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A Expansao Maritima europeia ee Otalhe de iustragao de Charles DAngouleme representan Entre os séculos XI \ 1.Como sao re Génova, detinham um forte s seres humanos na gem? cados europeus com | Imagem 2.Que ideia voce acha ‘que os europeus tinhamarespeito de a, em particular para o norte da | outro: Paises Baixos, a fim de serem negociadas com os grandes mercador silat lo XIV, guerras e epidemias de gran tornaram muitas produtos do ta, gengibre, noz-mo: da), seda, pedras pr estradas da Europa perigos: is, Naquele momento, os mercadores das cidades da peninsula Italica comegaram a buscar novas rotas maritimas. Para utilizar a rota Medi- 1 Um periodo de transicao ‘A passagem da Idade Média para a dade Moderna foi um processo longo, e nao uma ruptura completa com o passado. Muitas instituices medievais, assim como o modo de vida e a visdo de mundo dos homens emulheres dessa época, nao deixaram de existir de uma hora para outra. Ao contrario, permaneceram por varios séculos. Essa passagem de uma “Idade" para outra, além de ser gradual, nao se deu de modo uniforme em toda a Europa, e foi marcada por rupturas e permanéncias, LINHA DO TEMPO Entre as principais mudangas esto o crescimento das trocas comer- Ciais e 0 surgimento de um novo grupo social, composto principalmente de mercadores e artesaos: a burguesia. O desenvolvimento do comércio aumentou anecessidade de metais 1385 Preciosos para serem utilizados como moeda. Nessa época, porém, as Revolucao de Avis, minas europeias nao conseguiam satisfazer a demanda de prata, ouro e cobre. Por isso, os portugueses passaram a explorar sobretudo o litoral W415. atlantico da Africa, regiao rica em metais, Observe o mapa abaixo, TS Rotas comerciais da Baixaldade Média \___ Cian ambos | re Cristévao Colombo chega a América | Tratado de Tordesilhas 1555-1654, =a Invasdes holandesas | efrancesas na ‘América portuguesa | Linha do tempo esquemstica. O espago entre fas datas ndo ¢ proporconal ao interval de tempo. p> Entre as rotas comerciais representadas ‘no mapa, pode-se observar a rota ‘maritima utilizada pelos comerciantes da peninsula Itlica no século XIV para ‘chegar a0 mar do Norte — Rtas maritimasitalianas — Outras rotas terrestros — Rotas dos europeus do norte ‘Alles histéice mundiak Made: Debate, 1968. dp. 545s, Entre as permanéncias, destaca-se a manutencao dos antigos feudos. Aposse da terra ea hereditariedade continuaram a determinar a condicao Social e juridica dos individuos. Embora parte da burguesia tivesse enri- uecido, ainda prevaleciam os privilégios de nobres e clérigos. Nas areas rurais, mantinham-se obrigagdes servis, como a corveia eo dizimo Para entender o “mundo moderno’, devemos estudar as transforma- Bes pelas quais a Europa passou nos primeiros séculos da chamada Ida- ‘de Moderna e compreender por que esse periodo foi assim nomeado. A ipansio Martina cups - contro (31 Transicao, rupturas e permanéncias No uso comum, a palavra transigo quer dizer passagem, mudanga de um lugar ou de um estado de coisas para outro. J4 em Hist6ria, transigao significa uma passa- gem lenta de um periodo para outro. Ruptura, ao pé da letra, quer dizer rompimento, interrupgao. Em Historia, a pa- lavra indica mudanca brusca, transformacao radical em relagao ao passado. Permanéncia designa continuidade, manutengo. Na Histéria, as permanéncias S40 identificadas, em geral, como “herancas” do passado, caracteristicas que ficaram, que no se alteraram ao longo do tempo ou que se alteraram apenas de forma superficial. Neste capitulo, ao estudar o longo periodo de transicao entre a Idade Média e a Idade Moderna, fique atento as rupturas e permanéncias. “penne Construindo conceitos Tempos modernos Costumamos usar a palavra ‘moderno" para qualificar algo novo, atual, recente, No entanto, o periodo da hist6ria europeia conhecido como Idade Moderna ou Tempos Mo- demos nao é recente; ele corresponde ao espaco de tempo compreendido entre meados do século XV eo final do século XV. Quando e por que se resolveu chamar esse perfodo de “tempos modernos”? De onde ver esse nome? Os seres humanos que integraram as sociedades classicas da Antiguidade europeia, e que hoje denominamos antigos, nunca se chamaram por esse nome. Da mesma forma, €s chamados homens e mulheres medievais sequer imaginavam que o periodo em que viviam um dia seria conhecido como Idade Média. No entanto, muitos dos que viveram entre os séculos XV e XVIljé se autodenominavam modernos, Foram eles que chamaram as sociedades grega e romana de ‘antigas” e denominaram “Idade Média 0 periodo entre ‘0 tempo “antigo” eo “moderno”. Eo que vernos na linha do tempo da pagina 31. ‘Autodenominar: dar nome a si mesmo. A Europa como centro do mundo Durante a Idade Média, o continente europeu nao tinha muitas cidades nem grandes riquezas, e sua populagao era pequena, se comparada com a de outras re- gides do mundo, Varios historiadores afirmam que, naquele periodo, a Europa pode- ria ser vista como a periferia do mundo mugulmano. (Os mugulmanos nao sé controlavam as principais rotas de comércio como do- minavam o mar Mediterraneo. Contavam, ainda, com avangados conhecimentos cientificos que fascinaram e influenciaram os europeus. No inicio da Idade Moderna, ocorreram as viagens maritimas, ou ultramarinas, empreendidas, a principio, por portugueses e espanhdis. Por meio delas, 05 euro peus conquistaram territ6rios em varios pontos do planeta e passaram a dominar ‘© comércio maritimo, Assim, a Europa deixava de ser a periferia do mundo islam co para se tornar um importante centro, que dominaria e subordinaria outras re- gides mundiais. v, Centroe periferia “Periferia® vem do grego periphérea (circunferéncia, ‘contornolteralmente, ‘em torno da esfera’) Hoje, a palavra periferia designa aquilo que fica nos arredores de algum lugar, afastado da regiao “central”. Os bairros mais distantes do centro da cidade, por exemplo, sso chamados de perifera Contudo, as nogdes de centro e periferia nao dizem respeito somente a localizagao ‘geografica de um lugar com relacao a outro. Mais do que isso, elas identificam alguns, lugares como "mais importantes" e, por isso, “mais centrais” do que outros. Se prestarmos, atengao no mapa da Europa, veremos que, geograficamente, 0 continente europeu 6 ‘uma simples “porgdo de terra” a margem do continente asiatico. No entanto, segundo alguns critérios politicos e econémicos, a Asia, a Africa e a América Latina sao conside- radas por alguns historiadores regides periféricas em relacao a Europa. ‘Aviso que coloca a Europa como o centro da analise é chamada de eurocéntrica ou eurocentrismo. i2 As Grandes Navegagoes No século XV, quando os europeus deram inicio as viagens ultramarinas, muitas pessoas acreditavam que os mares e as terras desconhecidas eram povoados por monstros e criaturas assustadoras. Alguns relatos de viajantes e aventureiros esti- mulavam a imaginacao até mesmo daqueles que nao participavam das viagens ma- ritimas. Com o avango das navegacées, 0 conhecimento do planeta foi sendo ampliado, como mostra a cartografia do século XVI, € 05 europeus comecaram a ConStrUir UTA yas mind de Gorard nova visao de mundo. Mercator, de 1585, Atpansio Martie europea caruvoz { 35 0 pioneirismo portugues Enquanto o restante da Europa sofria os efeitos da crise do século XIV, Portugal dava inicio a expansao ultramarina, com o objetivo de encontrar novas rotas de co- municagao com o Oriente. Essas viagens, conhecidas como Grandes Navegagoes, possibilitaram aos portugueses entrar em contato com as Américas, terras que eram desconhecidas pelos europeus. \Varios fatores contribuiram para que os portugueses tomassem a dianteira nas viagens em busca de rotas para o Oriente: + Situagao geografica. A localizacao privilegiada, voltada para o mar, permitiu aos navegadores portugueses lancarem-se com sucesso em direGao ao oceano Atlantico. + Dominio de equipamentos e técnicas de navegagao. 0 estreito contato com ‘os arabes deu aos ibéricos a oportunidade de conhecer e aprender a usar uma série de instrumentos que facilitavam a orientagao e as viagens a terras distantes. Quadrante de ouro, de 1572 |< Bissola do século XVI, em marfim. A Astrolabio do século XV. v CO astrolébio possibiltava caloular@ posigéo do navio em relagéo & linha do equador latitude). A bissola permitia saber em que diregdo 0 navio seguia. €, para medir a altura dos astros ¢ assim determinar a posigdo do navio, os marinheiros portugueses usavam, em geral,o quadrante. + Contato com textos antigos e relatos de viagem. Desde os séculos XII e Xll, muitos textos antigos voltaram a ser lidos, especialmente nas universidades. Difundiu-se a ideia de que a Terra era esférica endo plana, como muitos acre- ditavam. + Enriquecimento dos mercadores. Portugal havia se transformado em im- portante entreposto de abastecimento de navios italianos que iam para 0 mar do Norte, o que enriqueceu mercadores, navegantes e a propria Coroa portuguesa. + Formagao de um Estado centralizado. Os gastos com as navegacdes 56 po- diam ser bancados por um Estado forte, que as financiasse e protegesse. Em Oriente transformago 38) UMioane« Exop8 América encontos e conqustas troca desse apoio, o Estado recebia as riquezas e 0 controle politico das novas, terras conquistadas. Por isso, a centralizagao da monarquia portuguesa foi fundamental para as Grandes Navegacées. 4s expedigdes maritimas ibéricas foram realzadas por meio de aliangas entre mercadores e monarquia, visando minimizar os riscos ¢ ampliar 0s ganhos econémicos e politicos. A pintura, feita no século XV! por Sanchez Coelho, mostra a partida de uma expedi¢ao do porto de Sevilha, na Espanha, rumo 8 América, em 1498 3 Portugal: uma monarquia centralizada ‘A formacao do Estado portugués esteve ligada as Guerras de Reconquista, como so chamadas as lutas dos cristaos para expulsar os érabes muculmanos da penin- sula Ibérica, que a ocupavam desde o século Vil Entre os séculos XI e XII, no avango dessas lutas, formaram-se quatro reinos cristdos na peninsula: Ledo, Castela, Navarra e Aragdo. 0 Reino de Leao, mais tarde, seria anexado ao de Castel Nessa mesma época e no mesmo contexto das guerras contra os arabes, foi formado 0 Condado Portucalense, subordinado ao Reino de Ledo. Em 1139, 0 con- dado conseguiu sua independéncia, formando, assim, o Reino de Portugal, cujos primeiros monarcas pertenciam a dinastia de Borgonha (1139-1385). No século XIV, as rotas comerciais europeias terrestres estavam interditadas pela epideria de peste negra e pelas guerras. Os mercadores portugueses aproveitaram- se dessa situago e, contando com a posicao geografica privilegiada do reino, inte- graram-se ao comércio da peninsula Italica com o mar do Norte. Essa participagao no comércio de especiarias acelerou o desenvolvimento portugués, em particular da burguesia mercantil Atagansio Martie evopo -capiua2 {39 Formacao dos reinos ibéricos {Dominios érabes GB Portugal HBB Reconquistado dos frabes (século XIN) [i Reconquistado dos {rabes em 1492 Reconquista, 08 cristdos avangaram ‘em diregao 20 sul, ‘expulsando os arabes do territoro. Granada foi ditimo reduto ‘rabe na peninsula ‘bérica, conquistada ssomente em 1492. Fonte: etaborado com base fem DUBY, Georges. Aas bistoco mundial Mad Debate, 1987 p10 A dinastia de Avis CO tiltimo governante da dinastia de Borgonha, dom Fernando, morreu em 1383, sem deixar herdeiros do sexo masculino. Como a filha de dom Fernando, dona Beatriz, era casada com o monarca de Castela, Portugal deveria passar para o dominio desse reino. Temendo perder sua autonomia, grupos mercantis € populares lutaram em favor da coroagao de dom Joao, Mestre de Avis, meio-irmao do monarca morto. ‘Seguiu-se um conflito vencido pelos partidarios de dom Joao. Coroado rei de Portugal, em 1385, com o titulo de dom Jodo |, deu inicio a dinastia de Avis, que go- vernaria Portugal até 1580. CO governo de dom Joao | distinguia-se dos de seus antecessores pela centrali zaco do poder e pela organizacao de um exército mantido com as riquezas obtidas por meio das atividades mercantis. Uma das principais caracteristicas do reinado de dom Joao | foi o. apoio constan- te anovos empreendimentos mercantis. Por isso, a conquista de territorios e a bus cade uma rota alternativa para as Indias eram alguns de seus principais objetivos. 40) umoane «europa, Aner: ansrmages encontseconmuss Reinos cristdos espanhis, > Ditegéo do avango cristo Autonoma: direto ou capacidade de se autogovernariberdade, independéncia, Mestre de Avis: lider supremo da ordem militar crsta chameda (Ordem de vis. Esses fatores, bem como o espirito de conquista e de luta contra “infiis", situado na religiosidade portuguesa, transformaram Portugal em uma poténcia econémicae expansionista daquele periodo. ‘4 A Expansao Maritima de Portugal e Espanha As navegacées portuguesas Em 1415, 05 portugueses estabeleceram seu dominio sobre Ceuta, um impor- tante entreposto comercial arabe no norte da Africa. Em seguida, conquistaram ilhas do oceano Atlantico, como Madeira e Acores, e alcancaram o litoral atlantico da Afri- ca. A partir de entao, deram inicio ao périplo africano, contornando, pouco a pouco, a Africa e estabelecendo feitorias e fortificagdes militares por toda a costa. Em 1488, a expedi¢ao comandada pelo portugués Bartolomeu Dias alcancou e cruzou 0 extremo sul africano, que liga 0 oceano Atlantico ao Indico. O local, que era chamado de Cabo das Tormentas, em razdo das violentas tempestades, foi rebatizado de cabo da Boa Esperanga Em 1498, Vasco da Gama desembarcou em Calicute, na india. Sua viagem ga- rantiu a Portugal o controle sobre o comércio das mercadorias orientais, estabele- cendo acordo com os lideres locais. Dois anos depois, em 1500, Pedro Alvares Cabral e sua esquadra chegavam ao territério americano, no litoral nordeste do que viria a ser o Brasil. Apés alguns dias, a esquadra seguiu para a india, onde seriam embarcadas especiarias orientais. Dessa forma, ja nos primeiros anos do século XVI, a cidade de Lisboa se trans- formou em um dos mais importantes centros econémicos da Europa, e o Atlantico Sul passou a ser uma regiao de predominio portugués Dom joao | atendeu aos ~anseios dos grupos mercantis. portugueses e estabeleceu tum governo ligado aos interesses expansionistas Esta iluminura, de Jean de Wavrin, do século XV, representa cena de seu casamento com a princesa inglesa dona Flipa. > Péripio africano: iagem de cantorno a0 longo da costa africana, com estebelecimento de possessies @ entrepastos portugueses que facitevam 0 caminho | rumo as ndas. or Os lsiadas, de Luis Vaz de Camdes, Scipione, 1967, Adaptago em rosa do cléssico da literatura portuguesa que trata das Grandes Novegagdes. cwiruoe (4 As navegacies espanholas Motivados pelos mesmos interesses dos portugueses, os espanhéis também passaram a buscar novas rotas maritimas. Suas viagens pelo Atlantico, porém, comecaram mais tarde que as de Portugal, pois o prolongamento das Guerras de Reconquista retardou a formacao de uma monarquia centralizada, O processo espanhol de centralizacao politica s6 foi concretizado com o casa- mento de Fernando II, do reino de Aragao, com Isabel |, de Castela, em 1469. Os chamados reis catélicos organizaram um Estado unificado e forte que venceu os muculmanos. Em 1492, os arabes foram expulsos de Granada, iltimo local de domi- nacao mugulmana na peninsula Ibérica. Comaintengao de se antecipar aos portugueses na descoberta de uma novarota comercial para as Indias, a Coroa espanhola patrocinou a viagem do genovés Cristé- vo Colombo e iniciou seu processo expansionista Colombo defendia que a Terra era redonda e que, portanto, seria possivel chegar as Indias através do oceano Atlantico. Em 12 de outubro ‘de 1492, chegou as Antilhas, na América Central, convencido de que alcancara as Indias, na Asia, Por isso, durante muitos anos, os europeus denominaram as terras da América de Indias. CO conhecimento de que os espanhéis tinham chegado a um novo continente s6 veio no inicio do século XVI, com base em estudos do cartégrafo Américo Vespicio, Cujo nome serviu para batizar as novas terras: América. ao Sn ‘Adescoberta da ‘América, de Carlos Guilherme Mota, Atica, 2004.0 autor relata os ‘momentos da primeira viagem de Colombo & América, ‘492: a conquista do paraiso, Diregao: Ridley Scott. Franga/Espanha/ Reino Unido, 1992. 0 filme narra a historia do navegador genovés Cristévdo Colombo e recria @chegada dos europeus & América. Gravura de Theodore de Bry produzida em 1596, representando a chegada de Cristévao Colombo Guanahani tha antihana na {qual desembarcou em W492. A imagem destaca 0 contato ‘entre Colombo e os nativas. A apace Martie europea = camuuo2 a Portugal e Espanha na partilha do mundo Nas décadas finals do século XV, Portugal e Espanha reivindicavam o direito de posse sobre as terras encontradas ou a encontrar. Para solucionar 0s confitos, fize- ram diversos acordos. O primeiro deles, chamado de Tratado de Toledo, foi assinado em 1480 e afirmava que as terras a serem descobertas ao sul das ilhas Canarias pertenceriam a Portugal, garantindo o acesso &s rotas maritimas do Atlantico Sul. Com a chegada de Colombo a América, as disputas cresceram, ea igreja catélica publicou, em 1493, a Bula papal intercoetera. Ela estabelecia uma linha imaginaria > Bula papal: documento norte/sul (chamada meridiano) que passaria a 100 léguas a oeste do arquipélago de | &xPedido pelo papa em Cabo Verde. As terras encontradas a leste dessa linha seriam de Portugal, eas loca |_ "ome. rea catsica lizadas a oeste, da Espanha. O governo de Portugal recusou-se a aceitar a Bula papal, pois sabia da existéncia de territérios a oeste da linha e desejava dominar parte deles. As pressdes portugue- "sas resultaram na assinatura, em 1494, do Tratado de Tordesithas. Esse acordo estabelecia um novo meridiano, 370 léguas a este do arquipélago de Cabo Verde. O papa reconhecia que todas as terras a leste dessa linha seriam portuguesas, e as terras a oeste seriam espanholas. Em troca, os monarcas de Por- tugal e Espanha se comprometiam a estender o cristianismo as novas terras. Expansao espanhola e tratados de limites (séculos XV e XVI) \__ EURO ao aS Yk p ly iB ls f Tote ne {812.Ponce de adn conquata Frida, 1631: Francisco Par inci» Conquista do ipa Ine. 2.Vasco Nunes Balboa scares © ‘osama Paton 1557 Jobo Ayole chege 2 Poragus 1516:Das Sols haga 20 ro da Prat. 154 Franciaco Oraina explora 9 ‘to Amazonas. 1518:Femio de Mogaiese Seastto leno prtem poe. rimetavagem Rots dasincursGes espanholas ‘de creum-navegagto, 16M:Diege de Valésquerconqulsta Cube. 1810;Fernio Cones inca a conquite do Irmpario Aatece Fonte: elaborado com base em ARMENTO, B, eta. Across the centuries. Boston: Houghton Miffin, 2008. p. 378. A (O mapa destaca algumas das mais importantes viagens realizadas pelos espanhéis rumo ao oeste. 444) uMDaDE1« uros Anérice Oriente ransformages ecuntoseconmuists Tratado de Tordesilhas garantiu a Portugal e Espanha a posse das terras recém-encontradas, o que levou ao controle sobre o comércio dos produtos obtidos no continente americano. Transformaram-se, assim, em grandes poténcias do século XVI Possessdes lusas e espanholas (até 1600) epide8contoladas pelos poruqueses até 1600 |<} ino expan at 1600 | Fonte: elaborado com bese em DUBY, Georges. Atlas histvico mundial Madrid: Debate, 1987 p. 86. a Durante a Expansdo Maritima dos séculos XV e XV, portugueses o espanhdis estenderam seus dominios a srias regides da Africa, da Asia © da América > Detalne de mapa do século XVI ‘mostrando o Castelo de Séo Jorge da Mina, em Gana, construido pelos portugueses om 1482. Atipansio Marta europe» cupmruoz {45 15 Navegacées inglesas, francesas e holandesas ‘Apés superarem as dificuldades causadas pela Guerra dos Cem Anos e pela Guerra das Duas Rosas, Franca e Inglaterra se envolveram na expansao ultramarina. Contestando a legitimidade do Tratado de Tordesilhas, ameagaram ‘os dominios portugueses e espanhéis na América por meio da invasao de seus territérios e da pirataria Inglaterra + Fim do século XV/inicio do século XVI: Conquistou a costa norte da ‘América com o navegador Giovani Caboto ou John Cabot. + Segunda metade do século XVI: Francis Drake, capitéo e corsério inglés, feza volta ao mundo. Durante o reinado de Elizabeth I, comandou ataques piratas a galedes espanhois carregados de outo e prata da América, enri- quecendo a Coroa inglesa. + Século XVII: Iniciou a colonizagao da América do Norte, fundando as ‘Treze Colonias que dariam origem aos atuais Estados Unidos. Corsério: espécie de pirata reconhecido par um Estado que apoiava na pilhagem de navios estrangeiros.Diferente do pirata, que era considerado criminaso também no Proprio pais, por isso, era Perseguido. Baledo: navio a vela com {quatro mastros, usado do século XVI a0 Xl para transporte de mercadorias de valor para guerra Holanda + Século XVI: Iniciou a Expanséo Maritima na primeira metade do século, A partir da década de 1680, com a independéncia em relagdo a Espanha, ampliou sua atuagao. Até essa época, er eet SRE ES ‘Postos comerciais da Espanha. + Inicio do séeulo XVII: Tomou-se grande poténcia naval europeia, Suas ‘enriquecidas companhhias de navega¢o formaram parcerias com Portugal no comércio de agticar vindo da América portuguesa. Atuou no comércio de especiarias e no trafico de africanos escravizados.. Vocé sabia? Em 1555, 0s franceses tomaram a bala da Guanabara, no Rio de Janeiro, e fundaram a Franca Antartica. Foram expulsos em 1567 pelas forcas lusas. Em 1612, desembarcaram no Maranhao e fundaram a Franca Equinocial, sendo expulsos em 1615, um ano aps perderem Sao Li Por sua vez, 0s holandeses dominaram diversos territ6rios na Africa (a regiao do cabo da Boa Esperanca) e na Asia (ava, Cellao e Nova Guiné), Na América, Fundaram Nova Amsterda, que corresponde a atual cidade de Nova York. Na ‘América portuguesa, invadiram Salvador (1624-1625) e Pernambuco (1630-1654) Vista da Cidade Mauricia e de Recife (denominagao de parte da cidade de Recife durante o periodo do dominio holandés), Pintura do holandés Frans Post, do século XVI Dominios ingleses, franceses e holandeses (séculos XVI e XVII) oceEANO Paciico FT {OeEANg GLAGALARTCD { ere Fy ia eae as =o Be : oe eos ane i DAMERICA”. gs aa Asia” i 2 OcEANO ATLANTICO iol de Gren OcEANO acirico > Franceses no Brasil [El Terras sob dominio inglés > Holandeses no Brasi os Dominios franceses mm > cat bead temporsrios lero Poor Amico jf OCEANO Gtaciat| ANTARTICO _ |—> Drake HB Dominios holandeses < > Carter temporarios Fonte: eaborado com base om ATLAS of Word History. Chicago: Rand McNally, 1980. p. 26-27, A No inicio, ngleses, franceses e holandeses concentraram seus esforcos de colonizacdo em areas onde a presenca ibérica era fragil ou inexistente. No final do século XV, porém,inciaram tentativas de dominagdo e até de colonizagdo sobre os territories ocupados pelos ibéricos, enfrentando-os abertamente, Atspanso artim ero » caniruio2 {47 ‘6 Consequéncias da Expansao mat Maritima ‘As expedicdes maritimas dos séculos XV e XVI levaram os europeus a diversas regides do planeta. Portugueses, espanhiis, holandeses, franceses e ingleses enri- queceram com a exploracao do comércio e dos territ6rios recém-conquistados. O eixo comercial deslocou-se do mar Mediterraneo para 0 oceano Atlantico, e 0 afluxo dos produtos americanos, em especial os metais preciosos, impulsionou aatividade mercantil. ‘A burguesia europeia, formada no final da Idade Média, péde aumentar suas ri- quezas e conquistar mais prestigio social. Os monarcas, por sua vez, ampliaram seus poderes, transformando-se em governantes absolutistas, como veremos adiante. Para os povos da América, a chegada dos europeus foi desastrosa. Grande par- te da populacdo foi exterminada pela violéncia ou pelas doengas dos colonizadores. Na Africa, 0 trafico de escravizados africanos para a América esvaziou parte dos territdrios e disseminou a guerra entre os povos que [a viviam. Mesmo para os europeus, as expedicdes maritimas trouxeram dificuldades. Com, ‘0 aumento da circulagao de ouro na Europa, a inflagdo se tornou altissima, pois a abundancia de moedas no continent elevou o prego das mercadorias. Menos de um século depois das conquistas ultramarinas, Espanha e Portugal enfrentaram profun- da crise, que prejudicou especialmente a populacao mais pobre. Rotes comercial da América para a Europa ots comercii das = Pon para «Fangs (adolo XV) aratropcies pare ax colining Peies gros, tabaco «pale para Londres (shculos XV XV) arma de ogo, tecoon ot} — Acieartabeco, ure pratawcaca para Seviha edculos XV1a XVII) — Rota portuguese | Foxtel com base em — Prantas, medeie,tbeco, algodie epic, oe diamantes para —> Rotakespanholas | ATLAS da atone do mundo. Uisbo eseulos va XR Steroid SP, 008 p 7 GLOCEANO GUAGALARTIOD Fg = > Rotas de comércio(séoulo XVI) — Rootes de exploracio de Pedro Alvares Cabral (1500) > Vasco da Gama (1497-1498) — Bartolomeu Dias (1487-1488) [a Areas s0b controle porugués Forte: eaboraco com base om ATLAS distri do mundo, So Pao: Foha de SPauo, | Cidades portuguesse 1995, p. 155-158.

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