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‘O que faz sentido” € “o que nao faz sentido” para voce na letra dessa cancao? Que conhecimentos voce utilizou para perceber “o que faz sentido” na cangio? Que inferéncias a letra permite que o leitor f Que aspectos causam mais dificuldade de compreensio do texto? Atividade 3 Objetivo: levar o aluno 2 percepeao de trechos incoctentes presentes nos textos. Analise o texto a seguir com base no conceito de coeréneia estudado em sala. Em que parte ha quebra de sentido? Por que isso ocorre? O que © autor do texto poderia ter Feito para que o leitor obtivesse uma melhor interpretacao? Dinheiro em extingao A cada dia que passa no Brasil, a sobrevivéncia vem se tornando, ceada vez mais dificil ‘O dinheiro parece entio um passiporte para a felicidade, pois ape reve to pouco em nossos bolsos «ue ji se forma algo em extinczo. © alimento algo tio sagrado ¢ necessirio estd ficando caro e sem condices do ser humano manter © povo trabalhador tem desejos de sair comprar uma calea ‘um sapato, enfim coisas que nto sao supérfluas, Pois como o homem conseguiri emprego se nio estiver bem-vestido? Sem falar na saticle no Brasil, que 6 decadente, o povo nao tem condigdes dle pagar um plano de satide e os postos de satide piiblica esto uma vergonha, pura desordem e falta de higiene Antigamente, todos tinham dinheino part Stir com sua familia no final de semana; hoje nem combustivel tem part por no cutro & ‘quem nao tem caro mao tem renda para pagar passagem de Gnibus, A populagio brasileira esté se tomando miquinas que nao param de trabalhar ¢ no fim do més recebem migalhas pelo cesforgo cumprido, O povo brasileiro ja se esqueceu de seus se limentos bons e hoje s6 ha ganincia, discOrdia, Odio € magoas. Conte: Texto prude por ano pruniversrio Géneros discursivos Este capitulo se propoe a trabalhar © conceito de género na perspectiva sécio-hist6rica e dialégica. Discutimos a res- Peito da estabilidade que caracteriza os géneros discursivos, a partir do momento em que ha a recorréncia de padroes genéricos, tanto no que diz respeito a forma quanto a fungao, © da mudanea, quando os usuarios necessitam adaptar as formas convencionadas a novos propssitos que vao surgindo socio-historica e culturalmente, Abordamos também a relacdo entre suporte © género e, por fim, estabelecemos relagdes entre os estudos da hiper- textualidade © os dos géneros digitais, uma vez que, com 0 desenvolvimento continuo das novas tecnologias, novas formas de interagio estao ainda se estabilizando, ratificando 0 pen amento bakhtiniano de que o género é, a0 mesmo tempo, estabilidade e mudanca. 1. Sobre interacaéo, propésitos comunicativos e géneros discursivos O conceito de interagdo, apresentado no primeiro capitulo, é fundamental para que se entendam varias questoes relacionadas aos estudos sobre texto e discurso e seri muito importante n: compreensio do que sao os géneros do discurso. Isso porque, em qualquer sociedade, ha uma variedade considerivel de motivos que fazem os individuos interagirem uns com 0s outros par por exemplo, informar, persuadir, reclamar, gerar uma aco, solicitar, contar uma hist6ria, anunciar, ensinar et Para atingir esses variados objetivos, as pessoas se utilizar de miltiplas possibilidades de interagio linguistica, em formas especificas ¢ mais ou menos estruturadas, as quais sto conven cionadas sécio-historicamente, para que as comunicagdes se realizem de modo satisfat6rio, pois, do contrario, nao teriamos condigdes de criar formas de interacao absolutamente inéditas ‘© nem seriamos compreendidos, caso isso ocorresse E nessa perspectiva que se inserem os géneros discursivos, ‘ou seja, toda interacdo se dé por algum género discursivo que se realiza por algum texto. E 0 que sio géneros discursivos, afinal? Sao padrdes sociocomunicativos que se manifestam por meio de textos de acordo com necessidades enunciativas especificas. Trata-se de artefatos constituidos sociocognitivamente para aten der aos objetivos de situagdes sociais diversas. Por esse motivo, eles apresentam relativa estabilidade, mas seu acabamento foi {e continua sendo) constituido historicamente Para cada um dos diversos objetivos de comunicagio, ou melhor, para cada propésito comunicativo, o individuo possui algumas alternativas de comunicagio, com um padrio textual € discursivo socialmente reconhecido, isto é, um género do discurso que é adequado ao propésito em questao, Pensemos, por exemplo, em um profissional que lide constantemente com a produgao de textos escritos, como ma secretiria. Ela deve saber de que género do discurso se stilizar, de acordo com os objetivos que Ihe sao colocados ¢ com a rea em que atua. Se precisar, por exemplo, pedir algo um 6rgio, puiblico ou privado, deverd saber qual o género mais adequado para essa finalidade, como o oficio. Assim se precisar comunicar algo a outro setor da empresa na qual trabalha, poder optar por um oficio circular, se precisar dar satisfagio ao chefe sobre as atividades realizadas em um determinado periodo de tempo, poder produzir um relaté rio, j4 se precisar resumir os pontos-chave de uma reuniao importante, podera redigir uma ara, afinal, sao esses géneros 08 ja convencionados para tais fins A mesma secretiria, interagindlo em outra drea, a académica por exemplo, no papel de uma estudante de pés-graduacao, constatara que esse novo lugar Ihe possibilitara a produgao de ‘outros generos, diferiitai/ IAli prAna mea Tne cll trabalho, ainda que os propésitos possam se assemelhar. Para pedir uma declaragdo ou um bist6rico, por exemplo, ela devera fazé-lo por meio de um requerimento, nao de um oficio, uma vez que 0 oficio s6 € expedido de uma instituicao para outra, ou de tum setor da instituigio para outro. Um individuo, na condigao de aluno, nao pode, entao, emitir um oficio, masa coordenagao do curso a que ele pertence pode Imagine-se que, na qualidade de aluna de um curso de pos-graduagio, a referida secretiria pega ao coordenador um documento que comprove que ela esta regularmente matricu: ada nesse curso desde um dado semestre letivo. O documento apropriado para essa situacdo pertenceria ao genero declaragdo, que poderia apresentar uma padronizacao semelhante a esta > DECLARACAO D Declaramos, para os devidos fins, que (none ox una), matricula n° XXXXXX, 6 aluna regular do curso de Mestrado em XXXX0XX deste programa desde marco de 2010. Local, dia més, ano. (Nome 00 Coonoensoon) > Coordenador do Programa de Pés-Graduacao em Haverd também géneros cuja estrutura € propésito sao exclusivos do dominio académico, tais como os resumos, as resenhas, 0s artigos cientificos, os seminarios, as comunicagdes em eventos etc. Desse modo, para cada situacao em que essa secretiria precisar interagir, ela inevitavelmente produzira textos que pertencem a determinados géneros do discurso, como os citados aqui. Como vimos, 0 propésito comunicativo € muito im- portante para’a configuracio de um género, mas hé outros fatores que vao determinar a sua escolha € constituicao. Se pensarmos no propésito de “ensinar alguém a fazer alg perceberemos que ele pode ser efetivado sob diferentes ma- neiras, que podem ser uma aula expositiva, uma receita ou am manual de instrugdes. Isso nos leva a considerar que os génetos se diversificam de acordo com a situagao imediata de comunicagao, os elementos socioculturais historicamente constituidos, bem como as neces- cas solicitadas por certas condigdes associadas a modalidade (oralidade ou escrita), ao grau de formalisme 4 possibilidade de participagio simultinea dos interlocutores, entre outros aspectos De acorclo com Bakhtin (2003), os géneros discursivos para atender a uma determinada funcio: técnica, cotidiana, cientifi de uma esfera de comunicagao humana ~ administrativa ou aca démica, para lembrar 0 exemplo citado com nossa secretiria, mas também juridica, jornalistica, publicitiria ete. Esse compartilhamentc € muito importante, pois viabiliza e efetiva nossas interagdes, com pode constatar com o antincio publicitirio a segui Exemplo 1 ener pblico que tem acesso a revistas € a jomais facilmente encontraré antincios de automéveis mostrado acima. Géneros como esse sto produzidos por profissionais da drea da publicidade com um propésito comur F vender um produto, um servico, uma ideia, por meio de propa gandas televisivas, spots etc. Além disso, situa-se em uma esfer da comunicagao humana, por ser gerado a p > discursc publicitério, o qual € bastante inovador e rompe frequentemente ‘com modelos cristalizados. Diferentemente da instabilidade que caracteriza os géneros dessa esfera, na instincia juridica, os géneros tendem a ser mais estiiveis, tanto do ponto de vista formal/estratural quanto do funcional, tal como o exemplo a seguir Exemplo 2 UNWERSOADE PRO-RETORIADE PESQUSAE POS-GRADUAGAO COORDENADORIA DE ENSINO DE POS-GRADUAGAD Cortada irae aden pa Reine spec, fomanos 9 Su: 0 Rage Especial ono pele ve cn Crea dv econo pela auto SoS 18 Pte Gate Em documentos oficiais, por se tratar de um campo bastan: te institucionalizado, € natural que os géneros que ali circulam sejam menos flexiveis, como 0 oficio ilustrado, que poderia apresentar pouquissimas variagdes na sua estrutura. Assim come 0 oficio, varios géneros da esfera da comunicagao juridica tam bém apresentam uma estrutura mais rigida, como a petigio, a sentenga, os pareceres, os memoriais, as stimulas etc Os géneros discursivos sao, simultaneamente, formas estabilizadas (ou seja, regulares, passiveis de estruturago) ¢ instaveis (ou seja, passiveis de sofrerem mudancas). ¢ ros so estveis porque resultam de atividades sociais que si reiterack 5 do tempo. A repeticio de determinados propésitos comunicativos gera formas de comunicagao que terminam por se consagrar, mas que, a depender das praticas sociais ¢ das convengdes impostas pelo meio em que circulam podem sofrer mais variacdes, ou menos. 114 géncros discursivos da midia eletrénica, como os e-mails pessoais, por exemplo, que podem se apresentar conteticlos dos mais diversos, mas que preservam a estrutura fixada pelo género no meio digital Comparemos os trés exemplares a seguir Exemplo 3 Exemplo 4 suas caracteristicas (estrutura, contetido, suporte, estilo et para atingirem suas finalicl r ‘3 necessidades podem spect _ ce ee e ‘emporariamente estabilizado de algum género discurs 6s géneros podem sofrer transformagoes, em virtue das mudan cas nos propSsitos comunicativos ¢/ou no contexto sociocultural pride ae Desse modo, cada vez que interagin meio de génerc ~ " socialmente convencionados, rec qua F es levemos adequar nossa mensagem, ainda que nao se trate de mera reproducao de um modelo. O reconhecimento do gener por parte do interlocutor, por sua litara a compreens: do propésito comunicativo no momento em que ele identificar Exemplo 5 Outro aspecto interessante com relago aos géneros disc = <= he an 56 5 sivos diz respeito ao modo como os aprendemos ¢ os utilizamos. a Considerando que os usuitios dos génetos assuimem papéi baie sponsabilidades que variam conforme © meio social no qual ... um género especifico € produzido, tem-se que, enquant oF rons se gener anos sto aprendidos espontaneamente, comd 0 process de aprendizagem mais formal, que envolve nao 86 sata ma producio dos géneros em seu aspecto textual estrito, mas tam bem a consideracio de suas funcoes discursis Afora isso, hit generos que s6 podem ser produzidos px Observe-se que, dependendo do grau de familiaridade ents soas especializaclas, que tem autoridade para tal, pois, c i rcute > propésito comunicativo do enunciae > texto prodluzicl indo ter validade, fato comum na ester ratirio da mensagem (que er mais de um) € de uridica. Um acérekto juridico, por exemplo, permite « aX intimeros out res contextuais especificos, o contetido ck socias desempenhados pelos operadores do Direito fiquem ma e-mail pessoal pode diferentes mod ke latentes s6 podem ser expedicos por profissionais clesst nea haver mensagens extre intas, com uma Gnica O género 6 te ade se houver a nome vra, ou com apenal 1 com uma imi a fungiio desenvolvida geralmente por desembargadores da turma d Por outro lado, os géneros so instiveis também no ser julgamento. Esse relator € 0 portador nsttuicdo, portanto, do de que passam por modificagdes, no decomrer do ten € tido pelo proprio meio juridico > principal enuneiador diante de situagdes que possibilitem alteracdes em algu discurs rc iunda e Soares, 2 )

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