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*Medicina EDESPORTIVA eee eee nen Fe Nioeest Pe ee een ce Cee SV ae Caen Reon fete oe ite BC cI CM tL) BTCC Brosh Ves rep Cee est ed no Follow-up de Doentes apés Infetao ETUC Re er mme RCT elite pret ees ste Renee) Particularidades Médicas do Treino da Peers cat) PNT Cpe PO rsa teeee ee cent bs tect eet) Bor) relate Oech eC B NEUE! Itha de Sao Jorge 4 Ilha Terceira ES Viera Cele OR) Laem Ce tlotel Summit 2021 ea etm Gee nCeces Subtalar: uma Entidade Errante Seas eeneret Os § DOAs sao 0 tratamento de fundo icado para a osteoartrose, ‘alto grau de recomenda¢ao' \ Naty Ce CU CUS CSUN IMC es Rec iC) EUCLA OD APO eee Res CS Cl eT CS CEE RSM ets uuu SES CU yaeroynny elalaalie ley por dia* com AgGo Sinérgica eC OL) eee) Seren omc) oy CO Ua) ed Er Ce ee ee ce Aaa oases cere ae viremia ee oer (oa etree en erne nN rer eC moe oR Pence ioc ee ennemeenen rere canoer are ere Ce ee an an eae eC ee SD crea) onset eect Cor eee Neca bee en ee em ey DULL Ld sMedicina EDESPORTIVA 1Nforma Bimestrl Margo 2022 Ano13—— wwwrevdesportivapt ‘Ntimero 02 Preso - 5.00€ Pendurada na mio da mae a crianca caminha, vai em frente, vai para além, nfo sabe para onde vai, nao sabe porque vem. Na cutra mao deixa cairo peluche, arrastado pelo chao, como muitos que ficaram para trés. A mae segue cabisbaixa, hoje nao sorri, pouco fala, parece triste, o seu coracdo sofre. A pequena mitida vai cansada, olha a mae, pede-lhe ajuda, recebe lamentos de conforto, deve olhar em frente, o Sol espera-a, 18 atras € noite, o fume das bor ‘bas turvou o céu, escureceu as almas, interrompeu a felicidade. A fronteira est jé ali, a mae sussurra algo, parece que Ihe diz que ali estar em seguranga, a mitida nao entende, nao sabe para onde vai, ndo sabe porque vem. Recebe sorrisos, vé olhas bondosos, saboreia o leite achocolatada quente. Ja nao ouve trovies de destruicao, vé o céu iluminado, sente maos de carinho. Abraga o peluche com forga, parece que sor também, o seu olhar mudou, transmite agora esparanca, ele diz-lhe que em breve voltara para casa, Ja é tarde, a tenda esta fra, os coragdes a sua volta aquecem-Ihe 0 carpo, o boneco parece mais contente, O cansaco fecha -lhe os olhos, a esperanca ajuda a adormecer, tem tempo ainda para owvir o boneco dizer-he para dormir bem, em breve voltaré a ter alegria. © Sol j8 brilha, a maozita do peluche toca slhe no peito, quer acordé-la, esta euférico, De mao dada, saem os dois da tenda, ha alegria no exterior, hé festejos, danca-se e ouvem-se foguetes, a mae surge a correr na sua directo, abraga-a, chora de alegria: "Anda, prepara-te, vamos para a nossa casal” Basil Ribeito,diretor Entrevista: Dr Sérgio Rodrigues Gomes 2 Noticias 3 FMUP: Resumos ¢ comentinios 4 ‘Caso elinico: Rotura Bilateral do Tendo Rotulians ° ‘Temas: 2 Alteragdes Funcionais ¢ Imagiolégicas no Follow-up de Doentes apés in com SARS-CoV-2_O que Sabemos até agora? v ‘A Osteite Pubica, Clinica e Tratamento © que lmporta Saber 8 Particularidades Médicas do Treino da Pessoa com Deficiéncia, 20 A Usllizago dos Esteroides Androgénicos Anabolizantes no Desporto e os seus Efeitos Hepatobiliares % Reportagem: Travessia a Nado da Iiha de Sio Jorge &ilha Terceira 26 ‘SPMD: Resumos do Sports Medicine Summit 2021 a Clinica Espregueira: Instabilidade Subtalar: uma Entidade Sulbdiagnosticada? 2 Agenda 26 Aes dees Desi nfoma uma psbleagi de bo aon epbleaobimesal ed cite éico-centca Ten come objeto lyr coneieas tod ‘stor dear et de etait sani camo plier ‘iove lice talc or nda ec Depern Divan ioe Genin rae ors DaTeLGalcrso cua -to-ignstcinse Dafa olen trp dnote fener pul enotoda ad Sb] MEDEA DISONTA naan orn IU set > evita footers Re-seal atts rior sn sae fora ade ede ra nadernet sri xn MENA MEENA ip ene MORN EBA MAG [worm es cng dtr Fr fen adoro ae cin J OPALMOLOGA hea er =o Ca Gang Dip ‘us es EMEA Trea Canepa caine nenaid elrdce me Pht no np are or Bn = isbn =p len ep PRBITRA nie hPa er and Be eon Uo UNDIES ‘Bosra mcoeh eqn pe busta See tp Come Seo SADDEFONGEA oases dS nee toy Des AAS. VALENTE REO [Dee a NUNO FEMERO | Sch-des JOSE RAMOS | trang SH) REA TOMAS | canes JOSE VAZ, MONO "Dig € COMMA Ta SAUDE BESPORT, LOA [Sep Tapas Jose FERGIA | fps ck epe WWMFREEICCOM | eso MUETEEUA Sece= ha to Cero d fart 8 = fbb Pr [Seed eo sede ene « pope UMA OMI = EDGRO E GOMONIEAGAO EM SAUDE DESPORO, LDA Hn Sons ‘Day nth btu tht se Mace tee [uineion “antes [Ea sbawzonemiopmaioes | wmmenderpertmy [ce tet) | Seen Coe yp de apa een Con tnt Gent ee Rha [Papeete se wees [Dap a O85 Te | ‘ees Reeth te insti ta Comuego Soc sb © x SHO [A repre pren sng ene tinge htt de asia Depart ier & pei evista de Medicina Desprtiv informa arc 22 3 Rey Medicina Desportva ior, 2011). Rupe ergia.28:sfteita 2022 ma De Sega Rodigues itd rdiogses descado salle espana Urbs Porug! ore um médico muito interessado na imagiclogia aplicada a0 desporto. Come surgiu esse gosto? Entrevista ‘A minha histéria é um eléssico, ‘Sempre adorei desparto e quando ingressei no internato de radiologia dediquei-me logo & area muscu loesquelética e apaixonei-me pela imagiologia desportiva, Sendo wma area pouco desenvolvida, rapida- ‘mente surgiu a possibilidade de avaliar atletas de clubes portugue- 4e8. Em 2008, fui convidade pelo ‘SC Braga para responsSvel pela innagiologia da equipa principal e restantes atletas. Juntamente com 0 Cento de Tomografia de Braga (CTB) do grupo SMIC, atualmence Unilabs, assinmos um acardo que garantia fos atletas do Braga acesso ao estudo por imagem 24hx/d quando 9 centro faneionava apenas em horério labora Foi umm projeto pioneiro em Portugal Enttetanto, passei a ser consultor de ‘varios clubes da Primeira e Segunda Ligas, Liga 3, Campeonato de Portugal & amadores. Comecti, também, a cola Dborar com a Federacio Portuguesa de Ciclismo e, desde 2014, com a Federagio Portuguesa de Futebol. No meu CV esto ainda clubes da Liga da ArSbia Saudita ‘eda Premier League e do Championship de Inglaterra Um exame é mais que uma imagem. E interessante como clinicamente ‘o enriquece e fornece ao médico assistente elementos importantes de prognéstico, Costume dizer a brincar que taba. hay em radiolagia desportiva nio se tyata apenas de fazer exames, mas da disponibilidade para resolver proble- mas, Na minha opinige, a tesolugie dos problemas assenta em dois aspetos: 2) ‘o conceito de estudo imagiologico como consulta clinica e nao apenas como ‘exame complementar e 2} avalingio os achados imagiologicos & luz da evidéncia cientifica, Como se diz num conhecide programa despartive nacio- nal, so basta ver 0 jogo, preciso ler ‘jog. Nao é suficiente descrever os 12 parc 00? wamsenderprtv pt achados imagiol6gicos,é fundamen- {al nterpreta-los, o que abriga a0 seu enquadramente clinica. Tenho aprendide muito sobre interpretagao da imager conversat com os diferentes elemen- {os dos clubes com os quais trabalho, médices, fsioterapeutas, enfermeiros & também com os préprios alletas! Tento redigir o telatério como se fosse urna conversa, onde pracuro responder 3s perguntas mais fvequentes, elodos sabe~ ‘mos que a primeira pergunta 6 sempre quando é que o alleta vai poder vollar'a Jjogar daia minha grande preocupagio ‘com o prognéstico da lesio. ‘Onde adquiriu este dinamisme dinico aplicado & imagem? Accapacidade de a mdiologia se manter relevante, porque vai compet com inte ligSncia arficial, depende da capacicade Ge aprofundar a sua componente clinica Portanto, este dinamismo € itrinseco ‘minha visio da radiologia. Uma das grandes inspiragdes desta aborciagem & Imagiologia desportiva resultou na oportu- nidade de acompanhar uma equipa multi- isciplinay, com radiologistas e médicos de medicina desportva muito especializados em imagem, ligndos 20 FC Barcelona, Marcou-me a visio do Dr Ramon Canal, Garetor do departamento médico, que me incentivow a integrarme nas equipas clini cas dos clubes, Nesta altura, 4 se notava a crescente importincia da imagiologia na rmedicina desportva CClubes eurapeus de topo, como 0 Manchester United e o TC Barcelona, estabeleceram parcerias com uma empresa de diagnéstico por imagem para a intemalizagio da radiologia nos seus departamentos. Em Portugal, os clubes ainda nio tém a capacidade de trair estas parcerias, pelo que a minha op¢io passou por criar um modelo de consultoria, ainda que externa, que se assemelhasse o mais posstvel & inter nalizagio da imagem nos clubes. Estow isponivel a qualquer hora e dia da semana, incluindo fins-de-semana, para a discussio das lesdes dos atiatas. O alcance nacional da rede de centros de imagiologia da Unilabs tem sido funda mental para este modelo hibrido. que gostaria de ver na requisigio? A avaliacio imagiclégica, dissociada do contexte clinico, éinsuficiente e pode ser falaciosa, Nas minhas aulas destaco a importncia de uma comunicagao clara entte profissionais. Na requisigi do exame de imagem é fundamental: 0 resumo da hist6ria clinica, o mecanismo lesional e @ exame fisico, No velatéria do fexame, devem-se evitar termos subje- ‘vos, Por exemplo, nas lesées muscu- Jares evito termos come microrrotura ou distensio, que nao tém tradugio imagiolégica. Sou defensor das reunides de consenso para otimizagio da term:- nologia a utilizar entre profissionais, Os relatérios dos exames nio sio dogmas: sho interpretacées do radiologista, ‘Allesio muscular é uma entidade que domina bem. Prefere a ecografia ou a ressonancia para o diagnéstico? 4s lesdes musculares si0 4 minha paixio, juntamente com a sindrome pubilgica, As diferentes téenicas de imagem si0 ‘complementares, com vantagens & desvantagens, que as tornam mais ou menos adequadas 4 avaliacio da lesio. ‘ARM tem vantagem sobre a ecografia nna monitorizagao da maturidade da ieatrizagio das lesdes musculares ¢ nna caracterizagio de lesbes agudas enxertadas em alteragSes fbrocicatrt- ciais crénicas. Por exemplo, sea suspeita clinica for uma lesio da cabeca medial do gastrocnémio opte pela ecografia, mas ge for uma lesio do misculo solear opto pela RM. ‘A ecografia hd muito que deixou de ser apenas diagnéstica, existe agora a ‘terapéutica ecoguinda, Onde nos ajuda esta técnica? Na minha opini8o, nie hi indicagio para realizar um procedimento minimamente invasivo sem controlo imagiol6gico, O controlo por imagem melhora a eficécia, fa seguranga do procedimento, redu: zindo complicagées: até uma injecio intra-articular do joelha realizo cor ecogratia, Atualmente, jé podemos falar de sono-cirurgia- ciruigia guiada por ecogratia, com instrumentos cintigicas especialmente desenhados para estas intervencées. Tém indicagées crescents fe vantagens na iatrogenia e tempo de convalescensa. 0 que é que o Dr. Sérgio Rodrigues Gomes espera do futuro? © futuro imediato passa disponibilizar ‘ experiéncia que adquiri com des portstas de elite, a Cocos os atletas, eluindo amadores. Mais novidades em breve através da mina plataforma wwursergiorodriguesgomes com. Estow a trabalhar para aumentar 9 miimero de lubes de futebol estrangeizos com que colabore ¢ ambicione, a médio prazo, integrar o departamente médica de um. grande clube ewropeu, fcias s Not No Centro de Meméria de Vila de Conde, no dia 8/2/2002, fi eta a apresentagao publica do live eral anil instaity: an international approach by the Ankle Instability Group do investigador ¢ ortopedista Doutor Hélder Pereira Foi apresentado pelo jamalista joao Ricardo Patera ¢ teve a presenca do Sx Presidente da Cimara Vitor Costa e do Presidente do Centro Hospitalar Povoa de Varzim = Vila do Conde, o Dr Gaspar Pais. Em reconhecimento pelo sew trabalho, o Anite insability Group elegeu o Dr Helder Pereira como Coordenacor e Editor principal do primeiro livro exelusivamente dedicado ao tema e que congrega o conhecimento cientifico mais atual este segmento do corpo humano.£ uma obra com cerca de 400 paginas distriouidas por 42 capitulos, representa mais de dois anos di 10 Hospitalar Pévoa de Varzim -Vila do Conde para o mundo, Record. que o Dr. Hélder Pereira é também Diretor de Investigagio do Centro de celéncia Clinica da FIFA - Rypol y De Prado Sports Clinic (Madrid) Investigado e Doutoranco da Universidade do Minho e foi j8 distinguido em 2017 com o Prémio Jan Gillquist Scientific Award (silver medal) pela investigacao dedicada a0 estude biomecinico da instabilidade do tomozelo, o pela maior Sociedade intemacional de Ortopedia e craumatologia desportiva em Xanga, na China, 0 referido trabalho fo coordenado por H irae realizado em colaboragao com a Universidade de Denver, Colorado, UA, com Kenneth Hunt e Pieter D'Hooghe Fe aconselha-se a iestura alho e nasceu do C Asthma in elite athletes - a non-type 2 disease. Soren Rasmussen, ..,Luls Delgado, ‘André Moreira, ..et al. European Respiratory Journal, 2021; 58:PA2141. OL 10.1185/13893003.con- gress-2021 PA2I41 Introducao: A prevaléncia de asma entre os atletas de elite é alta Métodos: Atletas de nove paises europeus participaram no estudo realizado antes dos Jogos Olimpicos de Pequim, 2008, Resultados: A asma fol encontrada em 17% dos atletas. A prevaléncia em atletas de resisténcia (endurance) foi de 59% e os atletas com asma tinham uma prevaléncia significativamente superior de rinite alérgica. 35% dos atletas tinham, ipo-2, Conclusao: os de resisténcia tém elevada ia de asma em relagao tas de nfo resisténcia. Uma grande proporcao de atletas com asma tem inflamacio nfo tipo-2, 0 que sugere que a sua asma pode ser sido desenvolvida em relagéo com 0 desporto, 0 Prof Doutor Helder Bores, especialista rm cardicloga despor tive, acaba de publ 4 \ manual para @ aprendizagem da eletocardiograia 0 prefacioé labora pee Prof Doster ine Gongalves, Professor Catedraticn da sculdade de Medicina da Univers manual" poi um inserume fundamentel pare a prética de uma Medicina de qualidade, nao s6 para especalisas de Cardiologia Medicina Intema e Medicina Gel e alia come tamabém para todos aqueles que watam e seguem aque despistam as doencas era fincuind os que fazer prética desportiva” De custo acessi- vel, o manual apresenta-se em 144 paginas por vérios capitulos, uns dos quais é a Interpretasio do ECG no Atleta, mas as Perturbacées da Cond iio e do Ritmo © o ECG em Idade Pedidtrica, entre outros temas, sao abordados nesta obra. O autor € cardiologista do Hospital da Luz Lisboa e no Sport Lisboa e é Profes sor Auxiliar Convidado do da NOVA Medical School. A edigao é fa Lidel, Parabéns ao autor pela abordagem simples e pedagé gica desta temé tica (© XV Congreso Nacional da Socie. dade Portuguesa de Artroscopia e Traumatologia Desportiva (SAT) realiza-se em Sintra nos dias 29 e 30 de setembro sob a responsabilidade do Dr. Vitor Coelho. © programa cientifico inclui 8 sessées dedica- das a varios segmentos articulares e com moderadores nacionais de reconhecida experiéncia profissio- nal. No programa incluem-se, ainéa, para a apresentagao de comunicagées livres e uma sessio denominada Cross fire, a qual sera dedicada & reconstrugio do liga- mento cruzado anterior. O Con- gresso termina com uma sessfio com uum painel desportivo, moderada pelos Drs. Vitor Coelho e Gangalo Moraes Sarmento, & qual se segue 0 momento de entrega de prémios € 0 encerramento do Congreso. A orga- nizagao teve o cuidado de convidar palestrantes estrangeiros de grande qualidade cientifica: Luis Perez Carro, Manuel Mosquera Arango, Jacques Menetrey, oko] Cel 1 ito) x ‘ey Medici Deport infos, 202, 1847 peo n/102391/F MUP 2022 at APORTO De oko Tago Moutnhe Dr rpa Baro cardace™ ‘Metiina Gere q "mers Tamers , ced Grande Poste Resumo e comentirio How sleep impacts performance in youth athletes" Introdusio O interesse no estudio da relacdo entre 0 sono e o desempenho des- pportivo tem vindo a aumentar pela percegao de que o sono adequado est relacionado com uma melhor performance e recuperagao pés- exercicio, O artigo de Mark F Riede- rer propde-se a fazer uma revisio da literatura recente (de 2018 a 2018), que tem em consideracao alguns padrées do sono, sua duracao e qualidade, ¢ interferéncia no desem- penho desportivo de jovens atletas Para além das exigéncias desporti- vvas, os jovens atletas também tém compromissos escolares, sociais cada vez mais exigentes, parecendo que na gestio entre as distintas atividades, o sono é relegado para um segundo plano, nao sendo cumpridas as necessidades basicas recomendadas pela Sociedade Ame- ricana de Pediatria e pela Sociedade ‘Americana de Medicina do Sono. As necessidades bésicas para criangas, dos 6 aos 12 anos de idade indicam 9-12 horas de sono por dia e os ado- lescentes (13-18 anos) devem ter 8a 10 horas de sono por dia Duragio e qualidade do sonoe a prestacio desportiva A maioria dos estudos revela que os jovens atletas dormem menos horas do que seria recomendada, comparativamente com os nfo atletas, 0 autor refere um estudo portugués (Silva MG et al, in Eur J Podiatr, 2018), realizado em 82 ginastas acrobatas (12,823,1 anos de dade}, onde a maioria dormia menos de 8 horas / dia, as atletas femininas dormiam significativa- mente menos que as nao atletas durante a semana, acordavam mais cedo, mas ao fim de semana ocorria o inverso, o sugere que as atletas tentavam recuperar do sono neste periodo, Num dos estucios (n=20, 15e1 anos de idade) foi utilizado um Actiwatch para melhor caracterizar 0 sono, qualitativa e quantitativa- mente. Foi possivel documentar que os atletas dormiam menos (entre 7h28' a 7h48'/dia) que os colegas nfo atletas (entre 8h e 10h/dia), assim como as atletas com menos tempo de sono referiram maiores niveis de stress. Nos estudos onde se compararam os resultados desporti- ‘vos com os tempos de sono verifi- coui-se a associacao do melhor rendimento com o maior tempo de sono, Refere-se, ainda, quer a administracao de uma dose melato- rina (10mg) a atletas adolescentes masculinos originou melhoria na velocidade e rendimento, mas nio na precisio. Sono € sensagio de bem-estar Existem cada vez mais estudos que tentam relacionar a qualidade do sono ea sensacao de bem-estar dos jovens atletas. £ um facto que a sensacio de bem-estar é algo subjetivo e, portant, com diferentes percegées individuais, mas de forma geral a duragao de sono adequada foi relacionada com maior sensacio de bem-estar, o mesmo nfo aconte- cendo com o exercicio fisico, Assim sendo, uma maior carga de exercicio fe menor tempo de sono associam-se, de modo independente, a maior sensacio de fadiga, mais stress e sonoléncia, sendo que o fator mais determinante foi a duracao do sono. CO estudo realizado com §2 atletas jovens revelou que o bem-estar dirio estava relacionado com o sono endo com o treino, Outro estudo analisado verificou que o aumento da carga de treino e a diminuicao da duragao do sono, também de modo independente, estiveram associados a aumento da fadiga, ao estado de espirito, ao stress e as dores. Sestas ¢ efeitos na prestag desportiva Estudos prévios haviam demons- trado um efeito benéfico das sestas no desempenho desportivo. A meta-analise que incluiu 10 estudos, com 218 participantes, idades entre 18 e 24 anos, concluiu que a evidén- cia sugere que a extensao do sono tinha os maiores efeitos benéficos no rendimento desportivo subse- quente. Noutro estudo referido pelo autor (Suppiah et al, 2018), a sesta de 30 minutos de duracio teve efeitos opostos em jovens atletas asiaticos de dois desportos: melho- rou o rendimento no sprint de 20 metros nos praticantes de atletismo {n= 19; 14,821,1 anos de idade), mas diminuiu o rendimento em atirado- tes (n=12; 13,827,0 anos de idade). Sono, exaustio e prestagio desportiva Existem poucos estudos que relacio- nem sono, o bumout e a prestagio desportiva. 0 autor cita o estudo realizado por Gerber et al 2018) realizado em 257 atletas jovens de elite (média de idades igual 16,8 anos), no qual se verificou que 12% a 14% referiram sintomas de bumout © cerca de 4% a 11% referiram sinto- mas de insénia, tendo-se concluido os atletas com burnout tém mais frequentemente insénia e tém menos tempo na cama. Ou seja, os atletas em burnout devido ao des- porto podem ter problemas no sono ¢ efeitos negatives no rendimento e maior risco de lesa. Sono e resposta hormonal autor refere apenas um estudo nesta tematica (O'Donnell etal, 2018), qual incluiu 10 atletas (23,6+5 anos, de idade). Os niveis de cortisol salivar foram significativamente superiores imediatamen’ apés a competigao em relacao aos medidos apés 0 treino descanso, Também f& diminuigao significativa no tempo de Sona e da eficiéncia do sono apés a competicae com o dia do treino omparagao Utilizagio de dispositives eletsénicos, sono e prestacio desportiva utilizagio di ea exposico & notuma & luz (azul) pelos atletas reduzo rendimento, a de do son 0 ritmo circadiano por interferéncia n do sono, Nesta revisio, 0 autor faz éncia a.um estudo realizado Jetas femininas pratican de netball (18+1 anos de idade) que realizaram algumas t horas antes de dormiren o tablet, Os resultados nao revelaram influéncia significativa em cada uma das opcdes de experimentaca quer na qualidade do sono, quer no mento, 04 autor desta revisio, veio contradizer estudos anteriores. Refira-se, entre- tanto, que o autor apenas analisou um estudo, o que é manife: ppouco para se obterem conclu Alteragdes respiratérias no sono Asindrome da apneia obstrutiva do sono é uma das causas inequivocas de alteracdes no padrao do sono em criangas obesas. Normalmente 0s jogadores de futebol americana cia a ter um indice de 0, pelo sono. O estudo de Peck et al. (2018) permitiu comparar as biometrias de ovens jogadores de futebol americano ym as de praticantes de atletismo, tendo-se verificado que os jogadores de futebol americano apresentam, de forma global, importantes fatores de risco para sindrome de apneia obstrutiva do sono, Mais uma vez, apenas um estudo foi considerado nesta matéria, Sono e fraturas de esforso Aconsulta dos cos nacionais de istos epidemiologi- fraturas de esforco 1 ensino secundério em atletas adolescentes (13-18 anos de idade, =314, dos quais 108 raparigas) ea comparacdo com um grupo controle tes com hist ria de fratura de esforco dormiam menos (7,2 horas) em comparacao com o gruy sem fraturas de esforco (7,95 horas) ‘© menor tempo de sono nao poder atribuida de modo incondicional como causa das fraturas de st outras terfo de ser analis: como a possibilidade do menor npo de sono ser cor de controlo da condigao patol6gica e nfo, como referido, a sua causa, Condusées (0 tema deste artigo é bastante atual erevela curiosidade no desem| iho desportivo de atletas lescentes/jovens, sendo que os valorizar 0 sono, Os estudos nio permitiram distinguir 0 tipo de atividade mais afetada pelo sono, atingidas, mas, pecificidades mais, forma global, tempo de sono parece influenciar negativamente 0 desem- penho, sendo que nestas faixas etrias existe tend sua nao valorizagao, principalmente no sexo feminino. Para além do desempe- ho desportivo, parece existir uma correlagio entre a duracio do sono tas, Deve haver alguma reserva na jeitura deste artigo, pois o nth de artigos analisados no seu e para cada, iscusso em ular, é muito pequeno, pelo que outras anélises devem ser reali- zadas para melhorar as conclusées, Alunos do curse de pés- Desportiva wna da Universida Medici 2. Mark F Rieder How seep impact perfor mance in youth athletes. Current Spare: Medicine Reports. 2020; 191:463-457. PETS Cees um future de oportunidades ELETRO- CARDIOGRAFIA cero Penne eee eee! pneumologistas, estudantes Care eee eee 5615. mar de 2022 REUMATOLOGIA APLICADA ore Peery peer rcs a8 15.mar de 2022 NUTRICAO CLINICA Pana MEDACOS HosPALARES ran frees ate 5 abr de 2022 MaIs INFORMAGOES fvuponline meé.up.ot fruponline@red.up.ot 22.082 6922 Mecicaincenascefarmagio sepia r Meciina Gerle aml “aces Ours Sa “USE Santa Cr Resumo e comentério Achilles Tendinopathy: Evaluation, Rehabilitation, and Prevention’ Em junho de 2021, von Rickenbach KJ etal. publicaram uma revisto da evidéncia relativa a tendinopatia do tendao de Aquiles (TTA) na Current Sports Medicine Reports do Colégio ‘Americano de Medicina Desportiva Otendao de Aquiles (TA) resulta da convergéncia dos muisculos solear e gastrocnémio, inserindo-se na superficie posterior do calcaneo e é responsavel pela flexio plantar do pée pela estabilizacao articular do tomozelo durante a marcha. ATTA€ uma patologia degenerativa do tomozelo causada pela sobrecarga emicrotrauma recorrente, sendo uma das lesdes musculoesqueléticas mais comuns em desportos que envolvam corrida, Adicionalmente, existem fatores de risco intrinsecos (e.g. idosos, sexo masculino, pé cavo ou pé plano com hiperpronacao) e extrinsecos (eg ma técnica de corrida, uso de aifvedson ee eemanae 2 veresidia 4 séries de 15 vepeticbes, repe tidas com joelho em extensio eligeiramente fetido ances 2 semanas Iya semanas Siberagel 1} e1¥)a partir das 12 semanas corticoides ou fiuoroquinclonas) que podem contribuir para esta condicéo. ‘ATTA pode dividir-se em duas categorias, com diferentes carate- risticas e requerendo abordagens terapéuticas individualizadas + a tendinopatia insercional (T1) ‘ocorre ao nivel da insergio do tendo no calcaneo + a tendinopatia no-insercional {TNI) (56% dos casos) verifica-se ao nivel da porgao média do ten- io, localizada a 2-6em acima da insergio, que corresponde a uma rea menos vascularizada, mais vulnerdvel Tipicamente, os pacientes referem dor localizada, espessamento focal do tendao e limitaco funcional {especialmente com marcha e exercicios de impacto). E comum apresentarem dor ou rigidez matinal ou dor no infcio de uma sesso de treino, 0 exame fisico deve englobar a inspecdo e a palpacio da regiao do ‘TA, cluindo a avaliacao do pé em posigdo estética e em movimento. A amplitude de dorsiflexao pode estar diminufda, Adicionalmente, podem ser pesquisados 0 sinal do arco doloroso, frequentemente positive na TNI, €0 de Royal London test. (© diagnéstico da TTA baseia-se na histéria clinica e exame fisico,e 0s ‘exames de imagem poderem ser importantes na confirmagio ‘Carga excinvica progrestiva do tendo ae baixar lentamente 0 calesniarafetado absixo do nivel eum degra Trotacole modiicado de ces J) Blevacées concntricas do calea- thar (gentado ede pei I) Elevagbes uni ebipadais excén twieas do calcanhar ne limite de um degray, If Adisio de pesos e exereicias pliométrices; IN) Elevagaee rebound vipidas do na, Matera “eine de forga conctniica be ada, Beyer eral TD semanas Tlevagoes enter de caleanhar Ss yezes/semana ‘numa méquina de elevagie de sbies e repeligdes progressivas_gémeos, prensa de pernas ou ‘Segrau de 3.em (3 segundos pa cada fase concéntrca © excénr twial Stanish etal ‘reine de forga cent Alfredson medi 1a semanse ‘Carga excénica em posigie Ubie Sead 2 veree/dia talar neuta, 3 séries de 15 repetisbes diagnéstica e planeamento de inter: vvengées terapéuticas. De sublinhar que 6 imperativa a cortelacao clinica, j& que até 35% de individuos assintomati- cos poem apresentar alteraces nos texames de imagem e que até 19% dos pacientes com dor localizada ao TA. nndo apresentam alteracées imagiologi- cas.A ecografia ¢0 exame de imagem preferido dos autores ea ressonancia ‘magnética esté indicada nos casos recalcitrantes, para excluir outras lesdes ésseas ou de tecidos moles, para caraterizar roturas parciais ou planear abordagens terapéuticas. Em relagio ao tratamento, as meta-anilises sugerem beneficio a longo-prazo do tratamento ativo com reforgo muscular excéntrico, considerando a fisioterapia como 0 pilar de tratamento da TTA. Apesar da auséncia de evidéncia de alta qualidade, 0 protocolo de Alfredson 0 mais utilizado eo que apresenta melhores resultados em termos de medidas fimcionais Protocolos para tratamento da. tendinopatia de Aquiles insercional Considerando a evidéncia limitada e contraditéria, intervenc6es adicionais para a modulacio de sintomas podem ser consideradas caso a caso, tais como: alongamentos da regito gomelar, kinesio tape, injegSes no ponto-gatilho nos miisculos gastroc- némio e solear,talas notumas, facilitagao neuromuscular proprioce- tiva e terapia manual. De um modo geral, os autores sugerem um trata- mento conjunto com fisioterapia, otimizando wm programa de exercicio terapéutico com treino excéntrico Na TTA refratéria sto frequente- mente considerados procedimentos ndo-cintrgicos antes do tratamento cirtingico, apesar de haver evidéncia promissora nesta rea, poucos estudos comparam diretamente as diferentes intervengoes, verificando- -se heterogencidade significativa na prética clinica. A terapia por ondas de choque extracorporal, com> nada com o treino excéntrico melhora, o prognéstico na TNI, tem melhor resultados que apenas a realizagio de tratamento excéntrico, ‘mas para o tratamento da TI existe pouca evidéncia para a sua Utilizagdo. A injegao de alto volume ecoguiada consiste na injegao na interface entre o tendao de Aquiles € a almofada de gordura de Kager subjacente de 30mL a SOmL de soro ou de anestésico, com corticoide, mas este, na experiéncia dos auto- res, deve ser evitada A proloterapia consiste na injecio de solugio hiperténica de glicose com 0 objetivo de provocar agressao mecé. nica local e recrutamento de citoqui. nas e de fatores de crescimento, Num ensaio clinico aleatorizado, realizado por Yelland et al (2011), 0 grupo submetido a proloterapia apresentou melhoria mais precoce da dor e da fango, mas nao houve diferengas significativas aos 12 meses em relacio a0 grupo que realizou exercicio excén. trico no tratamento da TNI. A evidén- cia relativa ao beneficio da aplicagao do plasma rico em plaquetas (PP) nao é consensual e as conciusdes, das quatro meta-anélises consulta- das pelos autores nao permitiram concluir pela maior eficécia dos PRE em relagio & realizagao do exercicio excéntrico.A tenotomia percuténea ultrassénica em pacientes com T! mostrou reducao significativa da dor a curtoe a longo-prazo, com elevada satisfacdo dos doentes ¢ reduzida taxa de complicagées. A injegdo com corti- costeroides, apesar de usada no pas- sado de acordo com os autores, nao esté indicada no tratamento da TTA refrataria, nfo s6 porque nfo existe inflamagio, como também existe risco de complicagées, como sejam a tenotoxidade e a rotura do tendo. Pode, contudo, ser considerada se houver bursite retrocalcaniana con- comitante, mas deve ser realizada sob controlo ecogratico ¢ apés conversa com o doente. Atualmente, por razées, de antidopagem, exige a solicitagio & ‘ADoP (ou outra relevante) de Autori- zacio de Utlizacio Terapéutica © tratamento cinirgico pode ser considerado nos casos recalcitran- tes, apresentado resultados global- mente positives. As opgdes cintir- gicas na TNI incluem a tenotomia longitudinal percutanea, ressecéo do gastrocnémio, desbridamento do tendao e, em casos graves com fraqueza significativa do muisculo flexor plantar, transferéncia do tendao do flexor longo do halux. Na Tlas opcées cinirgicas incluem a resseccao da deformidade de Haglund, desbridamento do ten- dao com reconstrugao através de Ancoras de sutura ou autoenxerto ¢ bursectomia retrocalcaneana. Esta tiltima op¢ao, e de acordo com uum estudo consultado pelos auto- res, pode ser um tratamento eficaz da TI. Naturalmente que poderao surgir complicagies cirargicas, como infecio da ferida cinirgica, atraso de cicatrizagao, alteragdes no tecido de cicatrizagio, dor, lesio do nervo sural, e trombose venosa profunda. (0 retomo progressivo & ativi- dade desportiva deve ocorrer apés reabilitagao completa e auséncia de dor com desportos de impacto ou gestos funcionais especificos. Referem que 80% a 90% dos atletas com TNI regressam as atividades rnormais sem ou com sintomas ligeiros apés um ano. Os autores sublinham a necessidade de se esta- belecerem objetivos realistas com os atletas, uma vez que a recuperagao poderd ser lenta, com elevada taxa de recorréncia. Esta é mais elevada apés curtos periodos de recuperaao e apresenta \um valor muito elevado em futebolistas (27% a 44%). Assim sendo, é chamada a atencao para a vigiléncia apertada, com monitoriza. cao de eventuais sintomas durante e apés a atividade desportiva, concluiindo-se que a auséncia de sintomas no dia seguinte 6 um bom sinal de evolugao favoravel Relativamente & prevencao, embora os autores considerem que ainda nfo existe uma boa estratégia preventiva, podem ser implementa- dos protocolos de fortalecimento da flexao plantar e alongamento do TA tem atletas de desportos de impacto, assim como 0 fortalecimento da cadeia cinética posterior. A otimiza- Gio da mobilidade das articulagées tibiotalar e subtalar esta recomen- dada. Aconselha-se a eviecao de farmacos associados a tendinopatia (Guroquinclonas). Contudo, s80 necessarios mais estudos para definir melhores programas de prevencao, Alunos do curso de pés-graduagio em Medicina Desportiva da Faculdade de Medi- tina da Universidade do Porto 2021/22), 4 Kristian J von Rickenbach, Haylee Borgs- ‘yom, Adam Tenforde, Joanne org-stein, Kelly ©. Metnnis, Acie Tendinopathy Evaluation, Rehabilitation, end Prevention Current Sports Medicine Reports. 2021, 20(6:327-334 Proporsio de casos de cancro atribufdos & inatividade fisica em cada Estado americano, 2013-2016. Adair K Minihan, Alpa V Patel, W Dana Flanders et al. Medicine 4& Science in Sports & Exer cise. 2021 Oct 4, doi: 10.1249/ ‘MSS.0000000000002801. Online ahead of print Objetivo: calcular a incidéncia de cancros atribuiveis & inatividade fisica em adultos com mais de 30 anos de idade, entre 2013 e 2016, nos estados americanos. Métodos: Em cada Estado, a informagao auto-relatada inserida no Beha- vioral Risk Factor Surveillance System foi ajustada para 0 sexo, idade e raga. A atividade fisica 6tima (AFO) de moderada inten- sidade foi definida como a pratica superior a Sh/sem, 0 que equivale a mais de 15 METs-hora/semana. Resultados: Quando se verificou a AIO, 3.0% (IC 95% - 2.9%-3.0%) de todos 05 casos de cancro, excluindo-se os cancros da pele ndo-melanomas, foi atribuido & inatividade fisica, representando uma média de 46,356 casos atribuiveis por ano. A proporgao é maior nas mulheres (32,089) que nos homens (14.277). Em relagao a localizacao, 16.9% dos cancros do estémago, 11.9% do endomé- tio, 11,0% dos rins, 9.3% do colon, 8.1% do es6fago, 6.5% cancro da mama na mulher ¢ 3.9% da bexiga estiveram associados & falta de exercicio fisico, Conciu- sio: Os resultados indicam que a promogao da atividade fisica pode prevenir muitos cancros. Mais de 46 mil poderiam potencialmente ser prevenidos se a populacao americana cumprisse as 5 horas / semana recomendadas de exer- cicio fisico de intensidade mode ada. Os autores referem, ainda, que compreendendo e reduzindo as barreiras comportamentais e socioeconémicas a atividade fisica € essencial para otimizar as estratégias de intervengio dirigi- das a grupos de risco. BR evista de Medicina Desprtiv informa arc? 7 JAM. ulagao uma intervengao John’ Brooks, Jay C. Butler. Effecti- veness of Mask Wearing to Control Community Spread of SARS-CoV-2. JAMA insights. 2021; (325)10:998-999. Resumo rb Rb E sabido que a COVID-19 se difunde através de goticulas exaladas pelas pessoas infetadas quando respiram, Jam, tossem, espirram ou cantam, ea quantidade de pequenas goticu- xa e a forca do fluxo de ar durante a expiracao. 0 gritar e 0 exercicio fisico intenso aumentam o valor destas varidveis Por outro lado, o uso de mascaras pela populagio reduz substancial mente transmissao desta doenca por dois modos: por um lado a mascara impede que a pessoa infetada transmita o virus a outras pessoas a0 bloquear a disseminagio das goticulas carregadas e virus, é 0 controlo da fonte. f um aspet particularmente importante, pois de acordo de um estudo citado, ¢ publicado em 2021, estima-se que cerca de 50% (ou mais) das transmis- Ges se iniciem em pessoas que nao desenvolvem sintomas ou que ainda se encontram na fase pré-sintomé- tica. Depois, e naturalmente, a mascara protege os nao infetados. ‘Ouso continuo de mascara acaba por ser desconfortavel, especialmente se usada por largos periodos de tempo em ambientes quentes. A comunica. gio verbal e nao verbal pode sair prejudicada, especialmente nas criangas e nos surdos. 0 estudo de Ruba Alet al, de 2020, refere que criangas entre os 7 € 05 13 anos de dade conseguiram fazer inferéncias precisas sobre as emosées de outros com rostos parcialmente cobertos. intretanto, para facilitar,a US Food and Drug Administration aprovou uma mascara ciningica transparente. OS autores referem que as preocupacdes relacionadas com a eventual redugao da saturacio de oxigénio e a retencao de diéxido de carbono ainda nao foram cientificamente provadas ‘As mascaras formam uma bar- reira & propagacao das goticulas grandes, pois ‘o uso da mascara pela gica eficaz para reduzir a difusio como tem sido alam 8 realizados, os quails, contudo, ao distinguem caras de tecido, cirirgicas ou N95. As mas caras de tecido camadas e malha mais apertada melhoram a filtragio, sendo a sua eficécia dependente do design, da adaptacio & face e ao tecidio usado. No final, mais importante que o tipo de mascara usada, 6a prevaléncia do idace que importa, am varios estudos Os autores ci que documentam a eficacia da 1. Hendrix et al. EUA: Salo de cabe- leiro, 139 clientes e duas estilistas infetadas e sintomaticas, BY nfo houve infegées em 67 clientes disponiveis para o follow-up, 2. Payne et al. EUA: Porta-avides USS ‘Theodore Roosevelt, 382 elemen- tos a bordo. R/o uso de mascara reduziu o risco de infegao secun- daria em 70%. 3, WangY et al. China: 124 domi- cllios com casas positives, 335 residentes. R/ 0 uso de reduziu o risco de infegao secun daria em 79%, 4, Doung-ngem et al. Tailandia: 839 contactos préximos. / usar sem prea mascara reduziu o risco de infegio em 77%. 5, Gallaway et al. EUA: populagao do Estado de Arizona, KV ass ‘temporaria entre a instituigio a politica de uso de mascara e subsequente declinio de novos Ssticos. jer et al. EUA: 374 021 pessoas que completaram um question4. rio na web. R/o aumento em 10% do uso de mascara triplicou a provabilidade de parar na comu 7. Wang X et al, EUA: 9 850 traba- Ihadores na satide. RY 0 declinio semanal estimado em novos, diagnésticos nestes trabalhadores fol de 3,4% apés a implementacao do uso global da mascara, 8, Mitze et al. Alemanha: Populacao da cidade de Jena (>15 anos de dade, R/ 0 dectinio semanal esti- mado em novos diagnésticos de 1,32% apés a implemen uso obrigatério da 9, Van Dyke et al, BUA: Populagio do Estado de Kansas. R/ taxa de casos estimada por 100 mil pessoas diminuiu 0,08% nos condados com uso obrigatério de mascara, mas aumentou 0.11% nos condados sem uso obrigatério, 20. Lyu and Wehby. BUA: Populagio do Estado de Washington DC. R/ declinio diario global inicial de novos casos de 0,9% aumentow até 2, rigaté 11. Karaivanov et al, Cana Popu- lagao do pais. R/ diminuicao semanal estimada em 25%-40% em novos diagnésticos apés 0 uso obrigatério de mascaras nos J 1n1co Z Caso cl Rotura Bilateral do Tendao Rotuliano Relato de Caso e Revisio dos Fatores Etiopatogénicos de Lesio RESUMO / ABSTRACT ‘Arotura bilateral simultinea do tendo rotulano é ums entidade vara, Nese trabalho ‘descrevemos 9 caso de um rotura bilateral do tendo rtuliano come resultado de leaumstieme indireto sobre ambos as jelhos.Tratava-re dem individuo saudvel, sem fatores de isco identifcivels importantes, tatarento ci tendinosa, ‘com cecage de descarga ob a forma de banda de tensio, Manteve um cu Imebiliaagio com joelheias articuladas, com progressive aumento da flexio permiida. AS ez semanas de pés-operntéro foi emovida acrclage de descarga. Foi permiido retorno A atvidade desporiva aos seis meses de pés-eperatéro. Neste bathe, fazemes ainda 1uma breve evisio sobre os fataresetopatogénices identificades ma itera ‘Simuiteneou bilateral rapture ofthe patellar tendon ia rare enti In thie paper we describe the ‘ase of bilateral rapture ofthe patellar tendon because of an iia tau to both knees: He wes «healhy individual with no important identifiable isk factors. Surgical treatment consisted 4 tendon reinsertion trough longitudinal bore tunnel in the patella, eriporanyprteted with ‘icharge cerclage in the form ofa tension band, He maintained short period with artieated knee braces, with «progressive increase in the allowed flesion Ten weeks efter the ‘operation, the discharge cerclage was remaved The veturn to sports activity was allowed sx manthe “er surgery In this work, we also make a rif review ofthe ecopathagencfactrs denied nthe erature mbilization PALAVRAS-CHAVE / KEYWORDS. endinopatiarotuliana, rotura espontinea, reabiltacia, etilogia| ‘Patllartendinopathy, spontaneous rapture, eh Introdugio a corticoides, fluroquinolonas, do sistémicas reumatismais.’ A rotura bilateral na auséncia de fatores de mente reportada na literatura, Arotura do tendo rotuliane é tipica- mente mais comum em doentes jovens, a0 contririo da lesio do do quadricipite, sobretudo mais comum em doentes de idade avangada.! As roturas bilaterais do tendo rotuliane foram apenas des- critas na forma de relatos de caso? Armaioria esto associados ao uso de Relato de caso Apresentamas 0 caso clinico de um homem de 28 anos, melanodér 0 patelar cefSlica e in lia Fig saudavel e sem medicagio habitual com relato de gonalgia excruciante impoténcia funcional imediata apés flex’ moderada dos joelhos ¢ rotagao corporal. Objetivamente os joelhos encontravam-se edemacia- dos, com incapacidade para a extensfo e com gap infrapatelar palpavel bilateralmente, tendo-se feito o diagnéstico presuntivo de rotura bilateral do ten Nao apresentava défices sensorio- motores, vasculares ou alteracdes, nos parmetros analiticos, ‘Tratava-se de um ex-profissional de futebol, com 70kg.e 180em, que relatou queixas prévias compat com tendinite rotuliana bilatera! ha cerca de 5 anos, Nunca realizou qualquer exame aurxiliar de diag- néstico e negou a toma prévia de medicagao oral ou infiltragio local com corticosteroides. As radiografias realizadas no servico de urgéncia apresentavam uma migragao patelar cefélica, com ‘indice Insall-Salvati > 1 (Ggura 1) A ecografia confirmou a presenca de rotura completa do tend&o rotuliano bilateralmente. 0 doente foi operado nas primeiras 24 horas, tendo-se constatado rotura bilateral junto ao polo inferior da rotula. Os retindculas interno e externa encontravam-se violados bilateral- mente, Duas suturas Ethibond n’ 2 foram corridas s por Krackow em cada uma de duas fileiras na porcio distal do tendo rotuliano (uma medial e outra lateral). Foram transferidas para o polo superior da rétula através de dois tineis longitudinais paralelos transrotulianos e realizado o né das mesmas unindo a linha lateral com a intermédia-lateral ea medial com al (figura 2) sscolhemos uma linha de sutura de monofilamento nao-absorvivel para permitir gera e durabi lidade adequada. A tensio exercida foi cuidadosamente moni de forma a evitar encurtamento excessive do ten como diminuicao da altura patelar. Os retinaculos interno e externa foram reparados com sutura Viery 41.De forma a diminuir a forca de distragao aplicada a reparagao, uma cerclage de descarga foi aplicada na forma de banda de tensio de figure- of eight, ancorada & tuberosidade > a forma descrit da tibia através de um (Fgura 3) Acerclage fol aplicada com o joelho em flexio de cerca de 60° de forma a permitir uma melhor mobilizagao ativa durante 0 pés-operatério. A forca da reparacao fol testada intra- -operatoriamente (figura 4). © doente iniciou exercicios isomé- tricos do miisculo quadricipite as 24 el ésse0 bloqueada em extensao, acabando por ter Alta hospitalar ao 3° dia de pés-operatério ‘Na segunda semana, e apés a cica- tuizagdo da ferida operatéria, foi permitida por periodos a mobili- zagao ativa e passiva do joelho até 0s 60° de flexao. Figura 2- Técnica de reconstrach tatizada com duas files de satura na forma de Krackow (a) transpostas para © polo superior da rotula através de dots em extensio (¢) + Asexta semana de pés-operaté ‘odoente era capaz de realizar a flexio ativa maxima de 50° no joelho direito e 55° no joelho esquerdo, ‘© As 10 semanas a cerclage de des- carga foi removida, tendo sido efetuado no mesmo procedimento manobras de artrélise indireta bilateral, Manteve programa de a0 reabil cogressivo com infcio de bicicleta estatica e marcha sem. restricao de carga e sem necessi- dade de ortétese. Figura 3 - Cer quadricipital ea anterior da tibia a s6sse0s, aplicada com 0 joelho em 60° de corada & tuberosidade Figura 4~"Teste de estabilidade intra operatéria da reconstrugio tendinasa obtids Figura § - Resultado final ‘+ As 12 semanas o doente apresen- tava mobilizacio ativa de 100° de ambos os joelhos, ‘© Aos 6 meses o doente apresentava mobilidade completa dos joelhos (flexdo de 140°, extensio de 0) sem sinais de atrofia quads com integridade completa da forca muscular (figura 5) Voltou 8 atividade desportiva, sem dor, desconforto ou instabilidade em atividades de corrida, salto e bicicleta, tal Discussio As roturas do tendiio rotuliano so mais frequentes nos homens com. dade inferior a 40 anos e ocorrem tipicamente por um mecanismo ‘0, num tendo previamente ado, ao invés das roturas do tendo quadricipital que ocorrem em individuos de mais idosos apés traumatismo direto.** No caso apresentado, o doente relatou a presenga de uma dor aguda apés uma travagem e um movimento rotacional com os joelhos em flexio moderada, consistindo no meca- nismo lesional mais descrito* As roturas do tendo rotuliano podem ter diferentes fatores pre- disponentes: a presenca de doenca sistémica, a toma conti ticosteroides ou fiuoroquinolonas e 0s microtraumatismos de repeticao + ‘As doencas sistémicas mais frequen- temente implicadas sao o Mipus erit ‘matoso sistémico e a doenca renal crénica, Histologicamente, enquanto a primeira leva a um grau elevado de inflamacio do tendo, a segunda leva a depésitos de amiloide com predis- posicao de rotura * Os corticosteroi- Ges levam & diminuicao da sintese de colagénio e a diminuigao da vascu- Tarizagao sanguinea musculo-tendi- nosa.*J& os microtraumatismos de 10 aos seis meses de pés-operatério epeticfo mostraram também estar na origem do processo degenerative e inflamatério crénico em doentes, com rotura esponténea da insercio milotendinosa* No doente apresentado os nicrotraumatismos de repeticao apresentam.se como 0 mecanismo etiopatogénico mais provével. O processo inflamatério crénico conduziu & desorganizacio da estrutura microfibrilar de colagénio, com consequente enfraquecimento ‘progressivo do tendo e aumento do risco de rotura, Para além disso, os doentes melanod sentam uma incidncia 4,5 vezes superior de rotura tendinosa no nembro inferior (rotuliano, Aquiles € quadricipite), quando comparados com individuos de raga caucasiana.* Devido & raridade da rotura tendo rotuliano, a suspeita clinica é baixa, com 38% dos casos nao diagnosti- cados na avaliacao inicial,’ A sua ocorréncia bilateral representa uma raridade acrescida, sendo imperativa maior atengio no que clinica e necanisme lesional dizem respeito. CO conhecimento dos fatores etiopa- ‘ogénicos descritos para a rotura do endao rotuliano auxilia no corre diagnéstico, mas a sua auséncia Conclusio Em conclusde, apresentamos um caso de rotura bilateral do tendao otuliano provavel associado a micratraumatisma repetido. A lesio de natureza bilateral torna a reabi- ltagio um proceso dificil. Acredi tamos que a razio principal para 0 sucesso terapéutico é uma repara- ‘pho precoce da rotura e a tensa0 forca de sutura apropriada. 0 uso de cerclage de descarga e a joelheira articulada bloqueada em graus pro- gressivos de flexo permitem uma reabilitagio adequada com recupe- vuncional completa. racio 03 autores declaram auséncia de co os de intevesse, assim como a originali= Conespancéncia, Luis aratjo lasaraujo918gmail com Rua Benguela, 2775-501 Parede Bibliografia Kellersmann R Blatter’ TR, Weckbach {Bilateral patellar tendon rupture without redepatng systemic disease o strid use: se report and review ofthe Mterature, Arch ‘Orthop Trauma Surg, 2005; 125127-28, Splain St, Ferenz Bilateral simultaneous Infapaelr tendon rupture suppee or Davidsson’ theory. 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Spontaneous nultaneous bilateral patellar tendon ruptare [BMY Case Rep. 2018, 12777931, 10.136 ber-2018-227931 AC W. Swe J? Rao, Ruptues of the exten sor mchaniea ofthe knee joint. The Journal fof Bone ané|oint Surgery 1981 63.9327. ED 9 CComada exterior Camada intermedia Camada oterior POLIAMIDA NEOPRENE. ‘ALGODAO Cconeconas om osorve a hamiace rac aati, envio ve oo Feoportacone us ‘saute evince. ‘eens duane smafange broseas ‘he Medicina Desporto 08) 12-4 epeddaen 0239 Atereefaronal COD 222 oat Alteracdoes Funcionais e Imagioldgicas no Follow-up de Doentes apés Infegao com SARS-CoV-2. O que Sabemos até agora? rans de Abuquergue Mone De fost Calo Carnet Dr. Manel Va Hosptalar em Faeumelogia, Cenre Hespialar da Mééio Ave, "Especialista em Medicina Desporiva ‘Adie no Cento Deporte de Gumaties. Tema 1 RESUMO / ABSTRACT ‘Ainfegio por SARS-CoV-2 tomou-se a mais recente emergéncia global de sade publica ‘eclarada pela Organizagio Mundial de Saide Dado o constante desenvolvimento de forientagdes que nos pernitem a coretaorientagio dos doentes, tomoucse importante, Inicialmente, a exnapelacio de medidas aimplementay através dos reistos existences Ge infeses anterioves tas como SARS-CoV-1 e MERS-CoV. Os doentes devern manter © seguimento em consulta, realizande exames de imagem, estudos funcionaisrespratoies ‘ereabiitasio respiratriaeaerabia, de mode a ciminvir a persistncin de sintomas nas atvidades da vida divia ou durante a reaizagio de atividadefisica Os aletas devem ser sbmetidos 2 avaiasées rigorosas antes de reiniciarer a sua atvidade SSARS-Cov-2 nection kas become the most recent global public heath emergency declared by ‘the Worl Health Organization. Given the constant developmen of guidelines, which ali eto ‘oretly guide paints, became nporeant, intl extrapolate measures tobe plemented ‘through existing records of previous infections, such as SARS CoV-1 and MERS:CoV Patients should ‘maintain flow-up performing maging tests, respiratory functional studies and resprtory and {aerobic rehabilitation, n ardr to reduce the persistence of symptoms nace of daly sing or luring physclactvty Athletes must undergo rigarou evaluations Before resuming her att PALAVRAS-CHAVE / KEYWORDS: SSARS-CoV-2, low-up alteragées funciona, atleta 'SARS-CoV2,fllw-up, functional changes, athlete Introduce ‘A doenga do COVID-19 é causada pela Sindrome Respiratéria Aguda Grave Coronavirus-2 (SARS-CoV-2) Os coronavirus causam principal- mente infecdes respiratérias sisté micas que podem oscilar entre infe- gies leves a graves, tais como Severe Acute Respiratory Syndrome Corona: virus ~ SARS-CoV-1 em 2002/2003 © 0 Middle Fast Respiratory Syndrome Coronavirus ~ MERS-CoV em 2012.2 Dado o carater altamente mnfecioso do SARS-CoV-2, este disseminou-se rapicamente pelo mundo, levando a Organizacéo Mundial de Satide a declarar uma emergéncia global de satide publica. A 14 de janeito de 2022 0 CoVID-19 ja tinha 321 452 371 casos confirmados € 264 470 391 doentes recuperados.* 12 ago 200 ware sedesporti pt A infecio por COVID 19 tem um periodo de incubagao entre 1a 14 dias e apresenta-se clinicamente, em doentes com infegao leve a moderada, por febre, fadiga, tosse seca, congestao nasal, mialgias, cefaleias, odinofagia, entre outros.*7 Pode afetar todas as faixas etrias ea transmissao faz-se maiorita riamente por goticulas, através de esterutos, tosse produtiva, quer por parte de doentes sintomaticos, quer por portadores assintométi- cos que ainda nao desenvolveram sintomas "Por outro lado, e apesar da maioria dos doentes ter uma infecao leve a moderada, existem doentes que desenvolveram uma pneumonia atipica SARS-lke, na qual 26 a 33% dos doentes com infegao grave a necessitarem de admissio em unidade de cuidados intensivos.’ Radiologicamente, os doentes apresentam na tomografia computadorizada (TC) um padrao de infiltrados em vidro despolido, com ou sem consolidagées, frequen- temente bilaterais, periféricas ¢ nos lobos inferiores."* Desde o inicio da pandemia jé foram registadas novas variantes que foram surgindo com maior viruléncia e transmissibi Iidade: Alpha, Beta, Gamma, Delta e aatual Omicron Que ilagées tirar de infegdes como SARS-CoV-1 e MERS-CoV? © COVID-19 € doenga recente e rela- tivamente ao seguimento dos doen- tes apés a alta ¢ as consequéncias a longo prazo fez-se, na fase inicial, paralelismos com os conhecimen: tos e outcomes obtidos apés infegées como SARS-CoV-1 e MERS-CoV, “Tendo por base os exames ima- giolégicos relativos a SARS-CoV-1 e MERS-CoV durante a fase aguda ea crénica da doenca, podera ser possivel prever a evolugao das caracteristicas imagiolégicas do COVID-19." Seguindo a experién- cia com 0 SARS-CoV-i ¢ 0 MER: -CoV, os exames imagiol6gicos de reavaliacao, nomeadamente a TC, devem ser realizados nos individuos previamente infetados com COVID Ge forma a avaliar a persisténcia de lesdes pulmonares permanentes, como é exemplo a fibrose."»* De acordo com um estudo ante rior, ao fim de 12 semanas apés a Alta, 65% dos doentes jé tinha reso- lugio total das alteracées radiol6gi- cas. Um estudo realizado sobre 0 SARS-CoV-1 demonstrou que 25,5% dos doentes desenvolveram altera- es na difusdo pulmonar, a qual resultou na diminuicao da capaci- dade de difusdo de monéxido de car bono inferior a 80%." Outro estudo demonstrou que ao fim de um ano apés infecao por SARS-CoV-1, um tergo dos doentes apresentavam comprometimento da fungio pul- monar.”*Por fim, um estudo com a duracao de 15 anos de follow-up apés infecao moderada a grave por SARS-COV-1 demonstrou que o grat Ge alteragdes pulmonares diminuiu drasticamente nos primeiros dois anos apés a infecao, mantendo apenas 4,5% dos doentes fibrose pulmonar.” Relatérios de autépsia de doentes com COVID - 1 relatam que a degradagao da membrana alveolar € menos evidente que no SARS-CoV-1, tomando consequen- temente o grau de fibrose menos grave. Podera tornar-se, assim, um importante fator de prognéstico na avaliagao da funcao pulmonar.‘ Uma vez que 0 SARS-CoV-1 ¢ 0 COVID-19 partilham o mesmo rece- tor de entrada ACE2 (enzima conver- sora da angiotensina), poderemos deduzir estratégias semelhantes de tratamento e seguimento destes doentes 3032 (© que sabemos até agora? Embora se preveja que grande parte dos doentes tenha uma recuperacao total, alguns vio desenvolver sequelas pés infecio com gravidade variavel, podendo contribuir com algumas limitagées a longo prazo** © dano pulmonar resultante da infegao por COVID-19 leva a0 comprometimento das trocas gasosas a0 nivel dos alvéolos#+*De acordo com Zheng et. al, 56.3% dos doentes que tiveram Alta manteve queixas de fadiga e dispneia apés atividade fisica, resultantes da regressio incompleta das alteragdes a nivel pulmonar causadas pelo SARS-CoV-2. Este autor sugere como estratégia de follow-up a realizagao de Rx pulmonar on TC até resolucio completa das lesdes, bem como a realizagao de estudos fumcionais respiratérios, nomeadamente a determinagao de capacidade de ventilacao forcada (FVC), volume expiratério forgado no 1” segundo (FEV1), racio FEVI/FVC e capacidade de difusdo do monéxido de carbono (PLco):* Em grande parte dos estudos publicados até & data, estes repor tam alteragées nas provas funcio- nals respiratorias, que podem durar até 12 meses ou mais, podendo tomarse permanentes. Atingem maioritariamente a DLCO (entre 50 e 66% dos casos), com reducao de valores obtidos inferiores a 80% do esperado, principalmente em casos de fibrose dispersa.?\* Em cerca de 55% dos casos, os doentes demonstram um padrao restritivo de novo, Pressupdem-se que estas alteragées sejam tio mais graves © permanentes consoante a gravidade da doensa.™ No que conceme a persisténcia de sintomas, em dois estudos, um com a duragao de 6 meses e outro com a duragao de 10 meses, constatou-se que os doentes ainda mantinham queixas de dispneia (14% vs. 49%), tosse, fadiga, ansiedade e distiirbios do sono." Em 51% dos casos os doentes apresentavam entre um e quatro sintomas que persistiram apés infegio.” De acordo com Li J, apesar do momento ideal para iniciar a reabi- Iitagao pulmonar em doentes com infegdes moderadas estar ainda em estudo, é aconselhavel que estes doentes realizem treino respirat6- rio, bem como treino aerobio leve.** ‘Apesar da reabilitacao, alguns doentes apresentam sequelas de lesdes fibréticas que se traduzem na diminuicao da tolerancia & atividade fisica, nomeadamente por queixas de astenia ou dispneia. A funcao pulmonar poderd ser largamente melhorada ao fim de seis semanas de reabilitacao pulmonar, através de exercicios de reforco da muscu- Jatura torécica, nomeadamente dos misculos intercostais e da parede abdominal “0 teste da marcha de seis minutos também evidenciou melhorias significativas na capa- cidade aerébia dos doentes previa- mente infetados ao fim do programa de reabilitacao de seis semanas.” No entanto, em comparacao com grupos controlo de doentes saudé veis, os doentes pés-Covid, nomea- damente os que necessitaram de ventilagao mecénica invasiva, tém resultados no teste da marcha que atingem entre 67 a 81% dos valores obtidos pelo grupo controlo, aos tras meses, ¢ 74 a 83% ao fim de 12 A resolucdo imagiolégica completa poderd ser observada quatro sema- nas apés o inicio dos sintomas.:* Desta forma, deve ser realizado um acompanhamento imagiolégico até A resolucio das alteragées pulmona- res (nomeadamente padrao de vidro despolido, consolidagées, padrao fibrotico). Segundo Yu M, et ala liltima TC de seguimento realizada apés a Alta apresentava espessa- mento intersticial e fibrose em metade dos doentes em estudo.* Num estudo realizado com cito doentes, que testaram novamente positivo apés terem Alta, confirma. se que na segunda admissao estes doentes nao apresentavam sintomas ea TC pulmonar nao tinha pratica- mente alteragées.’ No entanto, alguns estudos, com avaliagdes mais prolongadas, revelaram que ao fim de trés meses, dois tercos dos doentes mantinham alteracées radiolégicas, nomeadamente vidto despolido.”* De acordo com Caruso D, etal, ao fim de seis meses, 72% dos doentes apresentavam alteragdes em TC com lesées fibréticas® De acordo com a British Thoracic Society, os doentes internados em enferma- ria ou unidade de cuidados intensi- vos devem ser reavaliados clinica- mente quatro a seis semanas apés a Alta e devem realizar RX do t6rax e provas de funcao respiratéria apés 12 semanas. Se aps 12 semanas ainda persistirem sintomas, em doentes que nao necessitaram de internamento e desenvolveram infegio moderada um RX do t6rax de reavaliacao, deverd ser realizado as 12 semanas apés @ Alta." Embora as complicagées graves mais frequentes digam respeito & rea respiratéria, tem vindo a ser demonstrado que outros sistemas, nomeadamente o cardiovascular, podem ser afetados, sendo um dos Giagnésticos mais frequentes a mio- cardite > Exames como eletrocar- diograma, ecocardiograma, Holter ¢ prova de esforco deverao ser ponde- Tados tendo em conta a gravidade da infegio e sintomas associados.*** ois anos apés o inicio da pande- mia, devemos neste momento con- siderar os doentes com COVID longo {sintomas com duracao superior a trés semanas) e sindrome pés- -COVID crénico (sintomas com dura- 80 superior a 12 semanas}, os quais vao necessitar de avaliagio global para abordar os problemas, fisicos, cognitivos, psicolégicos e sociais.* Come proceder no alto rendimento? Relativamente a avaliagao de atletas apés infecio por SARSCOV.2, deve-se ter em conta que, mesmo os doen- tes com infecao assintomética/leve podem desenvolver complicacées, tais como reducao da capacidade pulmonar e disfuncao cardiaca, e estas podem ser despoletadas/exa- cerbadas pela atividade fisica. De acordo com alguns estudos public cados, 0 treino de baixa intensidade poder ser iniciado apés resolucao completa de sintomas, mas deverd ser precedido da avaliagio detalhada de cada atleta (anélises clinicas, eletrocardiograma, ecocardiogramas, prova de esforco, Holter de 24 horas, RX térax/TC, térax, provas de fungao respiratéria), Em caso de suspeita de miocardite, principalmente em doentes com infecio moderada a grave, com necessidade de interna. mento, ests indicada realizagio de ressonancia magnética cardiaca e anélises com doseamento de tropo- nninas.2*?9 Para o retorno gradual a pratica desportiva devera ser acon: selhado periodos de atividade que no devem exceder os 60 minutos € cujo esforgo seja inferior a 80% da capacidade maxima do atleta."* Em condusie ‘A infecao por COVID-19 é uma patologia recente e as estratégias a adotar no follow-up dos doentes estao em constante formulacao, uma vez que o tempo de recupera- Gio ainda é diminuto, Os estudos existentes comportam amostras pequena e tempos de evolucto entre os 6 ¢ 12 meses e que por isso podem enviesar resultados. A data da realizacao deste artigo as ideias principais a reter so: 0s doentes apés a alta devem continuar a ser seguidos em consulta de modo a acompanhar as alteragées pulmona- res (quer radiolégicas, através de RX ou TC, quer funcionais com a deter minagao de FVC, FEV1, FEVI/FVC DLCO) e climicas (dispneia, fadiga); a reabilitacdo pulmonar e fisica tém ‘um papel fundamental no regresso & autonomia e total funcionalidade dos doentes; os exames de imagem sao fundamentais para o seguimento, bem como a determinagio da recuperacao completa da infecao. Alongo prazo devemos considerar status pés-Covid, como Covid longo © Covid crénico e definir a melhor abordagem para estes doentes. No que diz respeito a atletas, antes de reiniciarem a atividade, deverao realizar exames médicos de forma a prevenir complicagées da infecao 03 autores negam qualquer conflito de interesses, assim como declaram 2 origi= nalidade da texto ea sua nio publicagio prévia. Correspondéncia José Carlos Carneiro - drjosecarneito@ gmail.com Bibliografia 2. YUM, Lie, Xo D, Zhang R Lan L, X08 Prediction of he Development of Pulmonary Fibrosis Using Serial Tin Section CT and Cnc Features in Patients Discharged ater Treatnent or COVID-19 Pneumonia. Koreas) Radiol 2020; 226) 746-55, 2. Zhu N, Zhang D, Wang W, Li, Yang 8, Song Ju etal, A Novel Coronavirus fom Patents ‘with Pneumonia in China, 2019 N Engl) Mee 2020, 382(8)727-33, 3. 20H, Ruan L, Liu), Liao W. The cial characters eight patients of COVID-19 wilh positive RTPCR test fer discharge } Mead ‘Virol. 2020; 101002) 26017 4. alachandar Mahalaxm , Subramaniam M KaavyaJ, Senthil Kumar N, Lain. maw G, eal. Follow-up studies COVID-19 recovered patient ~ i it mandatory? Sei Total 5. Zhou Me, Zhang X, Qu} Coronavirus disease 2019 (COVID-19) cna update. Front Med 2020, 142) 125-35, 6. 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Sports Medicine Associations (EFSMA) fon the 1OC framework on faimess, inclusion and non - discrimination ‘based on gender identity and sex variations, Pigozai F, Bigard X, Steinacker et al BMJ Open Sport & Exercise Medicine 2022; 8:2001273. doi:10.1136/ bmj- sem-2021-001273 Resume: COI publicou recentemente sua posicio sobre justica, inclusio endo discriminagao com base na identi- dade de género e nas variagSes de sexo, Este texto 6 elaborado princi- palmente na perspetiva dos direitos jhumanos, mas com menos conside- ragdes em relacao a questoes médi- cas/cientificas. A posicao coloca o nus da elegibilidade e classificacto o género inteiramente nas Federa- ‘ges Internacionais (Fis), embora 2 maioria das quais no ters a capa- cidade de implementar o programa ‘As consequéncias potenciais para © desporto, que precisa privilegiar a justiga e a seguranga, podem ser uma de dois extremos (1) exclusio de todos os atletas transgéneros ou atletas femininas com diferencas de desenvolvimento sexual com base na vantagem ou (2) autoidentifica- ‘Gio que essencialmente equivale a nenhuma regra de elegibilidade. Acexclusio de todas os atletas tansgéneros ou DSD é contraria 3 Carta Olimmpica e ilegal em muitos paises, Apesar de nao haver regras de elegibilidade em relacao a0 sexo, ‘o desporto perde seu significado e apoio quase universal. Os atletas rio devem estar sob pressio para se submetetem a procedimentos médicos ou tratamentos para satis- fazer os critérios de elegibilidade. No entanto, se um atleta estiver totalmente informado e consenti da sua live escolha submeter-se a intervengdes cuidadosamente consi- deradas ou necessérias para a clas- sificagio de género para o desporto fe competi de forma justa e segura no género escolhido. A livre escolha Sum direito humano fundamental, mas tambérn o direito & competicio justa e segura, BR ‘ey Medicina Deserta infos 202182) 15-17 hep ong 2891este pub 2022 mat A Osteite Pubica, Clinica e Tratamento. O que Importa Saber ‘ra ounaPishelo ra Lures Branquho!, Po Dota oe Pisces Finke! de Reailtacie MFR do Cenire Hesnitalar Universite € Caimbra HUG Especiasta am MER Medians Desporsta UC Comb Tema 2 RESUMO / ABSTRACT ‘Acstete pdbica (OP) uma patologia pouco frequente da sinfie pica (SP tecidoe ‘moles periarticulares associada ao stress e overuse, Pode ser observada particularmente em, aWletas,expeciaimente naqueles que pratcam desportos que envlvem corsida e pontapés ‘comm mdancasripidas de velocicade ediecio. A sa euologia espresentagio clinica _muit vativeis 0 que por vezes toma odingnéstico diffi. A estigdo desportiva ea dete- roragio da performance io frequentes na OP e por iso um diagnésticoprecoce deve ser ‘feito para evitar a progressio crénica da lesio, 0 tatamento da OP & conttoverse devido & reduzia evidéncia cient, ‘Pubic stein infrequent inflammatory, overuse stress injury ofthe pubic symphysis (5) and perarticuar sf tissues. This injury canbe seen particulany in athletes, expecially nthe who participate in sports involving running ond kicking with sudden changes in peed and direction, Ie ‘ology and cinical presentation ae highly variable which somtimes makes diagraisdfult, ‘Sports restriction and performance deterioration ae frequent PO and therefore an early diagnosed ‘must be done to avid chronic progression. Treatment remains conoversil duet ile sentie evidence PALAVRAS-CHAVE / KEYWORDS. ‘ostite pice, pubalgia, autres, dor inguinal Pubic ost, pubalie, adductor, nguial pain Introdugio Aosteite pibica (OP) é uma doenga inflamatéria da sinfise puibica e dos tecidos moles periarticulares que se manifesta, na maioria das vezes, por dor inguinal ou na parede abdomi- nal. Foi inicialmente descrita pelo médico urologista Edwin Beer no contexto sintomatico apés cirurgia com abordagem supraptibica ** © diagnéstico e o tratamento de dor inguinal levantam frequentes questées particularmente no atleta Esta patologia é mais frequente no homem adulto, com uma incidéncia de 05 a 6.2%, valores que variam de acordo com a modalidade desportiva praticada, Particularmente na corrida de fundo, no futebol, no andebol e no riguebi a incidéncia esta aumentada, encontrando-se entre os 10 e 18%. A sintomatologia € habitualmente pouco especifica, uma vez que que o proceso infla- matério para além de afetara sinfise piibica, pode também estender-se aos ramos isquia e flioptibico, aos miisculos adutores e da parede abdominal, estruturas cartilagineas e ligamentares regionais. Alimitagio desportiva ea deterioracio da performance sao frequentes, sendo que a cronicidade coloca desafios adicionais na gestio doatleta. Etiopatogenia Asinfise pibica é uma articulagao cartilaginea ou anfiartrose, articulagao nfo sinovial de mobilidade limitada, Os misculos adutores da coxa {trés adutores ¢ 0 gracilis) e 0 misculo grande reto do abdémen inserem- se na regio piibica e a sua assi- metria funcional é muitas vezes apontada como causa importante de dor e disfungao. A tendinopatia de insercao e 0 desequilfbrio muscular determina uma reagio inflamatoria do oss0, bem como alteragses dege- nerativas da cartilagem de reves- timento ** Também as assimetrias cinéticas da articulagao coxofemoral sio apontadas como factores etio- logicos, promovendo movimentos compensatérios e sobrecarga funcio- nal’ Estio descritos neste contexto os conflitas femoroacetabulares ¢ as displasias da anca Inicialmente, o trauma direto decorrente de patologia traumatica foi apontado como o principal agente patogénico. Progressivamente a ideia do overuse foi-se tornando consen- sual, principalmente em atletas com elevada solicitagao isquioptibica, cujo gesto dominante envolve movi- mentos de alta exigéncia cinética, deslocagao lateral e ciselamento repetidos.* Outras teorias apresen- tadas estao relacionadas com as disfungSes do anel inguinal, bem como com alteragées obstrutivas e congestivas dos plexos venosos regionais no ambito de patologias uurogenitais* Os estudos histolégicos sao pouco frequentes e habitualmente decor rem da analise de tecidos cinirgicos. Esta descrita a existéncia de atividade inflamatéria no osso e na cartilagem piibica, bem como a presenga de diferentes tipos celulares e infiltra- Gao fibrética. Outros autores des- crevem osso imaturo, osteblastos e fibroblastos, sugerindo atividade regenerativat com auséncia de ativi dade inflamatéria, indicando assim uma grande diversidade de etiolo- gias associadas & OP, A dor na regiao anterior e/ou medial inguinal o sintoma mais sugestivo. Com frequéncia ocorre ao nivel da parede abdominal e pode irradiar para a regiao medial da coxa no trajeto dos muisculos adutores. A sua projecio perineal ou escrotal apresenta-se por vezes como primeira manifestagao sintomatica Em alguns atletas a dor é particular- mente referida a sinfise plibica A-evolugio é habitualmente muito progressiva, sendo dificil de identifi- car o elemento cinético precipi- tante.*"* A dor tanto surge durante co exercicio como muitas vezes se perpetua ao longo do dia nas atividades quotidianas. Habitual- mente desaparece ou reduz de forma valorizavel com o repouso. Nas fases mais sintomaticas, a marcha, a tosse ou mesmo o dectibito lateral podem precipitar dor? Nos atletas é frequente uma progressiva limitagio na pritica de exercicio fisico, comprometendo a performance e a execucao do gesto técnico da modalidade Frequentemente o exame fisico é pouco esclarecedor, ou porque este nao desperta dor, ou porque pode ser dificil identificar a sua origem. Appalpacio direta da sinfise puibica, da insercao inferior dos misculos da parede abdominal ou dos misculos adutores pode despertar dor. Podem ainda ser realizados diferentes testes, cujo principal objetivo é despertar a dor na regiao da sinfise puibica. Entre eles referem-se o spring test, o teste de compressa lateral, 0 teste de Faber, o teste de compres- sao dos adutores e o teste do salto unipodalico “A identificacao de marcha claudicante pode estar pre- sente e resulta da dor e da contra- tura dos miisculos adutores da coxa Por forma a uniformizar a siste- matizacio clinica, Rodrigues et al apresentam uma classificacao des- crita em quatro fases.” Na primeira fase a dor é unilateral, aliviando com o aquecimento e agravando no final do exercicio, Na quarta fase irradia bilateralmente cintura pélvica, misculos adutores, parede abdominal e mesmo coluna lombar, tomando-se fortemente incapaci- tante e presente em atividades de Vida didria simples. Exames complementares Os estudos de imagem sao habitual- mente titeis na identificacao de leso da sinfise puibica, Na fase inicial da lesio o estudo radiol6gico pode ser normal. Com a evolugao pode ‘identificar-se um alargamento € srregularidade da interlinha articular bem como lesdes liticas coexistindo com esclerose subcondral {figura 1) A instabilidade da sinfise pode ser identificada pela alternancia dos apoios.** A ressonancia magnética ‘identifica numa fase precoce o edema dsseo subcondral. Ao longo da sua evolucao sao visiveis irregula- ridades da interlinha articular, quis- tos subcondrais ¢ reagio periosteal, sendo que nos casos mais crénicos pode ser observada a presenca de 6 aro 207 wa redesporti pt osteofitose (figura 2). 0 estudo ecografico étitil no diagnéstico diferencial, ainda que na OP tenha baixa sensibilidade e especificidade. E possivel identificar irregularidades na interlinha articular ou mesmo alargamento da sinfise.* Pode ainda ser utilizada para a realizacao de infiltragées ecoguiadas da sinfise, tanto no diagnéstico, como na terapéutica, Outros exames com- plementares, tais como a cintigrafia osteoarticular e a sinfisografia esto descritos no ambito do diagnéstico diferencial, ainda que nao sejam exames de primeira linha. De referir, ainda, os estudos séricos de marca- dores inflamatérios (protefna C rea- tiva e velocidade de sedimentacao} a pungao da sinfise para recolha de material biolégico para estudo laboratorial Diagnéstico diferencial Considerando a heterogeneidade dos quadros sintomaticos importa promover um cuidado diagnéstico diferencial. Devem ser excluidos 0 conflito femoroacetabular ¢ outras patologias da anca (extra e intra- -articulares), a tendinopatia dos miisculos adutores, a tendinopatia do grande reto do abdémen, a hémia do canal inguinal, a patologia sacroilfaca, a fratura de fadiga, a compressio nervosa em sindromes de canal, a espondiloartropatia, a neoplasia éssea e a osteomiclite da sinfise, entre outros. *6:%0” Esta, litima est descrita apés procedi- mentos urolégicos diversos. Figura 1 Radiografia convencional de tum doente com osteite piibica De referir a irregularidade e alargamento da inter- Tinha pibica bem como a as alteracdes esclersticas ‘Tratamento Habitualmente o tratamento é conservador, sendo a cirurgia acon selhada em aproximadamente 5 a 10% dos doentes sintomaticos apés faléncia da abordagem conserva~ dora, ou em casos de alta exigéncia competitiva. A prescri¢ao de repouso desportivo, anti-inflamatérios nao esteroides e de diferentes agentes fisicos € consensual." © programa de reabilitacao funcional promove © equilibrio muscular, no Ambito do fortalecimento e alongamento estitico (miisculos adutores, abdo- minais, rotadores ¢ flexores da anca, isdquiotibiais e tensor da fascia lata). Esta também descrita a prescrigio de calgées de compressio para controlo da sintomatologia e favorecer a retoma de atividade.”* Em todos os dominios de intervencao 0s protocolos teraputicos sao de baixa evidéncia e pouco efetivos.* No atleta importa manter o exercicio de baixa intensidade, evitando a dor solicitagao cinética da sinfise puibica A infiltragdo com cotticoide (betametasona, dexametasona, prednisolona), anestésico ou associagio de ambos é prescrita apés a insuficiéncia dos procedi- mentos anteriormente descritos, verificando-se habitualmente bons resultados no ambito do alivio sintomatico, ainda que muitas vezes de forma transitéria. A dose, a frequéncia e a justificagio para esta opgao terapéutica nao tem consen- sos € a sua evidéncia & baixa,!!* ‘A insuficiéncia da abordagem con- servadora justifica apos um perfodo de seis a 12 meses ponderar o trata- mento cirtrgico As intervengées ‘mais comuns sao a curetagem da Figura 2~ Imagem de ressonfincia mag netics ineidéneia coronal em 12, de um. doente com astelte pibiea, Salientamos as iregularidades a sinfise bem como 0 edema inflamatério ne tecido ésse0 fibrocartilagem, a artrodese ea ressegio da sinfise mais ou menos extensa, bem como a reparacao da parede em funcao da lesao diagnos- ticada* A abordagem endoscépica esta também descrita como uma técnica eficaz*, ainda que pouco efetuada. Prognéstico € retoma desportiva O programa conservador é habitual- mente eficaz e apresenta reduzida taxa de complicagées. A retoma des- portiva, com exigéncia crescente e competitiva, esté descrita entre as 12 as 24 semanas." Um elemento decisivo na prevencaa lesional, e par ticularmente na reabilitacao funcio- nal e retoma desportiva, é a ampla colaboragio entre todos os membros da equipa técnica, A adequacao de procedimentos terapéuticos, a manutengio do exercicio fisico e a retoma desportiva estao muito dependentes da qualidade do grupo e da sua capacidade de comunicar. Concluséo A.OP & uma patologia essencialmente de overuse, que se carateriza por alguma heterogeneidade de sinto- mas e sinais que tem um marcado impacto na performance do atleta. © diagnéstico etiopatogénico & obrigatério, sustentado pela anam- nese e pelo exame objetivo. O estudo radiolégico nas fases avancadas € a ressonancia magnética precoce- mente complementam o diagnéstico médico, 0 tratamento é essencial- mente conservador e o programa de reabilitagao deve ser criteriosamente prescrito. A retoma desportiva ocorre hhabitualmente entre as 12 ¢ as 24 semanas. 0s autores negam qualquer confito de iinteresses, assim a como a originalidade do manuscrito e a sua nio publicagde prévia. Comesponcéncia Frof Doutor Joio Piscoa Pinheiro reabmedica@hotmail com Bibliografia 42. Via AG, riziero A, Pinot ® Oliva, Ran- eth Matfull N Management of estitis pubis in athletes rehabiitation and return to training ~a review ofthe most recent literature Open Access} Sports Med. 2018, r0110 2, Patrick Gomella Patrick Mufara) Ostet bis: A Rare Cause of Suprapubsc Pain Rev Urel 2017, 1963) 156-163 2. Beer Perostitis ofthe symphysis and descending ram ofthe pubes following suprapubic operations Inc) Med Surg athletes with osteitis pubis. NZ/SM. 2001, 270-7. 5. Hit l Stevens X),Jamati MK, Garza, Matheson GO. Athletic osteitis pubis Sports Mea 2011, 415) 361-76 27. 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De acordo com o CPP, esta ago tem o nome de SuperAgao, um constructo que aglutina as palavras superacdo e acao, 0 apelo é centrado em trés palavras de ordem. 1 Incentiva através do acompanhamento dos atletas paralimpicos, o que pode ser operacionalizado nas redes sociais dos atletas. A subscricao da newsletter também é possfvel, bastando preencher um pequeno formu- litio no sitio do CPP 2, Pratica, pretendendo-se indicar os locais a nfvel nacional onde o atleta portador de deficiéncia pode praticar o seu desporto. O Mapa de Inclusao Desportiva indica 229 clubes onde o atleta portador de deficién- cia pode desfrutar do desporto que gosta, bastando filtrar por distrito e por modalidade 3. Apoia, em que qualquer cidadao pode participar de varios modos, como seja através da consignacao de 0,5% IRS (NIF n° 507805259) ou atra- vés da entrega de donativos ao CPP. Estes donativos poderdo ser tinicos ou regulares através de transferéncia bancéria (NIB: 003300004537569072308, Millenium BCP), com posterior emissao de recibo, a solicitar ao CPP, o qual poderé ser utilizado para dedugdes nos impostos. Esta campanha tem a cara de oito atletas de cada uma das oito moda- lidades que estiveram representadas nos Jogos Paralimpicos Téquio 2020: Miguel Monteiro (atletismo}, Beatriz Monteiro (badminton), Carla Oliveira (boccia), Norberto Mourao (canoagem), Las Costa (ciclismo}, Ana Mota Veiga (equestre), Djibrilo fafa judo) e Susana Veiga (natacao}. Mais informacao no sftio do CPP (https://paralimpicos pt/home). BR e ® mansco NA a a MAIS PROTEINA PARA _— O TREINO Aalimentacao pode ter um papel fulcral no exercicio fisico, tanto na otimizagao do desempenho como na 4 otimizago das adaptagées ao treino. e Z » ( \ importante adaptar a al a, mentacio aos diferentes momentos do treina, Antes, é importante assegurar um abastecimento correto de ener- eparaa \ gia. Durante, o segredo é atrasara —_reposicao das Oleite mostra-se to ou mais eficaz na diminuicdo de reservas de energia__reservas de glico- recuperagao pés-exercicio e garantira hidratacgo.Por cltimo, _génio aps 0 exercicio do que outras bebidas apés, importa promover a recupera- _fisico - quer de proteina, desportivas comerciais. do muscular e a reidratacao, que é um dos fatores mais, Emais econémico! / Areposicao hidrica adequada importantes para promover j durante ¢ apés a atividade fisicaé _sintese proteica muscular a = importante para a reposicio das per- _induzida pelo exercicio. das de égua e eletrdlitos pelo suor Além disso, a quantidade (principalmente o cloreto de sédioe de proteina eo momento do seu fem menor grauo potéssio) consumo podem fazer a diferenca Mas no sé! 0 exercicio fisico Porisso a Academy of Nutrition de elevada intensidade e/ou pro- and Dietetics (AND), a Dietitians of Iongado também conduz a uma Canada (DC), ea American College deplegao das reservas, incluindo of Sports Medicine (ACSM) recomen- slicoginio e aminoacidos,ea uma _dam, nas 2 horas imediatamente degradacao dos misculos esqueléti-_apés 0 exercicio, o consumo de cos. E aqui é importante a ingesto, __protefna de alto valor biolégico na Quer de hidratos de carbono-que _quantidade de 15-25 g ow 0,25-0,3 contribuem para a recuperagio da __g/kg de peso, para otimizacao da fancéo muscular normal (contragao) _sintese proteica muscular. Com 0 apoio do Centro de Nutriclo e Alimentagio E que le ite pode Mimosa (CNAM), desenvolveu-se Mimosa Proteina, um leite reforcado em proteina, facil de transportar, aj lu dar na recu p 8 ragao disponivel nos sabores Cacau e Morango. 7 . Reforcado com 0 triplo da proteina do proprio leite, pos-treino? oferece 25g de protna por embalagem, que correspond a mais de 60% da energia que este leite fomece, Gontrbuindo pts ajtdarareduzr a dep muscular © crescimento e manutengao da massa muscular, para a toa forma fsicn Mimosa roteina nao conte lactose, nem acticares adicionados (contém acticares naturalmente presente), Una porio de 250 mi de Mimosa Protea, fornece 12 g de agticares e contribui para a recuperacao da fugue muscular noma apes a exec sca de devada intensidade e/ou prolongado. Oferece 100 mg de sédio e pelo menos 425 ng de petisio que jntamente com 4 favs, contribem para elratagaoap08 0 exert, O leite oferece uma boa relacao entre calorias € nutrientes essenciais, com varios beneficios na recuperagio fisica pés-exercicio, uma vez que € aproximadamente isoténico e combina, entre outros nutrientes, agua (cerca de 88%), proteinas de alto valor biol6gico (aproximadamente 8,25 g por copo de 250 m), hidratos de carbono e ele- trdlitos, como sédio e potassio, excelentes para a reidratacao stare 20% wa sedesportin pt Embalagem de 250ml Embalagem de 140g - Natural gehen aaa meet emery at Saker 3 Ingredientes: Leite pasteurizado desnatado concenttado & BA60 ¢ 466 eedulcorantes: ueralore i : ECan ear fermentos leteos, Origem: Portugal : a SE are TP He de dieinctieodin| [Mounier AN solace} energa(bifkea) | 277/65 692/165 _ 9 eneria(hifkes) __a74/es Tipidos oe 10. oa sla eects c(i as qos eturadorG@) 08 beset) 49 2 Soeeeag 25 dos gun pacar) 47 a dos guna: ageaea Bs fend 10 35 pen 7” sl 210 025 tut amin esr miners J sitamina ee miners ibdavin Gg) oxr raw | oa are shoving) om aa | ome same ‘stamina 2p) a8 tuxr | 089 aim vitamins B12 0) 223 8 as fle) os aa so eis? { clio (me) 297 73 99% foro (eg) 25 aK goL 4% PE) 1s 53 65K elo) 32 are 1 aK ~*~ eieteas 25s bug alee {odo (ug) 180. 22 Te ‘do Valo de Refeoca do Neen (VEN). . “da Dose de Referencias (DR) pra on ado mo (6400 2000 heal. Tacos) <0 005 Mor desl ves echsramte a dio natursente ese FRoos2021 p Valor cde Rertcia do Nusients (VRND. “i Done do Retaréncia (DR) para ua alto midi (£400 Fd) 2000 ke. ‘Areducio do or de actse ¢obida pela conver deta es lcse feabetse Ete " co GS TEN rap AP NA bast e AS ~ eee eects E que outras solucdes ee Smee emareaa . r massa muscular, para a boa forma ricas em proteina de alto eee teor de célcio que é necessério nites Ser Samara val or bio | og i co? ee f Se ae cae eS é fonte natural de selénio e Pm EI SERGE EOE Fea eee desenvolveu Mimosa Proteina Quark, uma nova solucao nutricional Mimosa, para o normal fumcionamento rica em proteina e desenvolvida a pensar em todos os que pretendem proteina do sistema imunitério; e é rico de alta qualidade e também riqueza nutricional, feita com leite portugués. em fésforo e fonte de riboflavina Com alto teor de protefna, uma embalagem de Mimosa Proteina Quark _—_e iodo, que juntamente com 0 Natural oferece 17 g de proteina. As protefnas lécteas so de alto valor cAlcio, contribuem para o normal biclégico, porque fornecem em quantidade adequada todos os aminogcidos __ metabolismo produtor de energia, essenciais, incluindo aminoacidos de cadeia ramificada (BCAAs) como Particularidades Médicas do Treino da Pessoa com Deficiéncia RESUMO / ABSTRACT A pritica desportiva no ambite do desporto adaptaco tem aumentade nos itimos anos. Este aumento ne nimero de paticipantes ascocia-re a maior risco de eventos averso= [Embora ar rscoe sejam globalmente excedides pels beneficios associados 20 exereici, [nd necessidade de atengio As particularidades médicas do treino destesaletas,Diferen- tes modalidadese diferentes pos de defciéncia condicionam necessidades especiicns ‘que deverio ser econhecidas e devidamente orientadas. Este trabalho visa destacar as principals alteragdes médicas a considerar em fungie das diferentes sindromesclinicas no contexte de desporte adaptade. ‘Sport practice n adapted sports has increased i recent year. The crease in paripants ie ‘associated with higher risk of adverse events Eventhough he benefits of exercise useigh the ‘iss, ee vtal to pay attention to medical sues when taining theve athletes. Diverse sports and “iferene types of deal wil have diferent needs, which eed te recognized and adaressed ‘The purpose of his articles to describe the most common medical sues in adapted sports in ela tin to diferencia syndromes PALAVRAS-GHAVE / KEYWORDS. Desporto adapta exerci sco, deficiéncl, lest desporiva ‘Adapted sports, physical exercise, diab, sport jury Introdugao esto vertebromedular (LVM). 0 crescimento do desporto adaptado © desporte adaptado surgiuino inicio associado a grupos de deficiéncias, do século XX, com as primeiras atividades a serem dirigidas para os portadores de deficié e visuals, No entanto, s6 no final da Segunda Guerra Mundial é oficiali- zado o inicio deste desport (© desporto para pessoas com deficigncia podera contemplar duas realidades distintas: + Desporto adaptado: desporto existente com adaptagao as particularidades do atleta com deficiéncia + Desporto especifico: desporte tinico, nao derivado de outro, com regras especificas para atletas com Ludwig Guttman, neurologista alemio, exilado em Inglaterra (Gigura 1), foi pioneizo na histéria do desporto para pessoas com defi cigncia através da sua introducao na reabilitagio em doentes com especificas, acompanhado da evo- lucao da ciéncia e dos avangos da medicina, contribuiu para o desen- volvimente de disp xéenicos e melhoria da competicao, permitindo o aumento do ntimero de participantes.* fa do desporto para a iciéncia pode ser Figura 1 ~ Representac’ ‘+ Modelo médico, em que a ativi- dade desportiva assenta no con- ceito de exercicio como atividade terapéutica, capacidade fisica, bem-estar e satide + Modelo desportive, em que a competi¢ao é usada como motiva- io adicional para intensificar os beneficios do exercicio, Atualmente, a atividade despor- tiva agrega a integragio destes dois modelos.” Particularidades médicas Os efeitos do exercicio no atleta com deficiéncia podem apresentar efeitos positives ou negativos. Estes vao Gepender das metas do atleta, do respeito que é conferido a0 corpo e do significado atribuuido ao resultado final da atividade, De acorde com o ‘American College of Sports Medicine, os beneficios fisiolégicos no atleta com deficiéncia sio semelhantes aos da populacéo geral, nomeadamente na melhoria da capacidade cardio- vascular, na reducio dos fatores de isco coronarios e na diminuicao da morbilidade/mortalidade Na populagio com deficiéncia, os praticantes de atividade fisica tem adicionalmente diminuicao do risco inerente & patologia de base. Em atletas com LVM hé diminuigao do isco de infegao renal, lesdes da pele, bem como de outras co-morbilidades associadas a esta situacao clinica.* Prescriso de exercicio A prescrigio do exercicio fisico no atleta com deficiéncia segue os mes- ‘mos pressupostos que na popula geral. A prescrigao é individualizada, elaborada pelo médico, adaptada 4 evolucao cronolégica, necessidades do atleta, érica de Ludwig Guttman

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