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  • HARTMAN-S-Vidas Rebeldes, Belos Experimentos

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    Marcos Paulo Magalhães
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    HARTMAN-S-Vidas rebeldes, belos experimentos

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    HARTMAN-S-Vidas Rebeldes, Belos Experimentos

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    fé@skeka ‘Uma nota sobre o métoda Personagens | tetrvtbeleza do gusto (Uma figura menor (Uma mulher malamada ‘Uma historia intima deeseraviduo eiberdade ‘Manual do teabalho domésteo eral Um atlas da rebedia ‘Uma crdnioa de necessidade edeseio im um momenta deveraua ofututo pareve possvel Livny 2:8 as0¢RAFIASESUALDO ere NEGO 190.0 Tenderloin. 43" Sereot West, 243 909, 6r Street Wes, Go. Una nova coldnia para pesson de or, ou Many na Pequena Aftica ‘Mistah Beauty, autobiograta de ume mulher ex-de cor (Cenas celesionadas de um fle nunca langado de Oscar Micheaux, Harlem, anos 1923 ‘Albuns de fui, fuurosabortados: uma espos dsiludid sctoraartsta, Seventh Avenue, 890 a a Luvao gmniosexreanteros evolugtoem tom menor [Rebdias ume breve intradugio so possivel ‘Aanarqula das garotas de oor reundas na desordem ‘A vida nterrompida de Bva Perkins Revoltae reo ( socialist dé uma paestra sobre amor livre Abceza do coro (© cora abreesminho Uma nota sobre o método Na vrada do século 20 jovens negras se encontravam em franca re holt, Es lutavam para ela vidas autbnomas e bela, para esc mr das novas formas de servidao que estavam &espretae para vi ‘or como se fossem livres. Este vo reerla a imaginagdo radial 1 pritios rebeldes dessus joven ao doserever o mundo através dos ‘los dlas, Burma narativaeserltadeluger nenhur, dono ugar do eto edo nao lugar da wopia. ‘Quem se dedicn hisoreizar a multidio, af pessoas despossu- hs, ubatternas eeseravizadas, se vé tendo de enfrentar 0 poder © ‘vatoridade das arguivos eo limites que eles etabeleer com re Ingo agit que pode ser eonhecdo, &perspeciva de quem importa {em quem possuiagravidade ea auroridade de agent histéico, Ao ‘vorevereserelato de insurgénel, lance! mao de uma vasa gama de terials arquvistcos para representa a experinciacotdiana © 0 ‘ariveragitad da vida na clade. Reorloas vozs uso as palayeas ‘tessa jovens quando passive! e habia as menses intinas de suas ‘vs idea & tansmlia experiénea sensorial da eldade ¢ expt rar ren paisagem da vida social negra. Com esse fim, empregue tum nod de narraciva intima, um eto que cola aoe que nace «0 porsonagem em uma rlagioinseparvel, de forma que a visto, a Hnjungm eos ritmos a insurgéneia modelam earranjamoexto. AS Frases eversos em tlleo sto nterterencas do coro Esta istrla& sal partido iteror do ciel, "Todas a personagens eos eventos apresentados neste liv sto reals mada fl inventado.O que eu sef da vida desss joven fol apara- ‘doom registrosde cobredores de aluguel:pesquisasemonografas de sosilogos: tanserigbes de julgamentos; fotogratss do gucto: rela- ‘orl da delegacia de costumes, ssstentes socials oficiis de eon- \icional entrevista eom profisionsis ds psigulatria ed plclogl ‘cnutos de prisio — e-em todos ettes documento elas sto represen lads como urn problems. (Alguns nomes fram slterdos pars pro- ‘exer a eonidensadade e eanforme exigncia pelo uso de aegulvos| sh Ustado.) Cre ume eontranarrativa livre dos julgamentose das lassen que submeterum jovensnegras a villancla, punto & confinamenta, que oferee um relato sobre os belos experimentos| de for do vver ume arte — realizado por aquelas mutes vezes| esertas como promiseuas, inconsequentes, selvagens ¢ rebelde rata de ume tentaciva de recuperar 0 terreno insurgent dessas vide: de exumara franca rebelio de dentro dos ues, dedesassoclar ‘rebel, a recusa, sjuda mia eo mor lve de sua deniscagto como desvio,eriminalidede e patois: €afrmar a mateenidadeI- ‘re oseola reproduivs),aintimidade fore da inekaigho matrimo- nial eas panes queer e fore dale: eluminar a imaginagto radical «em anarquia codidiana de meninas de cor*comuns, algo que nao fot ‘apenas esqueeido, mas que é quae inimaginive! Vides rebedes labora, ampli, transpoee escancara documentos deanuivo para gue fornegam um retrato mats lee da revrevolta so lal que eansformoua vida socal negra no séoulo 20, Oaijetiva én ‘ender ¢experimentaro mundo como eseas ovens fizeram, aprender ‘com aguilo que elas sbiam. Preiro pens este iva como o eert0 Fgtvo ca rebeldia, mareado pels errincla quca obra descteve. Nes- scespiito, tensionel os limites dos autos e dos documentos, especule sobre o que podera tr sido, Imaginel coisas sussurradasem quartos scurs ¢ ampli momentos de confinamento, fuga epossbilidade, ‘momentos em que visto es soahosdarebldaparelam possivels Pouees pessoas, na epoca ou agora, reconhecem jovens negras como moderalstas Sexuas,amants lives, adicaiseanargusts, 08 poteebem que « molndraca¢ uma pide imitarso da monina do gue- o. Blas nto tém so creltadas com nada: permanecem como mi Theres exeedentes sem nenhum signifcado, meninas eonsideradas Improprias para a histviae destinada a ser figuras menores. Este livro éalimencado por um conjuto de valores diferenee reconhece dais revoluciondrios que animam vidas comuns. Ele explora 08 \lesejos utépicos ea promessa de um mundo futuro que resid na re- hese ena recuse da governanca. ‘0 album agul montado ¢ um arquivo do exorbieante, um iv dos sons pla exsténca divers. Na abordagem desta vidas, ua hi ‘iri do século 20 muto Inesperada emerge, uma ‘orta ernie intima do radeallamo negro, ume histéra estéion “lesordeia de meninas decor e sous exporenenoslbertstios — uma revolugto anterior a Gatsby. Em grande parte, «histéria ea potenci- ‘ide do universo delas permaneceram Impensadas porgue ninguém™ waa eoneeberjovens negras como socalmente vsioniase como Furs inovadoras no mundo em que esses aos tveram liga As dé- nuns entre2899 1935 foram decisivs na determinagto do curso dos Faturos negros. Uma revolugto em tom menor se desdobrou na cida- ste jovensnegras foram seu velelo. Essa revravolea, 04 transfor nag da ida intima nega, fl eonsequéncia da exclasio econsmice, «taprivagdo material do enclausuramento racial eda desapropiagio socal contudo, também ft alimentada pela visio de um mundo fs ‘ar edaguo que poderi er: ‘dein disparatada que anima este liveo éa de que jovensnegras ‘ram pensadoras radicals qu imaginaram incansavelmente outs mani viver emunea dexaram de eonsderat como omiundo po- lovin ser de tea forma. Personagens Monina #4 Monioa te AAs mopas da vievine Emprogarla doméstion Asagitadoras core ‘aga pelas runs do Sétimo Distito 4 Flsdelfiae do Tenderloin de Nova ‘York, ano 196 la ¢jovem, mas an- dg asim to velhs ere, Press.emumestiio mimo na Fi: Iadeta, ano 1882. Duas jovens passeando pela South Seret fim dos anos 890. Aparese no decorer doivo, de 1896 ‘2995 Est sempre em busea de une rote de Fas, Jovens press no Lowell Cottage, Bed- ford Hills, Nova York “Todas as jovens sem nome da cidade tentando encontrar ums forma de vie vere em busca da beleze, A brigade do sae dopapel ‘Mactie Jackson, snaseida Neleon Vievoris Earle Mathews Katherine Davie Holon Paevish ‘Malheres que no mereado de esravos do Bronx esperam vender seu traba- tho pare donas de easa brancas om ‘roca de saris de ome (Quinze anos, vinda de Hampton, Vir- Bini, erecém-chegada a Nova York Fundadors da White Rose Mission © ‘membrada Liga Nacional paraa Pr tegto de Mulheres de Cor eda Asso cingdo Nacional de Mulheres de Cor. Jovem socislogo eo malsnovo doutor de Harverd, conduzindo uma pesqul- s social no eoragto do guto negro, 189698, Diretora da College Seclement Asso- ciation primeira superintendente do feformatirin feminino do estado de Nova Yor em Beard Hills, Radia, feminists avstaantiineha- rmentos, estore, oradora politica & cenerengucir Filaneropa abastada e rformadora habitacionsl amasiads com Hannah Fox, também membra da cite da Fi- Indel, ‘Manto Shophord, wulgo ‘Mamie Sharp ames Shepherd Uma beldede de dezenove anos gue fuga um apartamenco de tré8 ed- ‘modos em um corigo na Salne Mary Steet, Fiadeta Marido de Mate [MORADORES DA SAINT MARY STREET Fanny Fishor Voth Fisher Mary Riley Katy Clayton Velha Clayton Iho Botta Denby May Enoch ‘Avchur Hoorie Robert Thorpe. ‘Uma muther de meladdade que bebe aoa. ‘Marido de Fanay. ‘Uma jovem mie ‘Uma moga honita que gosta de eom- nin masculinas. Awsde Kay. ‘Um easalbriguente gue bebe mult, ‘Resdm-chegads em Nova York, “Marido edefensorde May. ‘Um homem branco que agarra May noch ebate er Arthar Haris Gladys Bentloy \aekde Mabley Mary White Ovington dna Thomas ‘otivia wynatnarn oy Thomas. Harviot Powell loanora Fagan, wulgo ‘he Holiday Pessoa fanfarronsemulherenga, ma escaltura aftieans,exibids, andari- Tha género-queer,* tem amizade com ‘Mabel Hampton, ‘Aus, ¢ comediante, sapatio, femea Impostor tem amizade com Mabel Hampton, Reformista socal, uma querida ami sade W.E.B.Du Boise cofundadora a Assoclgto Nacional pars o Pro- ireeto de Pestous de Cor (WAAC) ‘Atuano paleo ena as, Aristoeata Ingles que st apaixona ‘por Edna Thomas. ‘Marido de Edna. Urs homem bonitoe cto que gosta de lar postas de or sem chinese € gerente de umn casa notarna no Harem, Dezessete anes, adora sales deals, ‘Catorze anos, prosa por prosttuigo ‘em uma bats pli no Harlem, Esther Brown Robeces Waters: Grace Campbell Eva Perkine ‘Raron Perkins, \wulge Kid Chocolate, wulge Kid Happy Shine ‘Mabel Hampton la Baker IMaevot Cooke Hubert Harrison “Marafona e revoltada, insite em ser ‘raaca como as meninas brances. ‘Amiga de Esther Brown. Asistente soll oficial de condicional ‘e membra da Afrean Blood Brother ‘hood edo Partido Socialist. Desenove anos, operitis, amaate da vida da ru eesposs de Kid Chocolat. Boxcador do Harlem, ascensorsta © sonhador. (Cort, lsbice, intelectual da classe ‘tabalhadoraeaspirantea eantora de Andarllha do Harlem, consetheira.co- rmunitiria e pesgusadora ée eampo dawaacr. Comunistaejoralista, Socialist, esritor Ieitorpalestran- tede esquins. Luaares as viees do Quinto e étimo distros da Fld; rans do Ten- erin edo Harem o esto de um artista ne Spruce Stree; erocira lasse de um navo vapor da Old Dominion; docas de WestSide; var bes sogregndos da Adanti Coast Line Rally; quarto equitnetes Por todo cinturto negro," cubes, bares ecabarés: Lafayette Theater, ‘hambra Theatre, Garden of Joy. Clam House, Edmond's Cellar: 0 ‘aslo de Blackwell Island, oreformatério ferminino de Bedforé Hills: ‘Goney island; e teatro, cinemas, sales de ball, cassinos, borequins essegregedos"*bares landestinos erestaurantes chinese ing ocatia niga no nus Uae poser uvro + Ela caminha a esmo pela cidade ‘et pode enconti-a em melo a um grupo de belos bandos e meni ms gear reuldos na esquina eantaelande okimo nig ox demo rundo-sedlant da Wanamaker’ olhado com cobigs pars un pa de spats nos dsposts como jos ates da vitrine, Observilanavicla ‘mun jaro de cervja que vem esi entre else seus amigos, atrevida ‘enloevelemum vestido barto eS de eds oa com admiragto ‘enquanto ela se pendura com metade do corp para for da jana de lun oetiga,absorvendoo drat do quarteir- dsafando a forgs da vida. Pie em qualquer um dos eainhos que erazam a eidade em ‘xpansio €voe® podert enconri-laperambulando, Porasteirs cha- tam de gueto as ruse vels que eonstituem seu mundo, Para el, & eras lugar onde ive. Voeenunea pinta na qusdradenamenos que ‘more Hitambém, ou que tenba perdido, ou que tena sido emt uma itd a procara dos prazeresoferecios por gene de outa Is. Os ‘your uns expedigies as burrs pores, we alimentam daforga ‘a do gust, desea eabominam ess fires Os lenses rons ‘reinmadores nto sto ne um poveo melhores, com suas eémeras © uy pesqulsas, ao encraratentamente todos estranhosespéimes. ‘Seu distrita €um abeito de viens fedorents bees escuros ‘us ekade afeana, o quarteleto nero, a zona native, Os ialsnos « judeus,engolfids pela proximidade, desaparceem. f um mundo ‘scondido ates da fachada da metropoleordenada, Os prédios an tin nto seminados eas asus decentes de fente para arua oeultam @ orig da vels onde ela mora, Ao adentrata esteita passagem do eco, eruzamos limiar de um mundo berulhentoe desordenado, um lager definido pelo tumlto, pelo coletvismo vulgar pela snarguia. "ums posilgs humana povosda pelo pores clamentos. Bum sine to exesso ede maravithas. Bum ambiente miserivel. Hs plantation ‘stendida par acidde, Bum aboratrio socialO uetoumespago ‘do encontzo. Os Bihoseflhas ds rico vém em busca de significado, vital e prazer. Os reformadorese socislogos vém em buses dos vwrdadeiramente desfavorecids,fahando em vé-t ea seus amigos © ‘ome pensadores ou plancjadores, u em notar os blosexperimentos ‘evalos por meninasnegees pobre. "0 distito, a quebrada, o gueto —€ um ambiente urbuno comum ‘onde os pabres se reinem, improvisam formas de vida, experimen tama lberdade erecuram a exstencin sbalterna predefinida para ‘esBluma zona de extrema rivagto ede um desperdicoalarmante. Nas ileiras de cortigos, as pessoas decenesvivem em paz com a de- ‘assas eimoris.O quarteirio negro éum lugar despojado de belezae cextragantena forme come exibe iso. Adenrare seguir em frente ‘oque estabelece os ritmos do cotidiano. Cada onda de reeém-chega- dos muda olgar — a aparénea, os sons eos eheios do gueto. Nin- nem se estabelece aqui, apenas va feando, esperaporalgo melhor e ‘gue sant; pelo menos, esta a experange. Anda alo é um gueto pret! mas em breve estar apenas ss pessoas negras. ‘No queto, tudo esté em falta ence esensegio. A experiencia & abundante cerivl beleanextalem do que qualquer um poder e- perarassinilae ordenareexpicar, Os eformadores iam suas fotos dos pros, quitinetes, varus epaxadinhos. Ka passa despercebida ‘enguanto os ebservs da janela do tercero andar deseupréona ela ‘onde vive, rnd de so estupides. Ele iam uma feo da Lombard ‘Street qu no ee guase ningun 1d Blase pergunta o que tanco| ‘os fiseina naquces varus puxadinos. Sempre ftografam as mes hn coisas, Ser que a roupas de baixo ds eos so asim tao me lores? Seri queoalgodio ¢ tio diferente da seda eno se apresenta to bem como ura faixa hestenda pelas ras? ‘Os forasteiror e oF entusistas falham em captur-a, em com preendé-a, Tudo o que veem ¢ ums ipa viele de negro, cegos can ted trace deoihares e dat manifestagnes de desejo que perturba ‘legend de sus fotografie fnsinuam a povsblidade de ua vida maior que pobreza, 0 tumilo eo levane que no podem ser cap turados pela cimer, Falham em disceritaheleza eveem apenas 2 ‘desrdem, sem eaptar todas a8 maneirss pela quals as pessoas ne jas crim vida etransformam a mers nevesidade em um terzeno de ‘laboragdo, Ua mulher seminus, com umn easaco por ema de uma ‘miro deca, esté recostadn ma solera da porta, oculta pelas| Ssombras do saguao de entrada, enquant fofoea com sue namorada ‘de pe no limi. Avid faim se desdobra nas ins. lornalisss da Harper Westy golfam noimpeesso:"Aclma dos u- ‘dens os mesmae ease cortgn,emmieioa conus de uma sordlde= Iindesritivel ede uma clegineia de mau gosto, habitam os negros, e- ‘vando ume vida éespreoeupada de prazeres, confusko, mists, baru- Tha ebrigaswilentas que fazem dles um ror pana as eisinhaneas Inancaze or enborio’?Hsstsdo com a visto de erados,zeladores © cstvndores vestidos com eleginca, meninos ascensoristas com che es estlosos se spramando na esquins, enegrs exis contentes ‘em gastardinheiro com exteavaganeias, oramentos ellos, 0 So- logo implora para que eles aprendam valor de um dla com seus ‘isinhos judas e elianos. Os negeos devem abandonar os habitos Iasior de vida, o delete sensual eexcessosimprudantes que sto cos- ‘umes ds eservidio, O presence-passd de uma servldto involus ‘riage desdobra na ru, 0 lar, completamente arradnado pel nacio nerere plo arrebanbemento promzicw da pltttn |.) etd mais tua vezaruinad agora, eseancarado ao acolhlmento de estrans. (Os sentidos so soietedose oprimidos. Veja 0. Deixe que seus ‘thos eapturem tudo 0s betos bandos aliahados no ptiocomo sen- ‘incl disposi desmeaida de ts vasos de Hors arranjados no tapioca jana deum eortgo, longs, lengos com inca, melas- ‘enka dered hordadas roupas de baso de prosetueas pend ts om un ara de um lad wo outro da viel, comunieandoarranjos ‘landetines, vidas rebeldes,qustbescarnai. Mulheres com embrir Inst de papel earbantepassam apressadas como sombrat. ls i ‘lentes suas cosas a cransforma em silhuets; formas escuras¢ strats quesubsieuem quem realmente sto, As fas do vendedor de Jornal toa nos degraus qué levam 20 «st apartamento no porso. A mais velhad magnific, sentada entreo8 ‘scombrosem seu chapeu e vestige de domingo puldos. A mais jover ermanece mistriosaeindstinguivel, ‘Osol se dereama pla escada, ditando-se sobre as meninas es winande «entra para edmode pegueno e umido, aburrotado com ‘ssmtereadias do pa: pasquis, papal, encomendas eobjetos des enrtados que foram reeuperados para uso futuro, Ble via a costs pra edmerae se exguiva da capeur. ‘O que voee pode ouvi se para par escuar: os sons guturas do lithe facendo do inglés ume lingua estrangeira. Os sons harmo: loss evoetferants da Carolina do Nort da Virginia se desman shando na linguagem dua da cidade, transformados pelo ritmo e pa eadéneia das ruas do Norte. Aerupeto de rsos, salva de mal: sigbes, os gritos que fazam as paredes do cortgg vibrarem eo ohio viele, Sim, ooh, amor, is ¢tdo bom! — a doce mea de uta ge «do longo ue silencia quem ouve, os bsbihoeiros querendo mals, napesae de saber que ndo deveriam, A onda de impresses alms enradaesstnca de corpos dangando bem juntos em um bar num po- oro eopae nko Intencional da mio de uma extranana sua enquan- to cla atravessa opti; ut islumbe de ovens amiantes aninhados ‘as sombras profundasdocoreedor deur cortigo; oabragovolento ‘de dois homens brigando; o odor acre de bacon e bolo de milho fe tando em um fogarero; a madrusilva da 4gue-de-coldaia de uma Ldoméston; a fumaga de bordo-carpetzesubindo do cachimbo de ‘spi de mitho de um velho. Um mundo inteio se espreme em um pequeno quarteirio lotado de pessoas negras apartadas de quase todas as oporeunidades que a clade oferece, mas alnda assim into- loads pel Werdad. 0 a est vivo com as posibilidades de ejun- ‘ar, de se encontrar, de congregar. A qualquer momento, apromessa «a insurvepko,o milage da revolt pequenos grupos, pessoas so- indus e estranhos ameagam inilar una aglomeragao para Inctar "iol nenium aviso visivel nas portas das lojasbarande a entrada dela, apenas a brutal eeigto do “nto atendemos negos”. Quando se sente eorajos, la grita um insult ou pragueja enquanto se reira {a aja sb os olbares de ddioda baleontstae das clientes. Ela pode se sontar onde qulser nos hondes teatros, anda que as pessoas se tencolfam easo escola se sentar ao lado dens, como se fosse con: ‘glow, ¢ pode wssrtirao vaudeville oui aa cia no mesmo dia ‘em quees pessoas brancas, embora sla mais divertida ea consiga respirar melhor quando hi apenas pessoss decor porque sabe que ‘nto val Ser insulada. Apesar das Uberdades da cidade, a vida aqut ‘mio é nada melhor que a vida na Viegala, nfo hi nenbum futuro ‘mals biThante pela rence, neshuma oportunidade pera garotss de ora io sera vassoura 0 esfregeo ou abrir as pernas os tempos mals dfieis, Tudo o que essenclal — que escola ea frequents, 0 tipo de trabalho que pode consegul, onde pode morar —€ditado pela lina decor,” queacaloca por bala e todos os dematsem sina ‘dol Por se over, ela tentasonhar com aeringio de outa vida, uma na gual swhorizontendose liniteaum uniformedecmpregada tensa suje de uma mulher branes. Nessa outa vids, ela nto ser ‘brigada a engolir todas as merdas que ninguém mais aeiteria © se fazer de agradecid, ‘esa cidade do amor fraternal, cla fo confinada a ums zona c= ‘willda que ninguém mais, a ndo ser os devs, suportara, Nio 8 trata deum berg da iberdade, de un trttéro livre ou de um refi ilo tsmponiro, mes de um lugar onde uma turbe de irlandeses giase ‘spnneoa seu to até 2 morte por um erime supastamentecometido or outeo negro; onde a poleia aresstou para a pris porter sido ‘esoedeea inditeplinads ao manda os polis para forma de ols de eles teem arrancado dos degraus de seu pri, dizendo Dara i embora dali. Na Second com a Bainbridge Steet, ela ouvia ‘um homem braneo grtar"Linsha ele! Linch ele!” quando um ho- ‘em de cor, aeusado de roubar umm pao na mercearia da esquins* Isssou coreendo, ‘Quando ela chega ne Tenderloin, o motim frompe. Na 43" com a "ght Avenue, o pote dise: "Sua vadia prea aia da Ent8o srrasou a mulher para fra, a espancou com seu eassetete © pre ‘he por desordemeindisepina.” Paul Laurence Dunbar a avistou na Seventh Avenue eee temeu pla siullzgio estadunidense. Ao ve a garotaentre a multidio de negros desocupndos ¢indoletes queapinhavam aavenida ele se perguntou "Oquefizer dles,oque ss pode fzer por eles, se tm deserimpedidos ‘inocula nossa cvliagto om ovenena de sua vida?" Eles no sto snarguists; ainda assim nessas multiddesaparentementeincautas ccespalhafatosas reside una ameaga terivel As noses insiuigbes, [Embora nto ivsselide Deureo bade. O que a proriadade?ouA _anguisa dopo, os perigos que eae outros como ela representavam, Sscegulpatavam aos prigosdaqueles maldltosjudeus, Emma Goléman ‘Alexander Berkman. Tudo em seu ambiente tend degradgio do ‘senso mor, too atoengendra gerimecencorsjavaa franc ebelio. Dunbar lamentou: se a0 menos pudessem se inpedidos demigrarem bando para cidade, "sea metrpoleplsseregugité-os para sul, ‘problema todo se resolver’? Ax estrighssulstasseriam melhor ara les parands, mehor do que uma “fala iberdade que lresce ‘ocivamente em lceng’. Antes 0s campos, as humldes ens de = pingards s cidades empoeiradas eo interminavel lela de eréiza © debit, ances sso que anarquianegrs. [Na maori dos das, os abusos da cidade eslipssm sua promesss: ‘quando a dgue € cortada nas ess, quando mesmo em seu melhor vestid ela no consegue delsar dese penguntar se eth cheirando a latrina ous éevidente que suas elgols estdo maltraplhes, quando «std to faminta queo aroma de spa de feito que sbe da cocinhs ‘do brigo" ence sua boca de ag, el ai parses ruts, como se em lwasenda cidade ren, nto dessa pobreimitag, As pretesvethas cat leads em suasjanelas gritavam: "Garota por onde vet andou?™ ‘ada nova privagtolevanta dvidas a respeleo de quando chegard 'herdade evantadividas sea pergunte martelando em sua eabega ‘in pss efoer?—um la podert ser respondida da manciracerta ‘apenas reptida na expestativa de algo melhor do qu suporta& lo, esperanga, abelea ea promese Uma figura menor ‘A pequena figura nua se reeina no sfé com arabescos. Olhando rua fotogefia ¢fileonfundla com quslquer ora crioul, coo-lacom todas as delinguentes da Lombard Steet eda Middle A le, perd-n de vats em meio as muites mulheres de gor da eldade, condenar eter pena da menina meretriz. Todo mundo tem umahis- ‘orla diferente para contar. Fragmentos de sua vida se entrelagam ‘com as histrias de outresjovensparecidas ou que nto se asseme~ lum em nade e le historias unidas por deseo, taigho, mentrae \decepgo. O artigo de Jornal s confunde com outra mening, registra ser nome deforma equivoeads, Fotografias do cortigo em que mora sparceem regularmente nos mandados pollelss, mas mal d& para ‘taal espiando da janela do tereciro andar. Alegenda nto fs ne hihuma mengio els, eaponta apenas of riseos moralsda quitinete, vs condigbes prectrias dos baneirs eo baru da sida dear. A Fixoqrafia qe traram dele no esto do std ¢ a mais familie ‘moo mundo ainda se lembra dels, Se su nome ivesse edo rble- ‘ul na impressio em albumina, haveria go menos um fto que pea informar com algum geau de eereeza, um detalhe que {crlaqueaaivinha, um obstéculo a menos para retragaratrajetiria ‘hs mcninapelas rus da cidade. Seo foRoigrato ox algum Jovem ss- sincenee no ext verse rpistradoo nome dea, eu poderia te “encontrado ne censo de 1990, 0 deseoberea se el alga vex re ly no Abe para Orfaos le Car, se dango no paleo do LaFayette ‘Theater ou se foi perar no Aso das Madalenas quando no tina mais pars onde i. ‘Os amigos dela se recusaram a dizer qualquer coisa para a8 suto- ridades; mas mesmo eles nto sublam como ela ehegara no préio na eifria do Setmo Distrito, nem o que azonteceuno estilo naquela tarde, Agovernant lander pensou quela ra sobrinhads coznkel- ener, a velha Margaret, equ noglgoneiandoo trabalho como las conta fer, tnka sido a cosinha paraieatéoescidio.Avelha “Margaret, que no tia nenhum parenteseo com ela, ereditou que © st: Baki tinh atrado a mena até o sora com a promessadealgue ‘mas moedss, mas nunca chegou a confssaro que temia. A assstente ‘cial mais tarde encarrgada do caso da meaina nunca vu 8 feroura- fe, Culpous mie da menina co gueto por todasas cise horcves que sconteceram epreznchevas lacunas no focmulilo de istrieo pessoat ‘om jamais ouvir qualquer outr respost. A dade do primeiro abuso ‘oa fi «nia porguntn sem resposta crea. ‘artindodestesragmentospeoas, temo dificll seberpor onde comegar ou até como chami-la. A pio de um nome proprio seria ums evasio do dilema,e no uma solugto. Apenasadiaraapergunta: ‘Quem ¢ ela? Penso que podera chamd-la de Mattie ou Kit ou Ethel ou Mabel, Qualguer um servica, eram tipo de nome comum entre ‘8s jovensnogras no inflo do século 19, Ha outros nomes reservados ‘smeninasescuras: pie, prineese, dandoea epequena—nomes im Postora meninas como ela que sugerem os prazeresproporcionados por ato ntimos perfrmados em quatos alugados e eotredores mal iluminados. hd 0 pseuddnimos também. as dentéades vestdas © doseareadas — um “Senhora” rapldamente afixado ao nome de uma ‘mat, ot um nome emprestado de uma az favorite pare inventar ‘um nova vida, ou eapa proteror oferecda pelo sobrenome da pr smamorta denn avé matorna —tado paras esquivar dal, mancer ‘sou nome fea ds relstrospoliciais, deixar passado em ua dis tania segura, esquecero que homens eresidos fezem com meninas tris de ports fEchadas, Os nomes e as Mstrlascorrem juntos. A ‘id sngolae dessa menina em especifin eomegaentelagéa com a vida de oueea jovens qu eruzaram seu camino, compertiharam dé sua lreunstinclas, dangaram com ela no ¢oro, viveram no quarto 40 ‘no em um eorlgono Hacer, passaram sessena dlasjuntas noasilo ‘ tragaram um camino errant pela edad ‘Sem um nome, hi.oriso de que ela muneseseape do esquclmento ‘que € 0 destino de vidas secundaria ede que sea condenada aque lapose pelo resto da sua exiséncia, permanecendo como uma figura ifcante anexada i hisdra de um grande homer, rlegada 20 item nimero 308, Menina afovamerienna, no conjunte de wa vida ‘cobra, eeu soubesse 0 nome dela, podera lalla, deseobri se tevelemos, sea mie era falcid, se eavs “mora” com una fila Ianea, seo pai era um vendedor de jornais ov trablhadr dlurno, ‘ous ele havia desapareldo, Un nome ¢um lx que ela nt pode se ‘ermitie—outras modelos no sko nomads, mas podem ser identi- Noa ela antes anonima, "Bm uma fotografia irada forge, onomede ums menina nfo emt ‘nas importincle que se deseo por um tipo diferente de imagem.’ (inca coisa que eu sabia com corteza era que cla eve umn nome € una vga que ia alm do ftograma no qual foi caprurada.) Quando o ‘indalo velo &tona e meninasbrancas que vviam em ares impo entes com pas poderososrevelaram a cists que oartsta as god ‘fier, ninguém a menelonou, tampouco qulqueroutra mentna ne- tra Anos depois, quando outro anatomist, outro homem da ei "8, ol surpreendido com uma proviso seereta de nus de colgias yeas ninguém selembrow dela* ‘Sem um nome, er mprovivel que um diac fosse encontrar essa meninaem particule ( Importante ¢ que ela representavs tas as potsibildadese pe gos espreita de jovens negras nas primelrasdécadas do séeulo 20, Ao ter um nome negado, ou, eaves 40 reeusar a fornecer um ela pas ‘0 represetar todas a5 autras mening que seguem pelo seu canl= rio, Oanonimato permite qu ela assum lugs de toda a ours. ‘gra secundaria cede a0 coro. ela quem deve supartartadaa dor ‘eu promensn da rebel, "Nioeraesseo tipo deimagem que cuprocurava quando me puss contsr| histérin de revolugio das transformagbes soni dvds nim ‘que se desdobouna eidade-negra-dentro-da-eldade. Vinkabuseando Fiografias de representa ineqtvoce daqullo que significa vver| ‘mliberdade para segunda eatercerageragdesnasldasapés fim ‘lei da eseravidio,Estave vida por Imagens qu repesentassem ‘ssexperimentos deliberdade desenvolvidos ia somnbra daeseraviae, ‘pte david cotidiens eda fuged suiténcia limentada peas erdades da sida. Blos experimentos de um viver ire e tremas ‘unas contra plantation loresceram, msainda asi fram ints ‘entiveis, hustrados ou ctiminlizados antes que pudesse era ase. ProcurelTocografia que exerpliticssem a bleza ea possibildade cultivadas na vidademeninsejovensnegrascomuns qu alimentaram ‘oni dagulo que seria possivel se conseguissem escapar dolar da, servi. Essearglvoimagetic, encontrado imaginado forneceria mantidor necessirio para as corts agoltads, os olhos marys, ‘osconpos despidos e maresdos ou tornados grotesco para o prazer ‘Inbrangultde. Reeusei os reratos eo lbuns de fanilia das elites nas que molarum sus vide conformeasmornas vitoianas, aqucles| ‘bem desertas por W; EB. Du Bois come empenhadss, como oF Avimosalentosos, com brancos de sangue negro, Procure entre os retrats edorives que Thomas Askew tiou da istoracia negra, mas ndo encontrel as jovens cus vidas se des- ‘bara nas rus, etbarés € corredores de eotigo, em ves de esas ‘normes om salbes decorados om pianos epotsonas berger ado ul com sbrecobertas de rend, Jovens com vielos arantes, mar ‘ona pra eamantes mulheres também. Jovens que se faneasiavam ‘le Aida Overton Walker e Porence Mills, ovens que preferiam se ‘estr ecm homens, ‘rocurel em Imagens vernsculares,eolegbes fotgréfieas em ar- ‘vos municipal, antoloies forogrfiens de pessoas negas,pes- ‘iss documentals do gueto, retratos de pessoas negrase fotos em po exbidas em parties negros¢ organizagoes soloccondmis ‘em exposes intrnacionas feras mundial, Passe por milhares le vuatiae rads por ofarmadores sola Ade esperandoencontri-las, mas elas nto apareceram. Desviavam ‘thar ou possavam correndo pelo fosgrafo:agropavam-seno canto es fotos, elhavam por jnelas,esplavam pelas ports ¢viravam a5 ‘costes pars a cimers, Reeusavam os trmos de vsbilidade gue Ines ‘ram impostos.Bseapavam ao fotograma epermaneciam fgitivas — silhuctasadoriveis esombras escurasimpossiveis de prendernarede e deserigao naturalist na eaxonomia de imagens do guct, ‘As mies jovens era retatadas com mals frequénelay era ob igadas.asesentar com seus filbos em quartosepiahadoseem quitne- tes afim de reccher a assistncia que thes prometeram: lite para as crangas, una vista da enfermela, pois « mals nova estaya doente, ‘ovum par de sapatosemprestado para poder sure procurar trabalho. [As mdestinham que aparecer nos retratos da reforma,e esas ima- ‘gens eram reunias como evidéncias nos casos aberts conta eas pelos assstentes sini socslogo® "ovens que nto passavam tanta necessidade, que nose encontra- ‘vam sobreearegads pelos flhoretinham dade suficlente para dizer [Nom fernando St da minba frente espa da eapara, Ax povens| Imagens de jovens entre os dezesels evint ers anos so foto: Fisem grupo tiradas com parentes ou vinhos. Flas nuneaparesiam [ivloaee rebelde ligsrasnesas fos. Apesar dos gestosTugitvos \Werecuse —* ombros cidos, lhare de esguelha una raiva radian ‘c— ram transformadasem clientes, tipos eexemplos convertdas ‘em documentos socials pessoas estatstlas, eduaidas hexerecen- ‘sn humana do deito social da eologla do gueto,compadecidas ‘sumo ovens mae tras, rotuladas como crlaturasfortueas de he- reditariedade questionivel Os bars de cnzas enfileirados na rus, wsprédios arruinados eos vistantes amigivels dos pobresdominam «infantizam esas ovens. ume eanset das inimeras imagens de Ings brancos pendura- ‘hsno vara torres vazando, banherosimundos e quarts api ‘hs, Recue dant da apresentaco dos slides antgos suas Imagens ‘velanes de cause efi, antes e depots, © movimento image Inpulsionsdo por narrativas moralistss sobre promiscuidade sexual, ‘uta inpropra © os perigos do bar, da penstoe de slo de dange, ‘Ocelichés visuals da danago ed slvagto:pbotequi dessegrega- ‘lo, a sosabilidade dos vizinhos pra alm da linha decor 0 ato de tear de bobeira nos degraus do préd,o casamento ener ras, 0 «8 eortigo-modelo oeupedo por una faraila monocrométlea perten- ‘cite au mesma rga, As consequéneias eram fagrantes: por um hl, 0 neroeéri, a pristo eo aio; por outro, o lar pivutizado ea sbetania do mari edo pt [As pesquisas eas imagens sovlologicas me desanimaram, Essus ‘iogratias jamais compreenderam s bela lus pela sobrevivéac ‘islumbeartm os modos alterations de vide ou lluinaratn a ajuda ‘nt en rguea comune do gueto, Osretatos da reforma eas pes ‘iss soetobgeas documentaram apenas afelura, Tudo de bom ¢ slgno feo nas ruinas dos modos de afliagtoe forms de vida pros “ritos: amor nao rezonhecdo pla le, ares abertos para estranhos, ‘vintimidade pica das rua eas predilgdesestticaseexcesos ex prichosos ds ovens negros. O+ mondos seis representados nessas iayens foram avos de exterminioe eiminagio. Os reformadores nasum palavens como progres” emelhoras socal” e“protegio, ‘mas ninguém se debxou enganar. © gueto interracial fi arrasado © rmapeado em zonas homogneas de solu diferenga, Assim nasceu ‘oguetonegro ‘As legends transformam as fotografi em imagens moras, sm- pllam a pobrezs areanjam e classi\oam a desordem. Quartinone- ro, A Tegenda® deverla repliear a imagem, dotalhar que reside em ‘seu fotograma, mas, em ves disso, produz 0 que aparece rele, Sor dina a imagem ao texto. As palavrasconectadas & imagem — feias, artdas pleas — quae pareom ser parte da forograia, como ot lengéis amassados ou as tabuas que cobrem as janelas quebradas do barracos legendas indexama vida do pobre. Aspalasraspoiciam © Aividem: Quartento nero. Anunelam a ordem vertical da vida: Bene ‘denfcadr. Tornam o espago doméstio disponivel ao esertinio © ‘puna: Um cémodo de rico moral. Declaram o erme de seranjos ‘soviis promiseuos: Oo pessoas apa wn quarto, Gerenclam e se ‘regam a mulidio mista e repzesentam o mundo fdlizando a lina {de cor: Vist de menlnaslallanas, Meninas de boi © Doe negro a entrada cde wm préioem runas. ‘Tis forografiastornaram Impossielimaginar que 8 segreeaglo io fossa selegio natural bascada em ainidade, ques es im Crow nem sempre haviam prevaleido. Os reformadores soca ataeavam & Ivmidadee proximidade inter-racaso problema da mulher eo pro- blema do negro se mostraram an mestotenpoeencontraram um avo ‘comum na Hberdade sexusl das jovens. Os temores coinedentes da romiscuidade, da degenerasto eda iatimidade sexual interracial ‘ulkaram em st pristo econfnamenso. Asmathoriasnoguetoea mira nos vieiosurbanesampliarama lina decor a ila de um aparat l= ral out estautria para orden efzt-la se eumprit. Os reformt- ores progressistas eos funconarios dos abrgos foram os arqutetse rojetisas da segregasto racial nas eldades do Nore ‘As Fotografias coagiam as pessoas nograse pobres& visibildade ‘como umn condigto de potiiamentoecaidade, fzendo aguees que ‘ram orgadosa aparece caregaremofardo da repesentagto. Ness Imagens elissicas do negro urbasoe pobre, ndidos fram rg \locasimbolica narratives hstéloasgenerlieada sabre progres- o.oo acasso do negro, servi como representantes dea raga ou ‘nse, ineorpoare hbitar problemas sociiseevdencla falhas ou ‘welhorias. sss ftografias ampllaam uma étics da vsbilidade © ‘hvgitineis que tem sus origensnaeservidlo ena ge adminis: ‘oul cl planation. (Ser visivelerasealvodeascensto ou unig, ‘deconinamento ou vielncia) ‘Alga colsts nde parecem nas Fotografias, coma os tts vasOs| ‘eles aliniados no parapetodajancla as colhas absurd prote- sto forro de colhoes, as bila embralhadas em cena calcd, lstragdes do eatlogo de mala dren prevasina parede. Os rfor- ‘ndores eos joralistas eram aficionados pela qutinete les no st- vam quo saguto de entrada, a snide de emergéncia ea aje eam um lwecho de praia urbana até os rcos adotarem prtiea evra moda dormir no teh, Niosebjem que o corredor ea eseudaa ram lo- ‘ais deencontro, uma carers no interior do cori, ox qu se amas ‘nt entrada des pri Nio ha nenhuma Fotografia do corrdor, al iuminado pela uz tremeluzente de uma lamparina a gts que escon- ‘de todas as cosas sem charme, Mesto na lus do dia a8 sombras sto muito escura ¢ muico densas para eapturi-las, © eoreedorfornese refigo para o prlmetro belo de lings, um lugar para vet se diver tir com os amigo, o conduit paras fofben ea ntrigs. E nee que, pela primeira ver, wee apeende sobre o mundo esobre o papal qu atibuiram,ento voeé rabisea fades ou fbo da puta na parede da ‘scadaria. Eno corredor que a auoridedesafxam as leis do cortgo ‘cus regras do conjuntehabittional, eas direrizs poderlam muito bm dizer: Negra, nem se dé ao erublto de rntarelver. O coredor uma area interna, mas pablies, A poicia invade sem mandados & rene quem quer que tenhaa mé sorte dese encontrado eeapturae tho Bapassagem que condus nos dois obmodas onde vet vive coma ‘svamae, sual sua tiae soar dus emis, Sua mae tentateansformar ‘esses edmados Sem vida nam lar ao depo o Jogo de eh da sua a, ‘que elegant demas pare « mesine dacozinha ogo pertensen & aia branes paraa qual rabalhou. Ela disse que fol um presente, ‘mas uma vez debiou eseapar gue ele he deviam esse presente, ea ‘ankouo jogo de che muito mais. Umcalendéto de una lojamago- nieacumalitogatiade Frederiek Douglssescondem aachadura na parse de geso. A cortin fina pendurada ng jane flea alas face \o fim da tarde. © deseanso corde marfim cobrinda a tampa surrada do fo confirma que mesmo nos pores gates possvel encontrar ‘beleza. Todo esse etforgo torn o lugar menos horivl,Ninguém se esqucce de que eles estio ali porque foram exeludos de todos tos lngares,entdo voce se view como pode etenta prosperae num gar quas inabicavel Bo einturdo negro: vost esti confnado aqui ‘oes se amontoum agi econstroem uma vida unto, [No orredor, vot se pergunta se o mundo val ser sempre to es Luvto quanto diss paredes que ameagam esmager ereduzir voe® a mul, Fntdo Imaging outros mundo, 8 veaes nem sequer melhores, ‘mas pelo menos ditzentes deste, Voeé seus amigos tran plano ‘legs ede abandono. Esse interior negro ¢um espago para pens: mento a ago, para oestudo eo vandalisme, rao amor ea difiea!- sade. © corredor¢ um sali para aqueles quedo conta deviver em siimodosescurs, apertadose stm ar suficlntee que veem a liz do ‘ol apenas quando suem pars os degra d entrada, Belo, ¢ brutal e¢ onde woot vive. Nao importa se voe no ama ‘ugar; voed ama as pessoas que moram nee. Eo mals perto de um lar que voce val conseguir chegar, 6 tranatéro, um refgioimpos- sive para agueles que so fogador a str empurrads, sempre des- Ineados. Bes vivem a, mas nenea se estabelesem. Ogorredor é um ‘spago aitado pela expectativae tenionado pela forga do desejo ‘mo satisflco. Ea zona liminar entre o dentro eo fora pars ales "que vivem no gust; o reformista que documenta ohabiat do pobre ssa direto sem norar, fala em ver o que pode ser erado em wa ‘spagoapertado, sndo um pret, wna profanazto, owen conside- ar nosss Blas alba terrseis ornament Esse eorredor nunca aparece na apresentagio de slides, Apenas agueles que resem no ‘ortgo saber dst, 10 Imerlor do cortigo nio seria fotografado acé désadas ms ‘are. $6 em 1953" ¢ que uma forografia val transmit a experizncia ste habitar por dentro daquelasparedes,aferecer um vskumbre dos niversos alt eriados,capearar falta de ar de um prédio de quatro sundaes sem elevador, saber em primeira mio que 0 modo como vi ‘mos ¢ onde moramos mito & um problems rosa, A nossa relagto ‘mo mundo dos brancos que 0 problems. Mesmonaquitinetepo ‘lomo encontrar a alegra dos exsas dangendo embalxo de um varal suspense doteto,adoletcenes ganda carta crindo com os amigos, ‘um iomem bebendo chia mesadla cosinha, axles fumegante bem Junto bochecha, o toque da poreelina em wa ple ‘Os mouos de vida ew urgbnia foros do agora podem se pereebi- hs nessa outras Fotografias, es imagens perdidas e encontradas, lninadas¢ anteeipadas, como cenasetadas de um fle nace Ino, Asferrotipias tradas em um piguenigueda grea. As Kaas no prin em Coney Island. Imagens de meninas negraslgetastentan- ‘Yo brireaminho num bee som sada, uma ste de Fotos de ovens eyes em debandads para a cidade a fim de escapar da plantation ‘Gne intengho de riar uma vida livre no contexto de ume nova clau- sur, Blas esto tho desesperadas para encontrar um rota de fuga th servidto quanto scenas por novas formas de vida. Ao ver as pessoas passearem pele avenida ou Jogarem cartas na esenda ou be hetem vino no terrago, eas se eonvencem de que 0s negros sto 0 ovo mals bonito, uxtria comunal da metropole negra riqueza lows nds, acldade-negra-dentro-da-eldade transforma aimagina- ‘io dagulo que voeé pode querer edo que pode ser, encorajam voce ‘ sonhar, Merda, nem importa se voed é negree pobre, pols vost ‘std agule est viva e todas as pessoas ao seu redor & encorajam ‘a convencem a acreditar que voot ¢ bonita também. Bese esforgo ‘oletivo para vfver fre se desdobea nos confins da pasugem ext criti. Blas podem ver 0 muto ser erigido ao redor do gueto, mas nda assim querem estar prontas para a boa via, anda querem se prepararparaaliberdade. fotografia to pequena que é posse seguréla na palma da mo, "No ums impressio em pata luxuosa, mas em alburinabarata que ede 65 6.a0centimetros;seutamanhodiminutoenunelaseu status enor Bumaimagem forgads,’umalmagem eptured sma pernissio ‘ta modeo; destinads a classifi, lolare diferencia. No €a tipode foografia de qu ela gottaria eo foi tad a seu pedi. ‘Nodlises, uma imagem de um nu reslinado, combina duas cate: ovis disintas da mereadoraca eeravaeaprostitta A rgides do ‘oxpo eral a lasciva postarareclinad,e ool vaso duro da me- hina difiilmente seria um convite&amiragto Ea recua o maximo ossivel da mers no canto do sof, como se &procura de um luge fra se esconder Sew olhardieto para a cimera nao ¢ um eonvite ‘uv espostador um spelo por reconhecimento ou um olharbaseado na ‘cclprosidade Hsse ola ilo assume nada que poss ser compart ‘ado cntzeaguelaeompelda a sai na foto ¢ aqueles que encaram. (0 desi int 6 que o ma Infligia nose to grandee que baja ‘ua saa dese ede oatrs quarts do mesmo tipo, (Que conhecimento de anacomia Eakins ou seus alunos descobi- ram naquela tarde no esiio? Jétnham visto corpos negeos antes, ‘msuamaloreoscadiveres do Jefferson Medical Coleg. Corpos de estou negras¢ pobre que no foram reclamados por parentes, ou ‘uj familia nfo tinha dinheiro pare arar com um entero adequa ‘4, ou corpos roubdos do cemitéro de pessoas de or. Hourevrios ‘sindals. Bla ers um corpo vivo, noun eadiver, mes sua mien io como as outras foros de erangastradas para corroborS ot ‘questionar teoras do desenvolvimento do esqueleto, ou para deter. ninar © movimento da museulaturanofotograma. Esperoqueele nto ‘era coloead eletrodos nla para observar © movimento da massa nuscular E mprovivel que hodvesseslguém scompanhsndo amet ‘nt Que conkesimento do mundo ela adquiru nacuela tarde? Susan takinsestava presente? Foi ela que tioua fotografia? Ela ssrurrow Iutagens no ovoid da wenina? Ou seneoraju a fear quctac nto se exer? Fez o mesmo com as sobrinhas?Aunillow ou fz vista grossa rao trabalho dele? B fel oar para a fotografia eno pensar a respelto das imagens que a precederam e das que viriam em seen ‘uo, Imagens persstentes da eseravidéo® que pretendiam lembrar ‘sexpeetador do poder que exerciam sobre tal corp eda ameaga que mira sobre suetocaprurado no foograma, do tipo de coisas eri- ‘wisque podiam ser feta com uma menina negra sem que ocorresse lamevine ol possivel fazer anoeages sobre a imagem? Transformar mi its palasras em um excud que poderia protege, uma bariesds ma desviae@ olka eeneobritoque fi exposto? Serk que ela temeu ao antcipar a presto das mios dele? Ter or pairad sore o sft earanjud os miembros dela? Seam mos dele grandes eimidas?Teriam defvado um resi vsoos0 ‘serfs da poe dela Ser que el pe sentir o chiro de sur, eo de linhaga,Formaldeid e roupasusidas por mito dias? Sera ‘que nou os clasns, 9 camisasurrada eas ealgas imundsseentio Fico asustada? Tela as outras modelo dead sua merea na > eile regular ¢ aa pina olcost do estado, no ceieorangoso ambeurada? ‘Amenina que entrou no mero 1729 da Mount Vernon Steet mo foi a mesma que pati, Ramores sobre as outrasgarotasvieram & ona: elas eram braneas filha da elite, entio howe indigo pi bone pintor eau em desgraga Els inham sido poupadas dist: 1 odalisca, pose de prostitute ¢deeserava. Nao hes fol pedo gue flbassem direramente para a etmera, que edmiissem oolhar dee © finglsem que oconvidavam, Ax otras meninas poderiam ta men sionada ee ela no fosse negra e pobre. Hla delsouo estdio da mesma forma que chegou: deseeu os qua ‘ro lances de esd ata jordim retangular com a ieira de coloes- sins, pastoupela tornelrs, pelos quatro gatos epeloperigueio, sln- td pela cera de madelrnc de volta paraa a8" Street para enti tomar ‘camino de eas. Terd sido capas dese reestabelecer em sta vida ‘ovessa time vokncis deixou una marca, un registro tBondelével quanto focograsia? ‘Oolhar diz tudo sobre o tipo de propredade feminina que cla é— ‘uma femea quenio pertence& classe daquslas que merosem protesto ‘eo contri da fila a burguesia, cua sexvalidade € propriedade Privuda do pai e depots do mario: ela é uma propriedade destioada to uso pblio, O prazerformecid pela agressio negada, pela ima- trem grifia da petsoniiagio negra vilada,prové um indo, uma tntesipagio, de que o corpo del, seu trabalho seueuidad, vo con- tinuar a ser tomados eexplorados trabalho incimo da domestica ‘efnira sua sujeigto. Buma imagem eruel¢ bral pesar de seus posto poder de excltar. Estariao pazcr de olharbasendo ns Fecusa ti violéaci, na inssténca do livre arberio da menin, no eonvite fs encar-laassinalado pelo seu olhar dreto para »cimera? Seria a pré-eondigo para esse prazeraindiferena, que resposta habitual mtn dor negra? Ou prazer ¢ aleangad por melo do caltvo do so- fimentn eda imposigho do dano? “Redalisea una imagem forense que detalhaavilénen pela qual ‘oconponegrofeinino pode ser sujugado. E una imagem duracional td violencia intima. Tanto tempo se acumula em sun pecwena figura ge a menina poder muito bem ter séulos de dads, spotando 0 prs daeseravio edo impéro, ineorporandoo tuto ds mereado~ ria, suturando aIdeneldae da escrava e da prostiut. Tudo iso fm posibilta que ela se uma clang. A focogeafi fabriea seu consent mento emser vista. Como ela consentecom a coergio? Como. prazer ‘dopa imagem da agressio sexual results do convite da meine? E ‘uma imagem que cera. plataforma delito, a plantatone a bordel. 3B uma Imagem que confunde nots esorgos para classifica. Arte? Ciencia? Pornografia* F una imagem fia que torns sparen: te agullo que pode sr leado eo que pode ser feito sob pretexto da clénela eda observagio, A vilénca aleangadaepratienda se justfion ‘om oestudo do neg, como uma igo de anatomia. Como se pode “deserever a vida que osela entre as eategorias de domesties, puts, ‘escrav e cadiver?Bevidente que sua vida édeseareivel? Ou gue elt «subjugada por um regime debrutalidade to normalizado que vio- lencia dele mal pode sr dlscernlds? Como alguém pode tornar essa volénlavsivel quando cla garanteo delete, a soberania ea integr ade fist do homem edo senor? (0 corpo dela std exposto, mas ela retém tudo. "0 corpo se reve- lay obedecendo i exigtncla, mas alnda assim "no $d, nfo ha nrosidade ele’ B posivel dar o que fo comad? (0 que forogratia de uma menina posando num soft pode nos der sobre vida negra na virada do séeulo,ousobrea vide dejovens negras ‘om debandads para a cidade, desesperadas para entra em ume n0¥8, ‘ra® Como ees imagem pode anteipar ox obticulos espera elas? ‘Como ess imagem pode lluminaro emaranhado de eeravido e de Ierdade e oferecer um islumbre dos uturos que desdobrarko? ‘Othando para el imoblizada no velho soft de rina de exval, esa como um espéeime razo no padrio de arabeseo, seus braci- os bem juntos ao troneo come asas cortadas, penso nos tips de ‘oxue que nao podem ser recusados. Em 1883, a dade de consenti- ‘mento era dex anos, Néo ava nenhum le estatudria de estupro men penalizar o que osorseu no estilo, ese uma le dessasexistis- ‘e, ume menina negea pobre fcarla fora de sua eobereura. Quando um estpro cu um abuso eam reportadasb poicia ou & Sociedade {de Nova York para a Prevengio da Groeldade contr as Crlangas, 2 ‘mening, sedusida oy estuprads, poderaser sentenciada a fequentar ‘uma escola correclonal ou um efrmatorlo, afm de que foss prote- ida ou puri por ser muito ligeia, mult madura ov muto sabi, ‘Asenulidadeprecoce das meninss que amadurecam ripe demaisas tornavavuineivels ao confinement ea prist. A imoralidade previa Impedia qualquer pedida de protegso pela lel A inocéncla (ou ses vigindade) era. questo, nfo em que flea etaria uma meni tinh ‘dade sufcinte para ser possuids moralidade prévia significava ‘que um hometn podla fazer o que quisosse. Presumi-st que meninas ‘decor eram sempre moras. (Um dos argumentos entra alepslagio| ‘estatutira de estpro aprovads nos anos 89e, que elevava a dade fe consentimento na materia dos estados para dezessls ou desoito anos, era que meninas negrs Iagelvasusriam lel para chancagesr homensbrancos. Meninasnegrasvieam antes dae," mas no cram protegidas por ela) {Como fotografia eldeneia,o corpo delajéecamarendo por uma histria de eorrupeto sexval,jé era tachado como merendoria. Sua isponibildade de ser usado eferido fl fundamental prt.oconjanto ‘daminante dos arranjossocais, no qul ela era formalmente livre €| ‘ulnerivel ao prejuizo™riploda violencia cconémiea, racial esexul ‘Essa volenela nevessra ¢rotinelradefiniu a sobrevida da esrav sige dogumentoa oaleance da plancavionnogueto, Ao observara fotografia, nos perguntamos'e ca fol riangay As ddezenos ela terlaaprendid rudoo que preciseva saber sobre sexo? ‘Abs doze, no tela nenhum interessenlssot” Ela conhecia as mu- Theres qu trabalhavam na ru, as senhoras na enas de olrdnets, coshomens gents, os asscdiadoreseladrdes que moravamnaquadra ela? Ela passou a entender as colsas muito cedo por enusa daquilo ‘que tinha le sido feito ou apenas por observaro mundo eo redo? ‘Aviolénela fol experimentada em um estdio no stio ounacasa de ‘um yiainho reparavel? Ness aso, deque forma teri determinado ‘curso da vida dla? Fess vildncla trl elipsadon pssiilidade ‘de uma auonomia sexual ou mareado essa autonomia permanente- ‘mente? Teriafeto com qu elaarasse qu jamais amram homem ‘que butearn sua protegio? Iso a levata-aansiar por um toque fetuoso, eapas de mitigar eretiiara longa historia de violencia ‘aprurada em uma pose? Teria felt com que ela amasse om fra cimoderapio? Hees violencia fara decidi que néo queria ser uma ‘ler, mas tampouco um homem® Ao observara fotografia, podemos dscerirasnfoia de raea™ residindo na figura capturada, B uma Imagem que rio porso nem reivindicar nem recusar. Confesso que ¢ um lugar dil para se ©: mea, com adeslaragio de que volénca nfo ¢ uma exeeso, mas ‘ete ohorizone da existénca dela Fprecsoreeonheeer gue runes Jomes desinadas a sobreciver.® eas ainda assim estamos agul, Oem rathado de vioéneaesexualldade de culdadoeexploragao continua ndefiniro significado do que¢ ser negra mulher. Ao metmo tempo, tenho que ir alm da forografa encontrar outro camino para el. (Como essa natureza morta podeeia produsit uma imagem Intene ot mde articular outro tipo de existéncla, urna imagem fitiva que transmitas revolt interna? O qu conseatla em um fm sobre vida ‘dea jovem negra no interior do elnzurto negro? O cori, A tin, (salto de dana. A casa do sos. Onde compara? Fim Fernie, Vingnis# No porto do navie que trarsporcou sua bisuv das Bermudas ra Norfolk? No vapor que a conduziu ata cidade de Nova York? ‘omo terminazia Com cla dangandono Edmond’ Cllr, ov eanando Clam Howse oa limpand gtarts no Hollywood Hotel ou esperan ‘ho por uma diva no mereado de eserves do Bons.” ox cantando os ins para términ desuasentenca, quando ela rcobera seus doed- ‘mentosde soture de presente? Seriam as imagens equenciais de sua vila eeiveis,adoriveis ou deoladoras? ‘Na imagens dele com os amigos num piquenlque da greja na cos ‘ade Jersey ov abragano a namorada embalxo do ealgadio de Coney Island, eaptamos um vislumbre dessa outra vida, ouvimos os rtmos ‘ecundarios que desafiam el socal eescapam a senor ao Estado ‘poli, ainda que apenas po uma tarde, alguns meses, em seu de ‘mo nono ano, Nasimagensantecipudas nas ainda nao locll2adas, podemos visiumbrara terivel beleta das vidas rebelde. Bais us {ros ¢ fll imaginar a possve istria® de uma menina negra que ‘alvez ga por outros caminos,Disoernir um indie de porsbilida- de sentra asia por aqulo que poderia ser. Fola essa imagem quecu centei me egurar. Depois de pasar um ano olhando para una menina de cor posando nut em um velho sft de rina de cavalo, deed retrag seus pasos pol cidade eimaginar suas multas vidas. Seguindo as pegedas dela e de outras ovens negrasna cidade, race um eamiaho pelos eintrves nogrosda luda de Nova York as vainhangas equarterbes nero speidsdosem homensgem aos seus habitanes, Lite Aftien|Pequena ‘Aétiea|e Nigger Heaven [Paraiso Negro,ouconforme suas aspiragoes, ‘Mees ea City of Refige|Cidade do Regio. Desenbeias via arran- teseas lines de liga que nas décadas de 899. 1995 deimtariam as fronteitadoguetonegro. Nofim, ton setornoa ahistriade uma tinjca mening, mas uma blograiasrlal deumageracto, um etrato do oro, um filme da rebel Por déeadas fquel obeecada por figuras andnimas, © muito do mea trabatho intelectual se dedicou & reeonstruir a experiéncla do

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