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Psicandlise SW atc of a1 t-]| [6 (cle(c) MECANISMOS 2 DEFESA Marcia Marins Psicandlise lidad MECANISMOS DE DEFESA Os Mecanismos de Defesa so considerados deformadores da realidade, realizados pelo ego. Sao inconscientes e independem da vontade do individuo. 0 ego exclui da consciéncia os contetidos indesejaveis para protecao do aparelho psiquico. S80 aces psicolégicas que tém por finalidade reduzir qualquer manifestacdo que ode colocar em perigo a integridade do ego, onde o individuo nao consiga lidar com situagdes que por algum motivo considere ameacadoras. So processos inconscientes que permitem & mente encontrar uma soluco para conflitos néo resolvidos no nivel da consciéncia. As bases dos mecanismos de defesa sao as a as (Os Mecanismos de Defesa mais conhecidos séo: Racionalizacso Anulagao Tsolamento Deslocamento Sublimago Idealizacso 6 Converséo pee, Substituicéo Represséo ubstitulg Formacio reativa compensagéo Tdentificagao Explagao Regresséo Ciséo Negacéo Resisténcia Intelectualizacdo Recalque Introjegso Mecanismos de Defesa Marcia Marins Psicandlise piritualidad MECANISMOS DE DEFESA Repressao ‘Aesséncia da repressdo consiste em afastar uma determinada coisa do consciente, mantendo-a & distancia (no inconsciente). A represso afasta da consciéncia um evento, ideia ou percepgao potencialmente provocadoras de ansiedade, mas 0 material reprimido continua fazendo parte da psique, apesar de inconsciente. Segundo Freud, a repressio nunca é realizada de uma vez por todas e definitivamente, mas exige um continuado consumo de energia para se manter 0 material reprimido. E como se tentassemos manter submerso uma bexiga com gas: € preciso fazer um esforco constante para que ela nao venha a tona. Para ele os, sintomas histéricos com frequéncia tém sua origem em alguma antiga repressdo, Algumas doencas psicossomaticas, tais como asma, artrite e dilcera, também Poderiam estar relacionadas com a repressao. Também é possivel que 0 cansaco excessivo, as fobias e a impoténcia ou a frigidez derivem de sentimentos reprimidos. Exemplo: Uma vitima de acidente nao consegue se lembrar de nada a respeito do acidente, Supresséo A exclusdo do processo mental, ideias e sentimentos desconfortdvels, tem relacdo com a consciéncia da agéo, mas no consegue dominar. E 0 bloquelo voluntério da prépria consciéncia desentimentos e experiéncias desagradaveis. Exemplo.: Scarlett O'Hara dizia: "Nao quero pensar nisso agora. Vou pensar nisso amanha." Introjecao Integrar as crencas e os valores de um outro individuo a estrutura do préprio ego Exemplo: As criancas integram o sistema de valores de seus pais ao processo de formacao da consciéncia, Uma crianca diz a um amigo: "Nao trapaceie. Isso é errado." Regressio Retirar-se em resposta ao estresse para um nivel anterior de desenvolvimento e as medidas de conforto associadas a esse nivel. E 0 processo psiquico em que o Ego recua, fugindo de situagées conflitivas atuais, para um estagio anterior. € 0 caso de alguém que depois de repetidas frustragées na rea sexual, regrida, para obter satisfagdes, & fase oral, passando a comer em excesso. Considerada em sentido tdpico, a regressao se da, de acordo com Freud, a0 longo de uma sucesso de sistemas psiquicos que a excitacdo percorre normaimente segundo determinada diregao, No seu sentido temporal, a regresséo supde uma sucessao genética e designa 0 retorno do sujeito a etapas ultrapassadas do seu desenvolvimento (fases libidinais, relacdes de objeto, identificagies, etc.). No sentido formal, a regressao designa a passagem a modos de expresso e de comportamento de nivel inferior do ponto de vista da complexidade, da estruturacdo e da diferenciacao. A regressao é uma nocao de uso muito frequente em psicanalise e na psicologia contemporanea; é concebida, a maioria das vezes, como um retorno a formas anteriores do desenvolvimento do pensamento, das relagdes de objeto e da estruturacao do comportamento. Mecanismos de Defesa ‘Marcia Marins 2H] Psicandlise Espiritualidad IR ¢ MECANISMOS DE DEFESA Freud é levado entio a diferenciar o conceito de regressao, como o demonstra esta passagem acrescentada em 1914 em trés espécies de regresses: a) Tépica, no sentido do esquema do aparelho psiquico. A regressao tépica é particularmente manifestada no sonho, onde ela prossegue até o fim. Encontra-se ‘em outros processos patolégicos em que é menos global (alucinacao) ou mesmo em processos normais em que vai menos longe (meméria) b) Temporal, em que séo retomadas formaces psiquicas mais antigas. ) Formal, quando os modos de expresso e de figuragio habituais so substituidos por modos primitivos. Estas trés formas de regresséo, na sua base, séo apenas uma, € na maioria dos casos coincidem, porque o que é mais antigo no tempo igualmente primitivo na forma e, na tépica psiquica, situa-se mais perto da extremidade perceptiva, Otto Fenichel (1897-1946) considera 2 tipos de regressio: Regressao parcial: é um pré-requisito para as neuroses. Esta relacionada com as fases de desenvolvimento oral, anal e falica. Regressao total: bloqueio do ego, pré-requisitos para psicoses. ‘Sono e sonhos: o sonho tem a capacidade de realizar os desejos do Id. Os sonhos no tem caracteristicas patolégicas. Um acesso de firria é equivalente a uma birra infantil. Exemplo: Ao ser hospitalizado devido a amigdalite, Jay, de 2 anos, s6 mama na mamadeira, embora sua mae diga que ele esta tomando leite no copo ha seis meses. Isolamento ‘Separar um pensamento ou recordaco do sentimento, afeto ou emocéo a eles associados. E um processo psiquico tipico da neurose obsessiva, que consiste em isolar um comportamento ou um pensamento de tal maneira que as suas ligacdes com os outros pensamentos, ou com o autoconhecimento, ficam absolutamente interrompidas, 34 que foram (os pensamentos, os comportamentos), completamente excluidos do consciente. Entre os processos de isolamento, citemos as pausas no decurso do pensamento, férmulas, rituais, e, de um modo geral, todas as medidas que permitem estabelecer um hiato na sucessao temporal dos pensamentos ou dos atos. Certos doentes defendem-se contra uma ideia, uma impresso, uma acdo, isolando-as do contexto por uma pausa durante a qual *...nada mais tem direito a produzir-se, nada é qualificada de magica por Freud; aproxima-a do processo normal de concentracao no sujeito que procura nao deixar que o seu pensamento se afaste do seu objeto atual.” 0 isolamento manifesta-se em diversos sintomas obsessivos; 1nés 0 vemos particularmente em ago no tratamento, onde a diretriz da associago livre, por the ser oposta, coloca-o em evidéncia (sujeltos que separam radicalmente a sua anélise da sua vida, ou determinada sequéncia de ideias do conjunto da sesso, ou determinada representacao do seu contexto ideoafetivo). Freud reduz, em ultima andlise, a tendéncia para o isolamento a um modo arcaico de defesa contra a pulso, a interdicdo de tocar, uma vez que *... 0 contato corporal é a finalidade imediata do investimento de objeto, quer o agressivo quer o terno”. Nesta perspectiva, o isolamento surge como “... uma supressao da possibilidade de contato, um meio de subtrair uma coisa ao contato; do mesmo modo, quando 0 neurético Mecanismos de Defesa Marcia Marins Psicandlise piritualidad MECANISMOS DE DEFESA isola uma impress&o ou uma atividade por pausa, dé-nos simbolicamente a entender que nao permitiré que os pensamentos que Ihes dizem respeito entrem em contato associativo com outros”. Na realidade, pensamos que seria interessante reservar 0 termo isolamento para designar um processo especifico de defesa que vai da compulsao a uma atitude sistematica e concentrada, e que consiste numa ruptura das conexées associativas de um pensamento ou de uma ago, especialmente com 0 que os precede e os segue no tempo. Arrelagdo entre a cena traumatica e 0 comportamento sao isolados. Trauma - conflito - desejo reprimido Tem a consciéncia do trauma, mas no associa ao seu comportamento atual. Exemplo: Uma mulher jovem descreve como foi atacada e estuprada, sem demonstrar nenhuma emogio. Anulagao ou reparacao Desfazer ou cancelar simbolicamente uma experiéncia que se considera intolerdvel. Consiste na realizag3o de um ato determinado com a finalidade de anular ou reparar o significado de um ato anterior. Defende o ego contra os instintos. Cria uma situago para anular o real Exemplo: Joo esté nervoso quanto ao seu novo emprego e grita com a esposa. Ao voltar para casa ele para e compra flores para ela e um novo video game para si. Identificagéo Uma tentativa de aumentar o valor pessoal adquirindo alguns atributos e caracteristicas de um individuo que se admira. Exemplo: Um adolescente que precisou de uma reabilitagdo longa apés um acidente decide tornar-se fisioterapeuta em consequéncia de suas experiéncias. Projecao Eo ato de atribuir a uma outra pessoa, animal ou objeto as qualidades, sentiments ou intengdes que se originam em si proprio. E um mecanismo de defesa através do qual os aspectos da personalidade de um individuo sao deslocados de dentro deste para o meio externo. A ameaca é tratada como se fosse uma forga externa. A pessoa com Projecao pode, ento, lidar com sentimentos reais, mas sem admitir ou estar consciente do fato de que a ideia ou comportamento temido é dela mesma. Alguém que afirma textualmente que “todos nés somos algo desonestos” est, na realidade, tentando projetar nos demais suas préprias caracteristicas. Ou entéo, dizer que “todos os homens e mulheres querem apenas uma coisa: sexo", pode refletir uma Projecdo nos demais de estar pessoalmente pensando muito a respeito de sexo. Outras vezes dizemos que “inexplicavelmente Fulano nao gosta de mim’, quando na realidade sou eu quem nao gosta do Fulano. Sempre que caracterizamos algo de fora de nés como sendo mal, perigoso, pervertido, imoral e assim por diante, sem reconhecermos que essas caracteristicas podem também ser verdadeiras para nés, & provavel que estejamos projetando. As pessoas que negam ter um determinado traco especifico de personalidade so sempre mais criticas em relago a este traco quando o veem nos outros. Formagio Reativa Mecanismos de Defesa Marcia Marins Psicandlise piritualidad MECANISMOS DE DEFESA Esse mecanismo substitui comportamentos e sentimentos que so diametralmente opostos ao desejo real. Trata-se de uma inversao clara e, em geral, inconsciente do verdadeiro desejo. As principais caracteristicas reveladoras de Formagao Reativa so seus excess0os, sua rigidez e sua extravagancia. O impulso, sendo negado, tem que ser cada vez mais ocultado. Como outros mecanismos de defesa, as formacdes reativas so desenvolvidas, em primeiro lugar, na infancia. As criancas, assim como incontéveis adultos, tornam-se conscientes da excitacdo sexual que no pode ser satisfeita, evocam consequentemente forcas psiquicas opostas a fim de suprimirem efetivamente este desprazer. Para essa supressao elas costumam construir barreiras mentais contrarias ao verdadeiro sentimento sexual, como por exemplo, a repugnancia, a vergonha e a moralidade. Nao sé a ideia original é reprimida, mas qualquer vergonha ou auto reprovacao que poderiam surgir ao admitir tais pensamentos em si préprios também so excluidas da consciéncia. Infelizmente, os efeitos colaterais da Formacdo Reativa podem prejudicar os relacionamentos socials. Através da Formacdo Reativa, alguns pais so incapazes de admitir um certo ressentimento em relagao aos filhos, acabam interferindo exageradamente em suas vidas, sob 0 pretexto de estarem preocupados com seu bem-estar e seguranca. Nesses casos a superprotecdo é, na verdade, uma forma de punicéo. O esposo pleno de raiva contra sua esposa pode manifestar sua Formacéo Reativa tratando-a com formalidade exagerada: “nao é querida?...” A Formacdo Reativa oculta partes da personalidade e restringe a capacidade de uma pessoa responder a eventos e, dessa forma, a personalidade pode tornar-se relativamente inflexivel. Anulacéo A anulacao consiste na realizagao de um ato determinado com a finalidade de anular ou reparar 0 significado de um ato anterior. Um exemplo é 0 individuo que narra um sonho em que esté matando uma mulher, mas que ele no sabe quem é esta mulher, mas tem certeza que ndo é a mae dele. Este mecanismo nega os préprios sentimentos e desejos. Reversao ao seu oposto Tentativa de transformar o instinto que est nos incomodando em seu oposto. Inversio contra o eu Reverte a agressividade que gostaria de expressar contra outro para si mesmo. Ea base do masoquismo. ‘Sublimagao Redirecionar pulsdes ou impulsos que so pessoal ou socialmente inaceitaveis para atividades construtivas. E 0 mais eficaz dos mecanismos de defesa, na medida em que canaliza os impulsos ibidinais para uma postura socialmente util e aceitavel. As defesas bem-sucedidas podem colocar-se sob 0 titulo de sublimaco, expresso que nao designa mecanismo especifico; varios mecanismos podem usar-se nas defesas bem sucedidas; por ‘exemplo, a transformagao da passividade em atividade; 0 rodeio em volta do assunto, a inversio de certo objetivo no objetivo aposto, O fator comum esté em Mecanismos de Defesa Marcia Marins aN PEEK ay Psicandlise Espiritualidad MECANISMOS DE DEFESA que, sob a influéncia do ego, a finalidade ou o objeto (ou um e outro) se transforma sem bloquear a descarga adequada Deve-se diferenciar a sublimagdo das defesas que usam contracatexias; os impulsos sublimados descarregam-se, se bem que drenados por uma trilha artificial, enquanto 05 outros ndo se descarregam. Na sublimacdo, cessa 0 impulso original pelo fato de que a respectiva energia é retirada em beneficio da catexia do seu substituto. Nas outras defesas, a libido do impulso original é contida por uma contracatexia elevada. {As sublimagdes exigem uma torrente incontida de libido, tal qual a roda de um moinho precisa de um fluxo d’égua desimpedido e canalizado. E por isto que as sublimages aparecem apés a remocdo de certa represséo. Para usar uma metéfora, as forcas defensivas do ego no se opdem frontalmente aos impulsos originais, conforme ocorre no caso das contracatexias, mas incidem angularmente; dai uma resultante em que se unificam a energia instintiva e a energia defensiva, com liberdade para atuar. Distinguem-se as sublimagées das gratificacbes substitutivas neuréticas pela sua dessexualizacso, ou seja, a gratificacao do ego ja nao é fundamentalmente instintiva. Quais So os impulsos que experimentam vicissitudes desta ordem e quais séo as condigdes que determinam a possibilidade ou a impossibilidade de sublimacao? Se ndo forem rejeitados pelo desenvolvimento de uma contracatexia (0 que os excluird do desenvolvimento posterior da personalidade), os impulsos pré-genitais e as atitudes agressivas simulténeas organizam-se, mais tarde sob a primazia genital. A realizado mais ou menos completa desta organizacao ¢ indispensavel para que tenha éxito a sublimacao daquela parte da pré-genitalidade que ndo é usada sexualmente no mecanismo do pré-prazer. E muito pouco provavel a existéncia de sublimacdo da sexualidade genital adulta; os genitais constituem um aparelho que visa a realizacéo da descarga orgastica plena, isto &, no sublimada. 0 objeto da sublimacao sao os desejos pré-genitais. Se estes, porém, tiverem sido reprimidos e se permanecem no inconsciente, competindo com a primazia genital, ndo podem ser sublimados. A capacidade de orgasmo genital é que possibilita a sublimago (dessexualizago) dos desejos pré-genitais. O que determina a possibilidade de o ego conseguir chegar & solugdo feliz desta ordem nao ¢ facil dizer. Caracteriza-se a sublimagdo por: a) Inibi¢So do objetivo b) Dessexualizacao ¢) Absoreso completa de um instinto nas respectivas sequelas d) Alteracao dentro do ego; qualidades todas estas que também se veem nos resultados de umas tantas identificacdes, qual seja, no processo de formacao do superego. © fato empirico das sublimacdes, sobretudo as que se originam na infancia, dependerem da presenga de modelos, de incentivos que o ambiente forneca direta ou indiretamente, corrobora a assercao de Freud no sentido de que a sublimagéo talvez se relacione intimamente com a identificaglo. Mais ainda: Os casos de transtorno da capacidade de sublimar mostraram que esta incapacidade corresponde a dificuldades na promocdo de identificacies. Tal qual ocorre com certas identificacies, também as sublimacdes séo capazes de opor-se e se desfazerem, com éxito maior ou menor, certos impulsos destrutivos infantis; mas também podem satisfazer, de maneira distorcida, estes mesmos ‘Mecanismos de Defesa Marcia Marins Psicandlise piritualidad MECANISMOS DE DEFESA impulsos destrutivos; de algum modo, toda fixacdo artistica de um processo natural mata” este processo. E possivel ver precursores das sublimacdes em certas brincadeiras infantis, nas quais os desejos sexuais se satisfazem por uma forma “dessexualizada” em seguida a certa distorgao da finalidade ou do objeto; e as Identificagées também séo decisivas neste tipo de brincadeiras. Varia muito a extensdo da diviséo do objetivo na sublimacao. Hé casos em que a diversao se limita a inibicdo do objetivo; a pessoa que haja feito a sublimacao faz, precisamente, aquilo que o seu instinto exige que faca, mas isso depois que 0 instinto se dessexualize e se subordine 8 organizacao do ego. Noutros tipos de sublimac&o, ocorrem transformacdes de alcance muito maior. € até possivel que certa atividade de diregao oposta ao instinto original substitua, de fato, este Ultimo. Certas reagfes de nojo, habituais entre as pessoas civilizadas, sem vestigio das tendéncias instintivas infantis contra as quais se desenvolveram originalmente, incluem-se nesta categoria, © que ocorre, ento, é idéntico ao que Freud chamou transformacéo no contrario; uma vez completada, toda a forca de um instinto opera na direco contraria. Racionalizacéo E 0 processo de achar motivos légicos e racionais aceitaveis para pensamentos agées inaceitaveis. E 0 processo através do qual uma pessoa apresenta uma explicaco que é logicamente consistente ou eticamente aceitavel para uma atitude, aco, ideia ou sentimento que causa angiistia. Usa-se a Racionalizacdo para justificar comportamentos quando, na realidade, as raz6es para esses atos nao so recomendavels. Enquanto obstdculo ao crescimento, a Racionalizago impede a pessoa de aceitar e de trabalhar com as forcas motivadoras genuinas, apesar de menos recomendaveis. A afirmacgo cotidiana de que “eu sé estou fazendo isto para seu préprio bem” pode ser a Racionalizacao do sentimento ou pensamento de que “eu quero fazer isto para voc, eu no quero que me facam isto ou até mesmo, eu quero que vocé sofra um pouco”. Também pode ser Racionalizacao a afirmagao de que “eu acho que estou apaixonado por vocé". Na realidade poderia estar sentido que “estou ligado no teu corpo, quero que vocé se ligue no meu”. Racionalizacdo é um modo de aceitar a pressio do Superego, de disfarcar verdadeiros motivos, de tornar o inaceitvel mais aceitavel. A racionalizaco por sua vez, transforma os afetos, sentimentos e desejos primitivos em ideias racionais. E a racionalizacao que ocasiona as ideias comuns com que nos deparamos em nosso cotidiano e que dizem coisas do tipo: “tenho que estudar’, “tenho que trabalhar’, “tenho que vencer na vida". Exemplo: Jodo diz & enfermeira de reabilitacdo: "Eu bebo porque esta é a Unica maneira que tenho para lidar com meu casamento fracassado e meu emprego ainda ior.” Negacao Atendéncia a negar sensagées dolorosas ¢ to antiga quanto o préprio sentimento de dor. Nas criancas pequenas, é muito comum a negacio de realidades desagradaveis, negacéo que realiza desejos e que simplesmente exprime a afetividade do principio do prazer. A capacidade de negar pares desagradéveis da realidade ¢ a contrapartida da “realizaco alucinatéria dos desejos". Anna Freud Mecanismos de Defesa Marcia Marins Psicandlise piritualidad MECANISMOS DE DEFESA chamou este tipo de recusa do reconhecimento do desprazer em geral "pré-estados da defesa’. Deslocamento E um processo psiquico através do qual o todo é representado por uma parte ou vice-versa. Também pode ser uma ideia representada por uma outra, que, ‘emocionaimente, esteja associada a ela. Esse mecanismo nao tem qualquer ‘compromisso com a légica. € 0 caso de alguém que teve uma experiéncia desagradavel com um policial, reaja desdenhosamente, em relacdo a todos os policiais. E muito corrente nos sonhos, onde uma coisa representa outra. Também se manifesta na Transferéncia, fazendo com que o individuo apresente sentimentos em relacdo a uma pessoa que, na verdade, Ihe representa uma outra do seu passado. Fato de a importéncia, o interesse, a intensidade de uma representacdo ser suscetivel de se destacar dela para passar a outras representacées originariamente pouco intensas, ligadas & primeira por uma cadeia associativa. Esse fenémeno, particularmente visivel na anélise do sonho, encontra-se na formagao dos sintomas psiconeurdticos e, de um modo geral, em todas as formacdes do inconsciente. A teoria psicanalitica do deslocamento apela para a hipétese econdmica de uma energia de investimento suscetivel de se desligar das representacdes e de deslizar por caminhos associativos. O “livre” deslocamento desta energia é uma das principais caracteristicas do modo ‘como 0 proceso primério rege o funcionamento do sistema inconscientes. Exemplo: Um cliente esta furioso com seu médico, ndo expressa isso, mas agride verbalmente a enfermeira. Substituicao Processo pelo qual um objeto valorizado emocionalmente, mas que no pode ser possuido, é inconscientemente substituido por outro, que geralmente se assemelha a0 proibido. E uma forma de deslocamento. Um exemplo é 0 bebé chupar 0 dedo ou a chupeta para set estivesse no seio da mae. © prazer como se Fantasia E um processo pelo qual o individuo concebe uma situagdo em sua mente, que satisfaz uma necessidade ou desejo que ndo pode ser, na vida real, satisfeito. E um roteiro imaginario em que o sujeito esta presente e que representa, de modo mais ‘ou menos deformado pelos processos defensivos, a realizacio de um desejo e, em Ultima andlise, de um desejo inconsciente. A fantasia apresenta-se sob diversas modalidades: 1a) Fantasias conscientes ou sonhos diurnos. b) Fantasias inconscientes como as que a anélise revela, como estruturas que se encontram por baixo de um conteudo manifesto. ) Fantasias originérias (protofantasias). Compensacao Mecanismos de Defesa Marcia Marins Psicandlise piritualidad MECANISMOS DE DEFESA E 0 processo psiquico em que 0 individuo se compensa por alguma deficiéncia, pela imagem que tem de si préprio, por meio de um outro aspecto que o caracterize, que ele, ent&o, passa a considerar como um todo. Exemplo: Um menino deficiente fisico néo consegue jogar futebol, por isso compensa tornando-se muito estudioso. Expiagio £ 0 processo psiquico em que o individuo quer pagar pelo seu erro imediatamente. Conversio E 0 processo que permite o individuo fazer a tentativa de resolver problemas Psiquicos através de sintomas sométicos. A libido é desligada da representacéo recalcada e transformada em energia de enervacao (contraco muscular) Inibicdo, Mecanismo de defesa mais presente em varias formas de neuroses e também chamado de bloquelo emocional. Aparece como forma de perplexidade, auséncia de agressao e etc.. Humor No humor como mecanismo de defesa, 0 ego se recusa a ser afligido pelas provocacGes da realidade, a permitir que seja compelido a sofrer. Insiste em que néo pode ser afetado pelos traumas do mundo externo; demonstra, na verdade, que esses traumas para ele néo passam de ocasides para obter prazer. Esse ultimo aspecto constitu um elemento inteiramente essencial do humor. Seu desvio da possibilidade de sofrimento coloca-o entre a extensa série de métodos que a mente humana construiu a fim de fugir & compulsao para sofrer — uma série que comeca com a neurose e culmina na loucura, incluindo a intoxicago, a auto absorgéo e 0 éxtase. © humor é uma atitude por meio da qual uma pessoa se recusa a sofrer, dé €nfase a invencibilidade do ego pelo mundo real, sustenta vitoriosamente o principio do prazer — e tudo isso em contraste com outros métodos que tém os mesmos intuitos, sem ultrapassar os limites da sade mental. Temos de recordar a outra situagéo de humor, provavelmente mais primaria e mais importante, na qual uma pessoa adota uma atitude humoristica para consigo mesma, a fim de manter afastados possiveis sofrimentos. Ha sentido em dizer que alguém esté se tratando a si préprio como crianca e, ao mesmo tempo, desempenhando o papel de um adulto superior para com essa crianca. Simbolizacao Utilizagéo de simbolos para exprimir mensagens, valores, ideias, sentimentos. De forma consciente a simbolizacao esta presente em nossa vida cotidiana. E referente a0 processo de representacio por simbolos, ou seja, utilizacéo de representantes (significantes) que estejam ligados arbitrariamente aos seus significados. Ex: a palavra, alianca, de forma inconsciente, é utilizada como estratégia de ajustamento do ego para tornar aceitaveis ideias ou objetos que seriam repelidas pelo nosso consciente; um sinal vermetho representa o estimulo PARE, a cor vermelha em nada se relaciona com 0 verbo parar, sua associacao é realizada em esferas sociais. Dissociagao Mecanismos de Defesa Marcia Marins Psicandlise piritualidad MECANISMOS DE DEFESA Caracteriza-se pela cisdo da personalidade, de tal forma que uma parte se mantem reprimida e a outra em vigéncia operativa plena com um movimento alternado de aparecimento. Exemplo: amnésia momenténeas, distrago, etc. Escotomizacéo Analogia com os chamados escotonos (zonas cegas da retina). Acontecimentos Sbvios que nao sao vistos por decisao do individuo. Exemplo: Oho mas nao enxergo, se olho nao quero ver. Lembranga encobridora E uma forma de defesa que esta protegendo ou escondendo uma cena desagradavel ou ameacadora. Exemplo: 2 mentira, queixas, lamirias, auto piedade. Postergacao dos afetos Mecanismo de defesa descrito por Fenichel. Situagdes de raiva, luto, medo, vergonha, nojo, em que ha explosdes retardada de sentimento. A reago emocional no se dd no momento, mas depois. Durante algum periodo o ego se sente corajoso e depois é dominado por um medo intenso. Fixagao Tendéncia de se manter cristalizadas as fantasias, sentimentos, condutas referentes & determinada época do desenvolvimento psicolégico. Os mecanismos de defesa identificado por Freud foram: identificacao, introjecao, negacdo, isolamento, fixacdo, formacao reativa, projecdo e racionalizacao, sublimacdo, repressao, anulacéo, regressao Mecanismos de Defesa Marcia Marins

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