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Diários Paulistanos na Web

Luciana Moherdaui, Universidade Bandeirante de São Paulo *

1999

RESUMO
O presente trabalho apresenta uma análise das diferenças e semelhanças
entre o jornalismo impresso e o digital, realizada de 14 a 20 de Setembro de 1998,
observando critérios de produção e edição utilizados nas versões online dos
primeiros cadernos de dois jornais diários paulistanos, Folha de S. Paulo (Brasil) e
O Estado de S. Paulo (Primeiro Caderno), escolhidos por serem os de maior
circulação na cidade de São Paulo.
Ao final extrai-se algumas conclusões sobre a emergência do jornalismo
digital, com destaque para novas formas de produção e edição de notícias na
Internet, a Rede Mundial de Computadores.

SUMÁRIO:
1. 1. INTRODUÇÃO
2. 2. DOS ÁTOMOS AOS BITS
3. 3. JORNALISMO IMPRESSO E DIGITAL
3.1.Internet: ferramenta do repórter
3.1.1. E-mail: informação por encomenda
3.2.Redação Web
3.2.1. 3.2.1. O Leitor Web
3.2.2. 3.2.2. 3.3 Design Web
4. 4. FOLHA DE S. PAULO - IMPRESSO E DIGITAL
4.1 4.1 .Impresso - aspectos gráficos e textuais
4.2 4.2 .Digital - aspectos gráficos e textuais
4.3 4.3 .Quadro Comparativo - impresso e digital
*
APRESENTAÇÃO
Desenvolver estudo comparativo sobre jornalismo online e impresso foi um grande desafio, sob o ponto de vista das descobertas,
dos erros e dos acertos; das idéias que abandonei e, sobretudo, das que acrescentei ao longo deste ano.
Como pesquisadora, a grande dificuldade que encontrei para realizar este trabalho foi a ausência, no Brasil, de bibliografia
específica sobre Jornalismo Online, de forma que tive que recorrer à Internet, ferramenta indispensável para pesquisar boa parte do
conteúdo deste trabalho.
Para romper minhas limitações conceituais, recebi apoio de professores, amigos e colegas. Agradeço, especialmente a Mário César
Carvalho, repórter especial da Folha de S. Paulo; a Milton Bellintani, coordenador do curso de Comunicação Social da
Universidade Bandeirante de São Paulo; a Sebastião Squirra, professor- doutor da disciplina de Jornalismo Online do curso de Pós
Graduação da Universidade de São Paulo; a Carlos Alberto Barbosa, professor - mestre das disciplinas de Filosofia, Estética na
Comunicação e Ética da Universidade Bandeirante de São Paulo; a José Antonio Meira da Rocha, professor de curso de Jornalismo
da Universidade Vale dos Sinos (RS) e às amigas Gisele Sayeg e Sandra Rodrigues.
Não poderia deixar de agradecer a Luciano Martins, editor executivo da NetEstado e Graciliano Toni, gerente de produtos do
Universo Online, colaboradores importantes sobre a prática do jornalismo no ciberespaço.
O meu muito obrigado também a todos aqueles que, de alguma forma, contribuíram para a realização deste projeto.
Luciana Moherdaui
moherdau@uol.com.br
4.4 4.4 .Nota de Atualização
5. 5. O ESTADO DE S. PAULO - IMPRESSO E DIGITAL
5.1.Impresso - aspectos gráficos e textuais
5.2.Digital - aspectos gráficos e textuais
5.3.Quadro Comparativo - impresso e digital
5.4.Nota de Atualização
6. ESPECIAL/ ENTREVISTAS
Luciano Martins, editor executivo da NetEstado
Graciliano Toni, gerente de produtos do Universo Online
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
8. ANEXOS
9. LINKS
10. BIBLIOGRAFIA

1. 1. INTRODUÇÃO

"Nós olhamos o presente pelo espelho retrovisor.


Adentramos o futuro marchando para trás".
(Marshall McLuhan)

Ao longo da história, muitas alterações foram feitas no uso da linguagem e na

maneira de transmitir informações com o advento dos meios de comunicação. Desde a

criação da imprensa, no século XV, até o advento da Internet, no final do século XX, a

linguagem jornalística se estabeleceu e se adaptou aos novos meios.

No momento em que surge a televisão, nos anos 50, há uma adequação da

linguagem do rádio, meio massivo anterior à TV. O acréscimo do recurso da imagem

modificou sensivelmente a forma e o conteúdo das mensagens e das notícias veiculadas.

Do mesmo modo, o surgimento da Internet fez com que houvesse, ao menos num

primeiro momento, a transposição de conteúdos dos jornais impressos para a web, a

parte multimídia da rede.


A evolução tecnológica desta década consolidou a Internet como novo veículo

de comunicação, que vem alterando o processo de produção jornalística. Dispomos de

bancos de dados, importantes fontes de informação para repórteres na elaboração de

suas matérias; correio eletrônico, que nos possibilita comunicação instantânea; e

recursos multimídia, novas ferramentas para transmitir informação.

Recebemos informação por meio de bits1[1] em vez de átomos. Não é preciso

exclusivamente ir à banca comprar jornal. Navegamos no ciberespaço jornalístico com

uma linha telefônica, um modem2[2] e um computador. O jornal está disponível sob a

forma de bits. Entramos na era da digital. Estamos divididos entre bits e átomos.

Grande parte dos veículos de comunicação impressos entrou na era digital em

1995. O primeiro deles foi o Jornal do Brasil. Logo em seguida, vários outros jornais se

registraram na web, como o Estado de S. Paulo, a Folha de S. Paulo, O Globo, O

Estado de Minas, o Zero Hora, o Diário de Pernambuco e o Diário do Nordeste.

Nenhum deles, com exceção do JB On-Line, que entra em acordo com a

Agência JB em Janeiro de 1996 para uma alimentação permanente de sua edição

digital, atua com a noção de tempo real. Alguns, ao contrário sequer são

atualizados diariamente, como o Estado de Minas e o Zero Hora, que têm caráter

semanal (Gonçalves, 1996, p.4).

Passados quatro anos dos primeiros jornais digitais, é de extrema relevância

pesquisar como se dá o tratamento das notícias nestes periódicos, já que a produção

jornalística na Internet é um fenômeno emergente, que se encontra num momento de

descobertas de caminhos próprios, suscetíveis a erros e ainda em fase de adaptações.

Assim, o objetivo deste trabalho é apresentar uma análise das diferenças e semelhanças

1[1]
Dígito binário, a menor unidade de informação de computador, transmitida como um impulso único significando ligado ou
desligado, simbolizado por 1 ou 0.
2[2]
Dispositivo que liga seu computador à tomada de telefone e transmite dados a outro modem e computador por meio da linha
telefônica, convertendo o sinal digital do computador em analógico.
entre o jornalismo impresso e o digital, observando critérios de produção e edição

utilizados nas versões online dos primeiros cadernos de dois jornais diários paulistanos,

Folha de S. Paulo (Brasil) e O Estado de S. Paulo (Primeiro Caderno).

Para que fosse possível o desenvolvimento desse trabalho foram utilizados

alguns processos. Entre eles, pesquisas de Teorias da Comunicação e da Informação

que analisam novas mídias, e também livros, artigos de jornais e revistas, e publicações

online (dada a emergência do tema desta discussão).

Além da análise das versões impressa e digital da Folha e do Estado, foram

realizadas entrevistas, mediante questionários enviados por e-mail, com os responsáveis

pela versão digital dos jornais com o objetivo de pesquisar os critérios adotados por eles

na publicação e atualização das matérias na Internet.

No capítulo 2, há um breve histórico acerca da evolução tecnológica por que

passaram as grandes redações de mídia impressa desde a década de 60 até a era dos bits.

O capítulo seguinte traz uma comparação genérica entre o jornalismo impresso e

o digital praticados no Brasil, considerando aspectos de produção e edição de texto.

Sobretudo, sintetiza os desafios que a mídia impressa tem de superar por conta dos

novos recursos tecnológicos que a web dispõe, uma vez que esses recursos contribuíram

para melhorar a qualidade da reportagem local; aumentar a produtividade dos repórteres

e o acesso à informação, e também diminuir a dependência das fontes para interpretar

informações.

Ainda neste capítulo, pretendo extrair algumas considerações sobre a

emergência do jornalismo digital, com destaque para novas formas de produção e

edição de notícias na Internet.

Logo em seguida, no capítulo 5, há a análise sobre Folha de S. Paulo(Brasil) e O

Estado de S. Paulo(Primeiro Caderno), ao que se refere a aspectos gráficos e textuais.


Foi utilizado o referencial metodológico que consta no Novo Manual de

Redação da Folha de S. Paulo para analisar as versões impressa e digital da Folha e do

Estado sob ponto de vista de produção e edição, uma vez que não há publicação

específica sobre design para web no Brasil.

O capítulo 6 traz duas entrevistas realizadas por e-mail com o editor executivo

da NetEstado, Luciano Martins e o gerente de produtos do Universo Online, Graciliano

Toni.

Por fim, e para provocar um debate, selecionei dois textos da jornalista Sonia

Aguiar publicados na revista Conexão (www.conexao.com.br), em janeiro de 1997: Em

busca do jornalismo da era digital e Do papel à multimídia, nos quais há uma discussão

entre profissionais de veículos de comunicação ligados à novas tecnologias acerca do

significado de ciberjornalismo.

Há também um interessante estudo (em inglês) que avalia os aspectos da mídia

impressa e online, sob o título de Estudo Anual de Mídia no Ciberespaço, divulgado

pela agência de relações públicas e marketing, Middleberg & Associates

(www.middleberg.com), em março deste ano.

2. DOS ÁTOMOS AOS BITS

Depois da explosão da cultura cibernética em 1995, ano em que grandes veículos

de comunicação impressa entraram na Internet, é importante destacar a evolução

tecnológica por que passaram as redações da mídia impressa desde a década de 60 até o

final dos anos 90, quando entramos definitivamente na era digital.

A década de 70 e 80 marcou um período de grande desenvolvimento tecnológico

nas redações de mídia impressa dos diários brasileiros. À época, era preciso
informatizar para não morrer. Acabava a improvisação. Adotou-se o uso de métodos e

normas bem definidos para produzir jornal.

Ao final dos anos 90, entramos na era digital e estamos à frente de outro grande

desafio: a Internet. Com uma linha telefônica, um modem e um computador, estamos

conectados à rede e o jornal nos é apresentado sob a forma de bits. O limite agora é a

criatividade do homem e o uso que ele pode fazer dos recursos multimídia existentes.

A Folha de S. Paulo foi o primeiro jornal brasileiro a informatizar suas redações,

no início da década de oitenta, e abolir definitivamente a máquina de escrever.

Seguido da Folha, O Estado de S. Paulo e outros diários como O Globo, o

Diário Catarinense e o Zero Hora tiveram que se adaptar diante da incorporação das

novas tecnologias e partiram também para a informatização de suas redações. Na

década de 90, a redação do Estado já estava totalmente informatizada.

Adriana Balboni, em seu trabalho de conclusão de curso para a Escola de

Comunicações e Arte da Universidade de São Paulo, apresentado em 1995, aponta os

ciclos tecnológicos da empresa jornalística desde a década de 60 até o final dos anos 80:

O processo de informatização da imprensa passou por duas grandes fases: a


primeira, refere-se à produção do jornal/papel, compreendendo as novas
tecnologias aplicáveis às oficinas de composição de texto, às rotativas e, em alguns
casos, à própria redação; a segunda fase, a de introdução dos novos meios
eletrônicos de informação, que representou uma mudança profunda na concepção,
produção e distribuição da informação".3[3]
Os ciclos tecnológicos da imprensa são os seguintes: a passagem da tipografia para
a composição a frio e em offset; a introdução de sistemas na redação e a integração
global do processo de produção; a melhoria da qualidade de impressão através de
plantas remotas; a imprensa multimídia trazendo a mudança da linguagem e dos
códigos de comunicação.4[4]
A primeira fase, de surgimento do offset, ocorreu no início dos anos 60 e o
desenvolvimento da televisão foi uma das razões, além de puramente industriais,

3[3]
Adriana Reis BALBONI, Novas Tecnologias da Informação, p. 24
4[4]
Ibid., p.24
que ativaram este primeiro ciclo de inovação tecnológica. A imagem adquiria um
relevo informativo cada vez mais universal, enquanto que a imprensa diária
oferecia um baixo nível de qualidade gráfica, uma baixa capacidade de reprodução
em função do sistema tipográfico.5[5]
Até o início dos anos 70 as redações eram tecnologicamente passivas, limitadas à
preparação dos originais. Com a informatização da redação houve uma mudança
na forma de produção
do jornal. Na prática, a redação clássica alimentava-se de um esquema 'tecnológico
informativo' - os inputs eram notícias armazenadas, selecionadas e processadas em
termos de conteúdo, e os outputs davam tratamento 'tecnológico produtivo' à
notícia, distante da redação. Os novos sistemas conseguiram uma síntese dos
processos 'tecnológico informativo' com o 'tecnológico produtivo. 6[6]
Face a outras aplicações informáticas, onde o usuário do sistema costuma perder a
sua autonomia, a favor de soluções pré-determinadas, o redator conserva, a
princípio, a sua capacitação informativa, dada a constante variedade da matéria-
prima e à dose de criativa embutida no tratamento da informação.7[7]

Na redação eletrônica encerra-se não só o processo de pré-impressão, como


também a
integração dos processos gráficos de texto-imagem, a potencialização dos terminais
mediante utilização de PCs e a geração assistida de gráficos. Generaliza-se a
tendência de emprego da cor e das plantas industriais descentralizadas dos
grandes diários, dentro de um grande sistema de transporte eletrônico dos fluxos
informativos, serviços e produtos, através das redes de telecomunicação.8[8]
O inicio dos anos 80, de uma forma geral, marca a fase de renovação do parque
industrial dos jornais. Essa etapa foi motivada por uma necessidade de a área
industrial equiparar-se e acompanhar o dinamismo das redações informatizadas e
integradas à pré-impressão. Custos mais baixos e maior produtividade passaram a
ser fundamentais.9[9]
A qualidade da impressão e o emprego da cor - altamente rentáveis aos jornais por
suas aplicações publicitárias - alavancaram os projetos industriais das maiores
empresas jornalísticas mundiais.

5[5]
Ibid., p.24
6[6]
Ibid., p24
7[7]
Ibid., p.24
8[8]
Adriana Reis BALBONI. Novas Tecnologias da Informação , p. 25
9[9]
Ibid., p.25
Sistemas robotizados de transporte e carga de papel, novas impressoras, controle
integral de impressão, novos sistemas de empacotamento automatizados, com
possibilidades de inserção automática de encartes, definição modelada de rotas
ótimas de distribuição, dentre outras inovações, caracterizam este novo ciclo
tecnológico.10[10]
Na década de 90, a multimídia — conjunção de múltiplos meios: textos,

imagens, sons que podem ser digitalizados — marcou o último ciclos de evolução

tecnológica nas empresas jornalísticas. Com os recursos disponíveis, os plug-ins

(softwares instalados nos browsers [programas de navegação]: RealPlayer, de estações

de rádio e páginas com som, para os quais é necessário o RealAudio, e de sites de

animação feitos em ShockWave, Flash ou Director), é possível incrementar os serviços

de informação.

Embora grande parte das informações que recebemos é transmitida por meio de

átomos (revista, jornal ou livro), passamos a receber também informação por bits. Na

era digital, o bit invadiu definitivamente os meios de comunicação. Cabe dizer que
11[11]
os bits sempre foram a partícula subjacente à computação digital, mas, ao longo dos

últimos 25 anos, expandimos bastante nosso vocabulário binário, nele incluindo muito

mais do que apenas os números. Temos sido capazes de digitalizar diferentes tipos de

informação, como áudio e vídeo, reduzindo-os também a uns e zeros. A mistura de

áudio e vídeo, a multimídia, não quer dizer mais nada além de bits misturados.

Por conta do processo de evolução tecnológica das redações de mídia impressa,

um jornal moderno hoje é produzido da seguinte maneira: 12[12]o texto é preparado num

computador; as matérias podem ser enviadas pelos repórteres sob a forma de e-mail. As

fotos são digitalizadas e também poder ser transmitidas por fio. E o layout da página de

10[10]
Ibid., p. 24
11[11]
Nicholas NEGROPONTE, . A Vida Digital., p.19
12[12]
Ibid.; p.59
um jornal moderno é feito por programas de editoração eletrônica, que preparam os

dados para serem transferidos para o filme ou diretamente para as chapas de impressão.

3.0. JORNALISMO IMPRESSO E DIGITAL

O jornalismo impresso segue normas básicas para publicação de notícias. Cada

veículo de comunicação possui um manual de redação próprio, no qual são

normatizados critérios de produção e edição de notícias. E também regras gramaticais e


13[13]
linguagem específicas conforme o padrão editorial do veículo. Ele é produzido em

função da linha de tempo fatal para o final da edição. No jornalismo impresso tudo

funciona no limite da capacidade industrial da empresa jornalística.

Não há ainda regras específicas para publicação de notícias online. Grande parte

dos diários paulistanos é editada na íntegra. Pouca coisa é produzida somente para a

web. Não há, ainda, um estilo próprio de redação jornalística adotado pelos veículos

pesquisados neste trabalho. A linguagem textual utilizada e os recursos editoriais

adotados são os mesmos no impresso e no online.

As razões que nos levam a acreditar que a compreensão dessa nova modalidade de

jornalismo deve ser feita a partir da comparação com a modalidade impressa

partem da observação de que as mais destacadas experiências de jornalismo da

Internet têm sido processadas por empresas tradicionais do setor de mídia

impressa. A empresa Folha da Manhã e o Grupo Abril demonstram

expressivamente este fato, com seu site Universo Online (...) As tentativas de

empresas do setor de rádio e televisão, que atuam em outras modalidades de

jornalismo em seus respectivos setores, ainda são incipientes, devido a problemas

na estrutura de telecomunicações que prejudicam a transmissão de sons e imagens

em grande escala. Outro agravante é o dissenso entre as empresas desenvolvedoras

13[13]
Luciano MARTINS, Editor executivo da NetEstado . Especial/ Entrevista, cap. V, p.53
de softwares em relação a padrões de produção, transmissão e recepção de sons e

imagens em tempo real.14[14]

No jornalismo digital, o limite é a capacidade das pessoas (jornalistas,

designers e técnicos) criarem conteúdos interessantes com o uso de tecnologia

adequada. Não há limite de tempo nem a restrição do papel.15[15]

O diferencial é o design adotado na publicação. É preciso ferramentas próprias

para navegar no ciberespaço. Para colocar o jornal online, em tese, é preciso um

jornalista para produzir textos, um designer para apresentar a edição e um técnico para

finalizar o processo.
16[16]
Lúcia Santaella faz uma observação interessante a esse respeito:

O jornal compõe-se da interação e da simultaneidade da linguagem verbal escrita,

da linguagem fotográfica e da linguagem gráfica (...) Curioso observar como a

sofisticação crescente do uso da linguagem dos tipos do jornal consegue, sob esse

ângulo, transformar o caráter verbal da palavra escrita que passa a adquirir

características de linguagem plásticas, nas verdadeiras arquiteturas gráfico-

imagéticas que a mensagem jornalística vai criando. Mas este aspecto plástico na

configuração da mensagem jornalística é, na realidade, gerado por uma outra

linguagem que também atua dentro dessa mídia: a linguagem diagramática, isto é,

os diagramas de distribuição de informação no espaço da página são quase tão

importantes para a geração do sentido quanto a própria linguagem verbal

impressa que preenche esses diagramas.17[17]

14[14]
Elias Machado GONÇALVES. Jornalismo na Internet, 1996
15[15]
Luciano MARTINS, Editor Executivo da NetEstado. Especial/ Entrevista, p.53
16[16]
Lúcia SANTAELLA é Livre Docente em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo e Coordenadora do curso
de Doutorado da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
17[17]
Lúcia SANTAELLA, Cultura das Mídias.p.27.
3.1. INTERNET: FERRAMENTA DO REPÓRTER

Criada por militares e pesquisadores americanos no auge da Guerra Fria em

resposta ao lançamento do primeiro satélite espacial soviético, o Sputinik, a Internet se

estabeleceu definitivamente como veículo de comunicação na década de 90. O

desenvolvimento da World Wide Web, a parte multimídia da rede, permitiu que

usuários pudessem compartilhar informação disponível em milhares de sites.

A Internet tornou-se um importante meio com capacidade para difusão massiva e

instantânea de informação. A imprensa escrita já evoluíra há décadas, desde o

surgimento do rádio nos anos 20 e da televisão nos 50. A partir dos recursos multimídia

disponíveis, contamos com novas possibilidades de comunicação.

É possível afirmar que há um novo conceito de jornalismo e de tratamento

dispensado à notícia. Muda também a relação emissor-mensagem-receptor. O receptor

interage como parte do processo de produção do jornal.

Nas redações, a Internet passou a ser ferramenta essencial na busca de

informações. Os recursos por ela oferecidos tornaram muito mais simples o trabalho

jornalístico. Também facilitaram a produção do jornalismo impresso.

Uma transformação significativa é a que permite que hoje os jornalistas já não


precisam mais realizar seu trabalho nas salas de redação das empresas. Com a tecnologia
hoje existente, ele pode realizar as investigações e entrevistas a partir de qualquer parte da
cidade, do estado, do país, ou mesmo fora dele. Neste contexto, os instrumentos
informatizados estão representado diferenciados potenciais de produção e mesmo de
poder (...) A habilidade de dominar os recursos, fazer pesquisas, contatar fontes e poder
produzir de qualquer parte é que está possibilitando os méritos para as empresas
jornalísticas. Isto porque, tornou-se possível fazer trabalho muito mais aprofundado,
coerente e completo.18[18]

18[18]
Sebastião SQUIRRA. Jornalismo Online, p.46
19[19]
Sebastião Squirra observa outras vantagens no uso da rede:

  Aumento na produtividade dos repórteres e qualidade da reportagem local;

  Diminuição do custo de obtenção de informações em todos os níveis e em todos

os assuntos;

  Ampliação de qualidade na análise das informações e menor dependência das

fontes para a interpretação daquelas informações;

  Emparelhamento com a concorrência;

  Aumento do acesso à informação;

  Incremento da confiança técnica e maior exatidão nas informações;

  Melhores formas de arquivo e busca das informações.

Embora a Internet nos disponibilize um mar de informações, as pesquisas online nas

redações devem constituir somente uma parte do processo da pesquisa jornalística. O

editor do Buffalo News tem um interessante raciocínio sobre isto:20[20]

"The no.1 mistake is that technology will substitute for good reporting It (Computer
Assisted Reporting and online research) is an important new tool, but the results of its use
are no better than the reporter using the tool"
"O engano nº 1 é achar que a tecnologia substituirá uma boa reportagem. (CAR e pesquisa
online) É uma ferramenta nova e importante, mas os resultados de seu uso não são
melhores que os do repórter que é a própria ferramenta".

3.1.1. E-MAIL - INFORMAÇÃO POR ENCOMENDA

Entre os novos recursos tecnológicos disponíveis na web, o e-mail é a mais

poderosa ferramenta de comunicação entre os internautas. Por meio do correio

eletrônico podemos explorar diversas possibilidades na relação repórter-fonte-redação-

leitor.

19[19]
Sebastião SQUIRRA é professor-doutor da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo.
20[20]
Ibid. p.48
O usuário pode enviar instantaneamente comentários, críticas, sugestões,

dúvidas e contribuições aos editores, repórteres e colunistas de jornais e revistas que

possuam versões digitais na web.21[21]

Outra possibilidade interessante e bastante interativa, em que os recursos do e-

mail podem ser plenamente explorados, é a construção de fóruns de discussão sobre

temas variados (...) Para participar, o leitor escolhe o assunto do seu interesse e manda

sua opinião por e-mail.22[22]

A facilidade de utilização do correio eletrônico e a rapidez com que as

mensagens chegam ao seu destino tornam o e-mail um meio muito mais interativo do

que as antigas cartas à redação. Isto significa que os jornalistas podem conhecer melhor

o seu público, a partir de uma interação muito mais próxima e imediata, e as matérias e

reportagens podem vir a refletir mais de perto os interesses e valores dos leitores.23[23]

Por meio de um sistema de assinatura ou de cadastro no próprio site, os leitores

podem receber mensagens de correio eletrônico com as últimas novidades e

atualizações do serviço na web. O editor pode produzir uma edição resumida da

publicação digital no formato texto para ser veiculada via e-mail.

Ao final de cada página da versão digital de o Estado de S. Paulo, há um e-mail

para o leitor enviar sua opinião sobre as reportagens que leu. O jornal recebe cerca de

30 mensagens diárias. A ouvidora-geral, Cecília Thompson, seleciona as mensagens,

envia cópias aos destinatários e toma as devidas providências.

Recentemente, o Universo Online lançou um novo serviço aos leitores do Brasil

Online (primeiro jornal em tempo real em língua portuguesa) e da estação Esporte: o

envio de notícias por e-mail. O objetivo é difundir informação jornalística.

21[21]
André MANTRA (http://www.facom.ufba.br), Guia do Jornalismo Online, 1995
22[22]
Ibid. (http://www.facom.ufba.br),
23[23]
Ibid., (http://www.facom.ufba.br)
Os leitores podem enviar notícias junto com comentários pessoais a qualquer pessoa

na rede. Basta clicar num botão vermelho disponível no alto da página de uma das duas

estações e informar o e-mail do destinatário, seu nome, seu e-mail, comentários e enviar

a mensagem.

Em 3 de março, o UOL lançou outro serviço interessante ao assinante: resposta

automática para e-mail. Funciona como uma espécie de secretária eletrônica para o

internauta deixar mensagens programadas.

3.2. REDAÇÃO WEB

Ainda não há um formato definido para redação jornalística web. As normas

seguidas são as mesmas que constam nos manuais de redação das empresas de

comunicação. O diferencial está no uso que se faz dos recursos de multimídia na

produção do jornal digital.

É comum a utilização do hipertexto, um sistema de escrita e leitura não linear

aplicado à multimídia. Aliás, o hipertexto é característica distintiva da web. Links

clicáveis para outras informações na mesma ou em outras páginas.. Hipermídia adiciona

links de áudio, de imagens e de vídeo. O resultado é a informação não-linear, um

formato que leva o leitor a ler e acessar em qualquer ordem que escolher24[24].

Como observa a professora da universidade do Kansas, Carole Rich, em estudo

realizado para o Instituto Poynter de Estudos da Mídia, escrever para a web pode ser

definido a partir do interesse do leitor. A redação deve ser curta, com subtítulos e bullets

(listas com bolinhas), pois o modo como as pessoas lêem online afeta a redação. Muitos

leitores apenas navegam pelas notícias e lêem apenas os elementos-chave.

Carole propõe algumas perguntas antes de escrever para web:

24[24]
Carole RICH (www.ukans.edu~cjrich/poynter/poynterhome.htm), Redação jornalística para a Web, 1998
Devemos escrever notícias em pirâmide invertida, com a informação mais

importante no topo do texto?

Devemos escrever em forma de narrativa como um texto de ficção com um

argumento que se desenrola do início ao fim?

Devemos organizar matérias em cachos para o leitor clicar ou em uma tela

contínua que ele possa rolar?

Ou devemos criar novas formas de contar histórias para a web?

Além disso, Carole divide o processo de redação online em 5 etapas (colher

informação, organizar informações, escrever a matéria e reescrevê-la), porque escrever

em forma não-linear requer uma maneira diferente de planejamento, organização e

elaboração de uma história.

Redatores necessitam de um processo, estejam eles criando matérias para

impressão, radiodifusão ou distribuição online. Em qualquer meio, tal processo envolve

planejamento, pesquisa, organização, escrita e reescrita. Notícias online requerem

alguns elementos próprios à escrita web. É preciso uma equipe com redator, editor e

grupo técnico - incluindo um especialista em multimídia.

Abaixo, a autora sugere algumas questões e, na página seguinte, um roteiro para o

planejamento da redação jornalística para web:

  O pano de fundo da história se presta para lincar a uma página web separada?

  O pano de fundo ou elementos relacionados devem ser apresentados como uma

linha de tempo ou visualmente, em vez de texto?

  Elementos multimídia como áudio ou vídeo devem acompanhar a matéria?

  A história se presta para discussão ou outros elementos interativos que envolvem

leitores?

  De quais elementos visuais a matéria necessita: mapas, fotos etc? Este processo é o

mesmo para impressão, mas o próximo ponto deve ser considerado.


  Quem deve ser envolvido desde cedo no processo: editores web, designers,

especialista multimídia?

Página principal Áudio e/ou


Título Vídeo
Subtítulo
História

Pano de fundo Perfis ou Interação Histórias,


Pontos de vista afins e fontes

Mapas e gráficos Fonte principal

Outras fontes

Para terminar, eis algumas dicas propostas por Carole Rich, que podem ser usadas

para qualquer estilo de redação online:

  Escreva primeiro uma pergunta para discussão, quer você use-a ou não. Isto irá

ajudá-lo a criar seu próprio foco e inserir um contexto que irá se relacionar com

leitores. Você pode mover a pergunta para o final mais tarde.

  Faça um gráfico no topo de sua matéria como um teaser. Isto irá ajudá-lo a

focalizar melhor sua matéria. Este diagrama pode ser usado como uma ferramenta e

removido mais tarde se ele não servir como subtítulo.

  Use sentenças curtas. Evite conectar sentenças com conjunções.

  Use parágrafos curtos.

  Escreva entretítulos.

  Escreva em blocos de informações que possam ser separados em subtópicos

lógicos e em partes não-lineares relacionadas.

  Se as matérias são apresentadas em diferentes páginas web, trate cada bloco como

uma história separada, como um sidebar (boxes, no jornalismo brasileiro). Situe

novamente o leitor sobre o contexto.


  Use a técnica de blocos quando possível, especialmente numa matéria informativa

básica.

  Se a matéria tem três ou mais fontes [de informação], tente estruturá-la de modo

que cada fonte fique num bloco e você não tenha que usá-la novamente. Evite a

convenção jornalística de usar apenas o último nome em uma segunda referência.

Quando leitores rolam diferentes telas ou cliquem para outro bloco em uma página

separada, a segunda referência é confusa.

  Ignore os tabús jornalísticos sobre escrever perguntas em títulos e transições. Eles

funcionam bem na web, especialmente no final dos blocos.

  Tente criar suspense em finais de matérias com links para outra tela. Escreva para

atrair

3.2.1. O LEITOR WEB

"Jornalistas do mundo digital estão à mercê dos leitores. Ciberespaço diz respeito a

leitores e não a escritores".25[25] Estudo realizado por Carole Rich para o Instituto

Poynter de Estudos da Mídia da Universidade do Kansas, aponta o comportamento do

ciberleitor:

Pesquisas realizadas por Jakob Nielsen, engenheiro da Sun Microsystems

demonstraram que ler na Web é 25% mais difícil por causa da resolução da tela. Isto

não significa que o texto deve ser 25% mais curto, escreve ele em sua coluna bimestral

no site da Sun Microsystems. Ele deve ser 50% mais curto. Avisa: matérias para a web

devem ser curtas, simples e escritas no estilo de pirâmide invertida.

Em 1997, Nielsen realizou estudo intitulado Como escrever para a Web, testou

quatro modelos de escrita:

25[25]
Carole RICH (www.ukans.edu~cjrich/poynter/poynterhome.htm), Redação jornalística para a Web, 1998
a) a) Texto promocional usando adjetivos e "marquetês" encontrado em

muitos sites comerciais.

b) b) Texto conciso com metade das palavras encontradas no modelo

promocional

c) c) Lay out escaneável, usando bullets [bolinhas marcando o início das

linhas]

d) d) Linguagem objetiva, eliminando adjetivos .

O texto conciso foi o mais popular, seguido pelo modelo escaneável com bullets

e pelo modelo de linguagem objetiva. Nenhum dos sujeitos do teste escolheu o

modelo de texto promocional, com enfraquecida credibilidade26[26].

O conteúdo é fator determinante para o ciberleitor na busca de informações na

rede. O primeiro passo para atraí-lo são títulos e sumários. Considerado scanner, a

maioria deles lê os textos superficialmente da mesma forma que faz o leitor do

jornal impresso.

3.3. DESIGN WEB

O projeto gráfico e visual de um site é definido também a partir do interesse do

leitor. O designer é o responsável por organizar informações na home page e incentivar

o leitor a navegar pelo espaço virtual.

Para apresentar informação na web é preciso determinar como será a estrutura

narrativa do assunto abordado (linear ou não-linear) e utilizar ferramentas que facilitem

a navegação para não confundir o leitor com excesso de links ou hipertextos.

O designer deve ter em mente antes de tudo a forma pela qual o usuário irá

interagir com o site e o que fará a seguir. O design de sites na web envolve em larga

26[26]
Carole RICH (www.ukans.edu~cjrich/poynter/poynterhome.htm), Redação jornalística para a Web, 1998
medida facilitar a navegação dos usuários por suas páginas e o estabelecimento de uma

estrutura que permita que o leitor encontre rapidamente o que precisa27[27]. É preciso

levar em conta as possibilidades tecnológicas de cada leitor:

Hoje em dia, especialmente, os projetistas gráficos da web devem levar em conta

as restrições de largura de banda (pensem em quanto tempo um leitor com modem lento

terá de esperar para ler uma página de jornal) e da linguagem HTML, a mais empregada

na web. Os designers gráficos online devem também levar em conta os diferentes

computadores e browsers (programa de navegação) da web que os leitores dos jornais

eletrônicos empregam para visitar seus sites, e é preciso testar os projetos com

diferentes plataformas computacionais.28[28]

Outro ponto importante e que deve ser discutido é a diagramação de matérias na

web. Em geral, cada texto é publicado em uma página. É indispensável aos jornais ter

uma versão de impressão consolidada para que os leitores possam imprimir textos de

seu interesse, mesmo que alguns deles (os leitores) façam download (transferir arquivo)

do texto completo para arquivá-los.

O papel do designer é descobrir as necessidade dos usuários potenciais da rede,

adaptar tecnologias e desenvolver ferramentas para superar suas expectativas (do

usuário) minimizando obstáculos durante a navegação.

O jornalista André Mantra faz um comentário interessante a esse respeito:

O projeto gráfico do web site é outro elemento importante ao lado do

design de navegação. Os melhores layouts de jornais e revistas digitais são

aqueles que dispõem os elementos textuais e visuais de forma clara e

funcional, facilitando a leitura e o acesso às informações. O uso excessivo

de recursos gráficos e de multimídia, no entanto, pode comprometer a

27[27]
Steve OUTING ( http://www.uol.com.br/internet/parem). Os designers existem para ajudar e não atrapalhar, 1998
28[28]
Ibid., ( http://www.uol.com.br/internet/parem)
velocidade de carregamento das páginas. Quanto maior o número de

gravuras, ilustrações, fotografias, animações e trechos de áudio e vídeo,

maior será o tempo que o browser vai levar para carregar os documentos.

Como a maioria absoluta dos usuários acessa à Internet através de linhas

telefônicas comuns de baixa qualidade, com modens que variam de 14 400

a 57 600bps, páginas muito "pesadas" dificultam a navegação e deixam o

internauta impaciente com a lentidão na recepção. Para que uma

publicação na Web se torne viável, os designers devem sempre levar em

conta esta limitação na largura de banda das transmissões de dados via

Internet e não exagerar em recursos que consumam muitos Kbytes. Um

bom layout deve ser simples, com textos e gráficos equilibrados de forma

homogênea na tela e com imagens relativamente pequenas29[29].

Para ampliar o debate acerca do design para web, Roger Black30[30], discute

regras usadas anteriormente em projetos de mídia impressa. Black acredita que os

princípios que nortearam a qualidade do design impresso por centenas de anos são

igualmente válidos online. Na sua opinião, não se deve jogar o velho fora para criar o

novo.

Steve Outing, consultor de informática de Editor & Publisher escreveu sobre o

assunto:

Embora não haja nada a criticar nas credenciais de Black, o célebre guru do

design não tem uma reputação tão imaculada no mundo online. Muitos projetistas

de sites da web consideram que Black tem ligações fortes demais com o

"establishment da mídia velha guarda". Ele se apega demais às "velhas" regras

de projeto gráfico, alegam, e não está disposto a arriscar na definição de um novo

29[29]
André MANTRA (http://www.facom.ufba.br). Guia do Jornalismo, 1995
30[30]
Roger Black foi diretor de arte da "Roling Stone" e "The New York" Times". Atualmente a Roger Black Inc. está
seriamente envolvida no projeto visual de sites on line; seu Interactive Studio responde pela aparência de sites muito conhecidos
como o "USA Today Online", "Discovery Online" e "@Home".
visual para a mídia online que se desvincule completamente da mídia

impressa.31[31]

O que vemos com muita freqüência (em jornais e revistas, principalmente) é um

monótono ritmo de imagem, título, texto, anúncio e assim por diante, afirma. E

acrescenta que é preciso personalizar para a web. O site precisa ter um design

consistente. Se temos páginas diferentes e seções diferentes, as ferramentas de

navegação e as ilustrações precisam ter o mesmo aspecto em todas elas32[32].

Algumas regras observadas por Black:

  Dividir informação em porções menores: "Não se pode colocar todas

as informações na superfície de uma xícara de café".

  A cor deve ser usada com cuidado para causar contraste suficiente

entre a figura e o fundo da tela.

  Não espaçar letras minúsculas e não colocar todos os tipos em

maíusculas.

  Use uma ou duas famílias de tipos. Um leve e outra em negrito.

  Legibilidade: É preciso ser um editor tanto quanto um designer.

Nunca coloque grande quantidade de texto todo em maiúscula. Torna a

leitura mais difícil.

4. FOLHA DE S. PAULO - IMPRESSO E DIGITAL


4.1. IMPRESSO - ASPECTOS GRÁFICOS E TEXTUAIS
Caderno: Brasil
Circulação: Diária
A1) Aspectos gráficos

31[31]
Steve OUTING (http://www.uol.com.br/parem/par/09/04.htm) Design na Web: A "voz da experiência" contra -ataca
32[32]
Roger, BLACK. Web Sites que Funcionam, p.48, 1997.
A edição impressa da Folha de S. Paulo reúne como aspectos gráficos e textuais

na produção das páginas do jornal : lay out, diagramação, marca visual e publicidade e

propaganda. Divide suas edições em Nacional, Regional e São Paulo.

O jornal divide-se em cadernos. São eles: Brasil, Mundo, São Paulo, Esportes,

Dinheiro, Folha Invest, Agrofolha, Mais, Folhinha, Folhateen Ilustrada, Turismo,

Informática, TV Folha e Classificados. Aos domingos, é publicada a Revista da Folha .

O caderno Brasil (edição São Paulo), objeto deste estudo, traz notícias de

política, economia, ciência e mundo.

À época, a Folha publicou, nas duas versões, material especial intitulado

Eleições no qual foram editadas matérias sobre a campanha eleitoral de 1998. Este

material não foi utilizado como amostra neste trabalho.

A diagramação da Folha é didática e moderna, com padrão de organização de

material iconográfico e texto. Há valorização do espaço em branco. O jornal é dividido

em seis colunas verticais. As matérias mais importantes são editadas na página de

número ímpar porque elas atraem mais a atenção visual do leitor do que as páginas de

número par.

A primeira página do jornal é editada segundo padrões normatizados pela

editoria da Folha. Traz os principais assuntos do jornal. O tamanho da página é

denominado Standard e tem 54cm por 33 cm da área de impressão. Está estruturada da

seguinte forma:

- - Cabeçalho, disposto na parte superior da primeira página no qual consta


logotipo e informações como data, número de textos publicados, edição,
preço, nome do diretor, endereço da sede do jornal, slogan e clichê (designa
as edições sucessivamente atualizadas do jornal em um mesmo dia)
- - Manchete
- - Fotos ou foto-legenda (legenda ampliada que, em combinação com a
foto ou ilustração a que se refere)
- - Chamadas, textos curtos na primeira página divididos por editoria que
resumem as informações publicadas pelo jornal
- - Remissão, número da página
- - Sumário, pequenos textos de primeira página reunidos num quadro.
- - Atmosfera, que traz informações do tempo na capital
- - Opinião da Folha, que traz a opinião do jornal e o endereço eletrônico
do jornal.
A estrutura de texto jornalístico é a da pirâmide invertida, na qual a informação

mais importante está no início do texto. A notícia é apresentada ao leitor de forma

linear. Abaixo, um esboço desse padrão:

- - Linha-fina (frase ou período sem ponto final, que aparece abaixo do


título e serve para completar seu sentido ou de outras informações),
- - Título
- - Assinatura de texto
- - Retranca (cada unidade de texto)
- - Lead - primeiro parágrafo que introduz o leitor ao texto
- - Sublead - segundo parágrafo do texto
- - Intertítulo ( pequeno título que aparece no interior de textos muitos
longos)
- - Material iconográfico ( fotos, gráficos, box, etc.) para facilitar o
entendimento do leitor com o assunto abordado).
A disposição do lay out dos cadernos facilita a localização de assuntos de

interesse do leitor:

- - Fio (traço contínuo de diferentes espessuras usado em diagramação)


para separar textos ou delimitar qualquer material iconográfico.
- - Fio-data, traço sobre o qual se escrevem dados como data de edição,
número de página, nome e seção do jornal. Disposto no alto de cada página
ou em capas de caderno, logo abaixo do logotipo
- - Chapéu, palavra ou expressão curta colocada acima do título. Usada
para indicar o assunto de que trata o texto ou os textos que vêm abaixo dela
- - Cabeça de página, espaço reservado para publicação de textos mais
importantes ocupando toda a largura da página, com título
- - Canal, espaço em branco na página impressa que separa verticalmente
duas colunas de texto sempre que estas não estão divididas for fios
- - Entrelinhamento, distância entre as linhas de um texto; olho, recurso de
edição usado para anunciar os melhores trechos do texto impresso.
O contato com o leitor é feito a partir de cartas endereçadas à redação, fax,

telefone ou por e-mail. O endereço é publicado na página 1-3 do caderno Brasil, logo

abaixo da seção Painel do Leitor. Em algumas seções, encontramos o e-mail do autor

do texto no final da matéria.

A2)Aspectos de conteúdo textual

A seção de opinião do jornal está disponibilizada nas páginas 1-2 e 1-3 e nela

contém:

- Expediente, seção do jornal em que ele torna públicas informações sobre si e


cita os membros integrantes da editoria executiva e atual conselho editorial.
Ocupa o canto superior esquerdo da página
- - Editorial, que traz a opinião da Folha sobre temas atuais. (disposto logo
abaixo do expediente)
- - Charge, desenho humorístico de caráter político (ocupa o centro da
parte superior da página)
- - Opinião, na qual são editados textos de vários articulistas sobre temas
atuais. Ocupa o lado inferior e superior direito da página
- - Frases, que publica frases interessantes de personalidades. Ocupa o
canto inferior direito da página
- - Tendências e Debates, na qual personalidades escrevem sobre temas
polêmicos Ocupa o lado esquerdo da página
- - Painel do Leitor, espaço aberto para publicação de cartas dos leitores.
Ocupa o lado direito da página)
- - Erramos, seção que aponta e corrige os erros publicados pelo jornal.
Ocupa o canto inferior direito da página

Na página 1-4 há as seguintes colunas


- - Entrevista da 2ª, na qual é publicada entrevista de um especialista sobre
temas em destaque no noticiário
- - Painel, que dispõe de tópicos com os principais acontecimentos
políticos do país, (ocupa o canto superior esquerdo da página
- - Expediente, logo abaixo do painel, com os principais números de
telefones do jornal
- - Datadia, coluna na qual o jornal publica todo dia pesquisa realizada
pelo Datafolha (órgão de pesquisa do jornal) para medir o grau de
satisfação do leitor (ocupa o canto inferior direito da página).
Nas outras páginas, a ordem é de publicação é a seguinte: notícias de política,

economia, ciência e por fim, as notícias do mundo.

Na seção intitulada Mundo, há uma coluna permanente, a Multimídia, na qual

são publicadas as últimas manchetes mundiais, de modo resumido, extraídas dos

principais jornais. Não há um lugar certo na página para publicação. Geralmente é

publicada no canto inferior direito da página impressa.

4.2. DIGITAL - ASPECTOS GRÁFICOS E TEXTUAIS

Seções: Opinião, Charge, Painel do leitor, Erramos, Brasil, Mundo, Ciência e

Ombudsman

Atualização: Diária

B1) Aspectos gráficos

Para acessar o conteúdo e o banco de dados da Folha é preciso ser assinante do

Universo Online, provedor de acesso onde o jornal é publicado.

Na edição digital, o jornal está dividido por seções. Cada seção é um link para

remeter leitor ao conteúdo do texto. Para este estudo, foram utilizadas as seguintes

seções: Opinião, Charge, Painel do leitor, Erramos, Brasil, Mundo, Ciência e

Ombudsman, coluna da jornalista Renata Lo Prete publicada somente aos domingos.

Essas seções correspondem ao conteúdo do caderno Brasil da versão impressa.


A página de abertura apresenta um cabeçalho na parte superior da home page no

qual consta logotipo e informações como data, número de textos e links para: Índice

geral, que traz os títulos das matérias, o nome do autor e origem do texto; Pesquisar

edições anteriores; Fac-símile das capas; Horários de atualização e a barra de

ferramentas do Universo Online com links para serviços disponíveis no provedor.

Os links para as seções do jornal estão dispostos no canto superior esquerdo da

home page; Há um fio para separar o cabeçalho do restante das informações no site.

As seções estão divididas em: Opinião, Charge, Painel do leitor, Erramos,

Brasil, Mundo, Dinheiro, Ombudsman, Revista da Folha, Cotidiano, Esporte, Ilustrada

Quadrinhos, Agrofolha, Informática, Especial, que traz notícias de cadernos especiais

publicados no papel e Ciência. Logo abaixo, as edições regionais: Campinas, Ribeirão e

Vale; A edição integral do jornal é oferecida ao leitor somente em português.

Ao clicar em Arquivo, o internauta pode realizar pesquisa em edições anteriores

da Folha bem como em outros serviços de busca disponibilizados no site. Há também

links para:

- - Fórum, espaço aberto para debates sobre temas polêmicos.


- - E-mail, que traz os e-mails do jornal
- - Projeto editorial, que traz o projeto editorial da Folha de 1997
- - Agenda, que traz a programação de Eventos Folha
- - Assinaturas, para fazer assinatura da versão impressa do jornal
- - Links, que traz links interessantes escolhidos pelo jornal durante a
semana
- - Grupo Folha, com informações sobre os produtos do Grupo Folha
- - Clube Folha, guia online do cartão Clube Folha, benefício exclusivo de
assinantes da versão impressa da Folha
- - Expediente, que traz informações sobre o jornal, conselho editorial,
endereço da sede, telefones para contato
À direita, estão a manchete, seguida por 3 chamadas, e um link para Eleições

1998, especial sobre a campanha eleitoral; além de 5 banners (anúncios ) que ocupam a

parte inferior da home page. No centro da página, há sempre uma foto-legenda,

geralmente igual ao do impresso. A legenda é um link para remeter o leitor ao texto.

Em cada página, há indicação para retornar à capa ou navegar em outras seções

do jornal. É possível determinar a página em que o leitor está. Ele pode localizar as

matérias por meio das seções, de um índice geral localizado na parte superior esquerda

da home page ou de um índice que há em cada página editada. Os nomes das seções são

repetidos no pé da página.

O leitor navega no jornal online por meio de links ( botão ou trecho destacado do

texto, que ao ser selecionado remete o leitor a outra página) e hipertextos ( texto que

contém vínculos - links - para outros documentos, permitindo ao leitor que se desloque

de um para outro e leia os documentos de ordem diversa).

O contato com o leitor é feito por e-mail. No online, há um link na home page do

jornal sob o título de e-mails que traz endereços eletrônicos alguns jornalistas da Folha.

A2)Aspectos de conteúdo textual

A edição dos textos segue o mesmo padrão da versão impressa. Não há estilo de

redação jornalístico específico para a web. O que muda é a forma de distribuição das

notícias na rede. É possível afirmar que 92% do material produzido para a versão

impressa da Folha é transposto integralmente à versão digital do jornal (veja quadro

pág. 37).

Em geral, as manchetes publicadas na versão digital são iguais as da versão

impressa. E cerca de 50% das chamadas do impresso são publicadas no online.


Os textos de opinião do jornal são editados na íntegra. Apenas algumas notícias

são alteradas por conta de novos acontecimentos no decorrer do dia. Nota-se que há

também títulos de matérias ou frases que compõe a linha-fina editados diferentes.

Isso ocorre porque a edição online da Folha reúne textos e anúncios

classificados das edições Nacional e São Paulo que circulam em papel. Vai ao ar, de

segunda a domingo, às 2h30 (horário de Brasília). Quando o mesmo texto é publicado

nas duas edições originais, a edição online publica o texto mais atualizado, que é o da

edição São Paulo (www.uol.com.br)

As matérias estão alinhadas ao lado esquerdo da página e a tipologia é diferente

para manchete e textos, da mesma forma que na versão impressa. Não há gráficos para

complementar os textos. Há pouca utilização de fotos e ilustração: cerca de 15% do

material produzido para a versão impressa é publicado na rede.

O lay out de cada seção do jornal online é padronizado. Em geral, cada matéria

está editada em uma única página (diagramação 1 coluna), diferentemente do impresso,

no qual encontramos vários textos organizados numa mesma página.

Ao clicar nas seções Opinião, Charge, Painel do Leitor e Erramos, o leitor irá

encontrar os mesmos textos publicados na versão impressa da Folha. Geralmente,

nestas seções os textos são publicados na íntegra. Porém, não há, na versão online, a

coluna Multimídia, publicada diariamente na seção Mundo do jornal.

4.3.QUADRO COMPARATIVO - IMPRESSO E DIGITAL


255 234
234   92% do material
impresso é transposto na
158 íntegra para a versão digital
impresso do jornal.
82
digital   50% das chamadas do
70 35
impresso são publicadas no
24
digital.
  15% do material
matérias chamadas material páginas iconográfico do impresso é
iconográfico
publicado no digital.
  Enquanto a versão
impressa publica 255 textos
em aproximadamente 82
páginas, a versão digital
publica 234 textos em 234
páginas.

4.4. NOTA DE ATUALIZAÇÃO

Em 18 de fevereiro a home page da Folha foi totalmente reformulada com mais

links e um painel de notícias atualizado em tempo real pela Agência Folha e pela

Redação do Universo Online. Diagramação verticalizada, formato duas colunas . É

possível ler a última edição dos cadernos semanais em qualquer dia e acessar edições

online dos últimos quatro meses do jornal. Anteriormente, apenas as últimas 20 edições
estavam disponíveis. Também os fac-símiles das capas das edições Nacional e São

Paulo do jornal são clicáveis, com links diretos para as reportagens destacadas.

A página de abertura agora é apresentada com um cabeçalho na parte superior da

home page, no qual consta logotipo e informações como data, número de textos e links

para: Índice geral, que traz os títulos das matérias, o nome do autor e origem do texto;

Pesquisar edições anteriores; Fac-símile das capas; Acima, há 3 banners e a barra de

ferramentas do Universo Online com links para serviços disponíveis no provedor.

Logo abaixo, ao centro da página, há um link para notícias atualizadas em tempo

real, 1 foto-legenda que trata-se de link para remeter o leitor ao conteúdo do texto e

cerca de 10 chamadas divididas por seções.

Ao canto esquerdo da home page há links para Especiais (Agenda de Eventos,

Especial, Guia da Internet, Ombudsman, Previsão do Tempo, Jornal de Resenhas),

Regionais ( Campinas, Ribeirão e Vale ), Arquivos da Folha, Assine a Folha, Conheça

o Clube Folha, Grupo Folha, Lista de e-mails da Folha, Dê a sua opinião

(anteriormente era chamado de Fórum), Projeto editorial da Folha, Expediente do

Jornal, Horários do site (anteriormente chamado de Nota sobre a edição online).

Há menos links para navegar pelas seções do jornal. Estão dispostos no canto

direito da home page. São eles: Brasil, Ciência, Classificados, Cotidiano, Dinheiro,

Esporte, Ilustrada, Mundo e Opinião.

Durante a semana de análise, foi verificado que algumas seções reproduziam o

conteúdo de outras. Os links das seções Opinião, Charge, Painel do leitor e Erramos

remetiam o leitor ao mesmo conteúdo (veja no capítulo. 4.4)

Nessa nova reformulação do site da Folha, não há link para seção charge, painel

do leitor e erramos. Há somente um link para opinião, no qual estão agrupadas as

seções erramos, painel do leitor e charge.


Logo abaixo das seções, há links para os cadernos semanais do jornal:

Agrofolha, Empregos, Folhateen, Folhinha, Guia da Folha SP, Imóveis, Informática,

FolhaInvest, Mais!, Revista da Folha, Tudo, Turismo, TV Folha e Veículos.

Não há mais repetição dos links no pé da página como havia na versão anterior

do site do jornal. O que permanece é a barra de ferramentas do Universo Online tal qual

há na parte superior da home page.

O conteúdo do site é de acesso exclusivo para assinantes do Universo Online.

Em breve, assinantes do jornal também poderão ler os textos na Internet.

(www.uol.com.br).

Embora o site do jornal tenha sido totalmente reformulado, ainda há a

transposição integral das matérias produzidas para a versão impressa.

5. O ESTADO DE S. PAULO - IMPRESSO E DIGITAL

5.1. IMPRESSO - ASPECTOS GRÁFICOS E TEXTUAIS

Caderno: Brasil

Circulação: Diária

A1) Aspectos gráficos

O Estado de S. Paulo conserva aspectos da diagramação tradicional. Está

dividido em seis colunas verticais. As matérias mais importantes são editadas nas

páginas de número ímpar tal qual a Folha. As edições dividem-se em Nacional,

Regional e São Paulo . O conteúdo do jornal é oferecido ao leitor em português e

inglês.
O jornal é dividido em cadernos: Primeiro Caderno, Economia, Cidades,

Caderno 2, Esportes, Empresas, Classificados, Agrícola, Informática, Estadinho,

Feminino, Casa & Família, Telejornal, Autos, Imóveis, Negócios e Empregos.

A primeira página é diagramada conforme padrões estabelecidos pela editoria do

jornal. Tamanho standard (54x 33cm) . Apresenta-se da seguinte forma:

- - Cabeçalho, disposto na parte superior da primeira página no qual consta


logotipo e informações como data, número, ano; linguagem colunas edição,
preço, nome do diretor e período da gestão
- - Manchete
- - Chamadas
- - Foto-legenda, também chamado de texto-legenda, legenda ampliada
que, em combinação ao número da página com a foto ou ilustração a que se
refere, para explicar o assunto abordado
- - Bandeira, título sem texto de chamada, com remissão para página ou
caderno
- - Sumário, pequenos textos de primeira página reunidos num quadro.
- - Notas e Informações (o resumo de um dos textos do editorial)
- - Tempo previsão do tempo na capital e estado
- - Índice, sumário e número de páginas, por editoria, que constam no
jornal daquele dia.

Como recurso gráfico o jornal adota com muita freqüência fios ou bigodes que

servem para separar os textos de anúncios ou qualquer outro material iconográfico.

Outros recursos gráficos bastante utilizados pelo jornal são a capitular e o olho.

Capitular é um recurso gráfico que consiste na utilização da primeira letra do texto em

tamanho maior que as demais. Olho é recurso de edição usado para anunciar os

melhores trechos do texto impresso.


A estrutura de texto jornalístico do Estado também é a da pirâmide invertida.

Porém, a edição do texto é um pouco diferente da que a Folha segue. Esta dividida

basicamente em:

- - Título
- - Olho
- - Assinatura de texto, com o nome da cidade, estado ou país. Serve para
localizar o leitor ao lugar cujo assunto se refere.
- - Texto
- - Retranca
- - Íntertítulo
As páginas do jornal possuem o mesmo padrão gráfico: fio-data, fio ou bigode,

canal, capitular, entrelinhamento, pé biográfico, olho, selo (marca visual de textos sobre

mesmo assunto) e boneco fotográfico.

A2)Aspectos de conteúdo
A seção de opinião do jornal está disponibilizada nas páginas A2 e A3 e divide-

se em:

- - Espaço Aberto, que traz a opinião de celebridades


- - Notas e informações, que traz a opinião do jornal sobre temas em
destaque no noticiário.
- - Expediente, seção na qual contém informações do jornal. Publicada no
canto superior esquerdo da página, traz os nomes dos diretores do Estado,
telefones para contato, endereço eletrônico, endereço da sede do jornal e
crédito do material fornecido usado na produção do jornal
- - Fórum de Debates, espaço aberto para opinião de leitores sobre temas
em destaque. Ocupa o canto esquerdo da página, logo abaixo do expediente
- - Fórum dos Leitores, que publica cartas dos leitores endereçadas á
redação. Ocupa quatro colunas no canto inferior direito, logo abaixo do
editorial.
Nas páginas de número A4 e A6, são publicadas a coluna Destaque, (A4) traz a

opinião de personalidades. Coluna do Estadão e a coluna Jogo Rápido, (A6) trazem

textos curtos sobre fatos políticos da semana.

Nas outras páginas, a ordem é de publicação é a seguinte: política, geral,

ciência e por fim, internacional. Há a coluna Breves na qual são publicados textos

curtos relacionados ao assunto abordado em cada editoria.

5.2. DIGITAL - ASPECTOS GRÁFICOS E TEXTUAIS

Editoria: Política, Internacional, Geral e Editoriais

Atualização: Diária
B1) Aspectos gráficos

Na edição online, o jornal está dividido por editorias. Cada editoria é um link

que remete o leitor ao conteúdo do texto. Neste estudo, foram utilizadas as editorias de

Política, Internacional, Geral e Editoriais. Elas correspondem ao conteúdo do Primeiro

Caderno da versão impressa do jornal.

A página de abertura do Estado está organizada de forma simples e clara para

atrair o leitor. Em cada página, há índice para retornar à capa ou navegar em outras

editorias. É possível determinar a página em que o leitor está: se esportes ou política,

por exemplo. Diagramação moderna. Formato em duas colunas. Utiliza cores para

distinguir as editorias. Tipologia igual para manchetes e chamadas. A manchete ocupa o

canto superior esquerdo da home page, e geralmente é acompanhada de1 foto-legenda

para ilustrá-la, seguida de 8 chamadas.

A estrutura gráfica da primeira página está organizada da seguinte forma: um

cabeçalho, disposto na parte superior, no qual consta logotipo e informações como data,

e links para:

- - Últimas notícias
- - Arquivo
- - Índice de notícias
- - Endereço eletrônico do jornal
- - Net Estado
- - Market Estadão
- - Negócios pela Internet.

No canto esquerdo da home page há links para Especiais, que contém textos

sobre Canudos; Portinari; Cinema e Cérebro; Suplementos: Agrícolas; Autos;

Empresas; Estadinho; Feminino; Franquias; Imóveis; Informática; Painel Negócios;

Telejornal; Viagem; Zap; Arte Digital - 3D; Ilustrações; Montagem e Colagem;

Variedades - Astral, Colunistas, Guia de TV, Há um século, Guias, Tempo, SuperQuiz;

Seu Bairro - Norte, Nordeste, Oeste, Leste, Gde SP Oeste e Gde SP Sul; Pesquisa:

Edições anteriores, Reportagens do Estado; Manual de Redação: Sites de Busca,

Assinaturas e Serviços, Assine já, Clube do Assinante, Atendimento ao Assinante,

Serviços, Brindes e Produtos; Grupo OESP; Fale conosco; Fórum e Mapa do Site.

Ao final da página, encontramos links para Suplementos: Editoriais, Colunistas,

Versão em Inglês do jornal, Diretório Estadão: JT Web Agência Estado, Rádio

Eldorado; Classificados, Assinaturas; Marketplace; Roteiros, Divirta-se; Guias Prêmio

Mídia Estadão, 1968 - Do sonho ao pesadelo; Microsoft Explorer para atualizar o

programa por meio de download do programa; Ao final de cada página é publicado o

direito autoral da empresa.

Embora bem organizada, as páginas do jornal são verticalizadas , que faz com

que o internauta tenha que rolar a barra de ferramentas para encontrar os links de

navegação de seu interesse.

O lay out de cada editoria do jornal é padronizado. Espaço em branco é

valorizado. Podemos dizer que há um fio-data com data, nome da seção e ícone para
NetEstado. Há utilização constante de índices e ícones como marca visual para

reportagens especiais.

Ao clicar na seção de seu interesse, o internauta terá à sua disposição, um índice

próprio além do proposto na home page. Este índice poderá remetê-lo a outras seções

do jornal. Não há banners nas páginas que contém matéria. Não é preciso ser assinante

da NetEstado para acessar a versão online e a seção "Arquivos" do jornal.

Ao final, há um e-mail para o leitor deixar seu comentário sobre as reportagens.

Há um botão para que o leitor retorne ao início da página. Os textos são separados por

fios. Em cada seção, ao final da página, encontramos links com assuntos relacionados à

editoria.

Na seção Editoriais, o texto está disposto no centro da página. Esta seção dividi-

se em Notas e Informações, Espaço Aberto, Painel do Leitor e Painel de Debates.

Durante a semana estabelecida para análise, foi verificado que não havia pé

biográfico com informações sobre o autor do texto. Raramente é usado algum recurso

de edição do impresso como olho ou capitular. Não há e-mail para contato com o leitor

nas páginas de opinião como no impresso. Formato de diagramação de uma coluna.

Na editoria Geral encontramos um ícone para Estadão na Escola, além de links

para: o suplemento Agrícola; Canudos, a guerra no sertão; MST, o filão da terra;

Índios; Cérebro; Cientistas Brasileiros; Caos; Plantas Medicinais;- A história da

Internet; e Brasil Pensa, que ocupa o canto superior direito da página.

E por fim, Internacional, na qual encontramos links destaques do New York

Times; Especiais: Albânia a terra dos extremos; Yeltsin, o coração da instabilidade;

Saddam, além do estereótipo; Israel, 50 anos.

B2)Aspectos de conteúdo
O jornal é transposto na íntegra para a versão digital, salvo alguns títulos de

matérias ou frases que compõe a linha-fina diferentes. No mais, o padrão de edição é o

mesmo adotado para a versão impressa. Apenas algumas notícias são alteradas por

conta de novos acontecimentos no decorrer do dia.

Em geral, as manchetes publicadas na versão digital são iguais as da versão

impressa. 61% das chamadas do impresso são publicadas no online.

Os textos estão alinhados ao lado esquerdo da página. Tipologia é a mesma para

título e texto. O que muda é a formatação e tamanho do tipo: itálico ou negrito.

Diagramação em 1 coluna. Não há gráficos para complementar os textos. Há pouca

utilização de fotos e ilustração: cerca de 5% do material produzido para a versão

impressa é publicado na rede (veja quadro pág. 47).

O lay out de cada editoria é padronizado. Em geral, cada matéria é publicada em

uma única página, ao contrário do impresso, em que a página é diagramada para

publicação de vários textos. Os banners estão dispostos somente na primeira página do

jornal.

O leitor navega no ciberespaço jornalístico do Estado por meio de links e

hipertextos. É possível determinar a página que ele está. Há um índice, localizado no

canto superior direito, que o remete à outras editorias do jornal. Ao final de cada página,

um botão para voltar ao início do texto.

Em geral, os textos de opinião são editados na íntegra. Curioso destacar que, na

seção Notas e Informações, que exprime a opinião do jornal, havia sempre um parágrafo

a mais que no impresso. Nas seções Painel do Leitor e Fórum de Debates não há e-

mail, telefone ou endereço da sede do jornal para contato com o leitor e em Espaço

Aberto, não havia informações sobre o autor do texto no final de cada página.
Durante o período de estudo, foi verificado que na editoria de política não havia

a Coluna do Estadão, publicada no impresso diariamente na página A6. Ao final deste

trabalho, em nova pesquisa realizada em início de dezembro, o site havia passado por

uma reformulação e esta coluna está agora disponível. (veja em Nota de atualização,

cap. 4.4 )

A estrutura textual para editar matérias na web é a mesma adotada pelo

impresso. Porém, há pouca utilização de recursos gráficos de edição. A matéria é

apresentada ao leitor da seguinte forma: título, olho, texto e recursos multimídia.

Alguns títulos de matérias ou frases que compõe a linha-fina são diferentes, mas o

assunto abordado é o mesmo. Ao clicar em um texto web, temos a possibilidade de

ouvir depoimentos de pessoas envolvidas no assunto em pauta ou ver algumas imagens

que complementam o trabalho do repórter.

É possível afirmar que existe material produzido especialmente para web. Há um

link na editoria de política sob o título Pesquisa InformEstado, com sondagem de

opinião realizada à época das eleições de 1998 sobre intenção de voto do eleitorado

brasileiro.

5.3.QUADRO COMPARATIVO - IMPRESSO E DIGITAL


409
401 401

170
impresso
128 digital

96

59
9

matérias chamadas material páginas


iconográfico

  100% do material impresso é


transposto na íntegra para a
versão digital do jornal.
  61% das chamadas do
impresso são publicadas no
digital.
  15% do material iconográfico
do impresso é publicado no
digital.
  Enquanto a versão impressa
publica 401 textos em
aproximadamente 128 páginas, a
digital publica 401 textos em 401
páginas.

5.4. NOTA DE ATUALIZAÇÃO

No início de dezembro de 1998, o site do jornal passou por algumas

modificações:

O lay out da primeira página exibe o logotipo no alto e no centro o endereço

eletrônico do jornal. Tipologia diferente para chamadas e títulos das matérias. Textos

mais curtos que na versão anterior. Alteração no padrão de cores para capa e editorias.

Há menos links que na versão anterior.


No canto superior esquerdo da home page há link para a NetEstado; Especiais

em que o leitor encontra conexão para a XXIV Bienal de SP; Cinema; Bossa Nova e

Dalí; Arte Digital, com links para 3D, Ilustração, Montagem e Colagem; Pesquisa nas

edições anteriores; Manual de Redação; Assinaturas; Fale Conosco; Forum; Mapa do

Site; Grupo OESP e English; Programa de busca. Há também um link para votação do

melhor site de 1998.

Logo abaixo da home page há um painel com notícias importantes do jornal. Há

também um índice geral em que o internauta pode escolher a seção de seu interesse.

Mais adiante, links para Editoriais, Espaço Aberto, Suplementos, Índice de notícias e

Colunistas JT WEB, Agência Estado, Rádio Eldorado, Diretório Estadão,

Classificados, MarketPlace, Listas Amarelas Assinaturas, Roteiro, Divirta-se, Guias.

Em seguida, link para Últimas notícias; Fac-símile da capa do impresso no

qual o leitor tem acesso direto às matérias do dia; Ícone sobre Vestibular 99; The Wall

Street Journal Americas; Download do Internet Explorer; Retrospectiva 1998; Fim de

semana e contagem regressiva para o ano 2000.

No pé da página, informações sobre direitos autorais do jornal.

Nas páginas que contêm matérias há botões que remetem o leitor às outras

editorias do jornal. Lay out padrão: texto alinhado ao canto esquerdo da página. Ao lado

superior direito, há links para índice geral, e outras editorias; Ao final da página, há

informação sobre direitos autorais e link para a NetEstado;

As seções de Política, Geral e Internacional, objeto de análise desta pesquisa,

contém agora, um quadro com foto e chamadas para as principais matérias. Logo

abaixo, há um índice com o restante das notícias, e-mail para o leitor enviar seu

comentário e os direitos autorais da empresa.

A Coluna Estadão passou a ser publicada, fato que não acontecia anteriormente.
6. ESPECIAL / ENTREVISTAS

Entrevista com o editor executivo da NetEstado, Luciano Martins, dezembro de

1998.

P: Por que a versão impressa de O Estado de S. Paulo na rede está na

íntegra? Existe alguma proposta para mudar a forma pela qual o jornal é publicado

na Internet?

R. O conteúdo está na íntegra porque essa é a melhor maneira de atender aos

leitores. Os leitores encontram na NetEstado todas as reportagens, editoriais e artigos do

Estadão, além de matérias em "tempo real" produzidas pela Agência Estado e matérias

especiais produzidas especialmente para a Internet por nossa equipe própria. A proposta

é mudar a cada quatro meses para melhorar o design, agregando novas ferramentas de

edição, mas com a mesma tendência de oferecer todo o conteúdo do jornal.

P: Quais são as normas básicas que a prática do jornalismo online do Estado

adota? Há estudos para elaboração de um Manual de Redação Online?

R. As normas básicas são: toda criação deve resultar de parcerias entre o

jornalista, o designer e um técnico. O jornalista seleciona e elabora os conteúdos, o

designer indica qual sua melhor apresentação e o técnico escolhe a ferramenta

adequada. A elaboração de todo conteúdo deve levar em consideração aspectos de cor e

recursos adequados. Por exemplo, uma matéria sobre tragédia nunca deve trazer

animações ou cores que denotem alegria.

P: Que aspectos gráficos da versão online do jornal você destacaria? Qual é o

design adequado para jornais na web?


R. O principal aspecto é a possibilidade de oferecer variados níveis de leitura

para cada tema, permitindo que o leitor se aprofunde conforme seu interesse ou sua

disponibilidade. Outro aspecto é a interatividade, que deve ser muito equilibrada e

inteligente, para não aborrecer o leitor. O design adequado não revela deslumbramento

com tecnologia nem com efeitos especiais. Eles devem ser usados com ponderação e

sempre em favor de mais conforto da leitura e mais eficiência na transmissão da

mensagem. Este é o caso extremo em que o meio é a mensagem. O design de jornais na

Web deve ser limpo e direto, as histórias devem ser contadas de forma não-linear, as

opções de extensão da leitura devem ser claras.

P: Qual o critério para edição de matérias do jornal online? Como é feito o

fechamento da edição online do Estado?

R: A edição é feita continuamente, pela atualização da área de últimas notícias.

Durante o dia, se os fatos justificarem, fazemos atualizações na homepage e em páginas

de seções. Por volta das 23 horas, atualizamos todo o conteúdo diário, colocando na

rede a edição do Estadão do dia seguinte.

P: Qual edição fecha primeiro: a impressa ou a digital?

R. A edição impressa fecha primeiro no sistema editorial Hermes e enquanto a

gráfica roda os exemplares em papel, se completa o fechamento da edição digital.

P: Há jornalistas no Estado que escrevem somente para a web, ou a edição

digital é feita com base na produção da redação do diário impresso?

R. Há jornalistas que só escrevem para a Web, embora eventualmente sua

produção seja aproveitada também no papel. Veja nossas edição de Futebol. Ali há

matérias feitas especialmente para a NetEstado, muitas vezes em cobertura ao vivo de

jogos importantes, de modo que o leitor pode ir acompanhando os fatos em seu


computador. Também temos colunistas exclusivos para a Web. Veja nossa edição em

Inglês.

P: Qual deve ser o perfil do jornalista na era digital? Como ele deve estar

aparelhado para se adaptar a essa nova mídia?

R. Essa resposta exige uma conversa de pelo menos duas horas. Vamos resumir

com a idéia de que a era digital é a maior revolução já produzida nas comunicações

humanas desde que Johann Gutenberg inventou a impressão com tipos móveis, em

1447. O jornalista da era digital deve ser capaz de filosofar sobre o que é a

comunicação. Ao tomar conhecimento de uma história, ele (a) deve ser capaz de

elaborar não apenas a narrativa em si, mas escolher a linguagem e o meio mais

adequados àquela história. Precisa ser capaz de encontrar rapidamente na rede

informações de suporte, o que exige conhecimento de outros idiomas e grande

capacidade de organização mental aliada à criatividade.

P: Que características fundamentais separam o jornalismo impresso do


digital?
R. O jornalismo impresso é produzido em função do "deadline", a linha de

tempo fatal para o final da edição, que é definida pelo setor industrial e pela logística de

distribuição, ou seja, quem define os padrões finais não é a redação. No jornalismo

impresso, tudo funciona no limite da capacidade industrial da empresa jornalística. No

jornalismo digital, o limite é a capacidade das pessoas (jornalistas, designers e técnicos)

de criar conteúdos interessantes com o uso de tecnologia adequada. Não há limite de

tempo nem a restrição do papel.

P: Os grandes diários utilizam os manuais de redação para normatizar os

critérios editoriais de seus jornalistas. Há critérios específicos para a versão digital?


R. Sim. O primeiro critério é a correção jornalística, ortográfica e gramatical.

Outro deles é a adequação do texto ao novo meio, respeitando-se as características da

leitura na tela. Há ainda o critério da escolha de formatação e linguagem para cada

história.

P: Qual seria o melhor caminho para selecionar informações úteis ao leitor

com a democratização do acesso à rede? Como garantir qualidade de informação em

meio a tanta oferta de informação?

R. O repórter precisa ter um critério muito afinado. Ele precisa aprender a buscar

informações em sites adequados. Dados sobre um cantor vou buscar em sua gravadora

ou em sua homepage oficial, nunca em fã-clube digital ou em sites não-oficiais.

Também não se pode confiar em informações obtidas por e-mail de pessoas não

credenciadas ou nas

correntes de mensagens. Deve levar em consideração que aquilo que ele colhe também

pode ser obtido pelo leitor diretamente na fonte. A diferença é que o jornalista está

treinado para ir mais rápido à fonte confiável.

P: Quem é o leitor online do Estado? O leitor do jornalismo impresso está

migrando para o digital? Há alguma pesquisa para medir o grau de satisfação desse

leitor?

R. O leitor online do Estado tem entre 25 e 40 anos, com uma divisão quase

igual entre homens e mulheres, predominando levemente o gênero masculino. Gente de

classe média para cima. Parte dos leitores de jornais está claramente migrando para a

leitura na tela, conforme declarado diretamente por eles em mensagens à redação da

NetEstado. Mas também ocorre de um leitor tomar conhecimento do jornal pela Internet

e se tornar assinante do jornal no papel, porque adquire o hábito da leitura e nem sempre

pode acessar a rede.


A última pesquisa de satisfação do leitor da NetEstado, realizada em novembro

deste ano, revelou um índice de 98% de aprovação. Desde maio de 1997, as avaliações

mensais nunca apontaram uma proporção menor do que 82% na aprovação do nosso

site.

P: Ao final de cada texto publicado no jornal online há um endereço

eletrônico para o leitor enviar sua opinião sobre as reportagens que leu. Quantos e-

mails a redação recebe por dia com esse tipo de comentário? Qual é o tratamento

dado a essas mensagens?

R. Recebemos cerca de 30 mensagens diárias. As mensagens são selecionadas

pela ouvidora-geral do Estadão, Cecília Thompson, que envia cópias aos destinatários e

cobra providências ou respostas.

P: Por que não há, na seção Espaço Aberto, informações sobre o autor do

texto no final de cada página?

R. Essa é uma boa sugestão. Acontece que essa seção é editada

automaticamente, e acrescentar outros dados exige uma mão-de-obra de que não

dispomos. Mas vamos estudar uma forma de resolver isso.

P: Por que o conteúdo do banco de dados do Estado está disponível a qualquer

leitor, uma vez que diários como a Folha restringem esse tipo de acesso?

R. Porque enquanto for possível preferimos oferecer esse serviço gratuitamente,

uma vez que no atual estágio da Internet no Brasil precisamos todos investir para criar

bons hábitos na rede. Um deles é o hábito de buscar conteúdo informativo para

trabalhos escolares e

profissionais. Quando pudermos oferecer um serviço de qualidade superior, que ainda

não existe nos sites brasileiros e isso justificar a cobrança, vamos pensar a respeito.
P: Durante análise realizada no período de 14/09 a 20/09/98 foram verificadas

diferenças gráficas e de texto que, hoje, já não existem mais. Por que a homepage do

Estado foi modificada?

R. Porque esse meio exige renovação constante, porque o formato anterior já não

permitia abrigar todo nosso conteúdo e porque já estava ficando desconfortável a

navegação no site. Logo depois (em novembro), fizemos uma mudança radical.

P: A informação online irá substituir a do papel impresso?

R. Sim. Num prazo ainda indefinido, a informação online vai substituir a

informação impressa em muitos casos, mas não em todos. Mas antes de o computador

acabar com os jornais, vai desaparecer o computador que nós conhecemos. Na verdade,

já está em desenvolvimento o computador que irá substituir as máquinas atuais e será o

meio de comunicação por excelência.

Entrevista com o gerente de produtos do Universo Online, Graciliano Toni, dezembro


de 1998.

P: Por que a versão impressa da Folha de S. Paulo está na íntegra na rede?

Há alguma proposta para mudar a forma pela qual o jornal é publicado na Internet?

R: A Folha vai na íntegra porque todo seu conteúdo é interessante para os

internautas. Ela pode ser lida por pessoas (por exemplo, pesquisadores no exterior) que

de outra forma não teriam acesso ao jornal ou leriam com grande atraso. A idéia é criar

cada vez mais conteúdo exclusivo para a Internet.

P: Quais são as normas básicas que o jornalismo online da Folha segue? Há

estudos para elaboração de um manual de redação online?


R: Na versão online, as normas são as mesmas do jornal impresso -na verdade, é

uma transposição integral. Imagino que a próxima versão do Manual da Redação inclua

tópicos sobre a Internet - que além de ser outra forma de veicular o jornal é ferramenta

de pesquisa.

P: Como são os aspectos gráficos da versão online do jornal? Qual seria a

melhor forma de organizar o design dos jornais na web?

R: Os logotipos seguem o padrão gráfico do jornal. Há menos material

iconográfico na Internet, tanto para evitar peso excessivo das páginas quanto por

dificuldades técnicas para uso de fotos e quadros (basicamente, o que é feito para o

papel não serve para a Internet).

P: Qual o critério para edição de matérias do jornal online? Como é feito o

fechamento da edição online da Folha?

R:A hierarquia na versão online é a mesma da impressa.

P: Qual edição fecha primeiro: a impressa ou a digital?

R: A versão digital começa a ser feita antes do fechamento do jornal e é

completada depois do jornal estar impresso.

P: Há atualização do jornal publicado na rede? Com que periodicdade ele é

atualizado?

R: Em casos excepcionais, como as eleições, há uma espécie de edição extra.

Está nos planos passar a fazer atualizações ao longo do dia.

P: A redação da Folha está produzindo para um espaço virtual? Há

jornalistas que escrevem somente para a web?

R: O Guia da Internet da Folha tem atualização 3 vezes por semana na Web.

Nenhum jornalista produz exclusivamente para a rede.


P: Qual deve ser o perfil do jornalista na era digital? Como ele deve estar

aparelhado para se adaptar a essa nova mídia?

R: Deve ser rápido, ter bom texto, ser atento, estar disposto a trabalhar em

horários não muito regulares, gostar de novas tecnologias. O perfil é mais de redator que

de repórter (embora nada impeça a divulgação de reportagens feitas para a Internet).

P: Que características separam o jornalismo impresso do digital?

R: O jornalismo digital é obviamente mais ágil. Permite o uso de som (como

fitas comprometedoras) e vídeo; o impresso tem vantagens gráficas e de portabilidade.

P: Os grandes diários controlam a informação impressa e o comportamento de

seus jornalistas por meio de manuais de redação. Como a Folha controla as

informações (e os jornalistas) na Internet?

R: Como a versão online é a transformação do material que é usado no jornal

impresso, nada muda no controle sobre os jornalistas.

P: Qual seria o melhor caminho para selecionar informações úteis ao leitor

com a democratização da rede? Como garantir a qualidade de informação?

O segredo é sempre buscar fontes confiáveis - como os jornais do Grupo Folha e

as revistas do Grupo Abril.

P: Quem é o leitor online da Folha? O leitor do jornalismo impresso está

migrando para o digital? Há alguma pesquisa para medir o grau de satisfação desse

leitor?

R: É jovem, de alto poder aquisitivo e escolaridade elevada - nos três casos, mais

que o do jornal impresso. Ainda não fizemos pesquisas de grau de satisfação.

P: Por que algumas seções reproduzem o conteúdo de outras? Durante análise

da home page da capa da Folha, foi verificado que os links das seções "opinião",

"charge", "painel do leitor" e "erramos" remete o leitor ao mesmo conteúdo. Seria


mais adequado permitir acesso somente ao seu conteúdo ou então agrupar o nome

das seções?

R: Nas páginas da Folha, essas seções também ficam agrupadas. Na verdade,

desta forma o internauta poupa uma etapa de navegação.

P: Você considera que o Universo Online está suficientemente preparado para

o desafio da era digital, em comparação à empresas do primeiro mundo, ou precisa

evoluir mais para atingir o padrão?

R: O UOL já tem audiência comparável à dos maiores sites do mundo, tem

conteúdo diversificado como o dos grandes portais de Internet, testa e aplica tecnologia

de ponta. Tem sim padrão de Primeiro Mundo.

P: O Brasil Online, primeiro jornal em tempo real em língua portuguesa,

poderá ser uma nova forma de jornalismo praticado para a Internet?

R: Quem faz jornalismo na Internet já se guia pelo Brasil Online.

P: A informação online irá substituir a do papel impresso?

R: Com certeza não em pouco tempo.

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Internet é uma nova mídia e ainda está em processo de amadurecimento.

Desde que os jornais entraram no mundo digital, em 1995, poucas modificações foram

feitas na forma de editar o jornal na rede. Online significa em tempo real, e o que

encontramos hoje nas versões digitais de jornais como Folha de S. Paulo e O Estado de

S. Paulo, são algumas notícias atualizadas, o que não é o suficiente em se tratando da

velocidade com que estamos recebendo informação. O jornal publicado atualmente não
é um trabalho original, embora adquira outra dimensão quando transportado ao espaço

virtual.

Em geral, há a transposição integral do seu conteúdo para a rede e as notícias ainda

são oferecidas sob o ponto de vista do material impresso. Não há uma forma

estabelecida para redação jornalística online. Inclusive, as normas seguidas na produção

e edição de notícias web são as mesmas que constam nos manuais de redação da versão

impressa dos dois jornais. O que muda é a forma de distribuição de notícias, sobretudo

em relação ao design, desenvolvido para melhor apresentar o jornal ao leitor.

Jornalismo online é uma nova concepção na rede. É jornalismo para a Internet e não

na Internet. Portanto, há que se encontrar um formato e uma linguagem mais adequados

para publicá-lo. É preciso reinventar o jornalismo e adaptá-lo a esse novo meio. Este

modelo que aí está não irá satisfazer o ciberleitor por muito tempo - se é que ainda o

satisfaz, pois o planejamento da redação jornalística para web ainda é feito sob o ponto

de vista do leitor de mídia impressa.

Durante a década de 60, McLuhan33[33] já insistia em que a era da cultura

escrita havia passado e que era urgente compreender a natureza, as características

e efeitos das novas formas de comunicação baseadas nas tecnologias eletro-

eletrônicas, nas quais todos estavam integral e irremediavelmente imersos desde

então. (Sevcenko, 1998, p.5-6 ).

Dizia que, quando uma tecnologia é introduzida num ambiente social, ela não

cessa de agir nesse ambiente até a saturação de todas as instituições: um novo meio

nunca se soma a um velho, nem deixa o velho em paz. Ele nunca cessa de oprimir os

velhos meios, até que encontre para ele novas configurações e posições34[34].

33[33]
Herberth Marshall MCLUHAN foi professor de literatura inglesa no Canadá, formulou diversas teorias sobre as redes de
comunicação que está imerso o Homem na era da eletrônica, da cibernética , da automação, e que afetam profundamente sua visão e
sua experiência do mundo, de si mesmo e dos outros. Morreu em 1980. Éscreveu, entre outros, "Os meios de comunicação como
extensão do homem".
34[34]
Marshall MCLUHAN. Os meios de comunicação como extensão do homem, ps. 199 e 203, 1964
Para ele, os donos dos meios de comunicação sempre se empenham em dar ao

público o que o público deseja, porque percebem que a sua força está no meio e não na

mensagem ou na linha do jornal.

8. ANEXOS

Em busca do jornalismo da era digital


Sonia Aguiar*

Um veículo de comunicação quase tão instantâneo quanto o rádio e


mais ágil que a tevê, com recursos visuais que misturam design,
fotografia, vídeo, animação e realidade virtual, mas com as mesmas
possibilidades de detalhamento e análise de assuntos e
acontecimentos de um jornal ou de uma revista de informação. Que
nome darmos a isto? Ciberjornalismo?

Fizemos esta pergunta a vários jornalistas de publicações especializadas em informática


e editores(as) de sites de veículos impressos na Internet, além de pesquisadores do
programa de pós-graduação em Comunicação da Universidade Federal da Bahia
(Facom/Ufba), que, no Brasil, são os pioneiros na investigação sobre o impacto cultural
do chamado “ciberespaço”. Marcos Palacios, pesquisador da Ufba, por exemplo, prefere
a expressão “jornalismo digital”.

– Trata-se de um jornalismo multimídia que usa como suporte as redes informáticas e


que tem como característica essencial o fato de ser massivo e interativo,
simultaneamente, ao contrário da TV, que é massiva mas não interativa, ou do telefone,
que é interativo porém não massivo. Outra importante característica do J.D., que o
distingue do jornalismo tradicional, é o fato de que as notícias, neste novo formato, não
são "circuladas" mas sim "disponibilizadas". Isso implica que tem que haver um
"movimento ativo" do consumidor potencial em acessar aquela informação. Some-se a
tudo isso a característica da personalização (o consumidor pode "formatar" seu jornal
de acordo com seus interesses e preferências) e teremos um perfil básico do J.D.

Anna Catarina Siqueira, editora da revista Internet World, também não é muito
a favor do termo "ciberjornalismo".

– Acho que o que muda, no caso, é o formato do veículo, que passa o ser on-line. A
prática e a atividade do jornalismo continuam sendo as mesmas. By the way, eu o
definiria como um jornalismo dinâmico, em tempo real, como nos moldes do rádio e da
televisão; mas com a possibilidade de irmos mais a fundo (já que o formato permite), e
aí lembramos os moldes do jornal. Acho que é uma junção da prática exercida em
todos esses meios com um algo mais. Vou tentar explicar em termos práticos: se um
fato extremamente importante ocorre (como a queda do Fokker da Tam, por exemplo),
o usuário sabe que a qualquer momento que acessar um serviço on-line de notícias vai
encontrar informações novas e atualizadas. Ou seja, as noticias estarão lá esperando
por ele, sendo complementadas a cada instante. É diferente do jornal, que o leitor só
verá no dia seguinte, ou do rádio e da TV, aos quais o ouvinte/espectador tem que
ficar atento, caso contrário perde os flashes ao vivo.

Luis Leiria, redator da editoria internacional de O Globo e colaborador da


Internet World, chama a atenção para importância do conteúdo das
publicações digitais em relação às novas tecnologias, como o shockwave, que
tornam necessário dominar as técnicas da multimídia para a produção de um
ciberjornalismo eficiente. “O ciberjornalismo será tanto mais eficaz quanto
puder oferecer um conteúdo interessante aos seus ciberleitores...”, pondera.
Cora Rónai, editora do caderno Informática e etc, considera que a principal
diferença entre o “ciberjornalismo” e o “jornalismo, puro e simples” está no
tratamento da notícia, pois, “essencialmente, o trabalho do ciberjornalista é o
mesmo que o do jornalista ‘comum’: correr atrás da notícia e fazê-la chegar ao
seu público da forma mais rápida, honesta e interessante”.

Silvia Gomide, repórter do Caderno de Informática de O DIA, acha que o


“ciberjornalismo” é algo que ainda precisamos descobrir.

– Ainda temos que saber como dar notícias nesse novo meio que é a Internet, aonde a
falta de padrões e de experiências nos deixa a todos tateando no escuro. O
ciberjornalismo tem como grande vantagem a igualdade de oportunidades para todos
os jornalistas plugados na rede. Ou seja, a informação está ali disponível para o
jornalista brasileiro, americano, africano. Não importa onde, geograficamente, a
pessoa está e sim como e onde ela vai buscar informação (claro que a estrutura de
telecomunicações do país faz diferença).

Fernando Villela, supervisor editorial da revista Internet.br, considera que


“jornalismo digital” e “ciberjornalismo” têm o mesmo significado, com uma
ressalva:

– Ciberjornalista seria um profissional que utiliza a Internet (o ciberespaço) como


ferramenta de trabalho. Não que ele tenha que utilizar só esse meio, mas que tenha
intimidade com a rede e a use em apoio/complemento às maneiras tradicionais de se
obter informação e contactar as pessoas.
Ele aponta duas maneiras de utilização da rede para fins jornalísticos:
a) digital > analógico: busca de informações no meio digital, pesquisa e entrevistas
com pessoas no ciberespaço, direcionadas para publicações em papel, não digitais.
Exemplo: “nós, da Internet.br, assim como jornalistas de revistas especializadas ou
cadernos de informática, que trazem dados do ciberespaço para publicações
tradicionais em papel”.
b) analógico > digital: transforma informações analógicas e publicadas em papel em
sites na Internet. Levam pessoas (que às vezes nem tiveram contato com a Internet
antes) para entrevistas no ciberespaço. Exemplo.: webmasters, jornalistas de jornais
digitais como JB On-line e Globo On, Universo On-line (UOL) e de revistas e zines na
Internet. Em alguns casos, o ciberjornalista pode exercer as duas funções; uma não
exclui a outra.
Daniel Deivisson, subeditor do JB On-line, concorda com esta dupla vertente
da Internet: a de ferramenta de apoio à pesquisa para os meios de
comunicação convencionais, como jornais, TV, rádio, e a de criação de uma
nova forma de se fazer jornalismo, que ele prefere tratar como "jornalismo
digital", tema de um trabalho acadêmico por ele desenvolvido. Para Luiz
Augusto Siqueira, jornalista do programa Hipermídia, o Jornalismo on-line” é
aquele que cobre o mundo virtual ou digital. E para Ana Redig, editora do
Jornal da Cidadania on-line, a definição simplista seria "jornalismo via Internet".

Mas penso que “ciberjornalismo” ultrapasse essas barreiras. Na verdade, a rede


permite – e exige – que você trate todo tipo de informação com o mesmo peso da
informação jornalística, incluindo aí os CGIs, formulários etc. Creio que os
ciberjornalistas estão no início de um processo de transformação da informação (se
me permite a rima). Aquilo que nos foi ensinado como informação mais importante
para o texto jornalístico está se ampliando. Cabe a nós experimentar, muito e muito, e
traçar este novo caminho.

Opinião semelhante tem Helio Hara, editor do Globo On, para quem o
jornalismo on-line pode ser considerado “a migração do jornalismo para a
Internet”, que se caracteriza “pela dinâmica que permite alterar/adicionar
notícias ao longo do tempo”, aumentando a interatividade e permitindo criar
núcleos, comunidades virtuais agrupadas em torno de temas de interesse. “Se
fosse para um dicionário”, o chefe da diagramação de O Globo e criador da
página Bit Bit Sputnik, Cláudio Prudente, definiria “ciberjornalismo” como o
"jornalismo da e para a rede". O termo teria que explicar o fato novo de o
jornalista e seu leitor dividirem o mesmo canal, todos transmitindo e
recebendo. Gustavo Gindre, integrante do Fórum Nacional pela
Democratização da Comunicação (FNDC) também chama atenção para esta
forma de comunicação extremamente interativa, que permite intercâmbio
maior entre quem produz e quem recebe a mensagem.

– É justamente deste ponto-de-partida, quase consensual, que surgem os problemas.


Acredito que as fronteiras da categoria profissional serão totalmente redesenhadas.
Questões como registro profissional e copyright vão mudar bastante. Com a chegada
da fibra ótica até o consumidor final, a Internet estará apta a transmitir som e imagem
de alta qualidade em tempo real. Esta mudança vai nos trazer uma gama tão grande de
opções que o jornalismo tenderá a se diluir em um complexo informacional, reunindo
diversão, marketing, reportagens, filmes e muito mais. Falar em interatividade remete
automaticamente à segmentação de mercado. Cada leitor fará suas próprias escolhas.
A função de um editor será incrivelmente esvaziada. E, ao contrário do que esta última
frase, de forma isolada, pode deixar transparecer, nunca se fará tanta edição quanto no
“ciberjornalismo” (especialmente, a partir de uns cinco/dez anos pra frente).

Cecília Queiroz, diretora da Puente – Projetos de Comunicação e Editora, vai


ainda mais longe nas suas previsões:

– Pode demorar um mês, um ano ou uma década. Mas o certo é que os cibernautas
vão tomar conta da distribuição da informação e cada vez mais o papel vai ser
abolido. Isto não quer dizer, é claro, que o jornal tradicional vai morrer. Afinal, muita
gente adora ler jornal no ônibus, na praia, na cama ou no banheiro e o ciberjornal
não tem tanta mobilidade; mas que ele vai perder cada vez mais espaço para as
informações on-
line, não resta dúvida. O impacto do ciberjornalismo hoje é o equivalente ao impacto
do radiojornalismo das décadas passadas.

*Sonia Aguiar é Doutora em Comunicação pela UFRJ e professora de Jornalismo do


Departamento de Comunicação da Universidade Federal Fluminense (UFF)

Do papel à multimídia

Todos concordam que essa mídia exige uma nova linguagem que ainda
está sendo esboçada, tateada, testada, na própria prática da Internet,
como aconteceu nos primeiros tempos da televisão, quando o que saía
das telinhas em preto e branco tinha a cara do teatro e o som do rádio,
assim como muitas publicações on-line ainda estão presas à metáfora do
papel.

Ivson Alves, editor das publicações do Sindicato dos Jornalistas Profissionais


do Município do Rio de Janeiro (que ainda não tem home page) e “dono” da
“página não-oficial” dos jornalistas cariocas, atribui a semelhança das publicaç
ões on-line com os jornais analógicos em parte a um problema técnico: a
banda passante é muito lenta para as aplicações multimídia intensivas. Mas
acha também que os jornalistas do ciberespaço ainda não encontraram um
meio de usar bem a "linkagem", que tornaria mais rico o acesso à informação
em tempo (quase) real. “Creio que o ciberjornalismo poderia ser divertido como
a TV, mas sem o sentido de fragmentação deste meio; rápido como o rádio,
mas com um sentido de contextualização maior; e reflexivo como a imprensa
escrita, mas utilizando bem a técnica do link, habilidade da Internet que, na
minha opinião, é a mais específica do meio e pode ser o ingrediente básico
desta "salada" que me parece ser o ciberjornalismo."

Marcos Palacios – Ainda estamos num momento de transição. Como já disse


McLuhan, cada vez que uma nova tecnologia comunicacional entra em uso,
nos tornamos todos novamente analfabetos. Mas acho que continuar dizendo
que os jornais digitais são meras transposições é ignorar os avanços. O
Universo Online é um bom exemplo nacional de busca de novas formas. A
experimentação é essencial.
Por incrivel que pareça, a vasta maioria das faculdades e cursos de
Comunicação no Brasil ainda não incluiu o Jornalismo Digital como disciplina
curricular e prática laboratorial.

Ana Redig – Embora predomine a metáfora do papel, há inovações, como os


chats – que aproximam os veículos do leitor, tratando-os justamente como
usuários e não como simples "esponjas" de informação. A maior dificuldade
está em nos livrarmos do modelo da imparcialidade fria. A informação através
de rede coloca todos no mesmo patamar. A hierarquia do saber jornalístico cai
por terra diante da interatividade com o leitor. E nós, jornalistas, precisamos de
tempo para descermos do pedestal e reconhecermos que não somos os donos
da verdade. Mesmo assim, acredito que chegaremos a uma nova linguagem
mais rapidamente quando os veículos tiverem equipes maiores para
produzirem on-lines mais independentes de suas publicações impressas.

Fernando Villela – Pelo que observo, percebo que o terreno ainda está sendo
explorado e isto vai sendo feito devagar, até porque a rede ainda está se
desenvolvendo e não temos aqui no Brasil uma estrutura a jato. Eles [os
serviçios noticiosos] estão começando a encontrar uma linguagem aos poucos,
mas realmente estão ainda pensando linearmente, com a lógica mecânica e
reducionista do papel. O hipertexto é holístico, expansionista, mas ainda não foi
tão explorado o quanto merece (esse dia ainda chegará). No momento, ele foi
atropelado pelos encantos da multimídia, o som, a imagem e o movimento, que
vão chegando na rede, e depois ainda vem o video. Mas, quando a poeira
baixar, o deslumbre tecnológico passará e então essa linguagem vai
novamente chamar atenção para o seu potencial. Maktub!

Silvia Gomide – Algumas publicações on-line estão encantadas com os


recursos gráficos da rede e lidam com problemas de poluição visual em suas
páginas; outras ainda estão buscando uma linguagem mais adequada para o
meio. É complicado e só o tempo e a experiência vão dizer o que é melhor. Por
exemplo: o ciberleitor quer notícias curtas para ler on-line ou prefere notícias
longas, para
baixar e imprimir e poder curtir seu jornal? Provavelmente, o ideal é uma
mistura dos dois. As questões são muitas e todos ainda estamos aprendendo.

Cláudio Prudente – Certamente eles ainda não encontraram sua linguagem. A


leitura no computador é diferente. Existem links, scripts, animações, sons, isso
faz a diferença. A Internet é seletiva. Ainda não vi nenhum serviço jornalístico
na Web que esteja sendo editado com essa nova linguagem e acompanhando
suas constantes mudanças. Todos ainda apenas fornecem os textos dos seus
jornais.
Só que crescem os novos recursos multimídia. Isso certamente irá impor,
rapidamente, uma nova linguagem.

Cora Rónai – Todos nós ainda estamos presos ao que se chama “metáfora do
papel”, que tem um peso cultural fortíssimo. A linguagem própria da mídia
eletrônica, mais especificamente da Internet, ainda está em formação. A gente
já tem algumas pistas do caminho que vai seguir, mas este é um processo de
evolução natural, maior do que as pessoas eventualmente envolvidas com ele.

Gustavo Gindre - Por enquanto, todos ainda mantêm as referências da


linguagem escrita. O que não é de estranhar. Como Pierre Levy mostra em
Tecnologias da inteligência, trata-se de construir um novo paradigma de
cognição, em resposta a um outro que está aí há milênios. Isto vai nos custar
um tempo. Quanto aos caminhos a seguir, creio que teremos, grosso modo,
duas opções, ambas interessantes. A primeira, chamaria de “quantidade”: um
veículo de comunicação vai produzir uma quantidade enorme de informações,
24 horas por dia, disponibilizando tudo. Quem fará o recorte será o leitor,
provavelmente auxiliado por programas de procura e seleção automática
dentro da rede. A
segunda, de “qualidade”: um veículo vai se voltar para determinado conteúdo,
produzindo material extremamente especializado para um público segmentado.

Anna Catarina - Acho que as publicações e serviços de notícias on-line estão


no caminho certo, mas devem procurar inovar sempre, pois a Internet permite
e, mais ainda, exige inovações, já que apresenta possibilidades inesgotáveis. O
Globo On, por exemplo, embora se detenha em reproduzir as notícias do jornal
impresso, procura sempre colocar um complemento on-line, indicar links afins e
abrir espaço
para grupos de discussão sobre o tema em questão. [O JB-Online foi o
precursor destes recursos, lembra Ana?]

Daniel Deivisson - Posso falar muito pelo JB Online, onde trabalho. Aqui o
nosso objetivo é manter, pelo menos por enquanto, a força e a magia dos
textos do Jornal do Brasil. Por outro lado, utilizamos novas formas de apuração
e escrita em nosso serviço AJB Extra, que serve justamente de testes para
esta nova linguagem. A meu ver, o jornalista digital precisa pensar na forma de
expor o seu texto, através do hipertexto, e toda a contextualização do mesmo.
A Internet possibilita e requer que os seus textos tenham ligações com outros,
tanto dentro de seu site como em sites externos. Acredito que, por exemplo, as
suites ficam mais fáceis de serem feitas. Basta escrever as novidades e
remeter o leitor a textos anteriores que contenham a versão inicial do fato.
Imagine o caso Daniela Perez na Internet! Iria poupar a paciência do leitor, já
que ele teria o direito de escolher se quer ou não ver matérias anteriores.

Na mídia mais democrática que já foi inventada, como alguns


exaltam, haveria espaço para a convivência de grupos gigantes da
mídia e os “nanicos” de uma imprensa que se quer alternativa ao
modelo hegemônico?

Marcos Palacios – Sim, da mesma forma que uma imprensa alternativa (se é
que esse termo tão desgastado ainda merece continuar em circulação) sempre
conviveu com a grande imprensa. Considerando os baixos custos do novo
suporte eletrônico, a proliferação é potencialmente ainda maior. Talvez seja
esse o grande problema: quem tem tempo para tanta alternatividade????

Fernando Villela – SIM!!! Sou otimista! Mas não ao ponto de achar que a
imprensa alternativa irá competir financeiramente com os serviços noticiosos. A
imprensa alternativa pode auto-sustentar-se e existir sim, aos montes, na
Internet, e isso é maravilhoso, porque significa mais informações sem filtro. É
barato manter uma publicação digital, por isso elas sempre irão existir no
ciberespaço. E convivendo e disputando, com certeza, a atenção do público,
contra os grande serviços noticiosos. Agora, se elas serão capazes de gerar
verba no mundo digital, em oposição à imprensa oficial, aí a questão é outra.
E, sinceramente, não creio que os pontos mais importantes dessa relação
"grandes x alternativos" no mundo digital estejam em cima do imediato retorno
financeiro.

Ana Redig – Não só acredito como luto por ela. O que falta, hoje, é visão
empresarial. Os anunciantes ainda não perceberam que este é o meio de
comunicação mais barato e de maior alcance que existe e ainda programam
sua mídia baseados em dados e índices de audiência que nada têm a ver com
o universo on-line. O Jornal da Cidadania on-line, por exemplo, tem um
pequeno apoio e consegue uma média de 1.100 acessos por edição
[quinzenal]. Assim que os empresários perceberem que vale a pena investir em
um veículo que tem um público selecionado e fiel, esta "imprensa alternativa"
vai tomar fôlego e ganhar corpo, podendo criar uma equipe paralela que atenda
melhor às demandas da rede.

Cecília Queiroz – Não sei como é que nós vamos conseguir fazer um
jornalismo alternativo auto-sustentável. Nem sei como é que o pessoal de
publicidade vai conseguir mensurar o retorno da rede cibernética. Só sei que
este é o futuro e o jeito de sobreviver vai depender de criatividade,
reconhecimento do meio, número de visitas e, principalmente, credibilidade do
ciberjornal. O que eu posso dizer é que há muitas idéias no mercado. Para
você ter uma idéia, quando criamos a home page da Puente, queríamos
apenas um canal para divulgar os nossos livros (Colunistas Brasileiros, Cursos
para Jornalistas no Exterior, Guia Brasileiro de Comunicação Empresarial e
Assessorias de Imprensa e Fontes de Informação). Aí, começamos a ter
algumas idéias e várias pessoas nos mandaram mensagens propondo
assuntos de interesse. Dessas propostas, desenvolvemos a Vitrine Profissional
e o Midia Press e agora estamos disponibilizando um espaço para jornalistas
de todo o Brasil e do exterior colocarem suas matérias e seus artigos, mesmo
que eles não tenham sido veiculados em outros meios de comunicação.

Luis Leiria – Sim, desde que encontre seu nicho específico. É impossível um
grupo de jornalistas montar uma empresinha para concorrer com os grandes
jornais...Mas foi possível o Viberti criar o Cadê?, começando como um hobby, e
acho que é possível criar belas e boas publicações sobre o mundo on-line,
desde que oferecam um bom conteúdo, difícil ainda de achar, pelo menos em
língua portuguesa. As revistas on-line de games estão explodindo na rede...
Os exemplos são muitos, é só pôr a imaginação para funcionar. É claro que
ainda está para se provar se é possível fazer com que uma publicação dessas
dê dinheiro. Mas só quem sai à chuva é que se molha...

Cora Rónai – A Web está evoluindo mais rápido do que se podia imaginar e
manter um site atraente hoje custa muito dinheiro. Ainda assim, acho que
nunca foi tão barato montar uma publicação nanica; se esta publicação for
suficientemente criativa e original para despertar o interesse de um número
significativo de pessoas, despertará também o interesse de patrocinadores
e/ou anunciantes.

Gustavo Gindre – A Internet tem padrões de aculturação que, acho, têm sido
pouco explorados. Questões como os limites de formato e o uso padronizado
do inglês são marcas da rede. (...) Dito isto, é inegável que a Internet abriu
brechas históricas na comunicação de massa (em que pese o fato de que os
grandes conglomerados da área começam a pesquisar a fundo como ganhar
dinheiro na rede, acabando com estas ondas de coisas gratuitas. Quem viver
verá!). O caso já clássico da repercussão de Chiapas mostra bem isso.

Silvia Gomide – Eu decididamente espero que sim!! Acho que isso pode
revolucionar e democratizar a imprensa como existe hoje. E nessa resposta
não podia faltar os meus parabéns a vocês e ao excelente trabalho que vêm
realizando. [A gente agradece, ruborizada... :-)) ]

Mas ninguém parece querer arriscar uma receita de sucesso na


utilização da Internet, do ponto de vista jornalístico. Pesquisar,
experimentar, explorar, arriscar, ousar, criar, interagir, aprender
foram os verbos mais utilizados pelos entrevistados de Conex@o
para o enfrentamento dos desafios que a Internet impõe. Com diz
Silvia Gomide:

– Ainda há muita, mas muita coisa mesmo, a ser explorada na rede do ponto de vista
jornalístico. O potencial é enorme. O segredo é ter a sacação do que o leitor precisa e
como se pode fornecer isso a ele. No uso da rede como forma de disseminar
informações, a principal diferença é a democratização do espaço, uma vez que é muito
mais fácil e barato ter uma home page do que montar um jornal (óbvio). Passa a valer,
então, a máxima da criatividade: quem fizer um trabalho original, criativo e útil pode
ter sucesso na Internet.

Ou, como alerta Gustavo Gindre:

– Acho que, em todas as áreas, lucraremos muito quando percebermos que trata-se
de um novo padrão cognitivo. E a partir disso, redesenharmos todas as nossas
aplicações tecnológicas. Isto significará uma redefinição de várias profissões: artistas
gráficos, jornalistas, publicitários, “informatas” em geral,
bibliotecários, etc. A rede não será uma nova ferramenta de trabalho, mas um novo
paradigma estruturante das relações coletivas. Para o jornalismo, creio que falta quase
tudo. Afinal, por enquanto fazemos o clássico e o disponibilizamos na rede. Isso é usar
o novo com as mãos de ontem.

FIFTH ANNUAL MIDDLEBERG/ROSS


MEDIA IN CYBERSPACE STUDY REVEALS:

JOURNALISTS' INTERNET ACCESS


APPROACHES UNIVERSALITY

Web's Original News Content Exploding


NEW YORK CITY, March 2, 1999 - Journalists now use the Internet as frequently and
as comfortably as they use the telephone. Not coincidentally, both the number of Web
sites among traditional print media and the amount of original content on those sites are
exploding. These and other far reaching findings were released today at a news
conference unveiling the "Media Relations in Cyberspace" 1998 study, the largest
survey of journalists' use of the online medium. The news conference was sponsored by
Business Wire.
The annual survey has been conducted jointly for the past five years by Associate
Professor Steven S. Ross of the Columbia University Graduate School of Journalism
and the public relations firm of Middleberg + Associates.
"Growth in the use of the Internet as a common journalistic tool for research and for
distribution has happened over a remarkably short timespan," said Professor Ross, co-
author of the survey with Don Middleberg, CEO of Middleberg +
Associates.
"The exploding use of the Internet by journalists has forever transformed the practice of
public relations," said Mr. Middleberg. "There are now countless opportunities to
communicate to new and old audiences, especially journalists, in the medium of their
choice - the Internet. This impacts how we help companies build brands, enhance
shareholder value and employee moral, reach government and academic communities,
and, of course, sell more products and services.

KEY FINDINGS OF FIFTH ANNUAL


"MEDIA IN CYBERSPACE STUDY":

New Findings · Newspapers, which had tended to keep newsrooms separate at the start
of the new media age in 1994, have now joined their print and new media sides.
Operations are completely shared in more than half the nation's newsrooms, and are
totally separate in only 13%. In fact, newspapers and magazines are now quite similar
in their accommodations for new media.
For handling new sources and new providers of story ideas, journalists rank the Internet
second in importance, after the phone (magazine - 42%) and in-person contact
(newspapers - 56%).
Trends · Original content on Web sites grew enormously in 1998. Only 22% of
newspaper respondents with Web sites said their sites had less than 5% original
content. This compares with 39% of the respondents in 1997 -- a huge
cut in one year! For magazines, the drop was from 27% to 11% -- nearly three-fold.
Thus, 1998 marks a historic moment -- news organizations have now clearly broken
away from their tendency to use on-line technology (Web sites usually,
but not always) as a distribution device more than as a new medium.
Growth in Internet access among journalists increased significantly in the past few
years, and now approaches universality. Only 2% of the respondents to this year's
survey either said they had no access, or did not answer the question at all. That
compares to 37% in the fall 1995 survey, and 9% last year.
Almost six out of every 10 respondents to the question on access say their publication,
or portions of it, are already on line! That's a small increase from 1997, but double the
25% recorded in 1995. Only 6% of the magazine respondents say they
have no plans to go on line. Only 10% of the newspaper respondents say they have no
such plans.
Use of the Web is gaining in breaking news situations. After hours or in a crisis,
journalists for both magazines and newspapers were most likely to call "other interested
parties/community groups/emergency services" first.
Magazine journalists were most likely to call industry experts next, and go to the
company's Web site third. Newspaper journalists said they'd go to the Web second, and
call industry experts third Photos and camera-ready art, along with electronic images,
are strongly preferred over slides and other transparency forms; slides are preferred by
only about one editor in 10.
Journalists still get their story ideas the old-fashioned way -- from sources, story leads
provided in-person, and from press releases; however, there has been a slight increase in
journalists using story ideas from the Web.
Respondents took note of "favorite" and "obnoxious" sites. CNN.com and
NYTimes.com received the most mentions as "favorite" sites, followed by MSNBC,
WashingtonPost.com and USA Today. Sites that showed up on both lists: The Drudge
Report, Amazon.com, MSNBC, CNN, Bloomberg, and AOL. Many journalists said
they found any slow-loading site "obnoxious."
Over the four years between the start of the first survey and the cutoff date for return of
the fifth, the number and circulation of daily newspapers continued to erode. In part this
is due to merging and closing of newspapers, and in part to merging of daily and
Sunday staffs. The magazine industry, in contrast, continues to grow.

IMPLICATIONS FOR JOURNALISM - PROFESSOR ROSS

"The exciting news is in the growth of content specifically for online services. But 1998
shows the downside of '24 by 7' news distribution. Journalists often got the story
wrong, concentrated on breaking news rather than features, and skirted long-standing
ethical practices concerning privacy and sourcing.
"Although news organizations blamed the influence of Web journalism for many
missteps in Clinton impeachment coverage, in fact the major media Web sites were
following their print products. Although technically it is possible for Web sites to scoop
print, newspapers have not yet allowed this, for economic reasons. Thus, the term 'news'
when used to describe impeachment stories on the Web, often was a misnomer."

ABOUT THE STUDY:

The Middleberg/Ross "Media in Cyberspace" study was conducted jointly by Steven


Ross, Associate Professor at The Columbia University Graduate School of Journalism
and Don Middleberg, CEO of Middleberg + Associates, a New York public relations
firm. The fifth annual study was sent to 3,400 newspaper and magazine editors
throughout the country, including all daily newspapers as well as "Sunday-only" papers.
Computer-related outlets were excluded. There was a 13% response rate among
journalists working for daily newspapers and an 8% response rate among those at
magazines.

ABOUT THE AUTHORS:

Steven S. Ross graduated from Columbia University's Graduate School of Journalism


where he is now Associate Professor of Professional Practice, teaching new media,
national reporting and computer-assisted reporting. A former magazine and newsletter
editor, Professor Ross has written 18 books on business computing and environmental
issues, including his latest on computer multimedia. He has been doing survey work for
many years, and has authored a statistics book. He recently took a leave from teaching
to help the American Press Institute produce and deliver online training for newspaper
journalists and management.
Don Middleberg is Chairman and CEO of Middleberg + Associates, an independent
public relations and interactive communications firm in New York City that specializes
in media relations, Internet communications, research, and strategic counseling. Mr.
Middleberg is a noted author and lecturer on public relations and marketing, and has
appeared before many industry groups and educational forums. In January 1999, Inside
PR magazine named Middleberg + Associates "Best Agency of the Year" in the small-
to-medium size category. Among the firm's clients are: CBS MarketWatch.com, Datek
Online, The Dreyfus Corporation, The Equitable, Lucent Technologies,
Nickelodeon, and Prodigy Internet.

9. LINKS

American Journalism Review - http://ajr.newslink.org

Comitê Gestor da Internet - http//:www.cg.org.br

Editor e Publisher Home Page - http://www.mediainfo.com

El país - http//:www.elpais.es

Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo - http://www.eca.usp.br

Folha de S. Paulo - http://www.uol.com.br/fsp

Guia da Imprensa Brasileira na Net - http://preview.com.br/med.htm

Instituto Gutenberg - http://www.igutenberg.com.br

Intercom - http://www.intercom.org.br

Labjor - http:www.unicamp.br/nudecri/labjor

Middleberg + Associates - http://www.middleberg.com

Museu da Imprensa / Portugal - http://www.imultimedia.pt

Observatório da Imprensa - http://www2.uol.com.br/observatório

O Estado de S. Paulo - http://www.estado.com.br

Perfil dos usuários http//:www.ibope.com.br

Parem as máquinas - http://www.uol.com.br/internet/parem


Revista HotWired - http://www.hotwired.com

Universidade do Vale do Rio dos Sinos - http://ccc.unisinos.tche.br

Universidade Federal da Bahia - http://www.facom.ufba.br

Universidade Yale - Manual de estilo e produção de Web sites -

http://www.info.med.yale.edu/caim/manual

10. BIBLIOGRAFIA

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