You are on page 1of 15
a sas, Catalogo ra Fabia Sindzata Wael cor Ceres 4 oy on Gasalt -teapla + eonetos Andinenais / owlaglo Lian 'Meyer Fart Karina Ogjna Fulumiss. ~ Sp Pao Summus, 2014. (Geta teapin rdamento pes 2) pcb ON 978-9523 9002 1, Gest erin 2. Falgl 3. Police ifr I, Fl, Li eer I Fans, Kana ina, Se tov sren4y 408774 OU: 159.9642 @ New Compre en tugar de ftocopia ada ral que woot ds por um bo cecompanca seus autores © 0s cnvia pds rate sobre tna; incaniva sus edits a encomenday, traduire publica coutas obs sobre o asunto; © age aos livers or estoca evar até voc los para a sua informaclo e o seu entetnimenta (aa ral que voce 8 pela fotocpia no autoriaéa de um ive financa ocine oj a matar a producto intelectual dese pos, Gestalt-terapia CONCEITOS FUNDAMENTAIS LILIAN MEYER FRAZAO. KARINA OKAJIMA FUKUMITSU [ORGANIZADORAS) 6 Ajustamento criativo e hierarquia de valores ou necessidades EERE" NT ETI tuem dispde de muito de si, nao apenas dos paladares adociew «dos, mas quem faz uso das fantésticas especiarias da vida, mesmo do amargo, esse desenvolve um senso de recurso ¢ tem tudo, Apropriar-se e responsabilizar se pela vida é o que nos disponibile 2a 0 recurso de todos os recursos, que é a fé na existéncia d 0s." (Bonder, 2001, p, 159) ur “Sempre ha uma possibilidade de crescimento.” (Pers, 1979, p, MUO ‘A ANTROPOLOGIA DE PERLS E DA GESTALT-TERAPIA A concep¢ao de Nilton Bonder (2001, p. 159), conheck rabino brasileiro, de que “o recurso de todos os recunso4 & f€ na existéncia de recursos”, revela de form; 1a poética Win pilares fundamentais da Gestalt-terapia E.com base nesse pressuposto antropoldgico que ab rei os temas do ajustamento criativo e da hierarquia dé m t04 continua, ii (0 vir a ser), que faz do hoje transformag \cdo, abertura, eriagdo permanente. A Gestalt-terapia nasce pelas maos de um judeu ndmade € exilado. Sua antropologia pessoal esta impregnada da mito: Jogia judaica, a despeito das contradig se dos questiona- inentos do proprio Perls, que depois de muitas buscas e emba- {4 se autodenominava um “zen-judeu”. 105, Lilian Meyer Frazdo e Karna Okajima Fukumitsu (gs de enraizamento na comunidade humana, 0 que s6 pode acontecer como acolhimento do singular e do criativo. Quando partiu da Africa do Sul para os Estados Unidos, 8 passageiros do navio, a0 final da viagem, o homenagearam ¢ cantaram para ele. Diz Perls (1979, p. 76): “Eu nao tinha feito nada para merecer isso. Fiquei comovido até o fundo, corti para minha cabina e me debulhei em lagrimas. Um ciga- no solitdrio lamentando nao pertencer a nada?” (Grifo meu) Nessa passagem, ele revela facetas de um sofrimento pessoal, Diz Laura Perls (apud Delacroix, 2008, p. 69) a respeito de Fritz: “Fritz compreendeu, com Hitler, que nao podia re- nunciar a ser judeu, tal como nio se pode renunciar a ser branco ou negro”, Somos historia encarnada, singularizada e atualizada, Perls construiu a Gestalt-terapia e mudou a historia, A sabedoria sobre a condi¢ao humana revelada pelo so frimento transgeracional, comunitério e biografico esté pre~ sente em sua antropologia, teleologia ¢ teologia pessoaisy 0 sofrimento ¢ a sabedoria sobre a condigao humana podem set reconhecidos também, de forma implicita, em sua teoria, me= todologia, atitude e pritica terapéutica. Perls foi um peregrino em busca de sua Terra Prometida, Construiu como iiltimo gesto de vida seu Gestalt-kibute, reve Iando seu anseio do fim, sua teleologia ¢ sua teologia pessoais, comunitério © transgeracional, assinalando implicitamente an- seios de pertencimento e enraizamento, Expressa a necessidade ‘ontol6gica de pertencimento e de incluso em uma comunidade. Para Perls, no fundo do ew havia um outro, uma comuni- dade, Pressentia a confianca e ansiava por ela (experiéncia de 1ando sua antobiografia in- lugar na vida de um outro), term terrogando a possibilidade de confiar. expressos em sua autobiografia; seu mito do fim era um lugar Hy wy ji Z Niio poder confiar € nunca ter vivido a experiéneia de Perls esteve a0 longo de toda a vida em busca de um lugar bumano, de um lugar capaz de produzir gente real, como ele mesmo dizia, um lar espiritual, anscio ontolégico do ser humano. encontrar /ugar na vida de um outro. & estar deserraizado. Enraizar é, paradoxalmente, deslocar, desarrumar, des- eonstruir 0 mundo do jeito que se organizava, recriar o tradi- eional; é ser acolhido nessa desarrumacio, atualizando 0 Ao viver os horrores do nazismo, expressou em diversay ional; assagens o sofrimento do desenraizamento, das rupturas € do exilio, experiéncias de fratura do ethos humano; conhecot undo a partir de sua singularidade, recriando-o. Para a Gestalt-terapia, © homem € um ser de fronteirass © fund ler na fronteira é viver na comunidade humana: estar com fundamentalismo ¢ 0 achatamento da singularidade da iver na fr Ri i : ecm ose 10 sem deixar de ser si mesmo ¢ para sc tor mesmo. criatividade humanas. outer le se a 5 ae iment a ‘onteita é onde se dé a experiéncia, o que possibilitar Seu sofrimento pessoal aconteceu néo apenas na forma eeronteir ig i é 6 4 eonstituigio do si mesmo scm aniquilar a si ou ao outro, psiquica, mas também ontolégica, ou seja, um conhecimente, Mleangando a diferenciagao e a unido, vivendo no tempo (mo- ela falta) sobre a verdade da condigio humana que lhe cot (pela falta) sobre a yerdade da condic&o humana que Ihe cow BE becanca) © no lugar (catzes/confanca), aberto ao feriu profunda sensibilidade e grande sabedoria, realizadas fh criagio da Gestalt-terapia, Perls revelou a necessidade étle enn intdito. 106 Lian Meyer Frazioe Karina Okajima Fukumitsu (orgs) Podemos observar que a abordagem contempla essas face- tas do humano: o campo de interdependéncia, a constituigio do si mesmo ante 0 outro, 0 crescimento como proceso, a necessi- dade de enraizamento ¢ de abertura, 0 ajustamento criativo. Seja na antropologia, no corpo teérico, nos referenciais metodol6gicos ou nas atitudes terapéuticas, a Gestalt-terapia € fundamentalmente uma abordagem que assinala a faceta ontol6gica do entre como realidade primeira, a liberdade, a criatividade, a responsabilidade ¢ a transcendéncia, funda- mentos do humano. © homem realizado para a Gestalt-terapia € 0 homem aberto, em constante processo de atualizagao, transformagio e realizacao criativa, capaz, de unir-se e de separar-se ritmica- mente, de tocar e de ser tocado pelo mundo. £ o homem singular, que cresce de modo continuo, res ponsével pela pr6pria existéncia e consciente de seu lugar e de sua participagao no mundo que o cerca. Sabemos que todas as abordagens psicolégicas revelam importantes facetas da condigio humana; é preciso enfatizar, porém, que nenhuma teoria dé conta do humano, mistério encarnado ¢ singularizado. A totalidade da pessoa jamais pode ser nomeada ou capturada integralmente. A f€ na existéncia de recursos, ou seja, a confianga na capacidade criativa do ser humano, é pata a Gestalt-terapia elemento privilegiado do ethos, a morada humana, funda: mental para o acontecer humano. O ethos revela as necessida= des basicas que precisam ser contempladas para que nos tole nemos humanos. £ por meio do ethos humano que poderemos, como pill: coterapeutas, acolher e compreender a pessoa diante Gestal-terapia —Conceitas fundamental sua subjetividade, seu sofrimento, suas formas de adoecimen- to, seus recursos; no ethos, temos uma concep¢ao de funcio- namento saudavel de cuidado ¢ de terapéutica. A relago terapéutica em Gestalt-terapia, compreendida como intersubjetividade, é o lugar da ética: morada, hospita- lidade, solidariedade, ternura, cuidado, encontro; solo fértil a partir do qual o paciente pode enraizar-se, acontecer em sua singularidade, atualizar suas potencialidades e destinar-se, ou seja, colocar-se em marcha e em travessia. A humildade do terapeuta é lugar ético na clinica, j4 que é reveréncia 20 mistério que habita o si mesmo, 0 outro, o encontro € 0 oficio; reverenciar o mistério do outro é consideré-lo como ser criativo, que nos escapa, nos surpreende e tem existéncia prépria, Nessa perspectiva, a Gestalt-terapia € pritica dialégica, continuo confronto com a alteridade, a abertura e a disponi- bilidade para se deslocar dos préprios referenciais e ser toca- do e transformado pelo modo de funcionar do paciente, que nos revelaré o que antes dele desconhecfamos. A terapia 6, entio, travessia ¢ transformacdo compartilhadas. Em nossa abordagem, o terapeuta ¢ anfitrido; a relagio ferapéutica ¢ possibilidade de habitagao poética do mundo, liante de nés encontra rafzes na comu- ‘onde a pessoa singular nidade humana (supera o desterro}, apropriando-se de seus recursos, acolhendo seus limites, sustentando-se na precarie- dade ¢ na instabilidade, responsabilizando-se por sua existén- cia, compartilhando-a com os demais, num processo continuo de crescimento e abertura para a vida, a incessante obra de ser si mesmo ¢ cocriar 0 mundo. Perls (1979) dizia que a fungao da terapia era transfor- mar pessoas de papel em pessoas reais. 109 Llan Meyer Frazto¢ Karina Okajima Fukumits (orgs) Para tornar-se real, é preciso tornar-se bumano; o homem € ser de precariedade, ser de necessidades, aberto ao outro, Para tornar-se humano, as necessidades éticas fundamentais devem ser contempladas, é preciso ter encontrado 0 cuidado ético: a singularidade acolhida pelo mundo humano e em constante devir. As fraturas éticas tao frequentes no mundo contempordneo. ram constantemente denunciadas por Perls (1979, 1988, 1997), A eclipse do fendmeno humano, a fragmentagio do ethos suas formas de sofrimento em seu registro ontolégico e psi- quico foram abordadas contempladas na construcao da abordagem, inclusive por meio de seus conceitos fundamen- tais, como veremos adiante. A concepgao de ser humano do psicoterapeuta estara pre sente no processo terapéutico ¢ norteard suas intervengdes, ainda que de forma implicita, e quanto mais coerente for com a estrutura de pensamento da abordagem e com as atitudles terapéuticas dela decorrentes mais integrado e fecundo ser 0 trabalho com os pacientes. Para Delacroix (2008), a antropologia em Gestalt-terapia € uma antropologia da esperanea: o homem capaz de ir aléim do tragico, das rupturas, da perambulagao e da errénciay az de integragio, de reunificagao, de ctiagdo de um eenteo. dindmico, de renascimento, de transformagio, de crescime: to, sustentando-se na precariedade, na instabilidade © na lie completude, enfim, na condi¢o humana. + Eo homem singular que se realiza ao compartilhat & fncia com outros homens, fazendo-se entio humane, Com base nos pressupostos antropologicos gem, vamos contextualizar ¢ compreender 0s Gestalt. terapia ~Conceitos fundamentals. ajustamento criativo ¢ de hierarquia de necessidades, funda- mentais para o acolhimento dos recursos, das formas de softi- mento e de adoecimento com que deparamos no coridiano da clinica, discernindo as modalidades de cuidado e as possibili- dades terapéuticas em Gestalt-terapia. © AJUSTAMENTO CRIATIVO “Raizes ¢ asas. Mas que as asas ents E que as raiees vem.” (Jimenez apud Crema, 2002, p. 17) Nesses versos, o poeta revela o anseio humano por inteireza: “que as asas enraizem e que as raizes voem”. A poesia expres- sa também dimensGes do sofrimento e do adoecimento huma- nos: a prisio, a dispersio e a divisio. Voar sem enraizar e enraizar sem voar é estar dividido, partido, desintegrado. Voar sem enraizar é perder-se, dispersar- +4e, estar sem chao, lugar, pouso e repouso. Enraizar sem voar ( aprisionarse, deter-se, estar para fora do tempo, do rumo, sem a possibilidade de vislumbrar o céu e mirar o horizonte. Voar sem enraizar € no ter significado, desconhecer a eonfianga, perder-se em si mesmo, Enraizar sem voar é nao ter sentido, esperanga e perder-se no outro. Voar sem enraizar € nao se apropriar do passado. Enrai- yar sem voar é nao poder vislumbrar um futuro. Sem abertura ¢ liberdade para enaizar e voar niio hé pre- gente, nilo ha ritmo, nao ha fluxo. Perls (1979) considera que G fitmo é o senhor de tudo. Lilian Meyer Fraztoe karina Okajima Fukumits (orgs) $6 alcangamos a inteireza se integramos ratzes ¢ asas © outro, significado e sentido, confianga e esperanca, passado € fururo, chao e céu, o que s6 pode acontecer no presente, que € atualizacao do passado e pressentimento do futuro. De modo simples e profundo, Juan Jimenez revela a pot tica do ajustamento criativo. Uma criatividade que ajusta ¢ uum ajustamento que cria, polaridades que se inter-relacionam € compéem a totalidade, Para Perls, Hefferline e Goodman (1997), 0 homem cria- do numa atmosfera de rupturas perde sua integridade, sendo necessaria a superac ‘0 dos dualismos para aleangar a inteire= 2 Superar os dualismos significa transcender a perspectiva de oposigao mente e corpo, organismo e meio, self e realidade, infantil e maduro, eu e outro, confianca e esperanca, passado e futuro ete A Gestalt-terapia é uma abordagem integrativa e interatic va que considera o homem uma totalidade unificada que se autorregula a partir da insteragao com o meio. Assim, 0 contato é o paradigma fundamental da Gestalt. -terapia, a realidade mais simples e primeira, a superago das dicotomias e dos dualismos. © crescimento se dé como processo de autorregulagio organismica, também chamado de homeostase — processo de busca de satisfagio de necessidades, na diregdo de um equilfe brio dinamico no campo organismo/meio. ‘Um dos processos que servem a autorregulagao, além dav formagao de Gestalt ¢ da awareness, é 0 contato. O contato e a retragio ou fuga (seu oposto dialético) silo as fungées mais importantes a personalidade, pois por inter médio delas satisfazemos nossas necessidades, assimilando @ ‘erapa ~ Concetos fundamentals que 6 nutritivo e rejeitando o que é téxico; sao também as ma- neiras de lidar com os objetos do campo, na fronteira de conta- to, 6rgao de uma relagao que nao separa, mas protege e delimi- ta organismo e meio (Perls, Hefferline e Goodman, 1997). O contato é a fungao que revela a necessidade de uniao e dle separagdo para que possa haver crescimento; contato € re conhecimento das diferencas, do novo, do outro, do nao eus 86 pode haver experidncia quando ha contato, condigao de crescimento e mudanga, possibilidade de atualizagio e trans- formagio: “Todo contato é ajustamento criativo do organis- mo e ambiente” (Perls, Hefferline e Goodman, 1997, p. 45). Com base no conceito de ajustamento criativo, esses au- tores buscaram descrever como se di 0 contato no processo de autorregulago organismica, ou seja, pela capacidade de adaptar-se renovadamente As circunstincias. Nessa perspectiva do ajustamento criativo, podemos ob- servar, mais uma vez, a importdncia para a Gestalt-terapia da transcendéncia das dicotomias: patria e exilio, conservagio e m (0, significado Janga, tradigdo e tra fo, amor © agres sentido et. Ajustar-se criativamente implica imprimir sua marca nos Acontecimentos da vida, “pessoalizando-a”, tornando-a pré- pria, awalizando as potencialidades singulares, presentifican- dlo-as na interagao com o mundo. A vida humana é sempre vida de alguém, que acontece em meio aos outros. O outro, o diferente, o estranho nos limi- ta, desafia, contesta, desaloja, desarruma e também confirma, festemunha, acolhe e se deixa transformar pelo nosso modo dle ser, Paradoxalmente, nos faz outros para nés mesmos possibilita que nos apropriemos do prdprio, Lien Meyer Frazdoe Karina Okajima Fukumits (orgs) Ajustar-se criativamente é viver a vida como fluxo, destino — pois, ‘nos acontece, vamos viver as experincias, ofertando ou nao a elas um sentido, O ajustamento criativo nao significa prescindir do jé co- hecido, do vivido, nem repetir o que é tradicional, mas ser capaz de um reposicionamento singular, diferente e pessoal do tradicional, recriando-o, Ajustamento criativo € entio a capacidade de pessoalizat subjetivar e se apropriar das experiai encontro com a alteridade, Banismo/meio. ias que acontecem no Proceso continuo no campo or A Psicologia & 0 estudo dos ajustamentos eriativos. Seu tema ¢ a transicao sempre renovada entre a novidade e a rotina que resulta em assimilagio e erescimento [..] a psicologia anormal é o estudo inibigdo ou outros acidentes no decorrer do alist mento criativo |. da interrupgao, | Criatividade c ajustamento sio polares, slo mith ‘wamentenecessirios, (Perks, Hefetine e Goodman, 1997, py © ajustamento sem criatividade é adaptagio excess acomodagio, resignacio, conformismo, cristalizagio € ‘eotipias a criatividade sem ajustamento se revela anarg desprovido de funcionalidade, portanto estéril, A ideia de ajustamento criativo ~ q inclui autor 40, abertura ao novo, contato vivo e vitalizante, en) Posigdo a controle externo, dependéncia, aprision Passado ¢ comportamento estereotipado = 6 0 que a na intera- $40 com 0s outros ¢ os acontecimentos, apropriando-se ecriando recursos, assumindo a responsabilidade ea coctiagia da préprio se nao podemos determinar integralmente o que ‘somos livres para escolher e responsaveis por como Cestalt-teropia ~Concsitos fundamentaie esse critério de satide e norteia os procedimentos terapéuticos. O ajustamento criativo relaciona-se com a dialética de conti- nuidade e mudanca, com inseredo estrutural do novo no ve- Iho para formar com ele uma nova configuragio. A mobilida- de estrutural do todo é a base da criatividade, enquanto a cristalizagao estrutural é a fixidez do passado no presente. a ative nao se confun- Nesta perspectiva, a nogiio de ajustamento eri ; cde com conformisto disfargado. Ao contririo, sugere a superacio a is, sem negé-las de estruturas relacionais que j4 ndo so funcionais, ‘8A como matriz, E 0 cléssico tema de que fixider € a repeticZo se su peram a partir do momento em que se toma posse do passado ‘como histéria, Transformar repetigio em recordagio € o que Perls ‘chama de encerrar situagdes inacabadas para que novos espacos possam ser explorados,(Tellegen, 1984, p. 46) Assim, quando ha contato com a necessidade e as cir- tunstincias, percebemos que a realidade é flexivel e pode ser transformada, recriadas para tanto, é preciso exercer {hossos poderes de orientagao e manipulacao, ou seja, trans- formar potencialidades em realizagées para viabilizar a re- Wlagilo da realidade. : O processo de ajustamento criativo implica, entao, agres- ‘sho © destruigao, para nos apoderarmos das velhas estruturas © wllerilas, para assimild-las. Nao é negar as velhas estrutu- ‘08, mas ser capaz de transformé-las, tornando-as singulariza- s bias e presentificadas. Yontef (1998) considera ajustamento criativo o relacio- {W entre a pessoa e o meio no qual ha responsabilidade jamnento na condugo de sua vida, sendo capaz. de con- 15 Lilan Meyer Fraztoe Karina Okajima Fukumitsu fogs.) tatar, reconhecer e lidar com seu espaco de vida e criando as condigdes que conduzirao ao seu proprio bem-cstar © bem-estar para a Gestalt-terapia nao & autossuficién

You might also like