You are on page 1of 112
Copyright © 2001 Editions Albin Michel Copyright da edigio brasileira © 2016 E Realizacoes ‘Ttulo original: La philosophie comme manitre de vivre Editor Edson Manoel de Oliveira Filho Produgdo editorial, capa e projeto grafico E Realizagoes Editora Preparagiio de texto Lucia Leal Ferreira Transliteragbes do grego Vicente de Arruda Sampaio Revisto de prova Geisa Mathias de Oliveira Cir- Baas. Crrauncacin ns Punic Seven Nacowat bs Eooaes oe Livi Wiser Hadot, Pierre, 1922:2010 ( /AFesata como mancira de vives :entivistas de Jeannie Carlier Arnold Davidson), | {fade uadacdo Lara Christina de Malimpensa.-I-ed - Sto Paulo. € Realfagoes,2016:,| 2! 4 pi 24 em (Filosofia Atwal) Ral se, ‘Fradusdo de: La philosophie comme manitre de vite Wet ISBN 578-85.#053-236-0 He se % Jesnnie, 1922-2010. 2. Davidso’, 1. 3.Flosofia- Historia. 4/FuUQso068 Frans Enteviats 5 Flosofa francesa See XX 1 alimpenst‘LaraChistia det IL Titulo, TIL Série. yy stot 15-29152 . x 16/12/2015 16/12/2015, Reservados todos os direitos desta obra, Proibida toda e qualquer reproducao desta edigio por qualquer meio ou forma, sea ela eletrOnica ou mecdnica, fotocépia, gravagdo ou qualquer outro meio de reprodugio, sem permissio expressa do editor. E Realizagées Editora, Livraria e Distribuidora Ltda. Rua Franga Pinto, 498 - Sio Paulo SP - 04016-002 Caixa Postal: 45321 - 04010:970 - Telefax: (5511) 5572 5363 atendimento@erealizacoes.com.br - www.erealizacoes.com.bt Este livro foi impresso pela EdigBes Loyola, em janeiro de 2016. Os tipos séo da familia Minion Condensed e Adobe Garamond Regular, 0 papel do miolo € off white norbrite 66g, ¢ 0 da capa, cordetions stardream Cooper 285g. PED SetiAL A FILOSOFIA COMO MANEIRA DE VIVER. ENTREVISTAS DE JEANNIE CARLIER E ARNOLD |, DAVIDSON TRADUGAO LARA CHRISTINA DE MALIMPENSA ‘ 1s -/- enootit® go" eainor™ Sumdrio Introdugio nih 1, Na barra da saia da Igreja..... 66. 00ce eee eee eee secenee dS 2. Pesquisador, professor, filésofo .............0eeeeeeeeee 49 3.0 discurso filos6fico 0.00... eco cece liceeeeseeaeueuces 75 4. Interpretacao, objetividade e contrassenso............0+6 85 5. Experiéncia unitiva e vida filosdfica.......... 00.0005 +. 101 6. 0 discurso filoséfico como exercicio espiritual ........, 115 7. A filosofia como vida e como busca da sabedoria ........ 127 8. De Sécrates a Foucault. Uma longa tradigdo..... le, 153 9. Inaceitdvel?....., s4itasc Dl 10. S6 0 presente é nossa felicidade ., tree es eneea e201 Posfacio..... whe INTRODUGAO Mudar a vida. Mudar ao menos uma vida. Poucos livros tm esse efeito. Foi isso, no entanto, o que um jovem americano ~ de forma alguma filésofo, e sim historiador — escreveu a Pierre Hadot depois de haver lido a traducao inglesa de 0 Que E a Filosofia Antiga?: “Vocé mudou minha vida”. Esse leitor assim respondia, antecipadamente, & pergunta que eu aqui formulo a Pierre Hadot (p. 184): para além da grande erudigio que caracteriza seus li- vros, nao seriam eles, em suma, “protrépticos”, livros destinados a“virar” (trépein, em grego) 0 leitor para a vida filoséfica? A dis- * tancia entre ambos os projetos - por um lado, informar o leitor de um conjunto de fatos que mostram, sem grande contesta¢ao possivel que, para os gregos, a filosofia nao era uma construgao de sistema, mas uma escolha de vida; por outro, “virar” discretamen- te esse leitor para a filosofia assim entendida — est4 contida por inteiro entre o titulo francés do livro de Pierre Hadot, Exercicios Espirituais e Filosofia Antiga, tao pouco sedutor quanto poss{vel (e que, no entanto, foi um sucesso de vendas), € 0 titulo da tradugdo inglesa, publicada e prefaciada por Arnold I. Davidson, um dos in- terlocutores das entrevistas deste volume: Philosophy as a Way of Life [Filosofia como Maneira de Viver]. No entanto, esse t{tulo in- fiel nad foi absolutamente enganador. Pierre Hadot aqui se explica quanto ao carter que se poderia chamar “indiretamente protrép- tico” de seus trés grandes livros de erudi¢do sobre a filosofia an- tiga: Exerctcios Espirituais e Filosofia Antiga (1981), La Citadelle ntéricure [A Cidadela Interior] (1992) ¢ 0 Que fa Filosofia Anti- fa? (1998). Em ver. de dizer ds pessoas “fagam isto” ~ ele afirina, & do o“método de comunicagiio indireta" de Kierkegaard invocant . aes tog a 9 é posstvel,"gragas & descrig&o da experiéncia espiritual vivida por um terceiro, (...) fazer vislumbrar uma atitude espiritual ¢ sugeri -la, fazer ouvir um chamado...”. Foi o que esses livros realizaram ~ com uma erudigio impecdvel, mas sempre Impida e jamais pe- sada -, ¢ 0 chamado se ouviu, como provam as cartas recebidas. Este livro, por sua vez, talvez. v4 um pouco mais longe do que essas discretas sugest6es. J4 nao se trata de“o que éa filosofia antiga?”, embora se verse muito sobre fildsofos gregos ¢ latinos. “O princi- pal problema que se apresenta ao filésofo”, diz Pierre Hadot por ocasidio de uma pergunta, néo no infcio destas entrevistas, como um programa, mas, ao contrério, em seu fim, como um balan- 50 (p. 179), “é fundamentalmente 0 de saber 0 que é filosofar”. Aessa pergunta central — 0 que é filosofar? —, Pierre Hadot dar4,no “fundo, uma tinica resposta, porém modulada em formas diversas, como variagdes sobre um mesmo tema. E essas respostas vao se inscrever, primeiramente, em seu “percurso” intelectual ¢ moral, retracado nas duas primeiras entrevistas, e, depois, ao longo das perguntas formuladas nas entrevistas seguintes, nas quais se in- daga como ler, como interpretar a filosofia antiga, o que ela tem de perene e o que, talvez, j4 nao se possa acolher atualmente; que julgamento de valor se pode fazer nos dias de hoje sobre esses “la- boratérios experimentais” constitufdos pelas filosofias antigas; em qué, em suma, elas podem atualmente nos ajudar a viver melhor. A primeira resposta é muito precoce, visto que Pierre Hadot ainda é quase uma crianca quando o céu - 0 céu estrelado - Ihe concede uma experiencia inesquectvel, indizivel (e jé surge a idei de que o mais importante nao pode ser dito), experiéncia esta na qual mais tarde, tendo.lido Romain Rolland, ele reconhece 0 que esse autor denomina “sentimento ocednico”:“(...) fui tomado por uma angustia ao mesmo tempo aterradora e deliciosa, provocada pelo sentimento da presenga do mundo, ou do ‘Todo, e de mim nesse mundo” (p, 20). “Acho que sou filésofo desde essa ¢poca”, diz Pierre Hadot, aproximadamente sessenta anos depois. Assim, ele no esperou 0 encontro com os fildsofos antigos (a primeira filosofia que ele conheceu foi o tomismo, filosofia sistematica por 8 | Afilosofia como maneira de viver exceléncia) para saber que a filosofia ndo é uma construgdo de sistema, mas uma experiencia vivida. Atualmente Pierre Hadot identifica © “sentimento ocednico” de Romain Rolland com a mistica selvagem” de Michel Hulin, qual faz referéncia varias Weres aqui; ¢ prefere, \ mistica da negacdo, da eliminagdo - que €M sua idade adulta tanto o havia fascinado em Plotino (aphele panta,“tira tudo") aS coisas” escolheu ~suma mistica do acolhimento: “acolhe todas ~ Quando se It 0 floriléstio de textos soberbos que ele teu para encerrar este volume, compreende-se bem que 4 experiéncia do “sentimento ocednico”, vivida algumas vezes ao longo de sua vida, nao cessou de alimentar sua reflexao filoséfi- ca. Esse € 0 tinico tema cuja origem ele nao encontra na filoso- fia antiga: O primeiro verdadeiro contato de Pierre Hadot com a filosofia antiga ¢ indireto. Foi por Montaigne que ele encontrou a famosa definicao plat6nica: filosofar é aprender a morrer.“Talvez eu no 0 tenha compreendido bem na época”, diz hoje Pierre Hadot, “mas esse foi justamente um dos textos que me levou a conceber a fi- losofia como algo diferente de um discurso tedrico”. Esse texto, fecundo justamente porque dé margem, quando considerado de modo absoluto ¢ fora de contexto, a varias interpretagdes, migrard pouco a pouco para o centro da reflexio de Pierre Hadot, em sua condigao tanto de pesquisador quanto de homem, Nao foi essa frase de Platéo- Montaigne, contudo, o que o le- vou a descobrir que os discursos filosdficos dos Antigos nao eram. uma construgao de sistema, ¢ sim o que ele denominou, apds reflexdo ~ € sem (emor de ir contra a moda (com a qual nunca se preocupo) —, “exercicios espirituais”. Ao contrdrio, foi uma constatagao de bom francés, a quem se ensinou desde o nono ano do ensino fundamental a fazer uina dissertagdo bem alinhavada, sem repetig6es nem contradigdes, com plano claro; 0 discurso fi- Joséfica dos Antigos no corresponde a esses critérios de ordem {ntrodugto | 9 e clar Aristételes ¢ Agostinho compoem mal, os didlogos de Platao se contradizem. Pierre Hadot no ¢ o primeiro, eviden- temente, a havé-lo observado, mas extraiu disso uma conclusio i falvez aqui de um modo mais acess{vel ao nao es- pecialista do que em suas obras anteriores, cle mostra que essas incoeréncias se explicam quando se admite que o filésofo antigo fala (e numa segunda etapa, escreve) a um auditério ou um ou- vinte especifico; que cle nao deseja informar, mas antes persua- dir, transformar, produzir um “efeito de formagao” (p. 83); em suma, que os tratados antigos, quase sem excegdo, constituem Protrépticas; e€ que, ao mesmo tempo, esses discursos ~ quer se- jam didlogos, quer nao — sao também, em beneficio do ouvinte € por vezes com sua colaboragio,“experiéncias de pensamento”, exercicios de “como pensar”. E pelo fato de, para os Antigos, a filosofia constituir antes de tudo uma maneira de viver, que eles chamaram filésofos aos cinicos ~ que nao tinham discurso teéri- co algum — ou ainda a personagens de todo tipo: mulheres, sim- ples cidadaos, politicos, que nada escreviam e nada ensinavam, mas que viviam como filésofos; e foi por sua vida e sua morte que Sécrates foi admirado pelos Antigos, mais que por sua doutrina, nao escrita e imediatamente tomada e modificada por aqueles que se serviram de seu nome. Pierre Hadot fornece aqui breves indicagées sobre as ressurgéncias desse tema para além da Idade Média crista. Ressalta também a tentago, para qualquer filésofo, de acreditar que filosofar é construir um discurso teérico impe- cAvel, e de preferéncia novo. “A construgao mais ou menos habil de um edificio conceitual vai se tornar um fim em si mesma” ia de se contentar con Ainterpretacao que Pierre Hadot nos da do exercicio da morte — atualmente escorada numa longa frequentagio dos textos antigos, quer de tradicao plat6nica, quer estoica ~ se afasta radicalmente de toda fascinag4o pela morte, do memento mori cristao, assim | como de toda exegese que consideraria a morte preferivel & vida. / Aprender a morrer, diz Pierre Hadot, é aprendet'a viver verdadei- | ramente, isto ¢, a ultrapassar “o eu tendencioso e fragmentario”, “10 | A filosofia como maneira de viver a clevar-se a uma “visio do alto”, a urna “perspectiva universal”. Esse triplo tema, que, no fundo, é um Gnico tera, é como umn leit- motiv incessantemente retomado ao longo destas entrevistas, pois encontra aplicagéo em todos os niveis, em todas as situagies da vida, para todos os irmaos humanos, Ult passar 0 eu“tendencio- so ¢ fragmentario” é primeiramente tomar consciéncia de nosso pertencimento & comunidade humana e da necessidade, para n6s, de ter permanentemente em vista, em nossa aga, o bem dessa koinénta. Pierre Hadot nao tem dificuldade alguma para mostrar, depois de outros, a importancia desse tema nao 56 no discurso da filosofia antiga, mas também na pratica dos fildsofos, de Sécrates a Plotino, e de todos os que, sem serem filsofos “profissionais”,se inspiraram em seus preceitos. Por acaso se sabia que os Cévolas, adeptos do estoicismo, se revelaram magistrados {ntegros? Que nao apenas o governador de provincia Muicio Cévola nao encheu os bolsos, como era costume, mas pagou sua viagem com seus préprios dendrios e exigiu de seus subordinados a mesma inte- gridade? Que Marco Aurélio, imperador estoico, contador de mi- Ihdes de stiditos, se-deu ao trabalho de ordenar, depois de saber da morte de criancas trapezistas, que esses exercicios fossem a partir dali protegidos por redes? Que ele, ao defender as frontei- ras romanas contra os s4rmatas, em algum lugar dos, Balcas, se _questionou sobre a legitimidade daquela guerra? Tais principios ¢ tais exemplos seriam titeis 4 democracia de hoje, sem que fosse necessdrio submeté-los a “atualizagao” alguma. Para Pierre Hadot, essa regra - a superaco do eu “tendencio- so ¢ fragmentério”, o “olhar do alto”, a “perspectiva universal” -, na esteira dos Antigos, e particularmente depois de Ariststeles, impée-se também ao pesquisador: “Quem estuda um texto ou os micrdbios ou as estrelas deve se desfazer de sua subjetividade” (p. 91). Na pratica da democracia, assim como no trabalho cien- tffico, “é preciso se desfazer da parcialidade do eu individual e apaixonado para se algar & universalidade do eu racional”. Nes- sa ocasido, Pierre Hadot investe contra a ideia, tio em voga, de que todos os discursos se equivalem, de que todas as exegeses so igualmente subjetivas, de que é imposs{vel nado apenas al- cangar a objetividade, como também esforgar-se para isso, Que nao nos enganemos, contudo, Em se tratando do historiador, Inteodugto | 11 e particularmente do historiador de filosofia, situar-se numa perspectiva universal nao significa em absoluto interpretar os textos como se cles escapassem ao tempo, ao lugar, & sociedade em que foram produzidos: Pierre Hadot se explica quanto ao ca- minho que 0 fez passar de uma concep¢ao intemporal ¢ atépica do discurso filosdfico - muito difundida, segundo ele ~ a uma consideracao precisa de sua inser¢ao na histdria (p. 168-69), Para os antigos, essa superagao de si, essa perspectiva univer- sal nao diz respeito apenas ao pesquisador e ao politico, mas a todo o género humano: os gregos foram os primeiros a conceber a unidade da comunidade humana — incluindo os escravos —, a se proclamarem “cidadaos do mundo”. Diante da pergunta sobre 0 sentido dessa “perspectiva universal” e sobre a relagao com a “lei universal” de Kant (p. 172-74), Pierre Hadot enfatiza as semelhangas: em Kant, “a moralidade cria a si mesma no salto ~" inesperado - ¢, de certa forma, heroico — que nos faz passar de uma perspectiva limitada a uma perspectiva universal”, ou ainda “do eu que sé enxerga seu interesse ao eu que se abre para outros homens e para o universo”. Af reside, de fato, 0 legado de Sécra- tes, que dizia aos atenienses: “Quem, mais do que eu, esqueceu 0 préprio interesse para se preocupar com vocés?”. ‘Trés outros temas se enlagam Aqueles que acabamos de evo- car € se encontram admiravelmente expressos, bem melhor do que poderfamos fazé-lo aqui, em algumas linhas, na pequena coletanea de textos que encerra este volume. Pierre Hadot se deparou pela primeira vez com o primeiro tema por ocasiao do baccalauréat,' quando dissertou sobre um texto de Bergson que definia a filosofia como “a deciséo uma vez tomada de olhar in- genuamente para dentro de si e em torno de si”. Essa percepcao ingénua, ele a encontrou nos Antigos, no texto de Séneca por ele citado, por exemplo, thas também em pintores ou poetas mais préximos de nosso tempo. Associa-se a ela o sentimento da im- portancia do instante, incessantemente expresso por estoicos € epicuristas (¢ 0 verdadeiro sentido do carpe diem do epicurista Hordcio), mas também por modernos como Montaigne e Goethe - Sg a a ' Na Franga, exame nacional de conclusio do ensino médio: 0 sucesso no bacealau- réat garante 0 acesso as universidades publicas. (N. T.) 12 | A filosofia como maneira de viver 86 0 presente & nossa felicidade: ligada o que Pierre Hadot denomina"a pura felicidade de existir”, maravilhamento, mas também, entre os modernos, angtistia ¢ até terror diante do enigma da existéncia 4 essa riqueza do instante esta Como se vé, todos esses temas se entrelagam: assim, o “sen- Uimento oceanico” é a fina ponta do que Pierre Hadot denomina consciéncia césmica; experimentar a importancia do instante Presente = Wnico tempo e tinico lugar sobre o qual temos poder na imensidao dos tempos e s de que somos uma parte - do € viver cada hora como settee Ultima, mas também a pri- meira (p. 213), como se olhassemos este mundo “ingenuamen- te” pela primeira vez. E a consciéncia de pertencer ao mundo é também a insergao na comunidade dos homens, com todos os deveres daf decorrentes. Alguns dirao que Pierre Hadot, por sua vez, cedeu & tentagao de construir um sistema impecdvel? Nao é © caso, em absoluto. Qualquer metatfisica ¢ até qualquer ontolo- gia estao ausentes deste volume. Platao tentou outrora nos provar racionalmente que a virtude é mais vantajosa que o vicio, que devemos fazer 0 bem em nosso Proprio interesse. Nada de se- melhante existe aqui. Nada nos é provado. A felicidade nao nos € prometida. Na realidade, nada em absoluto nos é prometido. Apenas nos é dito que hoje, assim como no tempo de Sécrates ou “de Marco Aurélio, certo mimero de principios que guiaram a vida cotidiana desses filésofos poderia render, para nés também, uma vida “mais consciente, mais racional, mais aberta Para os outros € para a imensidao do mundo” (p. 143). Este é, portanto, um livro escrito para todos. Sera que ele se- ria, entéo, desprovido de interesse para as pessoas cuja profis- sao é ensinar a filosofia? Nao creio, Uma mistura de acasos e de consequéncias previs{veis fez com que este livro fosse realizado a trés vozes, reunidas pela amizade. Arnold 1, Davidson & professor de filosofia na Universidade de Chicago; foi principalmente ele quem, nos Estados Unidos, apresentou a obra de Pierre Hadot e propiciow sua tradugao, Seu projeto ~ havia ja algum tempo — era realizar com Pierre Hadot as Entrevistas, Assim, quando Hé- lene Monsacré, nossa editora, sabendo da longuissima amizade que me unia a Pierre Hadot e sua esposa, lhe pediu que aceitasse Introdugdo | 13

You might also like