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LCR ~ enTD NDE — SAO. (A) O ESQUECIMENTO DOS SONHOs Sugiro, por conseguinte, que nos voltemos primeiro Para um tem Jevanta uma dificuldade até agora nao considerada, mas que, nao bata fe capaz de jogar por terra todos Os nossos esforcos de interpretacig i sonhos. Ja se objetou, em mais de uma ocasifio, que de fato nao ten nenhum conhecimento dos sonhos que nos dispomos a interpretar 7 falando mais corretamente, que nao temos nenhuma garantia de conhe. cé-los tal como realmente ocorreram. [Ver pag. 81 ¢ segs,] Em primeiro lugar, o que lembramos de um sonho, aquilo em que exer. cemos nossa arte interpretativa, j4 foi mutilado pela infidelidade de nossa Memoria, que parece singularmente incapaz de reter um sonho e bem pode ter perdido exatamente as partes mais importantes de seu conteido. E muito freqiiente, ao procurarmos voltar a atencdo para um de nossos sonhos, des- cobrirmos-nos lamentando 0 fato de que, embora tenhamos sonhado mais, nao conseguimos recordar nada além de um tinico fragmento, ele proprio relembrado com peculiar incerteza. Em segundo lugar, temos todas as razées para suspeitar de que nossa lembranca dos sonhos é nao apenas fragmentada, mas positivamente ine- xata ¢ falseada. Por um lado, podemos duvidar de se 0 que sonhamos foi realmente tao desconexo e nebuloso quanto é nossa lembranga dele €, por Outro, também se pode pér em divida se um sonho foi realmente tio coe Tenle quanto 0 é no relato que dele fornecemos; se, na tentativa de reprodu- —— com material Novo e arbitrariamente a adomos ¢ asabomery Ou 0 que foi esquecido; se nao the oe nek bilidade de determinar 7 sat cern devel rea ana verdade, um autor, Spitta gS rs Bede ter sido seu conteido original . we o sont? Mostra qualquer tipo de : : 8D, ohegn.a onto de,sugent ai go introdu- 7idas nele ao tentarmos every ou Coeréncia, tais qualidades ee aver ut isco de que a propria cal Oca-lo. [Cf. pag. 82.] Assim, parece | ar esc? Pe-nos complet, oF enti '€ Os dedos, do tais ‘amente p terpretarmos og sonhos, temos desconsider@! inte aay Até aqui, ao int ontrari 5 ntrario, aceitamos como igualmente important? erténcias, Ag ce 1 [Acrescey Ntado ao t, 30: Omesmo soda eam goo 1914 © transterido para uma nota de.roaspe Cault (1906, 14] ¢ Segs.] e Tannerv [1898]. SAN tanto 0S componentes mais infimos, menos destacados e mais incer- do dos sonhos quanto os que sfio preservados com mais nitidez no da injegao de Irma continha a frase “Chamei imediata- pr.M.” [pag. 146] e presumimos que nem mesmo esse detalhe teria a 7 no sonho, a menos que tivesse uma origem especifica. Foi assim ee ams a historia da infortunada paciente a cuja cabeceira eu havia és . oetamente” chamado meu colega mais experimentado. No sonho apa- vine absurdo que tratou a diferenga entre 51 e 56 como um valor des- vel, o numero 51 foi mencionado diversas vezes. [Ver pag. 468.] Em sa banal ou indiferente, inferimos dai que _ rez a p vez de encarar 1SsO como uma coi! nda linha de pensamentos no contetdo latente do sonho, havia uma Segu = Jevando ao nimero 51; e por essa trilha chegamos a meus temores de que 51 anos fossem 0 limite de minha vida, em flagrante contraste com a cadeia de ho, que era prodiga em seu alarde de uma pensamentos dominante no son! vida longa. No sonho do “Non vixit” [pag. 454 e segs.], houve uma interpo- lacdo discreta que a principio me passou despercebida: “Como P. nao con- seguisse entendé-lo, Fl. me perguntou’, etc. Quando a interpretagao estan- cou, retornei a essas palavras e foram elas que me levaram a fantasia infantil que se revelou um ponto nodal intermedidrio nos pensamentos oniricos. [Ver pag. 514 e segs.] Chegou-se a isso através dos versos: yretar 7 tos do content e certeza- O son Selten habt ihr mich verstanden, Selten auch verstand ich Euch, Nur wenn wir im Kot uns fander, So verstanden wir uns gleich.' ‘ Em toda andlise se poderiam encontrar exemplos para mostrar que pre- sierra - um passo). Sim, respondeu, o autor ‘/e Pas de Calais’ — a Franga sublime e a Inglaterra, ridicula. Mas 0 al da Mancha [ou, mais precisamente, 0 Estrei i ver Uma prova convincente do fato de que o esquecimento dos tendencioso e serve aos propésitos da resisténcia! é fornecida ais a possibilidade de observar, nas anilises, um estagio Preliminar de ik tem mento. Nao é infreqiiente que, no meio do trabalho de interpretagig. parte omitida do sonho venha 4 luz e seja descrita como tendo sidg es 7 cida até ent&o. Ora, uma parte do sonho assim resgatada do esqueciments : invariavelmente, a mais importante; situa-se sempre no caminho Mais ee para a solugdo do sonho e por isso foi mais exposta 4 Tesistncia do que qualquer outra parte. Entre os exemplos de sonhos dispersos neste volume, ha um em que parte do contetido foi assim acrescentada como uma reflexig posterior.” Trata-se do sonho em que me vinguei de dois desagradaveis companheiros de viagem e que tive de deixar quase sem interpretagiio por ser grosseiramente indecente. [Ver pag. 489 e segs.] A porco omitida eraa seguinte: “Eu disse [em inglés], referindo-me a uma das obras de Schiller: ‘It is from...’, mas, notando o engano, corrigi-me: ‘It is by...’ ‘Sim’, comentou 0 homem com sua irmd, ‘ele disse isso corretamente,’”> As autocorregdes nos sonhos, que parecem t4o maravilhosas a certos autores, nao precisam ocupar nossa atencao. Indicarei, em vez disso, a lem- branga que serviu de modelo para meu erro verbal nesse sonho. Quando tinha dezenove anos,‘ visitei a Inglaterra pela primeira vez e passei um dia Mhos & —_____ de que esse chiste jé estava presente antes de o sonho Ocorrer, como o pensamento inconsciente por tras do elemento ‘canal’? Acaso supdem que ele foi introduzido como tuma invenedo posterior? A associagaio traiu o ceticismo que se ocultava por tris da aparente admiragao da paciente; ¢ sua resisténcia a revelagao disso foi, sem divida, a causa comum tanto de sua demora em Produzir a associagéo quanto do carater indis- tinto do elemento onirico em Pauta. Considerem a relagao do elemento onirico com Seu substrato inconsciente: ele era, Por assim dizer, um fragmento desse substrato, uma alusio a cle, mas tornou-se inteiramente incompreensivel por ser isolado.” ae - one do €squecimento em geral, ver meu pequeno ensaio sobre ° haem quecimento (Freud, 18985). [Acrescentado em 1909:] Pos! mente incluido (com modificacdes imeito capi icopatologia 7 cl bi Psicopa' da Vida Cotidiang”" (Freud, 1901 oy omo primeiro capitulo de Sobre a [Outro exempl, : nho deere me : encontra na pag. 1887. Outro, ainda, na andlise do segundo SO! 905e, Seco TI). (Nota di é iad Fy ; oat oie acrescontata €m 1914:] Tais corregdes no emprego de linguas a SSO. Maury ( i898 » Porém, com maior freqiiéncia, sao atribuidas 4 OU" inglés, que, ao dizer a 43) sonhou certa vez, numa época em que estava apr Jor you yesterday” (pede Ue © Visitara na véspera, utilizou as palavras “ 80 que o outro retrucou corretamente. N w Pedi - deveria ter dito to edi a voce ontem), yesterday? (Vies<. > 8 eign ye i lerday’ (Visitei-o ontem), nes (1953), 38-6] sua reimpressio de 1925), lia-se aqu! {Apenas na Primeii «dezes- Sete anos”, Ver Jor oa 548, Irlanda. Naturalmente, regalei-me coma opor- tras pela maré e estava rinhos deixados para 1 — as palavras “Hollthurn” e “nolotiria” do uma encantadora ‘cio do sonho — quan: “fg uma estrela-do-mar? Esta as praias do Mar da derecolher animais ma! com uma estrela-do-ma! jesma-do-mar] ocorreram no ini < arotinha aproximou-s¢ de mim perguntou: Eun rela-do-m® a” [lt is alive] «gim”, respondi, esta viva” [he is alive’ y’ e, em we paragado com meu erro, repeti a frase corretamente. O sonho erro verbal entao cometido por outro em que um alemiio esta igualmente sujeito a jncorrer: “Das Buch ist yon Schiller”** deveria ser tra- guzido nfo por “from”, mas por “by”. Apos tudo 0 que ja aprendemos sobre os. propositos do trabalho do sonho e sua escolha afoita de métodos para atingi-los, nao ficaremos surpresos em saber que ele efetuou essa substi- tuigdo por causa do magnifico exemplo de condensa¢gao possibilitado pela dentidade fonética entre o inglés “from” e 0 adjetivo alemao “fromm” [‘devoto”, “peatifico”]. Mas como foi que minha inocente lembranga da a-mar entrou no sonho? Ela funcionou como 0 exemplo mais jnocente eu emprego de uma palavra indicativa de género ou sexo NO de eu trazer a baila 0 sexo (a palavra “ne”) onde ele nao era foi uma das chaves para a solucio do sonho. Ademais, la origem atribuida ao titulo “Matter and Motion” [“Matéria e Movimento”], de Clerk Maxwell [mencionado no sonho, pag. 489] tera qualquer dificuldade em preencher as lacunas: “Le Malade Imaginaire”, de “Moliére — “La matiére est-elle laudable?”! — Movimento dos intestinos. Além disso, estou em condigdes de oferecer uma demonstragao ocular do fato de que o esquecimento dos sonhos, em grande parte, é produto da tin Sal © me conta que teve um sonho, mas aconteido, Prosseguimos cot igi ele: portanto, € como se nunca tivesse téncia; por isso, explico algo cea trabalho. a eparo com um? resis dapressio, a he nae 7 i paciente e 0 auxilio, através do incentivo € do com algum pensamento desagradavel. Mal seguida, em gubstituiu © bei possivel de m lugar errado — cabivel. Essa, alias, ninguém que tenha conhecimento d: —_— * [Alingua i ingua ingles a it, ena designar oniniaie pi 2 pronome neutro it, e nao o masculino he ou o feminino she, ao , salvo, ocasionalmente, em se tratando de animais de estimagao do fa snes (N- da Rev. Geral.) . Ivro € de Schiller” i (“de”) atema iller” As preposigdes inglesas fi i fs Wndo, mas a princi, wes a 2 from e by podem traduzir 0 Von ' J rigem, ¢ a segunda, autoria. (N. da Rev. matéria é louvavel?” e saudavel™ vel?” — Antiga terminologia médica para perguntar “A excregao é Af inte est ‘ase seguinte esté em inglés no original.] BP 549 = O eue esta EM YOGA REssa situagao Ea TRANS pepey es consigo fazer isso, ele exclama: “Agora me lembro do que fei A mesma resisténcia que estava interferindo em Nosso trabalne, Sonhejy» também o fizera esquecer 0 sonho. Superando e@ 2 sa Sse dj. Z ssa Tesisténcia, re dig sonho para sua meméria. Batel y Exatamente da mesma maneira, quando um Paciente atinge deter. nado ponto em seu trabalho, é possivel que Consiga lembrar-se dg iy ocorrido ha trés ou quatro dias, ou até mais, e que até entao titiines esquecido.! Cera A experiéncia psicanalitica2 forneceu-nos esquecimento dos sonhos depende muito mais acentuado pelas autoridades, de serem Os estado: um ao outro [pag. 81]. Nao raro me acontece, pacientes em tratamento, depois de ser despertado por um sonho, por assim dizer, passar imediatamente, e em plena pos: se de minhas faculdades inte- lectuais, a interpreta-lo. Nessas situagdes, muitas vezes me Tecusei a des- cansar enquanto nao chegasse a uma compreensao completa do sonho; con- tudo, foi minha experiéncia, algumas vezes, depois de finalmente acordar pela manh, constatar que havia esquecido inteiramente tanto minha ativi- dade interpretativa quanto o contetido do sonho, embora sabendo que tivera um sonho e que o interpretara.? £ muito mais freqiiente o sonho arrastar consigo para o esquecimento os resultados de minha atividade interpreta- tiva do que minha atividade intelectual conseguir preserva-lo na meméria. Nao obstante, nao existe entre minha atividade interpretativa e meus pensa- mentos de vigilia o abismo psiquico que as autoridades supdem para explicar 0 esquecimento dos sonhos. ‘ a . icagdo do Morton Prince (1910 [141}) levantou objegdes a minha exp a é €squecimento dos sonhos, mediante a alegagao de que o SSID % an is disso- apenas um caso. particular da amnésia ligada aos estados mentais eae Ciados, de que é impossivel estender minha explicagao dessa mene ida cial a outros tipos e de que, por conseguinte, minha explicagao é des sit de valor até mesmo Para seu propésito imediato. Seus leitores s4o tas 30 5 nee 1 ota de rodapé acrescentada em 1914:] Emest Jones [19216] descreven quee anélogo que ocorre freqiientemente: enquanto um sonho & analisado, & poss’ propria existe, A’ Hembre de um segundo sonho ocorrido na mesma noite, mas d€ ctl existéncia niio se suspeitava. 2 [Este Pardgrafo eo seguinte 3 ICE Postscriptum a “Anéii 1922¢),] ainda outra Prova de que o da Tesisténcia que do fato, s de vigilia e sono estranhos talcomoa Outros analistas e a foram acrescentados em 191 1] 4 ; » (Froud, ise de uma Fobia num Menino de Cinco Anos 550 Jembrados de que, ao longo de todas as descrigdes que faz desses estados di ssociados, ele nunca tentou descobrir uma explicagao dinamica para tais fendmenos. Seo tivesse feito, teria inal descoberto que o reoalque (ou, is precisamente, aresisténcia criada por ele) é a causa tanto as dissociagbes quanto da amnesia ligada ao contetdo psiquico destas. Uma observagao que pude fazer durante a preparagiio deste manuscrito | mostrou-me que os sonhos nao so mais esquecidos do que outros atos men- sem nenhuma desvantagem, com outras fun- oncerne a sua retengao na memoria. Eu havia conser- dem ser comparados, mentais, no que C 7 de nimero dos meus préprios sonhos que, por g ‘yado registros de um gran dera interpretar por completo na época ou dei- uma razéo ou outra, nao pu xara inteiramente sem interpretagao. E agora, passados um a dois anos, tentei interpretar alguns deles com a intengdo de obter mais material para jlustrar meus pontos de vista. Essas tentativas tiveram éxito na totalidade dos casos; a rigor, pode-se dizer que a interpretagdo progrediu com mais facilidade apds esse longo intervalo do que na época em que 0 sonho era uma experiéncia recente. Uma possivel explicagao disso é que, entre- mentes, superei algumas das resisténcias internas que antes me obstruiam. ‘Ao fazer essas interpretagdes posteriores, comparei os pensamentos oni- ra na época do sonho com a producao atual, geralmente pre incluidos /tais © Po Ticos que evocal muito mais abundante, e constatei que os antigos estavam sem, entre os novos. Meu assombro diante disso foi prontamente sustado pela consideragfio de que, desde longa data, desenvolvi o habito de fazer com que meus pacientes, que as vezes me contam sonhos de anos anteriores, interpretem-nos — pelo mesmo procedimento ¢ com 0 mesmo sucesso — como se os houvessem sonhado na noite anterior. Quando chegar a dis- Cussaio dos sonhos de angustia, apresentarei dois exemplos dessas interpre- en [Ver pag. 611 e segs.] Fui levado a fazer minha primeira em outros . lessa natureza pela justificavel expectativa de que nisso, como 7 Quando tet ahd sonhos se comportariam como sintomas neuro eos. He so forgado Pod _— um histérico, digamos — pela psicana- tivosehg sunita i chegar a uma explicagao tanto dos sintomas mais primi- Porineos que o = de sua doenga quanto dos sintomas contem- Problema primitive a etd a mim para tratamento; & a rigor, considera ° di-me posaivad de re facil de solucionar do que o imediato. fe em 1895, Teud, 1895], do vita mM explicagao, nos Estudos sobre a Histeria [Breuer e b eiro ataque histérico que uma mulher com mais de 551 | ; Outro dia: outra pay quarenta anos tivera aos quinze anos de idade.' [Esgq Paciente ey Cicilie M., mencionada ao final do Caso Clinico V.] Sra, E quero aqui mencionar alguns outros pontos um tanto deseon, sobre a questo da interpretagao dos sonhos, que talvez ajudem orienian leitores que se sintam porventura inclinados a conferir minhas ating mediante um trabalho posterior com seus prdéprios sonhos. ots Ninguém deve esperar que uma interpretacaio de seus no colo como um mana dos céus. A pratica é necessaria até Mesto pata per. ceber fenédmenos enddpticos ou outras sensagdes de que nossa atencao esta normalmente afastada; e isso ocorre apesar de nao haver nenhum motivo psiquico lutando contra tais percepgoes. E decididamente mais dificil captar as “representages involuntarias”. Quem quer que pro cure fazé-lo deve familiarizar-se com as expectativas levant ladas nesta obra e, de acordo com as regras nela estabelecidas, esforgar-se, durante 0 trabalho, por se abster de qualquer critica, qualquer parti pris e qualquer inclinagio afetiva ou inte- lectual. Deve ter em mente o conselho de Claude Bernard? dores de um laboratério de fisiologia: “travailler comme une béte” —isto & trabalhar com a mesma persisténcia de um animal e com idéntica despreo- Cupacao com o resultado. Se esse conselho for seguido, ja nao seré dificil a tarefa, Sonhos the Cai as experimenta- Nem sempre se pode consumar a interpretagfio de um sonho de uma so | vez. Depois de Seguirmos uma cadeia de associagdes, nao raro sentimos , &sgotada nossa capacidade; nada mais se pode saber do sonho nesse dia. O mais aconselhavel, nesse caso, é interromper 0 trabalho e retoma-lo em rte do contetido do sonho poderd entio atrair nossa atengao e dar-nos acesso a outra camada dos pensamentos oniricos. Esse ato Poderia ser descrito como interpretagaio “fracionada” 4° 10. 6 . , at a com extrema dificuldade ¢ que o principiante na tarefa de inte Se deixa persuadir de que sua tarefa nao chega ao fim quando cle te anos, muitas ve: doogetnas 08,1 Ze8 com a sujeitoeraneia Para nos Permitir entend “sua neurose, A. andlise desses eae levar, entre Outras co: 10 “Homem do: ” le Freud, (19185,)) ee sta francés (1813-78) et siquico ler a historia do desenvolvimento PX cet sonhos protege o médico de er vida, © sas, 4 confusiio tedrica. [Sem eg? 0 pen estava particularmente presente 10 P os uma interpreta¢éo completa — uma interpretagio que faz sentido, nas nte e esclarece todos os elementos do contetido do sonho. E que um gooer® sonho pode ter também outra interpretagio, uma “superinterpre-~ mes? ma Ihe escapou. De fato, nao ¢ facil ter uma concepgiio da abun- ae es cadeias inconscientes de pensamento ativas em nosso psi- dane todas lutando por encontrar expressdo. Tampouco é facil dar weed pericia exibida pelo trabalho do sonho na descoberta permanente te de expressao capazes de abrigar diversos sentidos — como o Alfaiatezinho do conto de fadas que acertou sete moscas com um sé golpe. Meus leitores estario sempre inclinados a me acusar de introduzir uma quantidade desnecessaria de engenhosidade em minhas interpretagdes; mas aexperiéncia real Ihes ensinaria que nao é bem assim. [Ver pag. 3237.] Por outro lado,' nao posso confirmar a opiniao, originalmente formu- lada por Silberer [p. ex., 1914, Parte IT, Secao 5], de que todos os sonhos (ou muitos sonhos, ou certas classes de sonhos) requerem duas interpretagdes diferentes, que se afirma até mesmo possuirem uma relagao fixa entre si. Afirma-se que uma dessas interpretagdes, que Silberer chama de “psicanali- tica”, da ao sonho um ou outro sentido, geralmente de cunho infantil-sexual; quanto a outra interpretagao, mais importante, a que ele da o nome de “ana- gogica”, diz-se que revela os pensamentos mais sérios, muitas vezes de implicagdes profundas, que o trabalho do sonho tomou como material. Silberer nao forneceu provas confirmadoras dessa opiniao através do relato de uma série de sonhos analisados nessas duas diregoes. E tenho de objetar Gue inexiste 0 fato alegado. A despeito do que ele diz, a maioria dos sonhos nao Tequer “superinterpretacdo” e, mais particularmente, é insuscetivel a inlerpretacao “anagégica”. Tal como ocorre com muitas outras teorias for- ine anos recentes, é impossivel desprezar o fato de gue as opinides dishgaraccy, influenciadas, até certo ponto, por uma tendéncia que visa a Vit interes ede eamentais em que se formam os sonhos e des- conoborar as inn raizes pulsionais. a certo numero de casos, pude ©, 0 trabalho d So de Silberer. A analise demonstrou que, em tais Sotho uma série ° Sonho viu-se diante do problema de transformar em insscetveig a hiieea ee altamente abstratos da vida de vigilia, Ver ese. Problema a ors quer representagao direta. Esforgou-se por resol- ito ouxamente rele nando-se de outro grupo do material intelectual um 1onado com os pensamentos abstratos (muitas vezes, | Bhste Para i 'grafo foj actescentado em 1919.] 553 de mancira que se poderia descrever como “alegérica” passivel de ser representado com menor dificuldade, A inte 0 tem, trata de um sonho assim surgido é dada pelo sonhador sem qual re to iis dade; a interpretagdo “correta” do material interpolado eva Met difey, pelos métodos que agora nos sao familiares,! er buscad, Caso se pergunte se € possivel interpretar todos og Sonhos, a deve ser negativa.” Nao se deve esquecer que, na interpretaciig Fe me tem-se como oponentes as forcas psiquicas que foram Tesponséveispo 0, distorgao. B numa relacao de forgas, portanto, que se determing aan interesse intelectual, nossa capacidade de autodisciplina, nossog contig, mentos psicoldgicos e nossa pratica de interpretar sonhos irao habilitar-nog a dominar nossas resisténcias internas, & Sempre possivel caminhar im pouco: o bastante, pelo menos, para nos convencermos de que © sonho é uma estrutura provida de sentido, e, em ger esse sentido. Com muita freqiiéncia, um so al, o bastante para entreverqualé nho que vem logo a seguir permi- te-nos confirmar e levar adiante a interpr talmente para seu antecessor. ©, a0 megm, ‘etagdo que adotamos experimen. Muitas vezes, uma série de sonhos que se estende por um periodo de semanas ou meses esta baseada num fundo comum e, por conseguinte, deve ser interpretada como um conjunto interli- gado. [Cf. pags. 222 e 394.] No caso de dois sonhos consecutivos, obser- va-se com freqiiéncia que um deles toma como ponto central algo que se acha apenas na periferia do outro e vice-versa, de maneira que também suas interpretagdes so mutuamente complementares. Ja forneci exemplos que Mostram que os diferentes sonhos de uma mesma noite, em regra bastante geral, devem ser tratados como um todo tnico em sua interpretacao. Ne pag. 358 ¢ segs.] 'Mesmo no sonho mais minuciosamente interpretado, é freqiiente En um trecho que tem de ser deixado na obscuridade; é que, durante 0 ba i de interpretacao, apercebemo-nos de que ha nesse ponto um ea pensamentos oniricos que nao se deixa desenredar € que, além ie 0 acrescenta a nosso conhecimento do contetido do sonho. Esse €0 a ostet Sonko, 0 ponto onde ele mergulha no desconhecido. [Cf. pag. 146] , pe! Samentos oniricos a que somos levados pela interpretagao nao P' ude natureza das Coisas, ter um fim definido; estao fadados a ramificar Pore a “Supe” é i 3 10 1 oe aan examinou esse ponto numa longa nota de rodapé a ee Tee letapsicolégico a . Ey al de" Patia" (19292) ] °° & Teoria dos Sonhos” (19174) e no fin 2 tl sa [Essa questo é mais longamente examinada em Freud, 1925i; Segao 4. J 554 GD 40 Que SUPRA UMAF 2 odas as diregdes dentro da intricada rede de nosso mundo do pensamento! ft de algum ponto em que essa trama é particularmente fechada que brota 0 deseio sonho, tal como um cogumelo de seu micélio. e 0 Mas temo: sonhos, pois de s de retornar aos fatos concernentes ao esquecimento dos ixamos de tirar deles uma importante concluséo. Vimos que a vida de vigilia mostra uma tendéncia inequivoca a esquecer qualquer sonho que se tenha formado durante a noite, sejacomo um todo, logo apos 0 despertar, seja aos bocadinhos no correr do dia; ereconhecemos que o prin- cipal responsavel por esse esquecimento éa resisténcia animica ao sonho, resistencia essa que ja fez o que péde contra ele durante a noite. Mas, se € assim, uma questao se coloca: como é que o sonho pode chegar a se formar em face dessa resisténcia? Tomemos 0 caso mais extremo, em que a vida de vigilia se descarta de um sonho como se ele nunca houvesse ocorrido. Um exame da interagao das forgas psiquicas nesse caso devera levar-nos a inferir que o sonho de fato nao teria ocorrido se a resisténcia fosse tao acen- tuada durante a noite quanto o é durante o dia. Temos de concluir que, no decorrer da noite, a resisténcia perde parte de seu poder, embora saibamos que nio o perde inteiramente, uma vez que j4 mostramos o papel que desempenha na formagao dos sonhos como agente deformador. Mas somos levados a supor que seu poder fique diminuido a noite e que isso possibilite a formagio dos sonhos. Fica entao facil compreender como, depois de recu- perar a plenitude de sua forca no momento do despertar, ela passa imediata- mentea se livrar daquilo que foi obrigada a permitir enquanto enfraquecida. Diz-nos a psicologia descritiva que o principal sine gua non para a formagao desonhos é que a mente esteja em estado de sono; e agora podemos explicar esse fato; 0 estado de sono possibilita a formagdo de sonhos porque reduz o Poder da censura endopsiquica. wine tentador encarar essa inferéncia como a tinica possivel a conclusées quants esquecimento dos sonhos e fazer dela a base para outras fivion anto as condigées de energia que prevalecem durante 0 sono e lia, Por ora, entretanto, deter-nos- i i ttado um pouco ‘male aad Nos-emos aqui. Quando tivermos pene- fatores que possibitit lo na psicologia dos sonhos, veremos que os utta maneira, Talver ay sua formagio também podem ser concebidos de eos posga Set evita resisténcia 4 conscientizagao dos pensamentos oni- Poder, & parece plausivel on que tenha havido qualquer redugao em seu " Sonhos — a educa que ambos os fatores que favorecem a formagio lente Possibilitados Ci ee a evitagao da resisténcia — sejam simultanea- ora Va retomar ms ° estado de sono. Farei aqui uma interrup¢ao, ma dentro em breve. [Cf. pag. 602 e segs.] 3555 Existe outro conjunto de objegdes a nosso método de inter sonhos, do qual devemos agora tratar. Nosso Procedimenty sa io abandonar todas as representagdes-meta que normalmente dni @ reflexdes, focalizar nossa ateng&o num unico elemento do sonics HOssas tomar nota de todos os pensamentos involuntérios que possam eas td, propésito dele. Tomamos entao a parte seguinte do sonho e repetimagg cesso com eda. Deixamo-nos impelir por nossos Pensamentos, Gualquere, seja a direcdo em que nos conduzam, e assim vagamos a smo de uma a para outra. Mas nutrimos a firme crenga de que, no final, sem qualquer intervencao ativa de nossa parte, chegaremos aos pensamentos oniricos de que se originou 0 sonho. Nossos criticos objetam a isso nos seguintes termos: nio ha nada de maravilhoso no fato de um elemento isolado do sonho nos conduzira algum_ lugar; toda representacao pode ser associada com algo. O que é excepcional € que uma cadeia de pensamentos tao arbitraria e sem objetivo nos leve aos pensamentos oniricos. A probabilidade é que nos estejamos iludindo. Seguimos uma cadeia de associagdes que parte de um elemento até que, por uma razao ou outra, ela parece romper-se. Se tomarmos entio um segundo elemento, é de se esperar que o carater originalmente irrestrito de nossas associagGes se estreite, pois ainda temos a cadeia anterior de associagoes em nossa memoria e, por essa razio, aos analisarmos a segunda representacao onirica, € mais provavel que esbarremos em associagdes que tenham algo em comum com as da primeira cadeia. Iludimo-nos ent&o com a idéia de havermos descoberto um pensamento que é um ponto de ligacao entre dois elementos do sonho. Uma vez que nos damos total liberdade para ligar 7 Pensamentos como bem entendermos, e visto que, na realidade, as se transi¢des que excluimos de uma representagao para outra sao as que eG no pensamento normal, ndo teremos nenhuma dificuldade, com OT tempo, em compor, a partir de alguns “pensamentos intermediaries que descrevemos como sendo Os pensamentos oniricos e que — on que sem qualquer garantia, pois nao dispomos de outros conhecimentos ico SeJjam os pensamentos oniricos — alegamos ser 0 substituto Pale sonho. Mas tudo isso € completamente arbitrario; estamos mo enge ere orando ligagdes fortuitas de uma maneira que propicia ne siees exco" 70so. Assim, quem quer que se dé a todo esse trabalho inutil P gitar para qualquer sonho a interpretago que mais Ihe aprouver- eae re levan assem tais objecdes, poderiame® oe " Preendentes liga, oe causada por nossas interpreta¢o ergem ena to seguimos Le de ouiey aes elementos do sonho que & robabilida 's Tepresentagées isoladas, e para a imp! nder-108 ur 556 ma explicagao tao exaustiva nao seguind estabelecidas. Poderiamos do sore lar, em nossa defesa, que nosso procedimento na interpre- tanbe E Ss é idéntico ao procedimento pelo qual resolvemos os sin- tag. ses ae * ¢ nisso, a corregao de nosso método é atestada pela emer- tomas ten cimento coincidentes dos sintomas, ou, para usar um «acd das pelas ilustragdes que - nt in firmagées feitas no texto so corrobora sn ham. Mas nao temos nenhuma razdo para nos esquivarmos do . ene como 6 possivel chegar-se a um objetivo preexistente seguindo peoblen init de uma cadeia de pensamentos arbitraria e sem meta oe isso porque, embora talvez nao possamos solucionar o problema, -lo por completo. demonstravelmente inveridico que estejamos sendo arras- de representagdes sem meta alguma quando, no pro- ho, abandonamos a reflexdio e deixamos que luntarias. Pode-se demonstrar que a unica le nos ra algo capaz de dar ul desse chegal 2 healien Io. ligagdes psiquicas Ja de que SeP alguma; podemos esvazi TOcorre que é tados por uma corrente cesso de interpretar um son! emerjam representagdes invol coisa de que conseguimos libertar-nos sao as representagdes-meta qu sio conhecidas; mal fazemos isso, as representagdes-meta desconhecidas —ou, como dizemos sem precisao, “inconscientes” — assumem 0 coman- doe, dai por diante, determinam o curso das representagdes involuntarias. Nenhuma influéncia que possamos exercer sobre nossos processos ani- micos nos facultaré pensar sem representagdes-meta, nem tenho conheci- mento de qualquer estado de confusao psiquica que seja capaz de fazé-lo.! 1 i a rodapé acrescentada em 1914:] S6 mais tarde é que tive a atengao atraida nee que Eduard von Hartmann adota a mesma visdo quanto a esse importante oe Been: ‘Ao discutir o papel desempenhado pelo inconsciente na cria¢ao u veda i Hartmann ¢ 1890, I, Seco B, Capitulo V) formulou com clareza a canes ent a a Tee de idéias é regida por representagdes-meta incons- cimbinasio de ° se esse conta do alcance dessa lei. Disp6s-se a provar que ‘toda mas destinada a ice nae sensiveis, quando nao é deixada puramente ao acaso, uso inglesa, 188 lefinido, requer 0 auxilio do Inconsciente’ [ibid., 1, 245; tra- tstimulg 18841, 283], e que o papel desempenhad i jente & si lar oinconsciemee alec l mpenhado pelo interesse consciente é ; W8espossiveis, Eo incon mar a mais apropriada entre as incontaveis represen- interess,e iso “ vale iente que faz a escolha apropriada de uma finalidade para faa Pata a ideagag son sata paraa associagao de idéias no pensamento abstrato ne 247: traduedo inghooa Ce vmeieis artistica’, e para a producao do chiste mitagio da associagho . a 5 e segs.]. Por essa razao, é impossivel sustentar edo Provocada (no aot Ic idéias a uma representacao provocadora e uma repre- Ustificay ne ine uma psicologia associacionista pura). Tal lititafaa es i cd i nero re m vida humana condigdes em que o homem esti- Jetlvo consciente, mas também da influéncia o1 yu Senta a Ves livre on aPenas * live nao s6 de img 557 a Os psiquiatras renunciaram com excessiva pressa, NSse aspecty crenga na concatenagdo dos processos Psiquicos. Sei com certez, bag ocorrem cadeias de pensamento desprovidas de Tepresentasses-mey, Nag na histeria e na paranoia, nem na formagao ou resolugao dos sonhos, rl sivel que elas nao ocorram em nenhum dos distarbios psiquicos ends; ‘ Até mesmo os delirios dos estados confusionais podem ter sentido, et tarmos a brilhante sugestio de Leuret [1834, 131] de que eles s§ cia inteligiveis por causa das lacunas que apresentam. Bu proprio fori mesma opiniaio a cada vez que tive oportunidade de observa-los, Os deliriog sao obra de uma censura que ja nao se da ao trabalho de ocultar seu funcio- namento; em vez de colaborar para produzir uma nova versio que seja inob. jetavel, ela suprime brutalmente tudo aquilo a que desaprova, de maneira que 0 que resta se torna muito desconexo. Essa censura age exatamente como a censura dos jornais na fronteira russa, que s6 permite que os perid- dicos estrangeiros caiam nas maos dos leitores por quem tem o dever de zelar depois de colocar uma tarja negra sobre diversos trechos. E possivel que um livre jogo das representagdes com uma cadeia de associa¢ées fortuita seja encontrado nos processos cerebrais organicos des- trutivos; 0 que é encarado como tal nas psiconeuroses é sempre explicavel como um efeito da influéncia da censura numa cadeia de pensamentos empurrada para o primeiro plano por representagdes-meta que permane- ceram ocultas.! Tem-se considerado como sinal infalivel de que uma ass0- Cooperacao de qualquer interesse inconsciente, qualquer estado de 4nimo passageit0. Esse, no entanto, é um estado que dificilmente pode ocorrer, pois mesmo que; 1 aparéncia, alguém deixe inteiramente entregue ao acaso sua cadeia de pensamentos, ou se abandone por completo aos sonhos involuntarios da fantasia, outros interesses Principais, sentimentos e estados de animo dominantes sempre prevalecerio beeen dado momento do que em outro e exercerdo sempre uma influéncia na associagi) iis.” Ibid, 1, 246; tr ‘aducao inglesa I, 284.] “Nos sonhos semiconscientes aaa Scorrem apenas as representacdes que correspondem ao principal interesse [inc ‘a aes sentl- cient] do momento.’ [Loc. cit. A énfase assim colocada na influéncia one jus mentos € estados de animo sobre a livre seqiiéncia dos pensamentos torna possi si tificar completamente o ste T comp! Procedimento metodolégico da psicanilise, 40 Po! 20 a Psicologia de Hartmann,” (Pohorilles, 1913.) —- Du Pret (1885, 107) re de foie @Pos tentarmos em vao relembrar um nome, é freqiiente ele 20575 Pronto na lembranga, sem qualquer aviso prévio. Disso ele conclui que 0° Pensamento inconsci a ‘clente, mas provido jeti ue seu Fe: subitamente na consciéncia P de um objetivo, e q Wota de rodap magao das andl nn sultado penelto 5 ; fir ¢ acrescentada em 1909:] Esta afirmagao recebeu orn "ses de C. G. Jung em casos de deméncia precoce. (Jung, , 558 ciagio esta isenta da influéncia das representacdes-meta o fato di ciagdes (08 imagens) em quest&o parecerem inter-relacionadas dew eas ue se descreve como “superficial” — por assonancia, ee coincidéncia temporal sem relagdo interna de sentido, ou por qual ime = ciagao do tipo que permitimos nos chistes ou nos trocadilhos. ee ie ristica esta presente nas cadeias de pensamento que vao dos elementos do sonho até OS pensamentos intermediarios e, destes, até os pensamentos oni- ricos propriamente ditos; j4 vimos exemplos disso — nao sem espanto — em muitas analises de sonhos. Nenhuma ligacdo era solta demais, nenhum chiste era precario demais para servir de ponte entre um pensamento ¢ outro. Mas a verdadeira explicagao desse estado de coisas tolerante nao tarda em ser descoberta. Sempre que um elemento psiquico esta vinculado a ) ciagdo objetavel ou superficial, ha também entre eles - outro por uma assor rofundo que esta submetido @ resisténcia da, um vinculo legitimo e mais pr censura.! A verdadeira razao do predominio de associagées superficiais nao esté no abandono das representacdes-meta, mas sim na pressao da censura. As associagoes superficiais substituem as profundas quando a censura torna intransitaveis as vias normais de ligagao. Podemos imaginar, a titulo de ana- nde uma interrup¢ao geral do trafego ) bloqueou as estradas principais, mais icagdes ainda sao mantidas através de normalmente utilizadas apenas pelos logia, uma regido montanhosa or (devida a inundag6es, por exemplo importantes, porém onde as comun: trilhas inconvenientes e ingremes, cagadores. Aqui se podem distinguir dois casos, embora, em esséncia, eles sejam 0 mesmo. No primeiro, a censura se volta apenas contra a ligagao entre dois pensamentos que, separadamente, nao suscitam obje¢ao. Nesse caso, 0S dois pensamentos penetram sucessivamente na consciéncia; a ligagao entre eles permanece oculta e, em seu lugar, ocorre-nos entre OS dois uma ligagao Superficial em que, de outra maneira, nunca teriamos pensado. Essa liga- $40 costuma estar vinculada a uma parte do complexo de representagdes Muito diferente daquela em que se baseia a ligagao suprimida € essencial. oo caso é aquele em que 0S dois pensamentos, por si sd, S40 subme- 0s a censura por causa de seu contetdo. Sendo assim, nenhum dos dois ———_ ! Em eee as outras partes desta obra Freud fala ur an posterior da relagdo existente entre yn Poderd ser encontrado na Conferéncia XXIX das ‘as (1933a),] ensura da resisténcia”. Um escla- “resistencia” e “cen- sferéncias Introduté- na “ct os conceitos de Novas Cor 559 _ aparece em sua forma verdadeira, mas apenas nu: Substitui, ¢ os dois pensamentos substitutos om hi lifcada guy Possuirem uma associagio superficial que reproduan a mani que relaciona os dois pensamentos Substituidos. Em ni Pressdo da censura resultou num deslocamento de um i e seria para uma associagdo superficial e aparentem Uma vez que estamos cientes da ocorréncia dessi hesitamos, na interpretagao dos sonhos, em confiar superficiais quanto nas outras.! Ita g culo SSSencial 0S os CAS05, g 4 Associacéin normal ente absurda, eS deslocamentos To tanto nas ASSOciagdes Na psicanilise das neuroses, faz-se 0 mais amplo uso desses dois teo- Temas — que, quando se abandonam as representages-meta Conscientes, as representa¢des-meta ocultas assumem 0 controle do fluxo de Tepresenta- ges, € que as associagdes superficiais sao apenas substitutos, por desloca- mento, de associagdes mais profundas ¢ suprimidas. A rigor, esses teoremas transformaram-se em pilares basicos da técnica psicanalitica. Quando ins- truo um paciente a abandonar qualquer tipo de reflexao e me dizer tudo 0 que lhe vier 4 cabega, estou confiando firmemente na premissa de que ele no conseguira abandonar as representag6es-meta inerentes a0 tratamento, e sinto-me justificado para inferir que 0 que se afigura como as coisas ~ inocentes e arbitrarias que ele me conta esta de fato relacionado seca enfermidade. Ha uma outra representagao-meta de que 0 paciente inl confia — uma que se relaciona comigo. A plena avaliagao oor desses dois teoremas, bem como as informagoes amas Sic ise sobre eles, enquadram-se no 4mbito de uma exposi¢a0 da i ive se 0 nalise. Aqui atingimos, portanto, um dos pontos ‘nna a0 Gos somos” nosso programa, devemos abandonar o tema da interpreta¢ : os em que 35 1 As mesmas consideragées aplicam-se igualmente, € claro a,c pore’ ciagdes superficiais aparecem abertamente no contetido 2 age — Pelletier a coil nos dois sonhos de Maury citados na pag. 94-95. (Réler am i 10.) Mew tra o08 Kilométre — kilogramme — Gilolo— Lobelia — Lopes Or jn. quis pacientes neuréticos ensinou-me qual é a natureza das lem! nes emt ge oa titui um método favorito de representagio. Trata-se de es Foza maior dP, folheava as paginas de enciclopédias ou dicionarios para (ormio de resposts Pond soas na inquiridora época da puberdade) satisfazer seu do na andlise jo see enigmas do sexo. [Um exemplo disso pode ser encontrat x" sonho de “Dora” (Freud, 1905e, Segao II).] . mas, que soaram [Nota de rodapé acrescentada em 1909:] Estes dois oe 7 2 ; go exP* mente implausiveis na época em que foram enunciados, fora! Tos em set talmente empregados e confirmados por Jung e seus discipu 560 “a N e podemos extrair dessas objegdes, a conclusao verdadeira qu iagdes ocorridas ja, que nao precisamos supor que todas as associ: qual oe eeabalho de interpretagao tenham tido lugar no trabalho do sonho ee anoite. (Cf. pags. 306 e 337.] E verdade que, a0 fazermos a inter- ais no estado de vigilia, seguimos um caminho que retrocede dos ele- sm do sonho para oS pensamentos oniricos, ¢ que © trabalho do sonho Jtamente improvavel que esses caminhos inverso. Mas é al sejam transitaveis em ambos os sentidos. Ao contrario, parece que, durante odia, enveredamos por novas cadeias de pensamentos e que essas veredas estabelecem contato com os pensamentos intermediarios e com os pensa- mentos oniricos ora num ponto, ora noutro. E facil perceber como, dessa maneira, 0 NOVO material diurno se imiscui nas cadeias interpretativas. E provavel também que 0 aumento da resisténcia instaurado desde a noite tome necessdrios novos ¢ mais tortuosos desvios. O numero e a natureza dos fios colaterais [ver pag. 337n] que assim tecemos durante o dia nao tém a menor importancia psicologica, desde que nos conduzam aos pensa- mentos oniricos de que estamos a procura. Ha um mento’ soguira um rumo *associacg tema go> {¢Palavras, “a scala a valida anes 1906. —Uma interessantissima argumentagao sobre o roi 0” (Ver acima 7 : Pcie associativas que partem de numeros escolhid Vag tescentad 'g- 545 e segs.) é desenvolvida z em 155 por Freud na longa nota de 0 Cotici 0 it diana (19 018), a0 Capitulo XII (A, n.° 7) de Sobre a Psicopatologia da = 561 (B) REGRESSAO Tendo agora rechacado as objecdes levantadas co; pelo menos indicado onde se acham nossas armas de: devemos adiar a tarefa de abordar as investigagdes P quais nos vimos preparando ha tanto tempo. Resumamos 0 principais resultados de nossa investigacgao até onde ela nos levou. Os Sonhos so atos psiquicos tao importantes quanto quaisquer outros; sua forea propulsora 6g na totalidade dos casos, um desejo que busca realizar-se; 0 fato de nio serem reconheciveis como desejos, bem como suas miultiplas peculiari- dades e absurdos, devem-se a influéncia da censura psiquica a que foram submetidos durante 0 processo de sua formagiio; a parte a necessidade de fugir a essa censura, outros fatores que contribuiram para sua formacio foram a exigéncia de condensacao de seu material psiquico, a consideragio a sua representabilidade em imagens sensoriais e— embora nao invariavel- mente — a demanda de que a estrutura do sonho possua uma fachada racio- nal e inteligivel. Cada uma dessas proposicées abre caminho para novas especulagées e postulados psicolégicos; a relagdo reciproca entre 0 desejo que € a forca propulsora do sonho e as quatro condigées a que esta sujelta sua formacdo, bem como as inter-relagdes entre essas condigées, precisa ser investigadas; e cabe assinalar o lugar dos sonhos na concatenaca0 da vida animica. ntra nés, oy tendo fensivas, nig mais sicoldgicas para ag Foi com vistas a nos relembrar os problemas ainda por solucionat at iniciei este capitulo com o relato de um sonho. Nao houve cane interpreta-lo — 0 sonho da crianga que se estava queimando — sen embora sua interpretagdio nao fosse dada integralmente segundo nos vel. tido. Levantei a questdio do motivo por que o sonhador o produzira, sent de acordar, e reconheci que um de seus motivos fora 0 desejo de Os ul © filho como ainda vivo. Nossas discussdes ulteriores mostrardo 4 5 outro desejo também teve participagao nisso. [Ver adiante, ee que? Assim, em primeiro lugar, foi em nome da realizagao de um ae Processo de pensamento durante o sono transformou-se num sae Se eliminarmos a Tealizagiio de desejo, veremos que rest am pense aspecto para distinguir as duas formas de ocorréncia psiquic®- ie jaz? mento onirico teria sido: “Vejo um claro vindo do quarto ”0 son? cadaver. Talvez uma vela tenha caido e meu filho esteja ardendo! 562 2 asnnane® <7 *. ph rep roduziu essas reflexdes inalteradas, mas representou-as numa situagao ue ef@ realmente atual e podia ser percebida pelos sentidos como uma de vigilia. Temos aqui a caracteristica psicolégica mais geral € so de sonhar: um pensamento, geralmente um pensa- objetiva-se no sonho, é representado como uma é vivenciado. dade caracteristica do trabalho do como desco- experiéncia notavel do proces algo desejado, undo nos parece, plicar essa peculiari a pergunta em termos mais modestos, trama dos processos psiquicos? —* ° Se examinarmos 0 assunto mais de perto, observaremos que dois aspectos quase independentes ressaltam como caracteristicos da forma assumida por esse sonho. Um deles é 0 fato de o pensamento ser represen- tado como uma situagdo imediata em que 0 “talvez” é omitido, e 0 outro é0 fato de que 0 pensamento se transforma em imagens visuais e em fala. Nesse sonho especifico, a modificagao feita nos pensamentos pela colocagao da expectativa por eles expressa no presente do indicativo talvez nao pareca particularmente notavel. Isso se deve a0 que so se pode des- mo o papel inusitadamente secundario desempenhado nesse sonho ‘onside um outro em que 0 distanciado dos pensamentos de vigilia trans- portados para 0 sono — 9 sonho da injecao da Irma, por exemplo [pag. 140¢ segs.]. Neste, 0 pensamento onirico representado estava no optativo.* “Oxalé Otto fosse responsavel pela doenga de Irma!” O sonho recalcou 0 optativo eo substituiu por um presente direto: “Sim, Otto é responsvel pela doenga de Irma”. Esta, portanto, é a primeira das transformag6es promo- vidas nos pensamentos oniricos até mesmo por um sonho isento de distor- ges. Nao precisamos estender-nos nessa primeira peculiaridade dos sonhos. Podemos abordé-la chamando a atengao para as fantasias conscientes — 0S devaneios — que tratam seu conteido de representagdes exatamente do mesmo modo. Enquanto o Sr. Joyeuse, de Daudet!, vagava sem trabalho ab = de Paris (embora suas filhas acreditassem que ele tinha " aue tes estava sentado em seu escrit6rio), sonhava com acontecimentos sem trazer-Ihe algum auxilio influente & Jeva-lo a encontrar ——— + [Optativo: wee © modo subjentivo, usado nas frases 1 Rede Rev Geral) fy cite Neha (cf. pag, 524). Um lapso cometi Cite dessa frase é discutido por © na (19018), Capitulo VII, j4 a0 final da mais mento sobre cena, OU; SeE! Como entao ex) sonho, ou, para formular prir um lugar para cle na crever CO! pela realizagao de desejo. C desejo onirico nao se tenha yemos, em VeZ dele, yu oragoes que expressam 0 desejo. nome em seu pri- ido por Freud com este p Je em Sobre a Psicopatologia da Vida Segio A.] 563 ‘2s emprego — e sonhava no presente do indicativo. Assim os do presente da mesma maneira e com o mesmo direito q O presente é 0 tempo em que os desejos se representam ¢ SOnhogs se UE O8 dey, ‘omo Mas os sonhos diferem dos devaneios em sua segun ou seja, no fato de seu contetido de representacdes transm mentos em imagens sensoriais a que se da crédito e que p; ciadas. Devo acrescentar desde, ja que nem todos os sonhos apresentam e transformagao da representacgao em imagem sensorial. Ha Sonhos que a sistem apenas em pensamentos, mas aos quais nao se pode, POF Causa disso, negar a natureza essencial de sonhos. Meu sonho do “Autodidasker” — , fantasia diurna com o Professor N. [pag. 324 e segs.] — foi um desses; incluiu poucos elementos sensoriais a mais do que se eu tivesse pensado seu contetido durante o dia. E em todo sonho razoavelmente longo ha elementos que, diversamente dos demais, nao recebem forma sensorial, mas sao sim- plesmente pensados ou sabidos, tal como estamos acostumados a pensar ou saber as coisas na vida de vigilia. Cabe também lembrar aqui que nao é apenas nos sonhos que ocorrem essas transformagées das representagdes em imagens sensoriais: elas so também encontradas nas alucinagdes ¢ visdes, que podem aparecer como entidades independentes, por assim dizer, na satide, ou como sintomas nas psiconeuroses. Em suma, a relacao que estamos agora examinando nao é, de modo algum, uma relagéo exclusiva. Nao obstante, persiste 0 fato de que essa caracteristica dos sonhos, quando presente, aparece-nos como a mais notavel, a tal ponto que nos seria impos sivel imaginar o mundo onirico sem ela. Para chegarmos a entendé-le porém, temos de embarcar numa discussdo que nos levara a extensas diva- gacoes. Valem ANeios, Tealizadgs da Caracteristia tidar-se de pengg arecem ser viven, . : Pod : car uma Como ponto de partida de nossa investigagao, gostaria de desta ue dentre as muitas observagoes feitas sobre a teoria do sonhar pot aque’ is escrevem sobre o assunto. No curso de um breve exame do van im sonhos, o grande Fechner (1889, 2, 520-1) expressa a idéia de a yigilia- a¢do dos sonhos é diferente da cena da vida representacional wcll ICE. pag. 84.] Esta é a tinica hipétese que torna inteligiveis aS pe dades especiais da vida onirica,! Carta 83) 1 [Numa carta a Flies, de 9 de fevereiro de 1898 (Freud, 19500 CAM que Ssereve que essa passagem de Fechner é a tinica observagao sensata na literatura sobre os sonhos,.] 564 e nos é apresentado com essas palavras é a idéia de uma /ocali- uica. [Desprezarei por completo o fato de que 0 aparelho animico em que estamos aqui interessados é-nos também conhecido sob a forma de uma prepara¢ao anatémica, e evitarei cuidadosamente a tentacdo de deter- minar essa localizago psiquica como se fosse anatémica. Permanecerei no campo psicolégico, e proponho simplesmente seguir a sugestéo de visuali- zarmos © instrumento que executa nossas funcdes animicas como seme- Jhante a um microscopio composto, um aparelho fotografico ou algo desse tipo. Com base nisso, a localizagao psiquica correspondera a um ponto no interior do aparelho em que se produz um dos estagios preliminares da imagem. No microscopio e no telescdpio, como sabemos, estes ocorrem, em parte, em pontos ideais, em regides em que nao se situa nenhum compo- nente tangivel do aparelho. Nao vejo necessidade de me desculpar pelas imperfeigdes desta ou de qualquer imagem semelhante. Essas analogias visam apenas a nos assistir em nossa tentativa de tornar inteligiveis as com- plicagdes do funcionamento psiquico, dissecando essa funcdo e atribuindo suas operacdes singulares aos diversos componentes do aparelho. Ao que me consta, nao se fez até hoje a experiéncia de utilizar esse método de disse- cacao com 0 fito de investigar a maneira como se compde 0 instrumento animico e nao vejo nele mal algum. A meu ver, é licito darmos livre curso a nossas especulagdes, desde que preservemos a frieza de nosso juizo e nao tomemos os andaimes pelo edificio. E uma vez que, em nossa primeira abordagem de algo desconhecido, tudo de que precisamos é 0 auxilio de algumas representagdes provisdrias, darei preferéncia, inicialmente, as hipo- teses de carater mais tosco e mais concreto. t - ~ oO qu zagaio psiq' Por conseguinte, retrataremos 0 aparelho psiquico como um instru- mento composto a cujos componentes daremos o nome de “instancias”,' ou (em Prol de uma clareza maior) “sistemas”. Pode-se prever, em seguida, que i Meione talvez mantenham entre si uma relagao espacial constante, ‘Seti snes que os varios sistemas de lentes de um telescdpio se dis- titterias vie outros. A rigor, nao ha necessidade da hipotese de que os 6 ume a aoe realmente se disponham numa ordem espacial. Bastaria cesso psiquico, ixa fosse estabelecida pelo fato de, num determinado pro- , a excitacdo atravessar os sistemas numa dada seqiiéncia ep "stanzen”, |i eas 2 quando pa ; literalmente, “instincia”, num sentido semelhante ao dessa palavra Te na expressio “Tribunal de Primeira Instancia.”.] 565 a temporal. Em outros Processos, a seqiiéncia talvez seja diferente uma possibilidade que deixaremos em aberto. Para sermos re © essa g vante nos referiremos aos componentes do aparelho como “sistas es A primeira coisa a nos saltar aos olhos é que esse aparelho, con : de sistemas-y, tem um sentido ou direcao. Toda a nossa atividade a parte de estimulos (internos ou externos) e termina em inervagdes,! he conseguinte, atribuiremos ao aparelho uma extremidade Sensorial ¢ uma extremidade motora. Na extremidade sensorial, encontra-se um Sistema que recebe as percepgGes; na extremidade motora, outro, que abre as com. portas da atividade motora. Os processos psiquicos, em geral, transcorrem da extremidade perceptual para a extremidade motora. Portanto, o quadro esquematico mais geral do aparelho psiquico pode ser assim represen- tado (Fig. 1): “—___ ee” Fig. 1 Isso, contudo, nao faz mais do que atender a um requisito com me muito estamos familiarizados, ou seja, que o aparelho psiquico ned truir-se como um aparelho reflexo/Os processos reflexos continuam modelo de todas as fungdes psiquicas. / ciagao m2 A seguir, temos razdes para introduzir uma primeira diferenot a extremidade sensorial. Em nosso aparelho psiquico, perma come s percep¢des que incidem sobre ele. A este podemos des" nome & (oe mnémicos”| e 8 fungao que com ele se relaciona oa 2508 ps “memoria”. Se levamos a sério nosso projeto de ligar os mica quicos a sistemas, os tragos mnémicos s6 podem consistir om. Ss jado e™ Permanentes dos elementos dos sistemas. Mas, como ja foi ass" pee Si A ty set -ancia num 66 a0? i i att ) [“Inervagiio” é um termo altamente ambiguo. E usado com muita a algu™ oi tido estrutural, para designar a distribuigdio anatémica dos nervo jinval iavel™ 50) nismo, OU regio corporal. Freud utiliza-o mais amitide (embora no como nest vo Para denotar a transmissio de energia para um sistema de nervos, OU inaicar OP especificamente para um sistema eferente — em outras palavras, P cesso que tende A descarga] 566 e: 1 pA dificuldades 6bvias em se supor que um mesmo sistema ossa reter fielmente as modificagdes de seus elementos e, apesar disso, ermanecet perpetuamente aberto 4 recepgao de novas oportunidades de modificacao. Assim, de acordo com 0 principio que norteia nosso experi- mento, atribuiremos essas duas fungées a sistemas diferentes. Suporemos que um sistema logo na parte frontal do aparelho recebe os estimulos perceptivos, mas nao preserva nenhum trago deles, e portanto, nao tem memoria, enquanto, por tras dele, ha um segundo sistema que transforma as excitagdes momentaneas do primeiro em tragos permanentes. oO quadro esquematico de nosso aparelho psiquico seria entdo o seguinte (Fig. 2): outro texto, S_U_____ Oe” Fig. 2 E fato conhecido que retemos permanentemente algo mais do que 0 simples contetido das percep¢des que incidem sobre o sistema Pcpt. Nossas percepedes acham-se mutuamente ligadas em nossa memoria — antes de mais nada, segundo a simultaneidade de sua ocorréncia. Referimo-nos a esse fato como “associacao”. Assim, fica claro que, se 0 sistema Pcpt. nao temnenhuma memoria, ele nao pode reter nenhum tra¢o associativo; os ele- mentos isolados do Pept. ficariam intoleravelmente impedidos de desempe- har Sua fungo se o remanescente de uma ligacdo anterior exercesse e influéncia nas novas percep¢ées. Portanto, devemos presumir que a ee. oe est nos sistemas mnémicos. A associagao consistiria, to estabelecin . a em, decorréncia de uma diminuicao das resisténcias € tansmitida de wn le vias de facilitagdo, a excitag&o ¢ mais prontamente Un terceiro, primeiro elemento Mnem. para um segundo do que para tsa eanais detido nos indicaré a necessidade de supormos a exis- , Mais de diversos elementos Mnem., nos quais uma tinica ieee | Por Breuer, m UY 7 Freud, 1895, oni, nota de rodapé a Secao I de sua contribuigao tedrica a Breuer e Terao no pode se outras coisas, ele escreve: “O espelho de um telescépio de ‘ol. J T, 20 mesmo tempo, uma chapa fotografica”. Cf. Ed. Standard. 8. 1987 5 fi 1, onde sio fornecidas outras referéncias.] 567

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