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video, sem imaginagao acerca do seu verdadeiro contetido, automaticamente, e isso & natural entre os programas de compartilhamento de arquivo, outros usuarios do mundo todo ja estardo também capturando automaticamente do computador desta inocente pessoa o referido video, em uma ininterrupta relagao de download(?21) e upload(22), Em assim sendo, percebe-se que uma pessoa inocente, sem imaginar, recebeu um video criminoso € repassou-o a incontaveis outras pessoas, 0 que dificulta sobremaneira a sua responsabilizagao criminal. Claro, e isto é certo, a exemplificagio supradita referiu-se a um arquivo com nomenclatura simulada e, deduz-se, assim que identificado fosse seria deletado incontinenti pelo usudrio surpreendido, Todavia, ¢ preciso restar claro que 0 compartilhamento de arquivo por meio dos programas alhures referidos pode ocorrer de tal forma que, mesmo estando os videos ou imagens denominados com a expresso "pomografia infantil", ainda assim a identificagao dos seus usuarios ¢ propagadores criminosos € problemética, dada a celeridade com que as trocas ocorrem e em decorréneia do cuidado com que os delingiientes costumam levar a efeito seu comportamento criminoso separando em seus computadores, apés as propagagdes, aqueles arquivos ilicitos compartilhados, removendo-os das pastas de download ¢ de upload para uma pasta a parte daquelas proprias do programa de compartilhamento, CONSIDERAGOES FINAIS Isso posto, viu-se, neste ligeiro escrito, que a nogo coloquial que imputa de forma generalizada aos crimes sexuais praticados contra menores como sendo a sua totalidade ocasiées de "pedofilia" ¢ concepeao equivocada, porquanto esse tipo de parafilia & termo clinico, nao penal. Viu-se, além disso, que varios tipos penais estdo dispostos na legislagao patria, a fim de que nao se veja isento de responsabilidade criminal aquele que satisfaz a sua lascivia aproveitando-se de criaturas humanas de tenra idade, Por fim, foi possivel visualizar-se, ainda, algumas dificuldades enfrentadas pela Policia Judicidria na elucidagdio de crimes desta espécie, tanto naquelas hipdteses em que ninguém péde testemunhar a conduta, porquanto efetivada longe dos olhos de terceitos, bem como, ¢ isto ¢ to preocupante quanto, naquelas hipdteses onde os doentios autores de tamanha ilicitude resolveram, ousadamente, propagar 20 mundo inteiro, por meio da rede mundial de computadores, as cenas repulsivas de suas atrozes condutas. Fonte: hp. farticlesI9838 rials- Sobre-Pedofiia-Ipaginat himignxzzt Jep7uP2E sa WonqwrTol wis F141 pee Warps Tamme 2 2EDOFILIA ‘TOPICOS’CRUCIAIS SOBRE PEDOFILIA Roger Spode Brutti (*) RESUMO: a pedofilia, pritica desvaliosa e pervertida que aflige menores pré-piberes ‘ou no, embora cause atengao quando propalada pelos meios de imprensa, ainda carece de algumas reflexdes concernentes 4s suas implicagdes penais, mormente quanto as dificuldades probatérias que a norteiam. Com efeito, este escrito procura colacionar aos nobres leitores algumas anotagGes sucintas sobre esse lastimavel fendmeno social. PALAVRAS-CHAVE: pedofilia; Policia Judiciéria; previstes penais; dificuldades probatorias, SINOPSE: Aspectos Congénitos da Pedofilia; Previses Penais Relativas Pedofilia; As Dificuldades Probatorias Enfrentadas pela Policia Judiciéria sobre a Tematica em Epigrafe; Consideragdes Finais. As flores chegam até a perfumar a mao que as esmaga. (V. Ghilka) INTRODUGAO ‘A pedofilia(1), motiva, naturalmente, uma grande perturbagtio moral na sociedade, em decorréncia da indignago, avers4o ou repulsa que exsurgem do intimo de qualquer ser humano perante tematica de tio flagrante barbaric. Todavia, € de se notar, o estudante ndo encontraré na legislagao penal repressiva expresso direta a esse fendmeno, mas, isto sim, a tipos que com ele se relacionam. Com efeito, a pedofilia ¢ termo designativo 4 conduta desconsertada que encontra amplo debate em nossos anais da psicologia e da psiquiatria, Por isso mesmo, fez-se questo de trazerem-se referéncias dessa estirpe ao tema epigrafado j4 no primeiro capitulo deste redigido. Apés, veremos algumas previsdes penais que abarcam condutas pedéfilas ¢, por fim, virio @ tona exposigdes concisas sobre a problematica probatéria em tomo deste assunto, porquanto 6, geralmente, entre quatro paredes ¢ na auséncia completa de testemmunhas que a consumagio dos crimes de abuso sexual para com menores acorre. ASPECTOS CONGENITOS DA PEDOFILIA A pedofilia(2) € também designada por meio dos termos paedophilia erotica ou pedosexualidade. Esse fenémeno social constitui-se em uma parafilia(3) na qual a atragdo sexual de um individuo adulto esta direcionada primariamente em relagdo a criangas pré-ptberes ou no, Diz-se primariamente, porque antes de sentir-se atraido por alguém do sexo oposto € com idade similar, © agente vé-se compulsivo por jovens de tenra idade. Esse fendmeno ¢ classificado pela Organizago Mundial de Saiide(4) como uma desordem mental e de personalidade do individuo adulto, bem como um desvio sexual. Tem-se que 0 comportamento pedéfilo é mais comum em torno do sexo masculino, 0 que se pode comprovar, até mesmo entre ndo-profissionais da area policial, pelos relatos noticiosos que estampam, de vez. em quando, prisdes escandalosas envolvendo sujeitos ativos deste sexo. A Convengao Internacional sobre os Direitos da Crianga(S),aprovada em 1989 pela Assembleia Geral das Nages Unidas(6), define que os paises signatérios devem tomar “todas as medidas legislativas, administrativas, sociais e educativas" adequadas & proteg2o da crianga, inclusive no conceme a violéncia sexual, razio pela qual se percebe, na seara brasileira, a intensa preocupagio do Estatuto da Crianga e do Adolescente com a temética envolvendo a exploragiio sexual de menores.(7) Consoante CROCE(S), pedofilia é 0 desvio sexual "caracterizado pela atragio por criangas ou adolescentes sexualmente imaturos, com os quais os portadores dao vaza0 ao erotismo pela prética de obscenidades ou de atos libidinosos". Como se vé, por meio de uma anilise perfunctéria da conceituagao clinica desse desvio de conduta, percebe-se que 0 sujeito ativo dessa ilicitude pode softer de alguma anomalia mental, o que elidiria ou mitigaria a sua culpabilidade, Todavia, ¢ ai que se encontra um dos grandes entraves ao entendimento do fendmeno, qual seja ele, a confusdio comparativa que se faz entre 0 pedafilo e o autor de crimes sexuais praticados contra menores. Efetivamente, se optarmos por uma andlise elinica do termo, veremos que a maioria dos autores de abuso sexual praticado contra criangas € adolescentes no so considerados clinicamente ped6filos, mas simples criminosos que se aproveitaram da vulnerabilidade casual de algum infante, como, p. ex., © pai que se aproveita da filha, quando a esposa esta ausente. Temos, ai, em principio, uma ilicitude eventual, motivada pelas circunstincias, e nao uma tendéncia sexual a"(9) de determinado autor por pessoas de tenra idade. Dessa arte, a generalizago do termo pedéfilo a autores de crimes sexuais efetivados contra pessoas menores de idade é errdnea, mas, a bem da verdade, j estabelecida coloquialmente. Cumpre salientar, ainda, que’ o Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, 4th edition (DSM-IV), da Associagao de Psiquiatras Americanos, aduz a definigao de uma pessoa pedofila, mas especifica que a sua caracterizagao s6 se perfectibilizara, caso cumpram-se os trés quesitos seguintes: 1- Por um periodo minimo de seis meses, a pessoa deveria possuir intensa atragdo sexual, fantasias sexuais ou outros comportamentos de carter sexual relativos a pessoas menores de 13 anos de idade; 2- A pessoa deveria apresentar designio de realizar seus desejos, sendo que 0 seu comportamento é seria afetado pelos seus préprios desejos e/ou referidos desejos acabariam causando estresse ou dificuldades intra e/ou interpessoais ao paciente; e 3- A pessoa possuiria mais do que 16 anos de idade e seria, no minimo, cinco anos mais velha do que a(s) crianga(s) citada(s) no primeiro critério. Note-se, pois, que o ato sexual entre pedéfilo crianga nao necesita estar presente, sendo que uma pessoa poder, perfeitamente, ser considerada clinicamente como pedéfila apenas pela presenga de fantasias ou desejos sexuais em sua mente, desde que configurados os trés critérios supraditos Isso posto, o termo pedofilia é de conotagao clinica, ndo penal, embora largamente seja utilizada nas manchetes policiais como sinénimo da pritica de autores de abusos sexuais para com menores. Por sua vez, a legislagdo penal brasileira, acertadamente, no utiliza explicitamente referida terminologia, expondo, isto sim, em varios tipos penais, tipificagdes que abarcam como sujeitos passivos de crimes sexuais pessoas de tenra ‘dade, como veremos no t6pico seguinte PREVISOES PENAIS RELATIVAS A PEDOFILIA Em 1989, adotada pela ONU(10), a Convengdo Internacional sobre os Direitos da Crianga, em seu artigo 19, expressamente obriga aos estados a adogo de medidas que protejam a infaincia ¢ a adolescéncia do abuso, da ameaga ou da lesio a sua integridade sexual ‘A legislagao brasileira nfo estabelece tipificagio especifica atinente ao termo "pedofilia". Todavia, 0 contato sexual entre adultos e criangas pré-piberes ou no se enquadra juridicamente em tipos penais tais como 0 estupro(11) e o atentado violento a0 pudor(12) Ha, ainda, o tipo previsto no art. 241 do Estatuto da Crianga e do Adolescente(13), que traz texto misto ou de contetido variado, ao estabelecer como crime a conduta de quem apresenta, produz, vende, fornece, divulga ou publica, por qualquer meio de comunicagio, inclusive pela rede mundial de computadores (internet), fotografias ou imagens com pornografia(14) ou cenas de sexo explicito envolvendo criangas ou adolescentes. Em verdade, a preocupagio para com a protegio das pessoas menores de idade jé veio consagrada na Constituigiio Federal brasileira em seu art. 227, onde consta que & dever nao sé do Estado, mas também da familia e da sociedade, garantir meios a0 desenvolvimento salutar da crianga e do adolescente(15). No seu pardgrafo 4°, ainda, aquele dispositivo constitucional concede mais do que simples génese ou escoro, mas imperativo inevitavel & repressio de abusos envolvendo a temética em epfgrafe por meio do estabelecimento de normas repressoras.(16) Se bem procurarmos, decerto, outros tipos relacionados ao t6pico do assunto especial tratado neste redigido exsurgirdo, como bem ocorre com as previsdes contidas nos arts. 240 e 244,A, do ECA(17). Nao obstante, o que se pretendeu neste ponto foi a exposi¢ao de que a legislagao brasileira, sem gris algum, estabelece miltiplas hipéteses de enquadramento legal daquelas pessoas que incidem em atos desvaliosos consistentes no abuso sexual de menores, a despeito de nao conter qualquer tipo especifico relativo ao termo "pedofilia’. Nesse sentido, como antes se viu, ¢ de fato errdnea a utilizagao deste termo elinico de forma generalizada para com os autores de crimes sexuais praticados em desfavor de seres humanos de pouca idade, porquanto o pedéfilo nem sempre é criminoso, pois pode nutrir fantasias sexuais envolvendo menores sem efetivé-las, bem como 0 sujeito ativo dos tipos exemplificados neste capitulo pode nunca haver tido atragiio "priméria” por infantes, mas pode haver consumado crimes sexuais contra meninos ou contra meninas por motivos outros tais como estresse, problemas no casamento, ou, 0 que é mais comum, pela caréneia de um parceiro adulto. Por fim, em torno do tema ainda hé interessantissimas questdes processuais pontuais que abrilhantariam ainda mais a temética, como a discussio atinente a necessidade, ou niio, de condiglio de procedibilidade naquelas hipéteses de violéneia presumida onde 0 ato teve o consentimento do sujeito passivo(18). Nao obstante, frise-se, 0 que se propos nesta exposigao foi apenas nortear o leitor a obter uma visto panordmica acerca do real significado do termo pedofilia, as principais previsdes legais referentes ao tema envolvendo a exploraggo sexual de menores ¢, como se vera adiante, as indesejadas dificuldades probatérias concernentes as atividades da Policia Judiciéria na busca pela comprovagao da autoria e da materialidade destes ilfeitos. DIFICULDADES PROBATORIAS ENFRENTADAS PELA POL{CIA JUDICIARIA SOBRE A TEMATICA EM EPIGRAFE, Como agravante fastidioso que assola no s6 os menores de idade vitimas de crimes sexuais, mas também 4 Policia Judiciaria no seu essencial e precipuo papel tendente a elucidar a autoria e comprovar a materialidade de desvaliosos atos da espécie, estampa- se que essa ilicitude ocorre ordinariamente as escuras, longe dos olhos de testemunhas, onde, no mais das vezes, 0 tinico indicio que se tem é a palavra da propria vitima(19). Diz-se, alids, que é um verdadeiro truismo(20) afirmar que a palavra da vitima constitui- se em um elemento de suma importincia na formagdo da prova em crimes contra os costumes, ja que é elemento natural da conduta ser esta levada a efeito Longe dos olhos de terceiros, Nessa linha, nfo se hé de olvidar que a prova pericial também resta muitas vezes prejudicada, porquanto, em tantos episédios, configuram-se sujeitos ativos do crime o proprio pai das vitimas, desumanos que so, onde, na auséneia de demais familiares, aproveitam-se da sua prole acariciando as suas partes intimas, ndo permitindo restarem indicios a serem coletados mais tarde, vendo-se, assim, depreciada a elaboragio de pericia, em decorréncia da auséneia dos vestigios. Fato ainda alarmante em nossa vida jé tio privilegiada de recursos informéticos é 0 fendmeno que ocorre via internet, onde imagens e videos so langados na rede mundial de computadores divulgando cenas de sexo explicito entre adultos e criangas. Com efeito, hé uma infinidade de programas de compartilhamento de arquivos disponiveis gratuitamente na rede mundial de computadores, tais como: iMesh, Ares Galaxy, eMule, Torrent, Kazaa, BitTorrent, Alliance, Nakido, GenialGiFT, Gnutella, Turbo Torrent, BearShare, Lphant, Hello, BitTormado ¢ Qnext. A problematica toda, pois, consiste no fato de que os programas de compartilhamento de arquivo, simplesmente, compartilham, répida e gratuitamente, o video e a imagem que o usuario bem entender em divulgar entre o seu computador e quaisquer outros computadores espalhados pelo mundo, desde que conectados a intemet e com algum programa de compartilhamento em funcionamento. Caso deseje, por exemplo, que © seu video seja capturado por um computador de um usuario que jamais desejaria assistir a um video de pomografia infantil, basta nomear o referido arquivo de video com um outro nome qualquer. Desta forma, o receptador inocente acreditaré estar baixando para o seu computador um video licito, mas, na verdade, tratar-se~a de uma filmagem doentia envolvendo 0 estupro ou o atentado violento de uma crianga de tenra idade. O pior de tudo, ainda, € 0 fato de que, ao deixar 0 seu computador ligado e baixando referido

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