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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE

CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS APLICADAS


CURSO DE BACHARELADO EM CIÊNCIAS ECONÔMICAS

ROGÉRIO FERRAZ DAS CHAGAS

ROTEIRO DE LEITURA 6:
O CAPITAL – KARL MARX
CAPÍTULO 3 – O DINHEIRO OU A CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS

O presente trabalho é requisito parcial para a


composição da N1 da disciplina Economia Política I,
ministrada pelo Dr. Francisco Carlos da Silveira
Cavalcanti, no curso de Bacharelado em Ciências
Econômicas.

Rio Branco – Acre


2018
1. Como Marx explica que o dinheiro é mercadoria?
A primeira função do ouro (mercadoria dinheiro) é de fornecer ao mundo das mercadorias
o material de sua expressão de valor ou de representar os valores das mercadorias como grandezas
de mesmo denominador, qualitativamente iguais e quantitativamente comparáveis. Desse modo,
ele funciona como medida universal dos valores, sendo apenas por meio dessa função que o ouro,
a mercadoria-equivalente específica, torna-se, inicialmente, dinheiro.

2. Explique por que as mercadorias podem elas, em comum, medir seus valores, por
intermédio da mesma mercadoria específica, transformando esta em sua medida universal
do valor.
As mercadorias não se tornam comensuráveis por meio do dinheiro. Ao contrário, é pelo
fato de todas as mercadorias, como valores, serem trabalho humano, objetivado e, assim, serem,
por si mesmas, comensuráveis entre si, que elas podem medir conjuntamente seus valores na
mesma mercadoria específica e, desse modo, convertê-la em sua medida conjunta de valor, isto é,
em dinheiro. O dinheiro, como medida de valor, é a forma necessária de manifestação da medida
imanente de valor das mercadorias: o tempo de trabalho.

3. Porque se pode afirmar que uma coisa pode ter um preço sem ter um valor?
A possibilidade de uma incongruência quantitativa entre preço e grandeza de valor, ou o
desvio do preço em relação à grandeza de valor, reside, portanto, na própria forma-preço. Isso não
é nenhum defeito dessa forma, mas, ao contrário, aquilo que faz dela a forma adequada a um modo
de produção em que a regra só se pode impor como a lei média do desregramento que se aplica
cegamente. Mas a forma-preço permite não apenas a possibilidade de uma incongruência
quantitativa entre grandeza de valor e preço, isto é, entre a grandeza de valor e sua própria
expressão monetária, mas pode abrigar uma contradição qualitativa, de modo que o preço deixe
absolutamente de ser expressão de valor, embora o dinheiro não seja mais do que a forma de valor
das mercadorias. Assim, coisas que em si mesmas não são mercadorias, como a consciência, a
honra etc. podem ser compradas de seus possuidores com dinheiro e, mediante seu preço, assumir
a forma mercadoria, de modo que uma coisa pode formalmente ter um preço mesmo sem ter valor.
A expressão do preço se torna aqui imaginária tal como certas grandezas da matemática. Por outro
lado, também a forma-preço imaginária – como o preço do solo não cultivado, que não tem valor
porque nele nenhum trabalho humano está objetivado–, abriga uma relação efetiva de valor ou de
uma relação dela derivada.

4.Como Marx explica o processo de troca?


Na medida em que o processo de troca transfere mercadorias das mãos em que elas não são
valores de uso para as mãos em que elas são valores de uso, ele é metabolismo social. O produto
de um modo útil de trabalho substitui o produto de outro. Quando passa a servir de valor de uso, a
mercadoria transita da esfera da troca de mercadorias para a esfera do consumo. Aqui, interessa-
nos apenas a primeira dessas esferas. Temos, assim, de considerar o processo inteiro segundo o
aspecto formal, isto é, apenas a mudança de forma ou a metamorfose das mercadorias, que medeia
o metabolismo social. Inicialmente, as mercadorias entram no processo de troca sem serem
douradas, nem açucaradas, mas tal como vieram ao mundo. Esse processo gera uma duplicação da
mercadoria em mercadoria e dinheiro, uma antítese externa, na qual elas expressam sua antítese
imanente entre valor de uso e valor. Nessa antítese, as mercadorias, como valores de uso,
confrontam-se com o dinheiro, como valor de troca. Por outro lado, ambos os polos da antítese são
mercadorias, portanto, unidades de valor de uso e valor. Mas essa unidade de diferentes se expressa
em cada um dos polos de modo inverso e, com isso, expressa, ao mesmo tempo, sua relação
recíproca. A mercadoria é realmente [reell] valor de uso; seu valor se manifesta apenas idealmente
[ideell] no preço, que a reporta ao ouro, situado no polo oposto, como sua figura de valor real.
Inversamente, o material do ouro vale apenas como materialidade de valor [Wertmateriatur],
dinheiro. Ele é, por isso realmente valor de troca. Seu valor de uso aparece apenas idealmente na
série das expressões relativas de valor na qual ele se relaciona com as mercadorias a ele
contrapostas, como o círculo de suas figuras reais de uso. Essas formas antitéticas das mercadorias
são as formas efetivas de movimento de seu processo de troca.

5. Explique como que a função do dinheiro como meio de troca expressa uma relação social?
Na medida em que o processo de troca transfere mercadorias das mãos em que elas não são
valores de uso para as mãos em que elas são valores de uso, ele é metabolismo social. O produto
de um modo útil de trabalho substitui o produto de outro. Quando passa a servir de valor de uso, a
mercadoria transita da esfera da troca de mercadorias para a esfera do consumo. Aqui, interessa-
nos apenas a primeira dessas esferas. Temos, assim, de considerar o processo inteiro segundo o
aspecto formal, isto é, apenas a mudança de forma ou a metamorfose das mercadorias, que medeia
o metabolismo social.

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