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8.1 Introdução
O emprego dos métodos de cálculo em conformação plástica tem por objetivo determinar os
esforços, tensões e deformações a que estão submetidas a peça conformada e as ferramentas a
fim de:
t = .p
1
Esse modelo apresenta resultados confiáveis quando aplicado a processos em que a
lubrificação é eficiente e os níveis de pressão na interface são reduzidos. Para níveis de
pressão elevados, onde o contato entre as superfícies é elevado, o valor de t necessário
para ocorrer o movimento atinge um valor máximo igual à tensão limite de escoamento
sob cisalhamento do material da peça (k).
Assim, a expressão anterior torna-se
k
p
2. Num segundo modelo, denominado fator de atrito constante, define-se um fator m que
independe da pressão aplicada e que relaciona a tensão cisalhante necessária ao
movimento relativo à tensão limite de escoamento sob cisalhamento do material menos
resistente em contacto (k), geralmente, o material do tarugo.
t = m.k
A aplicação de um desses dois modelos depende dos fatores como o nível de pressão
desenvolvido na interface e à maior ou menor eficiência dos lubrificantes.
2
Figura 8.2 - Comportamento mecânico de materiais conformados plasticamente.
Estado de tensão plana, onde as tensões normais atuam num plano em direções
perpendiculares entre si, sendo nula a tensão normal na terceira dimensão, como pode
ser assumido no caso de uma chapa fina submetida a tensões no plano da chapa.
Estado de deformação plana, onde o escoamento ocorre em planos paralelos a um dado
plano. Na direção normal a esse plano a deformação é desprezível, como é o caso da
torção pura e da laminação de chapas largas em que somente a espessura e o
comprimento são deformados (Figura 8.3).
3
t
k
t t
-k
z
1
E
z x y 0
assim,
z x y
Tensões principais: tensões normais que atuam em planos nos quais não ocorrem
tensões tangenciais. São representadas por 1, 2 e 3, sendo por convenção:
1 > 2 > 3
4
Figura 8.4 - Representação dos estados de tensão para processos de conformação.
5
8.4 Critérios de escoamento
max min
t max A
2
t max A 1 2 0 2
onde 0 é definida como tensão limite de escoamento sob tração, facilmente medida nos
ensaios de tração convencionais.
Já no ensaio de torção, o valor da tensão limite de escoamento sob cisalhamento puro
(k) não é facilmente obtido. Utilizando-se o critério de TRESCA, tem-se
t max 1 2 k A 0 2
ou
k 0 2
1
6
1 2 2 2 3 2 1 3 2 B
1 0 e 2 3 0
tem-se:
1
6
0 2 2 2 3 2 0 3 2 1 02
3
6
1 2
donde B 0
3
1 = +k 2 = 0 e 3 = -k
tem-se
1
6
k 0 2 0 k 2 k k
2 2 2
k 2
donde B = k2
como B foi obtido do ensaio de tração, tem-se que a tensão limite de escoamento sob
cisalhamento puro, pelo critério de von MISES é dada por:
0
k
3
O critério de von MISES apresenta resultados mais confiáveis visto que considera a
tensão intermediária, porém, deve-se destacar que em estados cilíndricos de tensão, a
aplicação de um ou outro critério fornece o mesmo resultado.
A comparação entre os dois critérios de escoamento pode ser feita traçando-se os
mapas de escoamento para um estado bidimensional (figura 8.5), com
1 2 0 3 0
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Observa-se que:
energia uniforme
divisão e equilíbrio de elementos
linhas de deslizamento
limite superior de energia
visioplasticidade
simulação
elementos finitos
Um método será tão mais preciso quanto mais parcelas de energia forem consideradas
durante o cálculo. Num processo de conformação apresentam-se três parcelas de energia:
Dessas três parcelas, as duas últimas não contribuem para a qualidade do produto final e
dependem diretamente da qualidade e da geometria das ferramentas empregadas.
Como exemplo, através da figura 8.6 pode-se analisar o processo de trefilação com
matrizes cônicas, mantendo-se a redução de área constante e variando-se o ângulo de
conicidade da matriz.
8
W WA
WR
WT
W
U
ótimo
Figura 8.6 - Variação das parcelas de energia em função do ângulo de conicidade da fieira
de trefilação.
É o método mais simples e menos preciso de todos, pois assume uma série de
hipóteses simplificadoras:
Essas duas hipóteses fazem com que tanto a parcela de energia de atrito quanto a de
trabalho redundante sejam desprezadas. Isto obviamente acarreta um erro nos resultados de
forma que esse método serve apenas para uma primeira análise, dando uma idéia da ordem de
grandeza dos esforços e tensões.
Um exemplo de aplicação do método é o uso na trefilação de barras cilíndricas com
matrizes de pequeno ângulo de conicidade ( ~ 0) e lubrificação efetiva (~ 0). Assim,
poder-se-ia calcular a força necessária para trefilação pelo seguinte procedimento.
O trabalho externo dispendido para trefilar uma barra de diâmetro i e comprimento li até
uma barra de diâmetro f e comprimento lf é dado por:
We Ft l f
dividindo pelo volume
We Ft l f Ft l f F
t t
V V Af l f Af
9
Figura 8.7 – Estado de tensão na trefilação com atrito e ângulo de trabalho nulos.
dWi = .A.dl
dWi Adl
V Al
assim,
dWi dl
V l
integrando,
Wi lf
dW dl
0 V i l l
i
f
Wi
d
V 0
onde
lf A
f ln ln i
A
li f
10
f
d
0
f
assim,
Wi A
f ln i
V A
f
Igualando Wi a We tem-se:
Ft A
ln i
Af A
f
ou ainda,
A
Ft A f ln i
A
f
Como Ft/Af é igual à tensão de trefilação t, pode-se calcular a redução máxima por
passe rmax para a condição de que t , obtendo-se rmax < 63%.
D2
x
D dD 2
x d x pD cos dx
pDsin
dx
0
4 4 cos cos
x dD Dd x
pdx pdx tan 0
2 4
11
p
+d
x x x
D D+dD D
0 D
f
y p
x dx
dD
como dx
2 tan
multiplicando por 4:
Assim, 1 = x e 2 = 3 = -p
ou x + p = 0
ou p = 0 -x
com B = cot
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Integrando entre D0 e Df, com as condições de contorno:
x = 0 para D = D0
x = tref para D = Df
tem-se
1
ln B x 0 1 B 2 ln D
B
e finalmente,
tref 1 Df
2B
1 B 1
0 B D0
2 2
Af Df Df
r 1 1 donde 1 r
A0 D0 D0
obtendo-se
tref
0
1
1 B 1 1 r
B
B
A redução máxima pode ser calculada considerando-se que no limite tref = 0, o que
leva à expressão:
1
B
1 B 1 1 rmax B 1
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