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2 2 A Cidadania Jorge Miranda 1
2 2 A Cidadania Jorge Miranda 1
, But ds linguas da Assomblea ed obter ume repos na meme lng Em contrepartida, embora fenha ou possa ter importantissimas implicagGes sobre 08 direitos des cidadtos, nfo aparece configurada desta perspectiva a cooperapio no dominio da justiga e dos assuntos internos, com incidéncia na politica de aslo, na pas- sagem das fronteimas exteriores, na luta contra s ctiminalidade ¢ em assuntos judiciais civis ¢ criminais. IV ~De todo 0 modo, nao pode confundir-se a cidadania da Unido com a cidada- em sentido proprio que Stas versa; nem Se apreventarwuftciememente denso © \ fi tbrangente o elenco de direitos aque ela se report a itos uns para seem exercidos I(x a nivel comunitirfo, outros @ nivel interno dos Estados —para se poder falar mum acervo auténomo ¢ com valor a se. ‘Nao ha uma cidadania europeia, oquivalente a cidadania estatal, 05 tras tados us ndo @ define & margem dos 38. So estes qué Jivremente con- jiiwam a Tixar quem @ seu cidadido ¢, apenas como Sua decorréncia, se fica sendo ‘Unido. Mais do que sobreposiga0 dé-se, pois, aqui uma conexio entre 0 ‘momento primério — dentro de cada Estado — e o momento secmdério ~ relative & Unio Europeia. ‘Como escreve Moura Rawtos, nes Tratados de Paris ¢ Roma, os direitos dos cida- dos dos Bstados-membros giravamn scbretudo em tomo de uma realidade econdmica; nfo se ditigiam as pessoas como cidadaos, mas enquanto participantes sum proceso ‘econémico. © Tratado de Maastricht, com n instiuigio da ci fo, ven ‘epresentar: ssnadangs do paral dominane de eae omit ‘20 assentar 0 centro de gravidade de certos direites jeter Pablico no homem europev, e nko ji no operador econémico, elevando-o assim 20 statis: i eu. Tmiplesmente, a cidadania da Unido é bem diversa da cidadania estatal, Trata-se de ‘um estatuto muito mais frigil ¢ que no pretende substitut-la, antes se the vindo sobre~ por. E tal fregilidade resulta da sua falta de avtonomia em relagao & nacionalidade dos Estados membros e resulta do conjunto de direitos que nels se englobam. Pare além da livre eirculagao e permantacia, cujos termos praticamente pouco distam do que o acquis communautaire jé havia consagrado, a) diplomitica © ‘egnsular nfo ¢ verdadeiramente um dircito perante: anita, ea ora resulte do estatut esto t aleanee de Gutros, nao cidadtios da Uniti, o que thes retira a qualida- ‘de de elementos caraciorizadores do estatuto destes tltimos. Um tal papel parece caber assim sobretudo aos direitos de participagdo politica, mas 0 seu cardeter néo unitirio ea dependéncia em que se encontram, na definigaa do seu contetido, de ordenagio de‘Teoria do Estado eda Gonstiugs | ACidadanfa 118, cada Estado-membro acabam por sublinhar de novo o relevo dos Estados na constru- iio da Unido.” ‘No entanto, observa ainda 0 meso Autor, apesar de do ndo se escamoteie 0 ca- icter simb6tico do estatuto do oidado da Unido. Ao reforgar o sentimento de pertenga ‘um todo integrado dos nacionais de todos ¢ de cada um das Estados-membros que o compiem, cle no ¢ despido de eficécia transformadora no que respeita 20 relaciona~ mento entre estes dois pélos.# V~ Parecida com a cidadania europeia talvez pudesse vir a ser no futuro uma oi- Ca Jes dedania lusdfona se se passasse de conveng¥es multilsterais a um sistema multilateral bead correspondente a comunidade dos Paises de Lingua Portuguesa,’ ‘Em Cabo Verde, na linha do art. 23%, n? 3, da sua Constituig2o, foi aprovado 0 “Es- tatuto do Cidadao Luséfono”, pela Lei n° 36/V/97, de 25 de Agosto, 57 “Maasticht eos diritos do cidado europea n A Unido Europea, oben coloctiva, Coimbra, 1994, pas 127 @ 128, V. umbém Les Aspects Nowveau de a Libre Cireultin des Personnes: vers we ‘loyemetd exopéene, obra clective, Lisbor, 1992; Fawanoo Loureic Bast03, A Unido Bio ‘pola Fins, Objectives Ksmratira Orgénica, Lisboa, 1993, pgs. 45 e sags; ANA Mania Mags, (0 Tratao da Unido Europeia~ Contrtinte para asua compreansio, Lisbot, 1993, pigs. 50 segs Los derechos del ewopee obsa colttiva, Mada, 1993; Vincenzo Lircus, La ciuadinanca europea, ‘in Quaderni Cestinzional, Atl de 1998, pigs. 113 ¢ sega; Guuss Stoasma, “Le citoyennlé de Union Européenac”, in Revne cy doit pubic, 1993, pigs. 1263 e sega; Frawersco Lucns Puss, Oy novos dirt das Porngueses, Lithoa, 19M, ¢ “Miitiplos da cidedanie: 0 caso dn eidadania euro- eis" In AB YNO AD OMNES — Nos 75 anos da Coimbra Editra, ob calectiva, Coiabma, 1998, gs. 1267 osnges Maw Lats Duane, 4 cidadonia da Unido e aresponsablldade des Estados por iolagzo da Diet Comuitiro, Lisboa, 1994, mazcine pags. 25 e sega; Nuvo Prcasea, “Cidadania ‘aroptia, dirt comunitiro e ateito nacional’, i © Direto, 1994, pgs. 185 e scgs.« 409 e segs, Masta Eusnnere Goss Rawos, “Brevesnotas sobse a cidadania da Unido Europe’, in Temas de Iiuegrapto, 1° semeste de 1996, igs. 63 «segs; Luis Sh, erks.n, it, pgs. 440 segs CaRLa Govt, natureaaconstitucional de Tratade da Unis Enropeta, Lisboa, 1997, pigs. 55 esegs.; Puan ‘Suanez Perez, Noconalided ental y cndadania ewopea, Mace, 199%; Stxcio Barros, “La eta nanza eVideat europea’, in Quaderni Costuztonal, 2000, pigs. 39 e segs; Jose Banas Mauna, (Cidedanla Europea — Uma construpaoraclona, Lisboa, 1999; Grovasss Coxoin, “La citadianas ‘europea. 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Huta friioo da sefonia, bea coletiva, Coimbra, 2002; e Moura Rawos,"Plarnacions- Jidee ¢supranasionalidade na Unto Europea e na Comunidade de Patses de Lingua Portuguesa in oletim da Faculdade de Diteto da Universidade de Coimbra 2003, pigs. 61 e segsa songe Nizanda erg canta VI- Aproximével, emsbora diferente destes fendmenos, 6 0 estatuto de iguatdede de direitos entre portugueses e brasileiros (dos portugueses ¢ dos brasileros residentes zum c noutro pals), criado pela Convengo de Brasilia de 1971, confimmade pelo Tratado ie Porto Seguro de 2000 © consagrado quer na Constituigo portuguesa (art. 15%, n. 3) ‘quer na Constituigso brasileira (art. 12°, § 1°), x Esse estatito no cria uma dupla nactonalidade para quem ~ portugues ou brasileiro ~ obtenka 0s direitos convencional eonstitucionalmente previstos. Um portugués no Bra ° sil continua sendo 86 portugués ¢ um braslciro em Portugal continua sendo s6 brasileizo, Simplesmente, uns ¢ outros recebem, & margem ou para além da condigo comum de es. ‘angeiros, dteitos que a priori poderiam ser apenas conferides aos cidadios do Pals. 60. Gir, por todos, Joss Francisco Ream, opt, oe-ck, pigs. 382. nege.s Mati Luisa Dunne, d Con venedo de Brasilia © 0 iercado Internode 1993, Lisbos, 1990, pigs. &e aegs.;Eslanle Juridice da Lusofonia, obra colesiva, Coimkra, 2002,