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GRADA KILOMBA MEMORIAS DA PLANTACAO Bpisédios de racismo cotidiano ‘rata Jess Olives @bo95 4 percepedo e a realidade de “Outras/ea", Reconhecimento &, nesse sentido, a passagem da fantasia para a realidade~jé nfo se tata mais da questio de como eu gostaria de ser vsta/o, ‘mas sim de quem eu sou; nfo mais como eu gostaia que as/ (05 "Outras/os”fossem, mas sim quem elas/eles realmente s80, Reparagao, enti, significa anegociacio do reconhecimen- 1. Oindividuo negocia a realidade, Nesse sentido, esse dtimo estado €o ato de repararo mal causado pelo acismo através da rudanca de estruturas, agendas, espacos, posgdes, dintmi- as, relagbessubjetivas, vocabuléro, ou sea, através do aban- dono de privilegios, [sss diversospassos revelam a coneciéncta sobee 0 aci- ‘mo ndo como uma questo moral, mas sim como um processo pslcolbgico que exige trabalho. Nesse sentido, em vee de fazer a clisica pergunta moral "Eu sou racista?” © esperar uma resposta confortivel, o sujito branco deveria se perguntar ‘Como eu posso desmantelar meu peéprio racsmo?” Tal per gunta,entio, por si sé, j nica esse processo, 2. QUEM PODE FALAR? FALANDO DO CENTRO, DESCOLONIZANDO 0 CONHECIMENTO "Pode a subalterna falar?” GayatsiC. Spivak (2995) colocs a questo “Pode subalerna falar? aqua logo rexponde:“Nio!” B imposstvel para subl- tema falar ou vecupear ava vor ¢ mesmo que ela tives ten tado com toda sua fora volenda, sua vor ainda ndo seria cecatada ou compreendida pelos que estio no poder. Nesse sentido, a subaltema nao pode, defato, falar. Hla etd sempre dade criados pelo racismo, Essa ¢ uma metafora que usta a uta das pessoas colonizadas para acesear a vepresentagso den- tuo de regimes brancos dominantes. Escreve-se contra no sen- ‘ido de se opor. bell hooks, entretanto,argumenta que se opor ser “contra” nfo ¢ suficiente, Como eacrevi na Introdusio, € precso crlar novos papéls fora dessa ordem colonial. 1x0 & © que Malcolm X chamou de “dascolonizacio de nossas men- tes e imaginagies': aprender a pensar e ver tudo com “novos colhos’, a fim de entrar na Iuta come sujetore nfo como obje- tos (citado por hooks, 2994, p. 7). Base processo de inventar de nov, argumenta bell hooks, emerge quando o individuo ‘entende como: cestrutuas de dominayio trabalham na sua propria vida, & media que s80 desenvolvidos pensamento © conscinca cr bea, & medida ques sere medida que se resist 2 partir dess espago marginal de

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