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Barbara Black Koltuv, Ph.D. A TECELA Ensaios sobre a Psicologia Feminina Extraidos dos Diarios de uma Analista Junguiana ons A TECELA — Ensaios sobre a psicologia feminina, extraidos dos digrios de uma analista junguiana Barbara Black Koltwv 70 mintrio de dar 4 luz exh bsiamente a80- ino iin de ar, de tecer © x complica at ides femininas que conse em Feuni ecros ‘lementoe atrais¢ dar thes nova erm.” Marie-Louise von Franz ‘Barbara Black Koltv reafirma neste livzo @ reaparecimento dos valores femininos na nossa soiedade e discute 0 processo de rans formagio através do qual as mulheres voliam a confiar em si mes- ‘mas. Para tano, a auorauiliza mito antgos, relatos biblices © s0- hos demonstrando 0 semimento de mistério, fora e alegria que as mulheres enconiram em sua jomada rumo 2 individuagdo ~ wma jor- nada que nfo tem fim e que esté sempre sendo reiniciada mum tr bulbo pacente continuo de tcelt ‘© volume coniém nove ensais sobre a totalidade essencial da sigue feminina, detendo-se especialmente nos seguints tpicas + mies © fihas; + a hotaira: + emis ¢ sombras; + 0§ mistris do sangue: ‘+ ©-animus como amantee tano: ‘+ ctatividade, sabedora e relizagSo. Para a autora, no existe uma definiggo completa de mulher. As mulheres estio sempre num processo de vir-a-ser. Como na tecela ‘gem, o processo se incia com a colet da Ife s6 termina com uma avalag20 final que, muita vezes,exige a retomada do trabalho com vistas 2 um resultado mais harmonios. De Barbara Black Koltuy a Edtora Culuix j6 publican O Livro de Lith [EDITORA CULTRIX, BARBARA BLACK KOLTUV, Ph.D. A TECELA Ensaios sobre a Psicologia Feminina Extrafdos dos Didrios de uma Analista Junguiana aoe ane iti Pereira a =a (1990 eugint 0») 4982 BR “Title do oii! Weaving Woman in Feninine Paychalgy rom the Netbooks of znd ‘hegian Anas Copyright © Barbra Blak Kot, 1900. pabtaso pelt prime ver por Nicos Hays, ‘York Heath, ME,EUA como Weaving Waman ‘Dios de radio par ing portaguess Slguidos com excl sae el EDITORA CULTRIX LTDA. Ras Dr. Mio Veet, 374 ~O4270~ fo Pal, SP —Fooe: 2721399 "pe be reer a popiedade herr esta trade. Treo nt nas rcs da Flora Persone, Pra Hannah Sumario Prefdcio... 1. Misfrios sangitiocos.. 2. Milos e filbas 30 3, Hetairas, anazonas ¢ médiuas 4 44 Ise sombmas 4 5. Animus: amante ¢ trano i 6. 0 desenvolvimento do aninuat 1. Os estglos do desenvolvimento do animus... ssc. 78 8. Critividade evealizagto «+ 9. A feitceica © sabedoria Eplogo . 2 A Autores sesecseseee wt Prefacio tes ensaos levaram muito tempo para tomar forma: a woelae gem talvez se inicie com a coleta da Ik, concepgto ou o encordot- ‘mento do tear. E preciso reuni o material, preparer uma estrtira © ‘executar um processo de lavagem, cardagem,eelogfo, deseno,tece- lngem, retesamento, © 28 vezes detmanchar€ torr toe. Cinco destes ensaoe foram concebidos em 1973 como wma sf- se de semingsios para a Fundacfo C. G. Jung, em Nova York. Chae mava-se “A Tecela”. Bu tinha a intenséo de apresentar os seming ‘os apenas pera mulheres, mas a diretora da Fundacto, na 6poca, ficou constrangida com a idéia. Nio concordou em publicar a sé ‘ie como algo destinado spenas « mulheres, mas concordo em ins ‘rever spenas miheres. Como era de se prever, at Gnicts pessoas ‘que quiseram fazer 0 curso foram mulheres, Dois ance depois, © crescenel mais és confertacias © a Fundagfo ofereces novanen te "A Tecelf". Os tempos entlo jd cram outs, eu havia mude- do, © nio havia necessidade de um semingsio 6 para mulheres. ‘Um homem insereveu-se no Cuno, mis 86 compareces a. prime Nos ditimos dezessete anos, © material destas confertocas foi selecionado,arranjado, descartao, enriquecido ereplanejado, mas 0 Drocesso e a essncin permaneceram of mesmo. A tecelagem € 0 processo © a mulher € a eséncia Sou analists hf um quarto de século ¢ malher hé duas vezes ‘ais tempo. Aprender, compreender e encontrar significado tém sido stividades fundamentais em minha vidn e venbo realizando isso in permanocem os mesmer. A mulher concebs. Como mnie la € wn pest frente da mutber qu nfo tem fos. Ela carga 0 fated ‘ote por nove meses em seu corpo. Alguma cosa eres. Em su via, esc algo que nunca ala dear El ie Ela econo alo Iie, mesno qu seu filbo mora, mesmo que todos os sus fb or ‘an, Iss porge uma ver carrogu a ings debaixo do coar. Ess ‘ang nunca mais abandons seu corsa. Nem mesine quando etd torts, Todo iso © hone desconbece. He lo sabe do ada, Nig = ‘nce a diferena gu hf ater do anor e depois Jo anor, ante dt ia temidade e depois da mateniade le nfo pode saber de naa. pens ‘wins muler pod ster far dso por vo qv nso podenossceitar ‘ue nowos marilos nos gam que fazer. Una mulher 36 poe fet ‘um colin, Poge reir mesma, Pode manter-e decent, Hla se fre deve agit em confomiade com a suanaturera, Dove sr sempre "asam e ser sempre mie, Anes de cada reaconamento amor, la € ‘rpen, «depot de cada relconamento moro, é mae. Ean gues pects seca uma Bou muher ov alo! Estouiniciando 0 livzo com essas palavras de uma mulher nobre 4 Abissfuia porque sua expresso € tio autéaica que tora iele- ‘antes os argumentos comuns relatives 8 natureza€ caso, biologi € destino. Num nfvelbiolbgico bésico, as mulheres so diferentes: ‘ngs tom0s um ciclo lunar. Somos capuzes de carregar e nti oxtra ida dentro de ns mesmas, de dar & luz ¢ amamentar com 0 no80 corpo. Esse € o aspecto transformacional miraculoso das mulheres. see ciclo lunar interior, ou ciclo menstrual, feta nosta eneryi, nossas idias, nossas emogSes,e & a maiz da nossa préprianature- za, Base ciclo lanar afeta todas as mulheres até certo ponto € também os homens, por iteanédio de seu lado conta-sexual. Afeta algumas mulheres, mais do que ouras. Para as mulheres, € um gi- roseépio interior essencal que esté sempre presente. Um fato da vie 4, Quando uma pesson se expande para cima ou para dentro e al ‘anga a ponta da Lus, ela tem acesso ao nel mais profundo do Self (ver figura 2). Essa natreza lunar 6 uma certs caraceratica do tempo e da ex- pevitacia que consiste em mudang, processo e transformasio que rfimiea ¢ peridica, mas ccica que linear. O tempo lunar auments © dlimina. As coisas parecem propilat ou nfo. Eas esto Lertas num 2 Figura 1. Of This Men Shall Know Noting, Max Es, 1923, 6 sobre ela Tate Galery, Londes ‘momento ¢ ervadas po outro. AS quests sio relativas € intersela- clonadas. A maior pate da vida de uma pessoa 6 asim, governsda mais pelo tempo Tunar do que pela preciso quantitative, mais abs- tanta, do sempre e do nunca ecertaments do tempo solar racional. A ‘espeito da conscigncis lunar, uma mulher escreveu 0 seguinte: 1 detcobi qu sia dessa verdad quand meu segundo bab Hina spends sgtmnat semanas de Made e meu dee compan do longs ata (que am era pieiog lio, nas de ura vendénca quanta va mas rciona perguntou-me: "Quando € que ele vai dorm nite toda?” Nos qulaceaaosposeices os estudn da facade ex qu © ‘modelo do cenit pitico reine supremo, eu ive fos esas, cam carters, gue 2 su pergunta er interumnte ivaspondtvel? Stbendo disso © assumindo o controle do ciclo lunar interior, pessoa pode ser verdadeia consigo mesma e em sous relacionamen- tos com outras peasas. Ela pode viveaciar as profundezas Iunares ‘em vex de a superficie pratada, instfvel, em forma de foes. Além isso, a0 prestar aengfo em seu ciclo luna interior, as mulheres cestio' menos sujeitas a serem queimadas vivas quando competrem ‘por engano com os cachorros 1oxcot e of ingleses que sem a0 sol {do meio-dia, A expresso popular “quelmar-se” parece ser un e2m0 dequado pari designar of resultados da supervalorizagto cultural do mito solar © da negligéncia do mito luna. © Aleotio sabe que ‘anbos slo sinais de Deus, que tfm © mesmo valor, ou favorece a rnolte. Quando a prece ¢ ofeecida no tree momento da nots, & noite mus escura ou ayia, Allah desce para 0 Paraiso Divino infe- ‘ior — aproximando-se mais da humanidade - de modo a poder ouvi as oragées dos sres humanos. (© mito cabalistco da criacHo explica que, no infclo, 0 Sol © a [Lua taham mesma luz eo mesmo poder, mas tveram una brign de ‘mamorados por causa de cidme, Para terminar com 2 dispata, Deus iin a luz da Lua efez.com que seguisseadiante como “aguela 1“ Pigura2. Ob, Senora La, cus hfs apontam pn o Oriente: Bribe, re (Oy, Seaors seu hfs apntam para o Ocestes Ming, dona. Cuitins Rosset, “Senora Les", 1892 astasso Ge Women: A PleorilArcive ram Ninteeti-Cenry Sources (Nove York: Dover Publication. que te velow 2 si mesma”. Por muitas eras, howe conseqiéncias! dessa apareate diminuiglo e velamento da forga da luz da Lua e, naturalmeate, a briga de namorados entre o Sol e a Lua ainda conti ua (ver figura 3) {A Lua © © nosso proprio ciclo Lumar interior esto intimamente relacionados com a crstvidede, Para ter aceseo a ese nivel dentro ‘ends mesma, devemos em primero lugar reconhecer que é de fato lum mistério, um Mistfrio Sanghlneo que deve ser abordado como uma atitade religioss, A caracteriica de misério de Lua, por ser velada e oculta, também é, na minha opinifo, um aspecto essencial 4 natureza feminina. Por exemplo, uma mulher que estava Bs vollas ‘com um expléndido caso de amor sonhou' que ela seu amante ha- viam sido separados pelos pais, pelo destino © pela sociedad ~ co- ‘mo em Rome ¢ Julieta, Vina mulher mais velha —na verdade «mle 4e seu amante, que, depois de criar os fils, rtornara 4 sua terra natal (a Noruega, 0 pals do sol da msianoite) para viver a prépria ‘ida - coloca-a em contato com o amante por alguns momentos, mat depois a ligacto se desfaz. Embora a mulher mais velha, no sono ‘uma telefonista tenterestabelecer 0 contsto, a moa do soaho parte em busca de um delineador de kof para pinta os olhos ou velar sua ‘alma. Houve a necessidede dessa separaio dos dois amastes pa- 1m que a mulher pudesse entrar em contato consigo mesma. A mo- ‘98 do sonho usou o toh pela primeira vez na cidade de Fez, uma cidade labirfatica que fica no Marocos. im seu sogundo iti, ‘Anais Nin escreveu que Fez 62 imagem da cidade interior ~ a ima ‘gem do sou ev interior: “a cidade que mais se parece com 0 vente ‘materno, com a delicedezs, a wangUlidade © o mistério das noite frabes. Ba mesma, mulher, vente, com jane gradeadas,olbos ve= Jndos, Russ tortosas, quartos secretos, labirintos © mais lab tos" (Ver figura 4.) (© sono disse & moga que sua “sogra” interior, que operava no tempo solar, no nfveltecnolégicoracioil,estava tetando coloctla ‘em contato com o homem extern, enquanto ela prépria, no tempo lunar, precisava percomer 0 labirinto interior de su natureza fem 16 rina em busca de Kohl, substénci plimbeautlizda desde eras re- ‘motas para contomar os olhos, ou jnelas da alma.S ‘Ne Bfblia, as mulheres se preparam para atos herSicesaplicando Jhoht nam ritual cerimonioso em que se vestem € mascaram sua in- tengo fina: ndo como um modo de se tomar atraentes para os oo- ‘tos, nem come um modo de se “arumar" ou dese tomar acitéveis. Na 6p0ca do Antigo Testamento, quando as pessoas estaver mais prOximas de suas culturs matrarcais antigas, em que se adoravam fs deusts, as mulheres ainda feriam bolos para 2 Rainha do Céu, 8 [Lua Goremins, 7:18).7 Ax mulheres entravam em contsto com sta org crativa femininacobrindo-se com vos. Figura 3. Os amantes guerreando,o Sol ¢ aL, com a Lin velada. Ex- tela de Aurora Consurgens, text lini do sfenlo XIV. ” ster prepara-se para um tefvel encontro com o rel, conduta ‘que ela escolheu contrariando a regrapatrarcale ivina imposta por cle, redrando-se, meditando e usando 0 Loh! e outas posses mégl- ‘cas. (Ver figura 5.) Assim, ela salva do extermfnio 0 seu pove, nos- sos ancestras judeu-ristios. Jacl entra em sua tends, aplica Kohl € ‘outros ungientose depois convida Sister, nimigo do seu povo, par ‘entrar, Aliments-o com leit © mel e coloce- para dormir. Entio, ‘46 uma panceda em seu crnio com tma estaca da tenda, Jute também usa 0 taht © se cobre com véus. Depois, seduz decapita 0 Inimigo de seu povo ¢ leva a cabeca dele para casa numa cesta. Ta- mar também pista os olhos rituaisicamente, cobre-se com véus, dis farge-se como prosiua ¢ fica esperando fora da exteda para forgar ‘© sogro a fazer aguilo que ela acredita ser justo e coreto. Posterionmente, na histrla os olhos velados e pinados de Jeze- bel e sua forca feminina slo depreciados. E, no Novo Testamento, Salomé tra o véu muma danca tual para obter a eaboca de Joo Ba tista numa bandeja. Sera essa perversio da profunda necessidade Instintva feminina de cobricse com véut uma expressio da ira fe- ‘minina coletiva em relagio A chegada da era erst na qual oflho de Deus, carrgando coasigo todot os valores da lu solar, nasce de uma virgem que est de pé sobre a Iua erescente © as mulheres sto denegridas como sedutoras © pecadoras, ou idealizadas como re- ‘cepticulos de kinder, kuch © kusck? Multeres que sofrem de quci- maduras de so! sontiam com vesttios pdblicos azulejados em pind sos de escola © clubes de lazer semelhantes aos da Grécia antiga, ‘que sio freqientemente invadidos pelos “rapazes” e nfo oferecem Privacidade nem seguranca para se cobrirem ou se descobrirem. A medida que essus mulheres modernas estabelecem contato mais fati- ‘mo com fua natureza lunar femining, os vestiios de seus soahos Wo se tomando mais protepides e semelhantes a una harém. (Ver figura 6) ‘A Lin 6 somethants & mulher. F diferente eada noite e tom um cielo regular, mas misterioso, Nossa visio da Lua se altera. As ve- 224, ela nfo Se encontra no of, ef Imperceve, escondidn ¢ ve- 18 Figura 4, Mubberes veld de ras cultures. cont mis sno ¢ de nr Cua nx jaan ee conscentes da Lua interior ou ciclo menstrual, somos ca- sae ov sind emg er nr coms ri ee mse, Quon nineomon comer conbesigade interior da nossa Vida instintiva, n6s n68 tomarios tas esi Tae teas come moran i tr Ear Se vw plein Vp = cats me nested Cas chats enn, sje ope ae ean? i dco € como tt cone ge a son a) it ceo Fi mmr Sa oe, on) tee dno stk nu pin Se nic et Se ici, rin ca chose et ce se, ge pro poten Seen cect ep be ume mone, “mations mans ncn fortes em es sc oi nn a cco ls pes cor "bem doce So to on cos pee adn. 5 nes de etigeno so alos e 0 nes de progesc- sono rpc pope, Ma na sa ene expen oe oa prep ote ic nbn Ges bar pen ne se Eon Bo pepe cass am pee, one onan pa or fed coe fon a patna es as alors sone es, rave, fore gate ‘So eran Go son lee Gn genta tas a pn enone ets cn anc, Dp enone terse sardn,Toe ere mento ene Ber ee $f thin cv Epc oe ma om si subs cine menial oe Se pte De suns pescne, tom ert 0 pi ee eh Sata cres cao Hen te » caipias, estfo em p& em volt daclacira esperando a passagem dos {oaros. Ao sentra volénciae a sanguinoléncia da aso iminents, a ‘mulher do soho entra na casa Essa introversfo, aida para dentro do Self da pessoa © o afasia- ‘mento de tm sistema de valores masculino ou patiaceal pode ser tina época de auto-estabeleciment, criatividade e espirtualidade. # umn época de mistérioe femininos. A muler pode se retrare a= bathar naguilo que & necesséro para 0 primo giro da roda. A ne- cessidade dessa introvernio feminina e dessa conex#0 com a deus fe reflete na histria de Raquel, no Antigo Testamento. Ela roubow fos deuses do lar da casa de seu pal. Estes eram imagens terrenas da Grande Deusa Astarté. Quando seu pai chegou no lugar em que ela © Jac6 extavam elojados e quis procurar polos (olos roubados, Raquel texcondew-os sob 0 feno do camelo sentou-se em cima deles. Quan- 4d 0 pa entrou na tenda em busca da Deas, ela disse: "No fique ‘rave, meu senhor, mas no posso me levantar na sua presen, pois re enconto naguele estado em que as mulberesfleam de tempes ex tempos, uma vez ou outa.” Raquel permanecen seatada, por assim ‘dizer, sobre sua prépria naturezafemiina, enguanto opal procurava no acampamento, mas no conseguia encontrar 0s (olos. A lei pe twiareal, a Tegra de Yahweh, profbe os homens de tocar, aproximar- se de ume mulher meastruada ou acetar comida dela. Até mesmo ‘cupar © soff de uma mulher menstruada era proibide, porque al suém poderia sentr-se exatamente onde ela havia se sentado. Tal- vez estes tabus reflitam o medo do poder e dos Mistérios Sangit- 1neos mégicos da Grande Deusanegligenciada © rejitada.!" Ese sentarse sobre a prépia natureza feminina, asim como © processo introverido simaltineo exigido durante 08 las pré-mens- ‘wusis, ums mudanca psicol6gica interior. Se a pessoa tomar parte ‘no processo conscientemente, haver grandes Benetios; se nlo to- ‘mar, sentir 2 ira furosa da Deuse em dolorosaconseqiéncia. A mu- ther que esté conscientementeligada ao seu ciclo Tinar interior con- ‘inva a trabathar, a relacionarse com of outros ¢ # viver sua vida, mas estabelece a ligasSo a partir de um lugar diferente, mas escur, a Fura, La Tollete Esther, Theodore Chase, 1842. Louvee, Pasi mais profundo, Nose tala de uma sfadrome de doeaga, Tras de tim evento cflco necesfrio, que ocoe naturainent, que € bol ‘Bement detemninado e culturamente benefico, As meres, ¢ wus Ihmens, que conslentementeaceitamestaneessade periSica de se recolher e mur de nfl, cole emendas recompense, Det bre que a fiaca erga prt-nentual 6 Gina prs liguer com os do tacts ens fea ropetives © geralsetesbereida. E época de reclber, de classifier, de inper, pce de feer cosas fHecis © metéicas. No & bos pare una dscrininesio acuada, para o racocnio ou decides rpids,£ epoca de Linpar amos, gave tase senders. Restsbclecerrlagdes com os Mistsioe Sanghtnees da ptpria satura feminina inminiva une a mulher s mesma, 8 condigto hhimana e & Deas interior. No romance Who Made the Lamb,!2 Charlot Painter conta a histria de wna antropSlog americana que ficou prévida quando vivia mua pequena adel do México, bora fetes morando 4h eal de un abo, nfo perpava via Ga ldea, Quando ain ecnprogadaconton a noc ta tubers do clade, clan se eprosimaram da antopdioga e,waando wma garafa de cerveja para represclar o ebé,ensnaanthe a eooe, leven. tar, seguro smamentar um bebe oumxale ov reboze. De Uh mo. ‘meni pars our, ela seni que era una mulher ene idee as m0- Theres do mundo, Eases Mises Sanguneos- mensruglo, xu. lidade, gravid, fa, lcs © menopaisa— sh a nosa Hsia, Ears de nde meanas¢ no mud, ‘Quando nos aproprisios contcentemente da Lua © dorminos com o rst volo pas ely a Lua. nos oconpeasa com sua iz ¢ fecundidde (© relto penonsiiimo e dete de um sonho © esto de caso que veat a seguir € 0 taico que et cto neste ivr. He demonsiza come te pode dar tengo de mania préica informa ‘a 20 ciclo nar interior. A male que sonha tem 36 anes, € mle (em gartnho de um ano ce una menina de sete anos de Kade 2 Figura 6, Attar da lua chen Foto cdi por corsa de Heski-Latel, 1 uma pslcoterapeuta que se prepara para se tormaranalista junguia- 1 € una de minhas pacientes. A experi comegon com um sono em qe tm Ho de arame ig ‘a ut yeraga no me indador deo a wna origem misteriom. No ols mar me forma consented verrga cen esta cross rept ‘esa liga para onde condi, 0 gu sigufca. “Algo dias depos, soni que via descend por ema tka fogre- rena montana, carrepando mea fino nos bros, Chovia forte ‘stv com mato medo de ecorear Avia apareseue me disse qe jf Iva estado te que havia out exsiho. Mostoo-ae qos viendo 8 ‘xqurds o camino nfo er i igre. "Mas e quero decor”, ce The Ela me grat goe tbs trata de una desis ous p= Jocaninho gue ela me indice, ‘SAvia 6 0 nome da mais vetha das Vestis © # Sivia do sonho é 1 primeira mulher que contow & moga do sonbo a histria da descida e Ishtar. No mito, Ishtar, como Raiha do Céu e da Tera, ansiando or seu fiho/amante Tammuz, desce &s profundezas do mundo infe- ‘lor, que € governado por sua ind pémea, kala, HA sete portées transpor nessa jomada e, em cada liga, Isher tem de remover um pega de roupa ou uma jéia, ‘Quando Padraic Colum costa esa hstea, transmit 6 rumo © poesia que fazem parte da experiteca do tempo lunar: “Batre, Minha Senora, die qu 0 rino de Ika se rpox 8 sa chegada; dice que o pals deta er, de ce ningun tora 5¢ ‘lege com «su preseoga” leds iso e trou. grands cova da cabe- {de shar. "Por que tou a grande coro de minha cabs?” “Ente ‘Ssin, minha Senora esa € ai de Ila” (© sitalcontinus em cad um dos pores até que... Lady ear, com a aba aia, no mis radiate nem magni ‘ze em ets ormreats de ono, em vestto empleo © resplan- ‘cet, com pasos besiantseincerts, raves osexto pete vie © otto muro sn frente. O Vigin bra porto qu avin. "Ene, ‘Minha Seabora, Deine qu o rein de Ikan regoule com sa pre” 2s sega; dine que o alc desta er, de one ninguénretorna, sae gre ‘om a Senhora.” Dis io e toa Ihe a ovpa. "Por qe foe minha ropa?” “Etc stn, mina Sentor; es el de Irkali” Emu, em eu esplendore pve, com sua bela despareci, a Se- sora dos Dewseschegou ante Je kala. Erk Dees do Mundo ‘Sobierino, sae cabo de oa corpo de mulher nas may separa ‘uma serpent Seguiram-se sonbot em que ela era voluptuosamente emparrada para baixo. Sonhou que viajava através das “comportas™ de wm car nal descia ainda mais, guada por uma mulher semelhante 8 Hécs- ‘te, Esta Ihe contou que havia merdido # filha de quatro anos e ida- de, quando a menina estava em meio a una crise edpians, num dia ‘e vero numa cidade turfstica muito conservadorn da cotta do Mai- ‘ne. Em outro sonho,teve noticias de uma mulher que foi até 0 "Bai xo Westchester para buscar filbo © Md moreu. Depois, houve soahos com todos os tipos de caractersticas Dorrfveis da sombra ~ uma figura da Mie Terfvel, negativa, erica, ‘arene ¢ fatal, e seu consortc, com os aspectos masculine, grossel- 1s, terrestres, filicos expresos ma estitua de Baco reproduzida ma figura 7. [Na vida diftia, ela também encontrava o eecuro © 0 negative. ‘Via-se forgada a lidar com outra mie, no grupo de amigos do fi tho, que intwitivamente tentava evitar. Havia uma coincidBnciaes- tranha, em termos de histcia pessoal, ente aquela mie © a Mie ‘Terrfvel com s qual sonhara. As mics de ambas haviam momido no part, anbas haviam sido abandonadas pelos pais na Buropa duas ‘vezes — na primeira inflaciae depois novamente, quando tinham 13, (04 14 aoos. As duas nfo queriam flhos,e haviam feito histrecto- mia e mits outras operagtes graves quando ainda eram relative: {do subtersineo, Ishtar “nfo viu mai a luz; ponas cafram sobre ela; 26 gf Figura 7, Baco, growsito © terete Eta esta est no Palco Pit em Foren, ‘engoliu poeira ¢alimentou-se de lama; ficou como aquelas pessoas ‘que tina enviado para o reino de Irkalla” nto, para seu desespero, minhe paciente percebeu que esava erfvida, Fazia apenas um dia oa dois, mas ela sabia, Sentia que se lwatava de um castigo adequado, porque coasiderava a concep de cada um de sous fis um milgre e porque as experiéncias que tie vera com a gravidez e © parto tinham sido as mais muminosas de sua ida, Entio ela disse que estava grivida © sabia que tiaha de fazer lum aborto. Teria de decidr-se conscientemente a utilizar © poder neativo da Deusa para abortar aqula vianga, porque sabia que no Poderia he dar o amor eo cuidado de que necesitara, Ela soahiou que estava a0 mundo subterrioeo © que encontrara uma muther terest chanada Pérola Pluto, que fora uma de suas amigas na adolesctnca. O pal ¢ of ims mais velhos de Pérols ‘ram agougueiros. © nome Pérola também era significative: durante fesse perfodo, a mulher que sonhou estava bordando um tapecaria ‘com um dragio que descia do cfu, entava no mare taza consige ‘uma pérola brithante, que ela associava com 0 mito gnético da pé- rola da individualidade que & recuperada das profundezas. Ela se Jembrava da “Ode a Lesbos", de Sylvia Path, que fla de mes ju- dias que guardam o doce sexo dos fllos como a uma pérol.'5 ‘Em outro sonho, ela usava roupas de veda © se encontrava com 0 ‘Outro, um homem fio ¢impessoal a quem amava e respitava, © que the disse, antes de fazerem amor: “Espero que voc8 nto tena vila- do 0 recinto sagrado.” Ele parcia estar dizendo: “Voct nio deve fazer um aborto porque & contra a vontade de Deus” — wma forte opiniio patriaral. Ela lutava conta o peso dio, Naquee fim de semana, la planejava asta a um seminio de Joseph Campbell a respeito da Grande Deuss. Sonboa que ia ao = mingio ¢ 16 encontrava todos os analistas junguianos de Nova York, Dente els, hava uma joven analista que se exibia com liberdade legria, como fizera recentemente 20 apreseotar um trabalho & es- peito de sua experiéncia sobre personificacio através de movinen- 10s. No sono, ela era lider da oficina de trabalhos e pedis as par~ 2% lipantes pare escolherem um parceire. A mulher que estava so- nando perguntou-he se quetia ser sua pacera ede repente, snr bolos mégicos surgiam, represetando a intireza dos elementos smasealinose femininos, como no Yin eno Yang. [Nessa noite, minha paciente assist ao semindtio real ¢ Joseph ‘Campbell, mostrando um slide de antigns dangas de tours, disse ‘que 0 culio da Deusa € sempre carcterizado pea expecizcia de vie 4a, pela danca ou pelo sacrifiio,e nso pelo dogma celeste. Em sua vide, ela também comegou a vivencia os aspectos posi- tives e nutricionas do feminino e das ovtras mulberes. Uma amiga ‘sugeru que descobrisse um ritual para dizer adeus ao bebé —a parti 4e seu prio arependimento por nfo ter feito isso quando fez um abort. Una amiga sentvel e muito maternal disse-the que, s© des- cobrisce que estava grivida, também faria um aborto, pois sia que lum bebe naguela hora iia oprim-ia. Nessa noite, ela sonhou que a ‘mulher materal aha ajudado a executar 0 abort, girando, num el- xo, uma pedra de jade verde précolombiana, gravada com antgos sfinbolos mains. A Grande Roda girou ea decsGo fi tomads No dia em que ela fez 0 aborto, surgiran-Ibe dois pacientes no- ‘vos. Ambos tinham necessidade de aprender a Idsr com @ morte. ‘Um deles era uma mulher qo tinhe sido indicada por outro terapen ta coi meses antes Ela tnha tdo um abort c, um ano depois, om range que nasceu morta, O outro era um antigo paciente que traba- Ihara com ela cinco anos antes, na época em que contaiu a doenca de Hodgkins. Fla nfo fora capaz de ajudé-io muito na época, mas ‘senda sua volta como um sinal de que talvez agora pudesseajudé-o © ‘timo soaho foi o seguinte: uma imagem de si mesma como um eatftua do agile, vista de cota distincia, vestida de preto e ‘ranco, dentro da qual ela encontara o significado da sua experin- cla da Deusa. Com! a ajuda da Deusa interior, ela conseguia tomar 2 ‘ecisso de fazer 0 aborio, Depois de dez meses lunares, ela sonhou com bebés mortos, com bandejas € mais bandejas cheias de corpos e bebés mort, ¢teve de entrar em acordo com o Deus patrarcal judev-cristio que também vive dent de n6s mas isso jf 6 uma ov tra ist, » 2 Maes e Filhas “Mistérios Sanglfneos” trata da intereza essecial subjacent & sigue feminina, Os dois ensaios seguintes, “Mies ¢ Filhas™ © "He- ‘airs, Amazonas © Médiuns”, abordam a peicologia das mulheres de ‘modo um pouco mais analftico, com a utlizaglo de “Formas Estry- turis do Feminino”, de Toni Wolf! como eequema de classficaio informativa. Acredito que toda malber tem cada uma desis caac- terftieas deo desi, Ela se desenvolve, se diferencia ¢ sobrevive com cada una dessas energias ou paps em diferentes épocas de sua vida. Tommndo a biologia como guia, vamos comecar do princfio, ‘com mie e filhs. Hf, aqui, laos emocionsis muito fortes. Ninguée, jamais se separa inteiramente da mle. Apss anos ¢ ance de andlisee ‘autoconhecimento, somos passvels de chegar a uma rede de sen timentos que nos une irevogavelmente 2 nossa mic. Ouvimos a sun vor saindo da nossa boca quando falamos com una crianga ov ‘B08 deperamecs com seu rosto no espelhe, numa ceria expressio, ‘4 nos sentimos como criansas indefesas e exasperndat na idade 44 30, 40 ou 50 anos. As mulheres mais velhas, em particular, di 20 em: “Estou fcando igual A minha mic." A esse respeit, Jung es- creveu 0 seguiate: Demir € Cor, mie ita, ampli a conscitncia fini tanto ara cima como para bait. Has he acrescentam uma dens “is ‘ela mas joer”, forte «mn frac” lea mene cone Gene exrtament imiads, confinada 0 emago eno tmp ofeecen- ‘ove sageter de una personage maior e mas sbrangents, qu tom feu quinhio no sino curso dat coum. Portantn,poseanioe dat ‘que toda me coo fa em si mesma, que toda fia conéan me © us toda mule se ampla pratt, em si mle para fen ex 58 ‘ida quo deve fir stravs dela Ao mesmo tenpo, ond ave do ftolumentoedeolvido intra? Romances, filmes, sonhos ¢ experincias iastram ess continti- ade essecial (ver figura 8). Bis aqui o soaho de uma mulher que tinba aquilo que se coetuma chamar um complexo materno negative. la decidin que seria qualquer coisa, mas que nfo seria parcids com a mée, Portanto, tha problemas para separa-se da mie © também para diferenciare respeitar suas prépras necessdades © de= sejos. Acho que feqlentemente acontoce, As mulheres que tém “qualquer coisa menos um compexo de semethanga coma mi”, de casar-se com suas miles, ou pelo menos de castr-se com homens ‘mito parecdos com suas mies no modo de rlacionar-se com elas. [No caso desta mulher, 60 que scontecia, 'Na noite em que finalmente conseguiu dizer “alo” 20 marido Porque nfo estava com vontade de fazer Sex0,teve © seguinte so- ‘ho: sua mle estava usando © mesmo tipo de maquiagem para os ‘olhos (koh que ela usava, Ela admirava 8 mie no sono, via como era bonita © também como se parecia com ela. A me the disse que la tina de levar a conhads, Sara, imi de seu marido, a0 hospital, a Pers 8, ar etd, um eto de pit ecu do ‘Perséfone. Eve, Lucien Levy-Dharmer, 1896, pastel e guache. a porque estava com cincer. As associagSes da paclente com Sara in- ‘lata referéacias & Sara do Antigo Testanento (que ela achava que era sempre vflina dos jogos de poder de Yahweh, quando este se rmanifestava a0 seu mirido Abrato). Como acontecia com muitas mulheres no Livro do Génese, Sara tnha muita dificuldade para en- ‘gravida, talvez porque houveste intensa supresslo das relies me- ‘earcas centradas na Deuse, Ela ra essencialmente uma mulher sem mile do antigo patriareado. Quando of tr anjos de Deus vistaram Abra ¢ Ihe dissec que Sara iia conceber, ela ri, Estava com 93 anos, mas scabou mesmo concebendo & deu & uz Isaac, cujo nome significa “ela ri". Quando Deus ordenow a Abraio que sacrifcasse Isac, cle teria ‘bedecido sem questionar e sem se preccapar com of sentimentos de Sera. Ele nem sequer Ihe disse nada quando Jevou Issac 20 Monte Mori para matélo. Também, de modo possessivo, Sara mandos ‘embors a criada, Hagar, € 0 flho dela, Ismael, apesar de ter pedido 1 Hagar que concebesse e gerass 0 filbo de Abraio quando acredi- tava que ela propria nfo podiaengravider. As asocingSes pessouis dda muther que sonhava com sua tia Sara também erum ineressantes, poie ela achava que tis Sara ers um tipo materno muito egoists, smargo, possessivo, masoquista que, como cra de se esperar, etava sendo devorada viva pelo clncer, a forga de vida feminina devora- ‘dora que estavase voliando conta si mesa. ‘Como a mulher do sonbo tia conseguido dizer “nfo ao mar- ‘do, em sinal de respeito &s suas préprias necessidades © descjos, 1 mile que havia dentro dela tinha se tansformado e agora estava bonita, A mie interior tinha agora boa vontade e era capaz de ajudar ‘i do murido dela (0 lado sombra de Sara) a fazer 0 tratamento de que necessteva para se curar. Iso Alo tem fim, como ot cfculos ‘conctatricos que se formam num lago com a intervengo de um Gai- ‘A mesma interconento profunda ¢ ambivaleate © a necessidade de diferenciso & expressa por Adrienne Rich em seu maravilhoso livre, Nascda de wma Mulher: 3 a vo sang mensirval de minha me antes de vero meu prépro. © corpo dela foo pinelvo corp de er gue Jana, para tab © ‘qu a mulheres erum o qu ou ia se. Eu me lombro de tomar bao om elt nos verbs qontes de isha primer infin, de ecar cm ‘a fgua fin Quando era ua meninlaha,ficva peasando em mo caer bonis, a mina mente euasocinva ela gravure da Véows de Boticell que hsv m pared, mio sorsdete, com 0 cael evoajaa- do, No ino da adolescénci nda daa algrasolbdes farts 29 ‘compe de minha mle, imginando vapamente ev também tee eo, oF ‘quis ios, pls entre as corso que quer que aqulsignicasse ar min na doce ¢ com toda anbivalocla dese pensnerto bvia futtos pensmento: eu ten vou me cas, tbs ~ mas AS como ‘a, Vou detcobrirum min defer ado so de ener diferente Rich ainda acescenta: Provavelnente nfo a aaturezs humans, adam esonants do «que o Mxo de ceria etre dois corposbiolgicment eels dos quasi esteve merguthado dentro do outro em Exaseumnidco © tun dos uals tee as dores do puto para dar lr o otro, Or aatrs ‘alo a mas ponds muta #0 mais doors ene ‘A meu ver, o mito de Deméier¢ Persfone 0 que melhor it~ ‘ra 0 arqutipo mfeftha qbe-hi dent de n6s e ae questéespei- ‘coldigicas de separagSo-c individuagio que origina, Segue um resu- ‘mo do mito, que & contado de modo mus belo @ ais completo no Hino a Demiter, de Homero: ~“Perséfone, a amadafilba de Demétcr, Deusa da fetlidade, sté colhendo flores com suas amigas. A Deusa da Terra, Gai, no intul- to de agradar 20 Senor dos Infernos, Hades, faz brotar um nario, ‘Cem botdes nascem de sun raz, uma doce fragrincia se espalha em torno e Persone & seduzida, sfastando-se das amigat. Quando se ‘debruga para apanhar a flor, a terra se abre, surge um precipicio eo ‘Senhor dos Infernos caregs-a pars 0 seu reinoescuro. Deméter ouve os gritos de Perséfone, mas nfo sabe que scon- teceu. Fla se aig, procura Perséfone e Finalmente vai com Héeate ™ 186 His, © Sol, que Ihe conta que Hades raptou sua filba com 0 ‘Contentimento de Zeus. Deméter, tomada pela dor, sbandona o Olimpo e vat viver entre os homens. Vestida como una vel, se0- ta-se ao Indo de um pogo em Eléusis, onde 6 empregada como bab ‘de un meniniabo, O'bebé cresce miraculosamente. A mie comega 8 ‘desconfar e se pe ¢capiar Demter uma noite, enquanto esta segu- ‘ava acranga no meio do fogo para qucimar sua meoraldade. A mle ‘ita aerorizada para 0 filo: “Eu tenho de lamenté-lo © prantese lo.” Baraivecida, Deméter finalmente revela que € uma deusa, r= ‘crimina a mulher pea ignorincia desse fato e exige que seja cons- ‘wufdo um templo em sua honr, em Eléusis, © templo 6 constudo ¢ Demtter senta-se dentro dele, lamea- tando a filha perdida, Em sua mégoa, em sua ir, faz com que ne ‘num alimento cresca na Terra. Ela acabara por destruir toda a u- ‘manidade com uma severa inanicfo, a nto ser que Zeus forcase Hades a devolver Peséfone. Hennes & eaviado para apanhé-la ¢, embora Perséfone tena re- ‘cusado qualquer alimento enquanto se encontra no reino dos mortos, ‘20 ouvir falar em sua liberiagdo e no encontro com sua mle, acaba ‘comendo tts sementes de romf, assegurando assim o seu retormo 0 inferno e 20 seu amante, Hades, por pelo menos tes meses a co a no, No enconto feliz ¢ amoroso ene me’ flha, a Terra cobre-se ‘com um verdor novo © abencoado, © Deméter, num ato de bene- voléneia, consagra-te @ensina seus mistérios A bumanidade. © aque me strain originalmente nesse mito foi a imagem violeata a terra se abrindo © 0 rapto de Persffone. Esa descida forgada para ‘© mundo subwerrineo a violentainiciasdo 8 sexualidade, 0 seatimen- to de ser arasida 2 forga, aos gritos © pontapés, para a profunde- 27as, 6 uma expertncia feqUente das mulheres na adolescéncia, no ‘amor e na andlise. Esse sentimento, ¢ 0s elementos simbélicos do mito de raptoe redugto de Deméter/Perséfone, aparecem com tants ‘reqlncia nos sonbos das mulheres que parecem ser uri parte es- 3s sencia, naturale orginica do processo de individuasto e separasto das mulheres. Deméter 6, a meu ver, a mde, reoumindo nas mulheres a carac- terftica maternal que tem sido enaltocda em nossa habiidadesingu- Jar para alimentare epoiar tudo agullo que ¢ jovem e que esté em desenvolvimento nos outres. Em seu ensai, “Deusas no meio de 6s" Philip Zabriskie most que € esse tipo de atitude materna ‘que incentiva a auto-acetago que leva uma menina a dizer “ico fe- lz em ser eu mesma. Essa mesma ceracteritica maternal te sido infindavelmente deplorada em romances e teriaspsicolégicas devi- {do aos seus efeitos de ansiedade, superprotegio, masoquismo, fel tos parlisantes, que induzem 3 culpa e so motivados pelo poder. "Neumann desereve isto como o carter clemeatar do feminino. “Bs Grande Esfera ou 0 Grande Recipiente, Ela tende a se agirrar a tudo aquilo que nasce dela © a cavolvé-lo como uma substincia eterna. ‘Tudo 0 que nisce dela Ihe perteace © pemanece sujeto a ela; € ‘mesmo que o indivi se tome independent, © Feminine Arque’- pico relarvisa essa independéncia numa varante no essencal de seu proprio ser perpétuo."® emer contém dentro de si sua Perséfone, um aspecto de si mesma que 6 jovem, inocente, vrginal © protegido, © que busca tuna nova experiéncia sensual ~ a fler. Senlimos que sua inocta- ‘ia precisa ser extinguida. Gaia, «forma mais velha da Terra mie, faz a flor crescer para Hades, £ como se a natureza, num nivel mais ‘profundo © mais antigo, acetasse a necessidade da vielentarevolta sda mudanse. © rapto ¢ a sedusfo roubam de Deméter (ou da caractetatca rmatéral em més mesmas) sua caracterstica virginal e inocent. ‘Quando somos excessivamentematernas en relagio a homem, a ‘hos, amigos, amantes =a qualquer um, até mesmo a coisas ou pro- Jetos ~ acabarnos sentindo a banalidade, a convencionalidade, a ex- ‘cessiva levers e dogura, a delicadeza. Essa generaidade precisa ser _aravessada pola experizcia vertical que impulsiona para baixo, a ‘xperigncia do rapto e seduio executada por Hades, uma expe- 36 sitneia do mundo subterrineo que traz consigo wma conexfo com o “aspect trnsformador 60 feminino”. "Mas isso leva eo final feliz um pouco répido demas. Primeiro, temos a reagio de Deméter necessidade de mudanga ~ uma raiva forte tite que se volta contra ela propria, Ela se retra, Uma de ‘minha pacientes, um tipo matemal — que estva precisando come- ‘morar seu aniversrio © que tinha um amante que alo corespondia ‘as suas expectativas-, deprimida, canada demas para fazer algo por ‘mesma fantasion que comprava um perfume parn mim, nfo paras ‘mesmn,¢ que no ano seguinte ficava longe de casa e dos amigos no seu aniverscio de modo a nfo ficar decepcionada. Esse & um com- portamento tpico de Demir. Ela se torn babii do nené de outa ‘mulher. Quando ¢ impedida de eftuar sua soblimacto — sua tetat- ‘a de tomo divine ¢ imortal ~ ela estoua , finalmente, “rane formase” em si mesma — una Deuss. Ela exige obediénca, 2600- ‘hove quot 6 ¢ dz o que quer, Ese 60 verdadsiro momento decii- ‘vo no mito e, pscologicamente, a épaca.em que sacrficamos 0 amor {ici € a aprovacio que conseguimos por sermos boas garotas ou ‘boas mulheres, ¢reconhecemos ¢ exprimimos nossos prprios dese- jose necessidades. ‘Outea pacienteeasou-se com um homem nacisist, muito pare ido com sua mie, um homem incapaz de andé-la. Ela finalmente scabou por Ihe dizer que nio podia mais viver com ele. Durante seu longo casamento, ela cresceca em amorosa auto-accitasio e desco- ‘rir que poderiaatender As suas préprias necessidades com alegria « faclidade. Logo em seguida estabeleceu, com outro homem, un ‘elacionamento profundamente amoroio, repleto de doagto © acei- ‘ago, Ela teve 0 segunte sonho: toa subado aus onde havi estdo com neu nov aunt arn ir ‘0 enconto de meu mario, Quando sale dots, perce qu esauet de {exer minas cobs pra pss a nite (Ela nko tina pasido a ote ‘com 0 amants porque tenia se rpancntedominnda por seu seat ‘Beats en relgso nce) Sf seis horas Hora do rush. Pres corer ‘ara meu muro. Ache que pss volar par pega minbas cis mis 3 lard, Descbro meu marido mum apartamento de rs ctnodos. Bese ‘ocontr mam banker esellzad, com sues brancon, Et sentado ‘moot du tmpe fecha do vaso sito, too eat, mi, com ot Joelos para cis, na poi fetal do eadveres que segundo ov ala, ram deados por wn ato aascavereae porto de Jerusalém dota o8 séculos Ie HL. Cheguel no momento exo into que el no esté orto ‘em viv. Esendoo brago e tco-be orosto com pai da mio, Ele ‘io est quete nem free Tomo suas moe nasa ¢ poo pas ¢ Vida pla ina ves. Ent, cho shows de dios Atravese wees ‘tral eentro no quato dos fndos. 4, envolvid nom bio nuinase corde-roa douts, encontae ma ove de quatre anos, Une vege, num cso 0d seolcondo de tds. Agory et eabo de fear comnts Esse sonho marcou o fim do eu cassmento de morte, um casa- ‘mento sem amr, ligade A me, €oinfio de ua nova vida, eal para consigo mesma. Quando Deméter conseguin utilizar sua ralva ardente, que Ihe fora dada pelos deuses, e o seu poder de alimentar para exigi que Perséfone Ihe fosse devolvide, o nd masoguista foi quebrado, Esse ‘6 consste em fazer as coisas para os outros, em no ser reconhec\- ‘a, ficar com raivs, deprimida, cheia de aitopiedade, mal-amada ‘mas sem amar a si mesma 0 suflciente pa fazer o que se quer. Deméicr diz “nfo”, finalmente, “no, nada para ninguém”, até tr a Sha de volts! A dime parte da histéria psicoldgica, que eu adoro, 6 gue Persone entio opta por comer as sementes de rom, reconhecendo assim que cla agora ¢ diferente. A caracterisica Deméter/Persétone ‘6 mais diferenciada e fo ransformada pela experiéncia de Perséfone ‘no mundo subterrineo, assim como pela vida de Deméterna Terra, © {2 duns, portanto, fcari separadas por vérios meses todos 0s anos. © mito de Demétex/Persone 6 ums hiséria muito antiga © mos- ‘1a como a8 coisas ocorrem psicologicamente entre mie filba 20 ‘fvel mais bésico. Em épocas mals recentes, as histérias do Antigo ‘Testamento documenta a dficuldades que © arqutipo da me ro- feu on transigSo da antigas cultures, contradas na detsa af 0 cos- 3 tume patriarcal judew-cristi. O livre do G&nese esté repleto de histéras de velhas senhoras sobre a questio da mulher. Sara, Ra- quel Hannah tiveram muita difculdade para conceber. Eles no podem rezarabertanente e b Deusa-Me,embora saibamos que © f- zeram. Eva, Sara, Raguel, Rebeca e a mie de Mois, eujo nome ‘lo € mencionado, sofrem a perda ¢ 0 estranhamento de seus flhos, ‘A materidade € dffeil de conseguir e, no que se refere 4s fos, & rmarcada por perda € separacio dolorosa. Dificlmente slo contadas istérias de mes e ihas. A mulher de Lot ola para tr, forna-s¢ ‘ana estétua do sal e suas fihas acabam embebedando e seduzindo 0 pal. A mc de Moisés envia sua filha, Mitian, para acompanbar © ‘nfo ainda bebé e, mais tard, cle a maltrata. Livro de Ruth oferece uma profunda compreensto do proble- sma dé tes e fihas sob © patriarcdo, onde hd nepligtncia e dete- loracio dos valoces femininos e onde se scredita que um Deus es- sencialmente masculine eri tudo sozinho, Ele conta a bistéria de Naomi, que, com o marido eos dois filhos, 6 forgda a shandoner 8 Judéia devido & escassez de alimentos e val morar em Cana, onde & Deus-Mle ainda € adorada. L408 dois fihos se casam com mulhe- 1s cannanitas. No final, todos os homens morrem, espalhando no- vameate a pendrin do patiacado na Judéia, ¢ Naomi fica com a5, ‘duas noris canaanias. Ela deseja voltar pare 2 Judie insste com 8s noras para ficer em sua propria era, dizendo que ela propria se sente exéril© que nfo tem mals filhos para oferecer-hes. Oprah fi- a, mas Ruth diz "para onde fores, também cu ie, adotando assim ‘0 novo sistema de valores patrarcal. Assim, a mie iebréiae a filha ‘cansanita viajam juntas para a Judi, L4, quando of velhos amigos ‘de Noom a recoabecem ¢ a chamam pelo nome, ela responde: “No ime ehamem Naomi, eu sou Mara” (mais tarde, Maria) ~ com amar ‘zura, exprimindo a sensagdo de amarga perds, vazio e desespero da me sob o patrareado, Ruth comeca a trabalhar na colbeita, nos campos de milo de Boaz, parente de Naomi, Lembremse que Deméier era a deus do milo, Levanta a expign de milho era o centro simbélico de seus 30 ristérios, tis como eram celebendos em Eléuss. Naomi ajuda Ruth ‘a seduzir Boaz para que se case com ela. Fla diz a Ruth para deitar- se com ele no campo de debuthasso na época da colheta, lembrando (06 antgos ritos de fetlidade relacionados com a deuse. Assim Boaz se toma consciente de seu desejo por Ruth, eles se casam e se tor- ‘nam os pais de Jess, pai de Davi, © qual, com Betsbéia, pbc no ‘mundo © sibo rei Salonso. ‘Na histéia de Ruth © Naomi, obsorvamse os ics resultados da luo entre a religifo canaanita, que gira 20 redor da deusa, ¢ os costumes patriarcais judew-risios. Em termos da psicologia das mulheres moderna, o8 dois mitos ~ 0 de Deméter e Perefone, © 0 de Ruth e Naomi ~ viver dentro de nfs. Quate se pode sentir 8 histéria de Ruth ¢ Naomi como una seqiéncia, um quadro do que sos coe Dante oe quo cla tn ae ie cura anal. a 3 Hetairas, Amazonas e Médiuns © oposto da carsceratica da mie & » hetaire, descrita por Toni Wolf! A hetaia € geralmente Fika @o pai. ageilo que nos tor- ramos quando temos um Complexo matemo negative queremos Set qualquer coise, mas “alo como ela". Eis aqui uma mulher do tipo hetaira descrevendo o tipo me: “Mrs. Poatllicr nfo era ums mit Terme. As mulheres-mles pareclam prevalecer em Grand Isle no- ‘quele vero, Bra fil reconhecé-las, sracoteando Com 883888 pro- tetoms abertas quando algum mal, real ou imagindtio, ameagava sua preciosa ninhada. Eram mulheres que idoltravam 0s fos, adora- ‘vam os marides¢ consideravam um privilégio sagrado anula-se co- ‘mo pessoas e deixar creser ss asas como anjo servidores’ ‘A miler hetaira, tendo Afrodite como deusa, faz despertar & ida sbjetiva individual om si mesma e nas outas,trnsmitindo um sentido de excepcionalidade e valor, 3s vezes ingpirando 0s outros 8 realizar coisas maravilhosas (ver figura 9). Low-Andeas Sslomé, a sunante de Nietzsche, de Rilke ¢talvez de Freud, 6 um clissico des- © tipo, A armada psicolégica da hetsira consise, em primeiro a Jugar, no fato de que a mulher que vive a vida como “nada, a nfo sr anima 6, ela prépri, insatisteitae pode uilizar sea considers vel poder dé manciras desrutivase enganadoras. Um tipo de muler tara, inconsciente © nfo desenvolvido, geralmente se perturba ‘com set rartro autodecepcionante © eutodestrutivo de relacionamen- tos rompidos, amigos e amantes magoados,zangadose desiludidos © ‘com sua propria esterilidade. A clssica histra da mulher tipo he- twirainconsciente e seu elacionamento com a filha ou com a prépeia ‘ratvidade & Branca de Neve, Aqui, 0 narcsismo invejoso e dano- $0 da mle hetaira envenena repetidameate 0 desenvolvimento det do 0 que € novo ou cristvo, Os difros de Anais Nin* exemplifcam ‘os problemas da mulher hetsiratiica. Os primeiros dis diios tem ‘uma perspectiva feminina e erltiva, Nin estéescrevendo para ou pe- Jo pai distant. O desejo de entrar em contato com o pai uma fom de energia do animus que a domains por algum tempo e que a salva, {de inkeio. Do mesmo modo, no famoso conto de fadas, a mle contra tw um casador para matar Branca de Neve, mas em vez disso ele sl- vva Branca de Neve de uma morte prematura, garantindo-the pelo ‘menos uma oportunidade de continua a viver. No fim do volume 1, [Nin perde se frapeto e abre mo de seu estilo pessoal para agradar Renée Allenby (seu primeiro analista), d4a miquina de escrever © 0 trabalho que vinka desenvolvéndo para Henry Miller ¢ abandona © lar © seu pals par ir para os Estados Unidos ats de Otto Rank (sou segundo analista) como secretéria. Do mesmo modo que Branca de Neve, que trahalha arduamente para os sete andes, ela repetidamente acaba sendo vitima dos aspects nepativos da caractertticafeminina e hetaira. A mulher tipo beta no desenvolvide escolbe homens ue tm um inedovirulato, inconsciente e venenoso das mulheres ‘Em seus times difrios, Nin escreve invectiva fis, levianas, reopeitivas, naeisstas e egotstas contra seus cxticos,antigos amigos c amantes. A caracterfstca hetsira numa mulher deve ser comprome- tida com um encontro ersico com seu prépro animus, sendo ela ‘ransformard suas crapSes ~ suas filhas — em tolas Brancas de Neve 2 Figura, A mer betas, com Afrodite cae des La Grande Odatigue, ‘Jeane Avgste Domisgus Inge, 1814 deo sobre te Louver ‘dentro de redomis de vidro, indefinidamente & espera do beijo do pefacipe para scordé-ias e Uibertéas, (Ver figura 10.) ‘A male © a hettra sio os amuétipos mais famosos, mais evi- entes © mais cilfuraimente aceitiveis do feminino. S80 pélos o- ostos da caracerstice eros do feminino, ou aquela que estabe- lece relagdes. A mie se relaciona com a¢ pessons de todo cole tivo, enquanto a hetaira se relasiona de modo individual. (Ver fe uml) No outro eizo do esquema de Toni Wolff, 0 dos valores nfo- Pessosis, encontram-se @ amazona e a médium. A caracterisca ‘amavona|esté presente na mulher na medida em que ela funciona independentemente © encontra prazer naquilo que faz © realiza, ‘Sua personalidade freqlentemente 6 formada em seu bom relacio- ‘memento com a mie ¢ no encorajamento do pai e/0u do animus da mle, Essas caracterticas de independéncis, orgatho dat realiza~ ‘ges © um sistema de valores essencinimente feminine sio diffecis de se encontrar na nossa cultura, embora esperemos que isso es- ‘aja mudando, e Figura 10, As fis de hea, eperando feanent para srem despertas. The Vilage of the Mermecs, Pl Blea, 1982, deo sobre pane At Iati= ‘ute of Chicago. ‘As antiga amazon, no ent, term de sariicar um dos scios pars metho digi sons Neca wo avo. Ax devas agi eo as eves virgen, Anenis 2 Ata, A meres moderas ese tp, tis como’ Coco Chanel ¢ Elizabeth Arden, comeyaram dingo epécor beneuceddor as tas de oda e comméicon, Ea tants scescntaria Cole, devi 8 su een eliza co- tno wma csctora que excreveu como muler, Enbor tema do ‘mito mardos «aman, tanto do sexo misculno como fennin, fu Kenticato prin como s “fl de wna mie peranecea fm pono central em dasa vida, Para 0 po de muleramazo- to fo predonins, ma ele sempre vem do Sex. Priclopcament, para una mule dese po, 0 perio € srt raniadn pelo animar Go pode, aiptando ws sistema de valores © Terdendo mn penpectiva caenciainente feminns. Eat onus do ‘ler pode aparece eb «forma eum homem que € en ier ca Mie Colca ‘Amazons Caleta Iedvit Figure 11. Os pls dor argufipos fenininos Adiptado do exuem de Toni Walff, no cnasio “Structural Foms of the Fennine Pye", diapo- elem foeto na Biblioece Kristine Mean, 28E 39th Street, Nova York, NY 10016 45 ramético, de uma idéia ou de um sistema de crensas, oa de uma ‘companhia ou corporagio. A grande enfermeira de Um Estranho no [Ninh 6 um exemplo da mulher ipo amazooa possulda pelo ani- ‘mus, no desenvolvida, incontiente. ‘© ‘imo dos quuto tipos € « médinp. Como diz Tonk Wolf, “a rubber medial es imersa na atniosfera psquica do seu meio am Picate © no espirito da sua época, mas, acima de tao, no incom cient coletvo, impessoal” E essa caracteritica medial em n6s ‘mesmas que nos coloca em contato com 0 prafundo shismp lunae do feminino, Essa qualidade de mediadora € essencial em nossos rela lonamentos com at outras pesioas em noitos relacionamentos ‘com idfas © pensameatos. Aguilo que chamam “pensamento femi- nino”, “intigSo feminina”, “pensamento empético”, “consciéncia

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