You are on page 1of 9
NR Pere Mn ener et ER Urbanismo: a formagao de um conhecimento e de uma atuagio profissional Maria Cristina da Silva Leme INTRODUGAO Investigar o percurso da palavra urbanismo constitui o eixo central des- te trabalho. Pesquisamos os significados que assume no tempo, as palavras que a precedem e as que a substituem. | A fonte principal de consulta foram os textos escritos por engenheiros, arquitetos que compéem 0 meio técnico ¢ académico que atua neste setor, areferéncia principal foi a cidade de Sio Paulo. O abandono de uma pala- | vra ea substituigio por outra forneceu pistas importantes sobre as questdes que estavam em circulagao para formar este campo de conhecimento e de atuagio profissional. dentificamos duas vertentes do urbanismo a partir dos anos 50, no Bra- primeira formada na engenharia ea outra, mais tardia, na arquitetura, tributéria do idedrio do Movimento Moderno. As duas compartilham a pala- vra urbanismo, porém, com diferentes significados. Apesar de se originarem de uma matriz comum ~a tansformagio da cidade através da intervengao do profissional urbanista, principios diferentes marcam a configuracao destas vertentes. A primeira linhagem se propée a reformar e regulamentar a cida- Maria Cristina daSilva Leme, Arquiteta ~ FAU-USP (Brasil). 7 ree jade do s6cut XIX. O urbanising g gai a © 6, scent Ate ninco ee rs upeienca oe it ivitizada (Viera, 1874, p.862). Esta relacio estreita entre um modo de vida wet 0, émar tr pop do por um comportamento € 0 espaco fisico onde estas novas for- ve inert oradieal das estar urbanas reerat® care voclabldade ce desenvolvem fama mais expliitas quand lemos as spilidades 0077" guramrse em MC1OS intelectuais e profigi Gplicagdes do engenheiro catalio Ildefonso Cerda sobre as origens da pala- . a us vores eG a "ei Py urbanizagéo. Quando ele cunha, em 1863, a palavra deriva de “urbe, : u 3 ado, i ‘ferent yadiferenciar a palavra mo de scussigig, | contaco de wbum que designara o arad,instrumento com o qual o 0- trabalho PONT’ segundo quem a emprega. Eum dos elem, manos tracavam o circulo que deveria conter 0 povoado que eles iriam fun- ds ieee 0 MPO diferentes vertentes de urbanism yt | dar. Denotava e exprimia tudo que podia conter 0 espaco circunscrito pelo re juan enti ndo esta lina de interpretacio seria yyy. sulcoaberto com oauxilio dos bots sagrados” (Cerda, 1979, p82). enfin sare temas que mobilizaram os meios em que se nome (O termo urbanizacio, para Cerda nos grandes tems becas Movie, ie eerie praperecberassemelhancasedieres, | ga jgna.oconunt de aces endendo a agrupar a consrgies a ela eaamasverem gentoo estado das palavras fornece importantes pig SB Jonanento come conjunto de prineipios, doutrinas e regras que é neces- ene elas os, estratégias de legitimaco, rivalidades e continu Sario aplicar para que as construgdes e scu agrupamento longe de reprimir,en- paraidentficar grup . fraquecer e corromper as faculdades fisicas morais ¢ intelectuais do homem so- des no tempo. Gal, contribuam a favorecer seu desenvolvimento assim como melhorar o bem star individual eo bem piblico. (p.82) APALAVRA E SEUS SIGNIFICADOS Cerda ao escrever a Teoria Geral da Urbanizacdotinha como objetivo con- . dug figurar um campo conceitual que servisse de referéncia A pritica de projeto Noinicio procuramos distinguir a palavra dos seus significados.Pesqi- | ¢ construcao planejada das cidades que se constituia com vigor naquela sandonos diciondris portugueses do final do século XVIM as palavrasdet:_época, O seu plano paraa extensao da cidade de Barcelona é uma das refe- 1adasdo radical urbe vemos que esto associadas & cortesia, bons modosde _éncias mais importantes no campo do urbanismo moderno. quevivem a cidade, em oposicao & rusticidade e grosseria dos que vven ‘Vemos, portanto, que nos meados do século XIX constituia-se um voca- nocampo: Noséeulo XIX a palavra vem associada, também, aidéiadedii | ulario especializado que correspondiaa um esforco de regulamentacao para lagi? aintervengio nas cidades. Cerda pretendia que esta regulamentagio tivesse Em 1874,encontramosna palavra urbanidade uma referencia poli | em vista ndo apenas o indivfduo mas o bem comum, ideal que apareceré adosromanos de imprimira cortesia, os bons termos, os estilos degent’| _crescentemente associado aos discursos do urbanismo. © uso do radical urbe para designar 0 campo de conhecimento e de eS atuagio sobre o urbano é restrito a alguns paises de lingua latina O fato de inten nin ps naene congener com ane | reMdo conhadss diferentes alas com signin semelhante so niles Denia enc in que qe dur dade, Urbanite yer er oes °° Rete apo Te que re na dade, ‘em diferenga da rusticidade «rs "Contre tno de 2 Spi dos que vive na cidade (Blutea, 172 P Urbanismo nos paties de lingua espanhola e portuguesa, wrbanisnena Franga, urbaniitica na Ue Eder (1) inode Lingua organ ya | ala Em vs Da Ho cntas'e paras part designer oconheclmenso‘ a profisito da en at bom temo ole de gene cada dn, Bria de intervengn sobre o urbane Tm fanning na lnglatra, ly planning nos Ear tan: Dodo de lca ‘dos Unidos; Staiebauna Alemanha sio alguns exemplos. “ conforme os termos da urbanidade, trato urban t pam indicios da forma como se constituiu este campo de conhecimentg, Con ‘Or me observa Coudroy de Lille* entrar através das palavras nas problematicas do planejamen to urbano’ i cipalmente nao confundir duas ordens de realidade. Se as nocie, ~~ conceitos sao instrumentos feitos para serem tempo € no espago, se 0S 0 eet nao existem sem as situagGes em que sao enunciadas e utili, esto vinculadas ao seu contexto. Permitg Nala ny Utilizadce 7adas: eh. Ele observa na relacao de diferenciacao entre as palavras e sey. sign; cados que “as palavras sobre o urbanismo, antes mesmo da palavra urbay mo tém um importante e especifico papel: o de instaurar legitimidads | juridica ou ideol6gica-a intervenc4o urbana” (Coudroy de Lille, 1999, p. 59), Em cada pais o campo de conhecimento do urbanismo nao é auténo. mo, mas se estrutura junto a outros campos de conhecimento: a engenha | ria, aarquitetura ou a sociologia, como resposta a demandas politicas e so, Na Alemanha inicia-se em 1889 0 ensino de urbanismo na Escola Politécn;. cade Charlotten Bourgem uma cadeira denominada “A arte do engenheito | municipal’ * O desenvolvimento do urbanismo alemao se faz na medida’ que | | cresce o reconhecimento das fun¢des do poder local. Em 1907, aparecea primeira Escola de urbanismo com dois cursos — um para engenheiros e outro paraarquitetos. NaFrancao urbanismo esta, desde o infcio, vinculado ao Museu Social. Apenas em 1919 é fundada a Escola de Altos Estudos Urbanos e em 19240 Instituto de Urbanismo, que existe até hoje. Na Inglaterra est4o nas experic- cias de construcio de cidades empresariais Port Sunlight e Bournvilleas bases na rest ‘Em seu trabalho apresentado no Coléquio Les Mots de la Villeem 1997 € publicado Tost Urbanismeem janeiro de 1999, ele apresenta uma serie de observacées de ordem me! ‘aque muito esclareceram a organizagao deste texto. § Aménagenent urbain no original nao tem correspondéncia no portugués. ordenamento, organizagio. E uma expressio que aparece para explicitar, NO i gl Jo, 0 contetido dos planos urbanos para as cidades francesas — plan d’aménagemen’ ‘Je do Roe extension wain. O plano do urbanista francés Donat Alfred Agache para a cida elas e Janeiro, em 1927, tem o titulo waduzido para o portugués como Plano de remo’ tensdo ¢ embelezamento. pre 0 a" * Carmem Portinho engenheira e ativa urbanista carioca faz um rdpido relato s° volvimento do ensino do urbanismo. jo st traducio A iio 5 80 para a constituicao institucional do ensino de urbanismo. Nos Estados Uni- dos, em Harvard, Massachussetsa School of City Planning é criada em 1929. No Brasil, como nos outros paises, o ensino do urbanismo nao precede a pratica urbanistica mas vem a posterior com claro indicio de a legitimar. Constitui-se a partir das experiéncias de interven¢ao na cidade que se fazem no terreno da legislacdo urbanistica, do saneamento urbano e dos projetos de abertura e extensao vidria. O ensino do urbanismo tem inicio dentro dos cursos de engenharia € 0 seu contetido refor¢a o trabalho profissional dos engenheiros arquitetos. Na Escola Politécnica, em Sao Paulo, aparece como disciplina apenas ao final da década de 20. Acriacao da Politécnica é um produto da consolidacao da Republica, da descentralizacao administrativa e controle do territério. Em outras palavras, o ensino da engenharia se forma em uma relacao estreita entre uma nova classe politica que se forma com a Republica, na constituicdo da estrutura politico- administrativa municipal e na combina¢ao do conhecimento do controle sobre © territ6rio com as formas de interven¢ao para a modernizacio das cidades. A palavra urbanismo é recente eas primeiras referéncias aparecem em textos elaborados por engenheiros nos primeiros anos do século XX. Antes de ser cunhada, a palavra que a precede é melhoramento urbano. Procura- mos neste trabalho identificar o momento em que a nova palavra comecaa ser utilizada, seguir o seu percurso, a convivéncia e a concorréncia entre palavras, as formas de adaptagao, a institucionalizacao e, enfim, a substitui- cao do antigo pelo novo. Definimos urbanismo como a formulacao de um conhecimento e a for- macao de uma pratica profissional de intervencdo sobre o espaco urbano. A mesma palavra pode apresentar diferengas de significado de acordo com 0 contexto em que aparece. Observamos a palavra urbanismo utilizada por engenheiros, arquitetos, economistas, socidlogos. Em cada meio profissional modifica-se o enfoque ganhando relevancia diferentes aspectos. Nos textos analisados, percebe-se uma alteracao da compreensao sobre a cidade como objeto de intervencao. Inicialmente fragmentada, a cidade como abstracao, assume, coma consolidacao como campo de conhecimen- to e de atuacao profissional, os contornos de totalidade. Altera-se também a percepcao sobre os alcances € limites deste tipo de atividade profissional. Inicialmente, a mao do urbanista paira sobre a cidade 81 ente um artigo do engenheiro paulistano] yj, li i ona revista Digest Econo ao do planejamento urbano, te um saber codificado entengi® atiza, cada vez mais “no gabineress® ‘renbuuma forma dé respaldo politico, nem do legis ores da populacao- . : stood poder de transfor™maclo que a.atividadeg, ipiltava, entra em crise. A discussi j,¢ ‘atodaa discussio sobre a atividade de planejar 4 rie momento de inflexao importante na definicig, \urbano. Os urbanistas admitem cada vez maisang vedo da populacio para que o planejamento urbayy MELHORAMENTO URBANO No Brasil, desde ofinal do século XIX, a palavra melhoramento urbano dlesignava, desde a formacio de comiss6es para uma aco planejada, como toda e qualquer interven¢io em obras de saneamento, abertura de pracas, alargamento e extenséo de vias. Esta relagdo entre a aco planejada ea pré tica de interven¢io se fariaregulamentada pela Camara. Em 1860, Janice Theodoro da Silva (1984, p.167-168) identifica, na Jeitura das Atas da Cmara de Séo Paulo, as primeiras referéncias ao proces s0 de planejamento, quando se exige a elaboracao de uma plana dda panos de const das casa tracando as rua e pra t Je sua deco edimens®es, as que devem ser alargadas,alih= das ou conter unica ode icenearmeamente cass de sobrado, a fim de que desde ‘entao a conces dos ou ques a, aconsttucio de prédios em terrenos atualmente descan pi f ue por dem m ue por demolicéo vierem a sé-1o a Camara municipal se regule pela. planta, negando car oul edendot 8 TS ‘Trés anos mais tarde a atividade de planejar a cidade ja € diretamente associada & palavra melhoramentos. Segundo Simées Jr, € por iniciativa do vereador Joao Mendes de Almeida proposta 4 Camara criacao de uma co- mniss4o que teria como objetivo a organizacao de um Plano Geral de Melho- ramentos. Este plano amplia as antigas fungdes da Camara incluindo, por exemplo “a edificacdo nas margens da Varzea do Carmo de longas pracas © boulevards arborizados até o Cambuci e a canalizacao retilinea do Rio Ta- manduatei”.” ‘Aracionalidade da aco ptiblica associada a idéia de previsio da realiza- ao das obras se faz progressivamente ¢ de forma extensiva no espaco. O engenheiro Jodo Pereira Ferraz, como diretor da Comissao Técnica de Me- Ihoramentos da Cidade, propée, em 1897, a carta Geral da Gidade com 0 esboco do planejamento das obras ptiblicas a serem executadas a médio ¢ longo prazo (Simées Jr., 1990, p.67). “Melhoramentos de Sao Paulo” é 0 titulo do artigo do engenheiro Vie~ tor da Silva Freire publicado, em 1911, pela revista Politénica, que identifi- camos como 0 texto inaugural na hist6ria da formagao do pensamento urba- nistico paulistano. “Nao € uma questo actual no estricto sentido da palavra, a dos melhoramentos de Sao Paulo. £ a phase actual de uma questao per- manente, a de acudir as necessidades do crescimento da cidade” (p.92). Com este artigo Victor Freire incorpora ao idedrio urbanistico paulistano as ques- tes que mobilizavam os meios intelectuais do urbanismo moderno na Euro- pa enos Estados Unidos: a salubridade, a extensao ea estética. ‘Aborda a questio estética da forma urbana ao defender as posicoes do urbanista austriaco Camillo Sitte, trazendo o debate de duas posic6es anta- gonicas quanto ao projeto de desenho das cidades: a simetria dos tracados nascidos na prancheta ea irregularidade revalorizada do tracado hist6rico das cidades. A questio da salubridade urbana é introduzida através da dis- cussio do papel dos espacos livres na satide das populacées. A sua solugio para resolver o problema do sistema vidrio na area central inclu resguardar ovale do Anhangabati como parque da cidade. 1s, referencia A atwagio ¥ Simées Jr. (1990, p.37) observa nio ter encontrado, nos anos s desta comissio nas atas da Cimara, 83 entos” que eram rea izados pelo gove, amet iado pode municipal uma nova _Atéas primeiras décadas do 6 tat pesimento da prefeitura permaneee | Sepaderes entre o governo estadua ¢ me digputa que envolve 2 Seta, da Agricuynt a dps Municipals da Prefetura com projet lo 3 Jo sistema vidrio do Vale do Anhangaba, ;mento que s¢ pretende universal ist paulistas ~ a idéia de previin t* dade apoiavasse no princfpio de queo BS inexoravelmente o mesmo de uma cidag, ‘mesmo conhecimento a realidades i, 0, Freire propde que se elabore um play ico de previsio face aos problemas que Pro, i Oy, recer nos text0s sentedatividade irde uma cidade nos ia, aplicandose, portant diferentes. Noartig para a cidade adotando uma pos de planejaraci picos éi invensamente Londres jf apresentavam. Entretanto, a cidade abstracao ¢ toda atencao tanto do governoes dirigia apenas para a resolucao dos problemas cidades do porte de Paris € neste momento € ainda uma tadual como da prefeiturase na rea central da cidade. Nos textos téenicos, a palavra melhoramento continua a ser utiliza, convivendo com os termos urbanismo e planejamento urbano, até os anos 50, Seu significado se mantém no tempo, Designa sempre praticas de inte- vengio planejada do poder local. O titulo “Grandes melhoramentos de éo Paulo” éutlizado pelo engenheiro Joao Florence de Ulhéa Cintra ran cisco Prestes Maia em uma série de artigos que publicam no Boletim do ns {ut de Engenharia de 1924.2 1926 e que constituem 0 esboco do famoso Px node Avenidas® E também o titulo do relatério de governo que Prestes. Ma re aes balanco dos anos frente a prefeitura de Sao Paulo, em 1%%. onal as Bega i onatado pela prefeitura de So Paulo Interna Thora fonomic Corporation (IBEC) tem o nome de Program deMe tos Pablios para a cidade de Sao P. blicimp ema Orbe io Paulo Program of P ‘um estudo de seis meses coordenado pelo urban "Ene de ao ramets ght de Francisco reste Mi r de So Paulo, es Maia pubicado em 1980 peta Elton MS americano Robert Moses constitufase em uma série de orientagGes para um plano vidrio paraa cidade. Reforga, portanto, esta associacao entrea palavra Jnelhoramento e uma pratica profissional concretana cidade. URBANISMO: CIENCIA E ARTE NA ADMINISTRAGAO DA CIDADE Victor da Silva Freire introduz.o termo urbanismo no vocabulirio téc- nico paulistano ao citar o neologismo francés wrbanioné ¢ jf 0 emprega, em sulo do artigo “Cédigos sanitarios e posturas municipais sobre alturas e espacos). Um capitulo do urbanismo e de economia nacional”, publicado pelo Boletim do Instituto de Engenharia. ‘A partir de 1920, a palavra urbanismo se torna de uso corrente. Nao designa apenas uma pratica como melhoramento, mas pretende conceitu- far uma area de conhecimento. A indefinicao do seu significado € explicita- ‘da em diferentes artigos.” E utilizada referindo-se inicialmente as questoes da administracdo e, em seguida, ao planejamento da cidade. ‘Sem duivida, o urbanista que empenha o maior esforco para a constitu ‘Gio deste campo de conhecimento e de atuacio profissional foi o engenhet- ro Luiz Ignacio de Anhaia Mello. Sua atividade profissional articulava 0 ensino, a politica (vereador ¢ prefeito) ea militincia académica. E 0 responsivel pela introducio do ensi- no de urbanismo na Escola Politécnica." Publicou no Boletim do Instituto de Engenharia, de 1927 a 1983, uma série de artigos em que difundia de forma extremamente didética as experiéncias, principalmente norteamericanas, no campo da regulacao e regulamentacao urbana, Aborda nos artigos temas ‘como a defesa da legislagio urbanistica, incluindo 0 zoneamento, formas de financiamento de obras através da cobranca de taxas de melhoria ea criagao “Em artigo de 1916, "A planta de Belo Horizonte", publiado pela revs Polini nS le se refere a traducio do geOmetra francés Julian Julia Tntrodugdo 20 Uibanismo, “town. plarningem inglés, stadbax em alerio € wnbanisne em francs” ‘O urbanismo... esse desconl itulo de astigo de Anhaia Mello em 1952, € 0 que me- 2 expressa a indefinicio deste campo: ; veal 1922 ele ea o dtuar da Cadeira de Esttica, Seus primeros artigos abordam a8 ues. tbe da cation dv edifcagBes. A partic de 1927 ele introdur a questio do urbanismo ¢ & Ca- deira passa a ser chamada Estetica, Composicao Geral ¢ Urbanismo, ES Brad Bl eta a TE dow Rd Ch Ea SLE SST EE a denorasinstincias de paticipacio da comunidade no planejamenog, Gade, Si os temas que darao o contetido do ensino de urbanismo men nhariae que consituirioa sua agenda politica nos dois breves mandaiy, 8 {prefeitura de Sio Paulo. O primeiro artigo desta série sobre 0 gown, s acminsiragio das cidades “Urbanismo” fora o tema de conferénciaag® dano Rotary lub, instituigao de grande prestigio na época, i Em 1929 écriada uma Divisio de Urbanismo no Instituto de Engey, ria como um forum especifico de divulgacao dos debates na area. Ase, ~ de Urbanismo naDietoria de Obras na década de 1920 € 0 indicio dey crescenteimportincia do planejamento urbano na estrutura adminis. da prefeitura Como tm campo em formacao e sem autonomia a prépria defini, | daspalavras mobiliza os urbanistas. Em principio concordam com ade, Gio do arquiteto sociélogo francés Donat Alfred Agache que urbarisny; a0 mesmo tempo ciéncia e arte - unindo a formacao na engenharia en, arquitetura. “Urbanismo 6 a arte cientifica do arranjo e da disposicio és aglomeragdes humanas” (Anhaia Mello, 1927 p.344); 0 urbanista “ale oy ‘un scientifique et un artiste , un raisoner et un intuitif” (1928, p.70}. Porém esta dupla formacao, unindo a engenharia e a arquitetura, de anos mais tarde jé € questionada refletindo a questo social que passaaa i icoa partir dos anos 30. O engenheiro Henrigs: 182) associa a cidade ao organismo doente. Lefevre (1938, p. Urbanismo na acepcio moderna do vocabulo é sciencia ¢ arte de apropriacit

You might also like