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Ha duas formas de defesa: 1. Defesa por + 08 factos alegados ou so falsos ou nio sabemos se sto realmente assim ou nio. 1.1. Ao dizer que desconhecemos os factos, estamos no fundo a dizer que nao sabemos, 1.2, 6 podemos impugnar por conhecimento aquilo que ndo temos a obrigagao de saber. 1.3. Verificagao dos factos. 2. Defesa por quando alegamos factos que so impeditivos, extintivos - 0 Direito invoca pela outra parte. 2.1, Factos que vio modificar / impedir o direito invocar pela outra parte : cada um sofre o dano que causa. Acidente in itinere: no percurso casa —> trabalho e vice-versa. © Cum trajeto que deve estar ligado ao trabalho ‘© Necessidades atendiveis ao trabalhador: conceito indeterminado - carecido de preenchimento valorativo, que s6 pode ser coneretizado face a0 caso concreto Estrutura de uma Sentenga: 1) Relatério: O que aconteceu, O estado do pro: S50. 2) Questées a resolver: O Tribunal elenca quais so essas questdes a) "No pressuposto incontestado" - b) O Tribunal vai ter de aferir as matérias (...) 3) Motivagio / Fundamentasio: parte muito importante, pois, 0 Tribunal vai fundamentar / justificar duas coisas (aspetos relacionados com os factos e aspetos relacionados com 0 direito) a) A falta de motivagdo toma a decisio nula b) Factualidade | Para aplicarmos o direito, precisamos de saber quais so os factos (...) provada para chegar & verdade, verdade essa que sera dialética. Fundamentacio | - © Tribunal dé como provados os factos, mas é necessario explicar de facto porqué, - Principio iura novit curia. (relativamente a factualidade provada) © Proibigao de non liquet; ‘© No final do julgamento, quando as partes nao tém mais nada para referir, e mesmo assim o juiz. tem diividas, o que faz? © Onus da prova: nao sabemos o que aconteceu, mas sabemos quem tem de provar o que aconteceu ¢ se a parte nos deixa na divida, entio nio podemos dar como provado. m= Esti do lado de quem acusa. m Se quem acusa no consegue provar que a pessoa cometeu o crime (ou scja, na divida), decide-se a favor do réu, m= 0 Onus da prova permite ao julgador "descansar". ‘© As provas ndo permitem formar uma conviegdo de que a pessoa praticou ou nao os factos apresentados ‘* Também nfo pode deixar de julgar invocando falta ou obscuridade da lei (dizendo que no hé lei ou que a lei é obscura), ele tem de interpreti-la. Questies 1. Distinguindo questiio-de-facto de questio-de-direito, diga de que forma a norma juridica contém uma certa compreensiio da realidade factual e de que modo atua sobre ela: a. A norma jurfdica, de um modo geral, tem uma fungao preseritiva, isto é a funcao de regular comportamentos. Vai-se aplicar a factos, so que sio apenas factos relevantes - norma como esquema da realidade ; a norma é aquela que nos permite dar um significado juridico a uma determinada realidade, isto é, 0 Direito constitui uma outra realidade do que apenas aquela realidade meramente factual. Por isso, a norma e o facto estio relacionados, pois, a norma condiciona / determina os factos relevantes. A norma encerra sempre uma realidade factual, b. Entio, num processo temos sempre uma parte que se prende com a factualidade relevante (questio-de-facto) e outra, tem a ver com a questio-de-direito, mas uma nao @ independente da outra. Questio-de-facto e questio-de-direito, ao longo de um proceso, interligam-se, ois os factos que sio levados a julgamento jé sio “filtrados", 2. Quais so as consequéncias que decorrem dos principios iura novit curia e de proibicdo de non liquet? a) Non liquet - 0 Tribunal nao se pode abster de julgar. b) Jura novit curia - cabe ao Tribunal conhecer o direito. ©) Proibiso non liquet (artigo 8° CC): i) 1. parte: questao-de-direito. ii) 2." parte: questao-de-facto. (1) Betviderinsenivet (2) Onus da prova 4) Os Tribunais obedecem apenas & lei Julius von KIRCHMANN proferiu uma conferéncia com o titulo A Jurisprudéncia ndo é ciéncia, em que contestava que a autoprociamada ciéncia do dircito o pudesse verdadeiramente ser, uma vez que 0 seu objeto nao tinha o cardcter regular e constante proprio dos objetos de estudo das ciéncias sociais. O que opina sobre esta perspetiva? Critérios de distingao direito publico / direito privado 1. Critério do interesse 2. Critério da qualidade dos sujeitos 3. Critério da posicio dos sujeitos Insuficigneia > Cumulagio Os prineipios que existem do nosso ordenamento juridico tém significados distintos no Ambito daquilo que so as relagdes do direito piblico e o que so as relagdes do direito privado. Quando falamos de direito publico, referimo-nos ao envolvimento / relagdes com o Estado. © © principio da legalidade, significa que 0 Estado, na atuagio perante os particulares, tem de agir segundo a lei. © Nas pelacées entre os particulares ¢ diferente: - No direito privado, a lei estabelece-se como um limite - Nao podemos violar a lei, mas podemos atuar onde a lei nada diz. - No direito privado, os critérios para a contratagio sio meramente dos particulares. Esta grande distingao vai-se subdividir noutros ramos: > As grandes areas do direito privado (alguns exemplos): @ Dircito comercial, Dircito do trabalho. Direito das Obrigagées. Dircitos reais (direito das coisas). @ Direito da Familia. > Grandes ramos do direito piblico: Direito Constitucional. @ Direito Administrativo. © Direito Tributario. Hoje em dia, cada vez mais, existe uma complexificagio daquilo que debate o que sao as fronteiras entre direito publico e direito privado. * Por isso, vamos encontrar uma fusdo (jungdo) que se aplica a determinadas dreas. © Cada vez existe mais hhibridez (devido a fusio). '* 0 direito da satide, por exemplo, engloba (anto as questies de direito pablico como também as questdes de direito privado. GO direito privado nao deixa de ser regulado pelo Estado, resulta sempre de uma decisio politica “> Trata-se de uma limitagao feita pelo direito publico. Distings entre Dircito Publico e Dircito Privado: Distingdo que surge a partir do conh: mento que existe um grupo de entidades que atua de maneira diferente para exercerem aquilo que so os seus poderes de uma forma especifica. Esta distingdo é itil, Tem a ver com o facto de os nossos Tribunais se encontram organizados em diferentes jurisdigdes. - Duas grandes jurisdicdes: 1. Tribunais Jurisdicionais: 1.1. _ No topo: Supremo Tribunal de Justiga. Meio: Tribunal de Relagio. 1.3. Base: ribunal Comarca. 2. Tribunais iministrativos e fiscais 24, Topo: STA, 2.2. Meio: TCA. 23, Base: TAR Relagées que funcionam de maneira diferente. Com diferentes principios. Varios autores tém vindo a apontar alguns critérios da distingo entre o direito pablico e direito privado CRITERIO DO INTERESSE: aqui, a distingdo centra-se naquilo que é a finalidade conseguida. Que espécie de fins & que se prossegue com aquela atuago que, no fundo, car: teriza uma norma juridica. Interesse subjacente 4 norma ou relagio juridica. 1.1. _Interesse do particular / interesse individual - direito privado. 1.2. _ Interesse do coletivo - direito publico. 1.3. Quando o Estado arrecada impostos, a finalidade ¢ 0 financiamento de servigos piiblicos. 1.4, Contrato de compra ¢ venda - interesse particular, entio estamos perante interesses privados. 1.5. Critieas a este critério: 1.5.1. E claro em algumas situagdes, mas no é assim tdo adequado quando a relagao juridica se complexifica. Por vezes, nao é facil determinar a natureza do interesse,...pode ter uma natureza ambigua; surgem miiltiplas interpretagdes, Este critério nunca pode ser utilizado de um modo absolute. 1.5.2. Da maneira que a nossa sociedade se tem organizado, este critério pode colocar-nos perante situagdes estranhas. 2. CRITERIO DA QUALIDADE DOS SUJEITOS: o principal problema (principal critica) deste critério & a tautologia. Este critério obriga-me a dizer 0 que sio entidades piblicas e 0 mesmo acontece para as entidades privadas. Isto, remete-nos para outras questdes: o que pode caracterizar pablico? E 0 privado? 2.1. Problema das relacées mistas, este critério no nos dé solugio para estes casos (que, por sua vez, so muitas). CRITERIO DA POSICAO DOS SUJEITOS: uma coisa é qualidade (que é a natureza), outra é a posigio. 3.1. Quando falamos em po: 3.1.1. Posigtio de igualdade - relagio de direito privado. 10, as pessoas podem estar em que posigdes? 3.1.2, Posigao de superioridade se houver uma hierarquia, pode alterar unilateralmente a sua situagdo juridica sem a interveng3o de um Tribunal, ou seja, estamos perante uma situagao de direito publico. 3124. Lusimperiis 3.1.2.2. Publica potestas; 3.1.2.3. Poderes de autoridade. 3. Se existir uma relagio de supra-infraordenasio, entio estamos perante uma situagio de direito publico — se disser apenas isto, nao estou perante o publica potestas. 3.1.3. Posig&o de inferioridade >Cada um destes eritérios tem a sua insuficiéneia. Temos de olhar para uma eumulagio, particularmente, destes critérios. © Sio normas de jireito piiblico as que visam regular as relagdes entre entes piiblicos ou entre um particular © uma entidade piblica, estando a entidade piiblica revestida de ius imperii (poder de autoridade). © Sio normas de 0 privado as que visam regular as relagdes entre entes particulares ou entre um particular ¢ uma entidade pibliea, estando estes numa posigfo de paridade. Assim, podemos talvez dizer que 0 direito pitblico é 0 "direito especial do Estado", enquanto o direito privado é 0 “direito de qualquer pessoa", sendo certo que também o Estado pode atuar como "qualquer pessoa", quando prossegue determinadas tarefas sem recurso a poderes de autoridade. Enquanto @ Estado apenas atua com fundamento e nos limites da Lei, “qualquer pessoa" atua livremente, com fundamento na sua autonomia privada '* No dircito piblico, que a Iei nd prevé, ow seja, 0 que nao € permitido é proibide - o Estado tem de atuar sempre com uma base legal. Sé pode atuar mediante aquilo que & permitido, Tudo © que lecidido, tem de ter "por tras" uma lei que permite essa decisdo. necesséria uma lei que atribua uma competéncia para a atuagio. * No direito privado é 0 contrario: 6 que nao é proibido, é permitido. Sé estamos proibidos de fazer aquilo que a lei proibe. Exereicio / Caso pratico: © Municipio de Prata, sem qualquer deliberagio ou notificagio, ocupou uma parte de um terreno de que Anténio é dono. Anténio, inconformado, propde uma agdo judicial e 0 Municipio, na sua contestacdo, invoca a falta de jurisdi¢o do Tribunal Judicial da Comarea de Prata, visto entender que o tribunal competente ¢ 0 Tribunal Administrativo. Quid iuris? © Resolucio: é uma questio que pertence ao direito privado. (tem a ver com os conceitos de autoridade). Relativamente ao caso pritico - andlise de um acérdao: 1, “requerida" - Camara Municipal. 2. Como é uma providéncia cautelar, fala-se em requerente (neste caso sio 0 Ae © B) ¢ requerido (contra quem é requerido - equivalente ao réu; sempre proposto pelos requerentes). 3. “excegdo de competéncia” - 0 processo teria de ser julgado por um tribunal administrativo. "Atos de gestio piiblica sdo os praticados pelos 6r agentes da Adi inistragao no ext jo de um poder paiblico, ou seja, no exercicio de uma fungao pablica, sob o dominio de normas de direito pablico, ainda que nao envolvam ou representem o exercicio de meios de coergao" "Atos de gestio privada sio os praticados pelos drglios ou agentes da Administragao em que esta aparece despida do poder publico (0 ius imperil , portanto, numa posiciio de pa , dai, nas mesmas idade com o particular ou os particulares a que os actos respeita condigdes e no mesmo regime em que poderia proceder um particular, com inteira submissio is normas do direito privado" - A gestio publica pressupde uma atuagdo correspondente a0 © exige que os meios utilizados sejam adequados ao prosseguimento das atribuigdes conferidas por lei ao agente. Exer - © Leonardo doou um Quadro de Jilio Pomar, de que era proprietério, & sua grande amiga, Leonilde, que trabalha no muscu municipal da sua cidade natal, Interesse privado. Ambas as partes sio particulares (pessoas singulares) e esto numa posigdo de paridade (igualdade). - © Licinio requereu a validagdo da sua carta de condugdo junto do IMT, Relagdo que niio é de igualdade, por isso, estamos no dominio de direito piblico - A Camara Municipal de Botobir celebrou um contrato de arrendamento com a Poliana, proprietéria de um prédio no centro da cidade, a fim de af instalar um servigo de atendimento aos municipes. Por um lado temos o interesse popular (interesse de Poliana) ¢ o interesse da Camara - o critério do interesse no nos ajuda. O critério da qualidade também nao nos ajuda (porque hd uma relagdo mista). Estamos perante uma situagio de direito privado. - © Cleto celebrou um contrato de franquia (franchising) com a sociedade comercial AllMine, S.A. Direito privado. - A Joana viu um terreno de que era proprietiria ser expropriado pelo Ministro das Obras Piblicas. Direito piblico, Temos um ato public de expropriagao. Fins publicos € a0 abrigo do poder piblico. Voxvote (exercicios): 1. ireito Adm vo e Direito P: eifo Puiblico, Todos os ramos do Direito Processual so ramos de Direito Piblico. © primeiro (é um direito especial - arrecadagio coerciva ou néo dos impostos) é um ramo de Direito Piblico © 0 segundo é um ramo de Direito Privado, No Direito, liquidar significa apurar o valor. 3. Direito da Familia ¢ Direitos Reais: Ramos de Direilo Privade. Regulam aquilo que sio relagdes juridicas entre particulates. Os Direitos Reais so absolutos 4, Duas ideias caracterizadoras do sentido atual do Direito Civil: Autonomia e aldade. Principio da Autonomia ¢ Igualdade das partes. Autonomia privada significa uma possibilidade de autorregulago - possibilidade de eu, livremente, poder conformar as minhas relag6es juridicas como e conforme entender. O principio da igualdade das partes reconhece-se que toda a gente esta em posigio de igualdade para exercer a sua autonomia, - Antigo 405." do CC: Coroldrio da autonomia privada que nos fala da liberdade contratual. O principio da autonomia privada permite-nos autorregular a nossa esfera juridica (conjunto de relagdes). ~ Obviamente que esta autonomia tem limites - A liberdade contratual encerra a liberdade de celebrar contratos ¢ a liberdade de definir 0 contetido dos contratos. Esta ultima liberdade, por vezes, no existe - por exemplo nos contratos de adesio (ja esto pré-feitos). - Adesio # aderéncia. A aderéncia é para materiais. "os pneus tém aderéncia". - © legislador verificon que nem sempre as pessoas estio em situagdes de paridade, As pessoas, por vezes, nfo (ém a possibilidade de exercer a sua autonoi assim surgiu o Direito dos consumidores (os consumidores so a parte mais fraca no Direito do Consumo). 5. Quais os prin: s que devem caracterizar de modo especial, a atividade da Administrasio Publica? (obriga todos os cidadios e entidades a respeitar a lei, tendo uma especial relevancia para a AP na medida em que esta por ser organismo que pie em pritica os objetivos do poder executivo, entendido este principio como uma obrigagdo de nao violar a lei, bem como no sentido piiblico, a atuagdo da AP ndo pode exceder os limites da lei) - relago entre atos normativos: atos legislativos vs. atos regulamentares; (telaciona-se com um imperativo de eficiéneia na atuagdo da AP, artigo 267° 4 CRP, numa procura de otimizago dos recursos, alcangar a melhor decisio com a melhor quantidade de recursos existentes. Esta eficiéneia ndo deve ser entendida no sentido econémico, isto 6 os custos ponderados so ponderados de acordo com as finalidades juridicas pretendidas —+ destina-se 4 tomada da melhor decisao, tendo em vista as finalidades do Direito) e no (0 modo da atuagdo da AP, no encontra na lei um caminho univoco, isto significa que relaciona-se com o principio da eficdeia, chamando a atengdo que a AP nao se pode limitar ao que a lei define no sentido em que é necessdrio uma adaptagdo ao caso concreto “tem margem de discricionariedade que no significa arbitrio, significa submeter-se & solugio que demonstre ser a mais oportuna/adequada ao momento - sendo necesséria uma ponderagao”). 6. Artigo 282°/1 CC, o que expressa a norma? O da parte mais fraca, reconh que a ordem juridica por se basear num entre as pessoas, isto é, que todas tm igual capacidade de se conformar com os atos juridicos e exercer a sua autonomia, mas que devido as diferengas reais (entre as pessoas singulares ¢ coletivas com grande poder econémico na sociedade), 0 legislador reconhece a necessidade de introduzir mecanismos que procuram mitigar as GQLAdogio de varios quadros legais que pretendem proteger uma parte numa relagio juridica, por exemplo, as cliusulas gerais —> no caso da clausura, pode haver aproveitamento das fragilidades de outra pessoa ¢ que se podem reconduzir a um uso, sancionado com um vicio, a anulabilidade. Dir relativamente ao poder judicial: “Principio da imparcialidade: ¢ aplicado particularmente ao poder judicial e ito Paiblico significa que quem julga é um terceiro imparcial, isto é, deve estar afastado do litigio que opie as partes, Tem interesse na resolugo do litigio, de modo justo. Este principio & acautelado pela proibi¢io de que o juiz seja familiar de uma das partes; regime de escusa do caso que o juiz pode pedir se o caso envolver um amigo seu; regime das incompatibilidades do regime da magistratura, ndo podem exercer nenhuma outra profissio; ‘Principio da independéncia: ¢ 0 corolario do Principio da Separagio de Poderes pois & garante tiltimo deste na medida em que qualquer litigio que se coloque entre o cidadio e o Estado, ha-de ser resolvide por um Tribunal. Njo havendo um terceiro imparcial e independente, coloca-se em causa o principio do Estado de direito. Os juizes estio submetidos somente a lei. Direito Privado “Principio da boa fé contratual: remete para a conduta honesta, na medida em que existe um padrio imposto a generalidade das pessoas que contratam ¢ impde que atuem de modo leal/correto no momento pré-contratual (momento da negociagao) mas também no momento da execusio do contrato e até depois da extingdo do contrato, Ex: empreitada. “Principio da responsabilidade: por via de regra, os prejuizos e danos quando sto causados por outrem, decorreu de uma atuagao de um terceiro com nexo de causalidade, entio essa pessoa ser responsabilizada por esses. mesmos danos _causados. . O mesmo facto juridico pode dar origem a virias responsabilidades. Exereicio: Explique a posi¢ao do autor sobre a ideia de sistema aplicada a realidade juridica. “Sendo o direito o cumprimento da sua ideia num contexto histérico-comunitério, seré ele inta da lei, Nem mesmo se confundira com o sistema de direito sempre mais e coisa dis positivo, se com este se pensar numa totalidade racional fechada e nfo numa intengo de totalizagdo sempre aberta a um especifico dinamismo e enriquecimento historicos. Pois um sistema s6 pode fechar-se sobre si se for pensado como um sistema estitico referido a um “objeto” também correlativamente estatico; mas se o objeto se revelar com um dinamismo (desde logo o dinamismo do histérico) que © mantém permanentemente aberto A mutagio e & aquisigZo, entdo certamente que ou o sistema se continua a pensar estitico e terd de renunciar A sincronizagdo com 0 objeto e, portanto, a domind-lo, ou o sistema pretende essa sineronizagdo e teré de assumir um dinamismo correlativo ao dinamismo do objeto - de manter-se como ele aberto & mutagfio ¢ A aquisigdo. O que quer dizer que o sistema positivo sempre seré duplamente ultrapassado: pelos principios axiolégico-normativos por que se vai determinando 0 comunitario projeto axiolégico e pela realidade historicamente concreta da sua aplicagao.” Castanheira Neves. Enquanto o sistema fechado nao tem trocas com o exterior, o sistema aberto funciona ao contrario > 0 dircito & 0 cumprimento da ideia de direito, que se aproxima com a ideia de justiga que se coneretiza numa determinada sociedade. > Um sistema é uma unidade com um eritério organizador coerente. > 0 dircito nao se confunde com a lei, nem com o sistema de direito positivo significando que se concebermos 0 direito positive como uma totalidade racional fechada, que & plena em si e que abarca todas as situagdes que meregam atengao juridica a priori, em que se encontram todas as solugdes para encontrar. os problemas que a sociedade po: > Fechada porque nao di abertura para ser repensada ou para situagdes que nao estejam em si mesmas contempladas. Ex: positivismo legalista francés —+ normas jé expressas resolvam todos os problemas. »Qutra forma de conceber o sistema é encaré-lo como um sistema aberto que, embora se pretenda ser totalizante, podem surgir questées as quais tenho de dar resposta (intengdo de totalizagdo) mas que € aberto ao que pode estar fora do sistema. 0 objeto do direito & sempre cultural, portanto, é um objeto dindmico. Se continuarmos a pensar o sistema como estitico, direito e sistema néio se vio adaptar. Se o sistema pretender essa adaptagio, tem de se arranjar mecanismos no sistema juridico que o permitam manter aberto & mudanga (nomeadamente aos conceitos indeterminados, a admis (0 a existéncia de lacunas), Necessidade de manter uma abertura. »Sistema que se pensa como sistema fechado ¢ pleno (ndo ter omit ‘Ses) a priori, para um sistema aberto cuja plenitude se alcanga através da interpretagdo, que nfo se encerra na legislago. 0 sistema de a luz da eito é sempre a interpretacio que é feita nesses textos, realidade do momento. 0 direito vai-se transmutando, ou seja, que continuamente se altera. A coeréncia pressupde a ndo existéncia de contradigdes »Sistema de dircito caracterizado pelo autor, pauta-se pela defesa de um sistema aberto ¢ dinimico. A interpretagio é o que permite qué o sistema seja aberto, sendo uma atividade que depende sobretudo dos juristas, ™ Conccitos juridicos fundamentais: Associam-se a uma disciplina da Teoria Geral do Direito que foi objeto de um interesse generalizado. O paradigma de pensamento provém do positivismo cientifico, Dimensio inelutavel, pois, no se pode ignorar que o direito no seu todo tem pendor histérico ¢ est situado. Quadros mentais que nfo constituem, em si, entidades que sejam_ permanentes e subsistentes sem ajuda da cultura que os rodeia. aE Te = 7 a importincia dos conceitos e formas de o operalizar. Existem categorias mais permanentes, contudo, estes conceitos tém que estar abertas & s. A realidade social e histérica é fundamental para o entendimento dos conceitos que nos rodeiam. Estes conceitos esto em constante reconstrugio c abertura necessariamente, ™ Conceito de rélacio juridiea: A relagio juridica € um conceito juridico fundamental, que consiste na ligagdo entre uma ou mais pessoas que produz et 9s para o direito. Num sentido mais estrito, atribuigio de direitos e deveres. (ver livro de Mota Pinto) Uma relagdo juridica é composta por diferentes elementos 2 : Sujeitos (1) (pessoas entre quem se vai estabelecer a relagdo, portanto, so os titulares do direito - sujeito ative - ¢ o titular do dever ou em estado de sujei 10 - sujeito passivo); objeto juridico (2) (aquilo sobre que incidem os poderes do titular ativo da relagio juridica), hé ainda distingdo entre objeto mediato e objeto imediato (0 direito em si) ; facto juridico (3) ( acontecimento com relevancia para o direito, ou seja, acontecimento em que hé um acordo decorrente de duas vontades que convergem © so celebradas, ex: contrato compra e venda; um terramoto); garantia (4) (& conjunto dos meios colocados a disposigdo do titular ativo do direito, a tutelar o direito seja quanto jé tiver sido violado quer quando se verifica uma ameaga a esse direito) fico de livremente > : direito subjetivo (1) ¢ 0 poder ju pretender de outrem um gomportamento positivo ou negativo (direito subjetivo stricto sensu) ou de §8igiF ou por um ato livre de vontade ou pretender de outrem um comportamento positivo (acio) ou negative (omissio) ou de por um ato de livre vontade, 86 de per si ou integrado por um ato de uma autoridade piblica, produzir determinados efeitos juridicos - constitutives, modificativos © extintivos -, que inevitavelmente se impdem a outra pessoa (direito potestativo) e obrigagHo correspondente (2) —> relagio juridica, tem o vinculo que une os sujeitos. Exigir = obrigagio civil Pretender = obrigagdes naturais (artigo 402.° do CC), Um direito potestativo, produz uma alteragio/modificagéo no mundo do direito, cujos efeitos juridicos podem ser: constitutivas (ex: a serviddo de passagem, num terreno que niio tenha acesso via piblica vai comprimir 0 direito de outro terreno, afetando o direito & propriedade de uma parcela que serve de passagem) , modificativos, extintivos de relacdes juridicas. A garantia esta implicita no proprio direito na medida em que a garantia é total, ha certeza —> quando exerco um direito potestativo, vou ter esse efeito verificado. Nota: A modalidade do direito subjetivo significa indicar se estamos presente um direito subjetivo em sentido estrito ou um direito potestativo, - A personalidade juridica enquanto a suscetibilidade de ser titular de direitos e deveres. ‘Dircito subjetivo e obrigacio correspondente: No scio desta relagao juridica existe o titular do direito € um sujeito passivo, O sujeito passivo pode assumir duas posigdes distintas: L = dever juridico + a nogdo de dircito subjetivo em sentido estrito ¢ 0 poder juridico de livremente exigir ou pretender de outrem um comportamento, logo a outra pessoa esta vinculada a um dever juridico - a vineulagdo a realizar um comportamento. Ao direito subjetive em sentido estrito opdem-se o dever juridico. 2. - estado de sujeigsio — a nocio de direito potestativo contrapdem-se um estado de sujeigio, isto é, 0 poder de produzir na esfera juridica da outra pessoa uma alteragio, Corresponde a situago em que se encontra 0 sujeito passivo. Dever & uma vinculacio // Onus juridico nio tem obrigacio —> comportamento prescrito como condigdo de obtengdo de uma vantagem ou de no verificago de uma desvantagem. Classificago dos direitos subjetivos: © Direitos Patrimoniais: tém expressio pecunidria e, portanto, podem ser traduzidos em dinheiro. ® Direitos Pessoais: no podem ser reduzidos a uma expresso pecuniiria. © Direitos Absolutos: também designados por direitos erga omnes - em sentido literal significa contra todos —* sio oponiveis A generalidade das pessoas. Significa 0 que posso fazer valet © © meu direito em relagio a todas as pessoas e, consequentemente, que a generalidade das pessoas devem respeiti-lo. Exemplo: direitos de personalidade - direito a vida. © Direitos Relatives: também designados direitos inter partes - em sentido literal significa, entre as partes - so oponiveis entre determinadas pessoas (entre as partes que integram a relacéo juridica. © Direitos Disponfveis: podem ser desligados do titular, isto é, por exemplo o direito de propriedade. © Direitos Indisponiveis: nao podem ser desligados do titular, por exemplo, o direito A integridade fisica. © Direitos Inatos: nascem com a prépria pessoa, nomeadamente, os direitos de personalidade, © Direitos nao inatos. Direito subjetivo: distingao face a figuras afins © © poder juridico stricto sensu/faculdade — no existe uma contraparte que esteja vinculada. © Mero interesse juridico — interesses tutelados pelo direito, através de outro tipo de regulacio, © Expectativa juridiea — trata-se de uma situagio com bonificagio com protesio juridica. Ex.: herdei s. © Poderes funcionais/poderes-deveres — so poderes/direitos que sio atribuidos a pessoa para um exercicio de uma funcio - existe uma vinculagao fundamental a um dever. Ex.: relacdo pais-filhos (dever de educar), © Em sentido amplo. © Em sentido restrito. © Abstrata (c: tipificada) © Conereta (as regras da relagdo juridica abstrata ganham vida, passando a ser conereta). ‘© Simples (direito e correspondente dever). © Complexa (reportamos a um leque de direitos e deveres que emergem de uma rela juridica), io de rel LA (ver em Oliveira Ascensio), a. As > caixa pequena - relagdo juridica // caixa maior = situagao juridica, 2. quando refere a um conjunto de normas que regulam determinado aspeto do direito. aA enquanto suscetibilidade de ser titular de direitos ¢ deveres. Perspetiva de direito objetivo. (Caso pritico: A Ana é casada com Berto ha mais de 30 anos, Nenhum deles esta, porém, satisfeito com o casamento, Nas tiltimas férias que passou sozinha, Ana apaixonou-se por Carlos e pretende divorciar-se de Berto. Considerando que Berto ¢ uma pessoa para quem, moralmente, 0 divércio nao é aceitivel, diga, fundamentadamente ¢ qualificando o direito de ‘Ana, se esta vera satisfeita a sua pretensio de se divorciar de Berto: Ri: Tem-se um direito potestativo que ira revelar-se em que o Berto vai ver na sua situa (0 juridica a extingiio do casamento - Caso pritico 2: Atente nas situa sugerida. Identifique os direitos subjetivos em causa, sua modalidade e respetivo dever s apresentadas e nas disposigdes legais cuja leitura & juridico ou estado de sujeigdo. Classifique ainda cada um dos direitos que identificou. 1. A “Telecomunicagées, Lda.” remeteu uma fatura ao Anténio no montante de € 1.500,00 relativa a chamadas que aquele tera realizado em janeiro de 2010. Anténio bem sabe que essa divida se encontra prescrita e que por isso nao é obrigado a pagar (vd. art. 402.° do CC) 2. Joaquina © Miquelina tiveram uma desavenga séria no Facebook. Procurando vingar-se, Miquelina perseguiu por diversos dias Joaquina e descobriu que esta mantinha uma relagio extraconjugal. Em retaliagdo, afixou fotografias de Joaquina com o seu amante no porto da sua casa de morada de familia (vd. art. 80.° do CC) 3. Jodo ¢ Anténio herdaram dos seus pais, em comum e em partes iguais, uma moradia junto a praia. A moradia precisa de muitas obras € 0 Joo como nao dispde de capacidade financeira para custear metade do valor orgamentado decidiu que vai vender a sua quota nesse prédio. Apés contactos com alguns interessados levados a cabo por uma agéncia imobilidria, Antonio resolve que quer adquirir a quota de Jodo (vd. arts. 1409." e 1410." do CC): i+ Sujeito ativo sio as Telecomunicagdes, que tém um direito subjetivo em sentido estrito pois € a modalidade de pretender do Anténio um comportamento. O Antonio esté vinculado a uma obrigagdo natural, (art. 402° CC) + direito ndo inato, patrimonial , disponivel ~ 0 direito subjetivo em causa & um direito subjetivo em sentido estrito, podendo exigir se um comportamento negativo, Trata-se de um direito absoluto. A Miquelina detinha poder juridico. (art. 79° e 80° CC). — Direito de preferéncia é um direito potestativo. Othar a relagio jurfdica do prisma dos sujeitos: ‘© Sujeitos de direito: da pessoa a sujeito de direito, © conceito de pessoa em Sentide juridi&d ndo pode ser alheio ao conceito de ser pessoa em sentido ético. O conceito de pessoa em sentido ético: as pessoas esto antes do direito, Atualmente, entende-se a dignidade da pessoa humana como um pilar fundamental de um Estado de Direito - artigo 1.° da CRP. Q valor da pessoa ¢ um valor fundante do direito. Em sentido ético, radica do principio da dignidade da pessoa humana e que ¢ atribuido a todas as pessoas (nascidas), independentemente da sua circunstancia. E-lhes reconhecida personalidade juridica, sendo as pessoas singulares. Nota: “A pessoa em carne ¢ 0550”, No conceito de pessoal €mt Sentido furfdico, o significado especifico de “pessoa” para © direito, uma pessoa juridica, trata-se das pessoas coletivas, ou seja, daquelas personalidades juridicas suscetiveis de serem titulares de direitos e de obrigagies. A nogo de personalidade juridica é relevante do prisma do Direito Civil, devido a defesa da autonomia da pessoa. Contudo, a vida intrauterina pode ver-se protegida, a tutcla Juridica pode ocorrer por meios que nao apenas a aquisigdo de personalidade juridica. Relativamente a Pessoas Singulares (artigo 66.° a 156.° do CC ‘* © comeso da personalidade: artigo 66/1 do CC — momento do nascimento completo e com vida: tem-se uma disposigao positiva da lei, que indica o inicio da personalidade. A personalidade juridica é do dominio da qualidade, ou seja, ou se tem personalidade ou no se tem. ‘© Os direitos de personalidade: artigo 70° ¢ ss. do CC —> Existe um conteiido de direitos, denominados direitos de personalidade Artigo 70/1 , deriva daqui que a integridade fisica, a vida sio direitos de personalidade. Existe tutela geral da personalidade. © Os efeitos prévios da personalidade: o “conceturo” ¢ “nascituro”: artigo 66%/2 do CC, “Os direitos que a lei reconhece aos nascituros dependem do seu nascimento” > a personalidade antes do nascimento: os nascituros em sentido amplo, podem ser de dois tipos: os naseituros em sentido estrito so as pessoas que ainda ndo nasceram mas que j4 foram concebidas; os concepturos so aqueles que ainda nao foram concebidos. Desta forma, os nascituros so suseetiveis de direitos, caso se venha a concretizar a condigdo estabelecida pela lei - depende do nascimento completo ¢ com vida, (Artigo 66.°/2 do CC) © A cessaco da personalidade: - Morte natural: artigo 68°/1 ¢ 3 do CC - a morte di-se com a morte do tronco cerebral. + nao é possivel que a pessoa esteja viva ex: avido paris-brasil ¢ cai no meio do oceano, - Morte presumida: artigo 114° e ss. do CC - é 0 caso de pessoas que aparecem vivas. Regra geral: 10 anos de desaparecimento, Regra particular 1: Se a pessoa desaparecida completar 80 anos, temos mesmo de esperar 5 anos €, entio pode presumirse a sua morte, Regra particular 2: No caso dos menores desaparecidos, nfo se pode presumir 0 desaparecimento antes dos seus 23 anos, Os efeitos tardios da personalidade, em especial, o artigo 71° CC: Os direitos de personalidade gozam igualmente de protegdo depois da morte do respetivo titular. Sujeitos de Direito - A capacidade juridica: artigo 67." do CC © conceito de personalidade juridica tem natureza meramente qualitativa pois traduz-se apenas na detencio desta qualidade, enquanto o conceito de capacidade juridica tem natureza quantitativa, pois invoca uma medida: a medida de direitos e obrigagSes que determinada pessoa juridica pode ser titular, Posso ter mais ou menos capacidade, admite restrigdes. A capacidade juridica ¢ dindmica ao longo da vida da pessoa -A capacidade iuridica ¢ irrenunciiivel - artigo 69° do CC. Distingdo entre ser titular de certos direitos ¢ obrigacdes de ser capaz de os exercer: - A capacidade juridica de exercicio traduz ¢ na capacidade de exercer de modo auténomo os direitos e obrigagdes que tenho. Relativamente as Pessoas Coletivas (artigo 157.° a 201.° - A do CC): As pessoas coletivas distinguem-se das pessoas singulares que a compéem. Ex.: A, B © C formam uma sociedade comercial - uma pessoa coletiva - que, por sua vez, no prisma juridico, é uma pessoa. A forma uma sociedade comercial unipessoal - para autonomizar direitos e obrigagdes. Capital da sociedade é diferente dos bens pessoais da pessoa singular A. Logo, a A ca Sociedade comercial unipessoal, so pessoas diferentes com direitos e obrigagdes diferentes. As pessoas coletivas sdo indispensdveis ao tréfico juridico moderno. Correspondem ds atuais necessidades econémicas e soviais, A sua existéncia é necesséria com vista & realizagdo de propésitos econdmicos e sociais que, em virtude do seu significado, grandeza ou duracao e dos riscos que thes so inerentes, nao podem ser assumidos por uma pessoa singular (ou por meras sociedades civis, associagdes sem personalidade juridica ou comissbes especiais) © Aquisicdo da personalidade juridica das pessoas coletivas: artigo 158° CC. ‘»Formacio © organizacio de um substrate (pessoa ou patrimonial): corporagdes/associagdes e as fundagdes, As corporagées/associagées tém substrato pessoal (conjunto de sécios, so fundadas por pessoas), reconhecimento normativo. As fundagées tém substrato patrimonial(de bens). +Atribuicio de personalidade juridiea (reconhecimento normative ou reconhecimento individual). ‘> Cessacio da personalidade: a extingdo esté prevista nos termos do CC nos artigo 182° associagdes ¢ no artigo 192° fundacdes. Personalidade juridica: Idoneidade de ser ou nio, em abstrato titulares de certos direitos e deveres. !!Nio existe capacidade juridica sem personalidade juridical! ‘© Capacidade juridica das as coletivas: Artigo 160° do CC. PTrata-se de uma capacidade associada a finalidade. O prinefpio da especialidade do final, tem por base a ideia de que a pessoa coletiva tem uma finalidade coneret ‘PAplicacio As pessoas coletivas das nocées de capacidade juridica ¢ capacidade geral > Esti dependente daquilo que é uma pessoa coletiva, ou seja, um conjunto das pessoas singulares, quando é uma pessoa coletiva, a vontade é manifestada quando elas se organizam e chegam a um consenso sobre o tema, Elas tém um documento onde explicitam as suas capacidades, fungdes e regras, previamente definidas. > Sa idoneidade de ser particular de certos direitos e obrigagdes, a sua capacidade para atuar num drgdo esté delimitada pelo seu fim, ou seja, so direitos e obrigagdes necessarios 4 prossecugdo do seu fim, As pessoas singulares so anteriores ao Direito, so elas que criam o Direito. Ja as pessoas coletivas sdo criadas através do Direito, para serem prosseguidas certas personalidades. - Contrato: Manifestagdes de vontade, (Caso pritico 1 = Karl Lagerfeld: Em 2019 foi noticiado na imprensa que 0 famoso designer de moda Karl Lagerfeld havia instituido a sua igualmente conhecida gata "Choupette" como herdeira de parte da sua fortuna, avaliada em centenas de milhdes de euros. Sem entrar noutras discusses e tendo apenas por referencia tais noticias (cuja veracidade se desconhece), diga se, a ser verdade tal situagdo, a mesma se poderia coneretizar & luz do nosso ordenamento juridico. Le., explique se em Portugal um animal de estimagdo poderd beneficiar de um testamento, Fundamente a sua resposta a luz do que ja sabe sobre os sujeitos da relagdo juridica (pode ainda consultar o disposto no artigo 2033.° do CC para uma resposta mais desenvolvida): R.zNota que no artigo 2033°/2/a : “nascituros ndo concebidos” = concepturos. Os animais no se inserem na categoria das pessoas nem das coisas propriamente ditas. Contudo, os animais nao tém capacidade sucesséria uma vez que nao podem ser objeto de relagdes juridicas. Explicar 0 conceito de personalidade juridica - falando das pessoas singulares em sentido ético com com referéncia ao artigo 66° + falando das pessoas coletivas. Concluso do caso pritico: a gata nio podia ser instituida como herdeira a luz do ordenamento juridico portugués. CASO BEALE: O Manuel e 0 José sio sécios gerentes da sociedade comercial que gira sob a firma “Construgdes & Moradias, Lda,”, A sociedade dedica-se & construgdo de moradias para venda e dispde de um vasto stock de iméveis em construgdo destinado a esse fim. A filha de Manuel, Ana, vai fazer 18 anos em abril ¢ para a presentear o Manuel gostaria de Ihe oferecer venda um moradia que a referida sociedade estava a terminar de construir e que iria colocar na semana seguinte. Porque nao dispunha de dinheiro suficiente para a adquirir 4 sociedade, Manuel confidenciou com José a sua intengdo de ficar com a moradia e fazer o seu pagamento em prestagées. Na conversa havida entre os dois, José fez-Ihe uma proposta muito tentadora: a sociedade poderia oferecer essa moradia 4 Ana na condigdo de também Ihe oferecer a si (José) um apartamento de valor equivalente. Suponha Manuel o(a) procura questiona se a sociedade poderd realizar tais negécios (doagdo de iméveis que destinava a venda para obtengo de lucro). O que Ihe diria, considerando o que ja sabe sobre a capacidade juridica das pessoas coletivas? Ri: Os fins para os quais a sociedade comercial se distingue é a obtengio de lucro, através da sua atividade comercial ‘Ao doar, atribuiese uma titularidade a alguém (atribuir meu patriménio), ou seja, existe uma liberdade ¢ no existe uma contrapartida, Eu ajo contra o fim da sociedade, visto que diminuo 0 meu patriménio, Sendo assim, a sociedade ndo tem capacidade para celebrar estes negocios. Apoios publicitarios sio admissiveis para a sociedade e¢ as relagdes altruistas para apoiar associagdes, desde que a sociedade se encontre numa situagio financeira que se se ela se encontrar em défice, sd ilicitas possibilite fazer as doacde 1. Diz-se coisa tudo aquilo que pode ser objeto de relagdes juridicas. = 0 artigo foi criticado desde o inicio da vigéncia do cédigo civil, critica essa baseada na confusio entre coisa e objeto, pois, na doutrina nem tudo o que é objeto & uma coisa, mas tudo o que é coisa é objeto. O que pode ser objeto de dit © Direitos - direitos que eu tenho sobre outrem. ‘© Prestagdes - quando contrato alguém, o objeto ¢ a prestago/comportamento dessa pessoa. Conduta humana devida por alguém, A prestagdo em si mesma é um bem juridico (ja 0 objeto da prestagio é corpéreo). © Coisas - “Tudo aquilo que pode ser objeto de relagdes juridicas”. A lei nfo tem de det ir, a lei deve regular (a doutrina é que define). Tem que se entender num sentido mais amplo (leitura atualista) que 0 da relagdo juridiea - pode ser uma situagao Juridica (ex.: direito de propriedade s6 supde um sujeito e a coisa) Coisas materiais/eorpéreas - de existéncia fisica, resulta da atividade cientifica e fisica humana, Tém matéria e dimensio, © Coisas imateriais/incorpéreas - Tém realidade ¢ existéncia na natureza fisica . como, por exemplo, a eletricidade. Sao, o fimdo, bens Poderdo as pessoas ser objeto de direitos? ‘Contradicio légica — Nao, os termos pessoa e objeto so distintos. Quando se pensa na dignidade da pessoa humana implica sempre um fim em si mesmo e nao um fim para a existéncia dos mesmos. ‘0s direitos de personalidade: direitos sobre modos de ser da pessoas”. —“posigées juridicas fandamentais do ser humano”. direitos sem objeto — apenas com contetido, ‘0 consenso: exclusio das pessoas singulares como objeto de relagdes juridicas patrimoniais (ndo pode ser atribuido um valor pecuniério). Ex: eseravatura, As coisas fora do comércio juridico: Artigo 202.° CC: 2. Consideram-se, porém, fora do comércio todas as coisas que ndo podem ser objecto de direitos privados, tais como as que se encontram no dominio pitblico e as que so, por sua atureza, insusceptiveis de apropriacio individual ‘A. Coisas do dominio piblico (artigo 84." da CRP). B. Coisas insuscetiveis de apropriagdo individual. Existem coisas que no podem ser objeto de relagdes juridicas privadas, desde logo aquelas que se encontram sob dominio piiblico, O ar, 0 sol, as nuvens, o cadéver de uma. pessoa, ndo podem ser suscetiveis de apropriagao individual, estando fora do comércio juridico (CasoIPFALEOTS: Uma empresa publicitava os seus produtos com o seguinte slogan “Seja proprietario de um raio de sol”. Comente, do ponto de vista juridico, a possibilidade de ser, literalmente, proprietério de um raio de sol (ou de varios). Pode ser objeto das relagdes juridicas coisas, relagdes, prestagdes, direitos e, no caso concreto, 0 disposto explora uma coisa. O disposto no artigo 202.° do CC, explora a insuscetibilidade dos elementos da natureza, dizendo que o raio de sol ¢ insuscetivel de apropriagio individual, logo, encontra-se fora do comércio juridico Factos juridicos: Classificagao: © Critérios dos efeitos produzidos: 1, Factos constitutivos - constituem uma relagao juridica (contrato de arrendamento, casamento). 2, Factos modificatives - modificam a rela¢ao juridica (separagdo de pessoas ¢ bens), 3. Factos extintivos - extinguem uma relagao juridica (caducidade do contrato do arrendamento, morte do cénjuge) © Critério da vontade: 1. Factos involuntérios/naturais - produzem-se independentemente da vontade humana (morte do cénjuge). 2. Factos voluntarios/atos juridicos - resultam da vontade, sio uma manifestagdo/ago humana para a manifestagdo da vontade (a vontade determinante para 0 facto, mas ela pode nao ser determinante para a agdo juridica). Simples atos juridicos - efeitos ex lege, a partir da lei independentemente da pessoa querer que se produzam aqueles efeitos juridicos ou ndo (ex.: direitos de autor, independentemente da minha vontade, se escrever algo, terei sempre direitos de autor), Negécios juridicos - efeitos ex voluntate, a partir da vontade, a lei atribui ao negécio os efeitos que so produzidos no contrato, uma ou mais manifestagdes de vontade Negécios juridicos bilaterais/contratos - uma ou mais manifestagées. de vontade, apenas num nico sentido (testamento). ii, Negécios juridicos unilaterais - duas ou mais declaragdes de vontade, elas sio de contetido oposto, convergente para a produgao do efeito (contrato de compra e venda). © Critério da conformidade 4 ordem juridica: aplica-se aos factos voluntirios, um terramoto e um incéndio natural nao o podem ser. 1. Li itos - conforme a ordem juridica, respeitam o direito, 2. Micitos - contririos a ordem juridiea, a. Ilicito civil (1) e ilicito penal (2) - (1) ofende interesses de um particular; (2) ofende os bens juridicos fundamentais que se entendem ser interesses de toda a sociedade. b. Delito (1) e quase-delito (2) - (1) ilicitos praticados com dolo, inteng%o de praticar © facto ilicito; (2) ilicito classificado a titulo de negligéncia, sem intengdo de provocar aquele ilicito. jcaciio dos negécios juridicos: 1. Onerosos: quando implica, atribuigées matrimoniais de ambas as partes, que esto ligadas entre si por um nexo de equivaléncia (na compra e venda). 2. Gratuitos: ndo existem atribuigdes matrimoniais de ambas as partes, mas apenas de uma delas, para fornecer uma vantagem patrimonial a alguém, a custa do meu patriménio. 3. Inter vivos: produz efeitos quando ambas as partes estdo vivas. 4. Mortis causa: efeitos depois da morte (testamento e apartes sucess6rios).. Nao formais: a lei ndo tem qualquer exigéncia de forma para que o negécio seja vilido, ele rege-se pelo principio geral da liberdade de forma (artigo 219.° do CC). 6. Formais: a lei fornece uma forma para a sua validade (elemento particular auténtico da escritura pablica, testamento. A forma é o meio dialogal pelo que se manifesta a vontade = Oralmente (através de conversas).. - Fisicamente. - Por escrito: ‘© Particular: documento/contrato, onde as partes assinam. ‘* Documento_particular_autenticado: alim do documento escrito & inado pelas partes, existe um terceiro imparcial que iré afirmar disposto. ‘© Escritura publica: quem redige o documento € 0 notirio ¢ a pe: no final, assina, 7. Consensuais: para se completar e realizar, nao precisa de um ato material, apenas de uma mera manifestagdo das vontades (compra ¢ venda). 8. Reais: exigem nio apenas pela manifestagdo da vontade, mas tem de ocorrer um ato material (contrato de comodato: artigo 1129.° do CC). 9. De mera administracAo: atos de gestio comedida que correspondem e excluem atos arriscados que afetam a substéncia do patriménio (arrendamentos superiores a 5 anos), 10. De disposigo: so os que afetam substancialmente o patriménio. 11. Existe um terceiro, que administra o patriménio da pessoa (pais, tutores...). Os atos de administragao so demasiado onerosos, 0). comparando com os de disposi Factos juridicos - os requisitos de validade dos negécios juridicos: © Validade formal - Prinefpio da liberdade de forma (219° CC) - As excegdes ao principio de liberdade de forma (ex: 875.° CC) © Validade substancial - A capacidade das partes (67.° CC) - A iidoneidade do objeto (280° CC) - A regularidade da declaragao negocial (217.° ss. CC) 1. O que entende por facto juridico? 2, Poderd o decurso do tempo constituir um facto juridico? 3. Distinga negécio juridico de simples ato juridico. 4, O que diferencia as nogdes de “delito” de “quase-delito”? Elementos externos da relacdo juridica: a garantia Artigo 1." Cédigo de Processo Civil A ninguém é licito 0 recurso 4 forga com o fim de realizar ou assegurar o préprio direito, salvo nos casos e dentro dos limites declarados na lei . Elemento virtual da relagdo juridica. ‘As garantias gerais do direito, © monopélio estadual do uso da forga © Critério da titularidade do exereicio dos meios de tutela: - Autotutela —assente nos recursos do préprio titular do direito (ex: ago direta, legitima defesa, estado de necessidade, dircito de retengio, direito de resisténc ete.) = Heterotutela — assente nos recursos de um terceiro (ex: legitima defesa alheia, tutela judicial, tutela administrativa, meios nfo jurisdicionais de resolugdo de contflitos, ete.) - Tutela publica - titulada pelo Estado. - Tutela privada — titulada pelos particulares. * Critério do modo de atuacdo (Batista Machado) + Tutela preventiva - conjunto de medidas que tém por finalidade impedir a violagio da ordem juridiea, Por exemplo: ago de fisealizacao. + Tutela compulsiva - atuagdes sobre o infrator por forma a coagi-lo a adotar 0 comportamento devido. Por exemplo: 0 pagamento de juros de mora, o direito de ‘so de nao cumprimento, etc. + Tutela reconstitutiva/compensatéria - restauragdo de certa situagio prévia violagio de um direito. Por exemplo: a indemnizagio por equivalente ou a reconstituigdo in natura. + Tutela punitiva - implica uma penalizagio ou castigo do infrator. Por exemplo: a aplicagdo de uma pena de prisio ou mutta. + Tutcla saneionatéria - concretizada pela estipulago da invalidade ¢ ineficdcia dos atos juridicos. Artigos 286.° e 287.° do CC. 1, A excegio de no cumprimento do contrato é um exemplo de: + Autotutela e tutela piblica + Heterotutela e tutela privada + Autotutela e tutela privada + Heterotutela e tutela publica 2. Qual dos seguintes casos é um exemplo de tutela compulsiva? + A Isabel sé pode exercer a advocacia se estiver habilitada para 0 efeito. + © Carlos vendeu um carro com chassis alterado a0 Daniel. O negécio ¢ nulo, nos termos do artigo 280.° do CC. + A Joaquina interpelou a Carlota para pagamento de uma quantia que era credora, Comegaram a correr juros de mora sobre aquela quantia. + A Bebiana praticou um crime, Foi condenada a cinco anos de prisdo. Artigo 9.° do CC (Interpretagéo da lei) 1. A interpretacao néio deve cingir-se d letra da lei, mas reconstituir a partir dos textos 0 pensamento legislativo, tendo sobretudo em conta a unidade do sistema juridico, circunstiincias em que a lei foi elaborada e as condigées especificas do tempo em que aplicada, 2. Nao pode, porém, ser considerado pelo intérprete o pensamento legislativo que néio tenha ng Letra da ei um minimo de correspondéncia verbal, ainda que imperfeitamente expresso. 3. Na fixagéo do sentido e alcance da lei, o intérprete presumird que o legislador consagrou as solugées mais acertadas e soube exprimir o seu pensamento em termos adequados Interpretagio - a dimenso comunicacional do direito: ‘* A linguagem comum ¢ os sentidos tecnicos especificos do direito. ‘© A importincia do sistema, © A interpretagdo juridica: a relevancia da decisao. Quem é 0 intérprete? ‘© Interpretagdo individual ‘© Interpretagdo doutrinal © Interpretagdo administrativa © Interpretagao auténtica © Interpretagao judicial Objetivo da interpretagio. - Teoria subjetivista da interpretagao = Teoria objetivista da interpretagao - Teoria historicista da interpretago + Teoria atualista da interpretagdo Elementos: 1. Gramaticalliteral (o texto): Ponto de partida e ponto de chegada. 2. Histérico (o contexto): Importincia da histéria do direito; # occasio legis. 3. Sistematico (0 contexto): A unidade sistematica. O lugar da norma no sistema, 4, Teleolégico (0 intertexto): Ratio legis. A norma como um meio para atingir fins. Resultados: © Interpretagao declarativa ‘© Interpretagio extensiva © Interpretagdo restritiva ‘© Interpretagdo ab-rogante © Interpretagio enunciativa Artigo 10.° do CC (Integracéo das lacunas da lei) 1. Os casos que a lei nao preveja sao regulados segundo a norma aplicdvel aos casos andlogos. 2. Hé analogia sempre que no caso omisso procedam as razées justificativas da regulamentagao do caso previsto na lei 3. Na falta de caso andlogo, a situagdo é resolvida segundo a norma que o proprio intérprete criaria, se houvesse de legislar dentro do espirito do sistema. Integrago: O que é uma lacuna? * A lacuna como uma incompletude (# espaso a-juridico). A existéncia de lacunas trata-se da omissdo do plano legislativo face a uma questio juridicamente importante, como uma incompletude. @ A visio do direito como algo que deve ser pleno, que impée ao juiz a resolugdio de qualquer questo juridica que se coloque, resulta dos artigos 6.°¢ 8.° CC. © A inevitabilidade das lacunas. - Elementos: © raciocinio analégico reconhece que os casos diferentes, partilham semelhangas que sdo relevantes - sendo 0 raciocinio base do direito. © Analogia legis - perante uma lacuna, o legislador deve aplicar as normas existentes para os casos semelhantes/anilogos. Artigo 10.'/1 ¢ 2 do CC. © Anatogia iuris - Quando o julgador, perante uma lacuna, no encontra caso semelhante que jé esteja regulado, Nesse caso, deve eriar a norma ad hoe, ou seja, para 0 caso concreto, Sendo a norma apenas vinculante para o caso concreto, efeitos circunscritos ao caso em anilise. Artigo 10.'/3 do Ct ‘As orientagdes axiolégicas, que emanam dos principios do dircito - isto &, 0 espirito Integracio - Exclusdes de analogia: Direito Penal (artigo 29.° CRP; artigo 1.°73 CP). Direito Fiscal (artigo 103.° CRP). Normas excecionais (artigo 11.° CC). 2. Uma lei determina que «A empresa proprietéria de publicagdo informativa que (...) ngo der tratamento igualitétio as diversas candidaturas & punida com coimay, O intérprete concluiu que a expresso «publicagao informativay abrange os érgios de comunicagao social, incluindo canais de radio. Qual foi o resultado da interpretagao a que chegou o intérprete? a) Interpretagao enunciativa b) Interpretagdo restritiva ©) Interpretagio extensiva - 0 legislador disse menos, por isso, é que 0 espirito da lei vai mais além. O texto da lei tem de ser alargado, 4) Interpretagdo declarativa Anténio no pagou o IRS. Imagine que existia uma norma que criminalizava 0 ndo pagamento do IVA, IRC e Imposto de Selo. © Anténio, apercebendo-se da existéncia dessa norma, dirige-se a si e pergunta-Ihe se se pode entender que a norma é aplicével a sua situagio. Considerando o descrito assinale a(s) resposta(s) correta(s): a) A nao previsdo da criminalizagao do nfo pagamento de IRS é uma lacuna ¢, como tal, o juiz deverd fazer uma integragdo da situago mediante recurso 4 analogia da norma que criminaliza 0 no pagamento do IVA, IRC e Imposto de Selo. b) A norma nfo podera ser aplicada a situacdo do Anténio porque estamos perante matéria penal na qual nio é possivel recorrer 4 analogia. ©) A norma nfo poder ser aplicada a Anténio porque esta constitucionalmente vedada a aplicacao retroativa de leis fiscais. d) Nenhuma das demais respostas esta correta, dal no Tem ® Qual é o problema da aplicagio da lei no tempo? E que o tempo existe e as coisas mudam. As relagées juridicas podem levantar problemas que contactam com mais do que uma lei no tempo. Sendo recorrente nas situagdes juridicas duradouras. ‘© Quais os valores em confronto? A seguranca juridica ¢ a justica Exempla: A casa com B, Um casamento é um contrato, uma relagio juridica, que no se esgota no momento. Supondo que este casamento, entre A ¢ B, durou 50 anos. A determinada altura, 0 Direito mudou, Quando A e B se casaram, a lei dizia que 0 Antonio era o chefe de familia e que a Beatriz deveria adotar 0 nome do Anténio, que o regime de bens supletivo era © da comunl geral. Passando a dizer, na nova CRP, que os cénjuges sio iguais, implicando alteragdes a0 CC, que vio terminar com grande parte das leis anteriores (as do inicio do casamento). Quais sdo as normas apliciveis ao casamento depois das alteragdes da lei? > Teoria do facto pasado: vai-se aplicar aos efeitos futuros os efeitos passados. 1, Estabelecer a cronologia dos factos e das leis e determinar se estamos perante um caso de aplicagdo da lei no tempo. 2. Aferir se estamos perante factos constitutivos/modificativos/extintivos ou factos-pressupostos: @ Se estivermos perante factos_constitutivos/modificativos/extintivos, avangamos para os pasos seguintes. @ Se estivermos perante factos-pressupostos, estamos perante uma situagdo de retroconexio quanto a hipétese. Exemplo: artigo 2034.° do CC - retroconexio. Em matéria de aplicagao da lei no tempo, a figura da retroconexito decorre do preenchimento da previsio da lei nova com factos passados ou efeitos jé produzidos: nao provoca qualquer alteracdo do passado, mas define o presente, com a aplicacdo da lei nova, m funcdo de factos ou efeitos do passado. 3. Aferir o ramo do dircito em causa (atengdo aos limites constitucionais - artigo 18% 29° e 103° CRP + principios constitucionais) > isto & importante porque, no ordenamento juridico portugués, existe um principio de irretroatividade em relagio a determinadas matérias: leis restritivas de DLG, penal (retroatividade in mitius, se a LN for mais favoravel ao arguido), tributaria, Além destas, o principio da certeza e seguranga juridica, insito no Principio do Estado de Direito, 4. Aferir a existéncia de disposigées transitérias (formais ou materiais): se sim, aplicar disposigdes transitérias. + norma transitéria 6 uma disposigao do proprio legislador, relativamente a aplicagdo da lei no tempo, podendo ser de natureza formal (0 legislador refere as normas que devem ser aplicadas, se serdo aplicadas as leis novas ou as leis antigas) ou de natureza material (0 legislador cria um regime especifico para as situagdes juridicas que se encontram em curso). 5. Determinar se estamos perante uma lei interpretativa: se sim, aplicar artigo 13° CC > lei interpretativa ¢ emitida no ambito da interpretagdo auténtica e vai determinar 0 sentido de uma lei anterior. 1 (LI) 1 (L2 - lei interpretativa, tem de caber nas varias hipdteses interpretativas que poderiamos aceitar de lei interpretada). 6. Determinar se estamos perante lei sobre prazos: se sim, aplicar artigo 297° CC, consoante 0 prazo estabelecido pela LN seja mais curto (n°1) ou mais longo (n°2) > exemplo: o legislador estabelece um prazo de prescrigdo que & mais curto ou mais longo do que o anterior, 7. Se nio, aplicar 0 artigo 12’ e 2 do CC: Determinar se estamos perante questdes de validade formal ou substancial: se sim, aplicar 0 artigo 12/1 e 2 da 1." parte. No entanto, verificar se se trata de lei confirmativa, + expressa a teoria do facto.

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