Doutora em Ciência da Nutrição (FEA/UNICAMP); Pós-doutorado em Nutrição (ESALQ/USP). Coordenadora do Centro de Pesquisa Sanavita.
O estudo e o conhecimento do processo de envelhecimento ganhou
interesse considerável nos anos recentes. Agora, mais do que nunca, existe um interesse crescente em se identificar os fatores que levam a um retardo deste processo, de forma a prolongar o período de características juvenis e mantê-lo por um longo tempo.
A alimentação, desde que nutricionalmente adequada, exerce papel
fundamental no retardo do processo de envelhecimento, na melhora da performance mental e física, além de auxiliar na manutenção do peso adequado e na resistência às doenças (melhora do sistema imunológico). Se homens e mulheres soubessem se alimentar corretamente, certamente chegariam à vida madura em plena forma física e mental e atingiriam os 90, 100 anos com disposição e saúde.
Tem sido reconhecido que os radicais livres e o stress oxidativo são
fatores importantes na biologia do envelhecimento (contribuem para o surgimento de manchas pigmentadas na pele, rugas precoces, ressecamento da pele, etc) e no desenvolvimento de muitas doenças degenerativas associadas à idade (enfraquecimento do sistema imunológico, catarata, arteriosclerose, artrite, doença de Parkinson, mal de Alzheimer, câncer, etc).
Uma dieta equilibrada, rica em frutas, hortaliças, legumes e cereais
integrais, fornece ao nosso organismo nutrientes importantíssimos como minerais, vitaminas (beta-caroteno, vitaminas C, E, complexo B, ácido fólico, selênio, zinco, manganês, cobre, etc) e fitoquímicos (compostos fenólicos, licopeno, luteína, zeaxantina, etc) que atuam combatendo os radicais livres responsáveis pelo envelhecimento precoce. Por outro lado, o consumo excessivo de alimentos ricos em gordura, carboidratos simples (produtos refinados como açúcar) e o consumo de bebidas alcoólicas são hábitos amplamente relacionados com o aumento da produção dessas substâncias danosas ao organismo.
Contudo, quando a alimentação do dia a dia é deficiente a ponto de
não ser capaz de proporcionar ingestão suficiente de todos esses componentes alimentares, torna-se necessário a incorporação de complementos/suplementos alimentares – fortificados ou enriquecidos – ao plano alimentar diário.
Atentos a isso, pesquisadores da USP e da FUGESP – Fundação
de Gastroenterologia e Nutrição de São Paulo, pesquisaram e desenvolveram um alimento que proporcionasse os nutrientes necessários para satisfazer as deficiências de uma alimentação inadequada na vida adulta.
O alimento desenvolvido, batizado de Suprinutri Sênior, é rico em
proteínas, fibras, vitaminas e minerais com ação antioxidante e formulado com grãos integrais como a soja, aveia, germe de trigo, fibras da laranja, gergelim e castanha de caju. Estudos clínicos desenvolvidos com o alimento em uma instituição geriátrica mostraram ótimos resultados e informações sobre as pesquisas com o alimento podem ser obtidas no 0800554414.
* Doutora em Ciência da Nutrição (FEA/UNICAMP); Pós-doutorado
em Nutrição (ESALQ/USP). Coordenadora do Centro de Pesquisa Sanavita. E-mail: pesquisa@sanavita.com.br
O cacau, o principal ingrediente do chocolate, é pesquisado
como fonte de nutracêuticos
Moléculas presentes no cacau estão recebendo o crédito de serem
benéficas para o coração. Projeta-se para o chocolate escuro, num futuro breve, uma ação coadjuvante para o tratamento de diabete, derrames, demência vascular, além de poder ser utilizado como matéria prima, pelas indústrias farmacêuticas, para obtenção de novos medicamentos.
Os cientistas estão apostando numa nova classe de medicamento,
os flavonóis sintetizados, para auxiliar na prevenção e tratamento de doenças sérias. As evidências científicas a respeito dos flavonóis do cacau são muitas, segundo Norm Hollenber, professor de medicina da Escola Médica de Harvard, um dos primeiros a identificar o potencial dos flavonóis do cacau para a saúde.
Os cientistas perceberam que todos os flavonóis do cacau podem
ser sintetizados e que novas moléculas podem ser desenvolvidas a partir de moléculas naturais.
Em um encontro recente, na Suíça, propiciou-se a oportunidade
para cientistas de todo o mundo, que trabalham de forma independente com cacau, de expor seus achados científicos. Foram apresentadas publicações sobre testes in vitro e estudos clínicos envolvendo os flavonóis do cacau.
As moléculas de flavonois do cacau com efeitos similares a
aspirina, no que se refere à redução da agregação plaquetária, foram primeiramente apresentadas. Este é o ponto de maior interesse para a indústria farmacêutica.
Dois estudos clínicos demonstraram que os flavonóis do cacau
podem aumentar o fluxo sangüíneo em áreas importantes do encéfalo, sugerindo um potencial para tratamento de perdas vasculares associadas com a idade, incluindo a demência e os derrames.
Outro ponto importante que foi destacado é o achado de que os
flavonóis do cacau podem aumentar a síntese de óxido nítrico pelos vasos sangüíneos, aumentando o fluxo sangüíneo.
Um recente estudo clínico aponta para benefícios em relação aos
pacientes diabéticos que apresentam sérias complicações vasculares associadas à longa duração da doença. Trata-se de uma área promissora pois os efeitos no organismo humano começam a ser elucidados e a possibilidade de sintetizar flavonóis, em laboratórios, é real.
retirado de Sociedade Brasileira de Alimentos Funcionais - SBAF