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Ss —— hl ae eas ROSANGELA DOIN DE ALMEIDA Novos rumos da cartosrafia escolar Curriculo, linguagem e tecnologia PI cLopagzan oR © | ova | ACARTOGRAFIA E A CONSTR UCAO DO cONHECIMENTO EM CONTEXTO ESCOLAR Sonia Vanzella Castellar Hi algum tempo temos optado por considerar os procedimentos como parte ingparivel dos contetidos. Isso significa que entendemos a metodologia de ensino de Cograia como contributo & compreensio conceitual. Contudo, assumimos que nao ‘uma dnica forma de ensinar e nem a sala de aula é suficiente para desenvolver uma ‘soeducativa. Quando tratamos do processo de ensino e aprendizagem ¢ interessante cansderar a crescente complexidade que tem hoje esse tema, Nesse sentido, 0 trabalho ena de aula poderia se basear, entre outros aspectos fundamentais para 0 processo &ersino € aprendizagem, no conhecimento prévio do aluno e na diversidade culeural auto caracteriza. Ao apresentarmos @ ideia de metodologia inovadora, nao entende- 205 como sendo a salvacao da escola e nem como algo que acabou de ser descoberto. Exendemos, sim, como agées educativas que considerem 0 repertorio dos alunos € ee aticulam a teoria com a pritica para que seja possivel porencializar as a “titicas, Proposras didaticas que suscitem novos interesses ¢ que @ ae esl tur dimensio para a relagao professor ealuno, passando pelo ates ayn "scompreendendo que para um projeto educativo inovador a salad 8 ,etodologia inovadora, Poranto, pensar o uso dalinguagem catogrificasome MMT A dadania do “Oma parte esencial para a educacio geogrdfica, para a consis ie “Ste-tamedida em que permitiréacle compreender 0s cont TT re fio de uma linguagem que radusis25 . a por meio de outras line Telidade mai observam 0 ™ : Agen, AE Mais concretas. Os estudantes eda superficie certestes 18s 08 £25 esti interconectados, possuem certas percePsocs dasup 7 a realidade’ estabelecendo “Uttigy : : ‘los escolares oferecem poucas poss ilidades de conhecer [121] eR TERE paria BSCOLAR Novos RuMOS DA CA demos que s€ 0 discurso escola, vfhey fosse de fato utlizada em sala de aul, . riam problemas do cotidians a aprendizagem seria mais significativa ¢ 0s alunos trariam P! en © Para ' vrtcendo relagoes ene 05 contetidos € a representacsg metodolbgico. Nessa perspectiva, im jo fisico. Enten relagées entre os diferentes lugares € meio fisi a ; ae fosse mais articulado ¢ a linguagem cartog resolver em sala de aula, ¢ sar 7 : evista cartogréfica. Isso seria inovar do ponto d ee ; oe nceito de localizacdo, por exemplo, de procedimenoqucconiderea constr cdo conc delecalzaco. por exemple de * fonfameneal para que o aluno entenda a disribuigéo, a distancia eg aoanaecia eeecie werrestre, além dos conceltos cartogréficos, varrogréfica é uma estratégia de e Quando assumimos que a linguagem car tografica ae ee ae ou um procedimento, nao estamos desconsiderando que ela s¢} a, mas que, para o ensino, ela é uma linguagem importante. Entendemos que a cartografia, como afirma Cardona (2002), é um sistema-codigo de comunicagao imprescindivel para o processo de aprendizagem em Geografia. A linguagem cartografica torna-se uma metodologia inovadora na medida em que permite relacionar contetidos, conceitos¢ fatos; permite a compreensio, pelos alunos, da parte da toralidade do territsrio, ¢ esté vinculada a valores de quem elabora ou 1é o mapa. A dimensao procedimental da cartografia, que pode ser histérico-geogrdfica, permite ao aluno interpretar e ana- lisar fontes primarias, possibilitando 0 entendimento espagotemporal da organizacéo e produgao de um determinado tertitério. No entanto, para que a cartografia tenhaa relevancia que merece no curriculo es- colar, nao adianta ser mais um contetido; é preciso que os professores compreendam os fandamentos tedricos da discussao cartografica. E preciso saber ler um mapa, calcular ‘escala e entender por que os mapas sao constriuidos a partir de uma projecao. Porém, esses contetidos precisam ser tratados na formacio inicial dos professores na medida em que, para ensind-los, é necessdrio se apropriar deles. Além disso, notamos que hi outra dificuldade em trabalhar com as nocées cartograficas no ensino fundamental que est relacionada com a dificuldade de organizagao do raciocinio Iégico matemtico. Em varios momentos ou situages de ensino ¢ aprendizagem, como cursos de formagio inicial e/ou continuada, notamos que hé defasagens bésicas em relacéo aos conceitos cartograficos e dificuldade de compreenséo conceitual quando solicicévamos alguma atividade que necessitasse de habilidades do raciocinio légico. Ainda; em um contexto de pesquisa recente, pudemos estruturar anilises significativas em relagio 20 processo de aprendizagem das nog6es bésicas em cartografia com os alunos do ensino fundamental ¢ notamos que havia dificuldade de compreensio quando solicitamos algum tipo de atividade que aplicava o raciocinio légico para resolvé-lo. Para iniciar as discussoes que se seguem, tomaremos a concepgio de “letramen- to cartogréfico”, ainda que em alguns momentos possamos falar em “alfabetizacio cartogréfica’, por ter 0 primeiro uma dimensao maior, as séries iniciai extensio dos fendmenos na superfic conforme afirma Soares: E esse, pois, 0 sentido que tem letramento, “ao pé da letra” o inglés literacy: letra — do lati denota o resultado de uma agio ( palavra que criamos traduzindo im littera, ¢ o sufixo — mento, que (Como, por exemplo, em ferimento, resultado 1122 Y 1A B A CONSTRUCAO png _roonahl °° CONHECIMENTS . M CONTEXTO EscoLAR daagao de ferir). Letramento ¢, Pois, - der a ler € esctever: 0 estado ou a co igo que ad 'sa0 de ensinar ou de apren- individuo como consequencia de ter os, t4aite um erencia-se 0 indice de alfahetimens gn iitimo tem rclagio com a8 prtieas da escrita no cotidiano, (2002; 18.22) esctita, Nesse sentido ja analisa os indices de analfa- dice de letramento, pois este © uso que se faz da leitura e betismo, d ais, ou seja, imensio espagotemporal, s conceituais, por exemplo, 0s simbolos utilizados ea distan- gens ¢ fendmenos cartografados ¢ jogo rem de reconhecer a localizacio do hugas “ent lugares, conseguindo identificar as paisa sabuindo sentido a0 que esté escrito. Assumimos que 0 conhecimento cartogréfico nao é apenas uma técnica, mas pode uilzar-se dela com 0 objetivo de dar ao aluno condigées de ler e escrever o fendmeno svenado. Ao apropriar-se da leitura, 0 aluno compreende a realidade vivida, consegue iaterpretar 0s Conceitos implicitos no mapa relacionando com 0 real. Na perspectiva dadiditica da Geografia, propomos, entao, ages que estimulem o desenho, a grafia formas geométricas, a criagéo de signos e simbolos, na educacéo bésica, incluindo seducacéo infantil, desenvolvendo no aluno a capacidade cognitiva para incerpretar oslugares a partir da descri¢ao, comparagao, relagio e sintese de mapas ¢ croquis. No processo de apropriacao da leitura e escria, a maioria das criancas faz discin- Goentre um texto ¢ um desenho indicando que este serve “para olhar” e aquele * ©. Damesma maneira que o aluno [é através das figuras ou desenhos, na Geografia Caluno 1é e registra (escrita/representaco) 0 que odserva das paisagens do espago ‘ido ea partir dessas atividades, comega a perceber 2s relagées sociais nele existentes. Em Geografia, a leitura que se faz do entorno dos mapas ¢ das imagens tem a "sma finalidade ~olhar e ler -, mas a possibilidade de utilizar diferences linguagens porciona aos alunos meios para comparar 0 que édo nivel de sua imaginasdo com ara “fondmenos reais que organizam 0 espaco geogrifico. ~ ig leturaea descricao que o aluno faz da paisagem esto, sem div cased op culturais, psicolégicos e ideol6gicos. Por isso entendemos que ler ¢ mse “solu de vivencia é mais que uma tenia de leieura:&compreener a eases ramento geogrifico, com base ser conpreenslida, ainda, carregadas tua enémenos analisados,caraterizando 0 le ting 88 togefcas, por se rracar de uma linguage™™ '? procedimento metodolégico. nig ° 2*r 08 tragados dos percursos, os alunos parte 8, i i mare "agens mentais do espago em que vive € snr da informayao da me- ‘am limites, organizam os [123] os DA CARTOGRAFIA ESCOLAR Novos RUN percebem as distancias ~ portant, ¢ essa compreensao nos permite ie at abelecem pontos de referéncia, de uma representagio, ia. + uma metodologi a cartografia pode se odol “ae a erat dos fendmenos, no ambiro da Geografia escolar, pode ser maj estudo dos ae ae oe alfabrizad a pati da linguagem cartogifica. A aprg ae mo em que o aluno nao s6 identifica 0 fendm lugares, estabelecen a realidade por meio 1c | : 8 Mite. essai Priacs sa e no moment . coneeitual ocorr ; ee ae en pa, mas consegue inter] reté-lo e utiliza-lo no cotidiano, por exemplo, lendo mapa, ma I Tinta cartogrfica e conseguindo deslocar-se em diregao a um lugar desconh planta c : lecid, fendmenos por meio dos simbolos utilizados, ou reconhecendo lugares € r es conceber ne (Os mapas desenhados pelos alunos mostram como el mas referencia dos lugares onde vivem, revelum valores e representages sibs, reforcandy ; importancia do processo de alfabetizagio geografica por a inguagem car, grifica nas séries iniciais. Esses procedimentos cumprem uma NGAO estratégica ng formagio dos conceitos cientficos. Assim, 0 aluno poderd, em outros momerty do ensino fundamental, fazer leituras de mapas, ou seja, serd educado para a visio cartografica, como afirma Simielli (1996). Para educar 0 aluno para a compreensio das nogées cartograficas, consideramos que seus desenhos so 0 ponto de partida para explorar seu conhecimento da reaidade edos fendmenos que querem representar. Esses desenhos sao representacées grificasou mapas mentais elaborados a partir da meméria, nao havendo necessidade de utilizar as convengées cartogréficas. Durante muitos séculos a cartografia esteve relacionada 20 mapeamento dos lugares descobertos, os quais passavam a ser registrados pels viajantes, Esses registros transformaram-se em mapas, com a finalidade de mosrat todos os fendmenos distribuidos territorialmente, Nao podemos esquecer que os mapas sio tepresentagées planas e reduzidas da superficie veresire ou de parte dela, com uma sintese de informagoes apresentadas por meio de um conjunto de simbolos. Com as informagoes obtidas, é possivel conhecer © conceber os varios lugares da ‘Terra e territorializé-los, ou 0s registros dos documentos. Everdade que cartografia tem um, seja, o mapa territorializa a técnica de representar os lugares, e tambémé verdade que é importante trabalhar todos os contetidos, como fuso horatio, coordenadas geograficas, legenda, escalae Projecao cartogréfica, Mas isso nao basta, porque os alunos Precisam compreender a relevancia desses contetidos no cotidiano, Vannos pensar sobre a cidade, além das discusses te6rico-metodolégicas sobre os conceitos da Geografit give explicam o problema da ocupacio em reas de manancial (Ross, 2004; Rodrigues 2004): se nos apropriarmos dos fundamen ‘clasdo entre sociedade enatureza, como po em um mapa ou carta to nascentes © 0s lagos, Elinguagem e, tamly técnica que auxilia u t0s tedricos, nao sé compreenderemos # demos, a partir da representagao do agit Posrifica, perceber a declividade do terreno, onde estio 3 {ial area de imundacio e do espigio, Nesse sentido, acatogit ém. técnica. E um procedimento (metodologia), mas também um? imméodo deandlise quando analisamos um fendmeno geogri [124 soaRaFiA B A CONSTRUCAO DO connaciy ca "ENTO RM CONTEXTO ESCOLAR a{carcografid passou a ser compreendida com de 1970 ¢ 1980. Nesse perfodo, preocup gem que seria transmitida e a eficécia do 1 Mt rcagao caograficaéanalsada basicamente co fexencia.&Teoria Geral da Comunicag, Os estudos ce Jacques Bertin (1967), Antonin Kolacny (1977) e Salichtchev 4988), entre outros, trouxeram novas perspectivas a cartografia, comoa teoria da in- sma e da comunicacao, Em 1967, Bertin escreveu em seu livo Semiologia grfica 10 meio de comunicagao a partir das }0u-se com|o usudtio do mapa, com mapa. Segundo Simielli (2007: 73), a Pelo tripé cartégrafo, mapas e usuario — ots Formula uma sintaxe da imagem gréfica a partir de varidveis visuais, poe que tais representagdes sejam fundamentalmente imagens que requeiram so- mente um momento de percepgio, sendo, portanto, imagens para ver ¢ nao para ler. Sistematiza, assim, uma gramitica dos elementos grdficos. (Girardi, 1997: 30) mas pro- {Perceber, ver, ler'sao condig6es importantes para os alunos, na medida em que dlesdevem aprender os cddigos para a leitura de mapas, entendendo que os elemen- tos gréficos estruturam a gramatica da cartografia, Isso é entender as varidveis visuais (dimbolos e signos presentes no mapa) como o texto do mapa, o que permite afirmar aexixéncia de um proceso de letramento em Geografia, pois os alunos passam pela compreensio dos conceitos geograficos por meio da linguagem cartogréfica. A partir de meados dajdécada de 1970 surgiram no Brasil alguns estudos, com as pesquisas das professoras Livia de Oliveira (1978), Tomoko Paganelli (1985), Roxingela Doin de Almeida (2002, 2007) ¢ Maria Elena Simielli (1986, 1996). Com base nesses estudos e nas pesquisas internacionais, a cartografia passa entao a serentendida nao apenas como técnica de representagio do mundo, mas como meio de comunicagao e linguagem. Somente a partir da década de 1980 é que se intensifica a divulgacio dos modelos do processo de comunicacao cartogréfica. A preocupagao dos cartégrafos e gedgrafos éorganizar esquemas que expressem a relacéo entre o cartégrafo ¢ o usudrio, a partir dos dados obtidos da realidade. A sintese das informagées ¢ apresentada por meio de Simbolos e, para isso, é necessario haver uma boa compreensio deles. Dessa maneira, 7,%simbolos precisam ser apreendidos como se fossem palavras, dai a denominagao linguagem cartogréfica”. Segundo Simielli (2007: 74), Kolacny (1977) enfatiza justamente o fato de que, éaquele momento, a teoria cartogrifica preocupou-se com a criagao e produsso de apes, dando pouca ou nenhuma importincia ao uso dos mapas enquanco leicura e "isio de retorno @ realidade. cong ingsagem cartogrifica estrucuts produto da comunicagao visual cae ne ee ee cacao, Para realizar a leicura, ® tea, pois aparecem em todos os tipos de representaga ¢ em simbolos e signos, ¢ é compreendida I que dissemina informagao espacial, Por- € muito importante. Essa 1125] oro: soe” re significante e significado, dom, elacao env ina, renda a relagé dy iror en é preciso que © leitor nos ma| . a i fica encontrada ; "A simbologia cartografica em ens pa , recursos ass ines dane mul ro do deseo de um conju de cag costumavam set iencat Pa al, por um pequeno efrculo ow ring mente, elas so Soaaenee difundido 0 uso dz simbolos puramente geome cor vermelha. Hoje & 1 (ponto, linha € rea) para localizat, estabelecer ce ou dosalfabero cartogr’ 0 1's, além de identificar caracteristicas do ino = ocap atuais ainda guardam certa identidade = codemos fazer associagdes € 20 mesmo tempo da realidade do aluno. mos, a partir da Teoria da Coma a semiologia grafica|constitui-se ¢ pasem diferentes emposhigg ey temp le ¢ extensio territorial dos cartografado, Isso significa os de um passado distante: p outros elementos, em fungao que cartografia trouxe para refleti ectos i tes, 7 é aspectos importantes, i que, entre outros i ge : : vo método diferente daqueles utilizados tradicionalmente, ampliando a informacig «, formacao cientifica do aluno. Ao mesmo tempo, a semiologia aria contribu pray debate provacado por Gimeno (1980: 11), ao afirmar que ela obriga a ado uma atitudecientifica frente a0 conhecimento: 0 problemas devem ser colocado modo preciso e bem delimitados. Professores ¢ alunos tomam consciéncia de que nig Bregae agi, existe conhecimento sem pergunta e sem questionamento: 0 saber estatico e fechado é substitu‘do por um conhecimento dinamico ¢ aberto. A ideia de Gimeno (1980) vem ao encontro de nossa discussao sobre a poss. bilidade, a partir da linguagem cartogréfica, de a Geografia ter mais significado paa oaluno. Além disso, contribui para o raciocinio espacial e reafirma que os conceitos do estdo isolados, mas pertencem a uma rede conceitual, reforgando a ideia de que preciso pensar nos fundamentos tedricos e na didatica para ensinar. Estabelecera telacdo entre a cartografia e os contetidos geogréficos é fundamental Para que os alunos compreendam os conceitos a serem trabalhados ao longo de su2 escolaridade. As atividades que exploram a \visdo vertical e obliqua,\por exemplo, auxiliam os alunos a observar melhor 0 construgao e modificacao das l6gicos ligados a essa modifi norte geogréfico.e a identifi compreender pontos fixos entendimento da variagao lugar onde vivem, a entender o processo dé Paisagens, ¢ a levantar hipdteses sobre os processos geo cacao. O trabalho com prientacao, como a localizacio do ‘cacao dos lugares a partir da rosa dos ventos, auxilia-082 € nao fixos da ordenacao de um territério, e também 20 de ctitérios de regionalizacao, O processo de alfabetizacao cartografica Por isso é fund: fica a partir das nog legenda, lamental iniciar © processo de letr: es cartogrificas, desde as séries iniciais do ens a yeti amento em educagao ges! i oe com destaque para o alfabeto cartogrifico i inicio ino fundamental 1, como afirmamos no it 1126] pe ara aprender a ler e escrever, e oqinca da semiética, ciéncia geral de todas as lingu in no € algo que Fepresenta seu prdprio objeto, Ele s ser ar ese 0Bjet0, colOcar-se em seu lugar ~ enti ede certo modo € com certa capacidade, oe desde a educagio infantil a cri em cartografica, nao temos di 6 € signo se tiver o poder de » ele s6 pode representar esse “©, Como afirma Simielli (2007: 78). nga fiver acesso aos procedimentos cédigos tivida de que ampliara sua capacidade cogni- pase rancira, © mapa fard parte das anilises cotidianas, sim, 0 rigor na utilizagéo dos cédigos (signos e simbolos) reforca a ideia de que a cartografia € uma ciéncia de transmissao grafica da informaco espacial e de que os suapas no s40 apenas representac6es, mas também meios de transmitir informagées. Adidéticaa ser desenvolvida em sala de aula deve considerar ages que estimulem odeenbo, a grafia de formas geométricas, a criacso de signos sinais, da educagéo infantil até 0 ensino médio, na perspectiva de desenvolver no aluno a capacidede cogntiva e de interpretagao dos lugares a partir da desctigo, comparacio, relacéo € sntese de mapas e croquis. Desenvolvendo atividades que visam & construgao do conceito e & representagéo cognitiva, os alunos descobrem, aos poucos, que os signos sao distintos das coisas, ou seja, descobrem a relagéo entre significante e significado, Essa compreensio é fundamental para entender a nogao de legenda, que esta presente quando os alunos leem uma imagem, a paisagem de um lugar ou quando elaboram um mapa mental. to dissociar 0 nome do objeto, os alunos esto superando o realismo nominal ¢ dalingu2 : ja de leitor de mapas e, dessa manei: concebendo 0 pensamento simbélico. Nasuperacio do|realismo nominal o significante comum a toda representagéo éconstituido pela acomodacao (imagens). O significado é fornecido pela assimilagao {¥s, incorporando o objeto a esquemas,' fornece-lhes, por isso mesmo, uma signi ‘eagdo, © realismo nominal é superado quando néo ha mais confuséo entre 0 “nificante e o significado, e entao(a legenda ser4 compreendida} porque traduz °signos utilizados para designar os fendmenos, lugares € objetos da realidade. No 0 da cartografia, o( significante é o que a ctianga desenhas\o’ significado, o que seu proprio sistema de j_2ets,/Assim, ela vai aos poucos representando e criando i Sorta a Tsentagao, iniciande o letramento cartogréfico. va Noprocesso de letramento geografico, ¢ importante que o professor desenva a E ifico, a parr “vides que estimulem nogées basicas de legenda e do alfabeto cartogrifico, a pari stayrrnd Uo 27] ww NOVOS RUMOS DA GARTOGRAFIA BSCOLAR signos, cores, linhas, Areas, possibilitand 5 arrograficos. E assim que as ctiangas yg. rao a relacioné-las com aque , de formas, simbolos, figuras geométricas, leitura ea inrerpretagiio de mapas mentais ¢ & construindo um quadro de vatidveis visuais, ¢ chega : ; : él existentes nos mapas — estando entéo aptas a lé-los e compreendé-los,_ entre o processo de alfabetizagio em Ling, fia, observamos que muitas veres m nao consegue perceber a, e Ie através das figuras o, Pode-se, assim, tragar um paralelo Geogr Portuguesa ¢ em Geografia, No caso da descrever 0 espago onde vive, porén istentes. Da mesma mancira qui crianga também “pode ler” as paisagens do espaso vivid ar a perceber as relagoes sociais ncle existentes, 4 sem diivida, carregada de fatores culturais, a crianga consegue relagdes sociais nele ex desenhos, na Geografi e, a partir dessa leitura, comes paisagem esta, leitura que ela faz psicoldgicos e ideoldgicos. Para aLingua Portuguesa, ler nao significa decifrar, assim como escrever nio sign. fica copiar. Para a Geografia, descrever 0 espago nao significa que a crianga entenda istitui, ¢ percebé-lo nao significa que est apta a tepresenté lo, toda a dinamica que 0 co o caminho que ela faz de casa até a praca, A imagem percebida pela crianga, supermercado ou escola, deve ter um valor pata a orientag4 do espaco vivido, permitindo-lhe operar no ambiente em que vive. Todavia, ao desenhar, a crianga esta interiorizando a imagem do lugar para, em seguida, reconstitui-lo no nivel da representacio. Para pensar a crianga como elaboradora e leitora de mapas, é preciso dar-lhe condig6es para isso no proceso de aprendizagem. A percepgao da crianga em relagao ao significado das palavras e sua relacao com 08 objetos sto de fundamental importancia para que ela possa compreender o sentido eos simbolos que as palavras representam. Percebemos que 0 processo de alfaberizacao em Lingua Portuguesa ¢ em Geo- grafia é 0 mesmo. As quest6es relativas as habilidades de pensamento da criarca norteiam-se através dos mesmos principios. Quando ela faz a/representacao de seu Corpo, por exemplo, ou de algum objeto, pode dar ao desenho um significado que nem sempre ele tem. Isso poder ocorrer também na escrita, Muitas vezes um rabisco representa uma palayra ou um nome. Para a crianga, os nomes estdo nos seres. Quando ela ainda est no estigio em que confunde 0 nome eo objeto, dizemos que ainda nao superou o realismo nominal. Essa nao superacao devera ser considerada no processo da aprendizagem, pois 0 nivel do desafio proposto deverd estar adequado ao desenvolvimento cognitivo da crianga, contribuindo para que haja continuidade na superagao do artificialismo e do ani- mismo — fases do’realismo infantil: no primeiro, a crianca da vida aos fendmenos da natureza, por exemplo, quanto & origem dos astros; no segundo, atribui pensamet© aos animais, por exemplo, nas histérias infantis como Branca de Neve, os animais pensam e falam, 0 cachorro pensa e fala. Essas fases fazem parte do mundo do de conta, das brincadeiras de herdi nha, Ass mo nominal é superado, essas fases também sao, ede cas m como 0 realis A EA CONSTRUGAO Do ee ° Niner . MENTO EM CoNTEX : B NTEXTO EScoLAR Na fase chamada ée realism nominal, {0 significado dos objetos analisados, jail ces para a Geografia ou para a leita inte co significado, como ela poder f : i Por que essas questées so ie ma Se a cri: mapas. Se a crianga confunde o ie as, endmenos, alhamento eee as cartas, mapas e plantas a Mn analisados? get {importante que ese aspecto do processo de am entendido pelos professores ~a fu sis incase de sua capacidade de discernir s of 4 7 jexiséncia 0 40. Analisando 0 proce su (i m condigao de compreender os simbol « Para poder compreender a relacio entre nome objeto} a crianca, ao ler, conhecer 0 significado das signos e das Palavras. Isso significa “saber ler” nao sé axsteno lugar, mas os simbolos representados ¢ identifcados na leiture ce le Ag elaborar uma representac4o grafica ou cartografica, crianca d4 sentido aos signos e seleciona-os para organi 1 semelhancas ¢ estabelecer uma hierarquia, Acscritaalfabética éa representagio da linguagem falada, cognitivas no processo de aquisicao de conhecimento, a par consttdiativamente o objeto e suas propriedades, deve oque genda, como um croqui ou planta, a izar uma legenda, agrupé-los € pressupée atividades tir das quais a crianca A tepresentagao implica duplo jogo deasimilagio € acomodagao,? que ocupa toda a primeira infincia. A relacio entre aasimilacao € acomodagao constitui dois polos da equilibracdo do pensamento da sianga formando um dos aspectos centrais da Psicologia genética. AGeografia escolar, ao utilizar a linguagem cartografica como metodologia para tconstrucio do conhecimento geogréfico, lanca mao desses fundamentos — como ‘ominar as nogées de conservagéo de quantidade, volume ¢ peso, superar o realismo tominal e compreender as relagdes espaciais topoldgicas, projetivas e euclidianas — re estruturar esquema de ag4o, ajudando a crianga na construcéo progressiva das ‘ages espaciais, tanto no plano perceptivo quanto no representativo. Quando ‘lanea o plano representativo, a crianga jé adquiriu a linguagem e a representagio furada, isto é, a fungao simbélica em geral. Esse trabalho contribuird para que ela “2 elabore mapas cognitivos ou qualquer outro tipo de mapa. Ncartografia escolar como opgao metodolégica A cartografia & considerada uma linguagem, um sistema de cédigo de Sac ee , Geogra artic lO {i imprescindvel em todas as esferas da aprendizagem em Geogr, aricland 80s, conceit as caracteristicas ® tertits ri ; pas ea nti 0S € sistemas conceituais que permitem ler e escre 129| >» Novos REMOS DA CARTOGRAFIA ESCOUAR exto,acartografia escolar é uma opcao metodolégica, podend ~ i: . T lizada em, todos os contetidos da Geografia, nao somente para identificara loca, dos paises, mas também para entender as relagdes entre eles, 08 conflitos ag, do espaco, a partir da incerpretacao e leitura de cédigos experi da cartogeags Pasa compreender um mapa como reprodusdo do real, € preciso entenge ane : realidade e sua linguagem. ( mapa mentallé o inicio desse percurso metodgy, e ausiliando na litura de um may fe, 2H le permitindo o estudo do lugar de vivéncia nak inclui categorias abstratas de elementos que fazem parte da paisagem e do anh, como os trajetos, os pontos de referéncia, elementos que possuiem uma relagio hig quica de incluséo de classes. Essas categorias estao relacionadas com 0 conhecimen, do lugar, ou seja, 0 reconhecimento do lugar dos objetos ¢ fendmenos represenradg, O pensamento simbélico representacional acontecers passoa passo, por exem, quando a crianga, colocada em situagées de aprendizagens mediadas pelo profes, compreende a funcao dos simbolos e signos criados socialmente, como a linguagen, ou, no caso da Geogratfia, a linguagem dos mapas. A cartografia escolar tem esse pape 20 trabalhar com as formas geométricas, cores € outros signos, criando condigées par, identificar simbolos que representam fenémenos geogrificos e organizar legenda, O mapa mental contribui para a crianga entender o lugar onde vive, a distinc entre os lugares, a ditegéo que deve tomar. A distancia entre os lugates faz parte do proceso de relacio espacial que o mapa representa e do processo de comparar dis tancias no mapa e na realidade. Outra possibilidade de incorporar a dimensao cognitiva nas atividades peds- gogicas é a representagdo de um trajeto (mapa cognitive ou mental) ow a leitura de um mapa temitico. Essas so agdes em que a crianga interage com os conceitos de érea, tamanho, distancia, organizando o pensamento na perspectiva da construgio do conceito de escala e da nogdo de proporgio. Para a elaboragao desses trajetos mentas, ela se utiliza da nogdo de proporgdo, fazendo uso de pés ou passos como referénciade medida, com 0 objetivo de encontrar um determinado objeto ou mensagem. Faz parte da elaboracao de mapas escolher ¢ hierarquizar os fendmenos representados, ¢ part isso tera de selecionar, agrupar e classificar os simbolos a serem utilizados na legends A legenda é um sistema de simbolos ¢ signos utilizados para representat 05 fendmenos de um lugar. Mapas temdticos ~ de clima, desmatamento, uso do sol populacéo, fuxo migratério, recursos hidricos, entre outros — podem conter lege” das, a fim de hierarquizar os fendmenos pelas tonalidades de cores estabelecdas p& Nesse cont uy "aS pags li cartégrafo. Analisamos o papel da cartografia no processo de aprendizagem, n ensino de Geografia. Para compreender as relag6es no lugar de vivéncia, divel que a crianga desenvolva a capacidade de ler o mundo ¢ 0 raciocinio g: podendo, também, ler e elaborar mapas. 1, Nesse sentido, espera-se que 0 aluno, ao chegar ao ensino ate es j4 consiga identificar algumas nogées cartograficas, como visio vertical ¢ oI 10 ambito do & imprescitr ogres GRAtIA BA CONSTRUG io de um objeto de cima a Para o la vite escala,legenda © orientagio, ben $40. Dessa fo, )» Proporgio e fs : 1 eno geografico lendo map rma, etpoimento 8 8 t © Mapas, comparando ¢ pa Conseguird compreender 0 | 4 ; 5 Ren ws poses n0 otidiano €reconhecendgeamnh enone ct ci i ‘amin met arseus conhecimentos, como iden Hees geno da ua, escola, moradia e outros nape o lugar de vivéncia por mei : volva habili e S NAO tio pré; ., meio ee fer do de lero mapa e que ind eis Para isso & necessario v partir de agdes didéticas que aiba clabors.-| 7 wpsivel 3 P i 5 Haticas que o motivem a pe ‘lo. Mas isso s6 serd Fycionando os da vida cotidiana aos cientificos, Pensar as nogées e conceitos, esse modo, a cartografia é considerada uma lin icagao ii rescindiv 7 juagem 7 _p deconmanicasio imprescindtvel a todas as esferas da peak te He ci fica, arti ; aa arifica, articulando faros, conceitos e sistemas con prendizagem na educacio Bali nceituais que permitem ler ¢ fia escol: a linguagem dos mapas ‘Acartografia escolar, ao trabalhar com formas geométricas, co cas, cia condigoes para a identificagao de simbolos que representa jeose para a organizagao da legenda, Quanto\a escala, nao deve restr tnaliara selagio entre o tamanho do desenho =a representacao - eo ral, Dees scar nos desenhos a continuidade ou descontinuidade da itea eprewntade, sc quncio dos lugetes, que podem estar isolados, mesmo fazendo parte de um conjunto dindo a impressao de que a crianga est4 na fase da incapacidade sintética quanto as ielages topolégicas. Essas formas de representar os lugares materializam-se quando solicita as criancas a elaboracao da planta da escola, de casa ou do trajeto entre elas: sese tipo de desenho, hé uma nitida separagao entre os espacos, faltando a crianca cxpacidade para sistematizar 0 lugar vivenciado, como se, na meméria, esse lugar zparecesse em fragmentos, apesar de, em sua imagem perceptiva, haver uma visio de continuidade espacial. Para que a crianga inicie o processo de construgio do conceito de escala, ¢ ne- cesiro estimulé-la a perceber, no espaco vivido, as relagdes topolégicas clementares, camo separaco, ordem e sucesso, proximidade e continuidade das nas superiicies em desempenham ser as curacteristicas do territsrio, cores € outros signos, im fendmenos geogra- Nese proceso, tanto os aspectos cognitivos como a aprendizag. Pela comparacao que a crianga faz entre objetos ou pessoas do mesmio ama

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