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do niquel do que & toxicidade propriamente dita. Em ani- mais de laboratério, o niquel pode desencadear efeitos cola terais com dosagens que variam de 5.000 2 10.000 uig/kg de peso corpéreo, por dia A menor dose de niquel relacionada com efeitos eo- Iaterais, nos seres humanos, foi de 50 g/kg de peso corporal (3.500 jg para uma pessoa de 70 kg), dependendo muito da sensibilidade de cada um. Doses de 600 yg podem desen cadear eczema em individuos ja sensibilizados. As pessoas alergicas a0 néquel no devern receber nenhuma suplementa- «0 com este mineral, pois, mesmo a quantidade presente na dieta normal € suficiente para desencadear a alergia. Por outro lado, T. Menne e H. I. Maibach, em 1991, revisaram 12 trabalhos sobre o niquel, publicados entre 1975 © 1988, e concluiram que existe uma dose oral minima, ne- cessiria para desencadear a dermatite nos individuos sensibi- lizados. Uma minoria de pacientes alérgicos ao nique! re as doses menores do que 1.250 yg, mas a maioria reagin 3s doses orais maiores do que 5.500 ji, Nos, humildemente, concordamos com K. Kaaber ¢ cols, na afirmagio de que os pacientes alérgicos 20 niquel rio dever receber suplementasio slimentar com este metal «, indo ainda mais longe, acrescentamos que estes doentes devem evitar a ingestio dos alimentos, sabidamente, mais propensos ao actimlo deste mineral, como os mencionados tno topico sobre as fontes de niguel studos em animais, atos e cies Beagle, recebendo até 125.000 pg de sulfato hexa-hidratado de niquel, por qui lograma de peso corporal, por dia, durante 2 anos, mostra- ram, em relacio aos grupos-controles, uma diminuigéo do peso corporal, hipertrofia cardiaca ¢ hipotrofia hepatica, Um aumento do peso renal ocorreu apenas nos cdes. Em nenhu- sma das duas espécies animais ocorreram alterases nos ext mes hematol6gicos, urinarios e histolégicos. Nos ratos que receberam doses maiores de 50.000 jg didrios, por quilo de peso, aconteceu um aumento na natimortalidade da prote Quando 0 niquel ¢ absorvido em grande quantida: de, ele pode prejudicar a absorgio € a utilizagio do fer, Analogamente, individuos sideropénicos apresentam uma maior absorgi0 intestinal de niquel. O niquel também in- terage com 0 metabolismo do magnésio, mas esta interasio rio parece ser nociva. O selénio é um antagonista do niquel € 4 pectina inibe a absoreio intestinal do niquel, ambos so cempregados quando hé intoxicaso por este metal, xcresc: dos de altas doses de vitamina C, vitamina E e aminodcidos sulfurados. 8.7.20. Potassio potéssio € o elemento quimico de simbolo K, do Iatim daliwm, que, por sua ver, deriva da palavra arabe gay, a qual significa freixé calcinado. Freixd € uma érvore. Dai provém a palavradlcali, a galiy. O nome potéssio advém do inglés potassium, gue resulta do nome, também inglés, potas, dado 20 material alealino obtido pela caleinagio da madeira ¢ das folhas das érvores. Dai o nome potash, de pote as, lite- Capitulo 8 ralmente pote de cinzas, e potassa, que pode ser 0 hidréxido de potissio (KOH) ou 0 carbonato de potéssio (K,CO,). A massa atomica do potissio ¢ 39,0983(1)g mol! e o seu mi- ‘mero atémico 19. E um metal alealino macio, branco-prate- ado, que aparece, nos oceanos e em muitos minérios, igedo ‘outros elementos. potissio oxida-se muito rapidamente em contato com aatmosfera e & muito reativo na égua, gerando ealor su- ficiente para qucimar o hidrogénio da agua. Por este motivo, © potissio nunca é encontrado na forma livre e, por ser muito letropositivo, é muito difieil de isolé-lo dos seus minerais. O potissio metilico puro ¢ obtido pela eletrlise do seu sal hiidréxido € por intermédio do processamento térmico do cloreto de potissio. Fo hidedxido de potdssio o sal emprega- 4o nos aparelhos dos anestesistas para remover o diéxido de casbono do circuito. Em diversos aspectos 0 sédio e o potissio sio muito semelhantes. O potissio representa cerca de 1,5% da eros- ta terrestre, ocupando 0 70® lugar entre os seus elementos. Ocupa o pentiltimo lugar na eseala de densidade dos metas; ‘menos denso do que 0 potissio apenas 0 ii. E tao macio «gue se pode corti-lo com uma faca¢, 0 ser cortado,apresen ‘ta uma bonita aparéncia prateada que se oxida rapidamente, sem brilho, A chama do potissio aque «ido apresenta uma bonita e caracteristca coloragao violeta -pilida, a qual pode ser admirada na Figura 8.128 e uilizada para a sua identificasio na espectrometria. O potissio é um iutriente mineral vital a todas os animais ¢ vegetais, Figura 8.128 ~ Chama violeta péida do potéssio, * 8.7.20.1. Fungées Bioquimicas do Potéssio A quantidade de potissio no organismo humano € de cerea de 0,25% do peso corporal, © que significa que um individuo de 70 kg contém 175 g deste mineral Seguindo a absorgio intestinal, o potissio ¢ distribui- do por todos os tecidos comporais, na proporgao de 90% para ‘© compartimento intracelular, 2% para o liquido transcelulas, 196 para oliquido intersticial e linfa, 0,5% parao plasma san- guineo, 0,5% para o tecido conjuntivo denso e eartlagem € 7% para o tecido dsseo. A sua excregio se da principalmente pela urina, 90%, ¢ pelas fezes, 10%. potéssio € um eletrlito eatidnico muito importan- te para o equilforio osmético entre o meio intracelular e 0 liquido extracelular ¢ para o controle das fungSes das mem Dranas celulares, especialmente na despolarizagio dos neus6- nos ¢ na contragio muscular, £0 cition que se apresenta em maior concenteasio no interior das células animais, 20 contririo do sédio, que €0 cition mais abundante no fluido extracelular.O teor de potissio no interior da célula é cerca de 30 vezes maior que 0 extracelulas, enquanto 0 teor de sédio intracelular é mais de ddez.vezes menor que o do liquido intersticial Esta diferenga de concentragées idnicas entre o sédio € 0 potissio, através das membranas cclulares, cria um gra- diente eletroguimico denominado potencial de membrana Este potencial de membrana é mantido por bombas iénicas proteieas, constituintes das membranas eelulares, das quais 4 mais importante é a bomba de sédio-potissio, também denominada s6dio-potissio-adenosina-trifosfatase (Na-K- ATPase). Estas bombas necessitam da energia, fornecida pelo ATP (adenosina trifosfato), para transferir os cations de ‘um lado para outro da membrana celular. Observe no diagra- ma simplifcado da Figura 8.129 o fancionamento da bomba de sédio-potissio: uma molécula do trifosfato de adenosina fornece energia suficiente para bombear trés fons de sédio para fora da eélula, em troca de dois fons de potissio, que entram na célula, Estima-se que a energia consumida para atividade das bombas de sédio-potissio, de todo o organism, corres- ponda a 20 2 40% do gasto energético basal de um adulto de 70 kg de peso, o que enfatiza a importancia desta fungio para a manutengio da vida. A explicacio para este gasto energéti~ 0, to alto, esti na observagio de que a bomba de s6dio-po- tissio nao permite a passagem de particulas maiores do que 15 Angstrons. Acontece, porém, que, apesar de os fons s6- dio ¢ potissio terem um didmetro muito menor do que esse, respectivamente 1,9 A ¢ 2,66 A, eles carregam consigo um séquito de moléculas de agua, o que os toma impermedveis a membrana celular Justamente a desidratagio destes ons € que consome energia, 72 keal por moleculagrama de 6- dio e 55 keal por moleculagrama de potistio, porque o dio agrege mais moléculas de Agua do que o potissio. O estito controle funcional do potencial de membrana pela s6dio~ -potissio-adenosina-tfosfatase garante a transmissio dos Jmpulsos nervosos,a contragio muscular € o ritmo cardiac, ‘Além da sédio-potissio-sdenosina-trifosfatase que requer,slém do sédio, 0 potéssio como cofator enzimético, potieasoutras ensimas necessitam do potéssio para a sua ati- vagdo,entee elas se destaca a piruvato-cinase, essencal para o imetabolismo dos hidratos de earbono. Rememore a via gli- colitica ea sintese do ATP na Figura 8.130. © potissio ainda é um importante fator na regula- so do equilfbrio icido-basico dos eitrécitos, através de tés sistemas-tampaes + sistema hemoglobina reduzida/hemoglobinato de potissio, + sistema oxiemoglobina/oxiemoglobinato de potissio + fosfato icido de potissio/fosfato alealino de potisio. ‘Uma caractristica interessante do potisio na érea da otorrinolaringologia & que ele pode despertar tds tipas diferentes de sensagées do paladar,dependendo da sua con- centrasio nas solusées. As solugdes mais leves de potéssio proporcionam um sabor adocicado, como o do lete © dos sucos de frutas,conforme as concentrayées dos citions de potissio se elevam, o gosto se torna mais amargo ealcalino e, nas grandes concentraydes o paladar toma-sesalgado, © 8.7.20.2, Caréncia de Potssio A caréncia de potissio €caracterizada pela baixa con- centragio plasmitica de potissio, denominada hipocalemia, ‘A causa mais comum da hipocalemia é a perda excessiva de potissio, que pode acontecer por episédios repetidos de v- Extracellular Fuld Sodium (Na Intracellular Fluid Figura 8.129 ~ Bomba de sido e potéssio, Na-K-ATPase Petessium (t):8 mma. i Sedium Na") #2 eal. Capitulo 8 Glicose ‘aT ‘ADP Glicose €-fostato Gliceraldeido ‘Hosfato NADY +P, vos [NADH HY Di-hidroxiacetona fostato = [Nae ‘sHFostoglicerato 2-Fosfoglicarato Ena Ho Fosfeenalpiruvato ‘ADP ATP. Pinivato Figura 8.130 ~ Sintese do ATP, adenosina trifosfoto, a partic da alicose. mito, pelo uso de alguns tipos de diuréticos, em decorsén cia de algumas formas de doengas renais e por alteragies do metabolismo. Os sintomas da hipopotassemia estio relacionados ‘com as duas enzimas jé mencionadas ¢, portanto, com as al- terasées do potencial de membrana e do metabolismo eel lares. Os sinais e sintomas da hipocalemia, por conseguinte, incluem a fadiga, a fraqueza muscular,o edema, a sede, a pele seca, a8 ciibras e a paralisia intestinal, a qual pode evoluir para a distensio abdominal, a obstipagio e as célicas abdo- rinais, Caso a hipopotassemia se agrave, é possivel ocorre rem paralisia muscular e aritmias eardiacas, que podem ser fatais. [As situagées elinieas mais fe nadas com a hipocalemia sio 0 emprego dos diuréticos es- poliadores de potissio, como os tiazidicos e a furosemida; 0 etilismo; as crises severas de vmito ou diarreia; 0 abuso de Iaxantes; a anorexia nervosa; a bulimia; a caréncia de magné- sio ea insuficiéncia eardiaca congestiva sntemente relacio~ O consumo crénico de grandes quantidades de alea ‘uz negro também pode, em raras ocasiées, provocar a hipo- Capitulo 8 calemia. Isto porque o fcido glicisrizico, contido no aleaguz, apresenta um efeito fsiologico semelhante ao da aldosterona, ‘o horménio da glindula suprarrenal que aumenta a excregio, “urinaria de potassio, Habitualmente, as dietas com baixos te- ‘ores de potissio nio determinam a hipocalemia, entretanto, as pesquisas indicam que 2 insuficiéncia alimentar de po- téssio aumenta 0 Fisco para o desenvolvimento de diversas doengas eranicas * 8.7.20.3. Doses Nutricionais Recomendadas para 0 Potdssio Nio fi possivel determinar as doses nuteicionais re- ‘comendadas para potissio, asim o Conselho de Alimentos fe Natrigio do Instituto de Medicina norte-americano e:- tabeleceu as doses adequadas para este nutrient, caleuladas sobre as quantidades ingeridas de potissio associadas a at- veis normais de pressio arterial, a uma sensibilidade reduaida ao sal de cozinha e 0 risco minimo de litiase renal. Deste modo, as doses adequadas para a ingestio de potissio vio assim elencadas 400 mg/d. 700 mga cas de 123 aos de idade 3.000 mld ‘Crangas de 418 anos de idade 3800 mg/d (Crangas de 913 anos de dade 4500 myldia Adolesentes dos 14 aos 18 anos de dade 4.700 mg/d Adults maiores de 19 anor de idade 300 mga GGestantes dos 1430550 anos dead 4700 meld, Lactantes dos 1420s 50 anos de dade 5100 mld * 8.7.20.4. Indicagées Terapéuticas do Potdssio Os habitos alimentares da civilizasio moderna sio rnuito diferentes da dieta alimentar dos homens pré-histér- os, a qual persiste, apenas, em alguns povos primitives que ppermanecem isolados. Uma, entre tantas diferengas nutricio nai, € 2 ingestio didria de sal de cozinha, que, na civiliza- ‘io industrilizada, é, em bases molares, cerca de trés vezes inaior do que a ingestio do potissio. Nas eulturas primevas 0 ‘consumo do cloreto de sédio era sete vezes menor do que a ingesta de pot tissio, na dicta moderna, pode estar envolvida na fisiopato- logia de algumas doensas erénicas, entre elas a hipertensio, ‘osteoporose ea litiase urindvia,além dos acidentes vasculares. Vasios ¢ importantes estudos epidemiolégicos tém sugerido que uma maior ingestio de potissio esté associada a um menor risco de acidente vascular cerebral. Um traba- Iho prospectivo, acompanhando mais de 43.000 homens por tum periodo de 8 anos, demonstrou que os individuos que ‘estavam no quintil mais alto da ingestio de potissio, cerca de 4.300 mg didrios, apresentaram somente 62% da proba- bilidade de apresentarem um derrame cerebral, mostrada por sio. A insulicigncia alimentar relativa do po- aqueles que se encontravam no quintil mais baixo, ngerindo uma média de 2.400 mg diarios de potissio, Esta associagio inversa foi mais evidente entre os hipertensos. Outro estudo prospectivo semelhante, realizado com 85.000 mulheres acompanhadas por quatorze anos, entre- tanto, mostrou tuma relasio inversa muito mais modesta en tea ingestio de potissio o acidente vascular cerebral Ainda um outro trabalho, seguindo 9.000 pessoas por cerca de 16 anos, demonstrou que o consumo de potissio esta inversamente relacionado com o acidente vascular cerebral somente entre os negros ¢ os hipertensos. Considerando- se ambos os sexos, 0s negros analisados realmente ingeriam muito menos potassio do que os brancos, 1.606 contra 2.178 img didrios. Dados mais recentes, de uma mesma populaszo, indicam que os individuos que ingerem mais de 1.352 mg didrios de potissio apresentam somente 72% da probabili: dade de sofrer um acidente vascular cerebral, apresentada pelos consumidores de quantidades menores do que esta Juntando todos estes dados epidemiolsgicos em um mesmo saco, podemos concluir que um modesto aumento no con- sumo de frutas ¢ verduras, alimentos naturalmente ricos em potissio, pode reduzir, sgnificativamente, a incidéncia dos acidentes vasculares cerebrais, sobretudo entre os hipertensos Com relagio & osteoporose, quatro trabalhos trans- versais cruzados mostraram uma associagio positiva entre © consumo dietético de potissio a densidade mineral 6s- sea das mulheres na pré-menopausa, na perimenopausa, na pés-menopausa © nas ancias, Nestes trabalhos, a ingestio alimentar média de potissio estava entre 3.000 e 3.400 mg dlidrios, as ingestbes maiores estavam acima de 6.000 mg di frios,e as menores,situadas entre 1.400 e 1.600 mg didrios Nos quatro trabalhos a densidade mineral éssea associow se, postiva e significativamente, com o consumo de frutas ce verduras Outeo trabalho, tinico, avaliando as alteragses da ddensidade mineral 6ssea no decorrer de 5 anos, demonstrow aque uma dieta rica em frutas e verduras vale dizer rica em. potissio, esta associada a uma significante diminuigio da perda éssea dos quadris masculinos, mas nZo nos femininos. Vale também observar que os alimentos ricos em potissio também sio ricos em precursores dos ions bicarbonato, que agem como tampées dos acidos orginicos. A dicta ocidental moderna tende a ser relativamente pobre em fontes alealinas, as mesmas frutase verduras, ricas em fontes icidas, como a came de boi, os quejos ¢ os peixes. Caso os ons bicarbona to sejam insuficientes para manter 0 equilibrio écido-bisico (pH) do corpo, neutralizando os dcidos provenientes da dieta € gerados pelo metabolismo, 0 préprio organismo mobiliza sais alcalinos de calcio, removidos do esqueleto. Esta afiemagio esta respaldada em um estudo realiza- do com mulheres na pés-menopausa, is quais foi adminis trado o bicarbonato de potissio, o qual, por sua vez, determi- now 2 diminuigdo da acide urindria, @ redugio da excresa0 renal de eileio ¢ a queda dos marcadores da reabsorgio dssea, 20 mesmo tempo em que elevou os biomarcadores da neo- formagio 6sse2. O consumo adequado de frutas ¢ verduras reduz a proporgdo dcida da dieta e coopera para a preserva 0 dos ossos intactos Uma dicta alcalina rica em potassio, plena de frutas ¢ verduras, diminui a excregio urinaria de cileio e, a0 contré- rio, uma dieta dcida, pobre em potissio, aumenta a caleiiria, A hiperealcitria € um fator de risco para o desenvolvimento de célculos renais, fato comprovado nos individuos que apre- sentam antecedentes de litfase urinéria e que adotam uma dicta deida Um grande estudo prospective, avaliando mais de 45,000 homens, por um periodo de 4 anos, demonstrou que aqueles que ingeriam mais de 4.042 mg dirios de potissio apresentaram apenas a metade da probabilidade de manifesta- ‘em os sintomas de uma caleulose renal, em comparasio com. ‘os homens que consumiam menos que 2.895 mg por dia, Outro tabalho semelhante, este seguindo mais de 90.000 mulheres, durante mais de 12 anos, abservou que as senhoras que se encontravamn no mais alto quintil de in- gestio de potissio, cerca de 3.458 mg diarios, apresentaram somente 65% da probabilidade de desenvolver Kitiase renal sintomatica, em relagio aquelas do mais baixo quinti, 20 re- dor de 2.703 mg de potissio por dia. Nestes dois trabalhos prospectivos, a fonte alimentar de potissio foi, quase exclusi- vvamente, proveniente de frutas e verdura. Diversos estudos indicam que as populagées que cconsomem uma dieta rica em potissio apresentam a pressio arterial em niveis mais baixos do que os grupos populacio rnais que ingerem uma alimentagio pobre em potissio. Os dados coletados de mais de 17.000 adultos, que pasticipa- ram do NHANES III, do inglés Third National Health and Nutrition Examination Survey, 0%, om portugués, Terceiro Levantamento Nacional para a Avaliagio da Satide e Nutrigio, mostraram que um alto consumo alimentar de potissio esta associado a pressdes significativamente mais baixas. © estudo DASH, Dietary Approaches to Stop Hypertension, Proposta Alimentar pata Deter a Hipertensio, ‘em portugués, comprovow os efeitos benéficos da dieta rica potissio no tratamento e na prevengio da hipertensio asterial, Neste trabalho comparou-se uma dieta-controle, fofertando apenas 3,5 porgées didrias de verduras e frutas ‘mais 1.700 mg diatios de potissio, com outta dicta esta ser~ vindo 8,5 porgées de frutas e verduras mais 4.100 mg de potissio por dia. © resultado foi que a dicta mais rica em potissio diminuiu as presses arterias, sistlica diastéli- a, em uma média de 2,8:1,1 mmHg entre os normotensos ede 7,2:2,8 entre os hipertensos. Ainds no estudo DASH, acrescentando-se 800 mg dirios de célcio a dieta, houve um feito sinérgico, diminuindo ainda mais as presses sistliea « diastolica dos participantes. Em 1997, foi ealizada uma metanilise de 33 traba- thos controlados € randomizados, envolvendo 2.609 pessoas, voltados 20 estudo dos efeitos do consumo de suplementos de potissio sobre a tensio arterial. A principal forma de Capitulo 8 apresentagio do potissio nesta metanilise foi o cloreto. A Ingestio adicional de potissio, na ordem de 2.300 2 3.900 img diérios, vedundou em uma leve, mas significante, queda dda pressio arterial, Cerea de 1,8:1,0 mmHg entre os normo: tensos e de 4,4:2,5 entre os hipertensos (sistolica:diastélica). A anilise dos subgrupos mostrou que o efeito hipotensor do potissio foi mais pronunciado entre os individuos que in- geriam as maiores quantidades de sal de covinha e naquelas pesquisas nas quais a raga negra predominava, ‘Ainda com relagio a raga, uma pesquisa envolvendo 150 chineses, de ambos os sexos, hipertensos leves € mo derados, mostrou que a administrasio de uma quantidade modesta de potissio, 500 mg didrios, por 12 seman suficiente para uma redugio significante, de 5 mmblg, da pressio arterial sistélicg, quando comparada ao placebo. Nao houve alteragao significatva da pressio diastélica entre estes chineses. A explicagao do efeito hipotensor do potissio esté no fato de que a secregio tubular renal do potissio deprime acen tuadamente atroca do sédio pelo hidrogénio, no mesmo tibu- fo renal, Isto provoca a eliminagao de wma urina alcalina, com poucos fons hidrogénio, e contendo ions de sédio, que levarn consigo agua extracelular (Conforme R. W. Berliner e cols, citado por Gilbert H. Mudge em Goodman & Gilman). + 8.7.20.5, Fontes de Potassio. Como jé meneionamos por diversas vezes, as fon- tes mais ricas de potissio sio os vegetais, destacadamente as frutas e as verduras. Os vegetarianos consomem grandes quantidades de potassio, cerca de 8.000 2 11,000 mg por dia A média didsia do consumo alimentar de potissio, na po- pulagio adulta norte-americana, esta entre 2.300 mg, entre as mulheres, € 3.100 mg, entre os homens. O contetido de potissio em alguns alimentos, cansiderados boas fontes de potissi, esta na Tabela 8.31. Os suplementos vitaminicos ¢ minerais disponiveis comercialmente nio contém mais do que 99 mg de potissio. por dose. Doses maiores sio consideradas terapéuticas ¢em- pregadas em situagaes especiais, necessitando de prescrisio médica e monitoramento das concentragdes séricas. Os sais de potissio disponiveis comercialmente sio 0 cloreto, 0 ci: trato,o gluconato, o bicarbonato, o aspartato ¢ 0 orotato de potassio. Nas preserigdes ortomoleculares usualmente empre amos 0 complexo aminoieido de potissio, com 18% de po- tissio elementar, O cloreto de potissio é usado como subs tituto do sal de cozinha, para aqueles pacientes sob dietas com restrigio de sédio, O principal constituinte do fermento quimico, usado em nossas cozinhas, é 0 tartarato sédico de potassio, KNaC,H,O, industrialmente conhecido como sal de Rochelle. Em muitos paises € empregado, como methorador da massa dos pies, 0 bromato de potissio, KBrO,. O uso deste sal foi banido do nosso pals, € em outros, por ser po- tencialmente oncogénico. A sua presenga, no rétulo dos pro- dutos de panificasio, pode ser reconhecida pela sigla E924, Capitulo 8 ren Fontes Nutricionais de Potass bacte 1 mésio rome Avsboreconia ——YPsfera (00m) 448mg Apo pedo Lica 200m.) 3007 Aeachoraconda media 25m rea sea {Varia (400m) 62306 Ambre soe mime oanane 1 més sr Banana aries 1 més 0m eaatceuseme naga mime coetiineest rail Fog 11 me Espnatrecodo ——/2xiara (100m) 439m Feito mantiga (Phaseolus limensis) ‘1/2xicara(100ml) 478 mg corde aan sme 231m Laan aia 1 ei ses vet humane 200 mt 1008 lete ceca 2o0 mt 50m ego Lesher e285 959g Metio seo L708 Repolhopiado xen (200ml) 23006 Semente degrasil 508 asm sucodeamesa 200m. sme sucodelarna 200m, 25m Sucodetonate 200m same Tomate seo mame vias pases {Varia (100ml) 588%mg Este mineral também esté presente no bissulfito de potissio, KHSO, um preservativo de alimentos usado, principalmen ‘te,nos vinhos e nas cervejas. Pode ser reconhecido, nos rotu- os, como o aditivo E228. * 8.7.20.6. Cuidados com 0 Uso do Potassio © euidado que se deve ter com a administragio te- a do potissio é nao exceder a capacidade da sua ex ‘regio renal, do contriti, havera clevagio dos seus teores séricos, hipercalemia. A dose oral maior do que 18.000 mg, administrada de uma s6 vez as pessoas nio habituadas, pode levar a hipercalemia severa, mesmo nos individuos com a fungdo renal normal. A insuficigneia renal, aguda ou erénica, 6 uso de diuréticos poupadores de potissio e o hipoaldos- teronismo podem, também, diminuir a eliminagio renal do potissio e induzie a hiperealemia A hipercalemia ainda pode ser causada pela liberagio do potissio intracelular para a circulagio, que pode ocorrer durante uma crise de hemélise maciga ou nos grandes trau- rmatismos, como nas qucimaduras extensas, nos politrauma- tismos e nas grandes cirurgias. Entre os sintomas precoces da hiperpotassemia des- tacam-se o formigamento ¢ 0 entorpecimento das extrem dades, a fraqueza muscular e os episéios de paralisias mus- culares frustras. As complicages mais sérias da hipercalemia sio a confusio mental ea arrtmia eardiaca, que pode provo- car a parada cardiaca ‘Com relagio aos efeitos colaterais das doses terapéi ticas de potissio, os sintomas mais comuns sio néusea, vomi- to,desconforto abdominal e diarreia. A prescrigio do cloreto de potissio com as refeigBes ou em cépsulas de desintegra- fo entérica reduz.a ocorténeia dos efeitos adversos gistricos, porém, as cipsulasentéricas podem provocartleera intesti~ nais, Muitas drogas podem interferir com a calemia, ou seja, com a concentragio sérica do potissio e, dada a importincia médica do fato, destacaremos as principais. Entre 0s medica- :mentos que podem levar & hipercalemia: + diuréticos poupadores de potassio, como a espirono- lactona, o triantereno e a amilorida; inibidores da enzima conversora da angiotensina, como 0 captopril, o enalapril e o fosinopril; + bloqueadores dos receptores da angiotensina, como 0 losartam, o valsartam,o isbesartam e 0 candesartam; antichipertensivos dos grupos dos betabloqueadores € dos alfabetabloqueadores; drogas anti-inflamatérias nio esteroidais, como a in- dometacina,o ibuprofeno e o cetorolaco;, + agentes anti-infecciosos, como a pentamidina e a as- sociagio sulfametoxazol e trimetoprim; o anticoagulante hepatina; slicosideos miocirdio-estimulantes, digitlicos Entreasdrogas que podem desencadear ahipocalemia: agonistas beta-adrenérgicns, como a epineftina; descongestionantes nasais, como a pseudoctedrina ea fenilpropanolamina;, + broncodilatadores, como o albuterol, a terbutalina, 0 pirbuterol, a isoetarina, o fenoterol, aefedsina, 0 iso- proterenol, o metaproterenol ea teofling; agentes tocoliticos, antiabortivos, como a ritodrina © anilideina; + diuréticos espoliadores de potissio, como a acetazo- amida, os tiazidicos, a clortalidona, © indapamide, a metolazona, a quinetazona, a bumetanida, 0 cido etacrinico, a furosemida, o torsemide; slicocorticoides em doses altas, como a hidrocortiso- na, a prednisona, 2 metilprednisolo naa betametasona, a dexametasona; + mineralocorticoides como a fiudrocortisona; triancinolo- medicamentos com efeitos de mineralocorticoide, como o aleaguz, a carbenoxolona, o gossipol; antibiéticos como a penicilina, a nafcilina a carbeni- ‘lina, em doses altas; outras drogas, como a eafeina, a fenoftaleina o sulfo- nato de polistiteno s6dico. Dentre os minerais nutrientes, interage com 0 po- tissio 0 s6dio ¢, dentre as vitaminas, as mais envolvidas no metabolismo do potissio estio a B,e a B, 8.7.21. Sele © selénio é o elemento guimico, epresentado pelo simbolo Se, de niimero atomico 34 e massa atmica 78,96(3) mol, E um nao metal quimicamente relacionado com 0 centofie e 0 telitio e, na natureza, raramente & encontrado no seu estado clementar. O selénio pode ser encontrado sob vitias formas alouépicas, duas amorfas e uma ctistalina + a forma vita, amorfa, negra é obtida a0 resfit-lo rapidamente, apés 4 sta fisio a 21 graus Celsius (°C). O selénio negro volta a fandir-se aos 180°C apresenta uma densidade de 4,28 g por centimetro ceibico (g/em’); a forma vermelha,coloidal, éobtida através de teases de redugio, tem a densidade de 4,39 g/cm’ ese funde 221°C; 2 forma de cor cinza é a mais comum, apresenta es- tcutura cristalina hexagonal com a densidade de 4,81 gfe’ e funde-se a 220,5°C. O selénio,na sua forma alotrépicacrstalina tem pro- priedade foroeltrica, ou seja, converte luz em eletrcidade. Abaixo do seu ponto de fusio, € um material semicondutor, sua condutibilidade elétrica aumenta quando exposto a uz Bm 1817, Jons Jakob Berzelius deu-Ihe © nome de Selene, aque, em grego, significa Lua, por té-lo descoberto associado 20 ja conhecido teirio,exjo nome em lati, Tellus, significa ‘Terra. Em 1941 apareceram as primeiras evidencias de que o selénio exerceria alguma fungio bioligica nas aves © professor Eric Underwood, uma das maiores au- toridades em nutrigao mineral na sua época, esereveu, em 1956, no seu livro “Elementos-Trago na Nuttigio Humana « Animal”, que o interesse pelo selénio se limitava pratica- ‘mente, is suas propriedades téxicas, Porém, em 1962, publi- cou, na segunda edigao da mesma obra, que oselénio aabara de ser descoberto como umn nuttiente essencial, ¢, em 1977, Capitulo 8

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