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Conceitualizando casos usando ACT “Nido hé nada mais pritico do que uma boa teoria.” Kurt Lewin (1951, p. 151) Aprender a conceitualizar casos a partir de uma perspectiva ACT é fundamental para 0 usc hibil e consistente da abordagem. Desenvolver uma imagem coerente de como 0 comporta- nto de um determinado cliente esta funcionando no contexto 0 guiari no apenas no que fazet em terapia ao longo do tempo, mas também nas intervengdes momento a momento em sessio, A conceitualizacio de caso pode variar entre um procedimento formal que inclui avaliacio, obtengao de histérico, compreensio do problema apresentado, consideracdes sobre a diversidade humana e planejamento do tratamento, ou uma breve ¢ rapida conceitualizagio para orientar uma intervengio em um encontro de 15 minutos em um ambiente de atencio priméria. Independentemente do contexto, 0s terapentas da ACT devem ser capazes de desen- volver uma conceitualizacdo inicial dos clientes e também se engajar no trabalho continuo par: manté-la atualizada. A chave pata conceitualizar casos a partir de uma perspectiva da ACT esti na compreensao da funcao ou objetivo do comportamento dos cliente: Olhando por uma lente funcional na conceitualizagao de caso em ACT € guiada pelo que pode gem que € apenas moderada ara a conceitualizagio de a qual usamos uma lingu Neste capitulo, nossa orientagao Pp’ chamado de teoria de nivel médio, n mente técnica, em comparagio com uma deseri Nosso foco ¢ entender o comportamento do cliente em termos dos proces Capitulo 1, que diminuem 4 flexibilidade psicoldgica (evitagio experiencial, fusio ¢ assim por diante) onlqne a promovem (accitacao, desfusio, etc.). A conceitualizagio de caso também pode ser conduzida usando uma abordagem mais técnica que se baseia nos principios do con- rigorosa do comportamento. os descritos no do analitica ms RET ou outros prineipios da analise do comportamento, ¢ funcional, prin der a teoria nesse nivel perante © classico, dicionamento of podem oricnti-lo a apr ecem OUTTOS FCUTSOS UE P sis icos ¢ RET se voce estiver inelinado a ent ipios comportame inelnalo a ene 4 7 Ramaers & Torneke, 2008; Torneke, 2010; Villatte et al., 2015). ACT tavorece o uso de principios gerais do comportamento sobre © modelo de di amento guiado pelo DSM ¢, como tal, é uma abordagem transdiagnéstica, jagne amento guia ro tal, ordagem transd \ conceitualizacio de caso sob essa perspectiva refere-se 4 aplicagio desses principios gerais = 20 uso do entendimento adquirido para orientar a sel a0 comportamento do cliente € v0 ; Ge intervengdes no tratamento ¢ na avaliagio de seus resultados. Por “comportamento”, sensagdes, além gueremos dizer tudo 0 que uma pessoa faz, incluindo pensar, do comportamento aparente. Todo comportamento é observado através das lentes dos seis processos principais da ACT, com um objetivo central de aumentar a lexibilidade psicolégi- ender mais sobre ani ais by sentir ¢ sua ca.a servico dos valores do cliente. . Da perspectiva da ACT, quando a flexibilidade psicoldgica esti presente, as experiéncias de vida (isto ¢, 0 que os tedricos do comportamento chamam de contingéncia’) tendem a levar lade ¢ bem-estar (ver a um comportamento eficaz ¢ a uma vida cheia de significado, vital Kashdan & Rottenberg, 2010). Dito de forma mais clara, a flexibilidade psicol6gica permite que as pessoas aprendam com o que a vida tem a ensinar. Portanto, é importante explorar comportamentos ligados & flexibilidade psicolégica como parte do processo de conceitualiza- cio. Por exemplo, o clinico da ACT deve avaliar a capacidade dos clientes de se adaptarem a varias demandas situacionais ou modificar seu comportamento quando seu bem-estar estiver comprometido, além de avaliar sua capacidade de mudar de perspectiva ou equilibrar varios desejns ¢ necessidades em uma variedade de dominios da vida. Para cssc fim, a conceitualizagio envolve examinar o hist6rico de aprendizado e o contexto de vida atual dos clientes e pensar quais métodos da ACT podem set usados para direcionar os processos funcionais que apoiam ou reduzem a flexibilidade psicolégica do individuo. Em esséncia, uma abordagem ACT para 4 conceitualizasio de caso procura responder & seguinte pergunta: que fatores especificos, na ida de um cliente, deram origem a seus problemas perticulares ¢ levaram 4 sua versio especi- fica de inflexibilidade psicoldgica e restrigdes na vida? Em outras palavras, como 0 comporta- mento do cliente esta funcionando para manté-lo preso a0 sofrimento e desmotivado a viver de acordo com seus valores? Com a andlise funcional, as intervenes podem ser selecionadas com base no objetivo do comportamento do cliente, ¢ no na sua forma. Em termos menos técnicos, entender a funcio do ieee eae de onde vem 0 comportamento (p. x, historico de aprendi- portamento (p. ex., propdsitos como a fuga ou a evitacio), € nio como ele se apresenta (p. ex., sintomas especificos). Essa abordagem permite a possibilidade de que diferentes intervengées s, semelhantes, mas sao funcionalmente distintos, quéncias do comportamento para observar sua fun- ee ae “andlise funcional” €normalmente usado de maneira cr a ett stents de entender a fungio do comportamento, particularmente pode cae oo € Processos de flexisilidade. Por exemplo, um crescente cot a y » 2006) sugere que a maioris dos transtornos de ansiedade é mantid2, m parte, pelo mesmo processo funcional: vita pensamentos e sentime: que de panico); © no 1% jaane um atagqe de j Hen TOC, o cliente esté evitande se edo THPT. nao ser mais considerad um tnstorne de at i Te ele nos Obsessives, pes eriénicias, siedade © ansiedade, cle é definido _., eT or experiéneias dle ansiedade © med) Limbor 0 contelide he efi — em par’ mM variar by, » que € evitado © a forma a aastante de cliente py a evitagio experiencial fuga de eventos internos, Ne 1 diferentes compartil fo 0% ara cliente, © processo funcional mé , om SSeS exemplos, comportamentos parece m a mesma funcao, qe - Porm, He, como acabamos de observar que portamentos que parecem ipuais, mas sa nie pode fazer um churrasco também ¢ v 65 clientes podem exceu ur com © funcionalmente diferentes. Por exemplo, SHEA para Os amigos ¢ evitar s um clien oridade, enqus inferior seguindo uma re cndida de seu pa m churras aprendid r dos © se sentiria culpado caso nio fizesse Ambos os conjuntos de comportamentos sio semelhantes na forma ¢ parecem até ‘ntimentos de nto Outro cliente pode fazer um churn ASCO porque es sobre churrascos em feri: u p evento sob controle aversive, com a evitagio ou a fuga de uma experiéneia negativa, mantendo o comportamento, Hntretanto, um terceito propésito para fazer um churrasco porte ser de ex oeesat aprego pelos amigos ¢ agit sobre Fpsideravelmente diferente, ap star esta 08 valores de conexio e de unitio, Essa é uma funcio sar da forma do comportamento ser similar. Nesse caso, 0 »b controle apetitivo ¢ é mentido pelo contato positivo com os cons comportamento parece es tivos baseados em valor Em resumo, em uma abordagem ACT a conceitualizag éolhar além da forma particular do que o cliente fa: objet > de caso, 0 trabalho do terapeuta 7, Scja uma acio, pensamento ou senti- mento, ¢ fazer suposi¢des inteligentes, que so entao testadas em terapia, sobre a funcio dese comportamento, dada a historia de vida e contexto tinicos do cliente. O terapeuta trabalha para entender a historia que deu origem ao comportamento do cliente, por que ocorre nesse con- texto especifico e © que continua a manté-lo, a selecio de intervengdes, em vez. de fornecer aos clientes informagdes sobre o significado de ssa anilise funcional ¢ cntao usada para orieutar seus comportamentos. 0 pensamento funcional como um processo continuo Como mencionado, na ACT, a conceitualizacio de caso nio é realizada apenas no inicio da terapia como um processo formal, como descreveremos em breve; também ocorre continua- mente durante toda a terapia. Conforme observado na pratica da competéncia central no Capi- tulo 4, a0 tentar entender as fungdes do comportamento do cliente de maneira continua, é util Conceitualizar 0 comportamento dele em quatro niveis: 0 que o cliente diz pode ser en- Cor idente. Talvez de forma mais obvia, eee ete se um cliente diz que tendido como verdade, ou considerado literalmente. Por exc, ae 4 i i ‘a ansie¢ a ¢sti ansioso, vocé pode lidar com isso como um relato literal de ‘al do cliente. Os comportamentos do ostras de seu comportamento social. eracdes sociais, tudo 0 que o cliente ‘agio mais geral com o seu mundo Como um modelo do comportamento soci cliente em sessio podem ser entendidos como ami Como todas as interagées da terapia também sao int faz em sessio pode ser reflexo de um padrio de inte Social. (Discutiremos isso mais a fundo no Capitulo Gueixa de ansiedade pode estar mostrando como ¢le ou Sutras pessoas por meio do uso de termos emocionals. e 9,) Por exemplo, um cliente que se le ela regula o comportamento d

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