You are on page 1of 73

CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU

PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

Aula 04

Olá, pessoal!

Esta é a quarta e última aula do curso de Administração para Técnico do MPU,


itens 1, 2 e 6. Espero que vocês tenham gostado do curso e que ele possa
ajudá-los na aprovação. Nesta aula, veremos os seguintes itens:

Aula 04 – 09/04: 6 Legislação administrativa. 6.1 Administração direta, indireta


e funcional. 6.2 Atos administrativos. 6.3 Requisição. 6.4 Re-
gime jurídico dos servidores públicos federais: admissão, de-
missão, concurso público, estágio probatório, vencimento
básico, licença, aposentadoria.

Neste conteúdo, apesar da disciplina ser de Administração, eles cobram conte-


údos relacionados com o direito administrativo. O item dos atos administrati-
vos também consta da disciplina de direito administrativo. Nas provas em que
o CESPE também cobrou dentro de Administração, não fugiu daquilo que é
visto em direito. Veremos aqui os pontos mais importantes.

Boa aula e boa prova!

Sumário

1. ADMINISTRAÇÃO DIRETA, INDIRETA E FUNCIONAL ............................................ 2

1.1. DESCENTRALIZAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO ................................................................... 3


1.2. ADMINISTRAÇÃO INDIRETA...................................................................................... 6
1.3. NOVAS FIGURAS ADMINISTRATIVAS PÓS-PLANO DIRETOR ............................................... 11

2. REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES PÚBLICOS ............................................... 21

2.1. PROVIMENTO .................................................................................................... 22


2.2. VACÂNCIA ....................................................................................................... 28
2.3. DIREITOS E VANTAGENS ....................................................................................... 29
2.4. APOSENTADORIA................................................................................................ 43

3. ATOS ADMINISTRATIVOS .................................................................................. 47

3.1. REQUISIÇÃO..................................................................................................... 50

4. QUESTÕES COMENTADAS ................................................................................... 52

4.1. LISTA DAS QUESTÕES ......................................................................................... 68


4.2. GABARITO ....................................................................................................... 73

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 1


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

1. Administração Direta, Indireta e Funcional


O Decreto-Lei nº 200 de 1967 tratou da composição da Administração Pública
Federal, asseverando que esta compreende:

A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na


estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios;
A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de
entidades, dotadas de personalidade jurídica própria:
⇒ Autarquias;
⇒ Empresas Públicas;
⇒ Sociedades de Economia Mista.
⇒ Fundações públicas.

Quando o Decreto estabeleceu a distinção entre administração direta e indire-


ta, não significa que antes não haviam estruturas descentralizadas com perso-
nalidade jurídica própria. Bresser Pereira afirma que a primeira autarquia foi
criada em 1938. O que o DL200 fez foi reforçar esta distinção, deixando bem
clara a presença de entidades com autonomia administrativa, o que iria ser o
grande centro da reforma. Vimos na aula passada que a sua grande caracterís-
tica foi a descentralização para a administração indireta.

Já outros normativos trazem uma classificação com três tipos de entidades:


administração direta, indireta e funcional (ou fundacional). A Lei 8.429/1992,
por exemplo, dispõe “sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos
casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou
função na administração pública direta, indireta ou fundacional”. Já a
936/2006 da prefeitura de Manaus, que estabelece a estrutura organizacional
do Poder executivo, define que:

Art. 2º O Poder Executivo organiza-se em estrutura:

I – básica – constituída pelos órgãos e entes que desenvolvem atividades es-


senciais de Governo, na gestão de bens e interesses qualificados da popula-
ção,compreendendo:

a) administração direta, os que exploram e executam os serviços ao adminis-


trado, sem passar por interposta pessoa, constituindo a administração superi-
or do Poder Executivo, nível em que são formadas as decisões político-
estratégicas e as diretrizes e prioridades de ação, representada pelos Secretá-
rios e autoridades equivalentes;

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 2


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

b) administração indireta, os providos de personalidade jurídica própria, sob a


forma de autarquias, empresas públicas e sociedades de economia mista, dire-
tamente ligados ao Chefe do Poder Executivo ou vinculados a Secretarias;

c) administração funcional, as fundações mantidas ou subvencionadas pelo


poder público, ligadas diretamente ao Chefe do Poder Executivo ou vinculadas
a Secretarias;

Nesta aula, as fundações serão vistas dentro da administração indireta, como


coloca o Decreto-Lei 200/1967.

1.1. Descentralização e desconcentração


É sempre bom conhecermos as definições de autores que as bancas gostam de
usar. E um deles é a Maria Sylvia Zanella Di Pietro, segundo a qual:

Descentralização é a distribuição de competência de uma para outra pes-


soa, física ou jurídica. Difere da desconcentração pelo fato de ser esta uma
distribuição interna de competências, ou seja, uma distribuição de compe-
tência dentro da mesma pessoa jurídica; sabe-se que a Administração Pú-
blica é organizada hierarquicamente, como se fosse uma pirâmide em cujo
ápice se situa o Chefe do Poder Executivo. As atribuições administrativas
são outorgadas aos vários órgãos que compõem a hierarquia, criando-se
uma relação de coordenação e subordinação entre uns e outros. Isso é feito
para descongestionar, desconcentrar, tirar do centro um volume grande de
atribuições, para permitir seu mais adequado e racional desempenho. A
desconcentração liga-se à hierarquia. A descentralização pressupõe a exis-
tência de, pelo menos, duas pessoas.

A desconcentração compreende o processo de distribuição de competência


dentro da mesma pessoa jurídica, na hierarquia. Já a descentralização envolve
a existência de outra pessoa jurídica para quem é repassada a competência.

Por exemplo, o Ministério do Trabalho criou superintendências regionais do


trabalho e emprego nos estados da federação. Reparem que foram criados
vários órgãos, que não possuem personalidade jurídica própria. Elas fazem
parte da administração direta, subordinadas ao MTE. Estamos diante da des-
concentração.

Já a Fundacentro – Fundação Jorge Duprat Figueiredo, de Segurança e Medici-


na do Trabalho, é uma fundação pública vinculada ao MTE, integrante da ad-
ministração indireta. Ela possui personalidade jurídica própria e não está
subordinada administrativamente ao Ministério, que exerce apenas um contro-
le finalístico. Estamos diante da descentralização. Segundo seu estatuto:

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 3


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

§ 1º A FUNDACENTRO goza de autonomia didático científica, administrativa


e de gestão financeira e patrimonial, conforme dispõe o § 2 o do art. 207 da
Constituição.

A desconcentração ocorre com a criação de órgãos, que não são dotados de


personalidade própria. Já a descentralização pode ocorrer para uma entidade
da administração indireta ou para o setor privado. Sempre deve existir uma
segunda pessoa jurídica que recebe as atribuições.

Podemos falar ainda em centralização, que é a prestação de um serviço público


diretamente por certa pessoa política, por meio de seus órgãos, centros de
competência sem personalidade jurídica. É a própria pessoa política, agindo
por intermédio de seus órgãos, quem está executando diretamente certa tare-
fa. Ela pode ser então desconcentrada, quando se criam os órgãos.

Assim, a desconcentração pode ocorrer no interior de uma pessoa política,


como União, estados e municípios, ocorrendo uma primeira distribuição de
competências entre seus Ministérios ou secretarias. Estes, por sua vez, distri-
buem parte de suas competências entre órgãos inferiores, integrantes de sua
estrutura. Ela também ocorre dentro das entidades administrativas, como o
INSS, uma autarquia, que cria superintendências regionais nos estados.

Segundo a Lei 9.784 de 1999:

§ 2º Para os fins desta Lei, consideram-se:

I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração


direta e da estrutura da Administração indireta;

II - entidade - a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica;

Portanto, órgão não possui personalidade jurídica, ele é o resultado da descon-


centração, que pode ocorrer de diferentes formas: em função da matéria, com
a criação, por exemplo, do Ministério da Saúde, da Fazenda, etc.; em razão da
hierarquia, criando-se órgãos superiores e subordinados; ou por motivos geo-
gráficos, como as superintendências regionais do MTE nos estados. Segundo
Hely Lopes Meirelles:

Órgãos públicos são centros de competência instituídos para o desempenho


de funções estatais, através de seus agentes, cuja atuação é imputada à
pessoa jurídica a que pertencem. São unidades de ação com atribuições es-
pecíficas na organização estatal. Cada órgão, como centro de competência
governamental ou administrativa, tem necessariamente funções, cargos e
agentes, mas é distinto desses elementos, que podem ser modificados,
substituídos ou retirados sem supressão da unidade orgânica.

O autor traz uma classificação dos órgãos públicos, quanto à posição estatal:

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 4


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

Órgãos Públicos quanto à Posição Estatal

Órgãos Independentes: definidos na CF88 e representativos dos Poderes do


Estado. Não possuem subordinação hierárquica e somente são controlados uns
pelos outros. Ex.: Congresso Nacional, Câmara dos Deputados, Senado Federal,
Chefias do Executivo, Tribunais e Juízes, Ministério Público e Tribunais de Contas.
Órgãos Autônomos: subordinados diretamente à cúpula da Administração.
Têm ampla autonomia administrativa, financeira e técnica, caracterizando-se
como órgãos diretivos, com funções de planejamento, supervisão, coordenação e
controle das atividades que constituem sua área de competência. Seus dirigentes
são, em geral, agentes políticos nomeados em comissão. São os Ministérios e
Secretarias, bem como a AGU e as Procuradorias dos Estados e Municípios.
Órgãos Superiores: Detêm poder de direção, controle, decisão e comando
dos assuntos de sua competência específica. Representam as primeiras divisões
dos órgãos independentes e autônomos. Ex.: Gabinetes, Coordenadorias,
Departamentos, Divisões, etc.
Órgãos Subalternos: São os que se destinam à execução dos trabalhos de
rotina, cumprindo ordens superiores. Ex.: portarias, seções de expediente, etc.

Outra classificação é quanto à estrutura dos órgãos:

Órgãos Simples: também conhecidos por unitários, são aqueles que


possuem apenas um único centro de competência, sua característica
fundamental é a ausência de outro órgão em sua estrutura, para auxiliá-lo
no desempenho de suas funções;
Órgãos Compostos: em sua estrutura possuem outros órgãos menores,
seja com desempenho de função principal ou de auxilio nas atividades, as
funções são distribuídas em vários centros de competência, sob a
supervisão do órgão de chefia.

Quanto à atuação funcional:

Órgãos Singulares: decidem e atuam por meio de um único agente, o


chefe. Os órgãos singulares possuem vários agentes auxiliares, mas sua
característica de singularidade é expressa pelo desenvolvimento de sua
função por um único agente, em geral o titular.
Órgãos Coletivos: decidem pela manifestação de vários membros, de
forma conjunta e por maioria, sem a prevalência da vontade do chefe, a
vontade da maioria é imposta de forma legal, regimental ou estatutária.

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 5


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

1.2. Administração Indireta


A administração indireta é composta por entidades de direito público e de di-
reito privado. A diferença entre esses dois tipos ocorre em função da sua for-
ma de criação: entidades de direito público são criadas diretamente por lei
específica; entidades de direito privado são criadas pelo registro de seu ato
constitutivo, após autorização em lei específica. Segundo a CF88:

XIX - somente por lei específica poderão ser criadas empresa pública, soci-
edade de economia mista, autarquia ou fundação pública;

XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a
instituição de empresa pública, sociedade de economia mista e de fundação,
cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atu-
ação;

Este inciso foi alterado pela Emenda Constitucional 19 de 1998. Surgiu então
uma discussão em torno da criação das fundações públicas, que, segundo a
nova redação, não seriam criadas por lei, mas sim teriam sua criação autoriza-
da por lei. O STF analisou essa mudança e foi estabelecido que, atualmente, há
duas modalidades de fundação pública: as de direito público e as de direito
privado. Aquelas são criadas por lei específica; estas, pelo registro do ato
constitutivo, após autorização em lei específica.

Assim, autarquias e fundações públicas de direito público são criadas por lei.
Fundações públicas de direito privado, empresas públicas e sociedades de eco-
nomia mista têm sua criação autorizada por lei e são criadas pelo de seu ato
constitutivo. A lei específica autoriza a instituição da entidade; a partir desta
autorização, o chefe do Poder Executivo edita o ato constitutivo da entidade,
sob a forma de decreto; este decreto é levado a registro na Junta Comercial ou
no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso; com a efetivação do
registro a entidade adquire personalidade jurídica.

Outro ponto em relação às entidades da administração indireta está no seu


controle. De um lado, a entidade da Administração Indireta tem o direito de
exercer com certa independência a atividade a ela cometida por lei (capacidade
de autoadministração); de outro, tem o dever de exercer esta atividade, tam-
bém com base nos termos postos na lei. Tal noção é essencial para que pos-
samos entender a extensão do controle exercido pelos órgãos centrais da
Administração sobre as entidades da Administração Indireta a eles vinculadas.

Segundo Maria Sylvia Zanella di Pietro:

Disso resultam dois aspectos concernentes às entidades que exercem servi-


ços públicos descentralizados: de um lado, a capacidade de auto-
administração, que lhes confere o direito de exercer, com independência, o

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 6


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

serviço que lhes foi outorgado por lei, podendo opor esse direito até mesmo
à pessoa política que as instituiu. De outro lado, o dever de desempenhar
esse serviço, o que as coloca sob fiscalização do Poder Público; este precisa
assegurar-se de que aquela atividade que era sua e foi transferida a outra
pessoa política seja exercida adequadamente

Portanto podemos definir a tutela ou controle finalístico como o controle exer-


cido pelos órgãos centrais da Administração Direta sobre as entidades da Ad-
ministração Indireta a eles vinculadas, nas hipóteses expressamente previstas
em lei e na forma por esta estabelecida. Não há relação de subordinação, de
hierarquia, entre a Administração Direta e as entidades da Administração Indi-
reta, mas sim um controle finalístico.

Na esfera federal a tutela é denominada supervisão ministerial e tem como


objetivos, segundo o art. 26 do Decreto-lei 200/67:

I – a realização dos objetivos fixados nos atos de constituição da entidade;


II – a harmonia com a política e a programação do Governo no setor de
atuação da entidade;
III – a eficiência administrativa;
IV – a autonomia administrativa, operacional e financeira da entidade.

a) Autarquias
As autarquias são pessoas jurídicas de direito público, instituídas diretamente
por lei específica, para o desempenho de atividades típicas de Estado, gozando
de todas as prerrogativas e sujeitando-se a todas as restrições estabelecidas
para a Administração Pública Direta. Para Di Pietro, a autarquia é:

A pessoa jurídica de direito público, criada por lei, com capacidade de auto-
administração, para o desempenho de serviço público descentralizado, me-
diante controle administrativo exercido nos limites da lei.

As autarquias não são subordinadas à Administração Direta, mas apenas vin-


culadas aos seus órgãos centrais, para fins de tutela. As autarquias possuem
natureza jurídica de direito público, a exemplo das pessoas políticas. Em virtu-
de disto são criadas diretamente pela lei instituidora, sem necessidade de re-
gistro. É importante ressaltar que essas entidades detêm poder de auto-
administração, mas não de auto-organização; em outras palavras, possuem
capacidade de gerir a si próprias, mas dentro dos parâmetros estabelecidos
pela lei instituidora, os quais não detêm competência para alterar. Sua perso-
nalidade jurídica de direito público e o fato de exercerem atividades tipicamen-
te estatais são seus diferenciais quanto às demais entidades da Administração
Indireta.

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 7


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

As autarquias são consideradas um serviço público personalizado, expressão


que indica a natureza de sua atividade (sempre prestação de serviços tipica-
mente estatais) e o fato de constituírem uma pessoa jurídica, com capacidade
de adquirir direitos e contrair obrigações em nome próprio.

A natureza de direito público das autarquias assegura as mesmas prerrogati-


vas e privilégios das pessoas políticas, dentre eles o processo especial de exe-
cução, previsto no art. 100 da CF e nos art. 730 e 731 do CPC; os prazos
dilatados em juízo; o duplo grau de jurisdição obrigatório; o juízo privativo na
Justiça Federal, quando federais; a impenhorabilidade de seus bens; a imuni-
dade tributária; a autoexecutoriedade de seus atos, entre tantos outros.

b) Fundações Públicas
As fundações são figuras jurídicas oriundas do direito privado, constituídas pela
atribuição de personalidade jurídica a um patrimônio e pela sua destinação a
um fim específico, sempre de caráter social. Elas são constituídas por um pa-
trimônio particular com o objetivo de prestar, sem fins lucrativos, um serviço
de índole social, como saúde, educação e assistência.

As fundações públicas coincidem com as fundações privadas no que tange à


finalidade social e ao objeto não-lucrativo, só que é o Poder Público que cria a
entidade, afetando para tanto parcela do patrimônio público.

Alguns autores admitem a participação de capital privado nas fundações públi-


cas. Contudo, a maioria entende que ela deve ser formada exclusivamente por
recursos públicos. O que se aceita é que a fundação, depois de criada com
recursos exclusivamente públicos, possa receber também recursos de particu-
lares para a manutenção de suas atividades.

Na esfera federal, o Decreto-Lei 200/67 define essa entidade como:

A entidade dotada de personalidade jurídica de Direito Privado, sem fins lu-


crativos, criada em virtude de autorização legislativa, para o desenvolvi-
mento de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de
Direito Público, com autonomia administrativa, patrimônio gerido pelos res-
pectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recursos da Uni-
ão e outras fontes.

No que se refere às fundações públicas de direito privado, são elas regidas por
um regime jurídico híbrido, em parte público e em parte privado. Segundo Di
Pietro, “quando a Administração Pública cria fundação de direito privado, ela se
submete ao direito comum em tudo aquilo que não for expressamente derro-
gado por normas de direito público”.

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 8


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

Entretanto, em muitos casos será o direito público aplicável às fundações pú-


blicas de direito privado, por exemplo, no que concerne ao controle administra-
tivo; ao controle externo a cargo do Poder Legislativo, auxiliado pelo Tribunal
de Contas; à necessidade de lei específica para autorizar sua criação e extin-
ção; à vinculação à finalidade da lei que as instituiu; à legitimidade passiva
para responder em ação popular; à necessidade de contratação de seus em-
pregados por concurso público; à obrigatoriedade de procedimento licitatório,
previsto na Lei 8.666/93, para a celebração de seus contratos; à equiparação
de seus empregados aos servidores públicos para diversos fins; à imunidade
tributária recíproca etc.

c) Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista


Sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de direito privado, inte-
grantes da Administração Indireta, criadas pelo registro de seu ato constituti-
vo, após autorização em lei específica. Elas possuem capital
majoritariamente público e sempre sob a forma de sociedade anônima, para
o desempenho de atividade econômica de produção ou comercialização de
bens, ou para a prestação de serviços públicos.

Empresas públicas são pessoas jurídicas de direito privado, integrantes da


Administração Indireta, criadas pelo registro de seu ato constitutivo após auto-
rização em lei específica. Até aqui é igual às SEM. A diferença é que seu capital
é exclusivamente público. Elas também não possuem uma forma jurídica
específica, podendo ser constituídas sob qualquer forma jurídica admitida em
Direito, para o desempenho de atividade econômica de produção ou comercia-
lização de bens, ou para a prestação de serviços públicos.

Podemos perceber que as empresas públicas e as sociedades de economia


mista são entidades com personalidade jurídica de direito privado, independen-
temente da atividade desempenhada, a qual pode consistir na exploração de
atividade econômica ou na prestação de serviços públicos.

As empresas públicas e sociedades de economia mista, apesar de ostentarem


personalidade de direito privado, ora são regidas por regime jurídico de direito
público, ora de direito privado. Quando explorarem atividade econômica de
produção ou comercialização de bens, área tipicamente privada, serão regidas
principalmente pelo regime jurídico de direito privado, equiparando-se às de-
mais empresas atuantes no mercado quanto aos direitos e obrigações comerci-
ais, civis, trabalhistas e tributários. Aplica-se o art. 173 da CF88.

Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta


de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 9


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme


definidos em lei.
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de
economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de
produção ou comercialização de bens ou prestação de serviços, dispondo sobre:
I – sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade;
II – a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive
quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários;
III – licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observa-
dos os princípios da Administração Pública;
IV – a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e fiscal
com a participação de acionistas minoritários;
V – os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos adminis-
tradores.
§ 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão go-
zar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado.

Já as empresas estatais que atuam na prestação de serviços públicos subordi-


nam-se precipuamente ao regime administrativo, de direito público, conforme
o disposto no art. 175 da CF.

Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime
de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de servi-
ços públicos.
Parágrafo único. A lei disporá sobre:
I – o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públi-
cos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as
condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão;
II – os direitos dos usuários;
III – política tarifária;
IV – a obrigação de manter serviço adequado.

As empresas públicas e sociedades de economia mista, em virtude do disposto


no art. 173, § 2º, da CF, não podem gozar de qualquer privilégio ou benefício
fiscal não extensivo às empresas do setor privado. Desse modo, moratórias,
anistias, isenções, entre outros benefícios e privilégios fiscais, só podem ser
usufruídos pelas empresas governamentais se forem de caráter geral, ou seja,
passíveis de gozo também pelas empresas privadas.

O objetivo da regra é claro: impedir uma concorrência desleal por parte das
empresas públicas e as sociedades de economia mista frente às empresas pri-

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 10


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

vadas. Tal situação facilmente se configuraria se estas entidades administrati-


vas pudessem usufruir de benefícios tributários exclusivos, o que permitiria
que atuassem a um custo menor que seus concorrentes da iniciativa privada,
em evidente prejuízo para estes.

Esta regra alcança todas as empresas públicas e sociedades de economia mista


em cuja área de atuação exista competição com a iniciativa privada, seja a
mesma atividade econômica em sentido estrito, seja prestação de serviços
públicos propriamente ditos. Por outro lado, se não houver competição com o
setor privado, a empresa estatal, seja qual for sua atividade, poderá usufruir
de benefícios e privilégios fiscais exclusivos.

Todas as empresas públicas e sociedades de economia mista são obrigadas a


se valer do instituto da licitação para a contratação de suas obras, compras e
serviços. A diferença é que a EC 19/98 veio autorizar, no caso das explorado-
ras de atividade econômica, que seja editada uma lei trazendo um estatuto
próprio de licitação, observados tão somente os princípios daquele previsto
para a Administração Pública em geral (CF, art. 173, § 1º, III). Ainda não foi
editada tal lei, portanto elas seguem a Lei 8.666/93. Contudo, há jurisprudên-
cia do TCU que traz uma exceção importante para as SEM e EP.

9.1. enquanto não for editado o estatuto a que se refere o art. 173, § 1°, da
Constituição Federal, as empresas públicas, as sociedades de economia mis-
ta e suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou
comercialização de bens ou de prestação de serviços devem observar os di-
tames da Lei n° 8.666/1993 e de seus regulamentos próprios, podendo
prescindir da licitação para a contratação de bens e serviços que constituam
sua atividade-fim, nas hipóteses em que o referido Diploma Legal constitua
óbice intransponível à sua atividade negocial, sem olvidarem, contudo, da
observância dos princípios aplicáveis à Administração Pública, bem como
daqueles insertos no referido Estatuto Licitatório;

1.3. Novas Figuras Administrativas Pós-Plano Diretor


Vamos ver agora as figuras administrativas que surgiram após a reforma ge-
rencial promovida em 1995.

a) Agências Reguladoras
As agências reguladoras foram incorporadas ao direito brasileiro em decorrên-
cia do processo de privatização de serviços públicos promovido no Brasil na
década passada. Vimos que o Plano Diretor dividiu as atividades estatais em
quatro setores, entre eles o de produção de bens e serviços para o mercado.

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 11


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

Os órgãos e entidades que atuassem nesse setor deveriam ser privatizados, o


que realmente ocorreu, como nos setores de telecomunicações, transportes,
mineração, energia elétrica, entre outros.

O Estado transferiu ao setor privado determinadas atividades até então por ele
diretamente exercidas, mas, apesar da sua retirada da prestação direta desses
serviços, ele não poderia abandoná-los completamente, deveria manter sua
regulação e fiscalização. Para tanto, instituiu as agências reguladoras.

Para Maria Sylvia Zanella Di Pietro há dois tipos de agências reguladoras em


nosso ordenamento jurídico:

As que exercem poder de polícia, a partir de limitações administrativas


determinadas em lei, de que são exemplos a Agência nacional de Saúde
Pública Complementar e a Agência nacional de Vigilância Sanitária.
As que exercem poder regulatório e fiscalizatório de atividades objeto de
concessão, permissão ou autorização de serviço público (energia elétrica,
telecomunicações etc.), ou de concessão para exploração de bem público
(petróleo e outros recursos minerais, rodovias, etc.).

As atuais agências reguladoras têm sido instituídas sob a forma de autarquias


especiais. Isto tem dois objetivos. O primeiro é permitir que possam exercer
atividades típicas do Poder Público. Segundo entendimento do STF, apenas
pessoas jurídicas de direito público podem exercer atribuições típicas de Esta-
do. O segundo é conferir maior independência a essas agências, retirando elas
da subordinação hierárquica da administração direta.

Contudo, o legislador vai além, caracterizando-as como “autarquias em regime


especial”, que pode ser traduzido, nos termos de cada lei instituidora, em prer-
rogativas especiais, normalmente relacionadas à ampliação de sua autonomia
administrativa e financeira. Para exemplificar, a seguir está o art. 8º, § 2º, da
Lei 9.472/97, que trata da ANATEL:

§ 2º A natureza de autarquia especial conferida à Agência é caracterizada


por independência administrativa, ausência de subordinação hierárquica,
mandato fixo de seus dirigentes e autonomia financeira.

A Lei n.º 9.986/2000, que dispõe sobre a gestão de recursos humanos das
agências reguladoras, determina que:

Art. 9º Os Conselheiros e os Diretores somente perderão o mandato em ca-


so de renúncia, de condenação judicial transitada em julgado ou de proces-
so administrativo disciplinar.

Parágrafo único. A lei de criação da Agência poderá prever outras condições


para a perda do mandato.

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 12


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

Portanto, para conferir maior autonomia das agências reguladoras, seus direto-
res terão mandato fixo, fixado na lei de criação da agência, e só poderão per-
der o cargo em virtude de decisão judicial ou processo administrativo
disciplinar. Contudo, a lei de criação da agência pode estabelecer outras for-
mas de perda de mandato.

Apesar de possuírem maior independência, não significa que não há nenhum


tipo de controle por parte do Executivo. Elas se submetem aos princípios da
administração pública e ao poder de supervisão do ministério ou secretaria a
que estejam vinculadas. Assim, apesar de seus diretores possuírem mandato
fixo, podem ser retirados do cargo por processo administrativo caso infrinjam
algum dos princípios administrativos.

As agências reguladoras possuem as mesmas atribuições que estariam na


competência do poder concedente na assinatura de contratos administrativos
com particulares, como:

Regulamentar os serviços que constituem objeto de delegação,


Realizar o procedimento licitatório para escolha do concessionário,
permissionário ou autorizatário,
Celebrar o contrato de concessão ou permissão ou praticar ato unilateral
de outorga de autorização,
Definir o valor da tarifa e da sua revisão ou reajuste,
Controlar a execução dos serviços,
Aplicar sanções, encampar, decretar a caducidade, intervir, fazer a
rescisão amigável, fazer a reversão dos bens ao término da concessão,
Exercer o papel de ouvidor de denúncias e reclamações dos usuários.

Isso significa que a lei, ao criar a agência reguladora, está tirando do Poder
Executivo todas essas atribuições para colocá-las nas mãos da agência. Isto é
um dos motivos pelos quais a criação de Agências Reguladoras é de competên-
cia do Presidente da República.

O art. 37 da CF/88 determina que as autarquias só poderão ser criadas por


meio de lei específica.

XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a ins-
tituição de empresa pública, sociedade de economia mista e de fundação, ca-
bendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 13


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

A criação de agências reguladoras se insere na iniciativa privativa do Presiden-


te da República, conforme o art. 61 da CF/88:

§ 1º - São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:

e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, obser-


vado o disposto no art. 84, VI.

Isto se deve ao fato, inclusive, de que a competência para prestar e regular os


serviços públicos é do Executivo. Portanto, somente ele pode abrir mão de
suas competências.

As agências reguladoras também possuem poder normativo para regulamentar


aspectos que a lei não adentrou ou deixou margens para interpretação, ou
seja, elas não poderiam se sobrepor ao princípio da legalidade e inovar inicial-
mente na ordem jurídica. Ressaltando-se essa limitação, elas podem expedir
normas de caráter eminentemente técnico, no setor a elas afeto. Segundo
Maria Sylvia Zanella Di Pietro:

não podem regular matéria não disciplinada em lei, porque os regulamentos


autônomos não têm fundamento constitucional no direito brasileiro, nem
podem regulamentar leis, porque essa competência é privativa do chefe do
Poder Executivo e, se pudesse ser delegada, essa delegação teria que ser
feita pela autoridade que detém o poder regulamentar e não pelo legislador
(...) As normas que podem baixar resumem-se ao seguinte: (a) regular a
própria atividade da agência por meio de normas de efeitos internos; (b)
conceituar, interpretar, explicitar conceitos jurídicos indeterminados conti-
dos em lei, sem inovar na ordem jurídica.

Contudo, o que tem ocorrido na prática é que as agências reguladoras possu-


em uma abrangente competência normativa, efetivamente inovando a ordem
jurídica. As bancas têm adotado a posição de que pode ser conferido às agên-
cias reguladoras o exercício de um abrangente poder normativo no que respei-
ta às áreas de sua atuação, mas não pode ser exercido quanto às matérias
reservadas à lei, pela Constituição. Elas poderiam somente editar atos secun-
dários. Tais atos serão atos normativos delegados ou autorizados pela lei, res-
tritos às áreas técnicas de competência da agência.

Dentro do processo de flexibilização e do direcionamento para o controle de


resultados, a reforma administrativa buscou conferir maior liberdade de ação
para as agências reguladoras. Um exemplo disso é que elas não se submetem
a mesma burocracia nas licitações que os demais órgãos e entidades públicas.
Vamos ver uma questão do CESPE:

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 14


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

1. (CESPE/Câmara/2002) Nota-se na legislação pertinente às agências reguladoras o


propósito de fugir das formas licitatórias previstas nas normas gerais de licitação.

A questão é CERTA. O termo “fugir” parece um pouco forte demais, mas é


justamente este o objetivo da Lei 9.986/2000, que permitiu que as agências
reguladoras usassem o pregão e a consulta, sendo que as regras poderiam ser
estabelecidas em regulamento próprio, conferindo maior flexibilidade nos pro-
cessos de compras.

Art. 37. A aquisição de bens e a contratação de serviços pelas Agências Re-


guladoras poderá se dar nas modalidades de consulta e pregão, observado
o disposto nos arts. 55 a 58 da Lei no 9.472, de 1997, e nos termos de re-
gulamento próprio.

Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica às contratações referen-


tes a obras e serviços de engenharia, cujos procedimentos deverão obser-
var as normas gerais de licitação e contratação para a Administração
Pública.

b) Contrato de Gestão
O contrato de gestão não é uma inovação da reforma de 1995. Já em 1991, o
governo Collor instituiu as duas modalidades de contrato de gestão,
praticamente as mesmas que temos hoje: um assinado com entidades públicas
concedendo maior autonomia e outro assinado com entidades particulares que
iriam prestar serviço público e administrar bens do Estado.

O primeiro tipo de contrato de gestão foi previsto no Decreto 137/91, segundo


o qual as empresas estatais que viessem a celebrar contratos de gestão com a
União ficariam isentas do sistema de autorização prévia, por parte da
Comissão de Controle das Estatais (CCE), de propostas referentes a preços e
tarifas públicas; admissão de pessoal; despesa de pessoal; elaboração,
execução e revisão orçamentárias; contratação de operações de crédito ou de
arrendamento mercantil, inclusive refinanciamento. A Petrobrás e a Vale do Rio
Doce assinaram contratos de gestão.

O segundo tipo de contrato de gestão foi assinado com Associação das


Pioneiras Sociais, um serviço Social Autônomo, entidade privada, que iria
administrar o Hospital Sarah Kubitscheck, de Brasília. Este hospital era
mantido antes por uma fundação pública que foi extinta. Temos aqui a
antecipação da publicização. Segundo a Lei n.º 8.246/91:

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 15


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

Art. 2º O Poder Executivo é autorizado a promover, no prazo de noventa di-


as a contar da publicação desta lei, a extinção da Fundação das Pioneiras
Sociais, cujo patrimônio será incorporado ao da União pelo Ministério da
Saúde.

§ 1º O Serviço Social Autônomo Associação das Pioneiras Sociais será in-


cumbido de administrar os bens móveis e imóveis que compõem esse pa-
trimônio, aí incluídas as instituições de assistência médica, de ensino e de
pesquisa, integrantes da rede hospitalar da extinta fundação.

As semelhanças entre as OS e a associação das pioneiras sociais são inúmeras:


assunção de serviços públicos extintos, bens e servidores, recursos públicos,
celebração de contrato de gestão. A diferença está no tocante à sua criação,
uma vez que a Associação foi criada por lei e as OS serão criadas pelo
particular.

O Plano Diretor previu os mesmos dois tipos de contratos de gestão: um


dentro do poder público e outro com entidades privadas. A Emenda
Constitucional nº 19 de 1998 inseriu então, no art. 37 da Constituição Federal,
o §8º que trata do contrato de gestão dentro do poder público.

§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entida-


des da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante con-
trato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que
tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou enti-
dade, cabendo à lei dispor sobre:
I - o prazo de duração do contrato;
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obriga-
ções e responsabilidade dos dirigentes;
III - a remuneração do pessoal

Este contrato de gestão pode ser assinado por qualquer órgão da


administração direta ou entidade da indireta. Até mesmo empresas públicas e
sociedades de economia mista podem ganhar maior autonomia por meio de tal
instrumento, como está disposto na Lei de Responsabilidade Fiscal:

Art. 47. A empresa controlada que firmar contrato de gestão em que se es-
tabeleçam objetivos e metas de desempenho, na forma da lei, disporá de
autonomia gerencial, orçamentária e financeira, sem prejuízo do disposto
no inciso II do § 5º do art. 165 da Constituição.

A definição de empresa controlada está no art. 2º da LRF:

II - empresa controlada: sociedade cuja maioria do capital social com direi-


to a voto pertença, direta ou indiretamente, a ente da Federação;

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 16


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

Vimos que qualquer órgão ou entidade pode assinar contrato de gestão.


Porém, nem todos receberão a qualificação de agência executiva, esta é
conferida apenas para autarquias e fundações públicas que executem
atividades exclusivas. Veremos as agências executivas a seguir.

Os contratos de gestão são instrumentos da gestão por resultados. A ideia é


que o gestor responsável por determinado serviço público deve ter maior auto-
nomia na gestão de sua organização, mas em troca deve se responsabilizar
pelo alcance de resultados. A isso damos o nome de contratualização. Segundo
o Ministério do Planejamento:

A contratualização de desempenho institucional na administração pública é


um procedimento de ajuste de condições específicas no relacionamento en-
tre órgãos e entidades públicos e privados, que envolve a pactuação de me-
tas de desempenho para o exercício de atividade pública, orientadas ao
alcance dos objetivos das políticas públicas. Em alguns casos, a contratuali-
zação pode proporcionar flexibilidades e autonomias de gestão que simplifi-
quem processos internos das instituições partícipes, em acordo com o
estabelecido pelo art. 37, parágrafo 8º da Constituição Federal.

Na contratualização, os instrumentos contratuais que podem ser utilizados, em


sua maioria, são os mesmos já praticados pela Administração Pública, entre-
tanto, o foco e a forma de se construir o instrumento é que muda, já que se
passa de uma visão anterior focada no processo (meio), para uma nova visão
focada nos resultados (fins). Desse modo, abandona-se a tradicional forma de
se avaliar os contratos e a prestação dos serviços somente pela correta utiliza-
ção dos recursos, através da tradicional prestação de contas financeira. Agora
esse não é mais um critério de avaliação do Contrato e dos serviços prestados.

Segundo Marcelo de Matos Ramos:

Dentre as opções de reforma do serviço público que têm se verificado em


todo o mundo, cresce, em popularidade, a experimentação em torno da as-
sim chamada “contratualização”. Este movimento pode ser entendido como
uma incorporação das críticas neoliberais em prol da necessidade de um
comportamento empresarial autônomo em certas esferas de governo. De
fato, a relação contratual estimula que as partes negociem um compromisso
e assumam cada qual o seu papel sem demasiadas ambiguidades.

Na contratualização, avalia-se o cumprimento do contrato pela avaliação do


alcance dos resultados pactuados, através da verificação quanto ao atingimen-
to das metas previstas para os indicadores de desempenho. Segundo Abrúcio a
criação de relações contratuais origina-se de três pressupostos.

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 17


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

O primeiro é de que numa situação de falta de recursos, como a atual, a


melhor forma de aumentar a qualidade é introduzir relações contratuais
de competição e de controle.
O segundo, quase como consequência do primeiro, é de que a forma
contratual evita a situação de monopólio.
Por fim, o último pressuposto refere-se à maior possibilidade que os
consumidores têm de controlar e avaliar o andamento dos serviços
públicos a partir de um marco contratual.

Há uma diferença importante em relação aos dois tipos de contratos de gestão.


Vamos ver uma questão:

2. (ESAF/ATRFB/2010) O contrato de gestão, quando celebrado com organizações


sociais, restringe a sua autonomia.

Aqui temos que tomar muito cuidado. Segundo o PDRAE:

As entidades que obtenham a qualidade de organizações sociais gozarão de


maior autonomia administrativa, e, em compensação, seus dirigentes terão
maior responsabilidade pelo seu destino.

O que o Plano Diretor queria era transformar fundações públicas em entidades


privadas sem fins lucrativos. O termo transformar não é o mais correto, mas é
usado pelo próprio Plano, por isso nas questões deve ser considerado certo.
Haveria a extinção da fundação que executasse serviços não exclusivos, que
seriam assumidos por uma OS. Como o PDRAE deixa claro, o objetivo era “lo-
grar, assim, uma maior autonomia e uma consequente maior responsabilidade
para os dirigentes desses serviços”. Nessa ótica, a questão deveria ser marca-
da como errada, pois o contrato de gestão não restringiria a autonomia, o ob-
jetivo é justamente o inverso.

Porém, todavia, entretanto, contudo, a Senhora Maria Sylvia Zanella Di Pietro


decidiu causar uma grande confusão, ao afirmar que:

O contrato de gestão, quando celebrado com entidades da Administração Indi-


reta, tem por objetivo ampliar a sua autonomia; porém, quando celebrado
com organizações sociais, restringe a sua autonomia, pois, embora entidades
privadas, terão de se sujeitar a exigências contidas no contrato de gestão.

De certa forma a autora está certa, já que as entidades sem fins lucrativos
poderiam prestar os serviços sem se restringir às regras do contrato de ges-
tão, por isso ele limita sua autonomia. Mas isso é algo pequeno, muito menor
perto do objetivo explícito do programa de publicização, que era tirar uma

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 18


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

atividade de uma fundação pública, sujeita a uma série de regras de direito


público, transferindo-a para uma entidade de direito privado. O problema é
que, muitas vezes, as bancas repetem essa besteira, como aconteceu nessa
questão, que é certa.

Outra divergência que pode ser encontrada na doutrina refere-se à natureza


jurídica do contrato de gestão. No primeiro tipo, celebrado com órgãos da ad-
ministração direta e entidades da administração indireta, muitos autores criti-
caram a figura do contrato, pois órgãos não têm personalidade jurídica própria
e não poderiam celebrar contratos.

No segundo tipo, celebrado com as organizações sociais, apesar do instrumen-


to jurídico receber a denominação de contrato, a Lei 9.637/1998 aborda a re-
lação do poder público com as organizações sociais como uma forma de
parceria, em que o Estado realiza uma forma de fomento de atividades de inte-
resse público. Segundo a norma:

Art. 5º Para os efeitos desta Lei, entende-se por contrato de gestão o ins-
trumento firmado entre o Poder Público e a entidade qualificada como orga-
nização social, com vistas à formação de parceria entre as partes para
fomento e execução de atividades relativas às áreas relacionadas no art. 1º.

Por conseguinte, não estaria presente no contrato de gestão a contraposição


de interesses, típica dos contratos em geral, mas sim os interesses recíprocos,
que caracaterizam os instrumentos de parceria, como os convênios.

c) Agências Executivas
O Plano Diretor não falava ainda em Agências Executivas, mas sim em
Agências Autônomas, que constituía um projeto básico voltado para a
dimensão da gestão. Segundo o Plano:

A responsabilização por resultados e a conseqüente autonomia de gestão


inspiraram a formulação deste projeto, que tem como objetivo a transforma-
ção de autarquias e de fundações que exerçam atividades exclusivas do Es-
tado, em agências autônomas, com foco na modernização da gestão.

Segundo a Lei 9.649/98:

Art. 51. O Poder Executivo poderá qualificar como Agência Executiva a autar-
quia ou fundação que tenha cumprido os seguintes requisitos:
I - ter um plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institu-
cional em andamento;
II - ter celebrado Contrato de Gestão com o respectivo Ministério supervisor.

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 19


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

§ 1º A qualificação como Agência Executiva será feita em ato do Presidente


da República.

Como podemos ver no art. 51, a concessão do status de Agência Executiva


depende do preenchimento de dois requisitos pela entidade:

A celebração de contrato de gestão com o Ministério Supervisor;


A existência de um plano estratégico de reestruturação e de desenvolvi-
mento institucional, voltado para a melhoria da qualidade de gestão e pa-
ra a redução de custos, já concluído ou em andamento.

As agências executivas teriam uma maior autonomia em três áreas,


basicamente:

Orçamento e finanças;
Gestão de recursos humanos;
Serviços gerais e contratação de bens e serviços.

É o mesmo tripé da administração burocrática no Brasil que vimos na aula


passada. No que se refere ao aspecto orçamentário-financeiro, pretendia-se
que as Agências Executivas tivessem seu orçamento disposto de uma forma
mais agregada, com os recursos alocados em apenas um projeto ou sub-
atividade, respeitada a distinção entre os grupos de despesa (pessoal e outros
custeios e capital). Haveria maior discricionariedade na aplicação dos recursos.

Em relação à gestão de recursos humanos, buscava-se uma relação com os


servidores baseada no desempenho e no mérito, com a definição de
mecanismos financeiros de reconhecimento, como, por exemplo, a concessão
de formas de bonificação por desempenho.

Quanto à gestão dos serviços gerais e contratação de bens e serviços, o


objetivo era dotar as Agências Executivas de um mínimo essencial de
autonomia de gestão. A concessão de um limite diferenciado de dispensa de
licitação para contratação de serviços, compras e obras de engenharia, como
dispõe o art. 24 da Lei 8.666:

Parágrafo único. Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste arti-


go serão 20% (vinte por cento) para compras, obras e serviços contratados por
consórcios públicos, sociedade de economia mista, empresa pública e por au-
tarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como Agências Executivas.

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 20


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

2. Regime Jurídico dos Servidores Públicos


A Lei 8.112/90 institui o regime jurídico dos servidores públicos civis da União.

Art. 1º Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da
União, das autarquias, inclusive as em regime especial, e das fundações
públicas federais.

Pelo art. 1º, podemos ver que o regime jurídico instituído pela Lei 8.112 será o
dos servidores públicos – ou seja, aqueles que ocuparem cargos da Adminis-
tração Direta – e também o dos servidores das autarquias e das fundações
públicas, de direito público. A Fiocruz é uma fundação pública, por isso seus
servidores se encaixam aqui.

O art. 1º fala “inclusive as em regime especial”. Estas autarquias em regime


especial são as Agências Reguladoras (ANATEL, ANVISA, etc). Contudo, pode-
mos observar que o art. não menciona as sociedades de economia mista e as
empresas públicas. Isto porque seus funcionários são empregados públicos, e
não servidores. O regime utilizado para eles é o CLTista.

Art. 2º Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa legalmente investida


em cargo público.

Art. 3º Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades pre-


vistas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor.

Parágrafo único. Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros, são


criados por lei, com denominação própria e vencimento pago pelos cofres
públicos, para provimento em caráter efetivo ou em comissão.

Art. 4º É proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo os casos previstos


em lei.

O art. 2º define o que é servidor público e o art. 3º define cargo público. Se-
gundo Bandeira de Mello, “os cargos públicos são as mais simples e indivisíveis
unidades de competência a serem expressas por um agente, previstas em
número certo, com denominação própria, retribuídas por pessoas jurídicas de
Direito Público e criadas por lei”.

Quando o edital pede conteúdos de leis, a melhor coisa é ler as leis. Eles co-
bram muito o texto da norma, por isso vamos dar uma passada por alguns
pontos importantes.

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 21


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

2.1. Provimento
Provimento é o ato administrativo pelo qual se preenche o cargo vago, ou seja,
é a atribuição desse conjunto de competências a alguém. O art. 5º traz os
requisitos para que uma pessoa se torne servidora pública

Art. 5º São requisitos básicos para investidura em cargo público:


I - a nacionalidade brasileira;
II - o gozo dos direitos políticos;
III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais;
IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;
V - a idade mínima de dezoito anos;
VI - aptidão física e mental.

O primeiro deles é a nacionalidade brasileira. Segundo a Constituição:

I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros


que preencham os requisitos estabelecidos em lei;

I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros


que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estran-
geiros, na forma da lei;

Uma das alterações na 8.112/90 consequência desta EC 19 foi a inclusão do


parágrafo terceiro neste art. 5º.

§ 3º As universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica fe-


derais poderão prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas
estrangeiros, de acordo com as normas e os procedimentos desta Lei.

O segundo requisito é o gozo dos direito políticos. Direitos Políticos são aqueles
direitos de se candidatar, de votar, etc. Por exemplo, uma pessoa que tenha se
recusado a prestar serviço militar e não opte pelo serviço alternativo não pode
tirar seu título de eleitor e não pode tomar posse em cargo público. Mas,
mesmo que ele tivesse tirado o título, ainda assim não poderia tomar posse,
pois não cumpre com o terceiro requisito.

O art. 7º define em que momento a pessoa passará a ser servidora pública.

Art. 7º A investidura em cargo público ocorrerá com a posse.

Este momento é com a posse. Existem outros eventos relacionados, como é o


caso da nomeação e de entrar em exercício, que veremos mais para frente,
mas, se a pessoa foi nomeada para o cargo, mas não tomou posse, ainda não
é servidora.

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 22


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

Vamos ver agora as formas de provimento:

Art. 8º São formas de provimento de cargo público:


I - nomeação;
II - promoção;
III - ascensão;
IV - transferência;
V - readaptação;
VI - reversão;
VII - aproveitamento;
VIII - reintegração;
IX - recondução.

A nomeação é a primeira forma de provimento de todo servidor público. Depois


que vocês passam no concurso, vem um ato publicado no Diário Oficial te de-
signando, nomeando, para determinado cargo. A nomeação pode ser em cargo
efetivo ou em comissão:

Art. 9º A nomeação far-se-á:


I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isolado de provimento efe-
tivo ou de carreira;
II - em comissão, inclusive na condição de interino, para cargos de confian-
ça vagos

Os cargos em comissão são os cargos de chefia, são as chamadas funções de


confiança. O art. 13 trata da posse.

Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, no qual de-
verão constar as atribuições, os deveres, as responsabilidades e os direitos
inerentes ao cargo ocupado, que não poderão ser alterados unilateralmente,
por qualquer das partes, ressalvados os atos de ofício previstos em lei.
§ 1º A posse ocorrerá no prazo de trinta dias contados da publicação do ato
de provimento.
§ 4º Só haverá posse nos casos de provimento de cargo por nomeação.
§ 6º Será tornado sem efeito o ato de provimento se a posse não ocorrer no
prazo previsto no § 1º deste artigo.

O art. 13 define como vai se dar a posse, que é com a assinatura de um termo
em que constam os deveres, obrigações, atribuições e direitos. Como vocês,
ao assinar o termo, estão se comprometendo com estas obrigações, a Admi-
nistração não pode alterar tais responsabilidades de forma unilateral. Isso não

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 23


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

quer dizer que há direito adquirido à imutabilidade do regime jurídico. O que


não pode ser alterado é aquilo inerente ao CARGO, e não ao regime.

Depois da nomeação, a pessoa tem 30 dias para tomar posse. Caso não o faça
no prazo, a nomeação será tornada sem efeito, ou seja, como vocês ainda não
se tornaram servidores públicos, não serão exonerados, demitidos, etc. O
mesmo não ocorre se tomar posse, mas não entrar em exercício dentro do
prazo, que é de 15 dias. Como vocês já seriam servidores, haveria a exonera-
ção. Isso está no art. 15:

Art. 15. Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo público


ou da função de confiança.
§ 1º É de quinze dias o prazo para o servidor empossado em cargo público
entrar em exercício, contados da data da posse.
§ 2º O servidor será exonerado do cargo ou será tornado sem efeito o ato
de sua designação para função de confiança, se não entrar em exercício nos
prazos previstos neste artigo, observado o disposto no art. 18.

O parágrafo quarto diz que só haverá posse nos casos de provimento por no-
meação. Assim, se houve promoção, disponibilidade, ou outra forma de provi-
mento, não haverá posse.

Depois de entrar em exercício, o servidor deve passar por estágio probatório:

Art. 20. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo de provi-


mento efetivo ficará sujeito a estágio probatório por período de 24 (vinte e
quatro) meses, durante o qual a sua aptidão e capacidade serão objeto de
avaliação para o desempenho do cargo, observados os seguinte fatores:
I - assiduidade;
II - disciplina;
III - capacidade de iniciativa;
IV - produtividade;
V- responsabilidade.

Trata-se do período a que se submete todo o servidor nomeado para cargo de


provimento efetivo, durante o qual a sua aptidão e capacidade serão objeto de
avaliação para o desempenho do cargo. Ele será constantemente avaliado, a
fim de se confirmarem suas qualidades para o bom desempenho da atividade
própria do cargo. Para memorizar esses fatores elencados no inciso, lembrem
que. para passar no estágio probatório, o servidor tem que ser RAPIDO. Como
o “O” é muito parecido com o zero, tira ele daí para não dar azar, ficando RA-
PID: ‘R’ de responsabilidade; ‘A’ de assiduidade; ‘P’ de produtividade; ‘I’ de
iniciativa; e ‘D’ de disciplina.

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 24


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

Segundo o texto da Lei, ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo


de provimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório por período de 24
meses, durante o qual a sua aptidão e capacidade serão objeto de avaliação
para o desempenho do cargo.

Ocorre que, com a mudança do prazo para obtenção de estabilidade no serviço


público para três anos, promovida pela Emenda Constitucional 19/1998, a ju-
risprudência (inclusive o STF) vem entendendo que o prazo do estágio proba-
tório também passou a ser também de três anos. Muitos órgãos inclusive já
vêm adotando esse prazo para seus servidores. O STJ também entende que
essa é a atual duração do estágio, acompanhando a alteração para aquisição
da estabilidade. Segundo a Corte, embora o estágio probatório e a estabilidade
sejam institutos distintos, eles se encontram pragmaticamente ligados.

Ainda no tema do estágio probatório:

§ 2º O servidor não aprovado no estágio probatório será exonerado ou, se


estável, reconduzido ao cargo anteriormente ocupado, observado o disposto
no parágrafo único do art. 29.

Quatro meses antes de terminar o estágio, a avaliação do desempenho do


servidor, realizada por comissão constituída para essa finalidade, será subme-
tida à homologação da autoridade competente, de acordo com o que dispuser
a lei ou o regulamento da respectiva carreira ou cargo. Isso ocorrerá sem pre-
juízo da continuidade de apuração dos fatores acima enumerados.

Se o servidor não for aprovado no estágio probatório, ele será exonerado ou,
se já for estável, reconduzido ao cargo anteriormente ocupado. Neste caso, se
o cargo anterior estiver provido, o servidor reconduzido será aproveitado em
outro de atribuições e vencimentos compatíveis com o cargo de origem.

O servidor em estágio probatório poderá exercer quaisquer cargos de provi-


mento em comissão ou funções de direção, chefia ou assessoramento no órgão
ou entidade de lotação. No entanto, somente poderá ser cedido a outro órgão
ou entidade para ocupar cargos de natureza especial, cargos em comissão do
Grupo Direção e Assessoramento Superiores (DAS) de níveis 6, 5 e 4, ou equi-
valentes.

O servidor em estágio probatório somente poderá gozar as seguintes licenças


ou afastamentos:

licença por motivo de doença em pessoa da família;

licença por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro;

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 25


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

licença para o serviço militar;

licença para atividade política;

afastamento para exercício de mandato eletivo;

afastamento para estudo ou missão oficial no exterior;

afastamento para servir em organismo internacional de que o Brasil par-


ticipe ou com o qual coopere;

afastamento para participar de curso de formação decorrente de aprova-


ção em concurso para outro cargo federal.

Se não passar, o servidor é exonerado. E se ele já fosse servidor estável em


outro órgão, tem direito à recondução. Vamos ver agora então esta outra mo-
dalidade de provimento.

Art. 29. Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente


ocupado e decorrerá de:
I - inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;
II - reintegração do anterior ocupante.
Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo de origem, o servidor será
aproveitado em outro, observado o disposto no art. 30.

A recondução é o retorno do servidor a seu cargo de origem depois dele ter


tomado posse em outro cargo. Importante: é só para o servidor estável, ou
seja, aquele que já tenha mais de três anos de serviço público. São duas as
hipóteses: não passar no estágio probatório ou quando a pessoa ocupa um
cargo que era de outro e este é reintegrado. Vamos ver a reintegração:

Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo ante-


riormente ocupado, ou no cargo resultante de sua transformação, quando
invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial, com res-
sarcimento de todas as vantagens.

A reintegração consiste no retorno de um servidor que havia sido demitido,


mas essa demissão foi invalidada, seja administrativa, seja judicialmente.

Outra forma de provimento é a readaptação:

Art. 24. Readaptação é a investidura do servidor em cargo de atribuições e


responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua
capacidade física ou mental verificada em inspeção médica.

§ 1º Se julgado incapaz para o serviço público, o readaptando será aposen-


tado.

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 26


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

A readaptação é uma forma de provimento usada no caso do servidor que te-


nha sofrido alguma limitação em sua capacidade física ou mental, devido a
alguma doença, acidente, etc, mudando-o para um cargo que esteja de acordo
com suas limitações. Contudo, se o servidor for julgado incapaz, terá que ser
aposentado.

Supondo que depois de aposentado, tenha melhorado seu quadro clínico, tor-
nando-o capaz novamente. Nesse caso ele tem direito à reversão.

Art. 25. Reversão é o retorno à atividade de servidor aposentado:


I - por invalidez, quando junta médica oficial declarar insubsistentes os mo-
tivos da aposentadoria; ou
II - no interesse da administração, desde que:
a) tenha solicitado a reversão;
b) a aposentadoria tenha sido voluntária;
c) estável quando na atividade;
d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à solicitação;
e) haja cargo vago.

Além do servidor aposentado devido à incapacidade, também é possível a re-


versão no interesse da administração, desde que presentes estas condições,
que são cumulativas, ou seja, devem estar todas presentes.

O aproveitamento é outra forma de provimento:

Art. 30. O retorno à atividade de servidor em disponibilidade far-se-á me-


diante aproveitamento obrigatório em cargo de atribuições e vencimentos
compatíveis com o anteriormente ocupado.
Art. 31. O órgão Central do Sistema de Pessoal Civil determinará o imedia-
to aproveitamento de servidor em disponibilidade em vaga que vier a ocor-
rer nos órgãos ou entidades da Administração Pública Federal.

Disponibilidade nada mais é do que não trabalhar, mas ficar a disposição da


administração. São duas as situações que podem colocar o servidor em dispo-
nibilidade: a reintegração do antigo servidor que ocupava o cargo e a extinção
ou declaração de desnecessidade do cargo do servidor. Em ambos os casos o
servidor receberá remuneração, mas será proporcional ao tempo de serviço.

Por fim, vamos falar da ascensão e transferência, que foram retiradas da lei. O
acesso, ou ascensão, que seria provimento sem concurso público, represen-
tando a passagem de uma carreira para outra, foi julgado inconstitucional pelo
STF. Exemplo disso seria a ascensão de Analista da Receita Federal para o
cargo de Auditor Fiscal, pela simples passagem do tempo, sem concurso exter-

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 27


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

no em igualdade de condições com todos os candidatos, ou ainda, de Agente


da Polícia Federal para Delegado nas mesmas circunstâncias.

Igual destino, como se viu, teve a transferência, que é a passagem de servidor


de um cargo para outro, pertencente a quadro de pessoal diverso, sem o in-
dispensável concurso público, declarada também inconstitucional.

2.2. Vacância
A vacância é a situação do cargo público que está vago, ou seja, sem titular, e
pode decorrer dos seguintes casos:

Art. 33. A vacância do cargo público decorrerá de:


I - exoneração;
II - demissão;
III - promoção;
IV - ascensão;
V - transferência
VI - readaptação;
VII - aposentadoria;
VIII - posse em outro cargo inacumulável;
IX - falecimento.

Aqui já notamos algumas situações já vistas no provimento. É o caso da pro-


moção: o servidor é promovido para um novo cargo, por isso provimento, mas
ele também deixa seu antigo cargo vago, por isso vacância. Temos aqui tam-
bém aqueles dois casos que não são mais possíveis, a ascensão e a transfe-
rência, que também eram ao mesmo tempo provimento e vacância. Por último
temos a readaptação, que é o caso do servidor que deixa seu cargo devido ao
surgimento de alguma limitação física ou mental, e que iria ser colocado em
outro cargo de acordo com estas limitações.

Segundo a Lei 8.112/90:

Art. 34. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido do servidor, ou de


ofício.
Parágrafo único. A exoneração de ofício dar-se-á:
I - quando não satisfeitas as condições do estágio probatório;
II - quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em exercício no prazo
estabelecido.

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 28


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

Portanto, a exoneração pode se dar a pedido do servidor ou de ofício, quando


ele não passa no estágio probatório ou quando não entra em exercício depois
de ter tomado posse. A EC 19/98 acrescentou mais algumas hipóteses:

§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:


I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla de-
fesa;
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho,

Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Dis-
trito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em
lei complementar.

§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem sufi-


cientes para assegurar o cumprimento da determinação da lei complementar
referida neste artigo, o servidor estável poderá perder o cargo, desde que ato
normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade funcional,
o órgão ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal.

O servidor estável está sujeito à exoneração se for considerado inapto em uma


avaliação periódica de desempenho ou se houver excesso de despesa com
pessoal em alguma das esferas de governo.

Resumindo, podemos enumerar as seguintes hipóteses:


Não entrar em exercício em até 15 dias após a posse;
Não passar na avaliação especial de desempenho no estágio probatório;
Mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho;
Gastos com pessoal acima do limite estipulado pela lei complementar.

Todas estas formas de exoneração são de ofício, ou seja, é a Administração


que pratica o ato sem o consentimento do servidor. A demissão nós vamos ver
na parte de penalidades. A aposentadoria também será vista mais a frente.

2.3. Direitos e Vantagens


a) Vencimento e Remuneração
Art. 40. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo pú-
blico, com valor fixado em lei.

Art. 41. Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das van-


tagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei.

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 29


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

Vencimento é o valor referente ao exercício do cargo. É um valor fixado em


LEI. Remuneração é o vencimento mais as vantagens pecuniárias PERMANEN-
TES, também estabelecidas em lei.

§ 3º O vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens de caráter


permanente, é irredutível.

A remuneração do servidor, ou seja, o vencimento mais as vantagens perma-


nentes, é irredutível. As vantagens são permanentes, não podem ser retiradas.

§ 4º É assegurada a isonomia de vencimentos para cargos de atribuições


iguais ou assemelhadas do mesmo Poder, ou entre servidores dos três Po-
deres, ressalvadas as vantagens de caráter individual e as relativas à natu-
reza ou ao local de trabalho.

Esse parágrafo fala que cargos com atribuições iguais ou semelhantes deverão
ter vencimentos iguais. Contudo, são só os vencimentos que têm que ser
iguais. As vantagens não.

b) Vantagens
Art. 49. Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as seguintes
vantagens:
I - indenizações;
II - gratificações;
III - adicionais.
§ 1º As indenizações não se incorporam ao vencimento ou provento para
qualquer efeito.
§ 2º As gratificações e os adicionais incorporam-se ao vencimento ou pro-
vento, nos casos e condições indicados em lei.

c) Indenizações
Muitas vezes, devido ao trabalho, o servidor tem que realizar gastos. A com-
pensação ou restituição desses gastos é chamada de indenização, ou seja,
nada mais é que a devolução dos valores gastos pelo funcionário para o exer-
cício de suas atribuições.

Art. 51. Constituem indenizações ao servidor:


I - ajuda de custo;
II - diárias;
III - transporte.

IV - auxílio-moradia.

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 30


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

d) Gratificações
Art. 61. Além do vencimento e das vantagens previstas nesta Lei, serão
deferidos aos servidores as seguintes retribuições, gratificações e adicio-
nais:
I - retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e assessoramento;
II - gratificação natalina;
III - adicional por tempo de serviço;
IV - adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas ou penosas;
V - adicional pela prestação de serviço extraordinário;
VI - adicional noturno;
VII - adicional de férias;
VIII - outros, relativos ao local ou à natureza do trabalho.
IX - gratificação por encargo de curso ou concurso.

Dependendo da atividade exercida, suas condições, horários, locais ou respon-


sabilidades, serão deferidas retribuições, gratificações e adicionais. Também se
enquadram aqui a gratificação natalina e o adicional de férias.

e) Férias
Art. 77. O servidor fará jus a trinta dias de férias, que podem ser acumula-
das, até o máximo de dois períodos, no caso de necessidade do serviço,
ressalvadas as hipóteses em que haja legislação específica.

§ 1º Para o primeiro período aquisitivo de férias serão exigidos 12 (doze)


meses de exercício.

§ 2º É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao serviço.

§ 3º As férias poderão ser parceladas em até três etapas, desde que assim
requeridas pelo servidor, e no interesse da administração pública.

Art. 80. As férias somente poderão ser interrompidas por motivo de cala-
midade pública, comoção interna, convocação para júri, serviço militar ou
eleitoral, ou por necessidade do serviço declarada pela autoridade máxima
do órgão ou entidade

Acumular o máximo de dois períodos quer dizer que o servidor não pode ficar
mais de dois anos sem tirar férias. A lógica é mais ou menos a seguinte: co-
meça o ano de 2010 e o servidor não guardou nada das férias dos anos anteri-
ores. A partir de janeiro, ele já pode tirar as férias referentes a 2007. Contudo,
durante o ano tira apenas 10 dias, ficando 20 para 2011. Em 2011, tira só
mais 10 dias de férias. Ele estará entrando em 2012 com 10 dias de férias de

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 31


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

2010 mais 30 dias de 2011. Soma-se a isso os 30 dias referentes a 2012 a que
o servidor tem direito a partir de janeiro, ou seja, ele estaria acumulando três
períodos de férias. Isso não pode.

O parágrafo segundo proíbe que se desconte dias de férias em função de fal-


tas. Se a pessoa faltou 20 dias durante o ano, isso representa 5% dos 360 dias
do ano. Eles não podem descontar 5% das férias do servidor.

O servidor que esteja começando sua carreira no setor público tem que espe-
rar 12 meses para poder tirar as primeiras férias. Reparem que é só o primeiro
ano que deve ser completado, os demais não, a partir de janeiro o servidor já
tem direito. Se sair de férias, só com tragédia, para júri, serviço militar ou
eleitoral que podem chamar a gente de volta.

f) Licenças
Art. 81. Conceder-se-á ao servidor licença:
I - por motivo de doença em pessoa da família;
II - por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro;
III - para o serviço militar;
IV - para atividade política;
V - para capacitação;
VI - para tratar de interesses particulares;

VII - para desempenho de mandato classista.

Por motivo de doença em pessoa da família


Art. 83. Poderá ser concedida licença ao servidor por motivo de doença do
cônjuge ou companheiro, dos pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e
enteado, ou dependente que viva a suas expensas e conste do seu assen-
tamento funcional, mediante comprovação por perícia médica oficial.
§ 1º A licença somente será deferida se a assistência direta do servidor for
indispensável e não puder ser prestada simultaneamente com o exercício do
cargo ou mediante compensação de horário, na forma do disposto no inciso
II do art. 44.
§ 2º A licença de que trata o caput, incluídas as prorrogações, poderá ser
concedida a cada período de doze meses nas seguintes condições:

I - por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, mantida a remuneração


do servidor; e

II - por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, sem remuneração.

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 32


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

Esta licença é por doença em pessoa da família, não é por doença do servidor.
Esta terá outro afastamento, visto mais adiante. Pessoa da família é somente
de primeiro grau: esposa e filho (enteado); pais (padrasto e madrasta). Caso
tenha outro dependente (neto, por exemplo) tem que estar no assentamento
do servidor.

Ainda segundo a lei.

§ 1º A licença prevista no inciso I será precedida de exame por médico ou


junta médica oficial.

§ 3º É vedado o exercício de atividade remunerada durante o período da li-


cença prevista no inciso I deste artigo.

Não pode trabalhar em outra coisa durante a licença.

Por Motivo de Afastamento do Cônjuge


Art. 84. Poderá ser concedida licença ao servidor para acompanhar cônjuge
ou companheiro que foi deslocado para outro ponto do território nacional, pa-
ra o exterior ou para o exercício de mandato eletivo dos Poderes Executivo e
Legislativo.
§ 1º A licença será por prazo indeterminado e sem remuneração.
§ 2º No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou companheiro também seja
servidor público, civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Esta-
dos, do Distrito Federal e dos Municípios, poderá haver exercício provisório
em órgão ou entidade da Administração Federal direta, autárquica ou funda-
cional, desde que para o exercício de atividade compatível com o seu cargo.

Se o conjugue, que não é servidor, for deslocado para outro lugar, PODERÁ ser
concedida licença SEM remuneração por prazo INDETERMINADO. Veja bem:
PODERÁ. A Administração Pública não tem obrigação legal de conceder a licen-
ça, ficando a seu critério o momento e os termos do deferimento. O servidor
não recebe nada durante esta licença. Agora, se o conjugue também for servi-
dor, pode-se trabalhar em outro órgão, PROVISORIAMENTE, caso não tenha
repartição do próprio órgão.

Para o Serviço Militar


Art. 85. Ao servidor convocado para o serviço militar será concedida licen-
ça, na forma e condições previstas na legislação específica.
Parágrafo único. Concluído o serviço militar, o servidor terá até 30 (trinta)
dias sem remuneração para reassumir o exercício do cargo.

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 33


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

Essa licença refere-se, principalmente, à convocação extraordinária ou aos


casos de guerra externa. No que concerne ao serviço militar obrigatório, pres-
tado por todo jovem, cabe um breve comentário: ainda que a quitação com as
obrigações militares seja requisito básico para investidura em cargo público
(art. 5º, III), pode haver nomeação antes da convocação, caso em que tam-
bém faria jus à licença.

Para Atividade Política


Art. 86. O servidor terá direito a licença, sem remuneração, durante o perí-
odo que mediar entre a sua escolha em convenção partidária, como candi-
dato a cargo eletivo, e a véspera do registro de sua candidatura perante a
Justiça Eleitoral.
§ 1º O servidor candidato a cargo eletivo na localidade onde desempenha
suas funções e que exerça cargo de direção, chefia, assessoramento, arre-
cadação ou fiscalização, dele será afastado, a partir do dia imediato ao do
registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral, até o décimo dia se-
guinte ao do pleito.
§ 2º A partir do registro da candidatura e até o décimo dia seguinte ao da
eleição, o servidor fará jus à licença, assegurados os vencimentos do cargo
efetivo, somente pelo período de três meses.

A licença para atividade política será concedida ao servidor candidato a cargo


eletivo, que tanto pode ser para Vereador, quanto para Deputado Estadual ou
Federal, Senador, Prefeito, Governador ou Presidente da República.

A licença será concedida, sem remuneração, durante o período que mediar


entre a sua escolha em convenção partidária, como candidato a cargo eletivo,
e a véspera do registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral.

No entanto, a partir do registro da candidatura e até o décimo dia seguinte ao


da eleição, a licença será concedida, assegurando-se os vencimentos do cargo
efetivo. Porém, o pagamento está garantido durante o período máximo de três
meses, a partir do que, se tiver direito ainda à licença, não mais haverá qual-
quer retribuição pecuniária.

Em sendo o servidor candidato a cargo eletivo na localidade onde desempenha


suas funções e exercendo cargo de direção, chefia, assessoramento, arrecada-
ção ou fiscalização, dele será afastado, a partir do dia imediato ao do registro
de sua candidatura, até o 10º dia seguinte ao do pleito.

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 34


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

Para Capacitação
Art. 87. Após cada qüinqüênio de efetivo exercício, o servidor poderá, no
interesse da Administração, afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a
respectiva remuneração, por até três meses, para participar de curso de ca-
pacitação profissional.

Parágrafo único. Os períodos de licença de que trata o caput não são acu-
muláveis

Esta licença substituiu a antiga licença prêmio. A licença prêmio era um afas-
tamento de três meses a que o servidor tinha direito a cada cinco anos de
exercício. Era uma licença remunerada. Assim, a cada cinco anos o servidor
poderia ficar três meses na folga. Ela acabou em 1997, quando foi substituída
pela Licença para Capacitação.

A licença para capacitação funciona nos mesmos moldes da licença prêmio. O


servidor adquire o direito a licença para capacitação a cada cinco anos de
exercício, a duração dela é de três meses e ela é remunerada. A diferença é
que a Administração dá a licença se quiser e ela tem que ser usada para o
servidor fazer algum curso. Além disso, ela não pode ser acumulada. Não tirou
a licença, perdeu o direito. A licença prêmio acumulava.

Para Tratar de Interesses Particulares


Art. 91. A critério da Administração, poderão ser concedidas ao servidor
ocupante de cargo efetivo, desde que não esteja em estágio probatório, li-
cenças para o trato de assuntos particulares pelo prazo de até três anos
consecutivos, sem remuneração.

Parágrafo único. A licença poderá ser interrompida, a qualquer tempo, a


pedido do servidor ou no interesse do serviço.

Esta licença pode ou não ser concedida, no interesse da Administração. Além


disso, ela pode ser interrompida a qualquer tempo, a pedido da Administração
ou do servidor. O prazo máximo é de três anos. A redação da 8.112 dizia que a
licença poderia ser prorrogada, mas foi alterada, tirando a prorrogação.

Para desempenho de mandato classista


Art. 92. É assegurado ao servidor o direito à licença sem remuneração para
o desempenho de mandato em confederação, federação, associação de
classe de âmbito nacional, sindicato representativo da categoria ou entidade
fiscalizadora da profissão ou, ainda, para participar de gerência ou adminis-
tração em sociedade cooperativa constituída por servidores públicos para
prestar serviços a seus membros, observado o disposto na alínea c do inciso

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 35


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

VIII do art. 102 desta Lei, conforme disposto em regulamento e observados


os seguintes limites:
I - para entidades com até 5.000 associados, um servidor;
II - para entidades com 5.001 a 30.000 associados, dois servidores;
III - para entidades com mais de 30.000 associados, três servidores.
§ 1º Somente poderão ser licenciados servidores eleitos para cargos de di-
reção ou representação nas referidas entidades, desde que cadastradas no
Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado.
§ 2° A licença terá duração igual à do mandato, podendo ser prorrogada, no
caso de reeleição, e por uma única vez.

Esta licença é para o servidor que for participar de sindicato, confederação,


cooperativa de servidores. Não pode ser para qualquer cargo, só para os de
direção. O prazo da licença é igual ao do mandato, podendo ser renovado uma
vez caso o servidor seja reeleito.

g) Afastamentos
A Lei 8.112 prevê três possibilidades de afastamento, a saber:

I – para servir a outro órgão ou entidade;


II – para exercício de mandato eletivo;
III – para estudo ou missão no exterior.
IV – para participação em pós-graduação stricto sensu no país

Para Servir a Outro Órgão ou Entidade


Art. 93. O servidor poderá ser cedido para ter exercício em outro órgão ou
entidade dos Poderes da União, dos Estados, ou do Distrito Federal e dos
Municípios, nas seguintes hipóteses:
I - para exercício de cargo em comissão ou função de confiança;
II - em casos previstos em leis específicas.

Este afastamento está previsto para duas hipóteses: cargo em comissão ou


função de confiança; em casos de leis específicas. O servidor da receita pode,
por exemplo, ser chamado para trabalhar em alguma secretaria do Ministério
da Fazenda, com função de confiança. Pode ainda ser chamado para ser diretor
da Caixa Econômica. A segunda hipótese são as de leis específicas.

§ 1º Na hipótese do inciso I, sendo a cessão para órgãos ou entidades dos


Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, o ônus da remuneração será

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 36


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

do órgão ou entidade cessionária, mantido o ônus para o cedente nos de-


mais casos.

Órgão cessionário é o órgão onde o servidor irá exercer suas atividades; e


órgão cedente é o órgão de origem e lotação do servidor cedido. Assim, se o
servidor for trabalhar em órgão de Estado, de Município ou do DF, quem paga
seu salário será o órgão que estiver recebendo o servidor. Já se o servidor for
trabalhar dentro da própria União, o órgão de origem continua pagando a re-
muneração do servidor.

Para Exercício de Mandato Eletivo


Art. 94. Ao servidor investido em mandato eletivo aplicam-se as seguintes
disposições:
I - tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital, ficará afastado do
cargo;
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, sendo-lhe fa-
cultado optar pela sua remuneração;
III - investido no mandato de vereador:
a) havendo compatibilidade de horário, perceberá as vantagens de seu car-
go, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo;
b) não havendo compatibilidade de horário, será afastado do cargo, sendo-
lhe facultado optar pela sua remuneração.
Se o servidor for eleito presidente, senador, deputado federal ou estadual,
governador de estado ou prefeito, terá que se afastar do cargo que ocupava.
No caso de Prefeito poderá optar pela remuneração do cargo antigo ou de Pre-
feito. Somente no caso de eleito vereador é que o servidor poderá permanecer
no cargo caso haja compatibilidade de horário, recebendo então a remunera-
ção dos dois cargos. Não havendo a compatibilidade de horários, o servidor é
afastado do cargo e poderá optar qual remuneração receberá.

Para Estudo ou Missão no Exterior


Art. 95. O servidor não poderá ausentar-se do País para estudo ou missão
oficial, sem autorização do Presidente da República, Presidente dos Órgãos
do Poder Legislativo e Presidente do Supremo Tribunal Federal.

§ 1º A ausência não excederá a 4 (quatro) anos, e finda a missão ou estu-


do, somente decorrido igual período, será permitida nova ausência.

§ 2º Ao servidor beneficiado pelo disposto neste artigo não será concedida


exoneração ou licença para tratar de interesse particular antes de decorrido

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 37


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

período igual ao do afastamento, ressalvada a hipótese de ressarcimento da


despesa havida com seu afastamento.

§ 3º O disposto neste artigo não se aplica aos servidores da carreira diplo-


mática.

§ 4º As hipóteses, condições e formas para a autorização de que trata este


artigo, inclusive no que se refere à remuneração do servidor, serão discipli-
nadas em regulamento.

Art. 96. O afastamento de servidor para servir em organismo internacional


de que o Brasil participe ou com o qual coopere dar-se-á com perda total da
remuneração.

O servidor pode ir estudar ou participar de missão oficial no exterior. Isto so-


mente com autorização do Chefe de cada Poder, num prazo máximo de quatro
anos. O servidor poderá se ausentar para o exterior novamente, só que so-
mente depois de passado igual prazo ao que ele ficou fora. Se ficou fora dois
anos estudando, o próximo afastamento só poderá ocorrer dois anos depois de
trabalhar no Brasil.

O mesmo ocorre se o servidor quiser se licenciar para tratar de assuntos parti-


culares ou quiser deixar o serviço público, sendo exonerado. Se ficou quatro
anos fora, não poderá deixar o serviço público por quatro anos após o retorno.
Só poderá pedir exoneração mediante o pagamento das despesas referentes a
seu afastamento.

É óbvio que este artigo não se aplica aos diplomatas, uma vez que esta é a
profissão deles: deixar o país.

Participação em Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu no País


Art. 96-A. O servidor poderá, no interesse da Administração, e desde que a
participação não possa ocorrer simultaneamente com o exercício do cargo
ou mediante compensação de horário, afastar-se do exercício do cargo efe-
tivo, com a respectiva remuneração, para participar em programa de pós-
graduação stricto sensu em instituição de ensino superior no País.
§ 2o Os afastamentos para realização de programas de mestrado e douto-
rado somente serão concedidos aos servidores titulares de cargos efetivos
no respectivo órgão ou entidade há pelo menos 3 (três) anos para mestrado
e 4 (quatro) anos para doutorado, incluído o período de estágio probatório,
que não tenham se afastado por licença para tratar de assuntos particulares
para gozo de licença capacitação ou com fundamento neste artigo nos 2
(dois) anos anteriores à data da solicitação de afastamento.

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 38


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

O servidor pode se afastar ainda para fazer mestrado, doutorado e pós-


doutorado no Brasil. Para isso tem que ter, no mínimo, três anos de exercício
para o mestrado e quatro para o doutorado. Vale aqui também a exigência em
relação à permanência do cargo depois do retorno do servidor, como vimos no
item anterior.

Concessões
Art. 97. Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor ausentar-se do serviço:
I - por 1 (um) dia, para doação de sangue;
II - por 2 (dois) dias, para se alistar como eleitor;
III - por 8 (oito) dias consecutivos em razão de:
a) casamento;
b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou padrasto, filhos,
enteados, menor sob guarda ou tutela e irmãos.
Art. 98. Será concedido horário especial ao servidor estudante, quando
comprovada a incompatibilidade entre o horário escolar e o da repartição,
sem prejuízo do exercício do cargo.
§ 1º Para efeito do disposto neste artigo, será exigida a compensação de
horário no órgão ou entidade que tiver exercício, respeitada a duração se-
manal do trabalho.
§ 2º Também será concedido horário especial ao servidor portador de defi-
ciência, quando comprovada a necessidade por junta médica oficial, inde-
pendentemente de compensação de horário.

h) Penalidades
Art. 127. São penalidades disciplinares:
I - advertência;
II - suspensão;
III - demissão;
IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
V - destituição de cargo em comissão;
VI - destituição de função comissionada.
Art. 128. Na aplicação das penalidades serão consideradas a natureza e a
gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem para o serviço
público, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes fun-
cionais.

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 39


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

Estas são as penalidades que o servidor poderá sofrer em caso de infração. A


penalidade aplicada a cada caso será determinada em função de:

Natureza e gravidade da infração;


Danos ao serviço público,
Circunstâncias agravantes ou atenuantes;
Antecedentes funcionais.

i) Advertência
Art. 129. A advertência será aplicada por escrito, nos casos de violação de
proibição constante do art. 117, incisos I a VIII e XIX, e de inobservância
de dever funcional previsto em lei, regulamentação ou norma interna, que
não justifique imposição de penalidade mais grave.

Estes incisos do art. 117 são os que tratam das seguintes proibições:

I- Ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização


do chefe imediato;
II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer do-
cumento ou objeto da repartição;
III - recusar fé a documentos públicos;
IV - opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo
ou execução de serviço;
V- promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da reparti-
ção;
VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em
lei, o desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou
de seu subordinado;
VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação
profissional ou sindical, ou a partido político;
VIII - Manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança,
cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil;
XIX - Recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado.

j) Suspensão
Art. 130. A suspensão será aplicada em caso de reincidência das faltas puni-
das com advertência e de violação das demais proibições que não tipifiquem

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 40


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

infração sujeita a penalidade de demissão, não podendo exceder de 90 (no-


venta) dias.

§ 1º Será punido com suspensão de até 15 (quinze) dias o servidor que, injus-
tificadamente, recusar-se a ser submetido a inspeção médica determinada pe-
la autoridade competente, cessando os efeitos da penalidade uma vez
cumprida a determinação.

§ 2º Quando houver conveniência para o serviço, a penalidade de suspensão


poderá ser convertida em multa, na base de 50% (cinqüenta por cento) por
dia de vencimento ou remuneração, ficando o servidor obrigado a permanecer
em serviço.

Art. 131. As penalidades de advertência e de suspensão terão seus registros


cancelados, após o decurso de 3 (três) e 5 (cinco) anos de efetivo exercício,
respectivamente, se o servidor não houver, nesse período, praticado nova in-
fração disciplinar.

Parágrafo único. O cancelamento da penalidade não surtirá efeitos retroativos.

Um dos fatores para a escolha da penalidade são os antecedentes funcionais.


Assim, se o servidor reincidir numa infração pela qual já tenha sido advertido,
ele será suspenso. A suspensão não pode exceder 90 dias.

Se o servidor for necessário para o bom andamento do serviço, se ele for fazer
falta, a suspensão poderá ser convertida em multa de 50% do salário por dia
de suspensão. Assim, se ele for suspenso por 30 dias e esta suspensão for
convertida em multa, na realidade ele irá receber no mês apenas metade do
salário.

Após três anos a advertência é retirada do registro do servidor e após cinco


anos o mesmo ocorre com a suspensão, desde que ele não tenha cometido
nova infração. Ou seja, o servidor volta a ter a ficha limpa. Estas infrações não
poderão ser consideradas para uma nova penalidade, naquele critério de ante-
cedentes funcionais.

Os incisos do art. 117 que não são nem de advertência e nem de demissão,
sendo, portanto de suspensão, são os seguintes:

XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocu-


pa, exceto em situações de emergência e transitórias;

XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o


exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho;

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 41


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

k) Demissão
Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes casos:
I - crime contra a administração pública;
II - abandono de cargo;
III - inassiduidade habitual;
IV - improbidade administrativa;
V - incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição;
VI - insubordinação grave em serviço;
VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima
defesa própria ou de outrem;
VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos;
IX - revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo;
X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional;
XI - corrupção;
XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas;
XIII - transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117.

Mais decoreba. Os incisos do art. 117 citados são os seguintes:

IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em de-


trimento da dignidade da função pública;
X- participar de gerência ou administração de sociedade privada, perso-
nificada ou não personificada, salvo a participação nos conselhos de
administração e fiscal de empresas ou entidades em que a União de-
tenha, direta ou indiretamente, participação no capital social ou em
sociedade cooperativa constituída para prestar serviços a seus mem-
bros, e exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista
ou comanditário;
XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públi-
cas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assisten-
ciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro;
XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espé-
cie, em razão de suas atribuições;
XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro;
XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas;
XV - proceder de forma desidiosa;

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 42


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou


atividades particulares;

Art. 134. Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do inativo que


houver praticado, na atividade, falta punível com a demissão.

Se o servidor já se aposentou, mas descobrem uma infração sua praticada


ainda em atividade e que seria punível com demissão, ele terá sua aposenta-
doria cassada, ou seja, deixa de receber a pensão.

Art. 138. Configura abandono de cargo a ausência intencional do servidor


ao serviço por mais de trinta dias consecutivos.

Art. 139. Entende-se por inassiduidade habitual a falta ao serviço, sem


causa justificada, por sessenta dias, interpoladamente, durante o período de
doze meses.

Faltou mais de 30 dias seguidos = demissão. Faltou 60 dias alternados em 12


meses = demissão. Repare que o abandono do cargo é com mais de 30 dias.

2.4. Aposentadoria
Segundo a Lei 8.112/1990:

Art. 183. A União manterá Plano de Seguridade Social para o servidor e


sua família.

O servidor exclusivamente comissionado não terá direito aos benefícios desse


plano, com exceção da assistência à saúde.

O servidor afastado ou licenciado do cargo efetivo, sem remuneração, terá


suspenso o seu vínculo com o regime do PSS do servidor público, enquanto
durar o afastamento ou a licença, não lhe assistindo, neste período, os benefí-
cios do regime de previdência.

Todavia, o servidor poderá optar por manter a vinculação ao regime, mediante


o recolhimento mensal da respectiva contribuição, no mesmo percentual devi-
do pelos servidores em atividade. Nesse caso, a base de cálculo será a remu-
neração total do cargo a que faz jus no exercício de suas atribuições,
computando-se, para esse efeito, inclusive, as vantagens pessoais. O recolhi-
mento deve ser efetuado até o segundo dia útil após a data do pagamento das
remunerações dos servidores públicos. Caso não haja o recolhimento na data
prevista, aplicar-se-ão os procedimentos de cobrança e execução dos tributos
federais.

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 43


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

O PSS visa a dar cobertura aos riscos a que estão sujeitos o servidor e sua
família, e compreende um conjunto de benefícios e ações que atendam às se-
guintes finalidades:

garantir meios de subsistência nos eventos de doença, invalidez, velhice,


acidente em serviço, inatividade, falecimento e reclusão;

proteger a maternidade, a adoção e a paternidade;

realizar a assistência à saúde.

As regras sobre aposentadoria da Lei 8.112/1990 foram parcialmente revoga-


das pelas sucessivas emendas constitucionais da previdência (EC 20/1998, EC
41/2003, EC 47/2005). Desse modo, vamos descrever as regras da aposenta-
doria à luz do que consta hoje na Carta Magna, juntamente com os dispositivos
ainda em vigor do estatuto federal.

Segundo a CF88, para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por ocasião


da sua concessão, serão consideradas as remunerações utilizadas como base
para as contribuições do servidor ao regime de previdência próprio do servidor
público (RPPS) e ao regime geral da previdência social (RGPS), se for o caso,
sendo que todos os valores de remuneração considerados para o cálculo do
benefício deverão ser devidamente atualizados, na forma da lei.

A Lei 10.887/2004 dispõe que a base de cálculo será definida pela média arit-
mética simples das maiores remunerações utilizadas como base para as contri-
buições do servidor aos regimes de previdência a que esteve vinculado,
correspondentes a 80% de todo o período contributivo, desde julho de 1994
ou desde o início da contribuição, se posterior a esse mês.

Além disso, após aplicar a porcentagem sobre a base de cálculo definida con-
forme o parágrafo anterior, o resultado calculado como montante dos proven-
tos da aposentadoria (e da pensão), por ocasião de sua concessão, não poderá
exceder a remuneração do servidor no cargo efetivo em que se deu a aposen-
tadoria ou que serviu de referência para a concessão da pensão.

A mesma Lei, com as alterações promovidas em 2012 pelo Frunpesp, dispõe:

Art. 4º A contribuição social do servidor público ativo de qualquer dos Po-


deres da União, incluídas suas autarquias e fundações, para a manutenção
do respectivo regime próprio de previdência social, será de 11% (onze por
cento), incidentes sobre:
I - a totalidade da base de contribuição, em se tratando de servidor que ti-
ver ingressado no serviço público até a data da publicação do ato de insti-
tuição do regime de previdência complementar para os servidores públicos
federais titulares de cargo efetivo e não tiver optado por aderir a ele;

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 44


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

II - a parcela da base de contribuição que não exceder ao limite máximo es-


taelecido para os benefícios do regime geral de previdência social, em se
tratando de servidor:
a) que tiver ingressado no serviço público até a data a que se refere o inciso
I e tenha optado por aderir ao regime de previdência complementar ali refe-
rido; ou
b) que tiver ingressado no serviço público a partir da data a que se refere o
inciso I, independentemente de adesão ao regime de previdência comple-
mentar ali referido.

O novo regime de previdência complementar será gerido pelas fundações de


previdência dos três poderes, os servidores do MPU podem aderir ao do Judici-
ário. Assim, servidores que receberem acima do teto da previdência social,
para se apostar com a mesma remuneração que recebiam na ativa, devem
optar pelo novo regime previdenciário complementar e participar do fundo. Do
contrário, levarão para a aposentadoria apenas o valor do teto da Previdência.

Quando os proventos forem proporcionais ao tempo de contribuição, a Lei


8.112/1990 assegura ao servidor um valor mínimo equivalente a um terço da
remuneração da atividade.

a) Aposentadoria por Invalidez


O servidor será aposentado por invalidez permanente quando não possuir mais
condições de saúde física ou mental para permanecer na ativa. Em regra, os
proventos da aposentadoria serão proporcionais ao tempo de contribuição.
Todavia, se a invalidez for decorrente de acidente em serviço, moléstia profis-
sional ou doença grave, contagiosa ou incurável, eles serão calculados na for-
ma da lei. Atualmente a Lei 8.112/1990 dispõe que, nesses casos, os
proventos serão integrais.

O art. 186, § 1.º, da Lei 8.112/1990 relaciona uma série de doenças conside-
radas graves, contagiosas ou incuráveis. A relação dessas doenças não costu-
ma ser cobrada em concursos públicos. Vale citar, todavia, que o servidor
aposentado com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, se acome-
tido de qualquer dessas moléstias e, por esse motivo, for considerado inválido
por junta médica oficial, passará a perceber proventos integrais, calculados
com base no fundamento legal de concessão da aposentadoria.

A aposentadoria por invalidez será precedida de licença para tratamento de


saúde, por período não excedente a 24 meses (consideradas, para o cômputo
desse prazo, apenas as licenças motivadas pela enfermidade ensejadora da
invalidez ou por doenças a ela correlacionadas). Expirado o período de licença
e não estando em condições de reassumir o cargo ou de ser readaptado, o

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 45


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

servidor será aposentado. O eventual lapso de tempo compreendido entre o


término da licença e a publicação do ato da aposentadoria será considerado
como de prorrogação da licença.

Antes de receber aposentadoria por invalidez, o servidor será submetido a


junta médica oficial, que atestará a invalidez quando caracterizada a incapaci-
dade para o desempenho das atribuições do cargo e a impossibilidade de se
promover a readaptação do servidor. A aposentadoria por invalidez vigorará a
partir da data da publicação do respectivo ato.

A critério da Administração, o servidor em licença para tratamento de saúde ou


aposentado por invalidez poderá ser convocado a qualquer momento, para
avaliação das condições que ensejaram o afastamento ou a aposentadoria. Já
vimos anteriormente que, se a junta médica declarar insubsistentes os motivos
da aposentadoria por invalidez, o servidor deverá voltar à ativa (reversão).

b) Aposentadoria Compulsória
A aposentadoria compulsória ocorrerá quando o servidor atinge os setenta
anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição. Essa
aposentadoria será automática e apenas declarada por ato administrativo, com
vigência a partir do dia imediato àquele em que o servidor atingir a idade limi-
te de permanência no serviço ativo.

c) Aposentadoria Voluntária
O servidor poderá se aposentar voluntariamente, desde que tenha cumprido o
tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço público e cinco anos
no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, atendidos, ainda, os requisi-
tos a seguir.

Na aposentadoria voluntária, para que os proventos sejam integrais, devem


ser observadas ainda as seguintes condições mínimas:

Homem: 60 anos de idade e 35 anos de tempo de contribuição;

Mulher: 55 anos de idade e 30 anos de tempo de contribuição.

Não obstante, caso o servidor atinja as idades citadas e ainda não possua o
tempo de contribuição necessário, ele poderá se aposentar com proventos
proporcionais ao tempo de contribuição: aos 65 anos de idade, se homem; e
60 anos de idade, se mulher.

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 46


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

A aposentadoria voluntária também vigorará a partir da data da publicação do


respectivo ato. No caso de exercício de atividades penosas, insalubres ou peri-
gosas, a aposentadoria voluntária observará o disposto em lei específica.

O servidor que tiver completado as exigências para aposentadoria voluntária e


optar por permanecer em atividade fará jus a um abono de permanência equi-
valente ao valor da sua contribuição previdenciária até completar as exigências
para a aposentadoria compulsória (quando deverá se aposentar).

Anos de
Idade
Contribuição

Homem 60 35
Integral
Mulher 55 30

Homem 65 -
Proporcional
Mulher 60 -

3. Atos Administrativos
Na atividade pública, podemos identificar três tipos de atos: os legislativos, os
judiciais e os administrativos. É importante lembrar que os órgãos judiciais e
legislativos também praticam atos administrativos, como os atos que dispõem
sobre sua organização interna e a administração de seu pessoal.

Hely Lopes Meirelles define ato administrativo como:

Toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que,


agindo nesta qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, trans-
ferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos admi-
nistrados ou a si própria.

Os atos administrativos, sendo unilaterais, não se confundem com os contra-


tos administrativos, que são atos bilaterais (conjugação de vontade de duas
partes – Administração e contratado). Fundamental também é que a Adminis-
tração aja nesta qualidade, isto é, utilizando-se de sua supremacia de Poder
Público, visto que algumas vezes ela nivela-se ao particular e o ato perde a
característica administrativa, assemelhando-se ao ato jurídico privado. O ato
administrativo, portanto, é regido pelo regime jurídico-administrativo (re-
gime de direito público da Administração).

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 47


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

É necessário ainda que a manifestação de vontade seja apta a produzir efei-


tos jurídicos e atue de forma imediata (aplicação direta aos casos concre-
tos), afetando direitos ou obrigações dos particulares ou da própria
Administração. Deve ainda provir de agente competente, possuir finalidade
pública e se revestir de forma legal.

Não se deve confundir ato administrativo com fato administrativo. Este é


toda realização material da Administração em cumprimento de alguma deci-
são administrativa. Um despacho que determine a demolição de uma ponte é
um ato administrativo, mas a demolição em si é mero fato administrativo.
Como se nota, um fato administrativo resulta sempre de um ato administrativo
que o determina. Os fatos administrativos são chamados também de atos ma-
teriais da Administração.

São cinco os elementos necessários à formação do ato administrativo:

A competência é o poder legal conferido a um agente para a prática do


ato administrativo. A competência deriva da lei e por ela é delimitada. É
elemento sempre vinculado de qualquer ato administrativo, pois na cabe
ao administrador decidir quem praticará determinado ato, ficando restrito,
quanto a este aspecto, ao que estabelece a lei.

Em sentido amplo, a finalidade de todo ato administrativo é a satisfação


do interesse público. Em sentido estrito, é a consecução do fim específico
previsto em lei para a prática do ato. Assim, um ato que determina a
construção de uma escola, por exemplo, tem em sentido amplo a finalida-
de de satisfazer o interesse público, e em sentido estrito a melhoria da
educação da população da região. A finalidade é requisito sempre regrado
(vinculado) do ato. A prática do ato administrativo deve ser destinada a
atender ao fim específico previsto em lei, que deve ser sempre de caráter
público.

A forma é a maneira de exteriorização da vontade da Administração. Em


regra, todo ato administrativo é formal, isto é, exige uma forma estabele-
cida em lei para a sua prática. O desrespeito a esta forma, que é a roupa-
gem jurídica do ato, torna sua prática inválida. Segundo a doutrina
tradicional, a forma, assim como os dois requisitos anteriores, é elemento
sempre vinculado do ato, não podendo o administrador escolher forma di-
versa da prevista para a sua prática.

Motivo ou causa é o pressuposto de direito e de fato que serve de fun-


damento para a prática do ato. Pressuposto de direito é a norma legal em
que se baseia o ato; pressuposto de fato, a situação que, encaixando-se
na previsão legal, leva a Administração à prática do ato. O motivo pode vir
expresso em lei, determinando a prática do ato quando estiver presente.

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 48


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

Neste caso, ele será elemento vinculado, não podendo o administrador


eleger situação ou fundamento jurídico diverso para a sua prática. Ocor-
rendo a situação prevista, fica o agente obrigado à sua prática. Não ocor-
rendo, tal prática lhe é vedada. Pode também o motivo não vir previsto na
norma legal, sendo deixado ao critério do administrador, quanto à sua
existência e valoração, como nos casos de nomeações para cargos em
comissão. Neste caso, será elemento discricionário.

O objeto de qualquer ato administrativo é a criação, modificação ou com-


provação de situações jurídicas concernentes aos administrados ou à Ad-
ministração Pública. O objeto é o próprio conteúdo do ato, o efeito jurídico
imediato que a Administração busca alcançar. O objeto pode ser elemento
vinculado, quando a lei o determinar expressamente para certo ato, ou
deixado a critério do administrador, que o escolherá entre as alternativas
possíveis, relativas ao caso concreto. Neste caso, será requisito discricio-
nário.

Além dos elementos que os formam, os atos administrativos possuem certas


características ou atributos que os qualificam. São eles:

Presunção de Legitimidade: presume-se que o ato foi praticado con-


forme as leis e princípios que o regem, de modo que se considera a ativi-
dade administrativa, em princípio, como legítima, isto é, conforme o
direito. Todavia, essa presunção é relativa, isto é, admite prova em con-
trário do particular afetado pelo ato. Assim, por exemplo, se um cidadão é
multado pelo Poder Público, pode tentar provar, se for o caso, que sua
conduta (a qual acarretou a multa) não é vedada por lei. Dessa forma,
demonstrará que a multa foi indevida.

Presunção de Veracidade: Por esse atributo, considera-se que os fatos


alegados pela Administração no ato administrativo são verdadeiros. Em
outras palavras, o conteúdo do ato é tido por verdadeiro. Do mesmo modo
que no atributo anterior, essa presunção é relativa, admitindo prova em
contrário do administrado. Note que ocorre aqui a inversão do ônus da
prova, como ensina Maria Sylvia Zanella Di Pietro. Na seara particular,
quem alega alguma coisa é que deve provar sua veracidade. No Direito
Administrativo, em função da presunção de veracidade, a Administração
não precisa provar o que alega, cabendo ao administrado, se for o caso,
provar a falsidade do conteúdo do ato.

Imperatividade: essa característica do ato administrativo só existe nos


atos que impõe algum gravame ao particular. Significa que o ato emanado
da Administração, por si só, é de observância obrigatória pelo particular.
Um exemplo é a determinação de que uma feira livre seja realizada so-

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 49


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

mente aos domingos, em determinada avenida da cidade. Os feirantes


não podem descumprir essa determinação, por exemplo, instalando a feira
em dia ou local diverso do determinado no ato. O mesmo se dá com a
aplicação de uma multa, que, pela sua só emissão, passa a ser imperativa
para o administrado sancionado.

Autoexecutoriedade: de nada adiantaria a imperatividade do ato se o


particular pudesse simplesmente se negar a observá-lo. Assim, em caso
de óbice ao cumprimento espontâneo de um ato imperativo, a Administra-
ção tem a prerrogativa de forçar o administrado à execução da determina-
ção, sem necessidade de prévia autorização judicial.

Tipicidade: este atributo decorre do princípio da legalidade. Uma vez que


a Administração só pode fazer o que está previsto em lei, a prática de
qualquer ato administrativo exige que ele esteja previamente descrito na
norma legal, isto é, que ele esteja tipificado na lei. Desse modo, os atos
administrativos possuem o atributo da tipicidade.

3.1. Requisição
Segundo a CF88:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviola-
bilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à proprie-
dade, nos termos seguintes:

XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá


usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulteri-
or, se houver dano;

Em muitas ocasiões a Administração Pública precisa dispor de serviços ou bens


que não configuram como de seu exercício ou posse para alcançar objetivos
demandados pela população. Desde imóveis para abrigar as urnas de votos
durante a realização das eleições até a prestação de serviços militares para
atender a demanda das forças armadas, os recursos dos quais carece a Admi-
nistração Pública, como se sabe, podem constituir inúmeras espécies. Surge,
então, a possibilidade de o Estado buscar em outras fontes aquilo que lhe falta.

Para Diógenes Gasparini, a requisição é:

A utilização, quase sempre transitória e autoexecutória, pela Administração


Pública, de bens particulares, mediante determinação da autoridade compe-
tente, com ou sem indenização posterior em razão ou não de perigo público.

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 50


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

Maria Sylvia Zanella di Piettro ensina que a requisição administrativa seria o:

Ato administrativo unilateral, auto-executório e oneroso, consistente na utili-


zação de bens ou de serviços particulares pela Administração, para atender a
necessidades coletivas em tempo de guerra ou em caso de perigo público
iminente.

Para Celso Antônio Bandeira de Mello, requisição administrativa:

É o ato pelo qual o Estado, em proveito de um interesse público, constitui al-


guém, de modo unilateral e autoexecutório, na obrigação de prestar-lhe um
serviço ou ceder-lhe transitoriamente o uso de uma coisa in natura obrigan-
do-se a indenizar os prejuízos que tal medida efetivamente acarretar ao obri-
gado.

Segundo Hely Lopes Meireles:

A requisicão civil visa a evitar danos, à vida, à saúde e aos bens da coletivi-
dade; a requisição militar objetiva o resguardo da segurança interna e a ma-
nutenção da Soberania Nacional. Ambas são cabíveis em tempo de paz,
independentemente de qualquer regulamentação legal, desde que se apre-
sente uma real situação de perigo público iminente (inundação, incêndio, so-
negação de gêneros de primeira necessidade, conflito armado, comoção
intestina). Em tempo de guerra, as requisições tanto civis como militares,
devem atender aos preceitos da lei federal específica.

Verifica-se que Gasparini omite os serviços do rol de objetos de requisição e


limita o destinatário da requisição ao particular. Como se verifica, em casos
práticos, é perfeitamente aceitável a requisição de serviços prestados por par-
ticulares. Di Piettro, como Gasparini, configura o particular como o único desti-
natário da requisição administrativa, limitando também a possibilidade de
requisição aos tempos de guerra ou em caso de perigo público iminente. Esta
última limitação se mostra incompatível, por exemplo, com os casos onde a
administração requisita imóveis para depositar as urnas eleitorais e os particu-
lares para exercerem serviços de mesários. Apesar de a requisição atender a
uma demanda pública, a necessidade de requisição do imóvel e do particular
nas eleições em nada se relaciona com tempos de guerra ou perigo público
iminente.

Podemos observar que na requisição há duas figuras. De um lado há um requi-


sitante, no qual se presume uma necessidade, e do outro o requisitado, no
qual se presume haver o necessário, o objeto da requisição. Sendo a requisi-
ção administrativa, ela se manifestará como ato administrativo, possuindo
prerrogativas e limitações próprias de Direito Público, como autoexecutorieda-
de, caráter obrigatório de atendimento e motivação para fazê-lo.

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 51


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

O requisitante, sujeito ativo da requisição, obrigatoriamente deve ser uma


porção do Estado, revestido como tal. Seja a União, Estado, o Distrito Federal,
Município, Autarquia ou quem lhes faça as vezes, a requisição administrativa
sempre terá como requisitante uma porção do Estado.

Quanto ao requisitado, destinatário da requisição, a delimitação ainda se mos-


tra imprecisa por conta de divergências doutrinárias e jurisprudenciais. Está
consolidado o entendimento de que a requisição administrativa pode ter como
destinatário os particulares, pessoas naturais ou jurídicas. Todavia, não há
ainda aceitação pacífica de que uma porção do Estado possa figurar no polo
passivo da requisição administrativa.

Uma das características que definem a Requisição Administrativa como tal é a


temporalidade da utilização do bem ou serviço requisitado. Quando não mais
se verifica a necessidade que motivou a requisição ou quando atingido o tempo
estabelecido para a prestação de determinado serviço, não mais se justifica a
continuidade do atendimento à requisição e esta extinguirá.

4. Questões Comentadas
(CESPE/TELEBRAS/2013) Julgue os próximos itens, relativos à legislação
administrativa.
1. Para a instituição de fundação pública, deve ser editada lei complemen-
tar que autorize o presidente da República a expedir decreto para a criação
da fundação.
2. Caso um ato administrativo seja expedido sem finalidade pública, ele
poderá ser convalidado posteriormente por autoridade superior que estabe-
leça os motivos determinantes.
3. Mediante requisição administrativa, o Estado pode dispor de bem de
particular para desenvolver atividade pública, sem a necessidade de paga-
mento prévio ou posterior de indenização, a despeito de desgaste ou dano
ao bem.
4. A demissão de servidor público ocorre unicamente mediante a solicita-
ção formal do servidor, enquanto a exoneração consiste em penalidade con-
tra o servidor.
5. Servidor em estágio probatório pode assumir cargo em comissão de
chefia ou função comissionada, sendo estável ou não no serviço público.

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 52


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

A questão 01 é certa. A lei que autoriza a criação de entidades da administra-


ção indireta é ordinária. A lei complementar definirá a área de atuação. Se-
gundo a CF88:

XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a
instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de funda-
ção, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua
atuação;

A questão 02 é errada. Convalidação é a correção de um ato ilegal com eficácia


retroativa. Há atos que apresentam vícios passíveis de correção, porque menos
graves, que são os atos anuláveis; e há atos cujos vícios são de maior gravi-
dade e que não admitem correção: são os atos nulos. Segundo a Lei
9.784/1999:

Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse


público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos saná-
veis poderão ser convalidados pela própria Administração.

No caso da questão, o ato é nulo. Trabalhando a partir de cinco elementos de


validade do ato administrativo (competência, finalidade, forma, motivo e obje-
to) a doutrina tem entendimento relativamente pacífico sobre o que se consi-
dera defeito sanável: é apenas o vício de competência, quando esta é não
exclusiva, e de forma, quando esta é não essencial à validade do ato. Portanto,
a convalidação expressa pode incidir apenas quando o ato apresentar estes
dois defeitos. Do contrário ela não é autorizada. Quando o ato é praticado sem
finalidade pública, no interesse do agente, é ilegal, não pode ser convalidado.

A questão 03 é errada. Vimos que, segundo a CF88:

XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá


usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulte-
rior, se houver dano;

A questão 04 é errada, a demissão é que é uma penalidade.

A questão 05 é certa. Vimos que o servidor em estágio probatório poderá exer-


cer quaisquer cargos de provimento em comissão ou funções de direção, chefia
ou assessoramento no órgão ou entidade de lotação. No entanto, somente
poderá ser cedido a outro órgão ou entidade para ocupar cargos de natureza
especial, cargos em comissão do Grupo Direção e Assessoramento Superiores
(DAS) de níveis 6, 5 e 4, ou equivalentes.

Gabarito: C, E, E, E, C.

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 53


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

(CESPE/ANAC/2012) Com relação à administração direta, indireta e funcio-


nal, julgue os itens abaixo.
6. A autarquia é o serviço autônomo criado por lei, com personalidade ju-
rídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da ad-
ministração pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão
administrativa e financeira descentralizada.
7. A administração direta é constituída pelos serviços integrados na estru-
tura administrativa da presidência da República e dos ministérios, incluídas
as fundações públicas.
8. Os princípios fundamentais da administração federal são planejamento,
coordenação, descentralização, delegação de competência e controle.
9. Uma fundação pública é criada por ato do Poder Executivo, sendo des-
necessária autorização legislativa.

A questão 06 é certa. Segundo o DL200:

I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídi-


ca, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da Admi-
nistração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão
administrativa e financeira descentralizada.

A questão 07 é errada. Segundo o DL 200:

Art. 4° A Administração Federal compreende:

I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na es-


trutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios.

II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de


entidades, dotadas de personalidade jurídica própria:

a) Autarquias;

b) Emprêsas Públicas;

c) Sociedades de Economia Mista.

d) fundações públicas.

A questão 08 é certa. Estes princípios também estão no DL 200:

Art. 6º As atividades da Administração Federal obedecerão aos seguintes


princípios fundamentais:

I - Planejamento.

II - Coordenação.

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 54


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

III - Descentralização.

IV - Delegação de Competência.

V - Contrôle.

A questão 09 é certa. As entidades da administração indireta ou são criadas


por lei ou têm sua criação autorizada por lei. Assim, sempre depende de parti-
cipação do Legislativo.

Gabarito: C, E, C, E.

(CESPE/ANAC/2012) Julgue os itens a seguir, referentes às agências regula-


doras.
10. As agências reguladoras têm o poder de orientar e de conciliar, mas não
de sancionar, competência exclusiva do Poder Judiciário.
11. As agências reguladoras são órgãos da administração indireta que exer-
cem unicamente o típico poder de polícia, impondo limitações administrati-
vas de fiscalização e de repressão previstas em lei.
12. As agências reguladoras têm autonomia financeira e orçamentária, as-
sim como receita própria.
13. Considere que uma empresa aérea apresente recurso administrativo
questionando uma portaria da ANAC. Nesse caso, a própria agência regula-
dora será a última instância decisória na esfera administrativa.

A questão 10 é errada, as agências reguladoras também podem impor san-


ções, vimos recentemente o caso da Anatel suspendendo a venda de linhas de
celulares devido aos problemas nos serviços prestados por algumas operado-
ras. Elas também aplicam multas.

A questão 11 é errada, vimos que a Zanella Di Pietro diferencia dois tipos de


agências reguladoras, as que exercem poder de política e as que atuam como
o ente que delega serviços públicos, regulando os serviços concedidos.

A questão 12 é certa, sua natureza especial lhes concede autonomia financeira


e orçamentária.

A questão 13 é certa, as agências não estão subordinadas hierarquicamente ao


executivo, tem autonomia, por isso, administrativamente, são a última instân-
cia.

Gabarito: E, E, C, C.

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 55


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

14. (CESPE/ANAC/2012) Mediante contrato de gestão estabelecido entre o


Estado e os órgãos estatais, são criados controles normativos burocráticos
cujo foco é o acompanhamento das atividades desenvolvidas pelo órgão es-
tatal.

A questão é errada, o contrato de gestão pressupõe um controle de resultados,


e não burocráticos.

Gabarito: E.

15. (CESPE/ANAC/2012) A ANAC, uma agência reguladora, recebe essa


qualificação por força de contrato de gestão celebrado com órgão da admi-
nistração a que se subordina, para melhoria da eficiência e redução de cus-
tos.

A questão é errada, as agências reguladoras são criadas por lei. Elas celebram
contrato de gestão, mas não é ele que confere a qualificação.

Gabarito: E.

16. (CESPE/AGU/2012) A qualificação de agência executiva federal é confe-


rida, mediante ato discricionário do presidente da República, a autarquia ou
fundação que apresente plano estratégico de reestruturação e de desenvol-
vimento institucional em andamento e celebre contrato de gestão com o mi-
nistério supervisor respectivo.

A questão é certa. Vimos que, segundo a Lei 9.649/1998:

Art. 51. O Poder Executivo poderá qualificar como Agência Executiva a autar-
quia ou fundação que tenha cumprido os seguintes requisitos:

I - ter um plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institu-


cional em andamento;

II - ter celebrado Contrato de Gestão com o respectivo Ministério supervisor.

§ 1º A qualificação como Agência Executiva será feita em ato do Presidente


da República”.

Gabarito: C.

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 56


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

(CESPE/MPE-PI/2012) Com relação a administração direta, indireta e funcio-


nal, julgue o item a seguir.
17. As agências executivas não constituem uma nova entidade, pois, na
verdade, elas não passam de autarquias e(ou) fundações públicas que foram
qualificadas como tal.

A questão é certa, a agência executiva é uma autarquia ou fundação já exis-


tente que recebe uma qualificação especial.

Gabarito: C.

(CESPE/MPE-PI/2012) Considerando que o trabalho dos servidores públicos


federais é regido por uma legislação própria, com regras claras e específicas,
julgue os itens subsecutivos de acordo com o regime jurídico dos servidores
públicos federais.
18. Se um servidor público for aposentado por invalidez, mas o motivo des-
sa invalidez deixar de existir, tal servidor deverá retornar à ativa. Tal retor-
no tipificará o que a legislação denomina recondução.
19. Considere a seguinte situação hipotética. Carlos, servidor público fede-
ral, requereu licença por motivo de doença, pois sua esposa fora diagnosti-
cada com uma rara doença, cujo tratamento demanda cuidados intensos e
de alto custo. Para que não ficasse sem recursos financeiros durante o perí-
odo de sua licença, ele aceitou uma oferta remunerada para trabalhar em
casa. Nessa situação, Carlos não está amparado pela lei.
20. O servidor público federal demitido por lograr proveito pessoal, em de-
trimento da dignidade da função pública, ficará impedido de ocupar novo
cargo público por prazo indeterminado.

A questão 18 é errada. Esta é a reversão. Segundo a Lei 8.112/1990:

Art. 25. Reversão é o retorno à atividade de servidor aposentado:


I - por invalidez, quando junta médica oficial declarar insubsistentes os mo-
tivos da aposentadoria; ou
II - no interesse da administração, desde que:
a) tenha solicitado a reversão;
b) a aposentadoria tenha sido voluntária;

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 57


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

c) estável quando na atividade;


d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à solicitação;
e) haja cargo vago.

Art. 29. Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente


ocupado e decorrerá de:
I - inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;
II - reintegração do anterior ocupante.
Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo de origem, o servidor será
aproveitado em outro, observado o disposto no art. 30.
A questão 19 é certa. Vimos que, segundo a Lei:

§ 3º É vedado o exercício de atividade remunerada durante o período da li-


cença prevista no inciso I deste artigo.

A questão 20 é errada. Segundo a Lei 8.112/1990:

Art. 137. A demissão ou a destituição de cargo em comissão, por infringên-


cia do art. 117, incisos IX e XI, incompatibiliza o ex-servidor para nova in-
vestidura em cargo público federal, pelo prazo de 5 (cinco) anos.

Gabarito: E, C, E.

(CESPE/MPE-PI/2012) Julgue os itens que se seguem, acerca do ato admi-


nistrativo.
21. O princípio da impessoalidade em relação à atuação administrativa im-
pede que o ato administrativo seja praticado visando a interesses do agente
público que o praticou ou, ainda, de terceiros, devendo ater-se, obrigatoria-
mente, à vontade da lei, comando geral e abstrato em essência.
22. Inerente aos atos administrativos, a presunção de legitimidade caracte-
riza-se por ser um princípio de direito público relativo, isto é, que não admi-
te prova em contrário.

A questão 21 é certa, o ato administrativo deve ter por finalidade o interesse


público, e não o interesse do agente.

A questão 22 é errada, é relativo, por isso admite prova em contrário.

Gabarito: C, E.

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 58


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

23. (CESPE/DPRF/2012) As organizações sociais não estão compreendidas


no rol das entidades que constituem a administração pública indireta.

A questão é certa, as Organizações Sociais são entidades privadas sem fins


lucrativos, que recebem uma qualificação especial. Tanto elas quanto as OS-
CIPs não estão nem na administração direta nem na indireta.

Gabarito: C.

24. (CESPE/STM/2011) Os atos administrativos têm origem no Estado ou


em agentes investidos de prerrogativas estatais.

A questão é certa. De fato, os atos administrativos podem ser editados pelo


Estado ou por agentes investidos de prerrogativas estatais, ou seja, pela pró-
pria Administração Pública ou por delegatário de serviços públicos.

Gabarito: C.

25. (CESPE/TCU/2011) A presunção de legitimidade, como atributo do ato


administrativo, representa a faculdade ou a prerrogativa conferida à admi-
nistração pública para impor, unilateralmente, obrigações aos administrados
e interferir na esfera alheia independentemente de anuência prévia.

A presunção de legitimidade é atributo que estabelece que os atos administra-


tivos gozam da prerrogativa de se presumir sua consonância com o direito.
Contudo, a imposição unilateral de obrigações aos administrados é decorrência
do atributo da imperatividade.

Gabarito: E.

26. (CESPE/TJ-ES/2010) A requisição, como forma de intervenção pública


no direito de propriedade que se dá em razão de iminente perigo público,
não configura forma de autoexecução administrativa na medida em que
pressupõe autorização do Poder Judiciário.

A questão é errada, vimos que a requisição possui autoexecutoriedade.

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 59


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

Gabarito: E.

(CESPE/MPU/2010) Acerca das agências executivas e reguladoras, julgue os


seguintes itens.
27. Os diretores de agência reguladora são indicados e exonerados ad nu-
tum pelo chefe do ministério a que a agência se vincula.
28. Para se transformar em agência executiva, uma fundação deve ter, em
andamento, planos estratégicos de reestruturação e de desenvolvimento ins-
titucional.
29. À agência executiva é vedada a celebração de contrato de gestão com
órgão da administração direta.
30. A desqualificação de fundação como agência executiva é realizada me-
diante decreto, por iniciativa do ministério supervisor.
31. As agências executivas fazem parte da administração direta, e as agên-
cias reguladoras integram a administração pública indireta.

A questão 27 é errada. Uma das prerrogativas das agências reguladoras é o


mandato fixo dos seus dirigentes. Eles são nomeados pelo Presidente, e não
pelos ministros, e devem ser aprovados pelo Senado. Porém, uma vez nomea-
dos, não podem ser exonerados. Ad nutum significa que o ato pode ser revo-
gado pela vontade de uma só das partes, que pode ser resolvido pela
autoridade administrativa competente, com exclusividade. Um exemplo é a
demissão de funcionário público não estável

A Lei n.º 9.986/2000, que dispõe sobre a gestão de recursos humanos das
agências reguladoras, determina que:

Art. 9º Os Conselheiros e os Diretores somente perderão o mandato em ca-


so de renúncia, de condenação judicial transitada em julgado ou de proces-
so administrativo disciplinar.

Parágrafo único. A lei de criação da Agência poderá prever outras condições


para a perda do mandato.

As agências executivas foram criadas com o objetivo de conferir maior auto-


nomia para entidades da administração indireta, mais especificamente autar-
quias e fundações públicas que exerçam atividades exclusivas de Estado.
Segundo a Lei 9.649/98:

Art. 51. O Poder Executivo poderá qualificar como Agência Executiva a au-
tarquia ou fundação que tenha cumprido os seguintes requisitos:

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 60


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

I - ter um plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institu-


cional em andamento;

II - ter celebrado Contrato de Gestão com o respectivo Ministério supervi-


sor.

§ 1º A qualificação como Agência Executiva será feita em ato do Presidente


da República.

Como podemos ver no art. 51, a concessão do status de Agência Executiva


depende do preenchimento de dois requisitos pela entidade:

A celebração de contrato de gestão com o respectivo Ministério


Supervisor;
A existência de um plano estratégico de reestruturação e de
desenvolvimento institucional, voltado para a melhoria da qualidade de
gestão e para a redução de custos, já concluído ou em andamento.
A questão 28 é certa, uma das condições para se qualificar como agência exe-
cutiva é a existência de um plano estratégico de reestruturação e de desenvol-
vimento institucional em andamento.

Outra condição é a entidade ter celebrado contrato de gestão. A questão 29 é


errada.

Segundo o Decreto 2.487/1998:

§ 4º O A desqualificação de autarquia ou fundação como Agência Executiva


dar-se-á mediante decreto, por iniciativa do Ministério supervisor, com
anuência do Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado, sem-
pre que houver descumprimento do disposto no parágrafo anterior.

Assim como a qualificação como agência executiva ocorre mediante decreto, a


sua desqualificação também. A questão 30 é certa.

A questão 31 é errada. Tanto as agências reguladoras quanto as executivas


fazem parte da administração indireta. As primeiras são autarquias, e as últi-
mas autarquias ou fundações públicas.

Gabarito: E, C, E, C, E.

(CESPE/MPU/2010) No que se refere à organização administrativa da União,


julgue os próximos itens.

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 61


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

32. Um órgão (pessoa jurídica) integrante da administração indireta está


hierarquicamente subordinado à pessoa jurídica da administração direta que
o instituiu.
33. Ocorre autotutela quando um ministério exerce controle sobre um órgão
da administração indireta.

Os órgãos podem ser criados dentro das entidades da administração indireta,


mas ficam subordinados a esta, não ao órgão da administração direta. A ques-
tão 32 é errada.

O princípio da autotutela compreende o poder-dever de a própria Administra-


ção exercer o controle de seus atos. Atuando por provocação do particular ou
de ofício (independentemente de provocação do particular), a Administração
irá analisar os atos produzidos em seu âmbito. Esta análise pode ocorrer tanto
sobre a legalidade do ato ou sobre seu mérito.

Quando analisa a legalidade, a Administração avalia se o ato foi produzido em


conformidade com os princípios administrativos, as leis e os atos normativos
administrativos. Caso verificada ilegalidade, o ato será anulado.

No caso do mérito, mesmo o ato sendo legal, a Administração irá analisar a


sua conveniência e oportunidade, de acordo com o interesse público. Caso o
ato não se mostre mais conveniente e oportuno, será revogado.

O princípio da autotutela está contemplado na Súmula nº 473 do STF

A Administração pode anular seus próprios atos quando eivados de vícios


que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los,
por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adqui-
ridos, e ressalvada, em qualquer caso, a apreciação judicial.

A questão 33 é errada porque a autotutela é sobre seus próprios atos. O con-


trole sobre as entidades da administração indireta é chamado de tutela.

Gabarito: E, E.

(CESPE/AGU/2010) A respeito da organização administrativa do Estado bra-


sileiro, julgue os itens que se seguem.
34. Os contratos de gestão das agências executivas são celebrados com o
respectivo ministério supervisor pelo período mínimo de um ano, estabele-
cendo os objetivos, metas e indicadores de desempenho da entidade, bem

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 62


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

como os recursos necessários e os critérios e instrumentos para avaliação do


seu cumprimento.
35. No âmbito da administração pública indireta, o contrato de gestão é o
principal instrumento de controle dos resultados de uma organização social.
36. A atividade de regulação exercida pelas agências reguladoras no Brasil
é realizada somente sobre os serviços públicos desestatizados, dos quais
depende a população.

A questão 34 é certa. Segundo o Decreto 2.487/1998, que trata das agências


executivas:

Art. 3º O contrato de gestão definirá relações e compromissos entre os sig-


natários, constituindo-se em instrumento de acompanhamento e avaliação
do desempenho institucional da entidade, para efeito de supervisão ministe-
rial e de manutenção da qualificação como Agência Executiva.

§ 4º O contrato de gestão terá a duração mínima de um ano, admitida a re-


visão de suas disposições em caráter excepcional e devidamente justificada,
bem como a sua renovação, desde que submetidas à análise e à aprovação
referidas no § 1º deste artigo, observado o disposto no § 7º do art. 4º des-
te Decreto.

As Organizações Sociais são pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucra-
tivos, ou seja, criadas por particulares e não fazem parte da administração
indireta. A questão 35 é errada.

A questão 36 é errada. A criação das agências reguladoras se deu muito em


função da privatização de serviços públicos na década de 1990, mas a regula-
ção pode ocorrer sobre diferentes tipos de serviços. Por exemplo, temos a
Anvisa que atua em relação a serviços de saúde que não foram desestatizados,
ela fiscaliza, por exemplo, a importação de produtos alimentícios. A ANS atua
sobre os planos de saúde, que também não são serviços desestatizados. Para
Maria Sylvia Zanella Di Pietro há dois tipos de agências reguladoras em nosso
ordenamento jurídico:

1. As que exercem poder de polícia, a partir de limitações administrati-


vas determinadas em lei, de que são exemplos a Agência nacional de
Saúde Pública Complementar (ANS)b e a Agência nacional de Vigilân-
cia Sanitária (ANVISA);

2. As que exercem poder regulatório e fiscalizatório de atividades obje-


to de concessão, permissão ou autorização de serviço público (energia

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 63


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

elétrica, telecomunicações etc.), ou de concessão para exploração de


bem público (petróleo, rodovias, etc.).

Gabarito: C, E, E.

37. (CESPE/MPS/2010) Quando um banco estatal celebra, com um cliente,


um contrato de abertura de conta-corrente, está praticando um ato adminis-
trativo.

Nem toda ação da Administração Pública é tida como ato administrativo. So-
mente pode ser considerado ato administrativo suas manifestações, unilate-
rais, quando ela (Administração) age como tal. Significa dizer que a
Administração atua com superioridade, com prerrogativa, com supremacia.

Assim, como regra, os atos praticados por estatais (empresas públicas e socie-
dades de economia mista) são submetidas ao mesmo regime jurídico das de-
mais empresas privadas (regime jurídico de direito privado), conforme
estabelece o art. 173, §3º, inc. II, CF/88, não sendo, pois, considerados atos
administrativos, mas atos privados da Administração.

Gabarito: E.

(CESPE/TRE-MT/2009) Acerca da organização da administração pública no


Brasil, julgue os itens a seguir:
38. A criação de um ministério na estrutura do Poder Executivo federal para
tratar especificamente de determinado assunto é um exemplo de adminis-
tração descentralizada.
39. A descentralização administrativa ocorre quando se distribuem compe-
tências materiais entre unidades administrativas dotadas de personalidades
jurídicas distintas
40. A criação das autarquias é feita por lei, ao passo que as empresas pú-
blicas e sociedades de economia mista são criadas por meio do registro dos
atos de constituição no respectivo cartório.
41. As empresas públicas têm natureza jurídica de pessoas jurídicas de di-
reito público interno.
42. As secretarias de estado e as autarquias estaduais fazem parte da ad-
ministração direta.

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 64


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

Os ministérios são órgãos integrantes da administração direta sem personali-


dade jurídica própria, ou seja, são uma forma de desconcentração e não des-
centralização. A questão 38 é errada.

A descentralização sempre envolve pessoas jurídicas distintas. A questão 39 é


certa.

Segundo a CF88:

Art. 37, XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e auto-
rizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e
de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as
áreas de sua atuação;

Para a instituição de empresas públicas e sociedades de economia mista tam-


bém há necessidade de lei específica. Tal lei, todavia, não dará surgimento,
por si só, à entidade, constituindo apenas um pressuposto indispensável para a
edição de outro ato, agora de autoria do Poder Executivo (um decreto), o qual,
uma vez inscrito no registro competente, assinalará a constituição da entidade,
será o termo inicial de sua personalidade jurídica.

A questão 40 é errada, estaria certa não fosse a falta de uma palavra: “espe-
cífica”. As autarquias são criadas por lei específica, e não apenas lei.

Seguem as definições do Decreto-Lei 200:

Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica,


patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da Adminis-
tração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão ad-
ministrativa e financeira descentralizada.

Emprêsa Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito


privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo da União, criado por lei
para a exploração de atividade econômica que o Govêrno seja levado a
exercer por fôrça de contingência ou de conveniência administrativa poden-
do revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito.

Sociedade de Economia Mista - a entidade dotada de personalidade jurídica


de direito privado, criada por lei para a exploração de atividade econômica,
sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto perten-
çam em sua maioria à União ou a entidade da Administração Indireta.

Fundação Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito


privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa,
para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos
ou entidades de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio
próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento custe-
ado por recursos da União e de outras fontes.

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 65


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

A questão 41 é errada porque as empresas públicas têm natureza de direito


privado.

A questão 42 é errada porque as autarquias fazem parte da administração


indireta.

Gabarito: E, C, E, E, E.

(CESPE/PCRN/2008) A respeito da descentralização e da desconcentração,


julgue os itens a seguir:
43. Pela desconcentração rompe-se uma unidade personalizada e não há
vínculo hierárquico entre a administração central e a pessoa estatal descen-
tralizada. Assim, a segunda não é subordinada à primeira.
44. A descentralização pressupõe pessoas jurídicas diversas: a que origi-
nalmente tem ou teria titulação sobre certa atividade e aquela a que foi atri-
buído o desempenho da atividade em causa.

A questão 43 é errada porque temos a descentralização, em que é criada nova


personalidade jurídica, que não é subordinada hierarquicamente. Por isso tam-
bém que a questão 44 é certa.

Gabarito: E, C.

45. (CESPE/STF/2008) A escolha pela subvenção a uma instituição privada


para a prestação de um serviço público de saúde representa forma de des-
concentração do serviço público.

A subvenção para uma instituição privada para prestação de serviço público é


uma forma de descentralização por colaboração. A questão é errada porque
fala em desconcentração.

Gabarito: E.

46. (CESPE/TJDFT/2008) O conceito de ato administrativo engloba todas as


ações emanadas da administração pública e sujeitas ao controle pelo Poder
Legislativo.

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 66


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

A questão é errada. Segundo Hely Lopes Meirelles, ato administrativo é:

Toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que,


agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, trans-
ferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos admi-
nistrados ou a si própria.

Nem toda ação da Administração Pública é tida como ato administrativo, a


exemplo daquelas praticadas pelas estatais (empresas públicas e sociedades
de economia mista), que são submetidas ao mesmo regime jurídico das de-
mais empresas privadas, conforme estabelece o art. 173, §3º, inc. II, CF/88,
além dos demais atos regidos pelo direito privado, como locação, compra e
venda praticados pela Administração Pública em geral.

Gabarito: E.

47. (CESPE/TCU/2008) Os atos praticados pelo Poder Legislativo e pelo Po-


der Judiciário devem sempre ser atribuídos à sua função típica, razão pela
qual tais poderes não praticam atos administrativos.

O Poder Legislativo e o Judiciário, conforme ressaltado, no âmbito de suas


funções típicas, não praticam atos administrativos, seus atos são considerados
atos legislativos e atos judiciais, respectivamente.

Todavia, tanto o Poder Legislativo quanto o Judiciário exercem a função admi-


nistrativa, de forma atípica, ou seja, na organização de suas atividades, de seu
funcionamento, tais poderes além de suas funções primordiais também exer-
cem a função administrativa.

Desse modo, na realização da função administrativa, os poderes Legislativo e


Judiciário podem praticar atos administrativos, no sentido de que agem sub-
metidos ao regime jurídico de direito público, e manifestam sua vontade, pro-
duzindo efeitos jurídicos, tal como a nomeação de candidato para ocupar cargo
vago, a exoneração de um comissionado, a remoção de um servidor para outra
localidade etc.

Devemos tomar cuidado para não restringir a Administração Pública aos limites
do Poder Executivo. É que a Administração Pública está inserida no âmbito dos
três poderes, conforme preceitua o próprio art. 37, caput, da CF/88.

Gabarito: E.

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 67


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

4.1. Lista das Questões


(CESPE/TELEBRAS/2013) Julgue os próximos itens, relativos à legislação ad-
ministrativa.
1. Para a instituição de fundação pública, deve ser editada lei complementar
que autorize o presidente da República a expedir decreto para a criação da
fundação.
2. Caso um ato administrativo seja expedido sem finalidade pública, ele po-
derá ser convalidado posteriormente por autoridade superior que estabeleça os
motivos determinantes.
3. Mediante requisição administrativa, o Estado pode dispor de bem de parti-
cular para desenvolver atividade pública, sem a necessidade de pagamento
prévio ou posterior de indenização, a despeito de desgaste ou dano ao bem.
4. A demissão de servidor público ocorre unicamente mediante a solicitação
formal do servidor, enquanto a exoneração consiste em penalidade contra o
servidor.
5. Servidor em estágio probatório pode assumir cargo em comissão de chefia
ou função comissionada, sendo estável ou não no serviço público.

(CESPE/ANAC/2012) Com relação à administração direta, indireta e funcional,


julgue os itens abaixo.
6. A autarquia é o serviço autônomo criado por lei, com personalidade jurídi-
ca, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da adminis-
tração pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão
administrativa e financeira descentralizada.
7. A administração direta é constituída pelos serviços integrados na estrutura
administrativa da presidência da República e dos ministérios, incluídas as fun-
dações públicas.
8. Os princípios fundamentais da administração federal são planejamento,
coordenação, descentralização, delegação de competência e controle.
9. Uma fundação pública é criada por ato do Poder Executivo, sendo desne-
cessária autorização legislativa.

(CESPE/ANAC/2012) Julgue os itens a seguir, referentes às agências regulado-


ras.
10. As agências reguladoras têm o poder de orientar e de conciliar, mas não
de sancionar, competência exclusiva do Poder Judiciário.

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 68


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

11. As agências reguladoras são órgãos da administração indireta que exer-


cem unicamente o típico poder de polícia, impondo limitações administrativas
de fiscalização e de repressão previstas em lei.
12. As agências reguladoras têm autonomia financeira e orçamentária, assim
como receita própria.
13. Considere que uma empresa aérea apresente recurso administrativo ques-
tionando uma portaria da ANAC. Nesse caso, a própria agência reguladora será
a última instância decisória na esfera administrativa.

14. (CESPE/ANAC/2012) Mediante contrato de gestão estabelecido entre o


Estado e os órgãos estatais, são criados controles normativos burocráticos cujo
foco é o acompanhamento das atividades desenvolvidas pelo órgão estatal.

15. (CESPE/ANAC/2012) A ANAC, uma agência reguladora, recebe essa quali-


ficação por força de contrato de gestão celebrado com órgão da administração
a que se subordina, para melhoria da eficiência e redução de custos.

16. (CESPE/AGU/2012) A qualificação de agência executiva federal é conferi-


da, mediante ato discricionário do presidente da República, a autarquia ou
fundação que apresente plano estratégico de reestruturação e de desenvolvi-
mento institucional em andamento e celebre contrato de gestão com o ministé-
rio supervisor respectivo.

(CESPE/MPE-PI/2012) Com relação a administração direta, indireta e funcional,


julgue o item a seguir.
17. As agências executivas não constituem uma nova entidade, pois, na ver-
dade, elas não passam de autarquias e(ou) fundações públicas que foram qua-
lificadas como tal.

(CESPE/MPE-PI/2012) Considerando que o trabalho dos servidores públicos


federais é regido por uma legislação própria, com regras claras e específicas,
julgue os itens subsecutivos de acordo com o regime jurídico dos servidores
públicos federais.
18. Se um servidor público for aposentado por invalidez, mas o motivo dessa
invalidez deixar de existir, tal servidor deverá retornar à ativa. Tal retorno
tipificará o que a legislação denomina recondução.

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 69


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

19. Considere a seguinte situação hipotética. Carlos, servidor público federal,


requereu licença por motivo de doença, pois sua esposa fora diagnosticada
com uma rara doença, cujo tratamento demanda cuidados intensos e de alto
custo. Para que não ficasse sem recursos financeiros durante o período de sua
licença, ele aceitou uma oferta remunerada para trabalhar em casa. Nessa
situação, Carlos não está amparado pela lei.
20. O servidor público federal demitido por lograr proveito pessoal, em detri-
mento da dignidade da função pública, ficará impedido de ocupar novo cargo
público por prazo indeterminado.

(CESPE/MPE-PI/2012) Julgue os itens que se seguem, acerca do ato adminis-


trativo.
21. O princípio da impessoalidade em relação à atuação administrativa impede
que o ato administrativo seja praticado visando a interesses do agente público
que o praticou ou, ainda, de terceiros, devendo ater-se, obrigatoriamente, à
vontade da lei, comando geral e abstrato em essência.
22. Inerente aos atos administrativos, a presunção de legitimidade caracteri-
za-se por ser um princípio de direito público relativo, isto é, que não admite
prova em contrário.

23. (CESPE/DPRF/2012) As organizações sociais não estão compreendidas no


rol das entidades que constituem a administração pública indireta.

24. (CESPE/STM/2011) Os atos administrativos têm origem no Estado ou em


agentes investidos de prerrogativas estatais.

25. (CESPE/TCU/2011) A presunção de legitimidade, como atributo do ato


administrativo, representa a faculdade ou a prerrogativa conferida à adminis-
tração pública para impor, unilateralmente, obrigações aos administrados e
interferir na esfera alheia independentemente de anuência prévia.

26. (CESPE/TJ-ES/2010) A requisição, como forma de intervenção pública no


direito de propriedade que se dá em razão de iminente perigo público, não
configura forma de autoexecução administrativa na medida em que pressupõe
autorização do Poder Judiciário.

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 70


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

(CESPE/MPU/2010) Acerca das agências executivas e reguladoras, julgue os


seguintes itens.
27. Os diretores de agência reguladora são indicados e exonerados ad nutum
pelo chefe do ministério a que a agência se vincula.
28. Para se transformar em agência executiva, uma fundação deve ter, em
andamento, planos estratégicos de reestruturação e de desenvolvimento insti-
tucional.
29. À agência executiva é vedada a celebração de contrato de gestão com
órgão da administração direta.
30. A desqualificação de fundação como agência executiva é realizada medi-
ante decreto, por iniciativa do ministério supervisor.
31. As agências executivas fazem parte da administração direta, e as agências
reguladoras integram a administração pública indireta.

(CESPE/MPU/2010) No que se refere à organização administrativa da União,


julgue os próximos itens.
32. Um órgão (pessoa jurídica) integrante da administração indireta está hie-
rarquicamente subordinado à pessoa jurídica da administração direta que o
instituiu.
33. Ocorre autotutela quando um ministério exerce controle sobre um órgão
da administração indireta.

(CESPE/AGU/2010) A respeito da organização administrativa do Estado brasi-


leiro, julgue os itens que se seguem.
34. Os contratos de gestão das agências executivas são celebrados com o
respectivo ministério supervisor pelo período mínimo de um ano, estabelecen-
do os objetivos, metas e indicadores de desempenho da entidade, bem como
os recursos necessários e os critérios e instrumentos para avaliação do seu
cumprimento.
35. No âmbito da administração pública indireta, o contrato de gestão é o
principal instrumento de controle dos resultados de uma organização social.
36. A atividade de regulação exercida pelas agências reguladoras no Brasil é
realizada somente sobre os serviços públicos desestatizados, dos quais depen-
de a população.

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 71


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

37. (CESPE/MPS/2010) Quando um banco estatal celebra, com um cliente, um


contrato de abertura de conta-corrente, está praticando um ato administrativo.

(CESPE/TRE-MT/2009) Acerca da organização da administração pública no


Brasil, julgue os itens a seguir:
38. A criação de um ministério na estrutura do Poder Executivo federal para
tratar especificamente de determinado assunto é um exemplo de administra-
ção descentralizada.
39. A descentralização administrativa ocorre quando se distribuem competên-
cias materiais entre unidades administrativas dotadas de personalidades jurídi-
cas distintas
40. A criação das autarquias é feita por lei, ao passo que as empresas públi-
cas e sociedades de economia mista são criadas por meio do registro dos atos
de constituição no respectivo cartório.
41. As empresas públicas têm natureza jurídica de pessoas jurídicas de direito
público interno.
42. As secretarias de estado e as autarquias estaduais fazem parte da admi-
nistração direta.

(CESPE/PCRN/2008) A respeito da descentralização e da desconcentração,


julgue os itens a seguir:
43. Pela desconcentração rompe-se uma unidade personalizada e não há vín-
culo hierárquico entre a administração central e a pessoa estatal descentraliza-
da. Assim, a segunda não é subordinada à primeira.
44. A descentralização pressupõe pessoas jurídicas diversas: a que original-
mente tem ou teria titulação sobre certa atividade e aquela a que foi atribuído
o desempenho da atividade em causa.

45. (CESPE/STF/2008) A escolha pela subvenção a uma instituição privada


para a prestação de um serviço público de saúde representa forma de descon-
centração do serviço público.

46. (CESPE/TJDFT/2008) O conceito de ato administrativo engloba todas as


ações emanadas da administração pública e sujeitas ao controle pelo Poder
Legislativo.

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 72


CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO ITENS 1, 2 e 6 – TÉCNICO DO MPU
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS

47. (CESPE/TCU/2008) Os atos praticados pelo Poder Legislativo e pelo Poder


Judiciário devem sempre ser atribuídos à sua função típica, razão pela qual tais
poderes não praticam atos administrativos.

4.2. Gabarito
1. C 11. E 21. C 31. E 41. E

2. E 12. C 22. E 32. E 42. E

3. E 13. C 23. C 33. E 43. E

4. E 14. E 24. C 34. C 44. C

5. C 15. E 25. E 35. E 45. E

6. C 16. C 26. E 36. E 46. E

7. E 17. C 27. E 37. E 47. E

8. C 18. E 28. C 38. E

9. E 19. C 29. E 39. C

10. E 20. E 30. C 40. E

Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 73

You might also like