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3º BIMESTRE
• fato jurídico em sentido estrito: causas naturais, que apesar de não controlarmos podem
interferir em nossos direitos. São coisas que acontecem naturalmente, sem podermos intervir,
mas é um evento da natureza que vai modificar, criar ou extinguir nossos direitos.
• ato (aquele que tem vontade das partes, todo ato jurídico é lícito, se for ilícito é explícito) jurídico
em sentido amplo
• ato jurídico em sentido estrito: acontecimento em conformidade com a lei. Como por exemplo
a emancipação, pois todos os efeitos da emancipação já estão prescritos na lei, não posso
escolher os efeitos da maioridade.
• negócio jurídico: está dentro dos fatos jurídicos, só acontece a partir da vontade. O contrato é
o negócio jurídico por excelência. O dever jurídico pode nascer de uma relação jurídica
contratual, como uma compra e venda, de uma lei ou de um ato ilícito. Os efeitos são escolhidos
pelas partes, como pagamento e etc. Art. 107, se a lei não falar sobre os efeitos, quem decide
são as partes, ou seja, apenas se for expressamente exigido por lei é que não será decidido
pelas partes, exemplo, registrar imóvel no cartório de imóveis é a lei que assim decide, mas a
negociação não.
VALIDADE:
Deve ter um agente capaz, ser um ato lícito, possível determinado ou determinável, forma
prevista ou não defesa em lei. A validade requer agente capaz, mas não diz que deve ser
relativamente ou totalmente. Qual a incapacidade?
→ Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
I - por incapacidade relativa do agente;
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.
• ato ilícito: art. 186 e 187, dão o fundamento do que é um ato ilícito. A partir desse ato passa a
existir uma obrigação de reparação do dano. No art. 927 é mostrada a obrigação de indenizar
por aquilo que é responsável, pelo dano que causou, independentemente de culpa. Não posso
escolher os efeitos do que fiz, é tudo previsto em lei.
→ Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
→ Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons
costumes.
→ Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a
repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos
especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano
implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
Obs: procuração perde a força com a morte da pessoa. Só tem força em negócio jurídico entre
vivos. Após a morte, apenas com testamento.
→ Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos
negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos
reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.
O que é imóvel segue a regra dos imóveis, mas mesmo que eu esteja falando de um carro que
está em uma herança (art. 108), também deve ser feito por escritura pública. Art. 80 e art. 108 –
são iguais nesse parâmetro, é equiparação sempre que se tratar de herança.
→ Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do
que ao sentido literal da linguagem.
→ Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar
de sua celebração.
REPRESENTAÇÃO:
• Negócio jurídico com si próprio: quando você compra um apto por um valor e revende por outro
muito maior, pois já sabia que ia haver um investimento ali. É anulável.
EFICÁCIA:
• Condição é algo futuro, e incerto. Não tem data certa, e nem sabe-se se realmente irá
acontecer.
Os elementos de validade estão à arbítrio das partes? Não, a lei quem diz, exemplo da
capacidade. Já no caso da eficácia dá para selecionar alguns elementos, exemplo: algo só vai
acontecer se você fizer certa coisa, é são elementos acidentais. Todos os elementos acidentais
são critérios de eficácia. Segue abaixo cláusulas comumente encontradas em doações.
→ Art. 121. Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das
partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto.
Se nada for dito quando um pai doa um imóvel para um filho, é válido e eficaz ao mesmo tempo.
Não se presume elementos de eficácia, estão ao arbítrio das partes e não do legislador. Pode-
se se jogar os efeitos para frente, condicionado a um evento futuro e incerto.
Condição: art. 121. Subordina o fato do negócio jurídico a evento futuro e incerto.
→ Art. 122. São lícitas, em geral, todas as condições não contrárias à lei, à ordem pública ou
aos bons costumes; entre as condições defesas se incluem as que privarem de todo efeito o
negócio jurídico, ou o sujeitarem ao puro arbítrio de uma das partes.
Deve ser algo lícito, que eu consiga cumprir.
→ Art. 124. Têm-se por inexistentes as condições impossíveis, quando resolutivas, e as de não
fazer coisa impossível.
“Te empresto meu carro enquanto você estiver em Marte.” É resolutiva, mas é impossível, sendo
assim, tira a condição impossível e continua o negócio jurídico.
Negócio jurídico realizado em 23.08.15, e se menciona o dia da colação de grau em tal dia, é um
evento futuro e incerto, se por acaso colarmos grau em 10.10.2018. Até se colar grau fica
suspenso o negócio, ou seja, até eu colar o grau não recebo a casa prometida. Tem efeito infinito,
sem fim. Se for “quando”, é suspensiva.
→ Art. 126. Se alguém dispuser de uma coisa sob condição suspensiva, e, pendente esta, fizer
quanto àquela novas disposições, estas não terão valor, realizada a condição, se com ela forem
incompatíveis.
Uma condição é totalmente incompatível com a outra, e sendo assim não tem como realizar.
Sendo assim, se mantém a primeira, e se exclui a segunda.
→ Art. 127. Se for resolutiva a condição, enquanto esta se não realizar, vigorará o negócio
jurídico, podendo exercer-se desde a conclusão deste o direito por ele estabelecido.
“Você irá morar nesse imóvel até se formar”. Até que a pessoa se forme, ela viverá naquele
imóvel, após a colação de grau, irá ter que se retirar. Tem feito finito e definido, existe um fim,
um término de uma situação. Se for “até que”, é resolutiva.
→ Art. 128. Sobrevindo a condição resolutiva, extingue-se, para todos os efeitos, o direito a que
ela se opõe; mas, se aposta a um negócio de execução continuada ou periódica, a sua
realização, salvo disposição em contrário, não tem eficácia quanto aos atos já praticados, desde
que compatíveis com a natureza da condição pendente e conforme aos ditames de boa-fé.
Você tem o carro até que você leve uma multa, ao levar, é obrigada a devolver o carro. Mas
também não é obrigada, por exemplo, a pagar o aluguel do carro por isso, tudo o que aconteceu
antes é válido. Se quiserem negociar algo novo, será a partir desse acontecimento.
→ Art. 129. Reputa-se verificada, quanto aos efeitos jurídicos, a condição cujo implemento for
maliciosamente obstado pela parte a quem desfavorecer, considerando-se, ao contrário, não
verificada a condição maliciosamente levada a efeito por aquele a quem aproveita o seu
implemento.
Se impõe uma condição, a da colação de grau, por exemplo. No entanto, você fica tentando
impedir que se cumpra essa obrigação, para que maliciosamente a pessoa não consiga e você
não precise cumprir com a sua obrigação. Arrependimento não é causa para invalidade de causa
jurídica. Caso seja comprovada a má fé, o negócio jurídico se tem como concretizado.
× Subrrogação pessoal: trocar um devedor pelo outro. / Subrrogação real: trocar uma coisa
por outra. Exemplo: trocar um apto por outro, por que a pessoa ficou paraplégica, e não pode
subir até o quarto andar sem um elevador. No entanto, é uma cláusula restritiva e tem efeito
imediato. Portanto, não se encaixa aqui.
→ Art. 130. Ao titular do direito eventual, nos casos de condição suspensiva ou resolutiva, é
permitido praticar os atos destinados a conservá-lo.
→ Art. 131. O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito.
Exemplo: dia 31.12.2015, evento futuro, porém é certo! Termo é evento futuro e certo, tem data
certa para acontecer. Direito adquirido desde logo, exercício fica suspenso.
→ Art. 133. Nos testamentos, presume-se o prazo em favor do herdeiro, e, nos contratos, em
proveito do devedor, salvo, quanto a esses, se do teor do instrumento, ou das circunstâncias,
resultar que se estabeleceu a benefício do credor, ou de ambos os contratantes.
→ Art. 134. Os negócios jurídicos entre vivos, sem prazo, são exeqüíveis desde logo, salvo se a
execução tiver de ser feita em lugar diverso ou depender de tempo.
→ Art. 135. Ao termo inicial e final aplicam-se, no que couber, as disposições relativas à condição
suspensiva e resolutiva.
→ Art. 136. O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito, salvo quando
expressamente imposto no negócio jurídico, pelo disponente, como condição suspensiva.
Encargo é uma recessão a liberalidade, não suspende nem o exercício e nem a aquisição do
direito, é modal. Lhe dou algo, mas você tem que fazer outra coisa. Exemplo: lhe dou esse imóvel,
mas você precisa construir uma igreja aqui.
→ Art. 555. A doação pode ser revogada por ingratidão do donatário, ou por inexecução do
encargo.
→ Art. 137. Considera-se não escrito o encargo ilícito ou impossível, salvo se constituir o motivo
determinante da liberalidade, caso em que se invalida o negócio jurídico.
Encargo é restrição à liberdade, existe uma doação modal. Ao receber algo, você também recebe
uma obrigação. Tudo o que necessita ser mantido dá muito trabalho, então é uma doação com
peso. É mais fácil fazer como condição, porque então a pessoa não é dona do negócio, ela
apenas usufrui e você consegue fiscalizar de maneira mais simples. Quando ocorre uma doação
modal, não se tem como controlar o que acontece depois. Tem que então revogar, o que é um
processo muito trabalhoso e extenso.
4º BIMESTRE:
× Prescrição está vinculada diretamente ao direito subjetivo e nasce da violação desse direito,
sempre questões monetárias, nunca conectada a direitos da capacidade. Todos os direitos de
crédito são prescrição. Decadência também é um instituto que se instigue com o tempo, no
entanto, é um direito que eu me manifesto sozinho, como dolo, erro, coação, são direitos
decadenciais (4 anos). É decadência porque posso entrar na justiça indiferente do outro, e a
prescrição só vai ocorrer se ocorrer uma violação (de um pagamento por exemplo).
Na prescrição extingue o direito de pedir em juízo, mas o direito não se extingue, não existe mais
a possibilidade de agir. Já na decadência se extingue o próprio direito.
A decadência pode ser convencionada pelas partes. Exemplo: quando você faz um contrato e
escolhe o prazo.
Art. 210. Se for convencionada você pode renunciar e o juiz não pode reconhecer de juízo.