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conser tin | Vu Criminologia e Transdisciplinaridade: Autocritica ‘Saquear 0 outro, naquilo que ele tem de esencal einaliendvel, se ransfor~ sma quase no credo nosso de cada dia. A eliminagio do outro, se este resist ef ‘bsticulo 20 pozo do suelo, nor dias stuis se impSe como ume banalidade (Girma) 1. A Busca das Origens (Criminolégicas) Marcar 0 nascimento da criminologia, neste primeiro momento entendida ‘como cincia das cigncias criminais ou nomeacio de modelo integrado de ciéncias jpenais, que congloba direito penal, processo penal, politica criminal e a prépria cri~ Iinologia, é tradicionalmente, postulado necessério a todo pensador da Area que pretenda definir o terreno de incidéncia de suas investigagdes Embora apontar a génese da criminologia moderna indicaria nfo apenas a delimitagio do horizonte de investigacio, masa eleigo de projeto politico(criminal). 'Nota-se, ao analisar esta tarefa, dicotomia constante entre os autores: (a) defi- rir como ponto de partida o pensamento liberal, advindo com a TIustragéo, calcado ‘na racionalidade cartesiana e tendo como pressuposto politico-filoséfico a metéfora do contrato social em suas mais diversas vertentes (Hobbes, Locke ou Rousseau), focalizando 0 delito em sua esfera normativa; ou (b) apresentar sua origem no inte- ror do marco cientifico positivista, ja proposta instiga superagdo das limitagdes do direito a partir da proposicio do didlogo entre as disciplinas voltadas a0 estudo do crime como fenémeno da natureza | ‘bordas das ciéncias criminais. “Apresentar previamente a opgao pela génese da criminologia néo apenas impo- ria ao leitora forma de abordagem de fenémeno previamente selecionado, mas pro- jetaria sous efeitos a partir das experincias hist6ricas das préticas penais da Moder- 144 [sina cing nidade. Se no projeto da Ilustragio foi possivel visualizar a circunscrigio do terreno de incidéncia do controle penal, estabelecendo, pois, importantes limites formais is violEncias dos aparelhos repressivos do Estado, a construcio criminolégico-positivis- ta fomentaria a expansio ilimitada destes mecanismos punitivos, pulverizando 0 controle com 0 objetivo de reforcé-lo. ‘Nio se trataria, portanto, apenas de op¢io ou requinte metodolégico, como constantemente defendem os seguidores de modelos cientificos puros e verdadeiros, ‘mas da assungio ideoldgica de projetos com finalidades dispares, as quais redundam invariavelmente na minimizacio ou potencializacio da(s) violéncia(s) programada(s). Logicamente, desde o ponto de vista da identificagio da postura politico-ideo- ligica relativa a0 controle penal, é absolutamente salutar a apresentacio preliminar daquilo que o pensador vé como histéria da criminologia. Todavia, visualizando 0 problema desde fora, isto é, sem a preocupacio meramente academicista de definir 0s contornos metodolégicos de seu estudo, pode-se abdicar do dualismo, entenden- do-o como falsa questio, cujo efeito é encobrir os problemas derivados desta cisio hhistorica. O que realmente preocupa, filiando-se a Rauter, ndo ¢ "(..) 0 estabeleci- ‘mento de um método ou o grau de coeréncia interna do discurso, mas os efeitos que estes produzirao no campo das praticas’.! 2. A Génese Criminolégica e as Armadilhas da Interdisciplinaridade Imperativoreforgar a necesidade de estar atento para que ax experiéncias trans 4isciplinares nao fquem enclausuradas em si mesma, sob pena de configurarem nova Alogmtica ou regio a serem apresentadas como o novo paradigma que daré conta dos problemas contemporineos. «© constantemente inguieto que esténa base da idéia de eansdiscipinaridade. ‘A partir da constatacio de que “ae qualquer forma de rime pode ser CoD - siderado um fendmeno complexo, portato, iposive de serexplicado sb olhar

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