¢ uma medida hu- ‘mana preciosa, sobretudo se é realizada no in- terior de situagées amigaveis, entre criancas da ‘mesma idade, em um contexto compartilhado. Certamente, no sio faceis, porque se encon- tram outros pontos de vista, todos igualmente Tegitimos: 0 do autor do desenho, que tem uma certa imagem mental e entende que a sua re- presentacio é uma mediacao entre o que pensa € 0 que consegue fazer, e 0 dos colegas, que frequentemente leem a situagGo ¢ a represen- taco de maneira diferente, colocando em crise a mediagao alcancada pelo autor. 204 que geralmente as criangas apreciam & not, a evolugio dos seus pensamentos. E um processo importante que induz.ao possfve}, o que Vygotsky chama de “zona proximal” em {que o autor ou a autora avancam no entender © papel do professor, nesse momento, & just mente o de evidenciar esse avang0, por menor que seja. E bom que a crianga saia Vencedora desses encontros. se, como & bonita @ sta ci- uit’? ando aesenio € ‘muito mais Bea - oy concordo, 0 mele segundo rh da rode... Eu devia fazer ler TOTES com formas diferentes, ee rdade, muda a forma, no cin redondo igual! oie ‘A curlosidade do entender Desenhos de Davide Davide: Se fizermos assim, entdo (levantaa folha a faz rodar), parece que roda. O menino talvez. nfo seja um bom desenhista, ‘mas entendeu bem que a identidade e a diversio da ciranda esto justamente nesse rodar. Desde as primeiras hipéteses verbais, foi ex- pressa a impossibilidade de se desenhar uma ‘ciranda de criangas, porque nunca poderia rodar de verdade. Durante o percurso, nao renuncia a procura por uma soluco para o problema. ‘Tomar, por meio do desenho, uma ago em mo- vimento é um desafio muito interessante. N6s a enfrentaremos na continuidade do projeto. 205 Giovanni: Para mim, os servem! Giovanni: Estado vendo a li meira ciranda! Eu fiz assim porque era mais fiécil, ¢ do fomos fazer alguns testes muitas coisas... E depois, folhe ai Giovanni fala em tom lento, que quer contar uma situac&o sempre descrever algo que esté sequéncias. Eu ndo comecei a desenhar log pouco parado... E comecei a p como numa ciranda... Pensa e repe ciente da ateng&o de todos, exa no estilo narrativo)... Veio @ ciranda... Oh, é mesmo como Entdo, copiando da minha randa! Comecei por esse aqui Se comegava por aquele de cia da minha mente... Mas eu} comas méos assim (tensas), para dar a méo para as outras du Segundo, eu fiz um de trés, Desenhos de Giulia Giulia comeca a explicar diretamente pelo segundo desenho: A primeira coisa, soube que precisava mesmo ter as criangas de costas. Depois, para esses (os perfis) eu jd “sabia fazer porque eu ja tinha desenhado __umas criangas assim; mas eu néo sabia que ecisava na ciranda das criangas assim de um lado e de outro lado. Giovanni me expli- cou. Depois fizemos alguns testes ¢ entendi “que precisava. A coisa mais dificil era fazer - essas aqui, vistas de frente. Néo tinha mais “ugar, entio eu fiz as criangas pequenas. litamos que ndo sejam necessérios muitos comentarios e interpretagSes, porque clareza das criangas, como nesse caso, que ‘capazes de autorreflexio sobre os seus ssos, é surpreendente. :pacidade preciosa que deve encontrar as 207 Relangamento dos problemas srvamos € que obser jores do Sio as interpretagdes dos processos documentamos que orientam 0s passos POSter nosso trabalho com as criangas. : No percurso contado aqui, Compreensao das criangas sobre alguns conceitos, como a rotagao a figura hu- rama com relagio aos pontos de vista é, Sem duvida, de outras ocasides para Se avangada, mas necessita ave lidar:O problema da representagso do esPago Te parece, a0 contrdrio, ainda um problema aberto; mesmo Parts ven embrido, é interessante a representagao, do movimento. A continuagao do trabalho deve, porém, evar em consideragao esses aspectos [Uma das competéncias necessérias aos professores é as estratégias © 0S ‘a de tentar entrar em contato com a ‘com sua famosa partida problemas das criangas, jogar de ping pong, netéfora usada por Loris Malaguzzi par como diz.a feliz m ra explicar 0 papel do professor. Nesse €as0, propomos a 7 Ge outa brincedeira: “Um, dos, ue estrela!”*, que coloca em evidéncia, com relagdo & ciranda, um espago dilatado em que as figuras esto claramente em planos diferentes com relago ao observador. * A brincadeira comega com uma crianga que, sua vez, conta voltada para a parede, de costa pam ‘8 outros jogadores, os quais, partindo da mest linha de base, movimentam-se rapidamente (endo como meta a parede onde esté apoiada a criani# que conta. O percurso é bloqueado toda vez crianga que conta decide virar-se e manda nove ‘mente ao ponto de partida os jogadores que ela se movimentarem. 208 : : Pensamos que uma filmagem com a filmadora po- derd servir como fotografia em movimento, sezundo ‘as sugestdes de Giovanni e Davide. ‘Aprofessora est atenta para retomar a brincadeira de pontos de vista diferentes, incluindo algumas filmagens do alto de uma escada. As discuss6es conti- para permitir posterior- mente as criancas, divididas nuam simuladas por em grupos, discutirem as um modelo em escala diversas perspectivas da mesma brincadeira 209 EE ee eee eee OM Eee eer rere rere reer ‘A curiosidade do entender Representacdes da brincadeira “Um, dois, tré: 0 desenho de Giovanni recon- firma a sua compreensao, tanto da rotagdo das figuras quanto do espaco. A crianga, indicando a figura no alto da folha, comenta: Eu fizacrianga pequena porque éa mais distante, Giovanni, para mostrar a cena inteira da brincadeira, usa uma técnica representativa chamada pelos arquitetos de “axonome- tria”, que apresenta uma visio de perspectiva do alto. E um ponto de vista muito evoluido e fortemente narrativo da situagio. 210 ov he es 4 i 4 I (o~ © otic No desenho de Leonardo, o espaco € assinalado por trés niveis de petcepedo: o primeira plano, a partir da parede do atelié, depois a partir do mével das fantasias, onde se encontra a crianga que conta e, enfim, a partir da porta de entrada até 0 fundo. A brincadeira acontece entre a parede do atelié eo mé- vel das fantasias Leonardo: O menino que conta ‘acabou de virar e todos devem estar parados, sendo pagam a prenda. Leonardo também parece ter entendido tanto a rotagZo das figuras quanto a representagao do espaco. No seu desenho, Giulia ecole ca inteligentemente no pontode vista que The permite desentyy todas as figuras de costas,queé anova descoberta representing que ela consegue melhor, A disposigdo das figuras no espago da folha pressupte uns investigago espacial que su perou a fase em que 0s suetos desenhados so colocados em uma linha de base tnica(ie- quentemente coincidente eoma bbase da folha), que pertence e- ralmente is criangas dessa dade ‘Acuriosidade do entender Os trés desenhos g a Potigdo vertical, indicandoo ponto de bservagao jo Autor, mas,sobretuae Uutilizando o méximo possivel Ae oar 6S da fotha, para py ir mais planos representatives, AS ocasides continuardo come ¢ o * Sujeitos em situacdes de brin. cadeira e movimento, Tepresentados Sraficamente e com materiais 1 pours COM ctiangas que jopara doming, uma “Touba-bandeira,esconde-esconde ee sao, COlocados na 10d outros projetos : © manta de bic oe por gine ds ours pes Diets ic mae gteCan eg oeaea interes aes Te ec ee eta goats pe eteotnerie staan ovr Em uma assembleia, : oe ee can ioe: bg nia de gens ital hia ia erase Oe team stra estodaconnado Teatro Arist, unter Msc da + arealizagdo da cor Enilia. 211 Documentacao final ‘Todo o material produzido durante esse projeto foi ransformads en, documentirio de slides, € fo forma ey «+ apresentado e discutido com as criangas e os professores das outras escolas; "Ps + reorganizado em uma documentagao na, ctapas sint6ticas: 0 precedente que explica sg ®™ do projeto, a apresentagio te6rica, os exempt algumas criangas, a publicacdo da investigy ay estudo que mostra o percurso completo do tris,” Essas obras (que s40, normalmente, chamadas ge publicagSes de estudo) podem ser fotocopiadas com, baixos custos ¢ podem circular facilmente entre outras pessoas para colher pareceres diferentes ¢ outras interpretagdes preciosas, adicionais ou di. ferentes das do grupo inicial do projeto, Todos os materiais documentados devem, em todo caso, ser divulgados com facilidade, para poderem recolher confrontos ¢ interpretagGes, Um trabalho como este é baseado em algumas convicgoes: sit ade que a imaginagdo e a criatividade nao so separadas dos aspectos cognitivos; ade que o saber é uma aventura a ser vivida por meio de investigagdes pessoais e de grupo, em di- ferentes tempos de elaboracdo pessoal e de grupo; aes +a de que a qualidade dos processos constréi um conhecimento mais criativo e capaz de interagitcom problemas e linguagens (disciplinas) diferentes; a de que a compreensao pode ser favorecida pela reflexdo sobre a documentagdio in process € pelo constante confronto com os outros; ade que € necesséria uma atencdo constante para que cotidiano e a didética realizados nao traiamm as teori +a de que nés, professores, devemos continuar aprendendo e que documentacées similares a essa (04 de outro géneto) nos dio a possibilidade de entender um pouco mais das estratégias de pensamen!o das criangas e as nossas, ¢ nos permitem exercitar uma atividade importante para 0 nosso profs” nalismo: trocar pensamentos ¢ ideias com os outros. 212

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