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Brazilian Journal of health eview Qualidade de Vida e Doencas Crénicas: Possiveis Relagdes Quality of Life and Chronic Diseases: Possible Relationships DOLE10.34119/bjhev3n4-077 Revebimento dos originais: 13/06/2019 Aceitagio para publicacao: 14/07/2020 Clara Nardini Souto Psicdloga formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie Instituigdo: Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clinicas da FMUSP Enderego: Rua Doutor Albuquerque Lins, n° 915 - Santa Cecilia, Séo Paulo ~ SP, Brasil E-mail: claransouto@gmail.com RESUMO Introducao: termo qualidade de vida (QV) é definido como a percepgio do individuo sobre sua Vida nos seguintes contextos: satide, relagdes sociais, trabalho, estado psicol6gico, lazer ¢ sua relagdo com o ambiente. Ao falar QV, engloba-se os hibitos didrios, que podem ser prejudiciais 4 satide, como o sedentarismo, uso nocivo de alcool, tabagismo, alimentagao inadequada e estresse, que sio considerados fatores de risco que diminuem a qualidade de vida, estando associados as doengas crénicas nao transmissiveis (DCNT). Tais doengas geralmente se prolongam ao longo do tempo, em geral nao se resolvem espontaneamente e raramente t&m cura, alterando completamente a vida didria do individuo. Objetivo geral: Apresentar as possiveis relagdes entre a qualidade de vida dos brasileiros com o surgimento de doencas cronicas ¢ a adesio ao tratamento, especialmente em pessoas portadoras de diabetes mellitus tipo II. Método: Realizou-se um estudo bibliogrifico com consulta em diversas bases de dados, considerando 0 periodo de 2010 a 2019. Resultados: A partir da andlise de 34 artigos, foi possivel observar a influéneia da qualidade de vida dos brasileiros no desenvolvimento de doengas crénicas, uma vez que esta telacionada aos comportamentos ¢ habitos dos individuos, podendo ser prejudiciais a sade. Estes fatores de risco, muitos presentes na populagdo brasileira, podem causar riscos intermediarios como aumento da pressio arterial, alto nivel de glicose, alta concentragao de lipidios sobrepeso. O estresse e a depressio sio outros fatores de riscos, uma vez que podem causar uma desregulacao do sistema biol6gico, aumentando 0 risco do desenvolvimento de doencas como diabetes, hipertensio, varios tipos de cancer, dentre outros. Por sua vez, 0 desenvolvimento de doengas crénicas causa diversos impactos na QV do individuo, como na sua capacidade fisica, mental e na sua independéneia, Apos 0 diagndstico de diabetes, 0 individuo pode apresentar dificuldades emocionais e psicologicas para enfrenta- lo e aderir ao tratamento, podendo desenvolver sentimentos negativos, como baixa autoestima, revolta, ansiedade, negagao da doenga e inseguranga. A no adesio ao tratamento é a principal causa para 0 desenvolvimento de complicagdes, piorando a QV e aumentando a mortalidade. Para que haja adesao, a familia e o psicélogo tém um papel importante, pois darao apoio e farao com que o paciente se sinta acolhido e motivado para continuar o tratamento e assim fazer as mudancas necessirias, restabelecendo sua qualidade de vida. Conclusio: Conclui-se que 0 baixo nivel de qualidade de vida predispde ao desenvolvimento de doengas erdnicas nfo transmissiveis. Com o seu diagnéstico ocorre uma piora, maior ou menor, na QV, conforme a estrutura psicolégica do individuo que também influi na adesao ao tratamento, responsavel por unm possivel melhora significativa na qualidade de vida do paciente. Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 3, n. 4 p. 8169-8196 jul./aug... 2020, Brazilion Journal of health Qeview Palavras-chave: qualidade de vida, doengas crénicas, adesio ao tratamento ABSTRACT Introduetion: The term quality of life (QOL) is defined as the individual's perception of their life in the following contexts: health, social relationships, work, psychological state, leisure and their relationship with the environment. When speaking QOL, daily habits are included, which can be harmful to health, such as physical inactivity, harmful use of alcohol, smoking, inadequate diet and stress, which are considered risk factors that decrease quality of life, being associated with chronic non-communicable diseases (NCDs). Such diseases generally last over time, usually do not resolve spontaneously and are rarely curable, completely altering the individual's daily life. General objective: To present the possible relationships between the quality of life of Brazilians with the emergence of chronic diseases and adherence to treatment, especially in people with type II diabetes mellitus. Method: A bibliographic study was carried out with consultation in several databases, considering the period from 2010 to 2019. Results: From the analysis of 34 articles, it was possible to observe the influence of the quality of life of Brazilians in the development of chronic diseases , since it is related to the behaviors and habits of individuals, and can be harmful to health. These risk factors, many present in the Brazilian population, can cause intermediate risks such as increased blood pressure, high glucose level, high concentration of lipids and overweight. Stress and depression are other risk factors, since they can cause a deregulation of the biological system, increasing the risk of developing diseases such as diabetes, hypertension, various types of cancer, among others. In tum, the development of chronic diseases causes several impacts on the individual's QOL, such as on his physical, mental capacity and on his independence. After the diagnosis of diabetes, the individual may have emotional and psychological difficulties to face it and adhere to the treatment, and may develop negative feelings, such as low self-esteem, anger, anxiety, denial of the disease and insecurity. Non-adherence to treatment is the main cause for the development of complications, worsening QOL and increasing mortality. For adherence, the family and the psychologist have an important role, as they will support and make the patient feel weleomed and motivated to continue the treatment and thus make the necessary changes, restoring their quality of life. Conclusion: It is concluded that the low level of quality of life predisposes to the development of chronic non-communicable diseases. With its diagnosis, there is a worsening, greater or lesser, in QOL, depending on the psychological structure of the individual who also influences treatment adherence, responsible for a possible significant improvement in the patient's quality of life. Keywords: quality of life, chronie diseases, treatment adherence 1 INTRODUCAO © termo qualidade de vida vem sendo muito discutido nos dias de hoje, devido a0 aumento da expectativa de vida e a busca constante por uma vivéneia de mais qualidade. Mas © que é qualidade de vida? No contexto atual, este termo pode ser considerado muito subjetivo @ envolve todos os componentes essenciais de condi¢o humana, seja fisico, psicolégico, emocional, social, cultural ou espiritual, afinal cada um interpreta de maneira distinta e Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 3, n. 4 p. 8169-8196 jul./aug... 2020, Broz individual. Segundo Nobre (1995, p.299), cada um considera o que ¢ importante para sia fim ian Journal of health Qeview de viver bem e isto é qualidade de vida, afirma também que: “Assim, a qualidade de vida foi definida como sensacao intima de conforto, bem-estar ou felicidade no desempenho de fungies fisicas, intelectuais e psiquicas dentro da realidade da sua familia, do seu trabalho e dos valores da ‘comnidade & qual pertence” Outra explicacdo para qualidade de vida, foi descrita por Toldra (2014, p.160): “O conceito “qualidade de vida” tem carter subjetivo, ou seja, depende da percepedo de cada pessoa sobre o seu estado e envolve diversas dimensdes da vida.” Atualmente a qualidade de vida vem sendo altamente discutida em relagio a satide da populagio, mas para avalia-la torna-se complicado pelo fato de nfo haver uma definigao universal aceita, Segundo Azevedo (2014), ela pode ser definida como o entendimento individuo sobre sua vida, tanto no contexto de cultura, como no sistema de valores e suas expectativas, Ele também afirma que: “0 conceito incoxpora a saike Fisica, o estado psicolégico,o nivel de independéncia, as relagdes sociais, as crengas pessoais e a relagio com aspectos significatives do meio ambiente.” (AZEVEDO, 2014, p.1775) Por ser um termo muito pessoal e inconstante é dificil considera-lo de forma tnica para todos. Por exemplo, para aqueles que acreditam que qualidade de vida esti unicamente relacionada ao bem-estar material, como ter um bom salério ou um bom poder econémico, perder o emprego ou receber wn salério ou uma remuneragio nfo satisfatorio mensalmente pode acarretar em estresse, conilitos, mal estar, entre outros sentimentos que podem impulsionar o surgimento de uma patologia organica, como: diabetes, cardiopatia, hipertensio, entre outros. Esse quadro nio teria © mesmo desfecho caso acontecesse com uma pessoa que relaciona qualidade de vida ao bem-estar familiar, consequentemente os danos causados por esta ideia seriam dificilmente diagnosticados como decorrentes. Analisando os quadros acima, no primeiro caso o individuo se consideraria de boa vida de boa qualidade por receber um salério que o agrade, enquanto o segundo individuo, nao se satisfaria apenas com um valor em dinheiro, caso nao estivesse em paz com sua familia, Coneluimos que se tomar um “workaholic”, no primeiro caso, seria uma possivel solugio, enquanto a mesma medida, no segundo, seria um motivo para o mal-estar e possivel surgimento Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 3, n. 4 p. 8169-8196 jul./aug... 2020, Brazilion Journal of health Qeview de doencas crénicas. Logo, 0 que se pode coneluir € que nao hé uma causa tinica para a prevencao destas patologias. Segundo a Organizagio Mundial de Satide (OMS,1998) qualidade de vida esta representada na percepdo dos individuos, de que suas necessidades sejam satisfeitas, ou de que estio sendo negadas oportunidades para alcangar a felicidade © autorrealizagdo. Sendo importante a independéneia de seu estado de saiide fisico ou de suas condigdes sociais e econémicas. E preciso afirmar também que é impossivel discutir sobre este assunto sem ressaltar que ele esta diretamente ligado aos habitos didrios da populagdo, como os valores éticos/morais, regras sociais e culturais e até mesmo aos hibitos alimentares, além de sua extrema importincia para o euidado com a propria satide. Outro fator de extrema relevneia diretamente ligado ao bem-estar, porém muitas vezes ignorado, sto as condigdes de vida de um cidadao, especialmente nas grandes cidades. No Brasil, a poluigio ambiental ¢ sonora é um fator corriqueiro e alarmante, Afeta a vida da populagao, uma vez que a qualidade de sono é prejudicada, 0 medo estarrecedor, a respiragao dificultada, o estado de alerta se tornam constante e a tranquilidade é violada, Apesar de grande parte da populagao nio perceber, estes fatores esto diretamente relacionados 4 qualidade de vida que ¢ constantemente prejudicada e que acarreta imimeras doengas. Atualmente, devido a pressio social imposta sobre a populagdo para que todos sejam bem sucedidos economicamente, temos observado um aumento significativo de pessoas softendo de doengas que podem estar ligadas a essa “ma” qualidade de vida, a qual esta se travestindo de bem-estar econdmico no Brasil Pode-se afirmar que 0 conceito de satide tem relaco direta com o conceito de qualidade de vida mesmo que implicitamente, uma vez que saiide no é apenas a auséneia de doenga e sim um benrestar fisico, mental e espiritual. Entdo, a qualidade de vida foi deserita por varios autores como um conceito muito amplo, relacionado a expectativa ¢ ao bem-estar. Portanto, doengas crénicas podem estar relacionadas as estas condigdes de vida e de trabalho. Por interferir na vida cotidiana, podem repercutir no Ambito psicossocial, trazendo uma mudanga, geralmente repentina, na qualidade de vida e nos habitos didrias do individuo que a possui. De acordo com a Pesquisa Nacional de Satide realizada pelo IBGE em 2013, as doencas erénieas nfo transmissiveis (DCNT) constituem 0 problema de saiide de maior magnitude e respondem por mais de 70% das causas de mortes no Brasil, sendo a causa pelas mortes antes dos 70 anos de idade. E segundo os dados, 40% da populagao adulta brasileira, possui pelo Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 3, n. 4 p. 8169-8196 jul./aug... 2020, 2] Broz menos uma DCNT, as doencas mais recorrentes sio diabetes, doencas cardiovasculares, cancer, ian Journal of health Qeview enfermidades respiratorias crénicas e circulatérias, Um levantamento realizado pelo IBGE, expés que essas doengas atingem 44.5% da populagio brasileira, cerca de 34,4 milhdes de mulheres e 33.4% da populagio maseulina, referente a 23 milhdes de homens, isso pode ocorrer pelo fato de que as mulheres se preocupam mais com a satide, procurando atendimento em satide de forma mais espontinea do que os homens, facilitando o diagnéstico. Segundo Zozaya (1985), doenea eréniea pode ser caracterizada por qualquer estado patolbgico que apresente uma ou mais das seguintes caracteristicas: ser permanente, que deixe incapacidade residual, que produza alteragdes patolégicas no reversiveis e que requeira reabilitagdo ou que necessite periodos longos de observacio, controle e cuidados. Por isso um paciente crénico tem a necessidade de ter um acompanhamento médico-elinico de longa duragao, pelo fato de a doenga nio ter cura. Devido a estas caracteristicas, o sujeito precisar fazer mudangas em seus habitos didrios, os que aio conseguem fazer esta mudanga acabam tendo seu estado de saide agravado e sem cuidados adequados acabam tendo sequelas ou chegam 4 morte, consequentemente, 0 individuo pode apresentar sentimentos de inseguranga e ansiedade. Isto pode vir, devido a destruigao de algumas expectativas para o futuro, tanto para o individuo, quanto para sua familia Segundo 0 Ministério da Sade (2013), a doenga erdniea é composta por um conjunto de soma de sintomas erdnicos, podem ser causadas por miiltiplos fatores e so descritas por terem um inicio gradual, geralmente tém um prognéstico incerto, e tém uma duragio longa ou indefinida. Cita que: ‘Requerem intervencdes com o uso de tecnologias leves, leve-duras e duras, associadas aman elo eis ex am roses cidade comin qv em sempre Alguas estudos mostram a associagio das DCNT com alguns fatores de risco, refletidos devido a efeitos negativos em resposta do proceso de globalizacao, como a urbanizagio ripida, © tabagismo, consumo abusive de Alcool, niveis elevados de colesterol, baixo consumo de alimentes saudaveis, como frutas e verduras, a obesidade, além do sedentarismo (PNS 2013). A Organizagao Mundial de Satide (OMS), estima que a populagao mais atingida por essas doengas sio as de classes de menor renda, com menos acesso a informagio e menor escolaridade. A doengas crénicas com maior prevaléncia no pais sio hipertensio arterial, 0 Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 3, n. 4 p. 8169-8196 jul./aug... 2020, Brazilion Journal of health Qeview diabetes, a doenca crénica de colnna, o colesterol (principal fator de risco para as cardiovasculares) e a depressao. Nos dias atuais, uma das DCNT de maior prevaléncia no pais, como dito anteriormente & © diabetes millitus, que é “caracterizado como um transtomno metabélico causado pela elevacio da glicose sanguinea resultado de distarbio no metabolismo de agiicares.” (Pesquisa Nacional de Saiide, 2013, p. 40), Isso acontece quando o organismo nio produz insulina ou a insulina produzida é insuficiente ou nio utilizada corretamente pelo organismo. Esta doenga pode se apresentar em trés formas, Diabetes tipo I, sendo autoimune, em que © organismo ataca as células do pancreas, causando a destruigio das células que produzem a insulina, Seu diagnostico normalmente ocorre na infineia ou na adolescéneia e o tratamento requer a aplicagio de insulina. Ou Diabetes Gestacional, que pode ser desenvolvida perto do 3° trimestre de gravidez, devido a uma resisténcia 4 insulina provocada pelos horménios da gestacdo, podendo desaparecer apés o parto. E sua iltima variedade é a Diabetes tipo 2, causada por fatores genéticos em conjunto aos maus hdbitos de vida, como o sedentarismo e obesidade, provocando defeitos ua produgio e ago da insulina no corpo. Neste tipo, o organismo nao produz uma quantidade suficiente de insulina ow as células do organismo so resistentes @ insulina, podendo causar dois problemas: as cétulas ficam privadas de energia ou a alta concentragdo de agticar no sangue pode afetar 0 coragio, olhos, rins e nervos. Seu diagnostico ocorre apés os 40 anos, embora pessoas mais jovens também possam apresentar condigdes para tal. Seu tratamento pode ser oral, além das atividades fisicas, ‘unm dieta balanceada e manter um peso adequado (PNS, 2013.) Dados mostrados pelo IBGE (2013), estimaram que 6,2% da populagio brasileira de 18 anos ou mais de idade teriam o diagnéstico médico de diabetes. Segunda a OMS, existem mais, de 246 milhies de pessoas com diabetes no mundo, sendo a diabetes tipo 2 considerada uma epidemia mundial, sendo responsivel por 1,5 milhdes de mortes em 2012, s6 no Brasil estima- se que ha 6,2 milhdes de casos diagnosticados. Os problemas mais frequentes observados para aqueles que possuem esta doenga sio: problemas de visio, problemas nos rins, ¢ problemas circulatérios. As recomendagdes mais frequentes feitas por médicos é a de manter uma alimentago saudével e praticar atividades fisicas, ou seja, uma nmudanga de estilo de vida. Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 3, n. 4 p. 8169-8196 jul./aug... 2020, Brazilion Journal of health Qeview 2 JUSTIFICATIVA O tema deste estudo foi escolhido devido ao fato do aumento de doencas crénicas nos tiltimos anos poder estar relacionado as condigdes de vida, aos habitos didrios da populagao brasileira e também ao aumento da expectativa de vida, Com isso, o estudo se baseia na relagZo dos quesitos acima e tem como finalidade promover a reflexio da populagio perante os problemas que podem acarretar a ma qualidade de vida, além de discutir a questo de adesfio aos tratamentos dos pacientes j diagnosticados. O trabalho pretende, a partir de estudos ¢ pesquisas, associar os coneeitos e definigdes da qualidade de vida para a populagio brasileira, com sua possivel relagio com as doengas crénicas, assim pretende-se estabelecer um paralelo entre a qualidade de vida da populagio e 0 aumento da incidéncia de doengas erénicas, utilizaremos o exemplo da diabetes millitus, para avaliar como afeta as condigdes de vida da pessoa e como ¢ a adesio ao tratamento dessa populagio, 3 OBJETIVOS 0 estudo teve como objetivos, apresentar as possiveis relagdes entre a qualidade de vida dos brasileiros, que implica em seus habitos de vida, com o surgimento de uma doenga erénica ¢ discutir a questo da adesio ao tratamento de pessoas portadoras de diabetes 4 METODOLOGIA Foi realizado o levantamento bibliografico de artigos quanto ao tema das doeneas crénieas nio transmissiveis, a qualidade de vida e hibitos diirios, Foram utilizadas as bases de dados de pesquisa do Google Académico, Medline, Bvspsico, Lilas, Scielo, Pubmed, dentre outros, utilizando como descritores de busca as palavras chaves: qualidade de vida, qualidade de vida e satide, habitos diarios da populagao brasileira, qualidade de vida e doengas erdnicas, doengas erénicas, doengas erénicas nao transmissiveis, doengas erénicas e diabetes, diabetes millitus, diabetes millitus tipo 2, qualidade de vida dos diabéticos, fatores que interferem na adesdo a0 tratamento, doenca cronica e adesio ao tratamento, diabetes e tratamento, adestio ao tratamento em pacientes crénicos. Priorizando publicagdes em portugués, entre os anos 2010 e 2018, sendo artigos que estabeleciam anilises sobre a populagao brasileira Foi feita uma selego dos artigos encontrados com base no titulo e contetides do resumo e seu fator de impacto. Foram selecionados artigos escritos em lingua inglesa e portuguesa. Foram excluidos os artigos publicados em outros idiomas e que aio foram obtidos na integra. Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 3, n. 4 p. 8169-8196 jul./aug... 2020, 7 Brazilion Journal of health Qeview As referéncias citadas nos artigos selecionados foram também revistas para identificar fontes de pesquisa adicionais Apos a coleta de dados, seré analisada qual a relagao entre a qualidade de vida e habitos didrios da populagao brasileiro com o surgimento das doengas cronicas, afetando a vida de cada individuo de forma diferente, sendo relacionada especificamente ao diabetes millitus. Em seguida foi analisado como se da adesio ao tratamento aps o diagnostico da doenga, pois pode afetar/mudar por completo seus habitos de vida. 5 REFERENCIAL TEORICO © termo qualidade de vida s6 foi difundido a partir da década de 70 com o desenvolvimento da medicina e do aumento da expectativa de vida. Segundo Almeida, Gutierrez e Marques (2012) qualidade de vida lida com varias areas do conhecimento mano, biolbgico, social, politico, econdmico, médico, dentre outros, sendo assim uma inter-relagio. Por ser um termo ainda em desenvolvimento e de uma falta de compreensio da populagao, virou uum jargio de propagandas enganosas, como 0 mesmo cita: “Qualidade de vida tornou-se, em muitas circunstancias, um jargao Util a promessas ficeis e peopagandas enganosas. Isso ocorte devido a ums falta de compreensto ‘specifica sobre o termo, ¢ sua consequente colonizagio por parte dos meios comerciais «de comunicagto, que o utlizam como justficativa para rornar seus proditos ties, ov para manipular a opinito piblica.” (ALMEIDA: GUTIERREZ: MARQUES, 2012 p. 16) Devido a essa falta de compreensio e a essas propagandas, a populagao fica em busea de uma qualidade de vida ficticia, tomando-se algo mio saudavel, podendo entio acarretar problemas futuros, pois entra em questdes de bem estar, satisfagdo e na relatividade cultural, ou seja depende de sua carga cultural de seu ambiente de vida e convivio social além de suas proprias expectativas de conforto e bem-estar (ALMEIDA; GUTIERREZ: MARQUES, 2012), A qualidade de vida esté relacionada as necessidades bisicas da vida humana, como a alimentagdo, habitagdo, trabalho, sade ¢ lazer, junto a elas aparece suas agdes individuais, englobando tudo, como a expectativa e a percepgdo de sua qualidade de vida, assim formando umestilo de vida, como sendo muitas vezes um padrio de vida estabelecido culturalmente por cada sociedade, variando de acordo com sua classe social e seus valores atrelados. Como citado: ‘rau de satisfa¢ao dos sujeitos com suas realizagdes pessoais, assim como os bens ‘materiais obtidos variam de acordo com o padriio de sua sociedade e, de forma mais profuunda, com seus valores pessoais.” (ALMEIDA; GUTIERREZ: MARQUES, 2012. p28) Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 3, n. 4 p. 8169-8196 jul./aug... 2020, Brazilion Journal of health Qeview O termo qualidade de vida foi definido pela Organizagao Mundial de Saiide (OMS 1997) como: “A percepeto do individuo de sua insergao na vida, no contexto da cultura e sistemas de valores nos quais ele vive e em relaglo aos seus objetivos,expectativas, padrBes e preocupagses". (p.1) Sendo assim como é citado na Biblioteca Virtual em Saiide, a qualidade de vida esta envolvida com o bem-estar espiritual, fisico, mental, emocional e psicologico. Além de um envolvimento social, como familia e amigos. (BVS, 2013) Para Sadir, Bignotto e Lipp (2010) a qualidade de vida é: “Um estado de bem-estarfisico, mental ¢ social ¢ nfo somente @ auséncia de doengas AS pessoas que se consideram felizes atribuem sua felicidade ao sucesso ei quatro éreas (social, afetiva, saide e profissional. (p.76) Diante isso, o trabalho é um grande papel na qualidade de vida do ser humano, ocupando uum papel central na vida do individuo. E por meio dele que o individuo pode se auto realizar e manter relagdes interpessoais gratificante. Assim se encontrarem uma satisfagio em seu ambiente de trabalho, podem manter uma qualidade de vida adequada. Porem, ele também é uum dos principais causadores de estresse ocupacional, isto acontece devido a globalizagdo e ao capitalismo, que fz com que as instituiges comprassem mais de seus funcionirios. (GOMES, SILVA, BERGAMINI, 2017) A qualidade de vida também esta relacionada a satide, em 2013 o Instituto Brasileiro de Geografia ¢ Estatistiea (IBGE) fez um amplo retrato da satide dos adultos brasileiros, mostrando entio seus habitos didrios. Segundo os dados, em relagao aos habitos alimentares, foi visto que apenas 37,3% da populagio com 18 anos ou mais de idade consumia frutas e verduras em quantidade recomentada pela OMS, enquanto quase a mesma porcentagem da populacio consumia cares com excesso de gordura e 24% dessa populagio fazia uso de alcool pelo menos 1 vez na semana. Em relagio a pritica recomendada de atividade fisica no lazer apenas 22,5% dos adultos praticavam, jd em individuos fisicamente ativos no trabalho apenas 14% estavam nesta condigao, 46% dos adultos eram insuficientemente ativos ¢ 28,9% assistem a TV em excesso, com um consumo de 3 ou mais horas didrias. Outro hibito didrio, que é um dos prineipais fatores de risco evitaveis a satide ¢ 0 tabagismo, 0 consumo teve uma prevaléneia de 14,5%, sendo 0 cigarro industrializado 0 produto mais utilizado. (PNS 2013), Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 3, n. 4 p. 8169-8196 jul./aug... 2020, 17 Brazilian Journal of health Qeview Atualmente, segundo a Secretaria de Vigilancia em Satide (SVS), em 2015, as doencas crénicas nao transmissiveis sfo representadas como cerca de 70% das causas de mortes no Brasil, geralmente atingindo camadas mais pobres da populagao grupos mais vulneraveis. As determinantes sociais observadas foram a diferenga no acesso & informagdo e no acesso a bens e servigos materiais, desigualdade social, a baixa escolaridade (BRASIL, 2011). Além disso, aparecem os fitores de risco, que esto diretamente ligados aos hibitos didrios dos brasileiros como o sedentarismo, 0 consumo nocivo de alcool, a alimentagao inadequada, pressio alta, uso de tabaco, niveis elevados de colesterol, altos niveis de glicemia, ¢ inatividade fisica Segundo Pereira (2017): “0 sedentarismo © o stress colaboram para o aumento do percentual dessas docncas, ‘mas virias doencas erdnicas podem ser prevenidas, por meio de utilizagio de habitos saudaveis, alimentagao correta e pritica de exercicios fisicos regularmente.” (p.68) Os fatores de risco esto muito ligados a qualidade de vida, como a inatividade fisica, que segundo a Organizagio Mundial de Saiide (OMS) esté relacionada a 3,2 milhGes de mortes por ano em todo o mundo, afirmando que a atividade fisica de forma regular é considerada um fator de protegio a satide, As principais DCNT possuem quatro fatores de risco em comum: Em um artigo feito por Claro (2015), observou-se que 0 consumo de alimentos no saudaveis na populagao brasileira, que so considerados fatores de risco para DCNT, tem uma Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 3, n. 4, p. 8169-8196 jul/aug... 2020. ISSN 2595-6825 Brazilion Journal of health Qeview prevaléncia identificada que ficou acima de 20% da populaeio, indicando uma elevada presenca de comportamentos de risco. Segundo ele: 0 pior quadra encontrado diz respeito a grande prevaléncia de consumo dos alimentos- fonte de gordura saturada: 6 a cada 10 brasileiros referiram consumir lete integral; e 4 cada 10 referiram cousuinir carne ou fraago com excesso de gordura”. (CLARO, 2015, p.262) 0 fator psicologico também pode ser visto como um fator de risco, como o estresse, que pode afetar a satide e consequentemente a qualidade de vida e a sensagao de bem-estar. (SADIR, BIGNOTTO E LIPP, 2010). Como deserito por Gomes, Silva e Bergamini (2017), o estresse pode influenciar o desenvolvimento de patologias como ansiedade, depressio, sindrome de burnout e esgotamento profissional. Todos sendo decorrentes ao estresse prolongado. Outro fator de risco é a depressio, que pode ser considerada como uma relagdo bidirecional com doengas crdnicas, como descrito por Boing et al. (2012): “Pessoas com depressto podem apresenta alteragdes biolégicas com potencial de ‘aumentar 0 risco de desenvolve-las. Além disso, doentes cronicos podem apresentar limitagdes em sua vida didria que aumentam as chances de terem depressio.” (p.618) Todos estes fatores de risco estio ligados ao desenvolvimento de algumas doengas crénicas nio transmissivel, sendo que elas na maioria das vezes no possuem um tratamento que leva a cura. Entre as doengas crénicas nao transmissiveis, a hipertensio e a diabetes mellitus estio em primeira nas causas de hospitalizacio no Brasil, no sistema piblico. Em um artigo publicado com Pereira (2017) ela afirma que: “Algumas pessoas apresentam mais de um diagnéstico de doenga crénica, agravando mais sua qualidade de vida.” (p 68) Segundo WHO, ha uma estimativa que em 2014, no mundo, 422 milhdes de pessoas estavam vivendo com diabetes, comparado com 108 milhSes em 1980, isto esta refletido no aumento dos fatores de risco, como 0 excesso de peso ou obesidade, que causam alteragdes metabslicas, considerados estilos de vidas nao saudaveis, mas também em consequéncia & transigfio demogrifica . Sendo assim, a diabetes é um dos maiores problemas de satide no século XXI. Segundo informagées além das pessoas jé diagnosticadas com diabetes, existem 318 milhdes de adultos com tolerincia alterada a glicose, indicando um alto risco de desenvolver a doenga, Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 3, n. 4 p. 8169-8196 jul./aug... 2020, 7 Brazilion Journal of health Qeview Diabetes millitus uma doenca crénica que ocorre quando o pancreas nao produz insulina © suficiente, ou quando 0 corpo nao consegue utilizar adequadamente a insulina produzida. No Brasil, em 2013, foi estimado que 6,2% da populagao de 18 anos ou mais, teriam o diagnéstico de diabetes (PNS, 2013). A diabetes millitus ¢ divida em trés tipo, 0 tipo I é autoimune em que as celular do pancreas que produzem insulina se autodestroemn, ja 0 tipo II, é causada por fatores genéticos em conjunto aos maus habitos de vida, e 0 ultimo tipo a diabetes gestacional que pode ser desenvolvida perto do 3° trimestre de gravidez em mulheres ndo-diabéticas e sendo uma situagio passageira 6 RESULTADOS E DISCUSSAO O levantamento bibliogritico ¢ a posterior aplicagao de critérios de incluso, levou a anilise de 34 publicagdes, dentre elas vinte e sete nacionais e sete internacionais. Para efeito de andlise, optou-se por agrupar o material encontrado nas seguintes categorias: qualidade de vida, com 8 artigos, fatores de risco, 11 artigos, doengas erdnicas, 10 artigos, diabetes mellitus, 7 artigos, qualidade de vida de pessoas com doengas crénicas, 5 artigos, ¢ adesio ao tratamento, 3 artigos. Sendo que alguns artigos foram utilizados em mais de uma categoria, 6.1 QUALIDADE DE VIDA O termo qualidade de vida, é considerado um termo muito subjetivo, porém os autores analisados posstem definigdes muito parecidas entre si. Afirmam que por ser um assunto que engloba varias ‘reas da vida humana, sendo elas biologicas, sociais, politicas e econdmicas, por englobar também a percepgao do proprio individuo sobre suas expectativas, pode-se apontar virios coneeitos diferentes. Por exemplo, para Azevedo et al. (2013), a qualidade de vida depende da percepeao do individuo sobre sua expectativa da propria vida, que envolve as diversas dimensdes da mesma, como o nivel de independéncia, as relagdes sociais, erengas, seu psicolégico e sua relagdo com o ambiente que vive. Neste conceito ainda esti incluido a sade fisica, Assim como Tondri, et al. (2014), que define qualidade de vida como sendo um termo subjetivo, dependendo da pereepgio de cada pessoa sobre sua vida e suas expectativas, Almeida, Gutierrez, Marques (2012), definem que a qualidade de vida sempre esteve entre os homens, visto que se refere ao interesse pela vida, Atualmente é uma area multidimensional, que lida com diversos campos de conhecimento, sendo eles bioldgico, social, Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 3, n. 4 p. 8169-8196 jul./aug... 2020, Ty Brazilion Journal of health Qeview politico e econémico, em uma inter-relacao. E um termo que em senso comum poderia se resumir como uma melhoria ou um alto padrao de bem-estar na vida das pessoas, esteja isso compreendido na sua vida socioeconémica ou emocional. Portanto, a area de conhecimento referente a qualidade de vida esti em fase de construgio de identidade. Podendo ser identificadas ora em relagdo a satide, ou a moradia, ao lazer, aos hibitos de atividade fisica e alimentagio, ou seja, fatores que levam a uma percepgdo de bem-estar. Devido aos diversos conceitos de qualidade de vida, nio hi uma compreensio da populagao sobre o que significa o termo em si, porém uma presenga do termo ¢ facilmente percebida na sociedade, sendo incorporada ao linguajer popular. E de senso comum falar de qualidade de vida como algo bom, mesmo sem saber a definigdo exata sobre o que se esté falando. (ALMEIDA; GUITIERREZ; MARQUES, 2012). De acordo com Pereira, Teixeira ¢ Santos (2012), a qualidade de vida ¢ abordada como sendo um sindnimo de satide, ou felicidade e satisfagdo pessoal, dependendo da area estudada. Este termo possui significados individuais, com diferentes impresses, se tornando algo dificil de ser qualificado, Devido a esta subjetividade, hi uma falta de consenso em sua definigio, além de muitas impressdes conceituais e diferentes abordagens, nao havendo um iinico conceit que seja amplamente aceito por todos os autores; assim sendo, satide, bem-estar ¢ estilo de vida podem ser usados como sindnimos de qualidade de vida. Para Alencar, et. Al (2019) a qualidade de vida, quando relacionada a saiide, considerada como o sindnimo do estado de satide percebido, nos trés grandes dominios da vida do individuo, fisico, psicologico e social. © dominio fisico esta relacionado as atividades do cotidiano, a dor, a0 desconforto, energia e fadiga, sono, mobilidade, a capacidade laborial, dependéncia de medicagio ¢ de tratamento. O dominio psicoligico refere-se aos sentimentos, tanto positives quanto negativos, ao jeito de peusar, de aprender, refere-se a meméria, a autoestima, a crengas, & imagem corporal e a aparéneia. © dominio social refere-se as relagdes pessoais do individuo, sua rede de apoio e sua atividade sexual. Em um artigo escrito por Pereira, et al. (2017), qualidade de vida esté relacionada ao agrau de satisfagio do individuo sobre sua vida, e dependendo de seus habitos diatrios, ele podera desenvolver doeneas, simples ou ate crdnicas, Em todos os artigos analisados, os autores utilizaram como base prineipal o conceito da Organizac%o Mundial da Saiide (OMS, 1998), que afirma como qualidade de vida a percepe%o dos individuos sobre a posigao de sua vida no contexto cultural e nos sistemas de valores na sociedade em que vive. E um conceito amplo que esti relacionado a satide fisica, estado Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 3, n. 4 p. 8169-8196 jul./aug... 2020, wr Brazilion Journal of health Qeview psicolégico, nivel de independéncia, relagdes sociais e sua relagio com as caracteristicas relevantes de seu ambiente. Segundo Sadir, Bignotto ¢ Lipp (2010), a qualidade de vida nao é somente a auséncia de doenga e sim um conjunto de bem-estar fisico, mental e social. Em relago a QV no trabalho, © individuo pode se auto realizar, estabelecendo relacionamentos gratificantes © melhor produtividade, Porém pode também ser fonte de adoecimento, por exemplo, o individuo tem que lidar com autoritarismo de chefe, suas presses e cobrangas, podendo levar ao estresse ocupacional: um estado emocional causado por um grau de exigéneias do trabalho. Em consequéneia, o estresse pode afetar a satide, a qualidade de vida e a sensagio de bem-estar em todas as areas. A qualidade de vida no trabalho esta vinculada a satisfago do individuo nas atividades que exerce, atendendo suas necessidades ¢ pretensdes. Ou seja, aleangar a satisfagao profissional, tanto em nivel biologico como psicol6gico e pessoal, proporcionando condigdes para que 0 individuo se desenvolva, de uma maneira que haja o bem-estar. (GOMES, SILVA, BERGAMINI, 2017) Em seu artigo, Gomes, Silva ¢ Bergamini (2017), relatam que o trabalho, atualmente, ocupa um lugar central na vida da populagdo, fazendo parte de sua qualidade de vida, pois é no trabalho que os individuos constroem suas identidades e adquirem vivencias, remetendo assim a integridade fisica e psiquica do sujeito. Por isso, observa-se que pessoas que encontram satisfago no ambiente de trabalho, conseguem manter uma qualidade de vida ideal, conseguindo conciliar com sua vida pessoal. Porém, quando relacionado a um gerador de estresse, este pode ser prejudicial a saiide, causando consequéncias tanto psicolgicas quanto fisicas, se tornando um fator de risco. 6.2 FATORES DE RISCO ‘Varios autores tém investigado a relagao entre a qualidade de vida dos brasileiros, seus habitos didrios - rotina - eo desenvolvimento de doengas crénicas nio transmissiveis. Esta associagio, fez com que os autores encontrassem comportamentos considerados fatores de risco, e que a partir destes, desenvolvessem alguns tipos de doengas erénicas. Em seu artigo, Azevedo, et al. (2013), considera que alguns comportamentos que influenciam a qualidade de vida ja sto conhecidos, so hibitos prejudiciais a saiide, também conhecidos como fatores de risco, que acabam criando uma qualidade de vida diminuida e estando associada a doengas cronicas. Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 3, n. 4 p. 8169-8196 jul./aug... 2020, 7 Broz Para Pereira, et al. (2017) os fatores de risco so fundamentais para o desenvolvimento ian Journal of health Qeview de doengas erdnicas nao transmissiveis, mas podem ser prevenidos a partir de uma mudanca de habitos, como a pritica de exercicios fisicos ¢ a alimentagao saudavel, ou seja, habitos considerados saudaveis. Para eles os principais fatores de risco que colaboram para 0 desenvolvimento de doengas crdnicas sio 0 stress e o sedentarismo. O artigo de Claro. et al. (2015), é focado em como o consumo de alimentos nio saudaveis esti relacionados ao desenvolvimento de doengas crénicas e consequentemente se torna um fator de risco. Afirmam que 0 padrdo alimentar da populagao brasileira vem mudando nas liltimas décadas. Nesta mudanga, houve um aumento no consumo de cames com exeesso de gordura, e de alimentos industrializados com grande fonte de gordura saturada, concomitantemente, houve uma redugo no consumo de legumes, raizes e frutas. A World Health Organization (2014) adverte que os principais comportamentos relacionados as principais doenca erdnicas nfo transmissiveis sfo: alimentagiio nfo saudavel, inatividade fisica, tabagismo e uso nocivo de Aleool, uma vez que causam riscos intermediarios, como aumento da presto arterial, niveis de glicose elevados, concentragio anormal de lipidios, sobrepeso ¢ obesidade. Determinantes socioecondmicos, culturais, politicos e ambientais também podem ser considerados fatores de riseo, uma vez que a globalizagdo, a urbanizagao © envelhecimento da populacio fizeram com que houvesse uma mudanea na vida da populagio. Para Malta (2014), 0 aumento das doencas crdnicas no transmissiveis, é decorrente dos efeitos da globalizagao, uma vez que a ripida urbanizago, em conjunto coma vida sedentaria, a alimentagao com alto teor ealorico e excesso de gordura, e © aumento do uso do tabaco e dlcool, aumentam as chances de haver 0 desenvolvimento destas doengas. Em outro artigo, Malta, et al. (2017), expde que além da prevaléncia de DCNT em pessoas com baixa escolaridade, também é observada em pessoas que tem 08 seguintes comportamentos: pouca pratica de atividade fisica, obesidade, hipertensao, estado de satide declarado como ruim e tabagismo. O que indica um padrao de fatores de risco comum em varias doengas erénicas nio transmissivel e a associagao da doenga com a morbidade, No estudo feito pela Pesquisa Nacional de Satide (PNS 2013), observou-se que o consumo de alimentos que so fonte de gordura saturada esté demasiadamente presente nos habitos alimentares brasileiros, assim como alimentos com grande fonte de agticar. Isso porque o padrio alimentar dos brasileiros est mudando, na qual hii uma substituig2o dos alimentos tradicionais (cereais, raizes) por alimentos industrializados, que sio responsiveis pela obesidade e Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 3, n. 4, p. 8169-8196 jul/aug... 2020. ISSN 2595-6825 Brazilion Journal of health Qeview sobrepeso. Outra informacao foia inatividade fisica da populagao brasileira em que 46% eram considerados insuficientemente ativos, Outro fator de riseo que desempenha um papel importante para o desenvolvimento de DENT € 0 fator psicolégico, uma vez que abre espago para outras doencas. Um exemplo é 0 estresse, de acordo com Gomes, Silva e Bergamini (2017), devido a globalizagdo, tecnologia ao capitalismo, o trabalho passou a ser mais presente na vida do ser humano, fazendo com que as exigéncias aumentassem, Essas exigéncias, a continua pressio no ambiente de trabalho juntamente com o aumento da carga horéria, auto cobranga, sobrecarga, dentre outros, sio responsiiveis pelo estresse no trabalho, que por sua vez, pode levar ao desenvolvimento de iniimeras patologias, trazendo nao somente o softimento psiquico como fisico. © trabalho é um importante fator de estresse, sendo considerado um dos prineipais motivos para o desenvolvimento € de outras psicopatologias, como ansiedade, depressio, sindrome do bumout, esgotamento profissional, dentre outras. Todas sendo negativamente relacionadas a qualidade de vida, bem-estar, satide e satisfagdo no trabalho. (GOMES, SILVA, BERGAMINI, 2017) Para Sadi, Bignotto e Lipp (2010), estresse € uma reac que acontece quando se enffenta situagSes que exijam adaptagdes que esto além do limite do individuo, como por exemplo, demandas excessivas de trabalho, provocando reagdes negativas. Devido a isto, além de prejudicar a qualidade de vida e a produtividade do individuo, o estresse pode ter um efeito desencadeador de imimeras doengas. Em um estudo feito pelo Governo do Estado de So Paulo (2008), foi relatado que situagGes de estresse podem causar uma desregulacio do sistema biolGgico do corpo e com isso pode ocorrer o desenvolvimento de algumas doengas, como a pressio alta, infarto, derrame, diabetes, ios tipos de céncer, depressio, além de aumentar a tendéncia a dependéneia de Ailcool, tabaco e outras drogas. Em um artigo escrito por Boing, et al. (2012), a depressio pode causar alteragdes biolbgicas e com isto aumentar os riscos de desenvolver outros tipos de doengas erénicas. Ela esta associada a mudancas hormonais ¢ fisiologicas no organismo, fazendo com que haja um aumento de chance de se desenvolver determinadas doengas erdnicas, sendo assim uma exposigdo de riseo. A depressio também esta relacionada a mudangas de comportamentos, podendo levar a insOnia ou menos duragio de sono, que podem agir como causadoras de hipertensio. Foi Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 3, n. 4 p. 8169-8196 jul./aug... 2020, Brazilion Journal of health Qeview descrito que populagdes com menores exposigdo a sintomas depressivos podem apresentar menos chance de desenvolver outras doencas crénicas. (BOING, et al. 2012) 6.3 DOENCAS CRONICAS O artigo escrito por Azevedo, et al. (2013), descreve que a definigao de doenga erénica unais aceita é a proposta da Comissio de Doengas Cronicas de Cambridge (Estados Unidos) de 1957, que a define como uma doenga permanente, que causa uma incapacidade residual e uma mudanga patoligica nao reversivel no sistema corporal. Necessita assim de um treinamento especial do paciente para a reabilitagdo e a previsio de um longo periodo de supervisio, observagiio ¢ cuidados, Outra definigdo de doenga crénica é a descrita pelo Center for Managing Chronic Disease (2013) sendo uma doenca nfo transmissivel, que se prolonga ao longo do tempo, nio se resolve espontaneamente e raramente tem cura. As doencas crénicas nfo transmissiveis, so desenvolvidas por diversos fatores, sejam eles individuais ou sociais, sendo desenvolvidas de forma gradual, com um prognostico incerto, com longa ou indefinida duragio. Geralmente elas precisamn de intervengdes, como 0 uso de tecnologias, e esto associadas as mudangas no estilo de vida. (BRASIL 2013) Gongalves, et al. (2015) discute que as doengas crénicas geralmente atingem todas as camadas socivecondmicas, porém de forma mais intensa na camada pobre e de grupos vulneraveis, ou seja, aqueles que nfo tem acesso a escolaridade, de baixa renda, com dificuldades de acesso a informagies ¢ a servigos de satide, em conjunto comos fatores de risco. Atualmente, as doengas erénieas nao transmissiveis sto uma das principais causas de mortalidade no Brasil. Segundo Pereira, et al. (2017), essas doengas se iniciam aos poucos € se prolongam, gerando mudangas fisiologicas, akim de desenvolver alteragdes na qualidade de vida, como na capacidade fisica, na independéncia e no relacionamento familiar. Isto porque essas doengas nao possuem um tratamento que leve 4 cura, sendo necessirio um tratamento pelo resto da vida, A Organizagéo Mundial da Satide (2013), caracteriza doengas erénicas, como um problema de saiide que pode levar a incapacidade, gerando sofrimentos e custos materiais aos pacientes e suas familias. Conforme visto na Pesquisa Nacional de Satide (2013), 72% das mortes no Brasil, so decorrentes de alguma doenga cronica nio transmissivel, dentre as quais, as principais so diabetes, hipertensio arterial, colesterol, doenga cardiovasculares, doenga respiratoria eronica e céncer, responsiveis pelo alto nimero de mortes prematuras antes dos 70 anos de idade. Sao Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 3, n. 4 p. 8169-8196 jul./aug... 2020, 185 Brazilion Journal of health Qeview responsiveis também pela perda da qualidade de vida, ocasionando assim impactos econdmicos negativos para as familias e para os proprios individuos, ademais gerando incapacidade e alto grau de limitagao, prineipalmente em suas atividades de trabalho e lazer. As doencas erénicas nfo transmissiveis so as principais causa de mortes no mundo. Como nos outros paises, no Brasil, as DCNT sio representadas como um problema de satide de grande magnitude. Os maiores destaque sio doengas do aparelho circulatério responsavel por 31,3%, cancer, responsavel por 16,3%, diabetes, 5.2% e doenga respiratoria crénica (5,8). A hipertensdo ¢ a diabetes millitus sio juntas a primeira causa de hospitalizagao no sistema publico de satide no Brasil, e estdo relacionadas ao desenvolvimento de outras doengas erénicas e complicagées. (BRASIL 2011). As doengas erénicas causam impactos nas diversas dimensdes da qualidade de vida, quando relacionadas a satide. No caso da diabetes millitus, os episédios ¢ 0 medo da hipoglicemia, 2 mudanca no estilo de vida eo medo das consequéncias em longo prazo podem reduzir a qualidade de vida de pessoas com o diagndstico. (ALVES, et al. 2013) Os impactos na qualidade de vida, também sio observados em relagio ao psicoligico do individuo com doenga crénica. Em um estudo feito por Boing, et al. (2012), observou-se que pessoas com doeneas erénicas apresentavam maior prevaléncia de depressdo, mesmo depois dos ajustes das varidveis, Sendo assim, pode-se identificar que a relagio entre depressio doenga crdnica é bidirecional. Uma vez que, pessoas com doengas cronicas podem apresentar limitagdes na sua vida cotidiana, podendo assim desenvolver transtornos de humor e depressao. 6.4 DIABETES MILLITUS A International Diabetes Federation (2015), define diabetes millitus, como uma doenga cronica nfo transmissivel na qual o pancreas nfo consegue produzir insulina suficiente ou porque corpo nao responde adequadamente a insulina produzida, causando um aumento ou uma diminuigao da glicose. Seu diagnéstico é feito a partir da observagao e coleta dos niveis de glicose no sangue Ela possui 3 tipos diferentes, a tipo 1 é uma resposta autoimune do corpo, no qual o sistema de defesa ataca as células que produzem a insulina no pancreas. Como resultado, 0 pancreas nfo consegue mais produzir a quantidade necesséia de insulina. A tipo 2 é 0 tipo mais comum das diabetes, sendo responsivel por 95% dos casos. Neste tipo, 0 corpo produz a insulina, mas o corpo se torna resistente fazendo com ela seja ineficaz. O tiltimo tipo é a diabetes Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 3, n. 4 p. 8169-8196 jul./aug... 2020, 7 Brazilion Journal of health Qeview gestacional que € apresentada como o aumento dos niveis de glicose no sangue durante a gravidez, desaparecendo apés 0 nascimento. (IDF, 2015) No site da Associagao Nacional de Assisténcia ao Diabetes (2019), adverte-se que 0 Diabetes tipo 2 possui um fator hereditirio, bem como, uma relagdo com o estilo de vida. Estima-se que de 60% a 90% dos individuos com esta doenga sejam obesos. Além disso, os sintomas do diabetes tipo 2 sio mais “silenciosos”, ficando despereebidos por um bom tempo, colocando em risco a satide da pessoa. Segundo Malta (2017), diabetes millitus tipo 2, é 0 resultado de uma relagao entre fatores ambientais e fatores genéticos. Dentro destes fatores, esti a transformagio do padrao alimentar dos brasileiros, que estao introduzindo alimentos ricos em gorduras ¢ carboidratos. Isto, com a redugao dos niveis da pritica de atividades fisicas, causam um aumento na porcentagem de individuos com sobrepeso e obesidade ‘Neste mesmo artigo, identificou-se que, hii um predominio do diagnéstico em mulheres, as isso se deve ao fato de que as mulheres procuram os servigos de satide mais que os homens, sendo mais ficil a realizagiio de um diagnéstico, Observou-se também que 1/5 da populagio com 65 anos ou mais apresentam diabetes, 0 que pode ser justificado pelo proprio envelhecimento © consequentemente redugdo de atividades fisica e juntamente com uma alimentago no saudavel. (MALTA, 2017) Aprevaléneia de diabetes na populagio mundial, de acordo com o International Diabetes Federation, & de que em 2015 no mundo, 1 a cada 11 adultos teria o diagnéstico de diabetes e ha uma estimativa que em 2040, 1 a cada 10 adulto sera diabstico (IDF, 2015). A diabetes mellitus & um dos maiores responsiveis aos problemas vistos na rede saiide piblica e nas lultimas décadas 0 miimero de casos vem aumentando. (WHO, 2016) A Pesquisa Nacional de Saiide (2013), estimou que 6.2% da populagao brasileira com 18 anos ou mais, teriam o diagnostico de diabetes, sendo 7% nas mulheres e 5.4% nos homens. O termo diabetes mellitus remete ao um transtomo metabslico, deserito por distirbios no metabolismo de proteinas, earboidratos € gorduras, ¢ por hiperglicemia, que resultam em um defeito na agdo da insulina (BRASIL, 2013) Em seu artigo, Lima (2015), desereve que a diabetes tem os seguintes sintomas, sede intensa, urinar com frequéneia, fome excessiva, perda répida de peso, falta de energia, visio turva dentre outras. Descreve que aps o diagnostic o individuo pode desenvolver sentimentos de menos valia, como inferioridade, baixa autoestima, medo, revolta, raiva, ansiedade, Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 3, n. 4 p. 8169-8196 jul./aug... 2020, 187 Brazilion Journal of health Qeview regressio, negacao da doenca, dentre outros, dependendo de como é sua estrutura psiquica e de como ser seu enffentamento em relacao a doenca Para Touso, et al. (2016), pessoas com diagnostico de diabetes apresentam dificuldades emocionais ¢ psicolégicas em relagio ao enffentamento da doenga. A doenga ¢ algo que modifica por completo 0 sujeito e seus hibitos, alterando assim sua identidade e suas vivéncias no contexto familiar e social. Relata que a doenga pode ser relacionada como uma ameaga, desenvolvendo assim sentimentos negativos, como impoténcia, apreensio, desesperanga, ansiedade, dentre outros. Devido a isso, as mudancas dos hibitos sio essenciais para o tratamento, contudo, muitos individuos nao percebem a gravidade da doenga e por isso adiam a realizagio das alteragdes necessirias no estilo de vida, podendo desenvolver complicacdes sérias. (TOUSO, et al. 2016) 6.5 QUALIDADE DE VIDA DE PESSOAS COM DOENCAS CRONICAS A qualidade de vida € algo dificil de se medir, devido ao fato de ser algo muito individual. Por i 0 a World Health Organization (1997), desenvolveu um instrumento que possa medi-la, podendo ser utilizados em diversos contextos culturais e situagdes. © WHOQOL - BREF é composto por 26 perguntas que abrangem os diferentes dominios que compde a qualidade de vida — fisicos, psicolégicos, relagdes sécias e ambiente - juntos eles compdem uma classifieagdo geral de qualidade de vida. Ele € focado no olhar individual sobre si, podendo assim dar uma nova perspeetiva sobre a doenga. (WHO, 1997) Em um estudo feito por Pereira, et al. (2017) com individuos portadores de doeneas crénicas, utilizando o instrumento WHOQOL - BREF, pode-se observar que os entrevistados classificaram a sua qualidade de vida como ruim em alguns dominios, como no dominio fisico, em que nove dos entrevistados a consideraram “ruim”, mostrando que a qualidade de vida naquele dominio é prejudicada pela doenga. Com esses resultados concini-se que as doengas erénicas podem sim afetar a qualidade de vida do individuo, principalmente nos aspectos fisicos ¢€ psicologicos. Entretanto mostrou um resultado satisfatorio no dominio ambiente e aspecto social, uma vez que 0s individuos tem 0 apoio familiar. Isso também foi observado no estudo feito por Alves, et al. (2013), com portadores de diabetes mellitus. Em relagio as caracteristicas sociodemograficas, observou-se que a maioria era do sexo feminino e que possuia um(a) companheiro(a), isto pode ser justificado pela visio que ainda se tem do homem como ser invulnerdvel, portanto, atitudes preventivas, como a procura de servigo de saide poderia relacioné-lo a fragilidade. Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 3, n. 4 p. 8169-8196 jul./aug... 2020, 188 Brazilion Journal of health Qeview Os participantes demostraram uma avaliagao boa na maioria dos componentes do SF-36, porém os portadores de DM tinham uma limitagao para exercer algumas atividades moderadas, como tomar banho, € até algumas atividades vigorosas, mostrando que o componente de Capacidade Funcional é 0 mais comprometido. (ALVES, et al. 2013) Outros autores que analisaram como ¢ a qualidade de vida de individuos que possuem algum tipo de doenga erdnica foram Azevedo, et al, (2013), No estudo foram entrevistados 920 sujeitos, dentre eles, houve a prevaléncia de individuos com doengas erdnicas em 51.8%. Foi utilizado o instrumento WHOQOL ~ BREF. Em seus resultados foi observado que a qualidade de vida era inferior em mulheres, principalmente as mais velhas de classe social mais baixa, sem companheiros ¢ com alguma doenga crénica, A qualidade de vida de pessoas com doengas do sistema nervoso apresentara médias mais baixas em praticamente todos os dominios, sendo eles: dominios psicologicos, relagdes sociais, ambientes, aspectos fisicos. Apenas 0 dominio do ambiente em pacientes com doengas mentais apresentou medias menores. (AZEVEDO, et al. 2013). ‘Nas anilises brutas dos dominios, em aspecto fisico, as médias foram menores em mulheres, individuos que nfo viviam com companheiro e que tinham alguma doenga crénica, isto também foi visto no dominio psicolégico. Em relagdes sociais, pacientes com doengas cronicas e que nfo viviam com companheiro teve uma média inferior, assim como na média de qualidade de vida no dominio ambiente. Isto vem do fatto que pessoas com DCNT, precisam aprender a conviver com varias limitagdes em seu cotidiano, exigindo uma adaptagio do paciente e dos familiares (AZEVEDO, et al. 2013) De acordo com Lima (2015), nfo adesio ao tratamento € a principal causa para 0 desenvolvimento de complicagées € com isso a piora na qualidade de vida e aumento da mortalidade ¢ morbidade. Com a aceitagio, 0 autocuidado ¢ a adesio, 0 paciente consegue controlar a doenga ¢ com isso usuftuir de uma qualidade de vida melhorada e ser ativo produtivo, reduzindo as chances de desenvolver complicagdes. 6.6 ADESAO AO TRATAMENTO Vasconcelos, et al. (2016), debate que as doengas erénicas podem ser causadas por uma combinagio de fatores, e que depois do diagnéstico, deve-se ter uma rede de euidados, podendo ser tanto do proprio individuo, como com cuidados feito por cuidadores e profissionais da saiide. Por isso ¢ preciso que os profissionais de saiide mantenham a individualidade no tratamento e acompanhamento do paciente, utilizando um modelo biopsicossocial. Mantendo Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 3, n. 4 p. 8169-8196 jul./aug... 2020, 189 Broz uma forma de cuidado mais humanizada, conhecendo os fatores que causam as patologias que ian Journal of health Qeview vio além dos fatores fisicos, sendo eles as questdes emocionais e culturais que podem, inclusive, afetar a adesio ao tratamento. Mas, no se pode afirmar que eles apenas utilizam 0 modelo biopsicossocial, principalmente quando se trata de educaco em saiide, onde a atuagao desses profissionais muda para 0 modelo biomédico. (VASCONCELOS, et al; 2016) Outros autores que procuraran as estratégias utilizadas por profissionais de satide para que aja um enfientamento dos pacientes diante a doenga cronicas, foi Goncalves, et al. (2015), que determinou que a melhor estratégia utilizada é 0 coping de forma de estratégias diretas. Coping como sendo uma avaliagao e intervencao mais focada nos problemas vivenciados pelos pacientes, podendo ter dois focos: a emogao, na qual regulam a resposta emocional provocada pelo problema e aquelas focadas no problema em si. Para esse enfrentamento também foi observado 0 uso da religito como forma de apoio Para Lima (2015), a relagiio médico-paciente é importante para que haja a adesfio a0 tratamento. A doenga causa no paciente um sentimento de inseguranga e necessidade de apoio, por isso o médico deve ter um comportamento de acolhimento e escuta, compreendendo como a doenga influencia a vida do paciente, tratando o doente e no somente a doenca. E através de suas atitudes pode aliviar o doente de suas tensdes ¢ permitindo uma adesio positiva e efetiva. Apés 0 diagnéstico, o diabético experimenta sentimentos ambiguos, uma vez que precisa tomar decisdes, onde existe ganhos e perdas, gerando instabilidade emocional, © papel do psicélogo neste ambiente é criar condigdes para que o paciente se sinto acolhido e motivado para continuar 0 tratamento, trabalhando com a aceitagio da doenga, esclarecendo divvidas e reestruturando suas crengas, Oferecendo assim um papel de suporte e acolhimento, transmitindo apoio, seguranga ¢ confianga, elaborando assim seus aspectos emocionais, diminuindo seu softimento psiquico, ajudando na aceitagdo e adesio ao tratamento. (LIMA, 2015) Para que haja um enfrentamento da doenga, e com isso a ades2o ao tratamento, a familia tem um papel muito importante, uma vez que sendo flexivele aberta, ajudara nas modificagdes que devem ser feitas para que o individuo se adapte a nova situagdo. No entanto, se for rigida, © que se expressa por meio de uma superprotegio e ansiedade, fard com que haja uma rejeigao do individuo. Sendo assim a familia serve como suporte social, trazendo um sentimento de apoio, protege e acolhimento, gerando bem-estar psicolbgico e com isso 0 individuo conseguira alcangar as metas de seu tratamento. (LIMA, 2015) Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 3, n. 4, p. 8169-8196 jul/aug... 2020. ISSN 2595-6825 Broz 7 CONSIDERACOES FINAIS O desenvolvimento do presente estudo possibilitou uma andlise de como a qualidade de ian Journal of health Qeview vida est relacionada a doengas crdnicas, uma vez que a qualidade de vida foi mmdando no decorrer do tempo, com a urbanizagio e a modemnizagdo. O termo qualidade de vida esta ligado a virios significados, como visto anteriormente, sendo a maneira como o individuo lida com suas expectativas e preocupagdes, em seu cotidiano e em sua relagio com a sociedade em que vive; ou seja, 0 grau de satisfagdo de sua vida. Porém, © modo como este individuo enxerga & vive a vida pode leva-lo a desenvolver algumas doengas, que podem ser simples ou até cr6nicas. Dentro da qualidade de vida, esto os habitos didrios do individuo, que podem ser considerados a sua rotina, com as mudangas nos habitos de vida da populagdo no passar dos tempos, com os movimentos de urbanizagio, de globalizagdo, e como consequéneia do capitalismo com a demanda cada vez mais alta no mercado de trabalho, atualmente, hé alguns comportamentos muitos comuns na populagio mundial, inclusive na brasileira, que so considerados fatores de risco, pois colaboram para o deseneadeamento de algumas doengas crénicas nfo transmissiveis. Sio eles o sedentarismo, alimentagio nio saudavel, o tabagismo, © uso nocivo de alcool, a inatividade fisica e o estresse. O estresse acontece devido a uma rotina ardua de trabalho, consequéneia do aumento de cobranga por parte das instituigdes, em decorréncia do capitalismo. O estresse é uma reagio do organismo que ocore em situagdes de demandas excessivas de trabalho, que exigem uma adaptagao do individuo que esta além de seu limite, causando uma desregulagao do sistema corporal, que pode levar ao desenvolvimento de doengas crénicas, como pressio alta, diabetes e cincer. Outra ocorréneia decorrente das mudangas de habitos de vida da populacdo é a depressio, considerada por si so uma doenga crdnica, mas também um fator de risco, pois pode causar mudangas de comportamentos, como ins6nia, e mudangas hormonais, aumentando as chances de 0 individuo desenvolver outro tipo de doenga erénica, Os fatores de riseo, podem ser considerados como fatores iniciais e que podem ser modificveis, porém podem também ser a causa de fatores intermedidirios como 0 sobrepeso, a obesidade, hipertensio, que em conjunto com fatores de risco nao modificaveis como idade e hereditariedade, causam as doengas crénicas nfo transmissiveis. Estas doengas ndo esto associadas a uma causa nica, mas sim ao conjunto de comportamentos considerados fatores de risco. Estes fatores de risco sto evitéveis, & representam um papel importante no surgimento e¢ na progresso da doenga, portant as Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 3, n. 4, p. 8169-8196 jul/aug... 2020. ISSN 2595-6825 Broz mudangas nos habitos didrios do individuo so necessérios para que haja uma prevenedo e assim ian Journal of health Qeview uma melhora na expectativa e na qualidade de vida, Assim sendo, conelui-se que as doengas erénicas nio transmissiveis sio um reflexo dos principais impulsos da transigaio social, econdmica e cultural, como a globalizacio, a urbanizagio, o envelhecimento da populagio e 0 ambiente politico geral. Devido a isso, a incidéncia de pessoas com doengas crénicas no decorrer dos anos vera aumentando, Em 2013, 72% das mortes no Brasil eram decorrentes de alguma doenga crdnica, sendo elas: doengas cardiovasculares, diabetes, enfermidades respiratorias erénicas, cancer e doencas neuropsiquiaitricas, Neste mesmo ano, cerca de 6.2% da populagio brasileira com 18 anos ou mais receberam o diagnéstico de diabetes. Atualmente a diabetes millitus tipo I é responsivel por 95% dos diabéticos, respondendo aonda por 10% da populagio entre 30 e 69 anos, ¢ a incidéncia ¢ maior apés 0s 40 anos. O diabetes millitus tipo II, é decorrente de varios fatores de risco evitaveis, tais como 0 sedentarismo, estresse emocional, hipertensio e alimentagdo inadequada, ou seja, habitos de vida que sio prejudiciais 4 satide, que podem levar também altos niveis de colesterol e triglicérides. O diagnéstico de diabetes pode causar uma piora ainda maior na qualidade de vida do individuo. Isto acontece, pois esta doenga pode levar a crise de hipoglicemia, problemas de visio e cardiacos, além do risco de amputagdes causadas pela falta de controle da doenga. Tudo isso somado ao fato de que nao existe um tratamento que leva a cura e por mudar a vida difria do individuo por completo, nmuitas vezes prejudicando sua vida social e familiar, causa também aperda de autoestima, Desta forma, a doenga crénica pode ser a causa e consequéncia do prejuizo na qualidade de vida da pessoa, que pode desenvolver virios sentimentos, como anguistia, ansiedade, raiva e culpa, dependendo de sua estrutura psiquica, Devido a isso, o individuo passa por varias etapas para aceitar a doenga, mmitas vezes sendo dificil essa aceitagao ¢ compreensdo da doenga, prejudicando a adesio ao tratamento. Sabe-se que dependendo do caso, sendo diagnosticado precocemente, o diabetes tipo II pode ser controlado com alimentagao ¢ exercicios fisicos, ou seja, com uma mudanga nos hibitos didrios dos diabéticos. Para que haja a adesio ao tratamento, a familia tem um papel muito importante, servindo como apoio e suporte social, assim o individuo se sente acolhido, gerando um bem-estar. Outro fator importante é o papel do psicélogo, que pode identificar a instabilidade emocional do Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 3, n. 4, p. 8169-8196 jul/aug... 2020. ISSN 2595-6825 Brazilion Journal of health Qeview doente, diminuindo assim seu softimento psiquico, possibilitando que haja a aceitagao da doenga e 0 motivando no autocuidado e consequentemente na adesio ao tratamento Assim podemos conclnir que 0 baixo nivel de qualidade de vida, representado por varios fatores de risco como o sedentarismo, uma alimentacio inadequada, o estresse, 0 uso nocivo de Alco! e 0 tabagismo, predispde ao desenvolvimento de doengas crénicas nao transmissiveis, em especial a diabetes mellitus tipo II, aqui estudada, Como seu diagnéstico ocorre uma piora, maior ou menor, na qualidade de vida do paciente, que pode apresentar sentimentos negativos, como ansiedade, depressio, raiva, negagao da doenga ¢ baixa autoestima, dependendo de sua estrutura psicologica, Da mesma forma, a sua estrutura psicolégica influi na adesio ao tratamento, mostrando a importincia do apoio e comprometimento da familia e de um apoio psicolégico profissional que o motive, o ajude a aceitar a doenga e o tratamento. Desta forma, poder haver uma melhora significativa na qualidade de vida do paciente. REFERENCIAS ALENCAR, Delmo de Carvalho er ai. Dimensdes da qualidade de vida afetadas negativamente em pessoas vivendo com Diabetes Mellitus. Rev Fun Care Online, [SZ], jan/mar 2019. Disponivel em: http://pesquisa.bvsalud.org/tipsa/resource/pt/biblio-968473. Acesso em: 28 abr. 2019. ALMEIDA, Marco Antonio Bettine; GUTIERREZ, Gustavo Luis; MARQUES, Renato. Qualidade de vida: Definigdes, conceitos e interfaces com outras areas de pesquisa. Escola de Artes, Ciéncias. e Humanidades, Sao Paulo, 2012.__Disponivel_ em: http://each.uspnet-usp.br/edicoes-each/qualidade_vida.pdf. Acesso em: 28 abr. 2019, ALVES, Thais Oliveira Santos er al, Qualidade de vida relacionada a satide de pessoas com diabetes mellitus. Rev Min. Enferm, = [S)7,—jan’mar. 2013 hutp:/;www.reme.org.br/content/imagebank/pdfv1 7nlal2.pdt. 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