You are on page 1of 94
consciénco, identificacéo e pertinéncia dos individuos aos ‘rupos. Visa © desenvolvimento da consciéncia dos ‘moradores como sujeltos histéricos © comunitarios, através de um esforco intordisciplinar que perpossa © desenvolvimento dos grupos. Seu objetivo ¢ a * transformagée do individuvo em sujeit. PSICOLOGIA SOCIAL _ COMUNITARIA do solidariedade d autonomia Fista coletinea apresenta reflexes do Grupo de Trabalho em psicologia socal comunitria da Associagio [Nacional de Pesquisa © P6s- sraduagdo em Psicologia (ANPEPP), Esta nova irea de estudos, a psicologia social comunitria, prtende contrbuir para a const de relagdessocias mais demoetiticase solidirias, © pra a promogo da ‘utonomiae da melhoria da qualidade de vida nas ‘comunidades. Neste live, diferentes aspectos das relagies ene 0 pricblogo ea ‘comunidad so abordados, ‘em especial histico, as perspectvas tebricas eos instruments de andlise ¢ intervengéo disponiveis ¢ em laborago neste campo. “Fazer psicologiacomunitiria estudar as condigbes {internas e externas) 20 hhomem que o impedem de ser sjito eas condigdes que 0 fazem syjeto numa ccomunidade, ao mesmo tempo ‘que, no ato de compreender, trabalhar com esse homem a partir dessas condigdes, na PSICOLOGIA SOCIAL COMUNITARIA Regina Helena de Freitas Campos (org.) Silvia Tatiana Maurer Lane, Bader Burihan Sawaia, Maria de Fatima Quintal de Freitas, Pedrinho Guareschi, Jacyara C. Rochael Nasciutt, Naumi A. de Vasconcelos, Regina Helena de Freitas Campos PSICOLOGIA SOCIAL COMUNITARIA Da solideriedade a autonomia y EDITORA VOZES Potrépole (© 146 ean Yue an, ua Trl. spe 0 ete ane iphone “Todos sie oer, Nethuna pre it posed wero avons pot alt tale ane msn oe ou se, Tne foi agi! os crude or un staa uaa S ‘hes com pense sera So rs (ip eno Fos oN 7.06.26 16440, annem ort agen orm Pris Sper Pepa a Tots ect Comps pr ns ee Tass es seo ‘reso oa cet 30. ato compan ner ato Ve SUMARIO Anresentagio, 7 Introducio: A psicologia social comuniaria, 9 Regina Helena cle Freitas Campos Historica fundamentos da psicolog’a comunitira no Busi 17 Silvia Tatiana Maurer Lane ‘Comunidade: A apropriagao clentica de um conceto to amtgo quanto a humanidade, 35 fader furihan Sania Pricologia na comunidade, psicologia da comunidad © Psicologia (social] comuniiria:Priticas da psicologia em ‘comunidade nas dacadae de 60.290, no Sra 54 Maria de Fitna Quinta de Freitas RelacSes comunitrias ~ Relgdes de dominagio, 81 Pedinho A, Cuareschi A insituigdo como via de acesso 8 comunidad, 100 Jacyara C Rochael Nasciutt uae de vida e habitagao, 127 ‘Naumi A. de Vasconcelos Psicologia comunitia, cultura © conscacia, 164 Regina Helena de Freitas Campos APRESENTACAO Ena coletinea apresenta reflexes do Grupo de Trabalho fem pscolopa sacl comunitia da Associog3o Nacional te Pesquisa © Pérsradvacio em Psicologia (ANPEFP?. Inspirados nas dacurtGes do grupo, consttuido durante a teabzagao do V Simpasia de Pesquisa e intercimbio Cire tiico da ANPEPP, reakzado em Caxambu, Minas Gerais, fem maio de 1994, 08 textos exploram diferentes aspectos ds relages entre 0 pucdlogo e 2 comunidad, sand ‘eniquecer 0 debate sobre 25 perspecnas tebricas do (0s autores so todos professors de slcoogia socal ‘em programas de Posgraduacao na érea em dversas uni ‘reridades brasileira ~ Pontificia Universidade Catia de ‘Sho Paulo, Pontfcla Universidade Catica do Rio Grande to Su, Universidade Federal do Rio de Jane, Universi te Federal do Espo Santo © Universidade Federal de Minas Gerais. ‘A reuniio deste grupo de pesquisadores, na ANPEFP tem por objetivo promover a melhor dalimitao do car pore aperfeigoar os instruments deanalsee interven Sspanners © em claboracdo. Ets € a primeica producao Conjunta do gue, que esperams seal 30s proissio. tal, estudantes © pesquisadores que compartiham de hossas preacupasties buscar, ef seu tabalho, cont bir pa a constugao de reagaes democrtica & solids fg nas comunidades em que awa, rienced INTRODUGAO: A PSICOLOGIA SOCIAL COMUNITARIA ein Hl ce ot Cape A comunidad, sla geogtca - um bait, por exemplo ~0u psicossocil - pot exemplo,o¢colega de profido - 6 0 lugar em que grande parte da veo cotdiana ¢ vida Entetant,o conceta de comunidade utd pela pico. logia social comunitinia tem algunas caracterstica pro- es, derivadas ds prépria forma como sua ene ns a nova sea de estudos.Sabemos que apratica Genifica no € imune aos movimentos sciais em cujo contexto se desomvone, e a psicalogia socal comunitila no & exc ‘Show esta rear, Dele meados da clécada de 60, no Bras uilizagio de teoras e métnds da pscoogia em trabalho fetos em ‘comunidades de bata renda,visando, por un ado, dese- Hizara prose, e, de auto, buscar a melhons dae cond Bes de vida da popula tabalhadora, consti epaco tw6ricoe pitico do que passamos a denominar 2 "psico- logia comunitira’, ou“ psicologia na comunidade” tetas, 1994}. Buiros populares, favelas,associacSes de bai, ‘comunidades eclesa's de base, movinentos populres em eral foram os lugares em que eramincioessasexpern. as de “psicologia comunitia” ars recentemente, com a ampliaglo dos sistemas de sale e educagio pblica na pas, 20 aumento do nim dle psicdlogas trabathandlo em postos de sai, creches, Insteicbes de promogao do bemestar social, ov setores ho stems jcc voltados para o culdado de amis © ‘menotes, em em insivigdes plas que vsam promo- ‘ero desemsovimenta soca Psicologia social comunt tia procur deseavaher os instrumentais de andlse © interven rlevantes para as novasproblematicas que se presenta 20s pscélogos Tipicamente, os tabalhos comunitiios parte de ur» levantamento. das necessidades caféncias vidas pelo “ruporcient,sobretudo no que se refered coneliges de Snide, educagao e saneamento basic. A seguir, ulizan- ose metodo: processos de conscientizaio, procures trabalhar com 0s g1upos populares para que sls assuram progressvamente seu papel de sujeitos de sua propria Fist, conscientes doe determinanes sécopolicos de sua Stuagio.e avos na busca de solugdes para os proble- thas enfrentacos, A busca do desenvohimento da cons ‘Génca cea, da ca da solidanedade © de pticas Cooperatas Ourmesmo aulogesonérias a partir ds anshse ‘os problemas cotdanos da comunidade, marca a proche {ho teria e putea da pscologia social comunitiia Apeespectiva dh pscoloia social comunitriaenftiza — em terme trios, a problematizagio da relacSo entre rodicio teérica eaplicacso do conhecimento: parte edo pressuportode que o conhecimento se produz ns [era entre o prafsional eos suetos da imestiga- ‘Go. Uiizando-se a concetuacio do papel dosintelec fais de Gramscl, podese dizer que os psicélogos tuando em trabahos de psicologis social comuntria esempenham @ papel de intlectueisvadicionais, na medi em que organizar 0 saber j constitu pela pricologa socal, © se encartegam de transmitHo, mas Cisondo a formagio de intlectuals organics, ito & sujeitos eapazes de sintetizaro ponto de vista da coms ridade ede coordenar processos de transformaso do Inettuida, = em termos de merodologa uilizase sobeetudo a meto- dalogia da pesquisa parcpante, na qual o pesquisador 205 suites da pesquisa trabalham juntos na busca de texplieagbes para os problemas colocados, «no planes. mento execugi de programas de tansformacio da realdade vida; ~ em termos de valores, o5ablhos de psicologiacomun tira enfaizam sobretudo a ética da sokdanedade, 05 ‘eitos humanos fundamentas-e a busca da melovia da qualidade de vid da populagiofocatzada. Ou se, ‘uestionase a visio da eéncia como atvdade niova- Tora, e asumese atvamente o compromise eo € paleo. Em tems étcos, busease vabaharno sentido fe estabelecer as condigGes apropriadas para o exerci ‘lo pleno da cidadania, da democracia eda iualdade tne pares Emtexmos polticos, questonamse todas.as formas de opressto e de dominacio, « buscaze 0 ddesensoliment de priticas de autozesto cooperatva (Gomfim, 1987. Géis (1993) define a psicologia comuniiria como “ana stead psicologia social que estuda a ahvidade do psigusma dacorente da modo de vide do lgat/comun dade; estuda o sistema de relagdeserepresentacses, ide fade, ives de conscénca ideniieagzo e pertinénca dos indvidos ao igar/comunidade ¢ 30s gtpos comun- trios. Visa ao desensolvamenta da consciéncis dos mora doves como sujltos hisicos e comunitiios, através de um esforgointerdscipinar que perpassa 0 desenvolvimen: to dos grupos eda comunidade.(.) Sev problema cental a ransformacio do ineividuo em suo”. Fm trabalho recente sobre a situacio da psicologa socal no Bras, Bomfim observa 0 crescimento da sea entre nds informa que “as atividades so, em sua grande ‘maiotia,consituidas por atuagbes em equpes mulidisc- plinares que estabelecem procedmentospraticos de aco. do com 2 demanda social © possibiidades de acto" (Gomi, 1994}. As principals estaréias de apo detecta das foram: reunides com os moradores para andlse das necessidaces e posses solugbes, inclusive como incenti 0 3 fornac3o de grupos de autogestio e& formagao de ‘ecutsos humans da propa comunidade epropostas de lvidades especticas, Para que a formacio de recursos hhumanos eapazes de desenvolver e dar continuidade a projetos de melhor da qualidade de vida sia vive, teamse veicado aimportincia de fortalecer o envolvimen: to afetva com os abjetvos e programas de acio proposos. Apromacio deste envoviment tem sido feta exatamente lattes do busca de uma defini pela propria comune ‘de das prioridades de atuagio. Neste sentido, o psicélogo tua mais como um analstafacitador, que como um Profisional que toma asinicatvas de solucionar os proble nas. $30 centais, portato, nesta rea de estudos, os conceltos que contiouem na analise de constiuigio do Sujet social, produto produtor da cultura, eos metodo- logias de desenvolimento da corscénci, Neste volume, estudos ¢ reflexdes sobre algumas des sas poblemsbcas especticas da psicologia social comuni- tira sfo apresentados 20 leitor, Pioneia na dekmitacio ‘conceitial da dream America Latina, Sia Tatiana Maurer Lane, profesora de psicologia soca no programa de est ‘dos poe yaciados empsicologia da Pontilauniversidade CCatdea de 0 Palo, expla o surgimento da pscologa comunitra entre rs, crante os anos 70, como reagao a ‘press politica e dminacio econdmicae ideolbxica que caracetizaram 0 periado militar na regio. Observase,n0s felatos de experincas na rea, a tentativa de promover, ‘em comunidades populares, a crescente conseiénca da Stuacio de opressia ea inicitiva de acdes vanstormad- tas aut6nomas que levasem em consieracio anecessiria vinculagio entre condigoes objetvas de vida e processos pricologcos. A part desses relatos, a autora busca define (0s pincipas concetostéricasnecessiros 20 wabslho do psicélogo em comunidade, ea evolugio dos modelos de stuaso no Bras A sept, Bade Sawai, também lecionando no progr rma de estudos pésgraduados da Pontificia univesidade até de S80 Paulo, explora as origens do préprio cor- crite de comunidade na historia do pensamento social. A autora analisa a evolucdo do conceito como contaponto 0 avanco do sento individualist que caractriza 0 capt smo. Acompanhando as perspecthas que informaram & eldboraga0 tedsica da nogao de comunidade na sacologa cena psicologla, Savaia observa como, apart de um ponto de vista totltro, 0 coneeito pass, no final do século XX 8 incorporaro sentido da resistencia 3 opressio e da lita pels cidadania pena Maria de Fatima Quinta de Freitas, dacente do mest do empsicologia da Unwersade Federal do Espino Santo, acompanha a evolucao do conceito de comunidade em Psicologia a pari das representacdese prtcas dos pic logos, e observa que a principal fonte de defnicio ds ares da psicologia comunitéra, ros anos 60 e 70, vinculavase 4 pratcas comprometides com a perspectiva de Fberacao sécopolica da populago. i no curso da década de 20 inicio dos anos 99, esta nerspectva se medic, 2 parti de transformagdes no propio sistema de side pica no pais. sts transformacses se tomam mais evidentos 3 part da prdipra mudanga de denominagao: a psicologs na comunidade passa 3 psicologia da comunidade, tomando ‘como unidade de andlse o grupo comuniiro,e a psic- Jogja comuniiria, gue toma como objeto de anise 0 sujeto consruldo séclohistoricamente |i Padkinho Guareschi, professor no programa de nds: sracuagao em psicologia social da Ponticia Universidade Catdliea do Rio Grande do Sul, convidao letor a compar tar sua reflexso sobre conceios fundamentas da psico- logia social comunitiria, como os concetos de relacbes soci, relagBes de dominagao e ralagSes comunitas, procuranda demonstrar que € na comunidade que se fesruturam as relacbes democriticas dosejives, Jacyata Naseit,professora no programa de psa cduace em comunidades eecologia social da Universidade Federal do Rio de janeiro, busca esclarecer as relagbes centre instiuigbes e comunidades, de um ponto de vista, psicossoial emostta como utlzarosconceitos da anise Insttucional ma andlie das Instituigbes de sade mental no Bras [Naum Vasconcelos, também professora no programa {de pésgraduacao em comunidades e ecologia social da Universidade Federal da Rio de Janet, rellete sobre a relagao entre qualidade de vila e habitagao, focalizando ‘spocalmente 9 processo de acupagio do espaco urbano fe da construgto. de hibtos comuntirios em habitacbes lrbanas, a8 relagdes corposcasa,e seu impactos sobre as representacdes da qualidade de vida Procura ssn, uma ‘efinigSo subjetva de qualidade de vida, que posse ser incorporada, como contrinigdo da pscologia socal, 205 Indlcadores objetivos deste conceito Regina Helena de Freitas Campos, do programa de estado em pstcologia socal da Universidade Federal de ‘Minas Gera trabaha sobre ae relagbes ene comunidade, cultura e conscincia. Busca, assim, refer sobre come as tons sabre os peocessos de construczo do conhecimento produzidas pea pslcologia socal podem se aproximar das priticas da psicolgia comunitia, sobxetudo no que se Fefere 3 emergtncia dos processes de coascientzacz0 mencionados na literatura da iea, Esta coletinea espera contrbule para 0 desenvelimen- to tebric da pscolopa socal comunitina,estabelocendo bases mais slidas para of conceitos de intresse para estudantes eprofisionas da ea. BIBLIOGRAFIA BOMFAM, ElzabethM.“Comum modems cad In: Bom, Ee Machado, ME toe deicolog soc elo Hovizo te pubbeaao auténoma, 1987 ~ “Psicologia seis pxiclons do cept e pscoogia juris” In: Achear Ret, Pcalogo rae: Pcs ements ‘desis para 2 forego, S80 Paulo, Casa do ico, ‘994 FRETAS, Maia de Fine Q. Prcaloga comunitins:Proesors ‘de piclog fli sobre c= enodeor que arena 3 su paca (Tee de davirado), $20 Paulo, Posi univers tle Catia de S20 Pl, 1994, (COIS, Cézar Wognet de Lina Nogesdepsicologiacomunitrs, Fortaleza, digs UFC, 1985 LANE sta T Maurer Pcologi én ou pica, So Pas, DUC, 1966, HISTORICO E FUNDAMENTOS DA PSICOLOGIA COMUNITARIA NO. BRASIL” Introducio Uma revisio da psicologla comunitria no Bras no pode ser feta fora do contexto econdmico ¢ politico do Bras e da América Latina. Ser diva, o galpe militar de 1964 tem muito a ver com o seu surgimento, pos se num primeira momento (1963-75) vivemos um periodo de ex: trema repressio eviléncia, quando uma reunize de cinco pessoas j3 era cansiderada subversi ele fe2 com que, indivdualment, os profsionais de psicologia se questo. nasser sobre a aluacio junto 2 maioria da populagso, @ {de qual sera o seu papel na sua congcientzacao ¢ organ zagio, sta preocupagioé mais seniana universidade, quan- do a partic dos mevimentos de 1968, questonanda 0 tensino e a academia, & desenvolvida uma refleo critica {quanto ao seu papel, principalmente am paises do Teceiro ‘Mundo que no podem se dar ao uxo de uma universidade “te oat nape See ees terse - ” fecha numa “ore de marin”: Nee ee o8 pr ‘Snes dv cane fomoeto poison eo po Grstonan sp om enpoemgieata Seca cono cnn et pene ae ots tuna sine concede dees mens Sesto Seema ue guns desde eal pe ua fessnel oe preven rm 4mm de popes = Sheep end plot ness pro tan ue sug os tos Unie emer pes deme as expresso fu comatose 8 sug de proaona Fino papules cet porn avn os tabhor {dos spc tnham um fore cunho asistencia emanipue © Invo,utizando eicas« procedienanos ser anecesss- fia andiseciftiea ~ a intengBo eta boa, porém nio os restades obsies. Fore da uriversidade, médlos ¢psiquitas preocups- dos com said publica uma ae30prevenva cam, na ‘decade 70, 08 cents comuntiios de sade mental fave, segundo A. Abib Andery (1981:12), 0 fazem numa tenfave de superar ascesicos hosp piguticns ss também, ness caso, as modangas fram mais apaentes do que esiruturs. For out ido, i na dada de 60 suge uma preocu- pag com a edcaczo popular, com a alabetizacio de Seullos como Instumento de conscientizagso ~ slo os ‘rabahos de Poul Frere e de otos, dos quaisparina: sam dversos rotsionase, entre eles, psicologos, sem ‘qualquer preocupacso em deine especiiidades em te thos de reas de vabalho ~ exam atiades inerentes 2 ‘Sadana, Exes exporéncias leam os pcblogos, na db ‘ada de 70,2 deservolverem atvidades wm comunidades fem termos de educas3e popular, tendo como meta ‘a ‘onslentiaago da populacio. Assim vamos encontrar, sob 0 rétula de psiologla foci comuritria, uma peta vlads a prevencio da site mental, unin psicdlogos, piqusasvasstentes socais © b) educacto popular com 2 partipagio. de Bedagogos,sicélogos, socilogos eassistenies sciis,No fenconto de 8 as duas nas se confunder, Tambm ‘este enconiro ura questo pouco disci, mas neces sea de ser aclrada, ft colaeada:“O que € uma com: dade” Ela & possvel numa sociedad capitalta bases na idéia de competeio? Ou cla é uma utopia que se Pretend ating algum da? [Na nossa rvsioutlzaremos dais eferencak: 1) 0 1° Enconiro Regional de Psicologia na comunidede releado {em Sio Paulo em 1981, com trabalho ealzades ma dica {ta de 70 © 2) 0 2* Enconto Regional ocorido em Belo Horizonte em 1988, com elas reerentes a abalhos da sécada de 00. Ambos foram ongarizads pela Associago Brasileira de Psicologi Socal {ABRAPSO) tendo por abje- thos a troca de experenciase, princpalmente 0 de nto ‘cometer 0s mesmos errs. Fm cada encontra fsa apre- Seniados wm torn de 10 relat, par uma audiénca de mais de 100 profsionls, como ricélogos,asktentes s0cis, educadores, socidlogos ete. Podemos ebservat estes ols encontras corrate ene preacupaiies com sate mentale aqueles com a dueagao popular, ambos ‘com objetvos dierent. ‘© encontro de 1981 ~ A procura de uma compreensio de uma psiclogia socal comunitiria © Projeto de Saide Mental Comunitira do arin Santo Antno fl apresentads por Hel Figueredo, come roposta que seoriginana unkersidade em 77, numa isso ‘do compremsso dela com a sociedide. A equip & forms. 6 por dois profesrores de psicoogl, uma socsloga eum fadmnistrador que devem orentar ahinos estapstios do ‘euteo de psicologa, © projet & preceddo por uma pesquisa que devers dlzer & melhor local de trabalho, levando a0 aluguel de ‘uma sede prépria em Julho de 79, onde sio prestados servigos como: atendimento psicol6gico individual © gr pul, acompanhamento do clube demses grupo de overs, € promocio de reunies da equipe com grupos do balro Sfimdesedetnr programas dea¢ao.Apresensa constants fe fxa da equips no bait faz com que os grupos passem ' procurla,tendo como referénca a casa da sede. Com a objetivo de atuat a nivel da sade mental a ‘equipe detecta como principas problemas da popula, lem ce queses como ausencia de ina estutura, baos ‘alias, violencia urbana, desgasefsico © psicolbsco, 3 {Questo daperda ds identdadecutual davis migragio, $tacdo dos meios de comunicagio transmitindoaideologia ‘de uma sociedade de massa e de consumo e, por dtimo, a auséncia de organizagao popula a pita desenvohida, 0 grupo profissionalchega & defini clara de seu objetivo que seria ode proporcioner fo crescimento da consciénca dessa populagdo através do puarticiparao dos indivdoos em grupes, ue 0s levaram a fuperaro Individualism © a se urvtem em atvidades que visassem mudar 0 seu eotidano, Uma outa experiénca € telatada por Petko de C. Pontual e Paulo Maldes (1981), cealizada pelo centro de Egucacio Popular do instiuo Seds Sapientise ~ SP. cuja propost é de nteengaocrtica ede prestaciodeserigos fas areas de sade © educacio, aravés de duas equipes ‘nterdsciptnates Gomalsas, sicdogns,socidlopos, asi tentes socials, e6logos, economists, pedagogos, ede fos, engenheios & arqutetos). 0 0 prinipios bisicos que norsk 35 duas equines Mo: importinca da organizagdolegitima dos rabathado- tes por eles mesos: 2 importincia do contole pela base ‘dos movimentos populares; a imporidncia do aspecto or Aanizativo como conscientizador dos movimentos: @ 0 Drofssional como dinamizador, Como animador dos gr os, nunca como lderanca.€ Pontual que afr: *Nesse fentido,o que identifica qualquer peofssional liga real mente aos movimentos populares & 0 seu papel de educa dor popula, embora ele possa dar uma contibuicao maior ‘na tea conhecimento em que ee seformau" (198130), continua dizendo que, enquantopscdlogos, ever dar ‘om a dindmica de grupos, de enconttos, com questes smetodolopicas e de a.alacao, também devem lidar com as tenses e problenas de relacionamento, posém sem fazer recortes ~ todos s dentiicam como edicadores popula vs. Hi ainda 0 relat da atuagio da equipe junto & popu lagio visando defnr problemas pronitros que evan & ‘comunidade aquestionarse 0 quanto sabe sobre a prpria realdade e a realizar uma pesquisa no baie apresentar 1s seus resultados em um cadema em quadinhos que, dvulgado, leva a uma assemblela com objetivo de diseutt (0s resulados da pesquisa e deinr or problemas prion fos, ou seis, creche, posto de Saude @ coleta de xo, A ddscussio cla creche, por sua vez, leva & producao de um fime super 8 sobre as eriangas do barto, que, quando cecbido, mobiiza a populagae aun mwimentarevindlea t6rio por creche Um tereiro relate, nesse encanto, referuse fi utiza- ‘0 do psicodrama edagégica com mulheres na perf, apresentado por Mara Alce Vassinon (198139445) € calocado como objetivo a ecucacao popula, susitando srupo a perceber a sua propra reakdade, a sua pripia ultra” (Vassnion, 1981.41). O trabalho iiciese com 60 a mulheres dvidasem dsc problemas de seu cotidano.em felego a fos, maridos, e289, famila etc, e a equpe também interdsipina) preocupase, durante dos anos, fen “como tomnar-0-grupo independent, © assumir a lopria histo e seu proprio camino” (1904), Fe grupo de mulheres assume 0 clibe de mies, spnoximacse da escola, organiza uma fea de arte eabatha fo posta de sade dando curso para gestantes, cada vez nak independents da equipe, qual recorem quando ecessiia,necessidade essa que se espaca cada vez mas 230 longo do tempo. ‘© lato encerrase com uma reflexo sobre 0 pico ‘ama como send “uma forma de aproximacao extrema mente sauclivel porque nto se fea falando,e, pars povo, falar nem sempre 6c.) par estimular umalibertac30, imptinie a diego sua propia realidad (0 pscodkamal ‘muita importante” (198148), fh e Maleios apresentaram suas teflexdes sobre 8 psicologa social comunta no Nordeste(Paraba), agora ‘olds para um formacao urivesria nivel de mest to em psicologis na comunidade da Universidade Federal (a Paraiba Dae obseragbes e xporincis mlizadas, 0 autores definem do nivels de asasi0: 1) desenvohimento de trabalho educacional vsando a mobllzaca0 o arganzacs0 tle grupos comuntiios para a busca de solugbes de seus problemas 2} desenvolvimento de wabalho de asesore mento a grupos js exisents, F finalzam affrnando que a atacSo do pschlogo “deve darse no sentida de ue 4 reslucio das stuagbes de iss india resue na superaco das contadiGes Socal que geraram’” (1981-102) através de um proceso se conscionzacio (Outs expeincias em contros de sade, em baias, ‘com grupos de mulheres, de adolescetes, de teatro, © ‘outros, fram apresetads, sempre enfatzando 6 grupo ‘camo contigao bisca tanto para a acio liica, como preventna eeducatva ( Fnconto de 1981 se enceta como questionamento se a.auacio dopscdlogose caracteren por tare vieando 2 prevencio e 2 cura da doonga mental ot por tetas feducativas e conscientzadoaas. "0 que & especiicn da ‘Psicologia e dos demas profisionis envolidos nas mer ‘mas tare, qual o papel dt universidader™ (1981967) © que vemos nesse momento & ands uma vista do pricologo que se define peas teenicas que utiza eno pelo conhecimento que ele em do psiqusma humana, do Incviduo como pessoa que se const na relagso com ot ‘outros, no desemvohiimanta de suas alwviaces, no mon ‘mento de sua conscéncia ena produgso de sua denice, ainda uma visto fagmentada do indidvo: sprendiza ‘gem, educario & um proceso, terapiaé out, concen acto ¢ outo ainda Parece que o nico ponta consante lego grupal, ao enconto com os outros semelhan tes que descobrimos areabdade, que descobrao 3 ind vidualdade © a sociedad. As dlierentes ideas slo dscu- tidas em tomo de técnicas a0 invés de conselerarem 2 nature do pquiema humana © a naturezs do inv ‘ue interage com out, Encontro de 1989: A procura da sstematizagdo No Encontro Mineo de Psicologia Comunitirla de 1988, relatorespracusram defi qual especticade da prea psicoldgia em comunidade,e grande Enfase& ‘dada 28 tHcricas de dindmica de grupo como se pode ‘observar nos rats de Eizabeth orn (1980:200).€ 2 a pando conecimeto dos pone ds nudes que se theges cranny pop expentrca qu a {star Ad Mats Moho elt soe fel de ‘ia meabo Minds em ab Horo As aides de Jehan ce rope out Seas ee pmclog cam os meadoes em tents auto ‘rauniard sts de econ qu so dele eo ‘Shrek de nfrmagbes se eon qi com ade tem pa use de slug, ua pra {pupa pug de pula ewan autora Glows ca de chopershas Aatuagio ease dem feu de ase e wrap ch aiodepeeio vane © ‘Squmeno ates, E ainda a Vila Acabe Mundo que Alayde M, Cait de ‘Acanes (1988150) tlaa sua expesgncia com grupos de ‘Mlolescenes, onde "nao se fala em psicélagos" mas se trabaha em artesanst,visando, aves do desenvolvimen- to prop » compreensio dos elas soci eds reatas hecessiis para ums melhor comunéncia Elizabeth Rami sintetiza © wababo de seu grupo Minnan a exstncia de uma rloga esta ete side condiies te vida, cabendo 2 pscélogoatuar no sen flo de que "ss contigBes © modos de vida precsam ser Gominados para que aja autanomia de suo para eee» ‘era sun sade" [1988:202). © tabalho apresentado por Angela Caniato & uma _aliagia da experiéncs realzada pela Universidade de ‘Maringé em urna comunidade atendida por posto de sai de, ¢ condi que "ops logo esbatra ros ites tericos fe cries da su formagio na univesdade, que no lhe perme responder as Gemandas de atendimento sicosso- Calmente colacadas pelos populocoes que feqUentam testes postos de sade” (1988:180), € contra afrmanda ‘ue “0 cidadio desaparece sob o invkiuo doente que Py frocura 0 pricslogo para se tata" (1988:181}. Dat a fecessade dese reste 2 ndviduaidacee a subjetne dadecompettnca do psicologo, Por fim, Willam €.C. Pata fax uma ave do ine also como produto da moderna, ¢, arasand 9 le “A classe opariia val 20 paraso", conc que a ande vitima, mais do que o compo do indviduo, ¢ a subjetvidade negads por um poder arbitra, Resgata a questo do poder que permeta as elacdes socias,apontando para a necessiade de se derencisr “padersrabalhosenco” de "poderdominacaosutortan ‘90°, 0 primeio sendo ur ogo de mitias latins « 0 segundo apenas um fetch, CConclundo 0 relto deste Encanto podemas observe tm avenge a defrigso do que seja uma auacio da Dsicélogo em comunidades, cabendo a ele desenvoler _Bupos que se tornem conscentesw aptor a execer um ‘utocontrole de stuagbes de vids através de avidader ‘cooperathaseorganizads. Para tanto, enlendmento de relagbes de poder que se consttuem no cotdano & de ‘grande importncia para a comprecesto taro davokneia axbitrra quanto de uma a¢30 cooperativaetansormado- 'a. Por outro lado, o resgate da subjetidsde que impica ra compreensio das representacaes do mundo em que \ive até 3s emogbese afetos que finery 3 sua individu Tidade orca. Algo estes rabathosapresentados nos Encontro, v- fas universes tém endo o que chamam de “sega de exonsio” visando integra alunos eprofessores de die ‘entes eas na presiagao de senigas socedade eon ger nesta lina a part;pagdo de psiclogos em wabalhor ‘omunitrios em sido bastante significatha, A guiss de exomplo gosariams de relator 0 trabalho \desenvolvio na Universidade Media de Praciaba SP (UNIMEP), ond 0 servigo de entens5o se origina pela waco de equipe de pscélogossocaisiderada por Lucia Reboreds, junto a popula faveloda da cidade, levandoa se consituir em associagdo, a revindcar seus dretos, a methorar sua condi¢io de vido, chegando a um projeto de autoconstres, com a partipagio de viros setores da Universidade. € um trabalho que forelatadoeanalisad por Rebored em sua tese de doutorado, 0 qual je estende porvatios anos ese ampliapara ours athidades, arantda pela insttucionalzacio do setor de extensio univers Integrada a0 ensino e 8 pesquisa ‘Trabalhos comunitérios na zona ral Acreditamos ser importante ainda uma menci0 20s \rabalhos comunitrioe desenvolios na zona ruta prove ‘elmente os rimeirsafalarem em comunidade,contando om a partcpacio de centsts soci, e que s estendew de forma semelhante por véros paises da América Latina, [Na década de 49 encontramos o¢ chamados centos sociais que deram onigem aos atvas centroscomunitrios. Esses coniavam como apovo dagrja Cadi, de assiter- {es sociis egos governamentas, rand equipes tine rantesinteriscipinares (médias, agrdnomes,assistentes Sociaise outos} que procurvam organizar grupos locals ‘que dessem consinuidade 30s vabalhos propostos ~ bast camente educativos, Porém estes em pouco tempo se destazam, AApGs a1 Guerta Mundial a ONU deservolve um programa de Desenvolvimento de comunidades que no Brasil contou coma cooperagio dos Estados Unidos, visa do a consolidagio do sistema captalsta. Em 1951 sio definidos os objetvos destes centos, entre les, 0 de: *consttulese uma orgonizagio democritica cbececendo 20 propbste de fomentr a soldaredade comunal, spon o, para tal i, de um leal onde postam se reunir, em de ipuaklade, os residentes de um masmo setor, para Daricpar de atvdades socisis,recreatvas © educatvas™ [Apud Amman, 1935: As ativideces deservohidas neses contros se caracte fizavam por serem “acicas ¢ aclssistas, procurando através da agio comunitina desenveher 03 Indios e, conseqientement, a sociadade. O combate 20 analfabe: amo fo primeira meta, seguida do ensino de teenologas agrcolas numa segunda etapa, cramse insttulgoes que ‘sam uma maior integracio socal {Em um seminiro realizado em 1960 foram estabelec> dos principio bisicos para o desenvolvimento comunté- tio, que impcavam na ajuda de cientstas socal oren- tados pela perspectiva positivist de sociedad que levana 2 uma posta essenciaimente paternal, mas com um dscurso deservolvmentta, Tatavasede harmonizar abe vés da parcipago de todos, 0 confitos existentes are ‘dando “que a igualdade social poderia brotar automa: ‘ieamente ds estrturas econdémicas socials © politics do ‘apiasmo menopolta”(Femands,F,“Prefiio® in Am ‘man, 1985:43), Um destes coniroscomuritirios fo estudado por Patt {da Maria C.C. Mortara pra a sua diszertacio de mestad, efendida em setembro de 1989, Através de entrevistas abertase de andise das representagbes socials de morad ‘es ce um bro da cidade de Amparo no interior do stado de Sio Paulo, Mortara estuda a conecéncla social de paticipanies de avvidades do cento comunitiio. Que ‘ongrega grande parte dos moradores do bai, (© cent comaitto fo eiado em 1969 poe fazendes- 10s liderangas locas (que osustanm a8 hoe), visando tua na sae preventvae euatvae na ecicagd formal » «informal, tendo por finaldade “promaver o hamem, Integrando-o na meio em que vive” (Mortars, 1989.72), Atualmente, 0 cenit desenvolve atvidades tis como: igrupos de mies e jovens, atwidades educatvas desde préescola a6 a lnteracio escola-comunidade, senigas nbulatorias médicos © dentos, atendimento pscologh £0, cursos profsionalizanese recreagBes soca, abe observar que aqui o psicblogo € 0 profsional linico que atence pacientes encaminhadas, sem qualquer ‘aricipagao mais ava nas relagdes comuntiis,apenas faz parte de uma equipe que presa seruigos & populagio. ‘Ao analsa as representagbes de moradoresparticipan tes de avidades do centr, Mortara mosta com dareza {que 0s homens antes calonos, ora asalarados, mantém uma relac3o afllatva com os pats que “sio bons e no aga melhores salvos porque nfo podem”, a culpa édo foverno...As mulheres cuidam dos afazeres domésticos © ds fihos quando casades, ou tabalham em atvdades femininas procurando sempre que possve! ajudar os ou- tros."A uniso entre 0s moradores do bairo& exaitada em ‘conraposicao a outros locais (Mortara, 1989:162163} Em suma, este estado masa com clareza a existéncla de tabalhos comunitirios que, porsua ocigem pateralta ‘ objlivos aesstenciis, vam & manutengao de conscién as ragrentadas pelo idealima e indlidualsmo, 0, de fate, impedindo qualquer avango tanto na agso come na consclncia, Nao podemos deixar de mencionar que alguns anos antes fas da década de 40 @ nico de 50), em Minas Gerais, uma psicéloga, Helena Antipof,defenia o prince pio da edueacio democrtica e de que ainligencia era algo constuido socialmente. Na Fazenda do Rosiro ela iow um centro educacional onde qualquer enanca = deficient, abandonada, pobre ou rica, branea ou preta ~ ‘Baha seu lugar garantido. Criou, também, a Awsociaco {Comunitina do Rosirio, na qual psicéloga, educadores © { comunidade wabahars em conjunta pela melhova das ‘eondicdes de vida da poplasio e por suaautonomia, Toda ‘sta hstria, to braseva nos sede contrastes, fo pes {ada por Reqina Helena de F Campos em sua tese de doutorado, continua a ser pesquisa por seus alunos (Campos, 1990). Os resuados estes rabalhs podem ser Vistos no museu dedicad a Helena Antipt, na Secretaria 1 Educacio de Minas Gera, Se 0 estudo de Mortar carcteriza a malaria dos ‘centros comunitéios na 20na rural, exstem exces onde se procura desenvolver uma pscologa social comurntria visando a organizacio da populacao para acdes com auto- omia que lem 3 solugio de problemas concretos orun- dos da contradcio fundamental entre captale trabalho, E 0 caso de trabalhos desenvohids no Estado do CCeaté,« partir do servico de extensi0 da Universidade Federal deste Estado, sob a coordenacio do professor # Psiclogo Cézar Wagner de Lima Gos. S50 trabalhos pu biicados", que conhecemos em recente vista a0 Ceaté por ‘casio da 41* Reunigo Anual da Sociedade Brasileira pare (© Progresso da Ciencia Portantaestaremos apresentando © relato oral do professor Wagner Gis e 2 vista que fizemos, em sua compankia, a uma aldela de pescadores ‘onde um grupo de psicélogos e educadoresatam. Um dos rabalhos elatados ocomia junto a uma coms nidade agricolaexratvano “apres” quese achava em sia fase final ou sj, retrada da equipe universitiria do lca, ‘dado 0 desenvolvimento e auionomia organizaiva da por “enim dm eve Mer chr AsO naa" dsvoembmde wsmucade a ER » pulagio. Ea um trabalho de alguns anos de troca de Saloeres, de patcipago em srupos e de assessoiareque- rida que atingiao seu objeto: a conscicia da cidadania, a visho clita dos problemas vvidos e dos canais para Dossives solugdes. Nesta fase fina, a ida da equipe 20 ‘muniipia era esporidia, havenco mais uma intengio de “reforgo” do que de assessri, para gaantr um sentimento de segurancae 20 mesmo tempo algo como se precisrem de 6s estamos acu, A outa comunidade, na qual assstinos a uma eunido abera, era uma aldeia de pescadores que estavam send ‘expulsos por industiais explorndo 0 pescado em larga ‘scala, impedindo dretae iniretamente a sobrevvéncia allmentat e econdmica dos pescadorese suas familias. A ‘eunido visava dscutir os dietosvolados e como agi para defendélos. As sugestes vararam desde a ressténoa ‘armada até 6 apelo as instuigdes govemamentas, € 35 ‘estratéaas propostas consideravam 0s mais diferentes dn {ulos, até chegarom a decisio de recotrer as insiugoes legals, porém com a moblizacSo dos meios de comunica- ‘lo de massa e sem dear a vila desproegida. A reuniso texminoy com a designado de quem fariao qué. Pudemos rotar que 8 equipe da univorsidade, apesar de bastante fentrsada e querida pelos moradores do local, apenas ssa 2 discussao,coordanada por um deles, e 6 partier ava quando soictada para algum esclarecinento. Note ‘mos a confianca no poder de decisio do grupo sinal de luma autonoma em constiucio. Em busca de uma sistematizagio tebico-pritica Certamente no demos conta com estes relatos de todas as expeiéncias em psicologia social comanitana que vém ocorrenda no Bras, porém acredtamos que eles "sjam signficatvos em termos de representatividade das 20 andes questoesieércas © prticas que a earacterizarn hoje er nosso pas Apart desta revisdo nos compete ind uma sistema: tzacio tesrico-pitica, dentro dos pressupostes que vém. ‘orlentando nossostrabalhos nestes limes anos, As diversas experigncias comanititias vm apontando para aimportincia do grupo como condics9, por um lado, para. conhecimento da realdace comum, para 4 sutoe- flexi e, por out, paa a aco conjuntae organiza, Em ‘outs termos, estamos flando da consciénca © da atv dade ~categorasundamentasdo psiqusmo humano, que slstematizam muito do que se sabe sobre comportamento, aprendizagem ¢ cognigio, Quando se procurs resgater 3 subjtvidade,estaimplica necessariamente em identidade, ‘eategora que leva 20 conhecimento da singuaridade do individuo que se exprime em termos afetivos, mativacie ais, através das relagdes com os outros - ou sea, na vida ‘ropa A andlse das és categoriasfundamenais~ atvidade, conslencia identdade - 35s faz poo registro de mechs ‘Ges coma inguagem (e 0 pensamenio etamenta essen al para 36 telagdes com oF autos © que irk constitu contedidos da consciéncia. & so também estas rlages Seda que se desenvohem através cde atidades que, porsua vez, sorem 2 mediacao das emogoes india, posse ment consivindo contedos inconscientes presents tN na conscincia como na atvidade ena dentidade. Sintetizando,o psiedlogo na comunidad taba fon.

You might also like